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Avaliacao e Tratamento Fisioterapeutico Na DTM
Avaliacao e Tratamento Fisioterapeutico Na DTM
Fisioterapêutico
na DTM
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES........................................................................ 9
CAPÍTULO 1
ANATOMIA TEMPOROMANDIBULAR............................................................................................ 9
CAPÍTULO 2
PRINCIPAIS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES................................................................... 20
UNIDADE II
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES........................................... 32
CAPÍTULO 1
AVALIAÇÃO............................................................................................................................ 32
CAPÍTULO 2
PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS DOS PACIENTES........................................................................ 45
CAPÍTULO 3
DIAGNÓSTICO........................................................................................................................ 52
UNIDADE III
TRATAMENTO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES..................................................................... 65
CAPÍTULO 1
PRINCIPAIS TRATAMENTOS........................................................................................................ 65
UNIDADE IV
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES......................................... 78
CAPÍTULO 1
TERMO E ELETROTERAPIA......................................................................................................... 78
CAPÍTULO 2
TERAPIAS MANUAIS E ALONGAMENTOS.................................................................................... 95
CAPÍTULO 3
OUTROS TIPOS DE TERAPIAS ALTERNATIVAS............................................................................. 109
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 128
Apresentação
Caro aluno,
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno de
Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Seja bem-vindo à apostila de estudos “Avaliação e tratamento fisioterapêutico
na DTM”.
É sabido que as causas primárias das DTM já indicaram associação com aspectos
oclusais, mais precisamente com oclusões balanceadas, havendo, dessa forma,
um equilíbrio entre as forças resultantes e a atividade muscular. Em segundo
plano, houve um direcionamento para as vertentes da musculatura com a tensão
emocional como fator etiológico principal, fazendo com que muitos estudos sobre
a fisiologia neuromuscular fossem o foco para a compreensão das DTM.
7
c. têm proporção de 4:1 e 6:1 entre mulheres e homens que procuram
tratamento, respectivamente, sendo que a faixa etária que mais
apresenta essas DTM estão entre a segunda e quarta décadas de vida.
Como as DTM não apresentam uma única etiologia definida, recomenda-se que
o tratamento seja multidisciplinar, para que haja melhores resultados, sendo que
já se sabe há muitos anos que a fisioterapia é o tipo de tratamento que melhor dá
resultado (VAN DER WINDT et al., 1999), apesar de ainda haver grande necessidade
de mais estudos para se determinar qual seria a melhor forma de tratamento, uma
vez que as DTM apresentam particularidades bastante complexas.
Objetivos
» Caracterizar as DTM, bem como sua etiologia.
8
INTRODUÇÃO
ÀS DESORDENS UNIDADE I
TEMPOROMANDIBULARES
CAPÍTULO 1
Anatomia temporomandibular
Articulação temporomandibular
Superfícies articulares
Discos articulares
9
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Cápsula articular
A cápsula articular é uma membrana fina de aspecto fibroso, que cobre toda a
superfície articular a partir da região do osso temporal até chegar ao colo do
côndilo da mandíbula. A camada mais externa da cápsula é composta por tecido
conjuntivo com a presença de colágeno. Já a camada interna é formada por
células endoteliais específicas, que constituem toda a estrutura da membrana
sinovial, sendo que esta não recobre nem o disco articular e nem as superfícies
articulares (STANDRING, 2008).
Fossa
Canal
Músculo Auricular
Pterigoide
lateral
Côndilo
Articulação
temporo-mandibular
Mandíbula
Fonte: Muhandiram et al., 2015.
10
INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE I
Ligamentos
Ligamento esfenomandibular
Ligamento estilomandibular
Como função principal, esse ligamento faz com que a mandíbula não realize
uma abertura excessiva, além de limitar o movimento posterior do côndilo
(OKESON, 2008; STANDRING, 2008).
Este ligamento reforça internamente a cápsula articular, uma vez que sua
localização é na região medial próxima à cápsula (FIGUEIREDO, 2006).
Ligamentos colaterais
11
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Ligamento esfenomandibular
Ligamento lateral (temporomandibular)
Cápsula articular
Processo estiloide
Ligamento estilomandibular
Nervo mandibular
e gânglio ótico
Artéria meníngea
média
Cápsula articular
Nervo auriculotemporal
Artéria maxilar
Nervo lingual
Ligamento esfenomandibular
Ligamento estilomandibular
Músculos da mastigação
Masseter
12
INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE I
Temporal
Pterigoide lateral
Pterigoide medial
13
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Supra-hioideos
Infra-hioideos
Disco articular da
articulação
temporomandibular
Ducto parotídeo
Ligamento esfenomandibular
Músculo constritor
Músculo bucinador superior da faringe
14
INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE I
Nervo lingual
Lâmina
pterigoide
lateral
Lâmina pterigoide
medial
Músculo
Hâmulo pterigoide pterigoide medial
esquerdo
Nervo milo-hioideo
Músculo levantador
do véu palatino
Músculo tensor
do véu palatino
Hâmulo pterigoide direito
Vascularização e inervação
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
A.occipital N. massetérico
M. orbicular da boca
R. digástrico (VII) N. Bucal
V. retromandibular Ramo da mandíbula
N. mentual
M. digástrico, Ventre posterior
N. alveolar menor
R. estilo-hioideo (VII) A.alveolar inferior
M. estilo-hioideo
M. masseter
A.carótida interna A.facial
M. digástrico, Ventre anterior
A. carótida externa
V. submentual
A. lingual
V. facial
V. retromandibular
V. jugular externa
N. zigomático
Gânglio inferior (IX) N. infraorbital
N. glossofaríngeo [IX]
Rr.alveolares
superiores posteriores
N. mandibular [V/3]
Corda do tímpano
Gânglio ótico
N. lingual
N. palatino maior
N. sublingual
Gânglio submandibular
N. milo-hioideo N. mentual
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INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE I
Funcionalidade da ATM
A mandíbula tem como principal função exercer força através dos dentes
para triturar os alimentos e, assim, facilitar o processo de digestão. Para
executar essa tarefa com maestria, há necessidade de a mandíbula realizar
movimentos verticais e laterais durante a mastigação (OKESON, 2008;
STANDRING, 2008), e a ATM é a estrutura principal para realizar essa tarefa.
Para que esses complexos se mantenham estáveis, é preciso que haja uma
constante atividade dos músculos que fazem a elevação da mandíbula.
Mesmo quando esses músculos estão em repouso, eles apresentam uma
leve contração, devido ao tônus muscular. Esse tônus ajuda no contato
progressivo do côndilo-disco, e o côndilo-disco no contato em relação à
cavidade glenoide, assegurando uma função articular normal, com o côndilo
em uma posição centralizada em relação ao disco. O principal mecanismo
que mantém essa centralização tem como base a morfologia do disco e o
aumento da pressão interarticular com diminuição do espaço discal. Além
disso, os ligamentos retrodiscais que estão ligados ao bordo posterior do
disco articular também padecem de modificações durante o movimento da
mandíbula (OKESON, 2008).
17
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Cápsula articular
Mandíbula fechada
18
INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE I
19
CAPÍTULO 2
Principais desordens
temporomandibulares
Conceito
Etiologia
A origem das DTM não apresenta um consenso completamente estabelecido,
uma vez que já é sabido que sua etiologia não ocorre devido a apenas um único
agente causador, e sim à associação de fatores de risco que, geralmente em
conjunto, colaboram para a disfunção do sistema estomatognático, também
conhecido como sistema mastigatório. Assim, diversos aspectos relacionados
com a anatomia, bem como aspectos fisiopatológicos, psicossociais, hormonais,
além de traumas e até mesmo o gênero do paciente podem resultar no surgimento
de DTM (SCRIVANI et al., 2008; Al-RIYAMI et al., 2009). Dessa forma, veremos
a seguir como cada um desses aspectos pode desencadear uma DTM.
