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CIV 314 - Materiais compósitos engenharia

civil: Dimensionamento de elementos com


barras não metálicas e sistemas de reforço

PhD Gláucia Maria Dalfré


Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar)

Mestre em Engenharia de Estruturas


(SET/EESC/USP)
Doutora em Engenharia Civil
(Universidade do Minho/Portugal)
Membro do Comitê IBRACON/ABECE 303: Uso de Materiais não convencionais para Estruturas de
Concreto, Fibras e Concreto Reforçado com Fibras
Membro da diretoria regional Ibracon/São Carlos
Bolsista Produtividade em Pesquisa – PQ-2/CNPq (2016-2018)
Enquadramento

AULA ANTERIOR
Cálculo de capacidade resistente dos elementos de
concreto armado – flexão e cisalhamento

NESTA AULA
Contextualização e introdução as manifestações
patológicas
CIV 314 - Materiais compósitos engenharia
civil: Dimensionamento de elementos com
barras não metálicas e sistemas de reforço

Unidade 3:
Contextualização e
introdução as
manifestações patológicas

PhD Gláucia Maria Dalfré


Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Qual a diferença entre reparar (reabilitar) e reforçar?


Machado e Machado (2015)

REPARAR:
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Qual a diferença entre reparar (reabilitar) e reforçar?


Machado e Machado (2015)

REPARAR:
A construção será REPARAR, isto é, serão repostas as condições
normais de suporte para as quais tinha sido anteriormente
desenvolvida.
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Desempenho – NBR 15.575


Perda de desempenho do material

Desempenho ao longo do tempo


Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Qual a diferença entre reparar (reabilitar) e reforçar?


Machado e Machado (2015)

REPARAR:
A construção será REPARAR, isto é, serão repostas as condições
normais de suporte para as quais tinha sido anteriormente
desenvolvida.

REFORÇO:
A construção será REFORÇADA , isto é,
terá a sua condição de suporte
aumentada em relação aquela para qual
tinha sido anteriormente projetada.
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?

Os agentes causadores dos problemas patológicos nas construções


podem ser divididos em:

Fase de projeto

Fase construtiva

Durante a vida da estrutura


Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?

Fase de projeto
Várias falhas podem acontecer durante a
etapa de concepção da estrutura e podem
se originar durante durante o estudo
preliminar (lançamento da estrutura), na
execução do anteprojeto ou da elaboração
do projeto de execução.
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Fase de projeto
- Falta de compatibilização entre a estrutura e a arquitetura, bem
como com os demais projetos civis
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Fase de projeto
- Falta de compatibilização entre a
estrutura e a arquitetura, bem
como com os demais projetos civis
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Fase de projeto
- Falta de compatibilização entre a estrutura e a arquitetura, bem
como com os demais projetos civis
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Fase de projeto
- Elementos de projeto inadequados

Má definição das ações atuantes


ou da combinação mais
desfavorável das mesmas,
escolha infeliz do modelo analítico,
erro de dimensionamento,
deficiência no cálculo das
estruturas ou na avaliação da
resistência do solo, dentre outros
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Fase de projeto
- Elementos de projeto inadequados
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Fase de projeto
- Especificação inadequada de materiais
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Fase de projeto
- Detalhamento insuficiente ou errado
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Fase de projeto
- Detalhes construtivos inexequíveis
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Fase de projeto
- Erros na dosagem do concreto e falhas na concretagem
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Fase construtiva
- Erros de execução
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Fase construtiva
- Qualidade inadequada de materiais e componentes

- Ações térmicas internas (gradientes térmicos originados pelo calor


de hidratação)
- Presença de agentes agressivos incorporados
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Durante o período de vida da estrutura
- Agente químicos, biológicos externos e intemperismo
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Durante o período de vida da estrutura
- Modificação da função da estrutura
para condições mais desfavoráveis
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Durante o período de vida da estrutura
- Situações de carregamento não previstas
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Durante o período de vida da estrutura
- Manutenção inadequada
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Durante o período de vida da estrutura
- Agravamento de requisitos regulamentares
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Durante o período de vida da estrutura
- Alteração das exigências de serviço da estrutura
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Durante o período de vida da estrutura
- Ocorrência de sismos

- Ocorrência de ações de acidente


(choques, incêndios, explosões)
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Durante o período de vida da estrutura
- Ocorrência de ações de acidente (choques, incêndios, explosões)
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Durante o período de vida da estrutura
- Ocorrência de ações de acidente (choques, incêndios, explosões)
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando é necessário reparar ou reforçar?


Durante o período de vida da estrutura

- Cargas excessivas
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Durante o período de vida da estrutura

- Deformações excessivas
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Quando se decide pelo reforço?


A decisão deve basear-se na:
• Inspeção da estrutura existente
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

6.3 Mecanismos de envelhecimento e deterioração


6.3.2 - Mecanismos preponderantes de deterioração
relativos ao concreto
6.3.2.1 Lixiviação
6.3.2.2 Expansão por sulfato
6.3.2.2 Reação álcali-agregado
6.3.3 Mecanismos preponderantes de deterioração
relativos à armadura
6.3.3.1 Despassivação por carbonatação
6.3.3.2 Despassivação por ação de cloretos
6.3.4 Mecanismos de deterioração da estrutura
propriamente dita
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

6.3.2.1 Lixiviação
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

6.3.2.1 Lixiviação
O mecanismo responsável por dissolver e carrear os
compostos hidratados da pasta de cimento por ação de
águas puras, carbônicas agressivas, ácidas e outras.
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

6.3.2.1 Lixiviação Cal hidratada


Remoção de sais solúveis - Ca(OH)2
Características iniciais: manchas esbranquiçadas na superfície
Eflorescência → CaCO3 Carbonato de cálcio
Consequências: aumento da porosidade e redução do pH
aaa
a
Contextualização e introdução as manifestações patológicas
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

6.3.2.1 Lixiviação
Sintomatologia básica: superfície arenosa ou com
agregados expostos sem a pasta superficial, com
eflorescências de carbonato, com elevada retenção
de fuligem e com risco de desenvolvimento de
fungos e bactérias.

Como consequência observa-se também uma


redução do pH do extrato aquoso dos poros
superficiais do concreto do componente estrutural
com risco de despassivação da armadura.
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

6.3.2.1 Lixiviação
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

6.3.2.2 Expansão por sulfato


É a expansão por ação de águas ou solos que contenham
ou estejam contaminados com sulfatos, dando origem a
reações expansivas e deletérias com a pasta de cimento
hidratado. Expansão e fissuração do concreto
Ambiente externo Diminuição progressiva de resistência e
Concreto (agregados) perda de massa

Formando

óxido de alumínio
Presença de
Ca(OH)2 e H2O Volume final = 2 x volume inicial
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

DURABILIDADE DO CONCRETO
6.3.2.2 Expansão por sulfato
Meios agressivos que podem conter sulfatos:

- água do mar,
- lençol freático contaminado,
- água de pântanos (decomposição de matéria
orgânica),
- esgotos,
- efluentes industriais....

(Wallace, 1999 e ENBRI, 2001)


Contextualização e introdução as manifestações patológicas

ATAQUE POR SULFATOS


Estruturas mais susceptíveis ao ataque por
sulfatos:

• Elementos em contato com solos contaminados,


• Estradas,
• Túneis e tubulações de esgotos etc.

(Wallace, 1999 e ENBRI, 2001)


Contextualização e introdução as manifestações patológicas

6.3.2.2 Expansão por sulfato


Sintomatologia básica: superfície com fissuras
aleatórias, esfoliação e redução significativa da
dureza e resistência superficial do concreto, com
consequente redução do pH do extrato aquoso dos
poros superficiais, colocando em risco a passivação
das armaduras.
Agressividade do meio x durabilidade do concreto

6.3.2.3 Reação álcali-agregado


É a expansão por ação das reações entre os álcalis do
concreto e agregados reativos.
Encontrada em pontes, pavimentos de concreto, viadutos,
muros, túneis, obras hidráulicas.
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

Out-Dez/2014
Contextualização e introdução as manifestações patológicas
Contextualização e introdução as manifestações patológicas
Contextualização e introdução as manifestações patológicas
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

6.3.3.1 Despassivação por carbonatação


É a despassivação por carbonatação, ou seja, por ação do
gás carbônico da atmosfera sobre o aço da armadura.

