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TÉCNICAS FARMACÊUTICAS E DESENVOLVIMENTO DE FORMAS NUTRICIONAIS - Final
TÉCNICAS FARMACÊUTICAS E DESENVOLVIMENTO DE FORMAS NUTRICIONAIS - Final
Desenvolvimento de
Formas Nutricionais
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS.......................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
DEFINIÇÕES E CONCEITOS....................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
CLASSIFICAÇÕES.................................................................................................................... 14
CAPÍTULO 3
ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS E FARMACODINÂMICOS....................................................... 17
UNIDADE II
TÉCNICAS FARMACÊUTICAS................................................................................................................. 32
CAPÍTULO 1
FORMAS FARMACÊUTICAS...................................................................................................... 32
CAPÍTULO 2
DESENVOLVIMENTO DE FORMAS NUTRICIONAIS....................................................................... 43
CAPÍTULO 3
NUTRACÊUTICOS..................................................................................................................... 52
UNIDADE III
ASPECTOS TOXICOLÓGICOS................................................................................................................ 54
CAPÍTULO 1
TOXICOLOGIA DE NUTRIENTES................................................................................................. 54
UNIDADE IV
ASPECTOS LEGAIS................................................................................................................................ 62
CAPÍTULO 1
LEGISLAÇÃO E ROTULAGEM DE PRODUTOS............................................................................. 62
REFERÊNCIA..................................................................................................................................... 68
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
5
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
6
Introdução
Com o avanço da Ciência da Nutrição, hoje, muito se sabe sobre a ação dos nutrientes
no organismo e a sua necessidade diária para que o organismo apresente suas funções
fisiológicas normais. A maioria dos indivíduos não ingere os nutrientes necessários
devido a motivos diversos como falta de acesso a uma alimentação mais saudável
devido à baixa renda ou ingestão de alimentos pobres em nutrientes. Assim, a ciência
foi buscando formas de incorporar alguns nutrientes na alimentação e através da
legislação as indústrias foram obrigadas a adicionar ácido fólico à farinha, iodo ao sal
ou enriquecer biscoitos com vitaminas.
Objetivos
»» Promover conhecimentos básicos sobre formulações farmacêuticas
direcionadas às formas nutricionais.
7
8
NUTRACÊUTICOS E UNIDADE I
FITOQUÍMICOS
CAPÍTULO 1
Definições e conceitos
9
UNIDADE I │NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS
Durante a era naturalística (400 a.C. a 1750 d.C), as pessoas não tinham conhecimentos
sobre os alimentos assim era comum a ideia dos poderes mágicos e alguns tabus eram
muito disseminados a cerca dos alimentos e ervas medicinais.
Já no período entre 1750 d.C a 1900 d.C, o conceito de nutrição começou a surgir graças
ao francês Antoine Lavoisier, considerado o pai da Nutrição, que começou a estudar a
respiração, a oxidação e a calorimetria sempre voltada aos alimentos.
A partir de 1900 d.C iniciou a Era Biológica, nessa época os nutrientes começaram a ser
estudados levando em conta o seu papel fisiológico. Inicialmente a preocupação maior
era em relação aos aspectos curativo dos alimentos, mas com o tempo foram surgindo
os estudos voltados aos aspectos preventivos.
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NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS│ UNIDADE I
Um alimento pode ser considerado funcional se for demonstrado que o mesmo pode
afetar beneficamente uma ou mais funções alvo no corpo, além de possuir os adequados
efeitos nutricionais, de maneira que seja tanto relevante para o bem-estar e a saúde
quanto para a redução do risco de uma doença. Os alimentos funcionais são alimentos
que provêm a oportunidade de combinar produtos comestíveis de alta flexibilidade
com moléculas biologicamente ativas, como estratégia para consistentemente corrigir
distúrbios metabólicos, resultando em redução dos riscos de doenças e manutenção da
saúde. Os alimentos funcionais se caracterizam por oferecer vários benefícios à saúde,
além do valor nutritivo inerente à sua composição química, podendo desempenhar um
papel potencialmente benéfico na redução do risco de doenças crônico-degenerativas
(WALZEM, 2004; ANJO, 2004; ROBERFROID, 2002; TAIPINA et al., 2002;
NEUMANN et al., 2000).
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UNIDADE I │NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS
Fitoquímicos
A fitoquímica é a ciência responsável pelo estudo dos componentes químicos dos
vegetais. Estuda cada grupo da planta, desde a estrutura química molecular até as
propriedades biológicas dos vegetais. Faz levantamentos e análises dos componentes
químicos das plantas como os princípios ativos, os odores, pigmentos entre outros.
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NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS│ UNIDADE I
Plantas transgênicas são vegetais transformados geneticamente, são plantas que tem
inserido em seu genoma, uma sequência de DNA manipulada em laboratório por
técnicas moleculares ou biotecnológicas. O DNA inserido pode ser da mesma ou de outra
espécie. Essa técnica conhecida como Técnica do DNA Recombinante possibilita o corte
e a ligação de fragmentos de DNA de uma forma altamente precisa. Particularmente,
sequências de DNA (genes) podem ser removidas de um organismo, ligadas a sequências
regulatórias e inseridas em outros organismos. A fonte desses genes pode ser qualquer
organismo vivo (microrganismo, inseto, planta, animal) e o organismo recipiente, nesse
caso específico, plantas cultivadas (NODARI; GUERRA, 2002).
