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A FUNÇÃO DOS BISPOS E DIÁCONOS

Este comentá rio volta-se para as atribuiçõ es ou funçõ es respectivas dos bispos e
diá conos, com base na visã o que o apó stolo Paulo teve da organizaçã o eclesiá stica,
na igreja em seus primó rdios. Sem dú vida, ele estava orientando Timó teo sobre
corno lidar com urna igreja que nã o tinha um modelo organizacional definido. A
Histó ria da Igreja indica que, no princípio, a igreja ia-se implantando, e
organizando-se de acordo com a realidade de cada local. Era um desafio imenso
organizar uma instituiçã o que crescia rapidamente, agregando novos membros,
sem que houvesse urna liderança preparada para tal realidade.

Os bispos ou presbíteros assumiam funçã o de supervisores da obra,


enquanto os diá conos os auxiliavam nas diferentes atividades que a igreja local
demandava. E nã o eram poucas.

A exortaçã o de Paulo reveste-se de grande significado. Os bispos eram pastores


que cuidavam de “todo o rebanho” que lhes fora confiado pelo Espírito Santo. O
verbo apascentar é emprestado da atividade pastoril, em que os pastores
alimentavam as ovelhas e outros animais que necessitavam de alguém que deles
cuidassem. Apascentar “a Igreja de Deus” nã o é qualquer tarefa comum, nem
confiá vel a qualquer um que aspire uma funçã o de liderança na igreja. Por isso,
ante a confusã o que reinava na igreja de Efeso, em meio à disseminaçã o das
heresias gnó sticas, Paulo doutrinou sobre as funçõ es ou qualificaçõ es dos bispos e
dos diá conos. Ele tinha em mente a necessidade de haver ordem na igreja e no
culto cristã o, a necessidade de ordem no culto (1 Co 14 26.40).

Paulo tinha uma visã o de administraçã o eclesiá stica. Ele sabia que só pode haver
decência e ordem se houver organizaçã o. E a organizaçã o exige liderança. No Novo
Testamento, a palavra bispo toma emprestado o sentido que lhe é dado na á rea da
administraçã o. Bispo é supervisor, administrador. É um líder da organizaçã o. O
pastor de urna igreja local tem essa funçã o de mordomo dos bens espirituais e
materiais da Casa do Senhor.

O bispo ou pastor de uma igreja local, além de cuidar dos bens espirituais, é o
administrador dos bens materiais, do patrimô nio adquirido pela comunidade que
se congrega ao seu lado.

A funçã o de pastor é eminentemente espiritual. E o homem a quem Deus confia o


cuidado das almas que fazem parte da igreja local, visando prepará -las para, um
dia, chegar ao céu, ao encontro do Senhor Jesus Cristo. Mas nã o pode esquivar-se
da administraçã o dos bens materiais da igreja local. Com relaçã o aos diá conos, o
Novo Testamento nos mostra que sua origem deveu-se à s necessidades sociais da
igreja nascente. “O crescimento vertiginoso trouxe diversos problemas.

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Entre os conversos, havia pessoas de outros lugares, além de judeus. Os problemas
nã o tardaram a surgir. O evangelista Lucas, escritor de Atos dos Apó stolos,
registrou o que ocorria naqueles dias, quando a comunidade cristã cresceu
grandemente e surgiram diversos problemas, inclusive de ordem social (cf. At 6.1.-
7). E os lideres da Igreja resolveram reunir a assembleia e buscar a soluçã o para o
atendimento social aos irmã os carentes. A tarefa era um grande desafio. Ou eles
cuidavam da evangelizaçã o e do discipulado, ou cuidavam da parte social”.

I— QUEM DESEJA O EPISCOPADO

1. Excelente Obra

“Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (1
Tm 3.1). A expressã o “uma palavra fiel” sem dú vida alguma é uma declaraçã o
positiva em relaçã o à aspiraçã o que alguém possa ter, desejando assumir tã o
grandes e sérias responsabilidades, no ministério ordenado, na igreja cristã . Em
sua missiva a Timó teo, Paulo assevera que almejar o “episcopado” ou o pastorado é
desejar uma obra excelente. O episcopado é o conjunto de funçõ es ou atividades
dos bispos ou presbíteros. Gordon Fee afirma que “o cargo de presbítero
(episcopado) é questã o sobremodo significativa, uma ‘excelente obra”, que deveria
ser, na verdade, o tipo de tarefa à qual uma pessoa podia aspirar”.

