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PRIMEIRO

Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade

Stephen V. Faraone1,2, Philip Asherson3, Tobias Banaschewski4, Joseph Biederman5,
Jan K. Buitelaar6, Jose Anthony Ramos-Quiroga7–9, Luis Augusto Rohde10,11,
Edmund J. S. Sonuga-Barke12,13, Rosemary Tannock14,15 e Barbara Franke16
Resumo | O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é um transtorno persistente do
neurodesenvolvimento que afeta 5% das crianças e adolescentes e 2,5% dos adultos em todo o mundo. Ao
longo da vida de um indivíduo, o TDAH pode aumentar o risco de outros transtornos psiquiátricos, fracasso
educacional e ocupacional, acidentes, criminalidade, incapacidade social e vícios. Nenhum fator de risco único é
necessário ou suficiente para causar o TDAH. Na maioria dos casos, o TDAH surge de vários fatores de risco
genéticos e ambientais, cada um com um pequeno efeito individual e agindo em conjunto para aumentar a
suscetibilidade. A causa multifatorial do TDAH é consistente com a heterogeneidade do transtorno, que é demonstrada
por sua extensa co-morbidade psiquiátrica, seus múltiplos domínios de comprometimento neurocognitivo e a ampla
gama de anomalias cerebrais estruturais e funcionais associadas a ele. O diagnóstico de TDAH é confiável e
válido quando avaliado com critérios padrão para transtornos psiquiátricos. Escalas de classificação e entrevistas clínicas facilitam o
A expressão dos sintomas varia em função do estágio de desenvolvimento do paciente e dos contextos sociais e
acadêmicos. Embora não existam tratamentos curativos para o TDAH, os tratamentos baseados em evidências podem
reduzir significativamente seus sintomas e prejuízos associados. Por exemplo, medicamentos são eficazes e
normalmente bem tolerados, e várias abordagens não farmacológicas também são valiosas. A pesquisa clínica
e neurobiológica em andamento mantém a promessa de avançar nas abordagens diagnósticas e terapêuticas do TDAH.
Para um resumo ilustrado desta cartilha, visite: http://go.nature.com/J6jiwl

Correspondência para o e-
mail da SVF :
sfaraone@childpsychresearch.org
Departamentos de Psiquiatria
e de Neurociência e Fisiologia,
State University of New York
(SUNY) Upstate Medical University,
Syracuse, New York 13210,
EUA; KG Jebsen Centro
para Distúrbios Neuropsiquiátricos,
Departamento de Biomedicina,
Universidade de Bergen,
5020 Bergen, Noruega.
O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH; também
conhecido como transtorno hipercinético) é um transtorno comum
caracterizado por desatenção ou hiperatividade-impulsividade, ou
ambos. A base de evidências para o diagnóstico e tratamento do
TDAH vem crescendo exponencialmente desde que a síndrome foi
descrita pela primeira vez por um médico alemão em 1775 (REF. 1)
(FIG. 1). Em 1937, a eficácia do uso de anfetaminas para reduzir a
gravidade dos sintomas foi descoberta por acaso. Na década de 1940,
o cérebro foi implicado como a fonte de sintomas semelhantes ao
TDAH, que foram descritos como danos cerebrais mínimos após uma
epidemia de encefalite. Em 1980, a terceira edição do Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) criou os
primeiros critérios diagnósticos operacionais confiáveis para o
transtorno. Esses critérios deram início a muitos programas de
pesquisa que levaram a comunidade científica a ver o TDAH como um
distúrbio neurobiológico gravemente incapacitante e muitas vezes
persistente de alta prevalência, causado por uma complexa interação
entre fatores de risco genéticos e ambientais. Esses fatores de risco
afetam a capacidade estrutural e funcional das redes cerebrais e levam
a sintomas de TDAH, déficits neurocognitivos e uma ampla gama de
deficiências funcionais.
associados ao TDAH. Esses estudos criaram confiança
ferramentas de medição confiáveis e confiáveis para triagem,
diagnóstico e monitoramento do tratamento. Da mesma forma, ensaios
clínicos rigorosos documentaram a segurança e a eficácia do
tratamento do TDAH, e agora está claro quais tratamentos funcionam,
quais não funcionam e quais requerem mais estudos. Neste Primer,
discutimos a base de evidências que criou uma base sólida para
trabalhos futuros para esclarecer ainda mais a etiologia e a
fisiopatologia do TDAH e para avançar nas abordagens diagnósticas
e terapêuticas desse transtorno.
Epidemiologia
Prevalência de TDAH dependente da idade O
TDAH é um distúrbio comum entre os jovens em todo o mundo. Em
2007, uma meta-análise de mais de 100 estudos estimou a prevalência
mundial de TDAH em crianças e adolescentes em 5,3% (95% CI: 5,01–
5,56)2 .
Três fatores metodológicos explicaram essa variabilidade entre os
estudos: a escolha dos critérios diagnósticos, a fonte de informação
utilizada e a inclusão de um requisito de comprometimento funcional
e sintomas para o diagnóstico. Após o ajuste para esses fatores, uma
meta-análise subsequente concluiu que a prevalência de TDAH não

