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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA ÚNICA

DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ........................

NOME DO CLIENTE, naturalidade, estado civil, portador do RG nº .................................,


SSP/...., inscrito no CPF sob o nº .................................., residente e domiciliado na
Rua ..................., n°......, Bairro ................., na cidade de ..................., Estado do ............,
CEP ....................., representado neste ato por seus advogados (procuraçã o em anexo)
infra-assinado, com escritó rio profissional na AV. ..................., n°......., Bairro............., na
cidade de ....................................., Estado do ................. com CEP. ................, endereço
eletrô nico ......................................................., onde recebe intimaçõ es e notificaçõ es, vem,
perante Vossa Excelência, propor: JUDICIAL PA

RA C AÇÃO JUDICIAL PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDEN AÇÃO J


AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE
BENEFÍCIO ASSISTENCIAL AO IDOSO
UDICIAL PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCCI AÇÃO JUDICIAL
PARACONCESSÃO DE BENEFÍCIO AÇÃOUDICIAL PARAESSÃOENREVIDENCIÁRIO O

Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), Autarquia Federal, com


sede na Praça ...................................., n° ........., na cidade de ..............................., Estado do ...........,
com CEP. ........................., pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
1. FATOS

A Autora requereu, em ......................................., junto à Autarquia Previdenciá ria, a


concessã o de Benefício Assistencial ao idoso, que foi indeferido, conforme documentos
em anexo, por entender o INSS que o Requerente não se enquadra no Art. 20, § 3º
da Lei 8.742/93.

Ocorre que, atentando aos documentos lavrados nos autos, observa-se que o
Requerente, de fato, vive em uma situaçã o de risco e vulnerabilidade social, motivo que
enseja o presente processo.

Dessa forma, como fazem prova os documentos anexados com a presente açã o
judicial, bem como os demais a serem produzidos no decorrer do processo, a Parte
Autora faz jus ao benefício previdenciá rio indeferido, razã o pela qual busca o Poder
Judiciá rio para ver seu direito reconhecido.

Dados sobre o requerimento administrativo:

1. Nú mero do benefício 88/................................

2. Data do requerimento

3. Razã o do indeferimento Não se enquadra no Art. 20, § 3º da Lei 8.742/93.

2. FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A pretensã o da Autora vem amparada no art. 203, inciso V, da Constituiçã o Federal


de 1988, na Lei 8.742/93 e demais normas aplicá veis. Tais normas dispõ em que para
fazer jus ao Benefício Assistencial, o Requerente deve ser portador de deficiência ou ser
pessoa com mais de 65 anos de idade, além de comprovar a impossibilidade de ter seu
sustento provido pelo seu nú cleo familiar.

A idade do segurado está suprida, pois possui 65 anos da idade, conforme certidã o
de casamento em anexo ao processo.
Da Miserabilidade

De outra banda, insta salientar que a renda familiar é constituída, UNICAMENTE,


pelo benefício de aposentadoria por idade do trabalhador rural no valor de um salá rio
mínimo auferido pelo cô njuge do Demandante.

Diante disto, cumpre salientar que é entendimento uníssono da jurisprudência


pá tria que o benefício de valor mínimo recebido por idoso deve ser excluído do cô mputo
da renda mensal familiar:

PREVIDENCIÁ RIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. EXCLUSÃ O DE BENEFÍCIO DE


VALOR MÍNIMO RECEBIDO POR IDOSO. RE .º 580.963 / PR. RENDA FAMILIAR
PER CAPITA INFERIOR A ¼ DO SALÁ RIO-MÍNIMO. PRESUNÇÃ O DE
MISERABILIDADE. ANÁ LISE DO CASO CONCRETO. ENTENDIMENTO DA TNU.
INCIDENTE IMPROVIDO. 1. Por ocasiã o da aná lise do pedido de benefício
assistencial, nã o se inclui, no cá lculo da renda mensal familiar per capita, o
benefício de valor mínimo auferido por idoso, nem o benefício assistencial já
concedido a qualquer membro da família (RE n.º 580.963 / PR). 2. O critério
objetivo de renda inferior a ¼ do salá rio mínimo nã o exclui a utilizaçã o de
outros elementos de prova para aferiçã o da condiçã o só cio-econô mica do
requerente e de sua família. Inexistência de presunçã o absoluta de
miserabilidade, nos termos da mais recente jurisprudência da TNU. 3. Pedido
de Uniformizaçã o improvido. ( 5009459-40.2011.404.7102, TURMA
REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃ O DA 4ª REGIÃ O, Relator DANIEL MACHADO DA
ROCHA, juntado aos autos em 19/04/2017)

Nesse sentido, no que se refere ao critério econô mico para concessã o do benefício,
o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade do patamar entabulado
no artigo 20 §3º da Lei 8.742/93, de modo que a aná lise da vulnerabilidade social
experimentada pelo requerente deve ser observada individualmente. Veja-se:

BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃ O CONTINUADA – RENDA FAMILIAR


PER CAPITA – CRITÉ RIO DE AFERIÇÃ O DE MISERABILIDADE –
CIRCUNSTÂ NCIAS DO CASO CONCRETO – AFASTAMENTO – DECLARAÇÃ O DE
INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 20, § 3º, DA LEI Nº 8.742/93 SEM
PRONÚ NCIA DE NULIDADE – AGRAVO DESPROVIDO. 1. O Colegiado de origem
assentou a comprovaçã o dos pressupostos necessá rios à concessã o do
benefício assistencial de prestaçã o continuada – LOAS. O recorrente insiste no
processamento no extraordiná rio, afirmando violados os artigos 203, inciso V, e
229, cabeça, da Constituiçã o Federal, apontando nã o preenchido o requisito da
miserabilidade. 2. O Tribunal, no Recurso Extraordiná rio nº 567.985/MT, de
minha relatoria, tendo sido designado para redigir o acó rdã o o ministro Gilmar
Mendes, declarou incidentalmente a inconstitucionalidade, por omissã o parcial,
do artigo 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93, sem pronú ncia de nulidade, asseverando
o critério de renda familiar por cabeça nele previsto como parâ metro ordiná rio
de aferiçã o da miserabilidade do indivíduo para fins de deferimento do
benefício de prestaçã o continuada. Permitiu, contudo, ao Juiz, no caso concreto,
afastá -lo, para assentar a referida vulnerabilidade com base em outros
elementos. 3. Em face do precedente, ressalvando a ó ptica pessoal, desprovejo
este agravo. 4. Publiquem. Brasília, 30 de março de 2016. Ministro MARCO
AURÉ LIO Relator (STF - ARE: 937070 PE - PERNAMBUCO, Relator: Min. MARCO
AURÉ LIO, Data de Julgamento: 30/03/2016, Data de Publicaçã o: DJe-063
07/04/2016)

Além disso, o Superior Tribunal de Justiça possui entendimento uníssono sobre a


questã o:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃ O


CONTINUADA. LOAS. ASSISTÊ NCIA SOCIAL. PREVISÃ O CONSTITUCIONAL.
AFERIÇÃ O DA CONDIÇÃ O ECONÔ MICA POR OUTROS MEIOS LEGÍTIMOS.
VIABILIDADE. PRECEDENTES. PROVA. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. SÚ MULA
N.º 7/STJ. INCIDÊ NCIA. 1. Este Superior Tribunal de Justiça pacificou
entendimento no sentido de que o critério de aferiçã o da renda mensal previsto
no § 3.º do art. 20 da Lei n.º 8.742/93 deverá ser observado como um mínimo,
nã o excluindo a possibilidade de o julgador, ao analisar o caso concreto, lançar
mã o de outros elementos probató rios que afirmem a condiçã o de
miserabilidade da parte e de sua família. 2. "A limitaçã o do valor da renda per
capita familiar nã o deve ser considerada a ú nica forma de se comprovar que a
pessoa nã o possui outros meios para prover a pró pria manutençã o ou de tê-la
provida por sua família, pois é apenas um elemento objetivo para se aferir a
necessidade, ou seja, presume-se absolutamente a miserabilidade quando
comprovada a renda per capita inferior a 1/4 do salá rio mínimo." (REsp
1.112.557/MG, Rel. Min. NAPOLEÃ O NUNES MAIA FILHO, TERCEIRA SEÇÃ O,
DJe 20/11/2009). 3. "Em respeito aos princípios da igualdade e da
razoabilidade, deve ser excluído do cá lculo da renda familiar per capita
qualquer benefício de valor mínimo recebido por maior de 65 anos,
independentemente se assistencial ou previdenciá rio, aplicando-se,
analogicamente, o disposto no pará grafo ú nico do art. 34 do Estatuto do Idoso."
(Pet 2.203/PE, Rel. Min. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, TERCEIRA SEÇÃ O,
DJe 11/10/2011). 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no Ag
1394595/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em
10/04/2012, DJe 09/05/2012)

Nessa mesma toada, é elucidativa a jurisprudência da Turma Regional de


Uniformizaçã o da 4ª Regiã o Federal, ao pacificar o entendimento sobre a matéria:

EMENTA: PREVIDENCIÁ RIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. CRITÉ RIO


