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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA ECONOMIA E FINANÇAS


GABINETE DO MINISTRO

DISCURSO DE LANÇAMENTO

do Programa de Formação de Procuradores da


República em matérias do SISTAFE e da sua
plataforma informática, o “e-SISTAFE”

Proferido por Sua Excelência


Adriano Afonso Maleiane
Ministro da Economia e Finanças

Maputo, 16 de Novembro de 2016


DIGNÍSSIMO
VICE-PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, EXCELÊNCIA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR CHEFE DA COOPERAÇÃO NA


EMBAIXADA DA UNIÃO EUROPEIA;

EXCELENTÍSSIMOS COLEGAS MEMBROS DO CONSELHO


CONSULTIVO DO MINISTRO E MEMBROS DO CONSELHO DE
DIRECÇÃO DO CEDSIF;

DIGNÍSSIMOS PROCURADORES DA REPÚBLICA,

DISTINTOS CONVIDADOS;

MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,

1. Antes de mais permitam-me, endereçar uma calorosa saudação a


todos os presentes nesta sala onde decorreu a primeira sessão de
formação de Procuradores da República em matérias do Sistema
de Administração Financeira do Estado (SISTAFE) e de utilização
da sua plataforma informática, o e-SISTAFE, com o Perfil de
Agente de Consulta.

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2. Dirijo saudação especial ao Digníssimo Vice-Procurador-Geral da
República que tanto nos honra com a sua presença neste acto de
lançamento de um processo de formação dirigido a Servidores
Públicos que têm a árdua missão de investigar e instruir
processos crimes de diversa ordem e, no que respeita a ocasião,
crimes relacionados com a violação de legislação e procedimentos
do SISTAFE e do e-SISTAFE, dos quais resultam prejuízos para o
Tesouro Público.

3. Saúdo também de forma particular ao Chefe da Cooperação na


Embaixada da União Europeia em Maputo, pelo apoio que o
organismo tem prestado ao País de forma geral, e em especial, a
reforma da Gestão das Finanças Públicas e de capacitação de
órgãos de Justiça e de Controlo Externo, incluindo o
financiamento de acções de formação em matéria de
Administração Financeira do Estado, como é o caso da presente
acção de formação.

4. Esta acção tem como objectivo principal dotar os participantes de


conhecimentos em matérias relacionadas com o SISTAFE em
termos de legislação básica, princípios orientadores e de
procedimentos, bem como na utilização da ferramenta tecnológica
de suporte ao sistema, o e-SISTAFE. Pretende-se pois, fortalecer a
compreensão e capacidades de quem tem a responsabilidade de
instruir processos judiciais relativos a infração à legislação
financeira, por forma a garantir uma intervenção cada vez mais
atempada e fundamentada num conhecimento profundo das
matérias contravertidas.
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Minhas Senhoras e Meus Senhores,

5. Este evento decorre no mês em que o e-SISTAFE,


operacionalizado pela primeira vez a 1 de Novembro de 2004 com
o lançamento da Conta Única do Tesouro (CUT), completa
exactamente 12 anos de existência, e numa altura em que a
racionalidade na aplicação de recursos públicos revela-se cada
vez mais necessária e com sentido imperioso, sendo por isso de
extrema relevância o aperfeiçoamento dos processos de gestão
e do controlo interno, bem como de garantia da legalidade e
efectividade da despesa e ainda da transparência,
responsabilidade e responsabilização na Gestão das Finanças
Públicas.

6. A estrutura de construção e funcionamento do e-SISTAFE


permite afirmar que ele possui sólidos mecanismos de controlo do
processo de realização da despesa pública e de validação das
informações, fornecendo dados fiáveis para a gestão e controlo,
mediante a atribuição de perfis de operação e níveis de acesso
diferenciados e que são operacionalizados a partir de códigos
individualizados, como aliás os ilustres formandos tiveram a
oportunidade de apreciar no decurso da formação prática.