Diversos genes de interesse agronômico já foram isolados como, por exemplo, o gene
que codifica uma proteína de alto valor nutricional presente na castanha do Pará, pode
ser usado para aumentar o valor nutricional de algumas culturas importantes como
feijão, soja e ervilha (GANDER; MARCELLINO, 2014).
Estima-se que mais de cem mil metabólitos secundários são produzidos pelas plantas,
geralmente em baixas quantidades. A manipulação de genes de enzimas que catalisam
os principais passos da rota de produção ou de fatores de transcrição pode aumentar
a produção desses metabólitos e tornar executável o cultivo de plantas transgênicas
com tal finalidade. Como consequência, o aumento do valor de certas espécies agrícolas
pode ser alcançado por meio de modificações genéticas, que alteram a quantidade ou
a composição de certos metabólitos, os quais são de grande importância para a saúde
humana (NODARI; GUERRA, 2002).
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CAPÍTULO 2
Classificações
Alimentos funcionais
Segundo Moraes e Colla (2006), uma grande variedade de produtos tem sido
caracterizada como alimentos funcionais, incluindo componentes que podem afetar
inúmeras funções corpóreas, relevantes tanto para o estado de bem-estar e saúde como
para a redução do risco de doenças. Essa classe de compostos pertence à Nutrição e
não à Farmacologia, merecendo uma categoria própria, que não inclua suplementos
alimentares, mas o seu papel em relação às doenças estará, na maioria dos casos,
concentrado mais na redução dos riscos do que na prevenção. Segundo os autores, os
alimentos funcionais apresentam as seguintes características:
»» devem ter efeitos positivos além do valor básico nutritivo, que pode
aumentar o bem-estar e a saúde e/ou reduzir o risco de ocorrência de
doenças, promovendo benefícios à saúde, além de aumentar a qualidade
de vida, incluindo os desempenhos físico, psicológico e comportamental;
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NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS│ UNIDADE I
»» isoflavonas;
»» carotenoides;
»» ômega-3;
»» fitoesteróis;
»» fibras;
»» probióticos;
»» prebióticos.
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UNIDADE I │NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS
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CAPÍTULO 3
Aspectos farmacocinéticos e
farmacodinâmicos
Compostos fenólicos
Os compostos fenólicos podem ser encontrados em muitas espécies vegetais e em
microrganismos que também fazem parte do metabolismo animal. Pertencem a uma
classe de compostos com estrutura química que podem ser simples ou complexas e
possuem pelo menos um anel aromático e no mínimo um hidrogênio é substituído por
um grupamento hidroxila. Os animais são incapazes de sintetizar o anel aromático, e os
compostos fenólicos são produzidos a partir do anel benzênico de substâncias presentes
na dieta alimentar. Já os vegetais e a maioria dos microrganismos têm a capacidade
de sintetizar o anel benzênico, e, a partir dele, principalmente, compostos fenólicos.
Entre os compostos fenólicos pertencentes ao metabolismo secundário dos vegetais são
encontradas estruturas tão variadas quanto a dos ácidos fenólicos, dos derivados da
cumarina, dos pigmentos hidrossolúveis das flores, dos frutos e das folhas. Além disso,
essa classe de compostos abrange as ligninas e os taninos, polímeros com importantes
funções nos vegetais. Ainda, estruturas fenólicas são encontradas fazendo parte de
proteínas, alcaloides e terpenoides (CARVALHO; GOSMANN; SCHENKEL, 2002).
Flavonoides
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UNIDADE I │NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS
Antocianidinas
O termo antocianina, derivado do grego de flor e azul (anthos = flores; kianos = azul),
foi inventado por Marquart em 1853 para se referir aos pigmentos azuis das flores.
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NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS│ UNIDADE I
Mas com o passar do tempo, foi demonstrado que não apenas a cor azul, mas também
várias outras cores observadas em flores, frutos, folhas, caules e raízes são atribuídas
a pigmentos quimicamente similares aos que deram origem ao “flor azul” (MARÇO;
POPPI, 2008).
Pigmentos antociânicos são responsáveis pela cor vermelha de sucos de frutas, de vinhos
e doces de confeitaria. São considerados como aditivos eficazes e seguros na indústria
alimentar, não sendo empregados em grande escala em razão de sua instabilidade
decorrente de diferentes fatores físicos como luz e pH, dificuldades de purificação e
síntese, e as possíveis reações com o dióxido de enxofre, muito empregado como
conservante de alimentos. Também possuem algum interesse farmacológico resultante
de suas atividades anti-inflamatórias e antiedematogênicas (ZUANAZZI, 2002).
Isoflavonoides
As isoflavonas são uma subclasse dos flavonoides e têm uma distribuição extremamente
limitada na natureza. Os isoflavonoides são de ocorrência exclusiva das Fabaceae.
Apesar dessa restrição a uma só família botânica, essa classe apresenta uma diversidade
estrutural importante como isoflavonas, isoflavanonas, isoflavenos, aril-3-cumarinas
entre outras. A isoflavona, particularmente, possui uma forma bioativa encontrada em
poucos vegetais de consumo humano, sendo a soja a maior fonte. São conhecidas como
fitoestrógenos (SALGADO, 2001).
»» estrógenos e antiestrógenos;
»» antioxidantes.
