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Bodisatva - Wikipédia, A Enciclopédia Livre
Bodisatva - Wikipédia, A Enciclopédia Livre
Anônimo: Vinte e cinco Bodhisattvas descendo do céu, Museu de Arte Kimbell, Texas. Período Kamakura, Japão
(1185–1333)
Budismo Teravada
O termo bodhisatta (pāli) foi usado por Buda no Cânone Páli para referir-se tanto em sua vida
anterior, como em sua última vida (Sidarta Gautama) como um novo homem antes de sua
iluminação, no período durante o qual ele foi trabalhar para a sua própria libertação. Durante
seus discursos ele relatava suas experiências como um jovem aspirante e regularmente
usava a frase: "Quando eu era um bodisatva não-iluminado (...)". O termo denota, portanto,
um ser que está "em direção a iluminação", em outras palavras, uma pessoa cujo objectivo é
tornar-se plenamente iluminado. No Cânone Páli, o bodisatva também é descrito como
alguém que ainda está sujeito ao nascimento, envelhecimento, enfermidade, morte, tristeza e
contaminações. Algumas das vidas anteriores de Buda como um bodisatva são destaques
no Jātaka.
— Ariyapariyesana Sutta
Enquanto Maitreya (páli: metteya) é mencionado no Cânone Pali não como um bodisatva,
mas simplesmente como o próximo Buda.
Ideal do Bodisatva
O Budismo Maaiana, por outro lado, considera o bodisatva como uma pessoa que já tem um
considerável grau de esclarecimento e procura usar sua sabedoria para ajudar outros seres
humanos a tornarem-se livres. Nesse entendimento da palavra o bodisatva é uma pessoa
sábia que usa meios hábeis para levar os outros a ver os benefícios da virtude e do cultivo
da sabedoria.
O Maaiana incentiva todos a se tornarem bodisatvas e tomar os votos. Com estes votos, faz
a promessa de trabalhar para o completo esclarecimento de todos os seres, praticando as
seis perfeições. A indelével ligação com o voto do bodisatva é o parinamana.
No Budismo Maaiana a vida neste mundo é comparada as pessoas que vivem em uma casa
que está pegando fogo. Eles tomam o mundo como realidade, realização de projectos e
prazeres do mundo sem perceberem que a casa está pegando fogo e logo vai queimar (a
inevitabilidade da morte). Um bodisatva é o único que tem vontade de libertar os seres
sencientes do samsara. Este tipo de mente é conhecida como bodhicitta. Bodisatvas tomam
os votos do bodhisattva a fim de avançar no caminho espiritual para o estado de Buda.
1. Rei - como bodisatva - aquele que aspira a tornar-se Buda logo que possível, e então
ajudar os seres sencientes em pleno desenvolvimento;
3. Pastor - como bodisatva - aquele que aspira a demora para alcançar o estado de Buda
até que todos os outros seres sencientes alcancem o estado de Buda. Bodisatvas
como: Avalokiteśvara, Śāntideva, entre outros, acredita-se que se enquadrem nesta
categoria.
A Doutrina Tibetana (como a Teravada, por motivos diferentes), reconhece apenas o primeiro
destes, considerando que os Budas que permanecem no mundo são capaz de ajudar os
outros, então não há nenhum ponto em contradição. Geshe Kelsang Gyatso observa:
“ Na realidade, o segundo e o terceiro tipo de bodichita são os desejos que são
impossíveis de cumprir, porque só é possível levar os outros a iluminação uma
vez que nós mesmos tenhamos atingido a iluminação. Portanto, o rei apenas
como bodhichitta é o real bodhichitta. Je Tsongkhapa diz que, embora os outros
Bodhisattvas desejem o que é impossível, sua atitude é sublime e inequívoca. ”
As doutrinas tradicionais da Ásia Oriental tendem a enfatizar a segunda e a terceira, a ideia
de abster-se deliberadamente de se tornar um Buda, talvez para sempre.
Dez estágios
Antes de um bodisatva chegar no primeiro fundamento, ele ou ela primeiro deve trilhar os
dois primeiros dos cinco caminhos:
1. O caminho da acumulação
2. O caminho de preparação
Os dez estágios do bodisatva que podem ser agrupados para os próximos três caminhos:
1. Muito Alegre
O primeiro estágio é Muito Alegre, uma vez que o bodisatva está exultante. Ele
abandona os três impedimentos e nasce na linhagem dos Tathagatas. Pela
maturação dessas qualidades, a perfeição da generosidade torna-se suprema; ele
ilumina, com sua vibração, uma centena de mundos e se torna um grande senhor
do universo.