Anomalias de crescimento
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INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE I
Alterações de oclusão
Dessa forma, quando esse encaixe entre as arcadas não é correto, ou seja, quando
há algum desvio, ocorre uma má oclusão. Esse desvio consiste, dentre outras
características: mordida aberta, falta de dentes e alterações na linha média.
Acredita-se que esse tipo de alteração pode ser fator de pré-disposição para o
surgimento da DTM (RODA et al., 2007), ou ainda que a oclusão seja um fator
secundário na causa da DTM, ou seja, que outros fatores, como algum trauma ou
fatores emocionais, associados a problemas de oclusão, possam desencadear as
desordens (RODA et al., 2007; TÜRP et al., 2012).
Alterações degenerativas
Fatores traumáticos
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Como o fator traumático tem relação com as alterações na ATM, podemos dividir o
tipo de trauma em duas categorias: microtrauma e macrotrauma.
Fatores fisiopatológicos
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INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE I
Movimentos parafuncionais
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
O bruxismo pode ter predisposição genética, uma vez que há estudos que
comprovam uma variância fenotípica atribuída a influências genéticas de 39%
para gênero masculino e de 53% para o feminino (SHAEFER et al., 2013). Porém,
o uso de antidepressivos, álcool, cafeína e tabaco também apresenta relação com
a doença (TÜRP et al., 2012). Além disso, o bruxismo também é considerado um
mecanismo de microtrauma que, em longo prazo, pode acarretar sinais e sintomas
de DTM.
Com relação ao gênero, sabe-se que as mulheres são mais susceptíveis a DTM
e possuem maior risco de desenvolver dor crônica, principalmente em idade
reprodutiva, sendo que a dor orofacial é o principal sintoma das desordens.
(OAKLEY et al., 2008)
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INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE I
Além do estrógeno, a relaxina é outro hormônio que tem relação com as DTM.
Este é sintetizado pelo corpo amarelo e está presente na gravidez ou no sangue
nos últimos dias do ciclo menstrual. Sua principal função é proporcionar
relaxamento muscular durante o parto, porém a presença de frouxidão das
articulações maiores do que o normal durante a gravidez tem mostrado grande
relação com elevados níveis de relaxina, uma vez que esse hormônio aumenta
a atividade de enzimas que restauram a cartilagem das articulações de forma
anômala, podendo acarretar problemas na ATM (MICHELOTTI et al., 2010;
PETSCAVAGE-THOMAS et al., 2014).
Outro fator comportamental que apresenta contexto com os casos de DTM é a busca
por tratamento. Estudos confirmam que o gênero é um fator valioso quando se trata
de cuidados médicos. Assim, sabe-se que as mulheres são quem mais procuram
os serviços de saúde, sempre à procura de novos tratamentos quando sentem
necessidade (WARREN, 2001).
Fatores psicológicos
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Além disso, uma doença que apresenta sintomas de DTM, além de ter um
relacionamento com fatores psicológicos, é a fibromialgia, caracterizada por fortes
dores musculares bastante difusas, acompanhadas de fadiga e rigidez. Geralmente
acomete mulheres dos 45 aos 60 anos, com uma relação de 9:1, quando comparado
com homens. A causa ainda não está totalmente esclarecida, porém alguns
especialistas acreditam que ocorra aumento com relação à sensibilidade a dor por
modificações dos neurotransmissores, bem como do próprio processamento da
dor, tanto no sistema nervoso central, como também no periférico, favorecendo a
hipersensibilidade a fatores externos.
Epidemiologia
Diversos estudos epidemiológicos indicam que entre 50 e 60% da população
mundial apresenta algum sintoma característico de DTM (MACHADO, et al.,
2009), porém estima-se que apenas até 10% dessas pessoas buscam tratamento
para a desordem (HARRISON et al., 2014).
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INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE I
A dor e a disfunção estão correlacionadas, uma vez que elas podem ocorrer
concomitantemente. A dor miofascial ocorre devido à hipersensibilidade nos
músculos que apresentam pontos-gatilho, regiões que quando pressionados
provocam dor, sendo essa de intensidade variável e geralmente crônica, podendo
irradiar para a cabeça, pescoço e ouvidos. A partir disso, pode haver rigidez,
espasmos, limitação funcional da musculatura e até limitação do movimento de
abertura, que é justamente o que caracteriza a disfunção miofascial (HERD et al.,
2006; LIU et al., 2013).
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INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE I
Com relação a essas alterações, é preciso prestar muita atenção nos sinais
e sintomas para que o diagnóstico ocorra de maneira correta, assim como o
tratamento. A seguir, veremos as características dessas desordens de forma
simplificada.
Foi definido que a posição normal do disco é quando ele se encontra na zona
intermédia entre o topo anterior do côndilo e a zona inferior posterior da eminência
articular, podendo ocorrer variações fisiológicas como as encontradas em
indivíduos assintomáticos (NAEJI et al., 2013). Porém outros estudos acrescentam
essas variações fisiológicas na posição normal, indicando que a posição do disco é
entre o polo superior do côndilo e 90º acima dessa posição (RODA et al., 2008).
Além disso, Wilkes (1989) criou uma de classificação a partir da progressão dos
deslocamentos anteriores do disco, constituindo cinco estágios fundamentados
em critérios clínicos, bem como de exames de imagem. A tabela 2 explica melhor
como é essa classificação e será vista com maior detalhamento na unidade seguinte,
no capítulo 2, sobre sinais e sintomas.
Hipomobilidade
Hipermobilidade
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Cartilagem
Osso
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INTRODUÇÃO AS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE I
Outras doenças que podem envolver a ATM são: artrites sistêmicas, como artrite
reumatoide e artrite idiopática juvenil; lise condilar e reabsorção condilar
idiopática; osteocondrite dessecante; osteonecrose; neoplasias e condromatose
sinovial.
Fraturas
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AVALIAÇÃO
FISIOTERAPÊUTICA UNIDADE II
NAS DESORDENS
TEMPOROMANDIBULARES
CAPÍTULO 1
Avaliação
História clínica
32
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE II
Exame clínico
O exame físico inicia-se com a inspeção, seguido de palpação e ausculta, caso haja
necessidade.
Inspeção
A inspeção é a primeira fase do exame clínico, que tem por objetivo identificar
alterações na região orofacial. Para verificar a simetria, pede-se ao paciente para
abrir e fechar a boca três vezes verificando se o movimento de abertura é normal
ou se há desarranjos no disco (HARRISON et al., 2014).
Para o plano vertical mede-se a abertura máxima da boca, que é feita a partir dos
incisivos superiores até os inferiores. Esse valor é de 40 ± 3 mm para homens e um
pouco menor para mulheres (MOLINARI et al., 2007). Quando o paciente apresenta
limitação na abertura da boca ou relata dor, isso pode indicar deslocamento do
disco sem redução ou aderências capsulares. Já no plano horizontal, os movimentos
de protusão e lateralização, que apresentam amplitude normal com valores entre
8 e 11 mm, também são avaliados. Quando há limitação destes movimentos, há
possibilidade de o côndilo não ser capaz de deslizar anteriormente (deslocamento
do disco sem redução) ou aderências capsulares (HARRISON et al., 2014).
Palpação
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UNIDADE II │ AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Ausculta
Helkimo (1974) foi um dos primeiros estudiosos a determinar um índice que fosse
útil para avaliação da DTM. O Índice de Disfunção Clínica Craniomandibular –
IDCCM (Clinical Dysfunction Index ou Índice de Helkimo) apresenta finalidade
de classificar os doentes em categorias a partir da severidade de sinais clínicos
de DTM. Esse índice é subdividido em cinco itens: limitação na amplitude de
movimento da mandíbula, limitação na função da ATM, dor muscular, dor na
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AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE II
ATM e dor no movimento da mandíbula, sendo que para cada um dos cinco itens
há possibilidade de três pontuações, dependendo da avaliação realizada pelo
profissional de saúde, que são: 0, 1 e 5 (CHAVES et al., 2008a).