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UNIDADE I │NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS
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NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS│ UNIDADE I
A EGCG compõe cerca de 50 a 60% das catequinas do chá verde correspondendo a cerca
de 200-300mg por xícara. Existem também outros monômeros das catequinas que se
apresentam em menores quantidades: galatocatequina galato (GCG), galocatequina
(GC), catequina galato (CG) e catequina (C). Os outros componentes incluem:
flavonoides como kaempferol, quercetina e miricetina; os aminoácidos derivados de
teaninas; os alcaloides: xantinas como cafeínas, teofilina e teobromina; saponinas ou
seja cerca de 30 substâncias adicionais. Além disso, o chá verde deve conter traços de
pesticidas como organoclorados, organofosforados e piretrinas.
Segundo estudos in vivo e in vitro, antioxidantes, como o EGCG, presente no chá verde,
podem reduzir o risco de obesidade e as consequências do estado de sobrepeso. Dentre
os benefícios das catequinas estão prevenção do câncer e de doenças cardiovasculares,
redução da colesterolemia, efeitos protetores contra danos ao fígado e estresse oxidativo,
atividade antimutagênica, antitumoral, efeitos anti-inflamatórios, antiarrítmicos,
antibacterianos, antivirais e neuroprotetor e melhora da tolerância à glicose. Muitos
desses efeitos benéficos do chá verde têm sido atribuídos a sua catequina mais
abundante, a EGCG.
Tem sido mostrado que as catequinas do chá verde reduzem a atividade da alfa-amilase
e da sacarose em intestino de ratos. Assim, vários estudos in vitro sugerem que as
catequinas do chá verde podem reduzir a absorção de glicose pela inibição de enzimas
gastrointestinais envolvidas na digestão de nutrientes. Além disso, estudos em animais
mostraram que o chá verde modula o sistema de captação de glicose no tecido adiposo
e no músculo esquelético e suprime a expressão e/ou ativação de fatores de transcrição
relacionados à adipogênese, como os possíveis mecanismos de ação antiobesidade.
O chá verde reduziu significativamente a captação de glicose acompanhado por uma
diminuição na translocação dos transportadores de glicose 4 (GLUT4) no tecido
adiposo, ao mesmo tempo que estimularam significativamente a absorção de glicose
com translocação de GLUT4 no músculo esquelético.
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UNIDADE I │NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS
67-kDa, ser encontrado tanto em células cancerosas como em células normais, conclui-
se que EGCG possui numerosas ações.
O tratamento com EGCG inibiu a produção de IL-6 induzidas por IL-1β e diminuiu a
expressão da proteína gp130 de membrana que se liga ao receptor de IL-6 e produz a
transdução de sinal.
Tem sido observado que a EGCG reduz o estresse oxidativo, inativa NF-κB e eleva a
concentração sérica de adiponectina. Estudos recentes demonstraram que a expressão
proteica de NFκB é reduzida em células tratadas com EGCG. EGCG inibiu a ligação
de NF-κB ao DNA induzido por TPA (um agente tóxico) em pele de camundongo. A
inativação de NF-κB pela EGCG foi relatado ser mediado pela supressão da fosforilação
e subsequente degradação de IκBα, evitando a translocalização nuclear da subunidade
p65. Entretanto, a modulação da atividade transcricional de NF-κB pela EGCG não
depende unicamente da degradação de IκBα e subsequentemente liberação da
subunidade NF-κB, como demonstrado por pesquisadores. EGCG inibi a fosforilação
de IκBα induzida por lipopolissacarideos sem afetar a atividade luciferase de NF-
κB em células de câncer de cólon humano (HT-29). Além disso, a interferência com
a sinalização de IKK-IKB, a supressão da transdução de sinal mediada por MAPKs e
PI3K-Akt pela EGCG tem implicado na inativação de NF-κB e supressão da indução de
COX-2.
Muitos trabalhos relatam a ação da EGCG, como um agente promotor anti-tumor. Essa
catequina suprimiu a ação maligna de TPA (12-O-tetradecanoylphorbol-13-acetate) em
células JB6 epidermais de camundongos através da inativação de AP-1 ou atividade de
NF-κB. Em contrapartida, a administração oral de EGCG não afetou a ligação de AP-1
ao DNA induzido por TPA, mas inibiu a ativação de NF-κB, bloqueando a degradação
de IκBα na pele de camundongos.
Estudo recente revelou que EGCG estimula a secreção de adiponectina (adipocina anti-
inflamatória) e reduz TLR-4 (receptor ativado por patógenos) em adipócitos, sugerindo,
portanto, que a EGCG tem efeito anti-inflamatório. Adicionalmente, os resultados
deste estudo também demonstram efeito dose-dependente sobre a expressão proteica
de TNFR1 (receptor da via inflamatória), o que indica que em doses elevadas essa
catequina pode desencadear efeito pró-inflamatório (SILVA, 2013).
Taninos
São substâncias fenólicas solúveis com massa molecular entre 500 e cerca de 3000
daltons, que apresentam a habilidade de formar complexos insolúveis em água com
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NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS│ UNIDADE I
Saponinas
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UNIDADE I │NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS
Ação expectorante:
Como diurética:
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NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS│ UNIDADE I
Resveratrol
O Resveratrol é uma substância encontrada na pele da uva vermelha. As fontes mais
abundantes são as uvas Vitis vinífera, V. Labrusca, V. muscadine que são usadas na
fabricação de vinhos. É encontrada nas videiras, nas raízes, sementes e talos, mas a
concentração maior está na película das uvas, que contém entre 50 e 100 microgramas
por grama.