CO2 H2O H2CO3


(gás carbônico) (ácido carbônico)
H2CO3 reage com H2O CaCO3
componentes da pasta (carbonato de cálcio) Consome álcalis Reduz pH
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

6.3.3.1 Despassivação por carbonatação


- O gás carbônico da atmosfera penetra por difusão e
reage com os hidróxidos alcalinos da solução dos poros
do concreto reduzindo o pH dessa solução.
- A despassivação só ocorre de maneira significativa em
ambientes de umidade relativa abaixo de 98% e acima
de 60%, ou em ambientes sujeitos a ciclos de
molhagem e secagem, possibilitando a instalação da
corrosão.
- O fenômeno de carbonatação propriamente dita, não é
perceptível a olho nu, não reduz a resistência do
concreto e até aumenta sua dureza superficial.
Contextualização e introdução as manifestações patológicas

6.3.3.2 Despassivação por ação de cloretos


Consiste na ruptura local da camada de passivação,
causada por elevado teor de íon-cloretos.
Avaliação de estruturas

Avaliação de estruturas
▪ Inspeção visual
Destrutivos
▪ Ensaios para avaliação
Não Destrutivos

▪ Resistência e integridade do concreto;


▪ Processo de corrosão das armaduras;
▪ Durabilidade do concreto;
▪ Segurança estrutural.
Avaliação de estruturas

Inspeção visual

1) Caracterização da obra;
- Levantamento histórico;
2) Identificação das manifestações patológicas;
- Registro fotográfico;
3) Diagnóstico inicial;
- Programação de ensaios.
Avaliação de estruturas

Inspeção visual...
Avaliação de estruturas

Ensaios não destrutivos


▪ Pacometria;
▪ Esclerometria;
Integridade e
▪ Ultrassonografia; qualidade do
▪ Resistividade elétrica; concreto, corrosão
das armaduras,
▪ Potencial de corrosão;
segurança
▪ Velocidade de corrosão estrutural.
▪ Profundidade de carbonatação;
▪ Profundidade de íons cloreto;
▪ Provas de carga, dentre outros.
Avaliação de estruturas

Ensaios destrutivos
▪ Extração de testemunhos;
▪ Resistência à compressão do
concreto;
▪ Absorção de água; Integridade e
qualidade do
▪ Penetração de íons cloreto; concreto, corrosão
▪ Teor de cloretos; das armaduras,
segurança
▪ Reconstituição de traço;
estrutural.
▪ Perda ao fogo;
▪ Termogravimetria etc.
Avaliação de estruturas

Inspeção Preliminar
A fase de inspeção preliminar consiste em determinar, por meio da
análise visual e do histórico da edificação, a necessidade ou não
de intervenção imediata na estrutura.

Na inspeção preliminar, é feito uma estimativa das possíveis


consequências dos danos e, caso necessário, medidas
emergenciais poderão ser tomadas, como por exemplo, o
escoramento de parte ou do todo da estrutura.

Com base nas informações obtidas nesta etapa, é possível


determinar a natureza e origem do problema, como também de
servir como base para um estudo mais detalhado, caso for
necessário
Avaliação de estruturas

Inspeção Preliminar
Ficha de avaliação de antecedentes da estrutura e do meio

Apresenta-se um modelo de ficha de descrição do meio, deve-se avaliar os aspectos do


meio ambiente com ênfase:

a) Tipo de atmosfera: Urbana, rural, marinha, industrial ou a combinação entre algumas


delas. Estimar a possível presença de contaminantes, ciclos de temperatura, umidade
relativa e ventos atmosféricos e locais.
b) Tipos de água: Naturais, salobras, doces, subterrâneas, potável, esgoto industrial ou
doméstico, sua composição química e eventual contaminação.

c) Natureza do solo: Natural, aterro, ácido, alcalino, resistividade elétrica, características.

d) Presença de correntes erráticas: avaliação da existência e possível contaminação.

e) Agentes químicos: Presença de contaminações industriais, esgoto, etc.


Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas

Exame Visual Geral da Estrutura

Este processo deve permitir determinar se o problema se


apresenta por igual ou apresenta causas localizadas.

Deve-se realizar um exame diferenciado dos elementos,


registrando os sinais aparentes de corrosão (manchas, extensão,
grau de degradação, etc.), fissuras (localização, direção,
dimensão, etc.), regiões de desprendimento de concreto com/sem
exposição da armadura, degradação do concreto, assim como
qualquer outra anomalia.
Avaliação de estruturas

Exame Visual Geral da Estrutura


Para orientar a realização da inspeção visual e permitir o registro das
observações efetuadas, pode ser feita a Inspeção Visual Geral da
Estrutura.

O modelo de ficha é constituído de duas partes.


A primeira parte consiste na confecção de um croqui, descrevendo os
danos da estrutura, a sua localização e um registro fotográfico destes
danos. Na segunda parte deve-se descrever por escrito a extensão e
a gravidade dos problemas encontrados.
Em seguida, há um espaço para decisão dos ensaios a serem feitos
na estrutura como, por exemplo, “profundidade de carbonatação”,
entre outros. Logo depois, deve ser feito o prognóstico com base nos
resultados obtidos.
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas

Exame Visual Geral da Estrutura


Anamnese/Antecedentes

- Geometria
Visa a definição/verificação da geometria aparente das estruturas com o uso de técnicas de
topografia. As partes ocultas podem também ser levantadas conjugando diferentes
técnicas não destrutivas de diagnóstico.
Avaliação de estruturas

Exame Visual Geral da Estrutura


Anamnese/Antecedentes

- Geometria
Laser Scanner 3D
Um sistema de mapeamento móvel é formado por uma plataforma unificada, que
compreende um laser scanner em combinação com receptor GNSS, além de
unidade de medição inercial (Inertial Measurement Unit – IMU) e um instrumento
de medição de distância (Distance Measurement Instrument – DMI).
O laser faz uma varredura de 360 graus, medindo milhões de pontos por segundo.

Resultado: nuvem de pontos


Avaliação de estruturas

Exame Visual Geral da Estrutura


Anamnese/Antecedentes
Laser Scanner 3D

Escaneamento da Tower Bridge, em Londres


Avaliação de estruturas

Exame Visual Geral da Estrutura


Anamnese/Antecedentes
Laser Scanner 3D
Avaliação de estruturas

MONITORAMENTO DE ESTRUTURAS
Avaliação de estruturas

Mapeamento de fissuras
❖Constituem o caminho preferencial para entrada dos
agentes agressivos
❖A abertura de fissuras no concreto é inevitável, devido a sua
baixa resistência à tração, devendo-se, então, controlar suas
aberturas.
❖De acordo com a NBR 6118:2014, a abertura máxima de fissura (wk)
é 0,4 mm para concreto armado e exposto a uma classe de
agressividade ambiental fraca; de 0,3 mm quando essa classe for de
moderada a forte e de 0,2 mm quando for muito forte.

Retração plástica, de
Origem das
origem térmica, reações
fissuras???
álcali-agregado…
Avaliação de estruturas

FISSURAS
Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da armadura,
em função da classe de agressividade ambiental (NBR 6118:2014)
Tipo de concreto Classe de Exigências relativas
estrutural agressividade I à fissuração
(CAA)
Concreto simples CAA I a CAA IV Não há
Concreto armado CAA I ELS-W Wk≤ 0,4 mm

CAA II e CAA III ELS-W Wk≤ 0,3 mm

CAA IV ELS-W Wk≤ 0,2 mm

Verificar se a fissura é ativa (viva ou instável)


ou inativa (morta ou estável)
Avaliação de estruturas

Mapeamento de fissuras
As fissuras podem ser caracterizadas por três parâmetros geométricos básicos:
• Abertura (a) – distância entre as bordas da fissura, medida de forma
perpendicular à direção local de progresso da fissura;
• Extensão (e) – comprimento de desenvolvimento da lesão ao longo da
superfície do elemento afetado;
• Profundidade (p) – distância do ponto mais profundo afetado pela lesão e a
superfície do elemento estrutural.
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas

Monitoramento da abertura das fissuras


Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas

FISSURAS

Fissuras devido ao esforço de tração em


elemento viga

Fissuras em pilar solicitado a compressão com


insuficiência de estribos

Fissuras típica em viga solicitada à flexão

Fissuras de cisalhamento em viga


Avaliação de estruturas

FISSURAS

Fissura devido à punção na laje


Fissuras devido à flambagem da armadura
em pilar sub armado
Avaliação de estruturas