2. Sem Mácula
O segundo estágio é chamado Sem Mácula porque as dez ações virtuosas do
corpo, da fala e da mente são imaculadas e ele permanece nelas de modo natural.
Pela maturação dessas qualidades, a perfeição da ética torna-se suprema; ele se
torna um monarca universal que auxilia os seres, senhor dos quatro continentes
gloriosos e das sete substâncias preciosas.
3. Brilhante
O terceiro estágio chama-se Brilhante porque surge a pacificadora luz da
sabedoria. Geram-se as concentrações e clarividências, enquanto o desejo e o ódio
são de todo extintos. Pela maturação dessas qualidades, a perfeição da paciência
torna-se suprema; extinguindo-se o desejo por completo, torna-se um grande e
sábio rei dos deuses.
4. Radiante
O quarto estágio é chamado Radiante porque surge a luz da verdadeira sabedoria,
na qual ele cultiva de modo supremo as práticas que auxiliam a iluminação. Pela
maturação dessas qualidades, ele se torna um rei dos deuses no paraíso Yama,
hábil em impedir o surgimento da concepção de que a conjunção transitória seja a
natureza intrínseca.
5. Difícil de Superar
O quinto estágio chama-se Difícil de Superar porque os perversos acham dificílimo
subjugá-lo; ele se torna capaz de conhecer os significados sutis das verdades
nobres e afins. Pela maturação dessas qualidades, ele se torna um rei dos deuses,
que habita o paraíso Tushita, supera as fontes de aflição e as opiniões de todos os
tirthikas.
6. Aproximação
O sexto estágio é chamado Aproximação porque ele se aproxima das qualidades
de um Buda; pela familiaridade com a quietude permanente e com a sabedoria
discriminativa, ele atinge a cessação e, portanto, avança na sabedoria. Pela
maturação dessas qualidades, ele se torna um rei dos deuses no paraíso
Nirmanarati. Os shravakas não podem superá-lo: ele pacifica os que têm o orgulho
da superioridade.
7. Afastado
O sétimo estágio é o Afastado porque o número de suas qualidades aumentou e
em qualquer momento ele pode adentrar o equilíbrio da cessação. Pela maturação
dessas qualidades, ele se torna um senhor dos deuses no paraíso
Paranirmitavasavartin, torna-se um grande mestre de mestres porque conhece a
realização direta das verdades nobres.
8. Imutável
O oitavo estágio é chamado Imutável, o estágio vigoroso; devido à sua não-
conceitualidade, ele é imóvel e as esferas de atividade de seu corpo, fala e mente
são inconcebíveis. Pela maturação dessas qualidades, ele se torna um Brahma,
senhor de mil mundos; arhats, pratyeka-buddhas e afins não podem superá-lo em
elucidar o significados das doutrinas.
9. Inteligência Perfeita
O nono estágio é chamado Inteligência Perfeita; como um regente, ele atingiu a
realização individual correta e, portanto, tem inteligência perfeita. Pela maturação
dessas qualidades, ele se torna um Brahma que é senhor de um milhão de mundos;
os arhats e afins não podem superá-lo em responder às questões dos
pensamentos dos seres sencientes.
10. Nuvem do Dharma
O décimo estágio é a Nuvem do Dharma porque cai a chuva da doutrina excelente;
o bodisatva é consagrado com luz pelos Budas. Pela maturação dessas
qualidades, ele se torna um senhor dos deuses de Morada Pura, ele é um grande
soberano supremo, senhor da esfera da sabedoria infinita.
Após os dez bhūmis, de acordo com o Budismo Maaiana, a pessoa atinge a iluminação
completa e torna-se um Buda.
Escolas/Doutrinas
Alguns sutras dizem que um novato levaria 03–22 éons imensuráveis (mahāsaṃkhyeya
kalpas) para se tornar um Buda.[8][9][10] No Budismo Terra Pura, de acordo com as escrituras,
um bhikkhu chamado Dharmakara fez 48 votos diante de Lokeshvara-raja, o 53° Buda. Este
bhikkhu se tornaria o dhyani-buddha Amitabha ("o buddha da vida e luz infinitas", chin.: O-mi-
t'o, jap.: Amida), que então assumiu o compromisso de salvar todos os seres sencientes e de
levá-los a uma Terra Pura (sânsc.: buddha-kshetra, chin.: ching-t'u, jap.: jôdo) localizada no
ocidente.[11] As escolas Tiantai, Huayan, Zen e Vajrayāna ensinam maneiras de atingir o
estado de Buda dentro de um ciclo kármico.[12][13]
Bodhisattva Kuan Yin dos Mil Braços, imagem do mosteiro de Shuanglin Si.
