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“TODO PREMATURO PODE

RECEBER PALIVIZUMABE?”
BRONQUIOLITE
VINHETA DE ABERTURA
VINHETA DE ABERTURA
CASO CLÍNICO

੦ Davi
੦ 5 meses
CASO CLÍNICO

੦ Davi, 5 meses

੦ antecedente prematuridade (31 semanas)

੦ fez uso de oxigênio inalatório até 16 dias de vida

੦ alta hospitalar com 1 mês e 4 dias (IGc 35 + 6)

੦ irmão de 2 anos frequenta creche, pai tabagista


CASO CLÍNICO

੦ iniciou quadro de tosse e coriza hialina há 2 dias

੦ hoje com febre de 38,1ºC; recebeu dipirona

੦ levado ao pronto-socorro

੦ Tax 36,7ºC FC 142 FR 48 Sat 95% AA

੦ tempo expiratório prolongado

੦ sem sinais de desconforto respiratório


CASO CLÍNICO

੦ qual a sua principal hipótese diagnóstica?

੦ você reconhece algum fator de risco para essa


patologia?

੦ solicitaria algum exame de imagem?

੦ qual é a sua conduta neste momento?


CASO CLÍNICO

੦ dois dias depois, Davi é levado novamente


ao pronto-socorro para ser reavaliado

੦ Tax 37,3ºC FC 142 FR 72 Sat 89% AA

੦ sibilos expiratórios difusos bilateralmente

੦ tiragem subdiafragmática, intercostal e


batimento de asa nasal
CASO CLÍNICO

੦ qual é a sua principal hipótese diagnóstica?

੦ você solicitaria algum exame?

੦ qual é a sua conduta neste momento?

੦ você acha que essa doença era evitável no caso


de Davi?
2017
EPIDEMIOLOGIA

੦ vírus sincicial respiratório (VSR) - RNA vírus


envelopado da família Paramyxoviridae
• principal agente causador de infecções de vias
aéreas inferiores entre lactentes e crianças
menores de 2 anos durante a sazonalidade (março
a julho - Sudeste)
• até 75% das BQL + 40% pneumonias virais

੦ outros agentes:
• metapneumovírus
• parainfluenza / influenza
• adenovírus - BQL obliterante
• rinovírus / coronavírus / bocavírus
• Mycoplasma pneumoniae
EPIDEMIOLOGIA

੦ grupos de risco - infecção grave


• 15% internam - risco suporte ventilatório
› prematuros < 32 semanas
› lactentes < 6 meses
› cardiopatas
› doença pulmonar crônica da
prematuridade
EPIDEMIOLOGIA

੦ fatores agravantes:
• sistema imune imaturo
• baixa transferência anticorpos maternos
• menor calibre de vias aéreas inferiores
• baixa reserva energética
• desmame precoce
• anemia
• infecções de repetição
• uso de corticoide sistêmico
TRANSMISSÃO

੦ contato direto de secreções respiratórias em


mucosas (olhos + bocas + nariz)
• pessoas infectadas; e/ou
• superfícies e objetos contaminados
› mãos - sobrevive por 1 hora
› objetos não porosos (estetoscópio) - até
24 horas

੦ inalação de gotículas - tosse + espirro

੦ período de incubação - 4 a 5 dias


TRANSMISSÃO

• período de excreção - 2 a 8 dias após melhora


clínica
• replicação viral em nasofaringe
› RN + lactantes jovens + pacientes
imunocomprometidos - até 3 a 4 semanas!!!
FISIOPATOLOGIA

੦ replicação viral começa em nasofaringe e se


estende até vias aéreas inferiores (VAI)

੦ inflamação bronquiolar intensa


• necrose celular
• aumento secreção brônquica

੦ obstrução VAI por:


• obstrução mecânica - debris celulares +
edema + secreção (mais comum)
• espasmo musculatura lisa peribrônquica
FISIOPATOLOGIA

Bronquíolo
normal

Muco
Bronquíolo
obstruído por
muco
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

੦ pródromo viral inespecífico - 48 a 72 horas


• febre
• tosse
• rinorreia clara
• espirros

੦ sintomas específicos
• taquidispneia
• sibilância / tempo expiratório prolongado
• dificuldade alimentar → desidratação
• vômitos (após tosse)
#IMPORTANTE

੦ a bronquiolite geralmente coincide com a


PRIMEIRA CRISE DE SIBILÂNCIA da criança
devido a sua elevada incidência nos primeiros 6
meses de vida

੦ os sintomas tendem a PIORAR do 3º ao 5º dia


quando se tornam mais ESPECÍFICOS

੦ grupos de risco tendem a evoluir com


HIPOXEMIA e/ou CIANOSE → internação com
risco de suporte ventilatório em UTI
DIAGNÓSTICO

੦ clínico - epidemiologia + sinais e sintomas


• geralmente não requer exames ou testes
específicos

੦ grupos de risco ou paciente que será internado:


• hemograma - descartar quadro bacteriano
• gasometria - sinais de insuficiência
respiratória
• RX tórax
RADIOGRAFIA TÓRAX

HIPERINSUFLAÇÃO
੦ retificação arcos
costais
੦ retificação
diafragmas
੦ alargamento
espaços
intercostais
੦ aumento espaço
retroesternal

Arquivo pessoal
DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO

੦ direciona conduta terapêutica, limita uso


indevido de antibiótico e auxilia medidas
preventivas de controle hospitalar (isolamento)