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UNIDADE II │ AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
0 >40
1 30-40
5 <30
b. Movimento de lateralidade para direita
0 >7
1 4-7
5 <4
c. Movimento de lateralidade para esquerda
0 >7
1 4-7
5 <4
d. Protrusão máxima
0 >7
1 4-6
5 <4
Soma a + b + c + d
Valor total Intervalo Índice de disfunção Classificação da disfunção
0 Índice 0 Mobilidade mandibular normal
1-4 Índice 1 Mobilidade ligeiramente reduzida
5 - 20 Índice 5 Mobilidade severamente reduzida
Fonte: Retirado de Chaves et al., 2008a.
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AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE II
Porém, sabe-se que com ele não é possível classificar a severidade dos sintomas
do paciente, como no índice de Helkimo, que vimos anteriormente, e no índice de
Fonseca et al. (1994), que veremos mais profundamente nos próximo tópico; nem
é possível a conclusão de um diagnóstico preciso com base nos sintomas clínicos
apenas.
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UNIDADE II │ AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
1 Índice funcional
Amplitude de movimento Dor durante movimentação
Máxima abertura da boca ativa sem dor (>40mm) __ mm (0) (1)
Máxima abertura da boca ativa (>40mm) __ mm (0) (1) (0) (1)
Máxima abertura passiva da boca (>40mm) __ mm (0) (1) (0) (1)
Desvio lateral direito (> 7mm) __ mm (0) (1) (0) (1)
Desvio lateral esquerdo (> 7mm) __ mm (0) (1) (0) (1)
Protrusão (> 7mm) __ mm (0) (1) (0) (1)
Superposição vertical dos incisivos ± ______ mm
Padrão de abertura (marque apenas uma linha nesta seção)
Sem presença de desvio da linha média (0)
Desvio com retorno para a linha média (1)
Deflexão (1)
Outro (1)
Índice funcional: Total de respostas positivas_______/12 = _______
2 Índice muscular: dor à palpação de áreas musculares
Lado direto Lado esquerdo
Temporal anterior (0) (1) Temporal anterior (0) (1)
Temporal médio (0) (1) Temporal médio (0) (1)
Temporal posterior (0) (1) Temporal posterior (0) (1)
Origem do masseter (0) (1) Origem do masseter (0) (1)
Ventre do masseter (0) (1) Ventre do masseter (0) (1)
Inserção do masseter (0) (1) Inserção do masseter (0) (1)
Região posterior da mandíbula (0) (1) Região posterior da mandíbula (0) (1)
Região submandibular (0) (1) Região submandibular (0) (1)
Área do pterigoideo lateral (0) (1) Área do pterigoideo lateral (0) (1)
Tendão do temporal (0) (1) Tendão do temporal (0) (1)
Índice muscular = Total de respostas positivas ______/20 = ______
3 Índice articular: dor à palpação e sons articulares
Palpação da ATM Lado direto Lado esquerdo
Polo lateral (0) (1) Polo lateral (0) (1)
Região posterior (0) (1) Região posterior (0) (1)
Pontuação dos sons articulares da ATM: conte apenas um positivo por lado para as seções A e B
Lado direto Lado esquerdo
Estalido reprodutível durante abertura (0) (1) Estalido reprodutível durante abertura (0) (1)
Estalido reprodutível durante fechamento (0) (1) Estalido reprodutível durante fechamento (0) (1)
Estalido recíproco reprodutível (0) (1) Estalido recíproco reprodutível (0) (1)
Estalido reproduzível na lateralização (0) (1) Estalido reproduzível na lateralização (0) (1)
Estalido reprodutível na protrusão (0) (1) Estalido reprodutível na protrusão (0) (1)
Estalido não-reprodutível* (0) (1) Estalido não-reprodutível* (0) (1)
*Estalidos não-reprodutíveis em qualquer movimento mandibular não são válidos para pontuação
Lado direito Lado esquerdo
Crepitação áspera (0) (1) Crepitação áspera (0) (1)
Crepitação fina (0) (1) Crepitação fina (0) (1)
Índice articular: Total de respostas positivas _______/8 = _______
ITM: Índice funcional + Índice muscular + Índice articular/3 = _________
Fonte: Retirado de Chaves et al., 2008a, e apresentado por Pehling et al., 2002.
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AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE II
Questionários
As respostas possíveis para esse questionário são: sim, não e às vezes; com
pontuações 10, 0 e 5 respectivamente (Quadro 4). A partir da soma dos pontos, é
determinada a severidade dos sintomas: 0 a 15 pontos – sem DTM, 20 a 45 pontos
– DTM leve, 50 a 65 pontos – DTM moderada e 70 a 100 pontos – DTM severa
(CHAVES, 2008a).
39
UNIDADE II │ AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
40
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE II
A principal vantagem deste questionário é que tem por função medir a limitação
funcional relativa à DTM, e não apenas avaliam a severidade dos sinais e sintomas,
como tantos outros. Assim, é um bom instrumento para comparar ganhos
relacionados a função, após intervenções terapêuticas (CHAVES, 2008a).
41
UNIDADE II │ AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Questionário funcional
42
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE II
Identificação
Nome: Data da avaliação:
Gênero: ( ) masc. ( ) fem. Data de nascimento/idade:
Estado civil: Profissão:
Telefone: E-mail:
Informações Gerais
Diagnóstico clínico:
Diagnóstico cinesiofuncional:
Tratamento atual ou já realizado:
Queixa principal:
HMP:
HMA:
Exame Físico
Postura da língua:
Boca em repouso:
Padrão respiratório:
Dentição: Não emergido Edentado Prótese
18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28
48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38
43
UNIDADE II │ AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
44
CAPÍTULO 2
Principais sinais e sintomas dos
pacientes
Os sinais e sintomas mais relatados por pacientes com DTM são: dor
na região pré-auricular ou nos músculos da mastigação; redução na
amplitude da mandíbula e presença de sons articulares nos movimentos
da ATM (MACHADO et al., 2009; ROCHA et al., 2013).
45
UNIDADE II │ AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
46
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE II
Figura 10. Diferentes estágios de abertura da boca em paciente com deslocamento do disco articular com
redução. Em “A”, o disco encontra-se fora da posição (mais para anterior) com a boca fechada. Ao iniciar a
abertura, o disco retorna a sua posição normal (som de estalido) (B) até a fase final da abertura (C). Em “D” o
A B
C D
Fonte: http://ciade.dod.ufrn.br/paciente.html.
Figura 11. Deslocamento do disco sem redução (A) boca fechada e (B) boca aberta.
A B
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=-7c45E8SEBI.
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UNIDADE II │ AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Hipomobilidade
Hipermobilidade
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AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Fraturas
Cefaleias
50
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE II
Sintomas otológicos
Não há muitos relatos dos pacientes sobre queixas auriculares, porém elas
podem aparecer, uma vez que essa região está bem próxima a ATM, com
presença de inervação similar, podendo o doente achar que sente dores nos
ouvidos. Zumbidos e vertigem também são queixas que podem ser relatadas por
alguns indivíduos com DTM (OKESON, 2008).
51
CAPÍTULO 3
Diagnóstico
Critérios diagnósticos
52
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
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AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE II
Com relação a essa ferramenta, sua principal característica é seu caráter clínico,
podendo-se obter um diagnóstico sem a realização de exames laboratoriais,
apresentando alta confiabilidade nos resultados. Dworkin e LeResche (1992)
conseguiram demonstrar que esse critério é bastante aplicável na prática
clínica, apresentando especificidade e sensibilidade tendo como resultado a
confirmação de vários diagnósticos (CHAVES et al., 2008b).