FISSURAS

Fissura devido a recalque diferencial da


fundação

Fissuras em torno de aberturas em parede


submetida a sobrecarga (THOMAZ, 1989)
Avaliação de estruturas

FISSURAS

Fissura horizontal no topo da parede


por movimentação térmica da laje de
cobertura (THOMAZ, 1989)

Fissura horizontal com componentes


inclinados (escamas) por
movimentação da laje de cobertura
(THOMAZ, 1989)
Avaliação de estruturas

FISSURAS

Fissuras de cisalhamento nas alvenarias ,


provocadas por movimentação térmica da
estrutura (THOMAZ, 1989)
Avaliação de estruturas

Inspeção Detalhada
A realização dos ensaios de campo e de laboratório deve ser feita a
partir dos sintomas encontrados na inspeção visual, buscando‐se
informações objetivas e pormenorizadas que confirmem o
diagnóstico da causa raiz do problema em questão.
Devem ser realizados, por exemplo, os seguintes ensaios:
Pacometria (preliminar)

a) Ensaios no concreto:
a.1) Esclerometria;
a.2) Profundidade de carbonatação;
a.3) Concentração de cloretos;
a.4) Resistência à compressão;
a.5) Porosidade.
a.6) Resistividade;
a.7) Ultrassom; Outros....
Avaliação de estruturas

Inspeção Detalhada

Pacometria
Localização e espessura de recobrimento;

Métodos magnéticos
Determinação da espessura de cobrimento da armadura
▪ Para que serve?
▪ Determinar/conferir as espessuras de cobrimento das armaduras

▪ Conferir projeto de armação e localizar armaduras (método auxiliar)

▪ Identificar posição das barras para realização de outros ensaios

▪ Como realizar?
▪ Limpeza da superfície

▪ Posicionar o emissor e passá-lo sobre a superfície lentamente

▪ Registrar, por barra, 5 leituras de cobrimento e utilizar a média

aritmética
Avaliação de estruturas

Métodos magnéticos
Determinação da espessura de cobrimento da armadura

(a) (b)

(a) Quando o pacômetro é colocado em uma área sem


armadura, a bobina registrará um pequeno fluxo. (b) Quando o
pacômetro é colocado sobre a armadura, a bobina sensora
medirá um fluxo alto. Fonte: Mehta e Monteiro (2008).
Avaliação de estruturas

Métodos magnéticos
Determinação da espessura de cobrimento da armadura
Avaliação de estruturas

Métodos magnéticos
Localizador de barras de aço
Avaliação de estruturas

Inspeção Detalhada
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas

Inspeção Detalhada
Este método não constitui uma alternativa
a) Ensaios no concreto: para a determinação da resistência à
compressão do concreto, mais com uma
correlação adequada pode fornecer uma
a.1) Esclerometria estimativa da resistência in situ.

O esclerômetro de reflexão de Schmidt é o


instrumento utilizado para a avaliação “in loco”
da dureza superficial do concreto e sua
uniformidade com base no princípio do
ricochete.
No Brasil, o procedimento para execução desse
ensaio é estabelecido na NBR 7584.
Ideal para uso em peças pré-fabricadas,
determinações rápidas de estruturas novas e
antigas e estruturas submetidas a sinistros, como:
fogo, abalroamentos, entre outros.
Avaliação de estruturas

Métodos de dureza superficial


Esclerômetro de reflexão de Schmidt
NBR 7584: 2012 (ABNT, 2012)
Inspeção
Avaliação de estruturas

Métodos de dureza superficial


Avaliação de estruturas

Métodos de dureza superficial


Esclerômetro de reflexão de Schmidt

Determinação do
índice esclerométrico

Fotos de Castello Branco, M.P. (2015)


Avaliação de estruturas

Métodos de dureza superficial


Esclerômetro de reflexão de Schmidt
Avaliação de estruturas

Métodos de dureza superficial


Esclerômetro de reflexão de Schmidt
Castello Branco, M.P. (2015). Relatório
parcial de iniciação científica. UFSCar.
2015.

Resultados do IE em pilar.
Ensaio N° 1
50 49 48 50
45 54 50 46
46 54 52 51
46 53 51 48
Avaliação de estruturas

Métodos de dureza superficial


Esclerômetro de reflexão de Schmidt

Índice esclerométrico

Resistência à
compressão
Avaliação de estruturas

Trabalho de IC – Marcos Paulo R. Castello Branco (2015)


Correlação do IE com a resistência à compressão

Nº do Ensaio Nomenclatura Índice


f [MPa]
esclerométrico Planta Baixa Esclerométrico ck

1 P96 49,87 61
2 P96 51,07 63
3 P95 58,37 75
4 P91 60,5 79
5 P78 58,06 75
6 Pdema 54,37 68 fck consta no projeto
7 P39 55,81 71 = 15 MPa
8 P80 57,12 73
9 P82 59,94 78 Projeto de 1982
10 P82 59,94 78 Idade 33 anos
11 P84 45,4 53
Avaliação de estruturas

Métodos de dureza superficial


Fatores que alteram os resultados:

❖ Dosagem do concreto;
❖ Idade e tipo de cura;
❖ Uniformidade da superfície;
❖ Condição de umidade;
❖ Carbonatação superficial;
❖ Rigidez do elemento;
❖ Localização do êmbolo.
Avaliação de estruturas

Inspeção Detalhada
a) Ensaios no concreto:

a.2) Carbonatação

Este ensaio destina-se determinar a


profundidade de carbonatação do concreto.

A carbonatação é um dos mecanismos mais correntes de deterioração


do concreto armado. O dióxido de carbono existente no ar penetra nos
poros do concreto e reage com o hidróxido de cálcio formando
carbonato de cálcio e água. Este processo é acompanhado pela
redução da alcalinidade do concreto.
Avaliação de estruturas

Formação de CaCO3
CARBONATAÇÃO (Carbonato de cálcio)

Ca(OH)2 + CO2 H2O


CaCO3 + H2O
hidróxido de cálcio

→Redução do pH da solução contida nos poros do concreto


de 12, 5 para 8

→ Despassivação do aço, forma generalizada

→No concreto: Aumenta resistência mecânica do material


Volume do cristal de CaCO3 é 12% maior que o do Ca(OH)2
Avaliação de estruturas

Inspeção Detalhada A região não carbonatada


a) Ensaios no concreto: assume cor entre rosa a
vermelho-carmim, de pH
entre 8,3 e 9,5, ou somente
a.2) Carbonatação vermelho carmim, de pH
superior a 9,5.
Quando a frente de carbonatação atravessa o recobrimento das
armaduras, estas ficam despassivadas, permitindo o início da corrosão
(desde que existam água e oxigénio), comprometendo deste modo a
durabilidade do concreto.
Utilizando o indicador da fenolftaleína ou de Temolftaleína, é
possível determinar in situ a profundidade de carbonatação e com
isso estimar a previsão de vida útil do elemento estrutural,
permitindo conhecer de quantos anos se precisaria para a
carbonatação atingir as armaduras e despassivá-las, situação
esta, que levaria ao início do processo de corrosão.
Inspeção
Avaliação de estruturas

Determinação da frente de carbonatação do concreto

Fonte: Acervo Concremat.