Número do artigo: 15020 difere significativamente entre países da Europa, Ásia, África e

doi:10.1038/nrdp.2015.20 Agora temos muitos estudos epidemiológicos, clínicos e Américas, assim como na Austrália3 .
Publicado online longitudinais grandes e bem desenhados que esclareceram as
em 6 de agosto de 2015 características, comorbidades e deficiências Embora outras meta-análises tenham encontrado taxas mais baixas ou

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PRIMEIRO
endereços do autor
1
Departamentos de Psiquiatria e de Neurociência e Fisiologia, State University of New York
(SUNY) Upstate Medical University, Syracuse, New York 13210, EUA.
2
KG Jebsen Centro para Distúrbios Psiquiátricos, Departamento de Biomedicina,
Universidade de Bergen, 5020 Bergen, Noruega.
3 Psiquiatria Genética Social e do Desenvolvimento, Instituto de Psicologia Psiquiátrica e Neurociência, King's
College London, Londres, Reino Unido.
4 nas taxas de diagnóstico em adultos13,14.
Departamento de Psiquiatria e Psicoterapia de Crianças e Adolescentes, Instituto Central de Saúde
Mental, Faculdade de Medicina de Mannheim, Universidade de Heidelberg, Mannheim, Alemanha.
5
Departamento de Psiquiatria, Harvard Medical School, Massachusetts General Hospital, Unidade
de Psicofarmacologia Pediátrica, Massachusetts General Hospital, Boston, Massachusetts,
EUA.
6 Centro Médico da Universidade Radboud, Instituto Donders para Cérebro, Cognição e Comportamento,
Departamento de Neurociência Cognitiva e Centro Universitário de Psiquiatria Infantil e Adolescente Karakter,
Nijmegen, Holanda.
7 Programa TDAH, Departamento de Psiquiatria, Hospital Universitari Vall d'Hebron, Barcelona, Espanha.
8 Centro de Pesquisa em Saúde Mental da Rede Biomédica (CIBERSAM), Barcelona, Espanha.
9 sexo quase desaparece14, possivelmente devido a vieses de
Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal, Universidade Autônoma de Barcelona, Barcelona,
Espanha.
10ADHD Outpatient Program, Hospital de Clinicas de Porto Alegre, Department of Psychiatry,
Federal University of Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil.
11Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento da Criança e do Adolescente, São
Paulo, Brasil.
12Departamento de Psicologia, University of Southampton, Southampton, Reino Unido.
13Departamento de Psicologia Experimental Clínica e da Saúde, Universidade de Ghent, Ghent,
Bélgica.
14 Programa de Pesquisa em Neurociência e Saúde Mental, Instituto de Pesquisa do Hospital for
Sick Children, Toronto, Canadá.
15Departamento de Psicologia Aplicada e Desenvolvimento Humano, Ontario Institute for Studies
in Education, University of Toronto, Toronto, Ontário, Canadá.
16Radboud University Medical Center, Donders Institute for Brain, Cognition and Behavior,
Departamentos de Genética Humana e Psiquiatria, Nijmegen, Holanda.
taxas de prevalência maiores, estas apresentaram limitações
importantes, como o uso exclusivo de critérios do DSM para
diagnosticar o TDAH e o uso de taxas de prevalência simuladas4,5 .
Além disso, não há evidências, em todo o mundo, de aumento da
prevalência real de TDAH nas últimas três décadas3 . Apesar do
fato de que tanto o sobrediagnóstico quanto o subdiagnóstico são
preocupações comuns na medicina, a percepção pública comum de
que o TDAH é superdiagnosticado nos Estados Unidos pode não
ser justificada6 .
TDAH também afeta adultos. Embora a maioria das crianças
com TDAH não continue a atender às
conjunto completo de critérios para TDAH na idade adulta, a
persistência de comprometimento funcional7 ou sublimiar (três ou
menos) sintomas prejudiciais na idade adulta é alta8 . Por exemplo,
com base em uma meta-análise de seis estudos, Simon e colegas9
descobriram que a prevalência combinada de TDAH é de 2,5% (95%
CI: 2,1–3,1) em adultos. Além disso, estudos em adultos mais