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UNIDADE II │ AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Exames de imagens
Além do que já foi visto até o momento, os exames de imagem para a ATM
podem complementar o diagnóstico clínico, uma vez que através deles é possível
visualizar outros fatores como: agravamento dos sintomas de DTM; resposta
negativa ao tratamento conservador; traumatismos; alteração de ADM; infeção;
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AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE II
Radiografia panorâmica
Radiografia transcraniana
Radiografia transmaxilar
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UNIDADE II │ AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Radiografia submentovertex
Tomografia computadorizada
Artrografia
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AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE II
estruturas, que estão opacas. Essa técnica permite estudar de forma dinâmica a ATM
e seu movimento articular, as adesões e visualizar perfurações no disco.
Como desvantagem, é uma técnica invasiva que pode causar efeitos colaterais,
como infecções, hemorragia e reação alérgica ao contraste. Devido a isso, hoje a
ressonância magnética é a técnica mais empregada na visualização dos tecidos
moles (LEWIS et al., 2008).
Ultrassonografia (US)
Técnica não invasiva que promove a visualização de tecidos moles. Pode-se estudar
a dinâmica de movimentos do complexo disco-côndilo, a fim de identificar a
presença de disfunção e de perfurações do disco. A sonda presente no equipamento
é colocada sob a articulação de forma paralela ao ramo ascendente da mandíbula
e, conforme as ondas sonoras atingem a ATM, a partir do encontro de diferentes
intensidades dos tecidos, sons vão surgindo. Através desses sons, o aparelho os
retransmite em forma de imagem (MELIS et al., 2007).
É considerado método padrão ouro para a avaliação dos tecidos moles da ATM.
59
UNIDADE II │ AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
A RMN é uma boa ferramenta para avaliar a posição do disco tanto em uma visão
sagital como coronal, além de verificar o movimento do côndilo e disco durante
a abertura e fechamento da boca, bem como a morfologia do disco; presença de
derrame articular; sinovites e alterações degenerativas, com acurácia de 95% na
determinação da posição e forma do disco e de 93% na detecção de alterações
ósseas (LEWIS et al., 2008).
Deslocamento do disco anteriormente na visão de boca fechada, com redução na visão de boca aberta,
com zona intermédia localizada entre a cabeça do côndilo e eminência articular.
Deslocamento do disco com redução
Forma do disco biconvexa.
Aumento do sinal em T2 na zona bilaminar.
Achatamento côndilo.
Osteófitos.
Alterações degenerativas
Perda do espaço articular.
Esclerose subcondral.
60
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE II
Apesar disso, a RMN tem como desvantagem o elevado custo quando comparado
a outras técnicas, além de ser contraindicada em doentes com marcapasso e
presença de estruturas metálicas e gravidez. Como contraindicações relativas,
temos a obesidade e a falta de capacidade de se manter imóvel dentro do tubo
(LIMCHAICHANA et al., 2006).
Medicina nuclear
61
UNIDADE II │ AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Prova de resistência
Tração/translação
62
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE II
Compressão
Outros exames
Palpação
Diagnóstico diferencial
A DTM é uma das causas mais comuns de dor orofacial, sendo a queixa
principal dos pacientes diagnosticados com DTM, mas ela não é um
sintoma exclusivo das DTM. Dessa forma, na tabela 9 podemos ver de forma
resumida outros diagnósticos clínicos que também possuem a dor como
sintoma (SHEPHARD et al., 2013).
63
UNIDADE II │ AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Tabela 9. Doenças que apresentam dor orofacial como sintoma além da DTM.
64
TRATAMENTO
DAS DESORDENS UNIDADE III
TEMPOROMANDIBULARES
CAPÍTULO 1
Principais tratamentos
Tratamento não-invasivo
65
UNIDADE III │ TRATAMENTO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
esforço sobre o sistema estomatognático; aplicar calor e/ou frio para aliviar
a dor e a inflamação e realizar exercícios mandibulares para fortalecimento
e relaxamento, alongando a musculatura da mastigação através de expressões
faciais. (ROLDÁN-BARRAZA et al., 2014).
Dessa forma, a terapia cognitiva comportamental (TCC) acaba sendo uma forma
de coping, já que tem relação com o aspecto psicológico da dor. Tem como base
a adoção de técnicas de relaxamento para tentar minimizar a dor e diminuir os
pensamentos negativos, além de ser uma forma preventiva para que ela não se
agrave (LIU et al., 2012).
A TCC é um método que ainda precisa de mais investigação sobre sua real
atuação na melhora da dor, porém há relatos de pacientes indicando que a
técnica funciona, quando comparado a indivíduos que não sofreram nenhuma
intervenção terapêutica para controle da dor (DWORKIN et al., 1990),
apresentando melhores capacidades de controlar a dor do que o grupo controle.
Já no estudo realizado por Gardea et al., (2001), não apresentou diferença
significante entre o uso da terapia e do grupo controle, realizado em um período
de um ano.
Dessa forma, a TCC sugere melhora da dor em alguns casos, porém mais estudos
precisam ser realizados, uma vez que ainda há divergências entre os estudos já
feitos até o momento (LIU et al., 2012).
Fisioterapia
66
TRATAMENTO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE III
Dispositivos intraorais
Fonte: https://clinicadentariajardimdosarcos.pt/instrucoes-post-goteira-oclusal/.
Farmacoterapia
AINES
Corticosteroides
Sua administração pode ser oral ou intra-articular. Tem por função reduzir a
produção de prostaglandinas e leucotrienos e diminuir a atividade de células
pró-inflamatórias como os linfócitos, eosinófilos, basófilos e neutrófilos; ou
seja, atuam frente a mecanismos anti-inflamatórios. Paciente com disfunção
severa do disco articular, como capsulite, sinovite ou osteoartrite, podem fazer
uso desse tipo de medicamento, mas por seu efeito ser bastante agressivo,
é recomendado seu uso apenas em casos graves, além de a administração
contínua em longo prazo poder causar diminuição das resistências a infecções,
hiperglicemia e osteoporose (HERSH et al., 2008).
Relaxantes musculares
68
TRATAMENTO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE III
Opioides
Ansiolíticos
Antidepressivos
69
UNIDADE III │ TRATAMENTO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Eminência
Fossa articular
glenóide
Côndilo mandibular
Fonte: https://gramha.net/explore-hashtag/studiesbucogrils.
Injeções intra-articulares
70
TRATAMENTO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE III
Artrocentese da ATM
A artrocentese da ATM é uma técnica descrita por Nitzan et al. (1991) como uma
forma simples de cirurgia com finalidade de remover adesões entre a superfície
do disco articular e a fossa mandibular através de uma pressão hidráulica no
espaço articular superior. Essa técnica promove a lavagem do espaço articular,
ajudando na redução da dor e da pressão, porque remove os mediadores
inflamatórios e as adesões, favorecendo aumento da amplitude mandibular e
melhora do movimento do disco (TOZOGLU et al., 2011)
71
UNIDADE III │ TRATAMENTO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
taxas de sucesso: Dimitoulis et al. (1995) – 98%; Nitzan et al. (1990) – 95%;
Hosaka et al. (1996) – 79% e Murakami et al. (1995) – 70% (VASCONCELOS et
al., 2006).
Artroscopia
Técnica também mínima invasiva utilizada no tratamento das DTM. Para sua
realização, é aplicado ao paciente anestesia geral, com intubação endotraqueal.
A partir disso, se introduz um artroscópio para inspeção de fluidos que distende
o espaço articular. Todo o espaço articular é monitorizado, para investigar a
presença de inflamação. Durante o procedimento, é possível movimentar a ATM
e identificar sons articulares e restrições do movimento do disco; inspecionar as
superfícies articulares, para ver a presença de alterações degenerativas; avaliar a
presença de adesões, corpos perdidos e avaliar a integridade do disco articular.