Várias tradições no budismo acreditam em certos bodisatvas específicos. Alguns bodisatvas
aparecem em tradições, mas devido às barreiras linguísticas podem ser vistos como
entidades separadas. Por exemplo, os budistas tibetanos acreditam em diversas formas de
Chenrezig, que em sânscrito é Avalokiteśvara, Guanyin (outras grafias: Kwan Yin, Kuan-yin)
na China e na Coreia, Quan Am no Vietnã, e Kannon (pronuncia-se: Kwannon) no Japão. Jizo
ou Ti Tsang é outro bodisatva popular no Japão e na China (Kṣitigarbha em sânscrito). Jizo é
conhecido por ajudar aqueles que estão perdidos. Seu maior voto de compaixão:
“ Se eu não for para o inferno para ajudar os seres que sofrem lá, quem mais irá?
(...) Se o inferno não for vazio não vou me tornar um Buda. Somente quando
todos os seres vivos forem salvos, vou alcançar o Bodhi. ”
Muitos seguidores do budismo tibetano consideram os Dalai Lamas e os Karmapas a
mesma emanação do bodisatva Chenrezig, o bodisatva da Compaixão.
Importantes Bodisatvas
Avalokiteśvara
Mañjuśrī
Samantabhadra
Kṣitigarbha
Maitreya
Vajrapāṇi
Sadāparibhūta
Guan Yin
Ensinamento
Pollock (2005): p. 43) fornece uma história sugestiva de ensino que descreve a natureza "de
um bodisatva" e menciona a deambulação (tibetano: skor-ba):[14]
Votos do Bodisatva
Vegetarianismo no budismo
Cerimônias budistas
Notas
Referências
1. The Bodhisattva Vow: A Practical Guide to Helping Others, page 1, Tharpa Publications
(2nd. ed., 1995) ISBN 978-0-948006-50-0
大圆满心性休息颂» (http://www.chandao.com/zangchuanfojiao/35/43381.htm)
6. « (em
chinês). 27 de Março de 2008. Consultado em 8 de Outubro de 2010
三大阿僧祇劫» (http://www.chinawts.com/list/budedu1/082718255.htm)
8. « (em chinês).
24 de Fevereiro de 2006. Consultado em 8 de Outubro de 2010
成佛的目的是到每一個世界去度眾生.» (http://aaa.org.tw/Chen_voice/)
9. « (PDF) (em
chinês). Amala Association. Consultado em 8 de Outubro de 2010. Cópia arquivada (PDF)
em 13 de Março de 2009 (http://aaa.org.tw/Chen_voice/a_2008_11_25.pdf)
即身成就與三大阿僧祇劫之修行» (http://www.hwayue.org.tw/lama/question4_08.htm)
10. «
(em chinês). Consultado em 8 de Outubro de 2010
顯教與密教» (http://www.bukon.idv.tw/mantra/b11.htm)
12. « . Budismo esotérico e
exotérico (em chinês). Consultado em 8 de Outubro de 2010
「無諍之辯」導讀» (http://www.yinshun.org/Enlightenment/1997/1997oct/1999oct1.h
13. «
tm) (em chinês). Consultado em 8 de Outubro de 2010
14. J. Pollock, Neal. «Practices Supporting Dzogchen - The Great Perfection of Tibetan
Buddhism» (http://www.rosecroixjournal.org) (PDF). Práticas que apóiam Dzogchen: A
Grande Perfeição do Budismo Tibetano (em inglês). Volume Dois do Rose+Croix Journal.
p. 43. Consultado em 8 de Janeiro de 2009. Cópia arquivada (PDF) em 6 de Agosto de
2008 (http://www.rosecroixjournal.org/issues/2005/articles/vol2_41_62_pollock.pdf)
Bibliografia
Gampopa (1998). The jewel ornament of liberation. the wish-fulfilling gem of the noble
teachings (em inglês). Canadá: Snow Lion Publications. 476 páginas. ISBN 1-55939-092-1
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