Avaliação de estruturas

Medida da profundidade de carbonatação


✓ Aspersão do indicador ácido/base
Indicador de pH Intervalo de mudança de cor
Incolor-vermelho carmim
Fenolftaleína
pH 8,0 - 9,8
Incolor-azul
Timolftaleína
pH 9,3-10,5
Amarelo claro-amarelo escuro
Amarelo de alizarina GG
pH 10,0-12,0
Amarelo-vermelho alaranjado
Amarelo de alizarina R
pH 10,1-12,0

Solução 1% de fenolftaleína+70% de álcool etílico+29% de água destilada


Avaliação de estruturas

Medida da profundidade de carbonatação

✓ Afim de facilitar a agilizar as


inspeções, existe no
mercado indicadores
químicos de pH (em forma
de lápis ou fitas), atendendo
uma gama maior de
resultados, que são
comparados com uma
tabela de cores.
Avaliação de estruturas

Leitura da profundidade de carbonatação


Fissuras

✓ Análises microscópicas: análise termogravimétrica


Avaliação de estruturas

Modelo simplificado de vida útil (TUUTTI, 1982)

Tempo que os agentes


demoram para atingir a
armadura Acumulação progressiva da
deterioração
Avaliação de estruturas

Exemplo prático
Considerando a profundidade carbonatada de 3cm e t=4 anos, qual o valor do
coeficiente de carbonatação?

eCO2 = kCO2 . t 1/2

co2 = espessura da profundidade carbonatada (mm);


t 1/2 = tempo de exposição do CO2 (anos) e
kco2 = coeficiente de carbonatação, constante que depende
das características do material e do ambiente (mm/ano½).
Avaliação de estruturas

Exercício de fixação
Considerando um concreto com a constante kco2 = 2,00mm/ano1/2, qual seria o
cobrimento mínimo (em mm) necessário para uma VUP de 120 anos, admitindo
como fim da vida útil a despassivação da armadura mais externa (estribo) por
carbonatação?
Avaliação de estruturas

Exercício de fixação
Considerando os dados e resultados obtidos no exemplo anterior, qual seria o
impacto em anos de VU caso, por erro de execução, houvesse uma redução de
5mm nesse cobrimento mínimo?
Avaliação de estruturas

Exemplo prático
Tendo por objetivo a avaliação temporal do comportamento de elementos
reforçados à flexão segundo a técnica EBR, um programa experimental composto
por 12 vigas biapoiadas de concreto armado, com dimensões de 120x200x250
mm³, concreto com resistência a compressão (fck) de 20 MPa, armadura de flexão
alojada junto a face inferior composta por 2 barras de aço CA-50 com diâmetro de
10mm vem sendo realizado. Para evitar a ruptura por cisalhamento, estribos de
aço CA-60 com diâmetro de 5mm com espaçamento de 10 cm foram utilizados.
O cobrimento possui o valor médio de 1,9 cm.
Avaliação de estruturas

F
20

10 115 115 10
250

17,50
20,00

1,5
2Ø6.3mm
2Ø10.0mm

12 24Ø5.0mm c/ 10cm

c =1,9 cm
Obs.:
- Distância da rodovia
Washington Luiz: +- 1 km
- Distância da rodovia Eng.
Thales de Lorena Peixoto
Júnior, 30648-30762, São
Carlos - SP : +- 500 m
Avaliação de estruturas

Foi realizado um ensaio de frente de carbonatação em duas vigas de


concreto armado (fck 20MPa), expostas às intempéries, localizadas na
cidade de São Carlos/SP. A concretagem foi realizada no dia 27/10/2017
e o ensaio de carbonatação foi realizado no dia 18/12/2018.
Seguem os resultados obtidos no ensaio:
Profundidade média de carbonatação (mm)
Viga Meio Vão
Extremidade 1 Extremidade 2
Parte Superior Parte Inferior
V1_WEA_CFRP 6,73 7,56 6,50 5,35
V2_WEA_CFRP 5,38 6,84 6,93 6,49
Avaliação de estruturas

40 100
35 90
30 80
Temperatura (°C)

70

Umidade (%)
25
60
20
50
15 40
10 30
20
5
10
0
0 30 60 90 120 150 180 0
0 30 60 90 120 150 180
Dias
Dias

Dados: Estação meteorológica de superfície, INMET


Avaliação de estruturas

Pede-se:
Qual o valor de kco2 ?
Quando prevê-se que a viga atingirá sua vida útil (considerando a
despassivação da armadura mais externa (estribo) por carbonatação)?

eCO2 = kCO2 . t 1/2

co2 = espessura da profundidade carbonatada (mm);


t 1/2 = tempo de exposição do CO2 (anos) e
kco2 = coeficiente de carbonatação, constante que depende
das características do material e do ambiente (mm/ano½).
Avaliação de estruturas

Pede-se:
Qual o valor de kco2 ?
Quando prevê-se que a viga atingirá sua vida útil (considerando a
despassivação da armadura mais externa (estribo) por carbonatação)?
eCO2 = kCO2 . t 1/2
co2 = profundidade carbonatada (mm);
t 1/2 = tempo de exposição (anos)
kco2 = coeficiente de carbonatação (mm/ano½).
O cobrimento possui o valor médio de 1,9 cm
t = _______ anos

Profundidade média de carbonatação (mm)


Viga Meio Vão
Extremidade 1 Extremidade 2
Parte Superior Parte Inferior
V1_WEA_CFRP 6,73 7,56 6,50 5,35
V2_WEA_CFRP 5,38 6,84 6,93 6,49
Avaliação de estruturas

Medida da profundidade de penetração dos íons cloreto


✓ Aspersão da solução de nitrato de prata com
concentração de 0,1 M

AgNO3 + Cl- → AgCl + NO3

Ausência de cloretos
Método
qualitativo
Presença de cloretos
Avaliação de estruturas

Inspeção Detalhada
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas

Agentes agressivos
- CO2
- Íons cloreto

Despassivação do aço

Corrosão das armaduras


Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas

Aparência superficial da corrosão generalizada desencadeada pela carbonatação do


concreto (a) e da corrosão puntiforme desencadeada pela ação dos íons cloreto (b).
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas

RESISTÊNCIA MECÂNICA: resistência à compressão


Obtenção das amostras: extração de testemunhos

Retificação dos
testemunhos
Avaliação de estruturas

Extração de testemunhos de concreto


▪ Para que serve?
▪ Determinar características do concreto:

▪ Resistência à compressão axial

▪ Resistência à tração diametral

▪ Determinação de índice de vazios

▪ Determinação de massa específica etc.

▪ Subsidiar análise estrutural etc.

▪ Pode-se ainda:
▪ Avaliar o concreto de cobrimento

▪ Determinar espessuras de lajes

▪ Determinar camadas de revestimentos etc.


Avaliação de estruturas

Extração de testemunhos de concreto


▪ Como realizar?
▪ Localizar a malha de aço com auxílio de detector de

metais ou Pacômetro
▪ Fixar extratora no elemento

▪ Extrair testemunho

▪ Registrar informações sobre testemunho e localização

▪ Submeter aos ensaios (laboratoriais)


Avaliação de estruturas

Inspeção Detalhada

A extração deve ser precedida de uma verificação experimental do


posicionamento das armaduras, como, por exemplo, com a utilização de
um detector de metais (pacômetro), concomitantemente com o estudo
do projeto estrutural. Caso ocorra o corte involuntário de armaduras,
este fato deve ser imediatamente informado ao projetista estrutural.

Os testemunhos devem ser íntegros, isentos de fissuras, segregação,


ondulações, e não podem conter materiais estranhos ao concreto, como
pedaços de madeira. Testemunhos que apresentem defeitos como os
citados devem ser descartados.
Avaliação de estruturas

Em casos específicos, podem ser


Os testemunhos devem ser ensaiados de
utilizados testemunhos de diâmetro
acordo com o estabelecido na ABNT NBR
menor que 75 mm e igual ou maior
5739, sendo determinada sua resistência
que 50 mm, desde que acordado
de ruptura à compressão axial.
entre as partes envolvidas.
O diâmetro de um testemunho cilíndrico utilizado para determinar a
resistência à compressão deve ser pelo menos três vezes a dimensão
máxima característica do agregado graúdo contido no concreto e
preferencialmente maior ou igual a 100 mm.
A relação altura/diâmetro dos testemunhos cilíndricos deve ser o mais
próxima possível de dois, após preparo obedecendo sempre a seguinte
condição:
onde h é a altura do testemunho;
1 ≤ h/d ≤ 2 d é o diâmetro do testemunho
Avaliação de estruturas

Efeito do broqueamento em função do diâmetro do testemunho (k2)

O efeito deletério do broqueamento deve ser considerado em todos os casos e é


maior quanto menor for o diâmetro do testemunho.
Para levar em conta o efeito do broqueamento em função do diâmetro do
testemunho, emprega-se k2, sendo permitida interpolação dos valores.
Esta correção deve ser aplicada sobre o resultado de ruptura de cada
testemunho e informada no relatório do ensaio.
Avaliação de estruturas

Direção da extração em relação ao lançamento do concreto (k3)

Cabe ao responsável pela extração informar ao laboratório de ensaio sobre a


direção de extração com relação ao lançamento do concreto.
Os corpos de prova devem ser ensaiados sempre que possível no sentido do
lançamento do concreto.
Para extrações realizadas no sentido ortogonal ao lançamento (como pilares,
cortinas e paredes moldados no local), k3 = 0,05.

