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Sustentabilidade

Haroldo Mattos de Lemos


Presidente, Instituto Brasil PNUMA
Vice-Presidente, Comitê Técnico 207 da ISO (ISO 14000)
Presidente, Conselho Técnico da ABNT
Presidente, Conselho Empresarial de Meio Ambiente da ACRJ
Professor de Engenharia Ambiental, Escola Politécnica da UFRJ
Coordenador, Curso de Pós Graduação em Gestão Ambiental da EP/UFRJ

PRH41 – ANP/MCTi
Programa de Engenharia Ambiental na Indústria do Petróleo, Gás e
Biocombustíveis.
Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2014
B
Desde o surgimento da espécie

humana: utilizávamos a energia vinda

do sol, através da fotossíntese.

Energia: limitava o homem e seu

poder de usar os recursos naturais.


1712:
Thomas Newcomen
desenvolveu a primeira
máquina a vapor,
gerado pela queima de
carvão mineral.

Potência: 500 cavalos.


O domínio do fogo, a agricultura e a
máquina a vapor: grande aumento
do poder da espécie humana sobre
a natureza.
Crescimento econômico atual:
baseado na energia abundante e
barata dos combustíveis fósseis
(dádiva que herdamos da natureza).
Humanidade: modificou seu padrão de vida,
desenvolvendo tecnologia para viver mais e melhor, e
aumentando seu consumo de energia.
Época Média diária Fonte
(kilocalorias/dia)
Humanos primitivos 2.000 Alimento consumido
Primeiros agricultores 12.000 Fogo (madeira): cozimento e
aquecimento. Tração animal: plantio.
1850: EUA, Inglaterra 60.000 Revolução Industrial (carvão mineral)
Atualmente 125.000 Combustíveis fósseis (mais petróleo e
gás)

Primeiro poço de petróleo: perfurado em 1869.


Tecnologias desenvolvidas para destilação e refino do
petróleo: gasolina, óleo combustível, óleo diesel.
Gás natural passou a ser usado como combustível.
População: de 1 bilhão em 1802,
para 7 bilhões em 2011;

Economia mundial: cresceu 90


vezes neste período.
Consequência do uso dos combustíveis fósseis.

Jeffrey Sachs
Inversão térmica – Londres, 1952

Imagens de Londres sob densa poluição atmosférica em 5/12/1952,


publicadas em "The London Smog Disaster of 1952”.
Primavera Silenciosa
Rachel Carson, 1962

Morte dos pássaros pela


utilização do DDT na
agricultura.

Motivou a proibição do uso do


DDT nos Estados Unidos e em
outros países.
Estocolmo 1972
Presidente da Conferência, Ingemund Bengtsson, e o Secretario
Geral da Conferencia, Maurice Strong, no fim do encontro de 1972.
Comissão Mundial Independente sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento:
Criada em 1983 pelas Nações Unidas, presidida pela
ex-Primeira Ministra da Noruega, Gro Brundtland.
Século XXI: Problemas globais
que teremos que enfrentar
Escassez
de
Água

Aquecimento
Global

Energia
Esgotamento do petróleo
Desenvolvimento
Sustentável

Atende às necessidades do presente, sem


comprometer a possibilidade das
gerações futuras atenderem às suas
próprias necessidades.
Relatório da Comissão Brundtland, “Nosso Futuro Comum”, 1987
Presença de 112 chefes de Estado, 10.000 delegados,
1400 ONGs e aproximadamente 9000 jornalistas.
Biosfera
Energia
Solar
Recursos Naturais Renováveis

Fotossíntese – Energia Química

Recursos Naturais
Não - Renováveis
Materiais e Combustíveis
Fósseis
Produção de
bens e serviços

Resíduos Energia Degradada


e Poluição (calor)

Solo, Água e Ar

Perda de calor
Três Grandes Desafios
para a Sustentabilidade

Garantir a
disponibilidade de
recursos naturais
(renováveis e não renováveis)

Primeiro Relatório do Clube de Roma: Limites do Crescimento, 1971


Três Grandes Desafios
para a Sustentabilidade

Não ultrapassar os
limites da Biosfera
para assimilar
resíduos e poluição
Relatório Além dos Limites, 1992
Três Grandes Desafios
para a Sustentabilidade

Reduzir a
pobreza
no mundo
França intercepta 300 imigrantes ilegais no Mediterrâneo – 22/09/2008.
Desenvolvimento Sustentável

- Respeita a capacidade de suporte da


biosfera (disponibilidade de recursos
naturais e capacidade da Biosfera
para absorver resíduos e poluição).

- Contribui para redução da pobreza.