Imaginemos o que significava ser um líder da comunidade cristã , nos primeiros


séculos de sua histó ria. Tudo era novo, desafiador, relevante e à s vezes impactante.
Numa sociedade em que havia pouquíssimas classes sociais, ser lider de uma
comunidade era posiçã o por demais honrosa e de grande responsabilidade e
significâ ncia. Por isso, nã o houve exagero nas palavras de Paulo em considerar o
episcopado excelente aspiraçã o.

2. A Chamada

Se, hoje, quando há tantos obreiros aspirando ao ministério, ser um bispo ou


presbítero é considerada oportunidade valiosa para quem deseja servir a Deus, à
época de Paulo, tinha muito mais significâ ncia. isso porque ter uma funçã o de
liderança na obra do Senhor nã o é para qualquer um. O “candidato” ao episcopado
pode desejá -lo, e isso nã o é nada estranho. Mas, para assumi-lo, é necessá rio, antes
de qualquer requisito ter a ‘chamada específica da parte de Deus, Aquela
convocaçã o pode ser interior, por meio da voz de Deus falando ao coraçã o, ou de
outras formas externas, como veremos a seguir. O episcopado nã o deve ser fruto
de acordos e arranjos ministeriais, por amizade, família ou condiçã o social ou
financeira. Deve ser resultado de um relacionamento sério com Deus, o dono da
obra. Paulo foi chamado desde o ventre (Gl 1.15).

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Nem todos sã o chamados assim. Mas quem é chamado, nã o só tem a convicçã o da
chamada, mas apresenta um perfil que agrada a Deus. Nã o há uma ú nica forma da
chamada.

1) Chama da direta

Ela ocorre, quando Deus chama a pessoa e, diretamente, lhe dá consciência íntima
da missã o a ser cumprida. Por exemplo: Abraã o (Gn 12.1,2); Isaque (Gn 26.1,2);
Jacó (Gn 31.3); Moisés (Ex 3.10). No Antigo Testamento, via de regra, era essa a
forma da chamada. Nos dias atuais, ainda é possível ouvir esse tipo de chamada?
Certamente, sim- Em sua soberania, Deus se vale dos meios e formas que quiser
usar para convidar, ou convocar, alguém para a sua obra.

2) Chamada indireta

Ocorre quando Deus chama alguém por intermédio de um profeta, como no caso
de Arã o (Ex 4.13-16); Josué (Nm 27.18-23); por intermédio de Jesus, no caso dos
apó stolos (Mt 10.1-6); por meio da igreja, como Matias (At 1.23-26); Barnahé e
Saulo (Ar 13.1,2), etc. O que “deseja o episcopado” deve ter a humildade e a
serenidade para esperar que Deus confirme sua chamada, de modo diteto ou por
meio da igreja local, onde há líderes comissionados por Deus, com delegaçã o de
autoridade para separar ou consagrar obreiros para o ministério. Nã o deve lançar-
se como um aventureiro em busca de cargo ou de prestígio pessoal. O ministério é
sacerdó cio e muitas vezes é sacrifical.

3) A convicção da chamada

Seja de modo direto ou indireto, é fundamental que o obreiro tenha a convicçã o de


que é chamado por Deus e nã o pelos homens, Paulo tinha essa convicçã o (Ver 1 Cl;
1.1; Gl 1.1;1 Tm 1.1). A convicçã o da chamada dá segurança. Se o obreiro vai bem, o
trabalho prospera, ele pode dar graças; se surgem problemas, oposiçõ es, críticas,
ele pode chegar com confiança diante do Senhor e reivindicar sua intervençã o e
ajuda, pois está ali porque sabe que foi chamado e enviado,

4) A chamada e o envio

Entre o tempo da chamada e o tempo do envio de um obreiro, há intervalos os mais


diferentes. Há pessoas que sã o chamadas e enviadas imediatamente. Jonas foi
chamado e enviado de imediato, ainda que nã o obedeceu (Jn 1.1,2); os apó stolos
foram chamados, mas só foram enviados apó s aproximadamente algum tempo de
aprendizado com Jesus (Mt 10.16; Mc 6.7; Lc 10.1).