Para extrações realizadas no mesmo sentido do lançamento (como lajes), k3=0.


Avaliação de estruturas

Efeito da umidade do testemunho (k4)

Os corpos de prova devem ser rompidos saturados (neste caso, k4 = 0).

No caso de ensaio do testemunho seco ao ar, k4 = – 0,04.

Esta correção deve ser aplicada ao resultado de ruptura e informada no relatório


do ensaio.
Inspeção Correções
K1 – relação h/d
K2 – broqueamento (diâmetro do testemunho)
K3 – relação ao lançamento do concreto
K4 – efeito da umidade
Avaliação de estruturas

Inspeção Detalhada
a) Ensaios no concreto:

Resistividade
Além da avaliação do risco corrosão, a reação
álcalis-agregado e o ataque de sulfatos ao
concreto também podem fazer uso da técnica
de medição da resistividade elétrica do
concreto.
Além disso, esta técnica pode ser aplicada para avaliar o desempenho
de estruturas recuperadas, a eficiência da proteção catódica ou do
processo de dessalinização ou da realcalinização do concreto.
Além disto, cita-se o seu uso na caracterização do concreto, inclusive na
avaliação do ingresso de íons cloreto.
Avaliação de estruturas

Métodos elétricos
Resistividade elétrica superficial do concreto
Parâmetro a ser considerado na avaliação do risco de corrosão ASTM G 57
Função da umidade do concreto e do conteudo de eletrólito.
Alguns autores observaram que a velocidade de corrosão é
inversamente proporcional à resistividade do concreto.

onde :
ρ é a resistividade (Ω.cm);
L é a distância entre os eletrodos
(cm);
V é a voltagem medida entre os
eletrodos centrais (V) e
I é a corrente (A).

Medição da maior ou menor


facilidade com que uma
Medida da resistividade por meio do método dos corrente elétrica atravessa o
quatro eletrodos . Fonte: GOWERS e MILLARD (1999). concreto.
Avaliação de estruturas

Métodos elétricos
Resistividade elétrica superficial do concreto
ASTM G 57
Avaliação de estruturas

Métodos elétricos
Resistividade elétrica superficial do concreto
ASTM G 57
Avaliação de estruturas

Métodos elétricos
Resistividade elétrica superficial do concreto
ASTM G 57
Análise dos resultados

Recomendação do CEB-192 baseada na resistividade do concreto para


estimar a provável taxa de corrosão. Fonte: Metha e Monteiro (2008).
Resistividade (kΩ.cm) Taxa provável de corrosão
> 20 Desprezível
10 a 20 Baixa
5 a 10 Alta
<5 Muito alta
Avaliação de estruturas

Inspeção Detalhada
a) Ensaios no concreto:

Ultrassom
A ultrassonografia é um método não destrutivo que mede a
velocidade de propagação de uma onda ultrassônica no interior de
um corpo.

Este dado pode então ser usado para estimar a compacidade e a


homogeneidade do mesmo.

ABNT NBR 8802:2012 - Concreto endurecido —


Determinação da velocidade de propagação de onda
ultrassônica.
Avaliação de estruturas

Métodos de propagação das ondas


Método de velocidade de propagação de onda ultrassônica
NBR 8802:2013 (ABNT, 2013)
Equipamento modelo Pundit Lab da
ASTM C 597
Proceq

Leituras do tempo ou diretamente


da velocidade de propagação da
onda ultrassônica

Frequências variam de 20 kHz a 150 kHz

Onde: V é a velocidade de propagação da onda (m/s); d é


a distância percorrida pelo sinal (m) e t é o tempo (µs).
Avaliação de estruturas

Métodos de propagação das ondas


Método de velocidade de propagação de onda ultrassônica
Análise dos resultados

Relação entre a velocidade de propagação e a qualidade do


concreto. Fonte: BS EN 12504-4.
Velocidade de propagação da
onda (km/s) Qualidade do concreto

<2 Muito fraca


Entre 2 e 3 Fraca
Entre 3 e 3,5 Média
Entre 3,5 e 4 Boa
Entre 4 e 4,5 Muito boa
> 4,5 Excelente
Avaliação de estruturas

Inspeção Detalhada

b) Ensaios na armadura:
b.1) Perda de diâmetro e seu limite elástico;

Perdas superiores a 10%:


reforço ou substituição de barras

Fonte: Acervo Concremat.


Avaliação de estruturas

b.2) Medição de potenciais;


Potencial de corrosão
ASTM C 876
Avaliação do processo corrosivo → probabilidade de ocorrência da corrosão
Método eletroquímico - Medida da maior ou menor facilidade da
transferência de carga elétrica entre o aço e a solução contida nos
poros do concreto em virtude da diferença potencial.
Monitoramento
de estruturas de
concreto

Medida do potencial de corrosão em laboratório.


Fonte: Silva (2006). Método qualitativo
Avaliação de estruturas

Métodos eletroquímicos
Potencial de corrosão

Modelo simplificado de vida útil. Fonte: TUUTTI (1982).


Avaliação de estruturas

Métodos eletroquímicos
Potencial de corrosão
ASTM C 876
Avaliação do processo corrosivo → probabilidade de ocorrência da corrosão

Monitoramento
de estruturas de
concreto

Medida do potencial de corrosão em obra. Fonte:


Acervo Concremat.

Fonte: IPT
Avaliação de estruturas

Métodos elétricos
Sensores de potencial de corrosão

Eletrodos comerciais de dióxido de manganês (MnO2 ), Instalação de


eletrodo de referência de dióxido de manganês (FORCE TECHNOLOGY,
2008)
Avaliação de estruturas

Métodos eletroquímicos
Potencial de corrosão
ASTM C 876
Avaliação do processo corrosivo → probabilidade de ocorrência da corrosão

Avaliação da corrosão através do potencial de corrosão . Fonte: BROOMFIELD (1997).

Tipo de eletrodo Probabilidade de


Cobre/Sulfato Prata/Cloreto Hidrogênio ocorrer a
Calomelano
de cobre de prata Padrão corrosão
> -200 mV > -106 mV > +116 mV > -126 Baixa (< 10 %)
-200 mV a -106 mV a +116 mV a –126 mV a
Intermediária
-350 mV -256 mV -34 mV –276 mV
< -350 mV < -256 mV < -34 mV < 276 mV Alta (> 90%)
< -500 mV < -406 mV < -184 mV < -426 mV Severa
Avaliação de estruturas

Métodos eletroquímicos
Potencial de corrosão
ASTM C 876
0
Potencial de corrosão (mV)x ESC

-100
Baixo risco de corrosão
-200
Risco de corrosão intermediário
-300

-400
Alto risco de corrosão
-500
Severa condição de corrosão
-600

-700
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Tempo (meses)
Sem sílica 5% SFS 10% SFS 5% SCA 10% SCA

Leituras do potencial de corrosão ao longo de 28 meses – realização de


ciclos de molhagem e secagem em solução de NaCl. Fonte: Silva (2006)
Avaliação de estruturas

Termografia

É uma técnica não destrutiva que utiliza os raios infravermelhos,


baseando-se na percepção da temperatura superficial de um corpo
pelo mecanismo de transferência de calor por radiação, através de
diferença de temperatura entre o alvo e o meio.
Esta técnica é utilizada em vasta gama de aplicações para
inspeção e manutenção.