Para saber mais sobre os efeitos benéficos do vinho, bebida que contém altas
concentrações de resveratrol, leia o artigo:
25
UNIDADE I │NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS
Carotenoides
Em 1929, as obras de von Euler, Karrer e Moore demonstraram a relação entre os
carotenoides e a vitamina A, revelando o seu valor nutritivo. A partir de então, o interesse
nesses compostos tem crescido e, graças ao contínuo desenvolvimento de técnicas
analíticas, o conhecimento do número de carotenoides que ocorrem naturalmente
também aumentou, hoje mais de 650 são conhecidos (PINTO, 2010).
Apesar dos carotenoides serem abundantes nos alimentos, apenas uma pequena parte
é consumida em quantidades significantes. A maioria dos carotenoides são originados
de alimentos vegetais, embora possam ser encontrados em alimentos de origem animal
como ovos, leite, queijos, vísceras e alimentos processados, onde são adicionados para
colorir alimentos. As fontes vegetais dos carotenoides são: cenoura, manga, abóbora,
milho amarelo, páprica, mamão, açafrão, urucum, pimenta vermelha, tomate, melancia
entre outros (PIMENTEL; FRANCKI; GOLLUCKE, 2005).
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NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS│ UNIDADE I
das lipases produz ácidos graxos livres que são incorporados a uma
micela mista. Fatores que dificultam a absorção de gorduras, como a
presença de fibras solúveis, podem também reduzir a taxa de absorção
de carotenoides. Doenças que prejudicam a absorção de lipídios como a
fibrose cística, doença celíaca e deficiência de vitamina A podem também
prejudicar a absorção de carotenoides, resultando em um baixo nível
destes compostos no plasma. O uso de medicamentos que impedem a
absorção de gordura como o Orlistate (Xenical) também podem prejudicar
a absorção dessa vitamina.
Licopeno e Betacaroteno
Licopeno
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UNIDADE I │NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS
Betacaroteno
Leia mais sobre o betacaroteno e seus efeitos benéficos à saúde no artigo: NAVES,
M.M.V. Beta-caroteno e câncer. Revista de Nutrição, v.11, no 2, p. 99-115, 1998.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rn/v11n2/a01v11n2.pdf>.
As fibras solúveis são abundantes na aveia, nos legumes e nas frutas, já a fibra insolúvel,
que se encontra nos vegetais e grãos integrais, proporcionam volume às fezes. O
amolecimento e o volume das fezes ajudam a prevenir a constipação, alguns tipos de
diarreia e os sintomas do intestino irritável. Essas ações diminuem também a pressão no
trato intestinal, reduzindo o risco de hemorroidas e doença diverticular, um transtorno
no qual se formam bolsas na parede intestinal.
A fibra tem outros benefícios, há evidências de que a fibra solúvel pode diminuir o
colesterol, aumentando a quantidade de ácidos biliares excretados nas fezes. Para
elaborar mais ácidos biliares, o fígado extrai mais colesterol do sangue. A fibra pode
melhorar também o controle do diabetes, tornando mais lenta a liberação de açúcar
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NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS│ UNIDADE I
no sangue. Esse efeito se deve tanto as fibras em si como também ao fato das dietas
ricas em fibras geralmente serem baixas em gorduras e conter outros nutrientes que
podem afetar o metabolismo do açúcar. Também existem diversos estudos mostrando
os benefícios das fibras na prevenção do câncer. Os estudos sugerem que as dietas ricas
em fibras protegem contra o câncer de cólon e de mama (KING, 2003).
29
UNIDADE I │NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS
concentrar-se de maneira intensiva nos aditivos alimentares que podem exercer efeito
benéfico sobre a composição da microbiota intestinal (ZIEMER, GIBSON, 1998). Os
prebióticos e os probióticos são atualmente os aditivos alimentares que compõem esses
alimentos funcionais (Figura 3).
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NUTRACÊUTICOS E FITOQUÍMICOS│ UNIDADE I
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TÉCNICAS UNIDADE II
FARMACÊUTICAS
CAPÍTULO 1
Formas farmacêuticas
Farmacopéias brasileiras:
32
TÉCNICAS FARMACÊUTICAS│UNIDADE II
Alguns outros termos são muito utilizados, mas grande parte das pessoas não
compreende o seu significado. É muito comum falar em medicamento de referência
ou inovador, medicamento genérico e medicamento similar e quando se questiona
sobre os medicamentos genéricos, a explicação convencional é que é um medicamento
que precisa passar por testes de biodisponibilidade e bioequivalência. A seguir vamos
compreender melhor esses termos.
34
TÉCNICAS FARMACÊUTICAS│UNIDADE II
Dose
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UNIDADE II │TÉCNICAS FARMACÊUTICAS
Índice terapêutico
36
TÉCNICAS FARMACÊUTICAS│UNIDADE II
Assim, espera-se que um fármaco com índice terapêutico de 15 tenha maior margem de
segurança do que aquele com índice terapêutico de 5. Para determinados fármacos, o
índice terapêutico pode ser tão baixo quanto 2, e cuidados extremos devem ser tomados
na sua administração (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2007). Na tabela abaixo, o
índice terapêutico são apresentados.