7. O Ministério da Economia e Finanças está ciente de que o e-


SISTAFE, tal como todo e qualquer sistema, é susceptível de sua
utilização indevida, não podendo substituir-se a integridade dos
sujeitos que nele operam. O e-SISTAFE, a semelhança de todos os
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sistemas informáticos de gestão financeira, quer privada, quer
pública, é sustentado por procedimentos de observância
obrigatória por parte dos intervenientes. O não cumprimento ou
plena observância dos procedimentos pode levar a ocorrência de
fraudes com recurso ao sistema.

8. É importante referir que as fraudes não decorrem de fragilidades


do sistema e-SISTAFE como tal, mas sim da não observância dos
procedimentos básicos de trabalho e de segurança por parte dos
funcionários e agentes do Estado que nele operam, umas vezes
por negligência e outras com a clara intenção de praticar fraude,
importando contudo referir que todo o que operar fraudes com
recurso ao e-SISTAFE é perfeita e facilmente identificado em
curto espaço de tempo, com recurso a uma simples e rápida
auditoria ao sistema. O e-SISTAFE permite uma plena
rastreabilidade das operações e dos agentes que as realizam,
dando detalhes sobre o dia, hora, minuto em que o agente actuou
fraudulentamente, devendo por isso ser responsabilizado nos
termos da lei.

9. É nossa convicção que a plena, efectiva e célere responsabilização


dos agentes prevaricadores pode produzir efeitos positivos em
termos de consciencialização dos utilizadores do e-SISTAFE sobre
os riscos que correm ao não conformar a sua actuação com o
estabelecido nos procedimentos operacionais.

10. Estamos convictos que a realização de acções conjuntas e


articuladas entre a Inspecção-Geral das Finanças, inspecções
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administrativas sectoriais, a Policia de Investigação Criminal e a
Procuradoria-Geral da Republica, podem permitir uma célere
investigação e responsabilização dos que operam ilicitamente no
e-SISTAFE, resultando dessa actuação o desvio de fundos
públicos.

11. Para o efeito o Ministério da Economia e Finanças, a partir


do CEDSIF, está a implementar um intensivo programa de
capacitação às entidades referidas sempre que necessário, para
melhor compreensão do SISTAFE e do e-SISTAFE e das suas
potencialidades para a identificação e combate à fraudes, para
além de auxiliar o dia-dia da Gestão de Finanças Públicas.

Minhas Senhoras e Meus Senhores

12. Ao desencadearmos este programa de formação


pretendemos fornecer aos Digníssimos Procuradores da
República ferramenta e conhecimento que facilitará o pleno
exercício das funções no que tange ao tratamento de processos
relacionados com crimes materializados por violação das regras e
procedimentos do SISTAFE e, simultaneamente, fazer com que a
sociedade ganhe maior consciência da actuação sinérgica e
solidária das instituições em acções de combate ao crime
financeiro.

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13. Esta acção de formação dirigida a Procuradores da Cidade e
Província de Maputo, constitui a primeira de entre muitas outras
que se seguirão, quer a nível da Cidade de Maputo, quer a nível
de outras províncias, estando já programadas acções de formação
abrangendo Procuradores da República das Províncias da
Zambézia, Tete e Sofala e Procuradores de nível Central, para
actuarem no e-SISTAFE com Perfil de Agente de Consulta.

14. Por último, encorajo os Digníssimos Procuradores da


República a explorar no máximo a interpretação dos relatórios
produzidos no sistema e sempre que necessário solicitar o
aprofundamento do conhecimento dos conteúdos da formação
junto do CEDSIF, pois estamos cientes que em três dias de
formação não se pode esgotar ou dominar todos conteúdos do
SISTAFE e do e-SISTAFE, sendo necessária uma actualização e
investigação permanente.

15. Deste modo, declaro solenemente lançado o Programa de


Formação de Procuradores da República em matérias do SISTAFE
e da sua Plataforma Informática, o e-SISTAFE.

Pela Atenção Dispensada, Muito Obrigado!

Maputo, ao 16 de Novembro de 2016

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