Verificação de infiltrações
Avaliação de estruturas

Termografia Localização fissuras estruturais


Detecção de vazios
Defeitos em materiais construtivos

ENSAIO PARA MAPEAMENTO DAS ESTRUTURAS DE PRÉDIOS A FIM DE


ATESTAR A INTEGRIDADE DAS MESMAS
Avaliação de estruturas

Termografia
Avaliação de estruturas

Termografia
Avaliação de estruturas

Termografia
Avaliação de estruturas

Termografia
Avaliação de estruturas

Termografia
Avaliação de estruturas

Gamografia

O ensaio de gamografia utiliza fontes radioativas para irradiar o


concreto o obter uma imagem radiográfica indicando o
posicionamento e a natureza dos elementos imersos no mesmo
(armaduras, vazios, bainhas de concretagem...).
Não há norma brasileira para este ensaio.
Avaliação de estruturas

Tomografia
O método de inspeção TCA se baseia em compor as diversas imagens
radiográficas de estruturas de concreto, sejam elas adquiridas por Radiografia
Digital ou por Radiografia Convencional de forma que possibilite visualizar a
imagem em três dimensões, usando-se para isso os recursos computacionais.
Esta técnica permite examinar, “sem romper”, o interior
das estruturas de Concreto Armado ou de estruturas de
menor densidade para:
- Determinar a posição e tamanho de armações de aço
e estribos;
- Detectar a corrosão que pode afetá-las;
- Localizar tubulações (dentro dessas estruturas ou no
subterrâneo) e determinar seu estado;
- Inspecionar bainhas e cabos em concreto, tanto pré
como pós-tensionado;
- Detectar vazios e outras descontinuidades no
concreto.
- Localizar pontos adequados para realizar perfurações.
Avaliação de estruturas

Maturidade (ASTM C 1074-98)


Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas

MONITORAMENTO DE ESTRUTURAS
▪ Monitoramento estático
▪ Fissuras: Selo de gesso, LVDTs, Pinos, relógio comparados
▪ Juntas de dilatação: Triortogonal

▪ Deslocamentos e deformação: LVDTs, strain-gages

▪ Força: Célula de carga

▪ Monitoramento dinâmico
▪ Acelerômetros: aceleração (indiretamente: velocidade,
deslocamento)
▪ Deslocamento: transdutores de deslocamento (elétricos, óticos),

sensor de rotação
Avaliação de estruturas

MONITORAMENTO DE ESTRUTURAS
▪ Plataforma eletrônica de código aberto Arduíno
Avaliação de estruturas

MONITORAMENTO DE ESTRUTURAS
Avaliação de estruturas

MONITORAMENTO DE ESTRUTURAS
▪ Plataforma eletrônica de código aberto Arduíno
Avaliação de estruturas

MONITORAMENTO DE ESTRUTURAS
▪ Plataforma eletrônica de código aberto Arduíno
40
35

Temperatura (ºC)
30
25
Curva de calibração - Sensor DS18B20
(embebido) 20
Umidade Constante/Ciclos de umidade 15
70 10
60 y = 0,9886x + 0,5859
Termômetro (ºC)

R² = 0,9992 5
50
0
40 0 2880 5760 8640 11520 14400
30 Horas (minutos)
20
100
10 90
0 80
Umidade (%)

0 20 40 60 80 70
Arduíno (ºC) 60
50
40
30
20
10
0
0 2880 5760 8640 11520 14400
Horas (minutos)
Avaliação de estruturas

MONITORAMENTO DE ESTRUTURAS
▪ Plataforma eletrônica de código aberto Arduíno
50
45
40
Temperatura (ºC)

35
30
25
20
15
10
5
0
0 30 60 90 120 150 180
Dias
Avaliação de estruturas

MONITORAMENTO DE ESTRUTURAS
▪ Plataforma eletrônica de código aberto Arduíno
100
90
80
70
Umidade (%)

60
50
40
30
20
10
0
0 30 60 90 120 150 180
Dias
Avaliação de estruturas

Avaliação da capacidade portante

Muitas estruturas podem ser utilizadas sem implicações de


segurança, mediante uma avaliação estrutural.
Neste âmbito, dois métodos de avaliação podem ser empregados
para a avaliação de uma estrutura existente, o método analítico
ou o método experimental.
A avaliação analítica também abrange análises teóricas de tensões
na estrutura. Tal análise deve ser fundamentada em inspeções dos
detalhes dos elementos e sua união com a estrutura, verificando
as propriedades dos materiais, qualidade dos mesmos, condições
de deterioração e manutenção. Com base nessas informações, um
modelo estrutural compatível com o comportamento real da
estrutura é criado e processado para a avaliação.
Avaliação de estruturas

A norma NBR 6118 (2014) “Projeto de estruturas de concreto -


Procedimento” distingue cinco maneiras de análise estrutural por
meio de avaliação analítica: análise linear, análise linear com
redistribuição, análise não-linear, análise plástica e análise por
meio de modelos físicos.
Da mesma forma, esta norma admite que para aceitação do projeto
ou obra é suficiente mostrar a conformidade com a norma, por
apenas uma.
Já o método experimental consiste basicamente na aplicação
direta de cargas na estrutura ou em partes dela, para avaliação
de seu comportamento sob carga, seja em relação a situação
última ou em serviço.
No Brasil esse método é prescrito pela NBR 9607 (1986)
“Concreto endurecido - prova de carga em estruturas de
concreto armado e protendido”.
Avaliação de estruturas

Carregamento de prova

A NBR 9607 (1986) especifica que, o carregamento de prova é um


conjunto de ações externas dimensionadas segundo critérios
preestabelecidos e que, aplicados à estrutura, a submetem a
esforços solicitantes de intensidade compatíveis ou
representativas da finalidade prevista para sua utilização.

Ainda, de acordo com a NBR 9607 (1986), o carregamento de


uma prova de carga pode ser classificado quanto à natureza
(estático ou dinâmico) e quanto à permanência da carga (rápidas
ou lentas).
Avaliação de estruturas

A sobrecarga gerada nos ensaios, desde que simule precisamente


o valor a ser aplicado, pode ser composta de várias formas e tipos.
Desta forma, pode ser composta por:
- bolsas de água;
- sacos de areia;
- sacos de cimentos;
- reservatórios confeccionados com lonas
plásticas e preenchidos com água,
agregados graúdos;
- por meios mecânicos como macacos hidráulicos; e
- nos casos de pontes são utilizados caminhões, locomotivas ou
veículos adaptados para esse fim.
Avaliação de estruturas

Em geral os materiais utilizados em ensaios de edifícios são


classificados em três categorias: materiais de alta densidade,
água e por meios mecânicos.

De maneira geral, o carregamento de prova está condicionado a


fatores como:
- tipo de elemento que se pretende ensaiar,
- tipo de resposta esperada e a disposição da carga nas
proximidades do local de ensaio.

Esse último aspecto é um ponto muito importante, pois o transporte


do carregamento até o local do ensaio pode aumentar os custos do
ensaio.
Avaliação de estruturas

MATERIAIS DE ALTA DENSIDADE

São considerados materiais de alta densidade o ferro, o aço, o


chumbo, agregados e quaisquer outros materiais que podem ser
precisamente pesados.

Sacos de areia utilizados como carga do teste. Agregados graúdos utilizados como
FONTE: Cánovas (1988) carga do teste
Avaliação de estruturas

MATERIAIS DE ALTA DENSIDADE


Vantagens:
- Preços acessíveis;
- Facilidade de obtenção dos materiais; e
- Facilidade de posicionamento nos pontos de aplicação da carga.

Desvantagens:
- Difícil remoção caso a área carregada apresente algum perigo
durante o teste; e
- quando a área for relativamente grande exigirá uma significante
quantidade de material.
Avaliação de estruturas

ÁGUA

A água apresenta as mesmas vantagens dos materiais sólidos,


além de poder ser transportada por bombeamento até a área
carregada, eliminando assim a necessidade de grandes
equipamentos como guindastes para levantar materiais.