Formas farmacêuticas
A forma farmacêutica é a maneira como se apresenta um medicamento pronto
para ser administrado. Essa forma deve garantir estabilidade, ação farmacológica e
compatibilidade de formulação. É o estado final que as substâncias medicamentosas
se apresentam depois de submetidas a uma ou mais operações farmacêuticas, com o
fim de facilitar a administração e se obter o efeito desejado. As formas farmacêuticas
podem ser sólidas, líquidas, pastosas ou gasosas como pode ser visto na tabela abaixo.
37
UNIDADE II │TÉCNICAS FARMACÊUTICAS
Formas sólidas
Pós
O termo pó tem mais de uma conotação em farmácia. Ele pode ser usado para descrever
a forma física de um material, ou seja, uma substância seca constituída de partículas
finamente divididas, ou pode ser usado para descrever um tipo de preparação
farmacêutica, isto é, um pó medicamentoso destinado ao uso interno como, por
exemplo, pó oral ou externo como pó tópico. Os pós são misturas íntimas de fármacos
secos, finamente divididos e/ou substâncias químicas que podem ser destinadas ao uso
interno ou externo (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2007).
Assim, os pós são tanto um princípio ativo como uma forma farmacêutica pronta para
uso. Suas principais vantagens são:
»» ausência de água;
»» facilidade de embalagem;
»» facilidade de absorção;
Granulados
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TÉCNICAS FARMACÊUTICAS│UNIDADE II
são mais estéticos do que os pós e mais agradáveis de ingerir, não aderem entre si e
podem ser revestidos. Por outro lado, são mais suscetíveis ao calor e à umidade do que
os comprimidos.
Comprimidos
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UNIDADE II │TÉCNICAS FARMACÊUTICAS
Drágeas
A drágea é uma forma farmacêutica cujo princípio ativo fica envolvido por um
revestimento de açúcar e corante. Contêm um núcleo com o medicamento, revestido
por uma solução de queratina (goma-laca), açúcar e corante. Enquanto a maioria dos
comprimidos se dissolve no estômago, as drágeas têm liberação entérica, isto é, liberam
o princípio ativo no intestino.
»» facilita a deglutição.
40
TÉCNICAS FARMACÊUTICAS│UNIDADE II
»» difícil preparação.
Cápsulas
»» facilita a deglutição;
»» precisão de dosagem;
»» fácil administração.
As cápsulas podem ser classificadas como moles ou duras. As moles podem receber o
nome de glóbulos, pérolas ou capsulinas. São utilizadas para acondicionar líquidos com
volume de 0,25ml até 5ml. As duras são constituídas de gelatina, corantes, antioxidantes
e agentes opacos, apresentam entre 8 e 16% de água. Tem formato cilíndrico,
arredondado nas extremidades e são formadas de duas partes: corpo e cabeça, capa
e tampa ou corpo e gorro. São usadas para fármacos sólidos e o enchimento pode ser
manual ou industrial.
41
UNIDADE II │TÉCNICAS FARMACÊUTICAS
Formas líquidas
Elixir
Forma farmacêutica para uso oral que contêm no mínimo 20% de álcool e 20% de açúcar.
Deve ser usado para ativos solúveis em água e álcool, não podendo ser acrescentadas
gomas.
Suspensão
É uma forma farmacêutica líquida constituída de duas fases: uma interna (sólida,
insolúvel, descontínua ou dispersa) e outra externa, líquida (contínua). A fase sólida
fica precipitada e ao administrar a suspensão, deve-se agitar o frasco para solubilizar
a mistura. É uma forma líquida que pode ser empregada para ativos insolúveis em
veículos usados normalmente.
Solução oral
As soluções são misturas homogêneas de dois ou mais componentes, o solvente é a água
e o soluto ou dissolvido é a substância ativa com interesse nutricional. É uma forma que
permite uma flexibilidade de dosagem, de fácil administração e rápida absorção, mas
pode ser difícil mascarar o sabor ou odor desagradável do ativo e pode ser facilmente
contaminado.
Emulsões
As emulsões são formas farmacêuticas líquidas de aspecto leitoso ou cremoso,
resultantes da dispersão de um líquido em outro, no qual é imiscível, mas graças a um
agente emulsificante ocorre a homogeneização das fases. Uma fase é oleosa e outra
aquosa.
42
CAPÍTULO 2
Desenvolvimento de formas nutricionais
Fitoterapia
Os fitoterápicos não são utilizados apenas na forma de chás, mas atualmente é muito
frequente o uso através de diversas formas farmacêuticas como, por exemplo, comprimidos,
cápsulas, supositórios, óvulos.
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UNIDADE II │TÉCNICAS FARMACÊUTICAS
Chá: a forma fitoterápica líquida mais conhecida é o chá que pode ser preparado pelos
métodos de infusão, decocção e maceração.
Tintura: outra forma fitoterápica muito utilizada que pode ser preparada por
maceração ou percolação, mas nesse caso, utiliza-se como líquido de extração o álcool
de cereais. A diferença entre maceração e percolação é que a percolação é realizada
através de um percolador.
Xarope: possui veículo preparado à base de açúcar ou mel. Usado para melhorar e
disfarçar o sabor das ervas ou princípios ativos. Muito utilizado para administração de
fitoterápicos em crianças.