੦ pesquisa viral - aspirado de nasofaringe (com


frasco coletor de secreção)
• imunofluorescência - 80% (teste rápido)
• biologia molecular - > 80% ($ - múltiplos
vírus)
• cultura e sorologia - demoradas
TRATAMENTO

੦ não há tratamento específico, apenas suporte

੦ domiciliar - casos leves (maioria)


• higiene de mãos
• manter bem hidratado
• seguir alimentação habitual
• evitar tabagismo passivo
• lavagem nasal com soro fisiológico
• inalação com soro fisiológico
• fisioterapia respiratória
• antitérmico se necessário
• observar sinais de alarme
INTERNAÇÃO HOSPITALAR

੦ sinais de gravidade:
• hipoatividade / prostração
• taquidispneia em piora
• cianose / hipoxemia
• apneia
• desidratação
• baixa ingesta e oligúria (12hs)
• grupos de risco
• dificuldade de acesso a serviços de saúde
• falta de confiança em garantir a identificação
dos sinais de agravo em casa
SUPORTE RESPIRATÓRIO

੦ oxigênio inalatório - saturação < 90% a 92%


• padrão respiratório adequado

੦ catéter nasal de alto fluxo (CAF)


• > 8 L/min
• umidificação + aquecimento
• melhor tolerância
• pressão desconhecida
• reduz indicação intubação

Disponível em: https://www.inovacoesmagnamed.com.br/post/alto-fluxo-em-neonatologia-indicacoes-e-


vantagens Acesso em: 07 dez. 2021.
MEDICAMENTOS

੦ broncodilatadores (b-agonistas) - teste


terapêutico
• não manter se não responder, visto que
estudos mostram que não reduz tempo de
sintomas e nem evitam internação

੦ inalação com solução hipertônica (SF3%)


• ainda não há comprovação que realmente
reduza o tempo de internação
#PEGADINHA

੦ corticoide sistêmico e inalação com adrenalina


NÃO SÃO RECOMENDADOS no manejo da
bronquiolite
• fisiopatologia - obstrução mecânica >
inflamação sistêmica

੦ efeitos adversos dessas medicações não


sobrepõe os benefícios nesta patologia!
COMPLICAÇÕES

੦ otite média aguda - mais frequente

੦ hiperreatividade brônquica - lactante chiador

੦ bronquiolite obliterante - quadro grave


associado ao adenovírus
#CAI NA PROVA

PROFILAXIA PRIMÁRIA - PALIVIZUMABE


੦ anticorpo monoclonal humano que impede a fusão
do VSR com o epitélio respiratório
੦ indicações - Ministério da Saúde
• 1º ano de vida
› prematuros < 28 semanas

• 2º ano de vida
› cardiopatia congênita com repercussão (HP ou
ICC)
› displasia broncopulmonar com repercussão
੦ sazonalidade - fevereiro a julho
੦ máx. 5 doses – 15 mg/kg IM - intervalo 30 dias
CASO CLÍNICO

੦ Davi
੦ 5 meses
CASO CLÍNICO

੦ Davi, 5 meses

੦ antecedente prematuridade (31 semanas)

੦ fez uso de oxigênio inalatório até 16 dias de vida

੦ alta hospitalar com 1 mês e 4 dias (IGc 35 + 6)

੦ irmão de 2 anos frequenta creche, pai tabagista


CASO CLÍNICO

੦ iniciou quadro de tosse e coriza hialina há 2 dias

੦ hoje com febre de 38,1ºC; recebeu dipirona

੦ levado ao pronto-socorro

੦ Tax 36,7ºC FC 142 FR 48 Sat 95% AA

੦ tempo expiratório prolongado

੦ sem sinais de desconforto respiratório


CASO CLÍNICO

੦ qual a sua principal hipótese diagnóstica?


• bronquiolite

੦ você reconhece algum fator de risco para essa patologia?


• prematuridade (31 semanas)
• pai tabagista
• irmão frequenta creche

੦ solicitaria algum exame de imagem?


• não - paciente estável

੦ qual é a sua conduta neste momento?


• casa - lavagem nasal + inalação SF + hidratação +
retorno se sinais de alarme
CASO CLÍNICO

੦ dois dias depois, Davi é levado novamente ao


pronto-socorro para ser reavaliado

੦ Tax 37,3ºC FC 142 FR 72 Sat 89% AA

੦ sibilos expiratórios difusos bilateralmente

੦ tiragem subdiafragmática, intercostal e


batimento de asa nasal
CASO CLÍNICO

੦ qual é a sua principal hipótese diagnóstica?


• bronquiolite - pico (piora dos sintomas)

੦ você solicitaria algum exame?


• RX tórax
• pesquisa VSR (se disponível)

੦ qual é a sua conduta neste momento?


• internação
• oxigenioterapia - CAF?
• lavagem nasal + inalação SF
• fisioterapia respiratória
• teste terapêutico b2 inalatório
CASO CLÍNICO

੦ você acha que essa doença era evitável no caso


de Davi?
• sim - ele teria indicação de receber
palivizumabe de acordo com as indicações da
Sociedade Americana de Pediatria
› < 32 semanas
• infelizmente não pelo Ministério da Saúde
› ≤ 28 semanas (31 semanas)
› DBP (usou O2 até 16 dias de vida)
“TODO PREMATURO PODE
RECEBER PALIVIZUMABE?”
REFERÊNCIAS E CITAÇÕES

IMAGENS
੦ Arquivo pessoal.
੦ Disponível em: https://www.inovacoesmagnamed.com.br/post/alto-fluxo-em-
neonatologia-indicacoes-e-vantagens Acesso em: 07 dez. 2021.

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