Água utilizada como carga do teste


Avaliação de estruturas

ÁGUA
Vantagens:
- Com a utilização de água para gerar a sobrecarga se consegue
uma boa precisão na intensidade do carregamento aplicado,
uma vez que o controle é feito por meio do nível da água,
permitindo também um carregamento e descarregamento
praticamente estático;
- Proporciona uma maior economia, considerando a facilidade de
utilização de um elemento impermeabilizante de custo reduzido,
no caso a lona plástica (plástico preto).
Desvantagens:
- Sobrecarga de carregamento ser relativamente baixa (quando
comparado aos materiais sólidos);
- Possibilidade de vazamento embaixo da área carregada;
Avaliação de estruturas

ÁGUA
Desvantagens:
- Dificuldade de descarregar rapidamente a área caso essa
represente algum perigo iminente de ruptura;
- Usar a água como carga é impraticável em locais com
temperaturas muito baixas (onde pode ocorrer o congelamento
da água).
Avaliação de estruturas

MACACOS HIDRÁULICOS

Os cilindros hidráulicos ou
macacos hidráulicos

Macacos hidráulicos Macacos hidráulicos instalados


FONTE: Mettemeyer e Nanni (1999) FONTE: Mettemeyer e Nanni (1999)
Avaliação de estruturas

CILÍNDRICOS HIDRÁULICOS
Vantagens:
- São fáceis de manusear;
- Tanto a fase de carregamento como de descarregamento pode
ser facilmente controlada;
- Descarregamentos parciais são automáticos quando
deslocamentos súbitos ocorrem. Dessa forma, é mais eficiente
na aplicação dos incrementos de carga, possibilitando uma
maior vantagem no conhecimento do comportamento e
desempenho dos elementos testados.
Desvantagens:
- O fato de exigirem reações contra suas ações; e
- O fato da necessidade de um grande número de macacos para
simular carregamentos uniformemente distribuídos, tendo nesse
caso a consideração da variabilidade entre os macacos.
Avaliação de estruturas

USO DE VÁRIOS TIPOS DE CARREGAMENTOS

Existem ocasiões nas quais podem se fazer combinações entre as


categorias de carregamento, de modo a atuarem simultaneamente.
De maneira geral, o carregamento de prova está condicionado a
fatores como: tipo de elemento que se pretende ensaiar, tipo de
resposta esperada e a disposição da carga nas proximidades do
local de ensaio. Esse último aspecto é um ponto muito importante,
pois o transporte do carregamento até o local do ensaio pode
aumentar os custos do ensaio.
Independente do tipo de carregamento utilizado para simular a
sobrecarga, é importante ter cuidado nos processos de carga e
descarga da estrutura, para que essa não sofra algum tipo de dano
irreversível, causado pela carga durante o teste, que possa levá-la
à ruína.
Avaliação de estruturas

USO DE VÁRIOS TIPOS DE CARREGAMENTOS

Existem ocasiões nas quais podem se fazer combinações entre as


categorias de carregamento, de modo a atuarem simultaneamente.

Independente do tipo de carregamento utilizado para simular a


sobrecarga, é importante ter cuidado nos processos de carga e
descarga da estrutura, para que essa não sofra algum tipo de
dano irreversível, causado pela carga durante o teste, que possa
levá-la à ruína.
Nesse aspecto a NBR 9607 (1986) elucida uma exceção quanto à
possibilidade de danos irreversíveis à estrutura. São permitidos
esses danos, quando há interesse em avaliar as condições de
ruptura em elementos pré-fabricados de concreto armado ou
protendido e nos casos de demolição total ou parcial de estruturas,
quando houver interesse em pesquisa tecnológica.
Avaliação de estruturas

INSTRUMENTAÇÃO

Uma das etapas mais importantes a ser considerada em um ensaio


de prova de carga é a maneira como se coletam os dados
fornecidos pelas ações externas aplicadas às estruturas.

O processo de instrumentação inclui a identificação das


quantidades a serem medidas, a seleção apropriada dos sensores
e equipamentos auxiliares, instalação dos sensores, calibração
dos aparelhos, aquisição e análise de dados.
Avaliação de estruturas

INSTRUMENTAÇÃO

É sabido que, sob a ação de forças exteriores, os corpos sólidos se deformam.


Entre o estado de deformação e o regime de tensões de um corpo, existem
parâmetros elásticos que determinam a relação entre a tensão e a deformação do
material. Dessa forma, pode-se determinar um deles, pelo conhecimento do outro.

Conforme observa Timoshenko e Goodier (1970), as relações lineares entre as


componentes de tensão e as componentes de deformação são conhecidas
geralmente como lei de Hooke e é expressa pela seguinte relação:

Assim, as medidas de tensões não são feitas


diretamente nos elementos testados, o que se faz é
a medição da deformação e posteriormente a
conversão desta, em tensão, tendo o módulo de
elasticidade conhecido.
Avaliação de estruturas

INSTRUMENTAÇÃO

Em face disso, os ensaios de prova de carga são baseados em


medidas de deformações.

Em termos de prova de carga estática, os principais instrumentos


utilizados são:
- os medidores de deformações;
- medidores de deslocamentos verticais; e
- medidores de deslocamentos angulares.

Um aspecto importante de ser analisado é a variação da


temperatura ambiente durantes os ensaios, pois os instrumentos
devem ser calibrados para considerar acréscimos de esforços na
estrutura devido às variações de temperatura.
Avaliação de estruturas

EXTENSÔMETROS

Extensômetros são os instrumentos destinados a medir


deformações causadas pelos carregamentos.

Extensômetro Elétrico

O extensômetro de resistência elétrica ou "strain gage" como é


conhecido, se tornou muito utilizado desde a segunda guerra
mundial e suas aplicações se dão em muitos campos da
engenharia. Segundo Takeya (2003), é o instrumento mais
utilizado na análise experimental de estruturas.
Avaliação de estruturas

Extensômetro Elétrico

Os extensômetros de resistência elétrica, como são conhecidos


hoje, são pequenas grades formadas por finas lâminas metálicas
que podem ser coladas à superfície de um componente ou
estrutura.

Cargas mecânicas aplicadas a este componente ou estrutura


provocarão deformações que serão transmitidas à grade.
Avaliação de estruturas

Extensômetro Elétrico
Para as medidas de deformação na superfície de peças tem-se:
- uniaxial;

- - biaxial - rosetas de duas direções; e

- triaxial - rosetas delta ou rosetas de três direções.


Avaliação de estruturas

TRANSDUTOR INDUTIVO DE DESLOCAMENTO


Um outro instrumento utilizado para se medir deformações é o
Transdutor Indutivo de Deslocamento, que devido ao seu nome é
inglês Linear Variable-Differential-Transformer é conhecido
comumente por (LVDT).

LVDTs montados em tripés de


Transdutor Indutivo de Deslocamento (LVDTs) alumínio. FONTE: Mettemeyer
FONTE: Mettemeyer e Nanni (1999) e Nanni (1999)
Avaliação de estruturas

DEFLETÔMETRO
O defletômetro, cujo termo em inglês é “dial gage”, mede o
movimento de um ponto qualquer da estrutura em relação a uma
referência externa fixa (deslocamentos lineares).
Existem disponíveis no mercado os defletômetros analógicos e
os defletômetros digitais. Suporte do defletômetro
Defletômetro digital
FONTE: Starret (2004)

Defletômetro analógico
FONTE: Starret (2004)
Avaliação de estruturas

CLINÔMETRO
O clinômetro consiste em um sistema de pêndulo vertical e/ou de
bolha de nivelamento horizontal como referencial e uma escala
graduada que mede o ângulo do plano ou linha em graus ou em
porcentagem de desnível.

Clinômetro
FONTE: http://www.compuserv.com.br/lojavirtual/detalhe.asp?id=1000&cs=419516
Avaliação de estruturas

INSTRUMENTOS DE TOPOGRAFIA
De acordo com Takeya (2003), os instrumentos tradicionais de
topografia (nível e teodolito) podem ser utilizados na medição de
deslocamentos quando se necessita de grande sensibilidade, ou
seja, um alto nível de precisão nas medidas.

Estações totais
Uma estação total é composta por um
teodolito eletrônico, um distânciometro e
um processador matemático. O teodolito
eletrônico segue os mesmos princípios de
funcionamento de um teodolito dito
comum, porém permite a obtenção via
analógica ou digital do valor de direções
angulares verticais e horizontais.
Avaliação de estruturas

Níveis Digitais
Instrumentos semelhantes às estações totais são os níveis digitais,
que possuem sensibilidade da ordem de 1 mm, sendo necessário
para a utilização das estações e dos níveis a colocação de alvos
na estrutura constituídos de dispositivos especiais denominados
prismas.

Nível Digital
Avaliação de estruturas

CRITÉRIOS DE CONTROLE
Atenção especial deve ser dada quanto ao comportamento dos
elementos testados, no momento em que a carga é aplicada.
Durante a fase de carregamento, se os elementos apresentarem
indícios de ruptura (isto é, se o modo de ruptura é frágil) o teste
deverá ser suspenso nesse ponto.

O coordenador do ensaio deverá fazer um exame visual do


elemento e em determinadas situações, reduzir o carregamento
permitido e aceitar uma margem de segurança.
Avaliação de estruturas

TESTES EM ESTRUTURAS DETERIORADAS


Neste aspecto, o boletim 243 do CEB (1998) observa que, na
ocorrência de componentes estruturais deteriorados é
necessário uma avaliação do estado atual e futuro da
capacidade resistente desse componente.