Mas para atender aqueles pacientes que possuem restrições a derivados de carne,
por motivos diversos, existe a opção de usar cápsulas vegetais nos medicamentos
manipulados. Elas são feitas a partir de um derivado de fibras de celulose chamada
hidroxipropilmetilcelulose (HPMC).
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TÉCNICAS FARMACÊUTICAS│UNIDADE II
As cápsulas duras são usadas para encapsular pós ou grânulos enquanto que as moles
(que se deformam facilmente) são usadas geralmente para encapsular líquidos como
os óleos de gérmen de trigo, de fígado de bacalhau e de lúpulo, as vitaminas, minerais
e oligoelementos.
Existem os pós simples que são constituídos por um tipo de substância e os pós
compostos que resultam da mistura de dois ou mais pós simples.
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UNIDADE II │TÉCNICAS FARMACÊUTICAS
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TÉCNICAS FARMACÊUTICAS│UNIDADE II
Shake 2 – Antienvelhecimento.
47
UNIDADE II │TÉCNICAS FARMACÊUTICAS
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TÉCNICAS FARMACÊUTICAS│UNIDADE II
I. Gomas mastigáveis
Eurol BT ------------------------------------ 2 ml
São formas sólidas que desintegram ou dissolvem lentamente na boca. Pode apresentar
um ou mais ativos de ação local ou sistêmica, veiculados em base flavorizada e
edulcorada, moldada e comprimida. Apresenta desintegração lenta e uniforme, tem
sabor agradável, requer alta temperatura para preparo, é como preparar balas.
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UNIDADE II │TÉCNICAS FARMACÊUTICAS
III. Pirulito
I. Soluções
50
TÉCNICAS FARMACÊUTICAS│UNIDADE II
Essas bebidas podem conter uma mistura de proteínas, gorduras, carboidratos e fibras
solúveis e insolúveis. Todos esses constituintes possuem propriedades físico-químicas
diferentes, assim essas bebidas podem conter sólidos dissolvidos ou suspensos em água,
em emulsão numa dispersão coloidal; a utilidade das proteínas depende da solubilidade
em água, assim, bastante dependente do valor de pH. Em alguns casos, pH reduzidos
podem modificar o aroma e a função das proteínas positiva ou negativamente. As
bebidas prontas para beber requerem mais cuidado com a solubilidade do que aquelas
produzidas a partir de misturas de pós secos (PINTO, 2010).
51
CAPÍTULO 3
Nutracêuticos
Introdução
Para preparação de um nutracêutico ou de um alimento funcional é necessário a
realização sequencial das etapas de: identificação da substância com interesse nutritivo,
a extração total ou parcial da matriz em que ocorre naturalmente, o seu isolamento
quando necessário, a inclusão num suporte que seja simultaneamente utilizável pelo
paciente, proporcionando as condições para que o novo produto tenha uma estabilidade
longa o suficiente e que permita a utilização por um longo período. Isto é, deve ser
preparado de forma que mantenha a qualidade por muito tempo (PINTO, 2010).
As formas farmacêuticas mais comuns são as soluções que podem ser soluções aquosas,
simples ou extrativas obtidas por maceração, infusão ou decocção para administração de
substâncias solúveis em água; emulsões para administração de substâncias lipossolúveis
e a suspensão é utilizada quando a substância não se dissolve completamente na água.
As formas sólidas também têm sido muito empregadas, já que são formas práticas de
administração.
52
TÉCNICAS FARMACÊUTICAS│UNIDADE II
Secagem
Várias técnicas podem ser empregadas para secagem, a mais simples é a secagem
por exposição ao ar, mas dessa forma pode acontecer a contaminação por poeiras
e insetos, então o mais recomendado seria a secagem em estufa com temperatura e
umidade controlada. A liofilização é outra técnica de secagem especializada que se
baseia na sublimação da água. Esse processo de secagem é vantajoso, pois pode ser
empregado em materiais sensíveis. No final o produto obtido possui entre 1 e 5% de
água residual, o que o torna muito higroscópico, segundo Pinto (2010) o resíduo (o
pó seco) deve ser acondicionado em recipiente bem selado e, no caso de se tratar de
substâncias termolábeis (sensíveis ao calor), deve ser conservado ao abrigo da luz e a
baixas temperaturas.
Extração
A extração de substâncias ativas com valor nutritivo de suas matrizes naturais tem
várias finalidades como, por exemplo, eliminar substâncias pouco interessantes
nutricionalmente ou que dificultem o seu processamento. Também se pode obter uma
concentração maior de substâncias ativas dessa maneira. Geralmente os métodos
tradicionais de extração utilizam solventes que geralmente são hidrofóbicos e por
motivos toxicológicos e econômicos têm sido substituídos ou utiliza-se uma técnica
onde o solvente é completamente removido após a extração.
53
ASPECTOS UNIDADE III
TOXICOLÓGICOS
CAPÍTULO 1
Toxicologia de nutrientes
Toxicologia
Toxicocinética
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ASPECTOS TOXICOLÓGICOS│ UNIDADE III
Os xenobióticos são transportados pelo sangue e pela linfa para os diversos tecidos.