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O caso de Paulo é significativo: bi chamado (At 9.4,6,15), mas nã o foi reconhecido
logo (At 9.26); teve a ajuda de Barnabé (Ar 9.27), ficou na igreja em Antioquia At
13.1), e só começou a atuar quando foi enviado pelo Espírito Santo (At 13.4). Há
chamadas para o envio de obreiros, e há chamada de Deus para uma missã o, cargo
ou funçã o, na igreja local. Fato muito comum, em todas as igrejas cristã s.

Diante de todos esses requisitos, o bispo ou líder de uma igreja precisa reconhecer
que é Deus quem dá a liderança à igreja, mas nã o dá igreja a nenhum líder. A Igreja
é dEle: “E ele mesmo deu uns para apó stolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos
santos, para a obra do ministério, para edificaçã o do corpo de Cristo” (Ef 4.11).

II — ATRIBUIÇÕES E QUALIFICAÇÕES DOS BISPOS E DIÁCONOS (3.1-13)

1. Atribuições dos Bispos (1-7)

Considerando a importâ ncia e a amplitude do episcopado, Paulo discriminou uma


lista de qualificaçõ es e atribuiçõ es dos bispos, presbíteros ou pastores, líderes da
igreja local. É indispensá vel compreender mos que qualidades ou qualificaçõ es
deve ter aquele que é chamado por Deus para exercer funçõ es tã o importantes na
obra do Senhor.

Para alcançar a posiçã o de um bispo, presbítero ou pastor, o aspirante ao


episcopado necessita conhecer quais atribuiçõ es e qualificaçõ es precisa ter e
desenvolver ao longo de sua vida ministerial. No texto de 1 Timó teo 3.1-7, vemos
algumas qualificaçõ es, que podem ser resumidas num conjunto de indicaçõ es, que
por sua vez podem ser divididas cal três grupos:

1.1. Qualificações espirituais e ministeriais

1) Ter condiçõ es de pregar a Palavra de Deus, sendo “apto a ensinar” (3.2 ; 2 Tm


2.1);
2) Ter bom testemunho diante da igreja e dos descrentes (3.7);
3) Nã o ser neó fito, novato, inexperiente (3.6);
4) Ser vigilante, atento ao que se passa ao seu redor (3.2);
5) Saber depender de Cristo para cumprir a missã o ( Jo 15.5; Pp 4,13).

1.2. Qualificações Familiares

1) Ter vida conjugal ajustada, ser “marido de uma mulher”


(3.2); nã o só isso, mas amar a esposa, “como Cristo amou a Igreja e a si mesmo se
entregou por ela” (Ef 5.25);
2) Demonstrar que governa bem sua família (3.4);

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3) Ter autoridade sobre a esposa (Ef 523);
4) Ter autoridade sobre os filhos (3.4,5).

1.3. Qualificações morais e emocionais

1) Ser “irrepreensível” (3.2), que nã o pode ser acusado de algo que desabone sua
conduta;
2) Ser honesto, sincero, verdadeiro (3.2);
3) Ser “hospitaleiro”, ou acolhedor, que sabe tratar bem as pessoas (3.2);
4) “Nã o dado ao vinho”, nã o usuá rio de bebidas alcoó licas (3.3);
5) “Nã o espancador”, ou seja, nã o violento, agressivo (3.3; Gl 5.22);
6) Nã o cobiçoso nem ganancioso (3.3);
7) Ser “só brio” (3.2), simples, moderado (3.3);
8) “Nã o contencioso” (3.2; 2 Tm 2.24); 9) “Nã o avarento”(3.3; 6.10).

2. Atribuição dos Diáconos — a Diaconia (8-13)

O ministério ou serviço dos diá conos (gr. diakonia) surgiu a partir de uma bênçã o,
de um problema e de uma murmuraçã o. A bênçã o foi o crescimento extraordiná rio
dos que criam em Jesus e o aceitavam como Salvador, deixando o judaísmo e
outras religiõ es e tornando-se cristã os. O problema foi causado pela situaçã o social
de muitos que aceitavam a fé, especialmente envolvendo viú vas dos gregos ou
gentios, que aceitavam o evangelho.