Se a deterioração for localizada e limitada, de forma que não tenha


muitos comprometimentos estruturais, a prova de carga pode ser
dispensada.

Caso contrário, em estruturas onde o nível de deterioração é


muito difícil de determinação, a prova de carga se mostra
como importante teste de resistência.
Avaliação de estruturas

TESTES EM ESTRUTURAS DETERIORADAS

Andrade (1992) também afirma que cuidados especiais devem


ser tomados na execução de prova de carga em estruturas
deterioradas por corrosão de armaduras, pois pode haver
danos ocultos como, por exemplo, a redução de aderência em
ancoragens e traspasses, ou mesmo reduções importantes de
seção transversal em pontos localizados.

Tudo isso pode acarretar, por efeito da carga aplicada, o


aparecimento de falhas adicionais ou, inclusive, o colapso da
estrutura.

Portanto, é fundamental uma avaliação do grau de


comprometimento estrutural antes de qualquer avaliação
experimental, via prova de carga.
Avaliação de estruturas

AVALIAÇÃO PRÉVIA À REALIZAÇÃO DE UMA PROVA


DE CARGA
Em uma investigação estrutural, por meio de prova de carga, o
responsável pelos trabalhos deverá tomar as seguintes decisões:
• decidir quais as partes da estrutura serão testadas para estabelecer os
critérios de segurança na aplicação dos carregamentos;

• determinar a intensidade e a distribuição dos carregamentos;

• determinar, no caso de estruturas deterioradas, se o nível da deterioração,


como fissuras, lascamentos, deslocamentos, etc., é excessivo.;

• determinar o grau de qualquer reparo necessário para permitir que os testes


sejam feitos.
Avaliação de estruturas

PÓS-MONITORAMENTO DE ESTRUTURAS TESTADAS


Um aspecto importante a ser considerado em uma prova de carga
é que essa pode somente demonstrar o comportamento aceitável
no tempo do teste e, embora sirva como um parâmetro para
avaliação, pode somente proporcionar uma garantia limitada para
o desempenho futuro.

Para Burdet (1993), um monitoramento é um complemento lógico


para um ensaio de prova de carga, uma vez que as provas de
carga indicam como a estrutura está se comportando mediante um
carregamento de curto prazo, enquanto que com o monitoramento,
pode ser investigado seu comportamento ao longo do tempo.

Entretanto, na maioria dos testes de carga, este pós-


monitoramento não é realizado.
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/03/16/prefeitura-de-sp-libera-
viaduto-que-cedeu-na-marginal-pinheiros.ghtml
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/03/apos-quatro-meses-viaduto-
que-cedeu-na-marginal-pinheiros-e-liberado.shtml
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas

Curiosidade
Avaliação de estruturas

Curiosidade
Avaliação de estruturas

Curiosidade
Avaliação de estruturas

Inspeção Detalhada
O resultado esperado do encerramento da etapa de Inspeção
detalhada e diagnóstico é um relatório contendo os resultados dos
ensaios realizados, a definição da causa raiz do problema e as
ações de recuperação ou reforço necessárias, detalhadas em tal
nível que possibilite a execução dos serviços conforme
programação da etapa seguinte.

Ações de recuperação deverão ser aplicadas quando necessário devolver ao elemento a


condição prevista no projeto original.

Ações de reforço estrutural deverão ser empregadas quando necessário proporcionar à


estrutura uma capacidade de desempenho maior do que aquela para qual foi projetada.
Avaliação de estruturas

Inspeção... Para que?

Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, 55º Ibracon, Gramado


Avaliação de estruturas

Inspeção e manutenção... Para que?

Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, 55º Ibracon, Gramado


Avaliação de estruturas

Detecção precoce de problemas!

Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, 55º Ibracon, Gramado


Avaliação de estruturas

Prognóstico

Depois de estabelecido o diagnóstico da enfermidade em


questão, passa-se para a definição da conduta a ser seguida,
isto é, a escolha da medida adotada para o caso;

Porém, antes que se tome qualquer atitude, é necessário que


seja feito um levantamento das hipóteses de evolução do
problema, isto é, o prognóstico do caso.
Avaliação de estruturas

Prognóstico
Avaliação de estruturas

Prognóstico
Estabelecido o prognóstico, parte-se para a tomada de decisão sobre o
que fazer, analisando-se as possíveis alternativas de intervenção frente
aos problemas patológicos;

Esta fase exigirá do profissional tamanha sensibilidade e criatividade,


além de vasto conhecimento no assunto.
Em função do prognóstico, o especialista define o objetivo da
intervenção, que poderá ser:
Erradicar a enfermidade;
Impedir ou controlar sua evolução;
Não intervir.
E, neste caso, o patologista deve estimar o tempo de vida da estrutura,
limitar sua utilização e, quando necessário, indicar a demolição, sendo
que esta é deve ser a última alternativa.
Avaliação de estruturas

Quando se decide pelo reforço?


A decisão deve basear-se na:
• Inspeção da estrutura existente

• Avaliação da sua capacidade


resistente

• Análise, dentre os diversos


materiais de reparo e técnicas de
reforço, a serem empregadas
SISTEMAS DE REFORÇO

Aumento de seção (encamisamento)

Inclusão de novos elementos em concreto armado

Reforço com perfis metálicos

Chapas de aço aderidas externamente ao concreto

Protensão

Técnica ETS

Utilização de polímeros reforçados com fibras (PRF ou FRP)

Aço-memória

Concreto ou argamassa reforçada com material têxtil (TRC/TRM)


Adendo - Avaliação de estruturas

Importância da inspeção

- Segundo o Fib Bulletin 90 (2019), o estado da estrutura (reparada)


antes do reforço deve ser tomado como referência para o
dimensionamento do sistema de reforço;
- Por meio de inspeção, revisão de documentos existentes e uma
análise estrutural, o real estado do elemento existente deve ser
verificado;
- Como a aplicação do sistema FRP não se destina a corrigir
manifestações patológicas pré-existentes na estrutura (como, por
exemplo, corrosão do aço devido a carbonatação ou ingresso de
cloretos), possíveis danos ou deterioração devem ser identificados
e as causas das manifestações patológicas devem ser conhecidas;
- Se necessário, o reparo adequado deve ser realizado antes da
aplicação de um sistema de reforço.
Avaliação de estruturas

Corrosão – viga não reforçada

- 12 vigas 100x150x800 mm³


- Armadura longitudinal 2  12 mm
- Porta estribos 2  10 mm
- Estribos de  6 mm espaçados a cada 150 mm
- Concreto de 56 MPa
Protocolo acelerado de corrosão com variação de densidade de corrente de até
1,28A e imersão total das vigas em solução de água com 5% NaCl
Avaliação de estruturas

150
Corrosão – viga não reforçada

120
Força (kN)

90

60

0%
30 5%
10%
15%
0
0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm)
Diagrama Força versus Deslocamento para diferentes níveis de corrosão
Fonte: Huang et al. (2020)
Avaliação de estruturas

Corrosão – vigas reforçadas

-3 vigas 70x150x500 mm³


- Armadura longitudinal 1  10 mm
- Porta estribos 1  4,2 mm
- Estribos de  4,2 mm espaçados a cada 50 mm
- Concreto de 25 MPa
Protocolo acelerado de corrosão com densidade de corrente de 46 volts, corrente
de 3 amperes e imersão total das vigas em solução de água com 3,5% NaCl
Ø 4,2 mm 5

15
15

7 50
Ø 10 mm
Geometria do elemento (dimensões em centímetros).
Avaliação de estruturas

Protocolos de degradação acelerado apresentados por Graeff (2007), Stein


e Graeff (2019), Jung (2019) e Huang (2020): fez-se o posicionamento de
barras de cobre, com dimensões de 3 x 9 x 500 mm3, paralelamente à
armadura longitudinal
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas

Fios de cobre

Solução de NaCl - 35 g/L


Altura até o cobrimento Fonte de alimentação

N.A.

Apoios simples
Avaliação de estruturas
Avaliação de estruturas

50
REF - EBR CFRP - F/CIS
45 COR - EBR CFRP - F/CIS
40
35
Força (kN)

30
Corrosão 22 %
25
20
15
10
5
0
0 1 2 3 4 5 6 7
Deslocamento (mm)

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