velhos encontraram taxas de prevalência na mesma faixa10,11, e
estudos longitudinais prospectivos apóiam a noção de que
aproximadamente dois terços dos jovens com TDAH retêm sintomas
prejudiciais do transtorno na vida adulta7 (FIG. 2).
Alterações recentes nos critérios diagnósticos tiveram um
impacto nas medidas de prevalência de TDAH em populações
jovens e adultas. Em 2013, o DSM-5 (REF. 12) incluiu três mudanças
importantes: primeiro, aumentando a idade de início de 7 para 12
anos; em segundo lugar, diminuindo o limiar de sintomas para
pacientes ÿ17 anos de idade de seis para cinco
2 | 2015 | VOLUME 1
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sintomas; e terceiro, permitir que o TDAH seja diagnosticado na
presença de um transtorno do espectro autista. A terceira mudança
é consistente com a reconceitualização do TDAH no DSM-5 como
um transtorno do neurodesenvolvimento, em vez de um transtorno
comportamental disruptivo. No geral, esses novos critérios
produziram um aumento na prevalência de TDAH, que é insubstancial
para crianças, mas provavelmente teve um efeito mais considerável
Fatores sociodemográficos Além
da idade, outros fatores como sexo, etnia e nível socioeconômico
também são importantes quando se considera a prevalência do
TDAH. Em crianças e adolescentes, o TDAH afeta predominantemente
homens e exibe uma proporção entre homens e mulheres de 4:1
em estudos clínicos e 2,4:1 em
estudos populacionais2 . Na idade adulta, essa discrepância de
encaminhamento entre os pacientes que procuram tratamento ou a
efeitos específicos do sexo do TDAH ao longo do curso do transtorno.
Larsson e colegas15 descobriram que a baixa renda familiar
previu uma maior probabilidade de TDAH em um estudo de coorte
baseado na população sueca de 811.803 indivíduos. No entanto,
esse achado não sustenta necessariamente a conclusão de que o
status socioeconômico aumenta o risco de TDAH porque o transtorno
corre nas famílias e leva ao insucesso educacional e ocupacional.
O subemprego pode, por sua vez, levar à super-representação da
desvantagem socioeconômica entre as famílias afetadas pelo
TDAH16.
Finalmente, embora a verdadeira prevalência de TDAH não
varie com a etnia, alguns estudos associaram de forma inconsistente
a etnia ao TDAH devido a padrões de encaminhamento e barreiras
ao atendimento que afetam desproporcionalmente determinados
grupos étnicos17–19 .
Mecanismos/fisiopatologia
Genes e ambiente
Epidemiologia genética. O TDAH ocorre em famílias, com pais e
irmãos de pacientes com TDAH apresentando um risco cinco vezes
maior de desenvolver o transtorno em comparação com a população
em geral20,21. Estudos com gêmeos mostram que o TDAH tem
uma hereditariedade de 70–80% em crianças e adultos22–25, com
pouca ou nenhuma evidência de que os efeitos do ambiente
fatores de risco mental compartilhados por irmãos influenciam
substancialmente a etiologia26. Os fatores de risco ambientais
desempenham seu maior papel no ambiente familiar não
compartilhado e/ou atuam por meio de interações com genes e
variantes de DNA que regulam a expressão gênica – como aqueles
em promotores, regiões não traduzidas de genes ou loci que
codificam microRNAs.
Embora o TDAH seja um diagnóstico categórico, os resultados
de estudos com gêmeos sugerem que ele é a cauda extrema e
prejudicial de um ou mais traços quantitativos hereditários27.
O distúrbio é influenciado tanto por fatores genéticos estáveis quanto
por aqueles que surgem em diferentes estágios de desenvolvimento
desde a infância até a idade adulta28. Assim, os genes contribuem
para o início, persistência e remissão do TDAH, presumivelmente
por meio de déficits neurobiológicos estáveis, bem como processos
maturacionais ou compensatórios que
www.nature.com/nrdp
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PRIMEIRO