Caso haja a identificação de uma sinovite, esta pode ser tratada diretamente
através da aplicação de altas concentrações de corticosteroides nos
tecidos. Além disso, ao final da lavagem alguns estudos propõem a injeção
de corticosteroides ou hialuronato de sódio para reduzir a inflamação
intracapsular (ISRAEL e DAVILA, 2014).
Essa técnica se mostrou uma das mais eficazes, com taxa de sucesso entre 80 a
90% na redução das dores e limitação da ADM (DOLWICK, 2007).
Tratamento invasivo
72
TRATAMENTO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE III
Artroplastia
Reposição do disco
O paciente deve ter cuidado no pós-operatório, uma vez que pode ocorrer edema,
limitação da ATM e alterações de oclusão. Por isso, o indivíduo deve realizar
exercício para reabilitar os movimentos da boca (DOLWICK, 2007).
Dentre outras complicações, a lesão do nervo facial é uma das mais frequentes,
porém acomete apenas 5% das cirurgias, e geralmente é corrigida em 99% dos
casos ao final de 3 meses de pós-cirúrgico (DOLWICK, 2007).
73
UNIDADE III │ TRATAMENTO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Discectomia
É o procedimento mais comum, tendo como objetivo remover o disco quando há
deformação que compromete a biomecânica dos movimentos da ATM (VEJA et
al., 2011). Geralmente esse procedimento é indicado em casos de perfuração do
disco, grande perda da elasticidade do disco e permanência dos mesmos sintomas,
mesmo após a cirurgia de reposicionamento do disco (LIU et al., 2013).
O cirurgião deve se atentar que apenas a região deformada deve ser retirada,
preservando a sinovial e com mínima extração óssea, uma vez que a exposição
da medula provoca a formação de osso heterotópico, porém a colocação de
enxertos gordurosos em que houve remoção do osso pode impedir essa formação
(DOLWICK, 2007).
Eminectomia
Essa técnica, proposta por Myrhaug, tem por finalidade remover a eminência
articular, uma vez que ela pode ser uma barreira mecânica nos casos com
deslocamento de disco (AKINBAMI, 2011). Neste caso, existe excessiva
movimentação do côndilo com completo afastamento das superfícies articulares
e permanência da cabeça do côndilo em uma posição além da eminência articular
(VASCONCELOS et al., 2009).
Essa técnica desenvolvida em 1951 é uma cirurgia aberta com o paciente sob
anestesia geral. A abordagem inicial é na região pré-auricular, com exposição
do espaço articular, e remoção da eminência articular. Tem por desvantagem
promover hipermobilidade da ATM, podendo ocasionar alterações degenerativas
e excessiva amplitude (VASCONCELOS et al., 2009).
Condilotomia modificada
Também é uma técnica de cirurgia aberta, como a anterior, que tem por
finalidade reposicionar o côndilo anteriormente e inferiormente em relação ao
disco deslocado (DOLWICK, 2007), sem o envolvimento da articulação.
74
TRATAMENTO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE III
A reconstrução total da ATM pode ser feita com material autogênico ou aloplástico,
técnicas diferentes que veremos na sequência.
Reconstrução autógena
75
UNIDADE III │ TRATAMENTO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Reconstrução aloplástica
As principais próteses utilizadas são: uma para implante da fossa glenoide, com
uma superfície articular feita de polietileno de alto peso molecular que se fixa a
uma malha de titânio puro; e outra prótese formada pela fossa articular, feita de
polietileno de alto peso molecular e pelo côndilo, que é feito de uma liga de titânio
ou uma liga de crómio-cobalto. (DOLWICK, 2007; DRIEMEL et al., 2009). Na
figura 14, podemos ver um exemplo de prótese aloplástica para ATM.
Fonte: http://www.wlorenz.com.co/productos/tmj-protesis-atm.
Essas próteses são indicadas para os casos de anquilose ou com graves alterações
anatômicas; falha na tentativa de aplicar enxertos autógenos, principalmente
por rejeição e destruição desses enxertos por processos patológicos; presença de
doença inflamatória grave na articulação com mutilação anatômica e funcional
das estruturas da ATM.
76
TRATAMENTO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE III
As complicações que podem ocorrer nesse tipo de cirurgia são: lesão do nervo
facial e a formação de osso heterotópico, que estão presentes em 20% dos casos;
além disso, pode haver o surgimento de infecções, reações alérgicas, má oclusão e
falha dos implantes (DOLWICK, 2007).
77
TRATAMENTO
FISIOTERAPÊUTICO UNIDADE IV
DAS DESORDENS
TEMPOROMANDIBULARES
CAPÍTULO 1
Termo e eletroterapia
78
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
Estimulação térmica
Calor
O uso do calor como técnica para estimulação elétrica produz efeito analgésico
sobre o efeito doloroso, sendo que essa analgesia deve ser proveniente da
estimulação das fibras nervosas de grande diâmetro, no corno dorsal da medula
espinhal, fazendo com que haja inibição da difusão da dor por meio da teoria das
comportas, de Melzack-Wall (MATTA, 2012).
Sua utilização representa um grande recurso no alívio da dor nos casos de miosites
e fibrosites, na desativação de pontos gatilhos, no relaxamento e na fase inicial
para a realização de alongamento muscular com indicação para rigidez e dor de
tensão dos músculos mastigatórios, já que promove aumento a extensibilidade do
79
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Com relação a técnica de termoterapia por calor, não houve um consenso sobre
qual seria a mais recomendada para o tratamento de DTM. Inclusive, em meio a
essa revisão, foi observado falta de padrão quanto à técnica utilizada, bem como
duração da aplicação, frequência e a temperatura. Os procedimentos variaram
bastante de acordo com o profissional, e mesmo assim ainda não há embasamento
científico suficiente na literatura para indicar a melhor aplicação. Há necessidade
de se conhecer as opções disponíveis para aplicação de calor superficial para que se
possa fazer as melhores escolhas em relação à terapia que deve ser utilizada para o
sucesso do tratamento do paciente, bem como a temperatura e o tempo de aplicação
mais conveniente em cada caso (FURLAN et al., 2015).
Como conclusão, os pesquisadores verificaram que o calor úmido foi o mais utilizado
para o tratamento da DTM. O tempo de aplicação desse calor foi de 5 e 30 minutos,
com grande parte dos estudos utilizando o tempo de 20 minutos de duração média
do tratamento. A técnica foi realizada na face e cervical, no mínimo uma vez ao dia,
sendo que no geral, grande parte dos estudos mostrou ótimos benefícios do uso da
técnica, como analgesia, diminuição da tensão muscular e melhora das funções da
ATM com aumento da amplitude de movimento, o que releva uma boa escolha como
terapia para desordens da ATM (FURLAN et al., 2015).
Frio
O gelo, frio, ou crioterapia é uma técnica que também pode ser empregada no
tratamento das DTM. Estes termos indicam que há aplicação das modalidades
80
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
de frio com variações de temperatura entre 0 e 18º, além disso, essa técnica
também pode ser conhecida como termoterapia por subtração, já que se utiliza
um estímulo térmico com temperatura abaixo da temperatura corporal com
finalidade de diminuição do calor corporal no local aplicado (TRIDAPALLI,
2012; FURLAN, 2015).
Mas essa técnica não é recomendada para pacientes idosos; pacientes que
apresentam hipersensibilidade ao frio; circulação anormal, crianças com pouca
idade; em casos de infecções urinárias e renais; além de doença vascular periférica
e contraturas com deficiência trófica (TRIDAPALLI, 2012).
81
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Com relação ao tipo de técnica que pode ser empregada na crioterapia, podem
ser escolhidas as opções como: compressas frias (com a utilização de gelo picado
enrolado em toalha), bolsas de gel (geralmente as bolsas são de material vinílico
preenchidas com gelo artificial composto de água e glicerina) (figura 15) e
aerossóis refrigerados, sendo que não é recomendado aplicar o gelo diretamente
sobre a pele, já que pode ocorrer danos, como queimaduras (FURLAN, 2015).