ECONÔ MICO. CONDIÇÃ O DE EXTREMA POBREZA. RE 567985. REPERCUSSÃ O
GERAL. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 3º DO ART. 20 DA LEI 8.742/93.
REFORMULAÇÃ O DO ENTENDIMENTO DA TRU4. 1. O Supremo Tribunal
Federal, nos autos do RE 567985, declarou inconstitucional o critério
econô mico objetivo para a concessã o de benefício assistencial a idosos e
deficientes de que trata o § 3º do art. 20 da Lei nº 8.742/93. 2. A condiçã o de
extrema pobreza, para fins de concessã o do benefício previsto na lei
assistencial, deverá ser aferida caso a caso, mediante aná lise de todo o conjunto
probató rio, consoante arts. 5º e 6º da Lei n. 9.099/95. 3. Pedido de
Uniformizaçã o de Jurisprudência a que se nega provimento. (, IUJEF 0002386-
95.2010.404.7051, Turma Regional de Uniformizaçã o da 4ª Regiã o, Relator p/
Acó rdã o Antonio Fernando Schenkel do Amaral e Silva, D.E. 07/10/2013)

Além disso, conforme a Lei n° 13.982/20, e normatizado pelo INSS através


da Portaria n° 374, de 5 de maio de 2020, os requerimentos a partir de 2 de abril
de 2020, os valores recebidos por componentes do grupo familiar, idoso, acima de
65 (sessenta e cinco) anos de idade, ou pessoa com deficiência, de BPC/LOAS ou de
benefício previdenciário de até um salário-mínimo, ficam excluídos da aferição da
renda familiar mensal per capita para fins de análise do direito ao BPC/LOAS,
dessa forma, o benefício assistencial recebido pela irmão não entra no cálculo da
renda do grupo familiar.

Nesse sentido, para fins de cá lculo de renda para concessã o de benefício


assistencial, a renda auferida pelo cô njuge é NULA, e, portanto, registre-se que o limite
mínimo previsto no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 ('considera-se incapaz de prover a
manutençã o da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita
seja inferior a 1/4 (um quarto) do salá rio-mínimo') gera, para a concessã o do benefício
assistencial, uma presunçã o absoluta de miserabilidade.

Outrossim, DEVE SER DESCONSIDERADO DO CÔ MPUTO DA RENDA FAMILIAR


qualquer benefício assistencial ou benefício previdenciá rio, no valor de salá rio mínimo,
auferido por pessoa idosa e/ou deficiente do nú cleo familiar.
Dito isso, tem-se que o Requerente vive em situaçã o de vulnerabilidade social,
onde a renda total do grupo familiar é insuficiente para garantir seu sustento com
dignidade. Tal situaçã o é inaceitá vel, tendo em vista que a Dignidade humana –
fundamento da Repú blica insculpido no art. 1º, III da Constituiçã o Federal – da Parte
Autora está sendo ferida. Assim, prudente seja concedido o benefício de prestaçã o
continuada ao Demandante, pois, nã o somente ela seja pessoa idosa nos termos da
legislaçã o relacionada à matéria, também vive em estado de profunda e lastimá vel
pobreza, carecendo do devido amparo estatal.

TUTELA DE URGÊNCIA

A Demandante necessita da concessã o do benefício em tela para custear a pró pria


vida, tendo em vista que nã o reú ne condiçõ es de prover seu sustento, nem tê-la provido
por sua família.

Por outro lado, vale ressaltar que os requisitos exigidos para a concessã o do
benefício se confundem com os necessá rios para o deferimento desta medida
antecipató ria, motivo pelo qual, em sentença, se tornará imperiosa a sua concessã o.

Assim, está claro que a Requerente preenche todos os requisitos necessá rios para
o deferimento da antecipaçã o de tutela, tendo em vista que o laudo socioeconô mico fará
prova inequívoca do estado de miserabilidade, tornando, assim, todas as alegaçõ es
verossímeis. O periculum in mora se configura pelo fato de que se continuar privada do
recebimento do benefício, a Autora terá seu sustento prejudicado, tendo em vista o
cará ter alimentar do benefício.

PEDIDOS

FACE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excelência:

1) O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural, bem como o deferimento


da assistência judiciária gratuita, por ser a Autora pobre na acepçã o legal do termo;
2) A citaçã o do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, para, querendo, apresentar
defesa;
3) A produçã o de todos os meios de prova, principalmente a documental;
4) O deferimento da antecipaçã o de tutela, com a apreciaçã o do pedido de implantaçã o
do benefício em sentença;
5) O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, para que o INSS conceda o
benefício assistencial ao Autor, pagando as parcelas vencidas a partir do
requerimento administrativo (..................) e vincendas, monetariamente corrigidas
desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais e morató rios, incidentes
até a data do efetivo pagamento;
6) Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorá rios advocatícios, eis que
cabíveis em segundo grau de jurisdiçã o, com fulcro no art. 55 da lei 9.099/95 c/c art.
1º da Lei 10.259/01.
7) A parte Autora renuncia expressamente aos valores que excederem o limite de 60
(sessenta) salá rios mínimos, definidos como teto fixador da competência dos
Juizados Especiais Federais, nos termos do artigo 3º da Lei nº 10.259/01.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

Dar-se-á causa o valor de R$ .........................

Cidade e Data

Advogado

OAB n°

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