A murmuraçã o foi a reclamaçã o desses, que se julgavam discriminados pelos


líderes da igreja em relaçã o ao atendimento de suas necessidades bá sicas (cf. At
6.1-7). Os diá conos tiveram papel muito honroso na igreja em seus primó rdios. Os
bispos e os diá conos eram líderes da igreja. Paulo usou o termo diaconos como
favorito para si e para seus cooperadores (cf. Rm 16.1; 1 Co 3.5 — “ministros”; Cl
1.23 — “ministro”; Cl 4.7 — “fiel ministro”). Todos esses termos correspondem a
“diá cono”,

Além das qualidades exigidas em Atos 6.1-7, Paulo indica outros importantes
requisitos para o diaconato. Apó s enumerar as qualificaçõ es para bispo ou
presbítero, Paulo aproveita o ensino para discorrer sobre as qualificaçõ es dos
diá conos ou ministros que serviam nas igrejas.

E o faz de modo imediato, sem lacuna ou pausa em sua ministraçã o, dizendo que os
diá conos, “da mesma sorte” que os bispos ou presbíteros, deveriam ter as
seguintes qualificaçõ es (1 Tm 3.8-10,11-13), que têm o mesmo sentido espiritual,
moral e eclesiá stico do que é exigido para os bispos, mas com alguns requisitos
específicos:

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2.1. Qualificações morais

1) Serem honestos (3.8);


2) Homens de palavra, “nã o de língua dobre” (3.8);
3) Nã o sejam usuá rios de bebida alcoó lica (3.8);
4) Nã o sejam cobiçosos ou gananciosos (3.8).

2.2. Qualificações espirituais e familiares

1) Que saibam guardar “o mistério da fé em uma pura consciência” (3.9);


2) Serem provados, no seu viver e trabalho, e serem irrepreensíveis (3.10).
3) As mulheres (diaconisas) devem ser “honestas, nã o maldizentes, só brias e fiéis
em tudo” (3.11);
4) Sejam homens fiéis a suas esposas (3.12);
5) Que saibam ser líderes em sua casa, e “e governem bem seus filhos e suas
pró prias casas” (3.12).

III - SERVIÇO — A BASE EVANGÉLICA PARA EXERCER O MINISTÉRIO

1. O Serviço Cristão

Todo cristã o é chamado para ser servo de Deus. Como tal, sua atividade e missã o
deve ser contribuir com sua vida, seu testemunho e seu serviço para o
engrandecimento do Reino de Deus. Paulo enfatizou o trabalho dos diá conos,
chamando a atençã o para aqueles que se comportam à altura da funçã o diaconal (1
Tm 3.13). As tarefas do servo (diá conos) chama-se diakonia, que inclui as diversas
atividades desempenhadas junto à comunidade cristã , visando à sua organizaçã o e
cumprimento da missã o que Cristo confiou à sua Igreja. No sentido amplo, todo
crente é um diá cono, pois ninguém deixa de ser “servo” pelo fato de galgar ou ser
levado a funçõ es ministeriais de maior responsabilidade. Um presbítero continua
sendo servo; um evangelista ou pastor nã o deixa de ser servo no Reino de Deus.

A palavra diá cono “também quer dizer um servo ou um ‘ministro’. Para a nossa
cultura eclesiá stica, parece difícil admitir que um diá cono seja um ministro, No seu
significado etimoló gico, essa palavra tanto se refere a um servidor subalterno, que
trabalha como servo de um senhor, corno a “um assistente, um discípulo (Jo
12.26); a ministros, mestres das coisas de Deus e que atuam em favor de Deus (1
Co 3.5; 2 Co 3.6; 11.23; Ef 6.21; 1 Ts 3.2)”. “Em especial, uma referência a um
mestre ou pastor cristã o (em sentido técnico, um diá cono ou diaconisa): diá cono,
ministro, servo ... Substantivo com o significado de ‘ministro’, ‘servo’, ‘assistente’.

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2. O Exemplo de Jesus como Servo

Jesus Cristo foi exemplo para a Igreja em todos os aspectos. Em sua diaconia, Ele
foi “apó stolo [...] da nossa confissã o” (Hb 3.1); foi profeta (Lc 24.19); foi evangelista
(Lc 4.18,19); foi pastor (Jo 10.11). E também foi diá cono. Ele demonstrou seu
cará ter e sua personalidade, dando exemplo de humildade. Para cumprir sua
missã o sacrificial em favor dos homens, Jesus despojou-se temporariamente de sua
gló ria plena (Jo 17.14). Paulo diz que Ele assumiu a forma de servo, mais que isso, a
forma de “escravo”, Jesus, “sendo em forma de Deus, nã o teve por usurpaçã o ser
igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo,
sendo obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.6-8).