Portanto, a distribuição depende muito dos fluxos sanguíneos e linfáticos nos
diferentes órgãos, além de sofrer interferência de outros fatores tais como fixação às
moléculas proteicas, diferenças regionais de pH e coeficiente de partição óleo/água de
cada substância. Naturalmente, o equilíbrio de distribuição é atingido rapidamente
nos tecidos que recebem grande circulação dos fluidos (coração, cérebro, fígado) e
lentamente nos órgãos pouco irrigados (ossos, unhas, dentes). Inicialmente os órgãos
mais irrigados recebem grande quantidade de xenobiótico, mas, após algum tempo,
órgãos menos irrigados podem acumular maior quantidade do agente, desde que
possuam maior afinidade ou maior poder de retenção do que os órgãos intensamente
irrigados. É o caso, por exemplo, do chumbo que 2 horas após sua administração em
animais encontra-se 50% da dose no fígado e após 30 dias, 90% do metal permanece no
organismo, acumulado no tecido ósseo.
Os agentes tóxicos, assim como os fármacos e outras substâncias, são excretados pela
urina, bile, fezes, ar expirado, leite, suor e outras secreções, sob forma inalterada ou
modificada quimicamente. É necessário que as substâncias passem por um processo
de biotransformação para serem eliminadas do organismo, visto que a maioria dos
agentes são lipossolúveis e para melhor excreção devem estar na forma hidrossolúvel.
55
UNIDADE III │ASPECTOS TOXICOLÓGICOS
Dose
Estudos de toxicidade
56
ASPECTOS TOXICOLÓGICOS│ UNIDADE III
A lista de estudos pode variar de um país para outro, mas basicamente inclui os
seguintes tópicos:
»» Informações preliminares.
»» Toxicidade aguda.
»» Mutagênese e carcinogênese.
»» Reprodução e teratogênese.
»» Toxicocinética.
»» Sensibilidade cutânea.
»» Ecotoxicidade.
Valores de referência
A sigla IDR em português também pode ser encontrada como DRI e vem do termo em
inglês Dietary Reference Intake, são valores de recomendação de nutrientes e energia
adotados pelos Estados Unidos e Canadá que vêm sendo publicados desde 1997, na
forma de relatórios parciais elaborados por comitês de especialistas organizados por
uma parceria entre o Institute of Medicine norte-americano e a Agência Health Canadá.
Segundo Cozzolino (2009), as DRIs diferem das RDAs e das RNIs anteriores em seu
conceito, conforme descrito a seguir:
A Ingestão Diária Recomendada conhecida pela sigla DRIs, considera quatro valores
de referência de ingestão de nutrientes e possui maior abrangência que as RDAs, sendo
concebidas para substituí-las. As DRIs podem ser utilizadas para planejar dietas, definir
rotulagem e planejar programas de orientação nutricional. Para a construção de seus
limites, conforme citado, foram considerados também os dados relacionados à redução
de risco para doenças crônicas não transmissíveis, e ainda foi incluída, quando possível,
a recomendação de que a ingestão diária não deve ultrapassar um limite máximo para
evitar riscos de efeitos adversos.
58
ASPECTOS TOXICOLÓGICOS│ UNIDADE III
O que é a RDA?
59
UNIDADE III │ASPECTOS TOXICOLÓGICOS
Ingestão adequada
Conhecida pela sigla AI (Adequate Intake), é utilizada quando não há dados suficientes
para a determinação da EAR e consequentemente da RDA. Pode ser considerado um valor
estimado prévio à RDA. Baseia-se em níveis de ingestão ajustados experimentalmente
ou em aproximações da ingestão observada de nutrientes de um grupo de indivíduos
aparentemente saudáveis. Segundo Cozzolino (2009), esses valores serão reavaliados a
partir de novos estudos, que proporcionem maior grau de confiabilidade sobre aqueles.
Conhecido pela sigla UL (Tolerable Upper Intake Level) é o valor mais alto de ingestão
diária continuada de um nutriente que aparentemente não oferece risco de efeito
adverso à saúde para a maioria dos indivíduos em um determinado estágio de vida ou
gênero. O UL não é um nível de ingestão recomendado. O estabelecimento do UL surgiu
com o crescimento da prática de fortificação de alimentos e do uso de suplementos
alimentares. O UL ainda não está estabelecido para todos os nutrientes.
60
ASPECTOS TOXICOLÓGICOS│ UNIDADE III
Como não é possível fazer testes em humanos para avaliar de forma precisa nem o
verdadeiro consumo habitual nem a verdadeira necessidade do nutriente para
determinado indivíduo, mas é possível avaliar aproximadamente se a ingestão de um
indivíduo atinge as necessidades, é realizada uma avaliação que pode ser chamada
de adequação aparente. Segundo Marchione e colaboradores (2004), para avaliar a
ingestão de nutrientes é necessário inicialmente estabelecer a ingestão habitual do
indivíduo e, em seguida confrontá-la com as necessidades desse mesmo indivíduo. A
ingestão habitual pode ser definida como a média de ingestão do nutriente por um
grande período de tempo (LIU et al., 1978; TARASUK; BEATORI, 1992).
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ASPECTOS LEGAIS UNIDADE IV
CAPÍTULO 1
Legislação e rotulagem de produtos
Nos Estados Unidos, a NLEA (Rotulagem Nutricional e Educação Act) de 1990, que
entrou em vigor em 1994, determinou um rótulo padrão para os produtos alimentícios,
que deve incluir diversas informações sobre o produto. Desde janeiro de 2006, o FDA
obriga a identificação da quantidade de gordura trans nos rótulos nutricionais.