Desenvolvimento Sustentável
Algumas ações importantes:

1) Estabilizar a população mundial


2050: deverá atingir 9 bilhões (quase todo crescimento nos
países em desenvolvimento)
2) Melhorar a educação

1) ajuda a reduzir o crescimento

populacional (experiência ONU);

2) possibilita adoção (pelos políticos) de


medidas de longo prazo que impõem
sacrifícios de curto prazo.
3. Tecnologias mais eficientes
Tecnologias que aumentem a eficiência do uso de
energia, reduzam o consumo de recursos naturais e
gerem menos resíduos e poluição.

- Tecnologias industriais mais limpas;


- Sistemas de Gestão Ambiental (ISO 14001);
- Construção sustentável (green building);
- Biotecnologia;
- “Smart Grid”;
- Energias renováveis.
4) Adotar novo índice de desenvolvimento (substituir o PIB)
IDH: associa ao PIB expectativa de vida, grau de
alfabetização e mortalidade infantil (www.pnud.org.br)
5) Reformar o sistema tributário:
colocar a economia a favor da
sustentabilidade.

Taxar mais o que se quer reduzir


(poluição e uso de recursos naturais
escassos) e menos o que se quer
aumentar (emprego e renda).

- Noruega 1994: aumentou taxa sobre


emissão de CO2 fóssil e reduziu taxa sobre
emprego.
6. Valorar os serviços prestados pelos
ecossistemas e pela biodiversidade.
2010: Ano Internacional da Biodiversidade.

Convenção das Nações Unidas sobre a


Diversidade Biológica – CDB: espécies
desaparecendo taxa mil vezes maior que seu
ritmo natural. 34 mil espécies de plantas e 5.200
de animais enfrentam a extinção, incluindo uma
em cada oito espécies de pássaros.

ONU: 2011-2020 - Década da Biodiversidade.


6) Valorar os serviços prestados pelos
ecossistemas e pela biodiversidade.

Abelhas: polinizam cerca de 75%


das espécies vegetais consumidas
pelos seres humanos e produzem
mel (alimento e cosméticos).

Estão desaparecendo em várias partes do


mundo. Valor das abelhas como
polinizadoras: US$ 8 trilhões.
(Revista Our Planet – “Biodiversity”, PNUMA, Maio de 2010)
Relatório Vision 2050 – Objetivo:

9 bilhões de habitantes, todos


vivendo bem – com alimentos
suficientes, moradia, água potável,
saneamento, mobilidade, educação e
saúde, dentro dos limites do que este
pequeno e frágil planeta pode
oferecer e renovar, cada dia.
Vision 2050
The new agenda
for business
WBCSD - 2010

Traduzido em 2011 pelo CEBDS

VISÃO 2050
Vision 2050: The new agenda for business*
Em 2050: mundo caminhando para a sustentabilidade.

Mudanças fundamentais nas estruturas de

governança, na economia, nos negócios e

no comportamento humano.

*Relatório produzido por 29 empresas do CEMDS (WBCSD),


discutido em 20 países com centenas de empresas e especialistas.
Vision 2050

“Business as usual”: não vai atingir a


sustentabilidade nem assegurar
prosperidade econômica e social.

Sustentabilidade: vai exigir mudanças


radicais, começando agora!
Visão 2050
Visão Brasil 2050

Conselho Empresarial
Brasileiro para o
Desenvolvimento
Sustentável – CEBDS

Publicado: junho de
2012 (Rio + 20).

www.cebds.org
Conclusão
Relatório Planeta Vivo 2008

“A humanidade já consome 30%


mais recursos naturais do que o
planeta é capaz de repor”.
Pegada Ecológica: mede a área e a quantidade de água
que a população de uma região precisa para produzir os
recursos que consome e para absorver seus resíduos,
usando a tecnologia disponível.

CARBON footprint
Pegada Ecológica e Biocapacidade
Brasil (hectares/per capita)
Países Credores e Devedores Ecológicos
Países Credores e Devedores Ecológicos
“A exploração de recursos naturais é tão
intensa que não podemos mais fingir que
vivemos em um ecossistema ilimitado.

Desenvolver uma economia sustentável em


uma biosfera finita exige novas maneiras de
pensar. Teorias econômicas que
funcionavam bem em um mundo vazio já não
se adéquam a um planeta lotado.”

Herman Daly, “Economia em um Mundo Lotado”, Scientific American, 2005.


Mensagem final:

Acabou a Era da Abundância,


e estamos entrando na
Era da Escassez.

Obrigado.
Haroldo Mattos de Lemos
brasilpnuma@gmail.com
www.brasilpnuma.org.br
D

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