Esse texto indica que Jesus nã o se comportou como um servo comum. Mas como
um escravo, um servo do nível mais humilde na escala social. A palavra para servo,
no trecho destacado acima, nã o é diá cono (um servente, um garçom, um
empregado), inas doulos, que denota a condiçã o de “um escravo”, “referindo-se a
um serviço involuntá rio: um escravo, em contraste com um homem livre (1 Co
7.21; Cl 3.28; Cl 3.11; Ap 6,15)”, Ele deu prova disso quando, na véspera de sua
morte, reuniu seus discípulos para a ceia, E “levantou-se da ceia, tirou as vestes e,
tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pô s á gua numa bacia e começou a lavar os
pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido” (Jo 13.4,5
— grifo nosso). Aquela açã o era dever de um escravo (doulos) da casa. Ele nã o
pediu a ninguém para ajudar. Tomou a toalha, pô s á gua na bacia, lavou os pés dos
discípulos e os enxugou com a toalha!

Seus discípulos ficaram admirados, sem dú vida. O Mestre, o Rabi, Raboni! Fazendo
serviço de um serviçal! Pedro, sempre impaciente, com seu temperamento
sanguíneo, a princípio, nã o quis aceitar que o Mestre lhe lavasse os pés. Mas, ao
saber que se nã o o fizesse, nã o teria parte com Ele, pediu que lhe desse um banho
(Jo 13.6-9).

Com esse comportamento Jesus quis dizer que, se Ele, “Senhor e Mestre”, dispô s-se
a se colocar na posiçã o de servo, de escravo (doulos), seus discípulos também
deveriam assumir a posiçã o de servos uns dos outros,

3. A Expectativa de Paulo

A distâ ncia entre amigos e irmã os causa sentimentos os mais variados. Para uns é
causa de tristeza; para outros, de saudade; e, para outros, o desejo do encontro, ou
o reencontro fraternal, para o estreitamento dos laços de amizade e amor. Paulo
era o mentor espiritual de Timó teo. A ele, o jovem discípulo, o apó stolo escreveu
duas cartas.

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Já na primeira, ele demonstrava sua ansiedade e expectativa de tornar a ver
pessoalmente o seu discípulo amado (1 Tm 3.14,1 5). Paulo conhecia bem suas
possibilidades e limitaçõ es. Desejava o mais breve possível reencontrar Timó teo,
mas admitia a hipó tese de um retardamento em viajar ao encontro do seu amigo.
E fez solene advertência e admoestaçã o, lembrando a Timó teo que lhe escrevera,
para que, se tardasse, ele soubesse “como convém andar na casa do Deus vivo, a
coluna e firmeza da verdade”. Fazia parte dos ensinos de Paulo a Timó teo inculcar-
lhe na mente o valor sagrado da igreja local, ou mesmo do templo, em que se adora
ao “Deus vivo”.

Por isso é preciso muito cuidado para nã o transformar o templo de Deus em lugar
de culto à personalidade, onde a figura principal é o pastor, e nã o Cristo. E deve-se
evitar ou coibir prá ticas ilícitas à luz da Palavra de Deus. Jesus virou as mesas dos
cambistas e dos que vendiam animais para os sacrifícios, dentro do recinto do
Templo. Se necessá rio for, os pastores devem agir com rigor, dentro dos limites da
ética, para resgatar o valor e o sentido do templo, do edifício construído para a
adoraçã o a Deus.

CONCLUSÃO

As funçõ es ministeriais de diá cono e de presbítero sã o muito relevantes e


necessá rias à boa ordem no ambiente de adoraçã o e culto a Deus. Sã o
estabelecidas, com base bíblica, para que as atividades das igrejas locais sejam bem
organizadas e contem com uma liderança eficiente e responsá vel. Os bispos ou
pastores sã o aqueles que cuidam das definiçõ es mais amplas da missã o da igreja.
Os diá conos sã o obreiros, instituídos, biblicamente, para auxiliar os líderes
cristã os, que se dedicam ao estudo e à ministraçã o da Palavra de Deus. Que o
Senhor nos faça entender que, sejam bispos, sejam diá conos, que “todos sejam um”
(Jo 17.21), sem hierarquizaçã o formalista, num sistema de poder. Mas que todos
tenhamos a mentalidade de servos a serviço dos servos de Deus.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus


Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Livro As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais – Elinaldo Renovato de Lima

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