Fonte: https://www.ortecortopedia.com/bolsa-termica-facial-hot-cold-para-pos-operatorio-e-odontologia.
Alguns autores indicam que podem ser realizadas até quatro aplicações em um
curto intervalo de tempo, sendo que o fisioterapeuta deve reaquecer com as
mãos o local aplicado, para não ocorrer um resfriamento excessivo na área de
aplicação, que pode agravar o quadro clínico do paciente. Para averiguar o sucesso
da técnica, deve-se testar a amplitude mandibular antes e depois da aplicação.
Porém há divergência na recomendação da técnica, uma vez que alguns estudos
82
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
indicam risco de dano à pele, concluindo que o uso de gelo tradicional é mais
efetivo e seguro para o tratamento das DTM (FURLAN, 2015).
Tempo de aplicação
Deve-se ter em mente que quanto mais tempo a área corporal permanecer
resfriada, mais eficiente é considerada a técnica, porém essa aplicação não pode
exceder 30 minutos para não haver lesão muscular ou neural na região.
Área de aplicação
Também notou-se que a temperatura da pele tem relação direta com a temperatura
dos tecidos de áreas próximas, ou seja, quanto mais baixa a temperatura da
83
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Mas, é sabido que apenas a região que está em contato com o frio é resfriada, ou
seja, áreas adjacentes à aplicação não sofrem resfriamento, dessa forma, a bolsa
ou gelo aplicado deve ter um tamanho adequado em relação à região de aplicação,
para que haja sucesso no tratamento (FURLAN, 2015).
Intensidade da temperatura
Segundo Wig et al. (2004), o valor de decréscimo considerado ideal para o
tratamento da dor muscular na região facial é em torno de 10 a 15ºC, ou seja,
é necessária uma redução de pelo menos dez graus na região onde é aplicado o
estímulo de frio, para que haja estímulo suficiente para promover analgesia. Já
para reduzir o metabolismo celular, a temperatura da superfície da pele deve estar
em torno de 10ºC.
Um estudo indicou que pacientes que apresentam DTM possuem baixo limiar
de dor em relação ao frio, quando comparados a indivíduos saudáveis, ou seja,
indivíduos com diagnóstico de DTM articular possuem limiares de 17,10±11,45°C,
18,02±11,47°C e 19,92±11,42°C para a aplicação de frio nas regiões temporal,
masseter e ATM, respectivamente, enquanto saudáveis possuem limiar de
3,36±4,85°C, 5,12±8,16°C e 5,73±4,85°C. Dessa forma, indivíduos com DTM de
origem articular se mostraram mais sensíveis ao frio, dificultando o tratamento,
que pode não atingir o efeito esperado, havendo necessidade de escolher uma
nova terapia (PARK et al., 2010).
Considerações
Mesmo com a crioterapia sendo aplicada como tratamento para dor nos
casos de DTM, ainda há necessidade de mais estudos que comprovem sua
real eficácia em relação a outros tipos de técnicas, principalmente quando
84
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
Ondas curtas
O aparelho de ondas curtas por diatermia se baseia na conversão de energia
eletromagnética em energia térmica, e sua finalidade é aquecer os tecidos de forma
profunda, ou seja, diferentemente da termoterapia por aplicação de calor que é
superficial, o ondas curtas produz calor profundo, o qual aumenta o fluxo sanguíneo
na região aplicada devido à vasodilatação, com consequente aumento de oxigênio,
nutrientes e anticorpos, promovendo o fim de processos inflamatórios.
Este equipamento (figura 16) usa uma corrente alta frequência, com 27.120.000
ciclos por segundo, com capacidade de produzir ondas eletromagnéticas ou de
radiofusão, com comprimento de onda de onze metros, que é exclusivamente
produtora de calor profundo, não ocorrendo nenhum tipo de estímulo desagradável
capaz de atingir nervos sensitivos, ou seja, não causa desconforto ao paciente,
nem superaquecimento na região.
Fonte: https://catalogohospitalar.com.br/thermowave-diatermia-por-ondas-curtas-continuo-e-pulsado-cod-605-1.html.
85
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
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TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
Laser
Fonte: https://www5.usp.br/92819/laser-e-led-tratam-a-disfuncao-temporomandibular-e-paralisia-facial/.
Essa técnica vem sido bastante aceita pelos pacientes, além de apresentar
altos índices de melhora do quadro clínico deles. Tem por finalidade reduzir
a dor, diminuir a inflamação e o edema, além de possuir efeito cicatrizante
e regenerativo. Pode ser utilizado tanto na dor aguda quanto crônica. Além
disso, é capaz de estimular a liberação de histamina, serotonina e bradicinina;
modificar reações enzimáticas, aumentar a formação de colágeno, estimular
a formação de novos vasos, aumentar a permeabilidade capilar e aumentar a
síntese de beta-endorfinas (MATTA, 2012).
87
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Muitos estudos (CARVALHO et al., 2010; HOTTA et al., 2010; SHIRANI et al.,
2009) encontraram evidências concretas do sucesso da laserterapia no controle
da dor em pacientes com DTM. Porém, Gam et al. (1993) já concluem que o
laser não traz tantos benefícios assim, questionando se ele realmente apresenta
eficácias para promover analgesia dos pacientes com DTM.
88
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
TENS
Fonte: https://www.shopfisio.com.br/neurodyn-compact-ibramed-aparelho-de-tens-fes-e-russa-p1060371.
89
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Fonte: http://www.paterodonto.com.br/blog/tens-para-controle-de-dor-orofacial-e-cefaleias/.
90
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
A técnica possui contraindicação para casos de dor de origem central ou que não
são determinadas; pessoas que têm perda de sensibilidade na pele; presença de
metais na região onde deve ser feita a aplicação, fendas superficiais, pacientes
portadores de marcapasso e gestantes.
Ultrassom
Fonte: https://www.centraldafisioterapia.com.br/aparelhos-e-equipamentos/ultrasom.
91
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Além disso, apresenta uma corrente alternada que corre através de um cristal
piezoelétrico, acomodado dentro de um aparelho, resultando na expansão
e contração destes cristais, causando assim uma vibração, ocorrendo então
a produção de ondas sonoras de alta frequência, também conhecidas como
ultrassom (figura 21) (TRIDAPALLI, 2012).
Compressão
Refração
92
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
Inicialmente, alguns pacientes podem relatar piora dos sintomas, uma vez que
o aquecimento promove aumento do fluxo sanguíneo, porém após algumas
aplicações já há analgesia, redução da rigidez articular e espasmo muscular,
além de ajudar na cicatrização.
Com relação aos parâmetros, além da escolha da frequência, que tem relação
com o objetivo do tratamento, a intensidade também deve ser determinada,
bem como se é uma onda pulsátil ou contínua e sua duração. Há estudos que
recomendam 3 MHz em modo contínuo, com intensidade de 1,3 W/cm 2, durante
3 minutos para dor crônica; e em modo pulsado com intensidade de 0,5 W/cm 2,
durante 3 minutos para dor aguda, porém isso pode variar dependendo de cada
paciente.
93
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Fonte: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/equipamento-que-associa-ultrassom-e-laser-combate-dor-na-
articulacao-da-mandibula/.
94
CAPÍTULO 2
Terapias manuais e alongamentos
Como já é sabido, com relação a massagem, ela é definida como uma técnica
para relaxar tecidos moles, principalmente músculos, através de toques,
deslizamentos, movimentos lentos e rotacionais, que são capazes de reduzir
a dor, por liberação local de componentes vasoativos, como a histamina
e acetilcolina, promovendo aumento do fluxo sanguíneo na região onde é
realizada (vasodilatação), favorecendo a eliminação rápida de substâncias
residuais, líquido extracelular com melhora da nutrição dos tecidos. Tem por
finalidade também melhorar a mobilidade dos tecidos moles, melhorar o fluxo
sanguíneo, relaxar a musculatura e elevar os níveis de endorfina circulantes,
promovendo bem-estar (MATTA, 2012).