62
ASPECTOS LEGAIS│ UNIDADE IV
Decreto-Lei no 986 1969 Determina a criação de um padrão de identidade para cada tipo de alimento, sendo
obrigatório constar a sua descrição, os procedimentos de higiene e práticas de
fabricação, os aditivos permitidos e seus respectivos limites, os procedimentos de
amostragem para a sua análise, bem como a rotulagem.
Lei no 6150 1974 A iodação do sal tornou-se obrigatória.
Decreto n 75697
o
1975 Estabelece os padrões de identidade e qualidade para o sal.
Alteração da Lei no 6150. Passou a vigorar com a seguinte redação: “É proibido,
em todo o Território Nacional, expor ou entregar ao consumo direto, sal comum ou
Lei no 9005 1995
refinado que não contenha iodo nos teores estabelecidos em Portaria do Ministério
da Saúde.”.
Orienta os fabricantes de alimentos quanto aos princípios gerais de higiene a serem
Resolução no 33 da CNNPA 1977 adotados em todas as etapas, desde a obtenção da matéria-prima até a distribuição
dos alimentos. Essa publicação marcou o início da prática do controle sanitário.
Padrões de identidade e qualidade para os alimentos. Estabelece termos que devem
Resolução no 12 CNNPA 1978
constar no rótulo de alimentos embalados.
Determina a obrigatoriedade da declaração da presença de glúten nos rótulos e
Lei no 8543 1992 embalagens dos alimentos que o contém, tais como trigo, aveia, cevada, malte,
centeio e outros.
Orienta os fabricantes sobre Boas Práticas de Produção e Prestação de Serviço
e também determina como os estabelecimentos devem proceder para a criação
Portaria n 1428
o
1993
e elaboração de padrões de identidade e qualidade para produtos e serviços, e
introduziu a “Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle” (APPCC).
Cria o Programa Nacional de Controle de Deficiência de Vitamina A, sugerindo
a ingestão de megadoses de vitamina A, suplementação de alimentos com esta
Portaria no 2160 1994 vitamina ou provitamina A e promovendo campanhas de educação nutricional,
como intervenção para reduzir a incidência de hipovitaminose A no país, principal
causa de cegueira evitável.
Portaria no 326 SVS/MS 1997 Aborda novamente a questão do controle sanitário.
Correspondente à Rotulagem Nutricional e à Rotulagem Geral de Alimentos
Embalados. A Portaria no 41 tornou a rotulagem nutricional obrigatória apenas para
aqueles alimentos nos quais se quisesse ressaltar alguma propriedade nutricional.
Já a preocupação com rótulos contendo afirmações enganosas conferindo aos
Portaria no 41 e a no 42 SVS/MS 1998 alimentos efeitos benéficos sem confirmação científica, foi objeto da Portaria no
42, que estabelece que os rótulos não devem apresentar dizeres atribuindo aos
alimentos propriedades que não possuem.
Essa última foi revogada em 2002 e substituída pela RDC no 259.
Portaria n 29 SVS/MS
o
1998 Definiu e regulamentou os alimentos destinados a pessoas em condições especiais,
denominados de “Alimentos para Fins Especiais” classificando-os em:
»» Alimentos para Dietas com Restrição de Nutrientes.
»» Alimentos para Ingestão Controlada de Nutrientes.
»» Alimentos para Grupos Populacionais com Necessidades Específicas.
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UNIDADE IV │ ASPECTOS LEGAIS
»» as bebidas alcoólicas;
64
ASPECTOS LEGAIS│ UNIDADE IV
»» os vinagres;
»» café, erva mate, chá e outras ervas sem adição de outros ingredientes;
65
UNIDADE IV │ ASPECTOS LEGAIS
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Para (não) Finalizar
67
Referência
68
REFERÊNCIAS
CAVADA, G.S.; PAIVA, F.F.; HELBIG, E.; BORGES, L.R. Rotulagem nutricional: você
sabe o que está comendo? Brazilian Journal of Food Technology, v. IV SSA, p.84-
88, 2012.
DAVID, S.M.P.; DAVID, J.P.; SANTOS, V.L.C.S.; SANTOS, M.L.S.; MOTA, M.D.
Resveratrol: ações e benefícios à saúde humana. Diálogos e Ciência – Revista da
rede de ensino FTC, ano V, no 10, p. 1-11, 2007.
DI CARLO, G.; MASCOLO, N.; IZZO, A.A.; CAPASSO, F. Flavonoids: old and new
aspecto of a class of natural therapeutic drugs. Life Science, v. 65, no 4, p. 337-353,
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REFERÊNCIAS
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MELLO, J.C.P.; SANTOS, S.C. Taninos. In: SIMÕES, C.M.O.; SCHENKEL, E.P.;
GOSMANN, G.; MELLO, J.C.P.; MENTZ, L.A.; PETROVICK, P.R. Farmacognosia:
da planta ao medicamento. Florianópolis: Editora da UFSC, 2002.
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fitoterapia como prática integrativa no Sistema Único de Saúde. Revista Brasileira
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SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; ATHAYDE, M.L. Saponinas. In: SIMÕES, C.M.O.;
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Editora da UFSC, 2002.
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