95
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Relaxar os músculos do
pescoço: inclinar a
cabeça para a
esquerda, direita, frente
e trás. Manter cada
posição por 30
segundos.
Fonte: https://revistastatto.com.br/bem-estar/voce-saudavel/exercicios-laboral-para-a-coluna/.
96
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
Fonte: https://www.passeidireto.com/arquivo/38001057/relatorio-de-alongamentos-todos.
Fonte: https://www.passeidireto.com/arquivo/38001057/relatorio-de-alongamentos-todos.
97
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Fonte: https://hypescience.com/36-imagens-de-alongamento-que-mostram-quais-musculos-estao-sendo-trabalhados/.
Fonte: https://hypescience.com/36-imagens-de-alongamento-que-mostram-quais-musculos-estao-sendo-trabalhados/.
98
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
Fonte: https://incrivel.club/inspiracion-consejos/11-estiramientos-para-aliviar-la-tension-en-el-cuello-y-los-hombros-708160/.
Exercícios
99
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Protrusão:
Pterigoideo lateral auxiliado
pelo pterigoideo medial.
Retração:
Fibras posteriores do
temporal, parte profunda do
masseter e genioideo e
digástrico.
Elevação:
Temporal, masseter,
pterigoideo medial.
Depressão:
Gravidade
Músculos digástrico, genioideo e milo-hioideo.
Fonte: http://estudos-na-web.blogspot.com/2017/07/articulacoes-temporomandibulares-atm.html.
Para exercícios isométricos, o próprio paciente pode realizar uma resistência com a
própria mão, de forma a fazer força contrária ao movimento, impondo uma força à
musculatura, para seu fortalecimento. Como exemplo:
100
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
Fonte: http://terapiadomovimento.blogspot.com/2009/06/abordagem-da-fisioterapia-nas.html.
101
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Fonte: http://terapiadomovimento.blogspot.com/2009/06/abordagem-da-fisioterapia-nas.html.
102
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
https://www.youtube.com/watch?v=WY2DWxIP7q8&list=PLyCXv6aPkkjxgGOQ
OGKBJMzz45vLI526u.
Mobilização articular
Sua indicação principal é para casos em que o objetivo seja aumentar a função
entre as superfícies articulares, eliminando as contraturas musculares e
restaurando o comprimento do músculo em repouso, com aumento da amplitude
de movimento; além de reduzir os sintomas dolorosos (MATTA, 2012). Além
disso, no caso específico das DTM, ajuda na restauração da mobilidade articular,
mais precisamente da região cervical, em que são realizadas as mobilizações, uma
vez que muitos estudos indicam relação entre a ATM e os músculos da cabeça e
pescoço.
Além disso, Ferrario et al. (2007) verificou que pacientes com DTM apresentam
baixa atividade muscular do músculo masseter e do temporal anterior, além de
assimetria entre os lados direito e esquerdo, quando comparados a indivíduos
saudáveis; assim, é indicado realizar intervenções na musculatura cervical no
controle de sintomas da DTM.
103
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Fonte: https://www.simonecarrara.com.br/exercicios-de-fisioterapia-podem-ser-muito-uteis-contra-a-dtm/.
104
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
Fonte: http://subgrupos.com.br/subgrupo-manipulacao-profissional.
105
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Fonte: http://terapiamanual-ff.blogspot.com/2016/01/contra-indicacoes-para-tracao-manual.html.
Fonte: https://emmovimentoespaco.files.wordpress.com/2014/08/mulligan.jpg.
Conclusões
106
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
Dessa forma, para finalizar essa parte de nosso estudo, na tabela 12 veremos
um apanhado geral sobre alguns estudos que realizaram a terapia manual
como tratamento para os pacientes com DTM, com ou sem a associação de
outros recursos terapêuticos e seus resultados.
Tabela 12. Resultados dos estudos com terapia manual nas DTM.
10 mulheres e 2
homens. G1: massagem na
Capellini et al. face e no pescoço; 4 Redução significativa na
Ensaio clínico 3 semanas/ 15 atend. G1: 1 H, 5 M.
(2006) sessões EMG. dor em G1.
G2: 1 H, 5 M.
G2: 4 sessões EMG.
19 a 22 anos.
G1: Técnica de
64 mulheres e 37
liberação miofascial nos
homens.
músculos suboccipitais.
Não houve diferença
G1: 34.
George et al. G2: Manipulação thrust significativa na ADM de
Ensaio clínico 1 atend.
(2007) G2: 34. de alta velocidade e abertura da boca entre os
baixa amplitude (HVLA) grupos.
G3: 33.
em C1.
24,6±2,6 anos.
G3: Grupo controle.
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UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
G1: liberação
50 pacientes. miofascial; energia
muscular; técnicas G1 e G2 melhoraram
G1:12 H, 13 M. de osteopatia; terapia durante o tratamento.
Cuccia et al. Ensaio clínico Setembro de 2008 a crânio-sacral.
G2: 10 H, G1 necessitou
(2010) randomizado fevereiro de 2009.
15 M. G2: alongamento; significativamente de
relaxamento; menos medicação.
18 a 50 anos. compressas quentes e/
ou frias; TENS.
29 homens e 54
G1: manipulação thrust A HVLA promoveu
mulheres. aumento na abertura
de alta velocidade e
Kamon-seki et al. Ensaio clínico G1: 41. baixa amplitude (HVLA). da boca em sujeitos
1 atend.
(2012) randomizado sintomáticos
G2: 42. G2: intervenção imediatamente após a
simulada. intervenção.
18 a 35 anos.
10 pacientes. G1: TENS; ultrassom;
G1 e G2 apresentaram
massagem;
G1: 5. alívio da dor.
Torres et al., alongamento;
Ensaio clínico Três semanas/ 10 atend. G2: 5. relaxamento cervical. A fisioterapia foi indicada
2012
para aliviar a dor em
Idade média de 34 G2: medicamentos;
curto prazo.
anos. placas miorrelaxantes.
7 mulheres. Observado aumento da
Técnica de inibição
Dias et al. (2013) Ensaio clínico 4 semanas. ADM na abertura da boca
19 a 69 anos. muscular ativa.
e na força da mordida.
20 mulheres. G1: 8 bloqueios G1 e G2 apresentaram
anestésicos do nervo melhora da dor e da ADM
Nascimento et al. Ensaio clínico G1: 10.
8 semanas. auriculotemporal. da boca e cervical.
(2013) randomizado G2: 10.
G2: bloqueio G1 apresentou resultados
25 a 56 anos. anestésico; fisioterapia. mais significativos.
G1: massagem nos
músculos masseter G1 e G2 não obtiveram
10 homens e 49 e temporal anterior, mudança na atividade
mulheres. bilateralmente. eletromiográfica dos
músculos masseter ou
G1: 2 H, 13 M. G2: uso de placa
temporal.
Gomes et al. Ensaio clínico oclusal por quatro
4 semanas/ 3 atend. G2: 3 H, 12 M.
(2014) randomizado semanas. Combinação de terapias
G3: 1 H, 14 M. provocou uma redução
G3: tratamento
na intensidade de sinais
G4: 4 H, 10 M. combinado (massagem
e sintomas entre os
e placa oclusal).
18 a 40 anos. indivíduos com DTM
G4: tratamento com severa e bruxismo.
placa de silicone.
Fonte: Santos e Pereira, 2016.
108
CAPÍTULO 3
Outros tipos de terapias alternativas
Acupuntura
GV23
ST8
TE22
GB3
EX3
GB14
TE23 BI2
EX2
SI19
GB20 GB1
LI20
GB2 ST7 SI18
SI17
GV26
ST6
BI10
ST5
LI18
GV14
Fonte: Rosted, 2001.
LI4 ST36
BL60
110
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
Dry needling
Dry needling é outra técnica que pode ser realizada para o tratamento
da DTM, conhecida também como agulhamento a seco. Apesar de
parecer semelhante à acupuntura tradicional, na realidade é uma técnica
ocidental fundamentada em princípios neurofisiológicos diferentes. Foi
descrita por Travell pela primeira vez nos anos 1960, sendo bastante
difundida na última década (CARVALHO et al., 2017).
111
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Com relação aos mecanismos de ação e efeitos fisiológicos, a técnica tem como
efeito reduzir a dor e a tensão muscular, melhorar a coordenação e o comprimento
muscular, restabelecer a mobilidade e desinibir os pontos gatilhos miofasciais.
112
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
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UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
Inibição da
Liberação de transmissão
neuropeptídios nociceptiva
(corno dorsal Alívio
opioides
da medula
- β endorfina espinhal) da
Introdução
da agulha - Encefalina
Ativação da dor
- Dinorfina
substância
cinzenta
periaquedutal
Além disso, a estimulação das fibras A delta indica apresentar relação em ativar
os sistemas inibitórios descendentes intercedidos por uma relação sinérgica
entre a serotonina e a norepinefrina, sendo que a norepinefrina possui papel
de inibição direta sobre a membrana pós-sináptica das células de transmissão
(CARVALHO et al., 2017).
114
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
Técnica de aplicação
Com relação à aplicação da técnica, esta pode ser superficial ou profunda, porém
a profunda é que provém resultados mais rápidos e eficientes, possivelmente
pela rápida despolarização das fibras musculares envolvidas, acompanhada da
contração reflexa (CARVALHO et al., 2017).
Uma vez que a técnica profunda atinge receptores polimodais, que segundo estudos,
parecem ser mais efetivos na promoção da analgesia do que os receptores cutâneos,
o agulhamento pode estimular quimicamente, mecanicamente e termicamente,
favorecendo um melhor resultado (CARVALHO et al., 2017).
Com relação à melhor técnica, ainda não há um consenso, dessa forma, vai
depender do objetivo do tratamento e do próprio relato do paciente para
determinar qual tipo será mais efetivo.
Aplicação
Em relação ao tempo e frequência de aplicação do dry needling, ainda não
há um consenso sobre qual seria a melhor e mais eficiente metodologia. Uma
revisão sistemática e meta-análise de Vier et al. (2019) verificou a efetividade
da técnica do agulhamento a seco especificamente em relação à dor orofacial,
ligando a vários tipos de aplicações.
116
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
Quando se trata da melhor escolha entre as duas técnicas, realmente fica muito
difícil especificar qual seria e melhor, uma vez que, como já foi dito, essa escolha
depende de cada caso, porém ambas são significativamente importantes para um
bom resultado no tratamento das DTM.
Osteopatia
A osteopatia é uma filosofia que foi criada no século XIX por Andrew Taylor
Still, seguindo os princípios da lei da artéria, hipomobilidade e hipermobilidade,
unidade corporal, e que a estrutura governa a função, sendo que toda disfunção
somática e/ou disfunção osteopatica possui alguns desses princípios alterados em
relação a sua fisiologia, gerando processos inflamatórios crônicos, com aumento
de mediadores químicos sanguíneos (FERREIRA, 2015).
Apenas como forma de ilustrar, uma vez que, para a realização das técnicas
é necessário fazer um curso complementar em osteopatia, uma das manobras
117
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
que podem ser utilizadas para a DTM é a técnica de thrust direta, na qual o
osteopata realiza movimentos passivos na coluna cervical, posicionando-a para
realizar um movimento de pequena amplitude em alta velocidade. Para a região
cervical, o Thrust OAA (occipital, atlas e axis) pode ser feito bilateralmente,
abordando as regiões cervicais CO/C1 e C2 (FERREIRA, 2015).
Toxina botulínica
O estudo de Pihut et al. (2016) teve como objetivo avaliar a eficiência das injeções
intramusculares da toxina botulínica do tipo A para o tratamento da dor no
músculo masseter em pacientes com disfunção da articulação temporomandibular
e cefaleia do tipo tensional. Nos pacientes de ambos os sexos, foram aplicadas
injeções intramusculares de 21 U da toxina botulínica tipo A (Botox, Allergan) na
área da maior superfície de seção transversal do músculo masseter bilateralmente.
A intensidade da dor foi avaliada utilizando a escala visual analógica e a escala
numérica verbal uma semana antes do tratamento e 24 semanas após o tratamento,
para verificar se houve alteração da percepção da dor pelos voluntários.
118
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
Houve uma diferença notável entre os dois grupos em relação à escala visual
analógica para dor na ATM em repouso. A dor em repouso foi aliviada de
forma mais eficaz no grupo 2 ao final de seis semanas. Melhoria nos ângulos de
protrusão da mandíbula em ambos os lados também foi mais evidente no grupo
2, bem como a recuperação da função da ATM. Houve alívio significativo da dor
e melhora funcional após o tratamento nos dois grupos.
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UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
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TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
Tratamento multidisciplinar
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UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
A literatura atual descreve vários modelos para abordar a dor crônica usando
uma abordagem multimodal. Embora sejam divergentes em áreas como
organização, estrutura, formato e custo, eles têm características centrais comuns,
basicamente uma abordagem biopsicossocial para diagnóstico e cuidados que
não apenas aborda a biologia associada, mas também os aspectos psicológicos
e sociais da condição de dor, bem como os físicos e fisiológicos; trabalhando de
maneira integrada e com objetivos de tratamento compartilhados, como reduzir
os efeitos da dor, melhorar a função e obter independência do sistema de saúde.
122
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
Dessa forma, existem várias maneiras pelas quais uma abordagem abrangente
pode ser implementada. As evidências apoiam abordagens multidisciplinares e
interdisciplinares do cuidado.
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UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
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TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
O paciente deve primeiro participar de uma sessão educacional com cada clínico
para aprender sobre os diagnósticos e fatores contribuintes, por que é necessário
alterar esses fatores e como fazê-lo. O dentista ou médico é responsável por
estabelecer os diagnósticos físicos, fornecer assistência médica ou odontológica
a curto prazo e monitora a medicação e o progresso do paciente. Já o psicólogo
ou terapeuta comportamental é responsável por fornecer instruções sobre fatores
contribuintes, diagnosticar, gerenciar ou se referir a distúrbios psicológicos
primários e estabelecer um programa para apoiar o paciente e a família nas
mudanças (MCMAHON, 2017).
125
UNIDADE IV │ TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
No estudo de Berge et al. (2016), eles relatam múltiplos estudos de caso de DTM
com tratamento multidisciplinar, sendo que todos os pacientes eram submetidos
a um exame abrangente focado na DTM/ATM/dor orofacial, incluindo uma
entrevista estruturada relacionada a queixas atuais e passadas de dor orofacial,
bem como fatores gerais de saúde, histórico médico e estilo de vida. Depois
passavam por uma gama de profissionais de saúde, iniciando com o dentista
(cirurgião/especialista) para determinação do diagnóstico clínico; seguido pelo
radiologista, que realizava os exames de imagem.
Depois disso, entrava em cena o psicólogo, que tinha como função avaliar
os fatores psicossociais relevantes para o aparecimento, desenvolvimento
e continuidade de problemas de dor, e auxiliar o paciente na formulação do
problema de maneira a dar origem a um plano de ação/tratamento. A avaliação
clínica era baseada no questionário abrangente preenchido pelo paciente. O
psicólogo realizava uma entrevista estruturada, que incluía explorar a concepção
do problema do paciente, uma vez que a maneira como o paciente pensa sobre
o problema da dor orienta suas ações – o que pode piorar o problema real ou
aliviá-lo. Seu papel é de grande importância por conseguir mapear flutuações de
sintomas em relação a outros fatores (estresse, condições climáticas, distrações
sociais), porque essa abordagem fornece meios para intervenções de tratamento.
126
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES │ UNIDADE IV
127
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