Weikard descreve a síndrome do TDAH em um livro alemão O DSM-II descreve a reação hipercinética Omega-3 é um tratamento fraco, mas eficaz

O modelo neurocognitivo de TDAH de Douglas

Hoffman cartoons de Ainda descreve
'defeito de controle
'Fidgeting Philip' e
moral' em
'Johnny Head-in-the-Air'
The Lancet
O DSM-5 estende a idade de início
para 12 anos e ajusta os critérios para
Sintomas semelhantes ao Estudos de adultos
TDAH descritos como "danos
gêmeos documentam
cerebrais mínimos" alta herdabilidade TCC para TDAH adulto

Bourneville, Boulanger, Paul-Boncour e Philippe FDA dos EUA aprova O DSM-III Inserções e deleções genômicas raras
descrevem os sintomas de TDAH como "instabilidade metilfenidato para operacionaliza os descobertas
mental" na literatura médica e educacional francesa depressão e critérios
narcolepsia diagnósticos Antecedentes poligênicos
moleculares confirmados

1775 1798 1845 1887 1901 1910 anos 1930 anos 1940 anos 1950 anos 1960 anos 1970 anos 1980 anos 1985 anos 1990 anos 1995 anos 2000 anos 2010

Sagvolden descreve um modelo de rato com TDAH

Bradley mostra que a benzedrina reduz a
CDC descreve
hiperatividade Correlatos semelhantes de TDAH encontrados em meninos e meninas
Crichton descreve TDAH como

Síndrome de TDAH em um grave problema

Síndrome de Kramer-Pollnow A neuroimagem documenta anomalias cerebrais
um livro escocês descoberta estruturais e funcionais de saúde pública
Tratamentos de
treinamento para pais
O DSM-IV refina os critérios Estimulantes de
ação prolongada
Metilfenidato indicado
era pré-diagnóstica desenvolvidos
para distúrbios TDAH em adultos reconhecido como um transtorno válido
Era de disfunção cerebral mínima comportamentais
Era do transtorno de déficit de atenção em crianças Comorbidade com transtornos de ansiedade, humor ou espectro autista e Não estimulantes
TDAH idade disfunção executiva confirmada aprovados

|déficit
Iniciadores
de atenção/hiperatividade
de doenças Figura(TDAH)
1 | A história
têm sido
dodescritas
transtorno
na literatura
de déficitmédica Comentários sobre
de atenção/hiperatividade.
desde
"síndromes"
o séculodoXVIII,amas
natureza
transtorno
As o de
crescimento da pesquisa sistemática exigiu o desenvolvimento de critérios diagnósticos operacionais no
final do século XX. Este esquema esboça desenvolvimentos importantes selecionados na história da
pesquisa do TDAH. TCC, terapia cognitivo-comportamental; CDC, Centros de Controle e Prevenção de
Doenças; DSM, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.

influenciar o desenvolvimento. A desatenção e hiperatividade
ou impulsividade que caracterizam o TDAH são domínios
separados da psicopatologia, com uma correlação genética de
cerca de 0,6, refletindo sobreposição genética substancial, mas
também influências genéticas que são domínios específicos29.
Fatores genéticos compartilhados também são responsáveis
pela coocorrência de TDAH com desregulação emocional —
uma fonte independente de prejuízo no TDAH30,31. Estudos
com famílias e gêmeos também demonstraram que as
influências genéticas são compartilhadas entre o TDAH e uma
ampla gama de outros traços e transtornos do
neurodesenvolvimento e psicopatológicos, incluindo transtorno
e problemas de conduta32, desempenho cognitivo33,
transtornos do espectro do autismo34 e transtornos do humor35,36.CNV foi ainda maior (42,4%) naqueles com TDAH e QI abaixo
Genética molecular. Com base nos dados dos estudos de
associação ampla do genoma (GWAS), aproximadamente 40%
da hereditariedade do TDAH pode ser atribuída a numerosas
variantes genéticas comuns37. Na análise de pontuação de
risco poligênico, os sinais genéticos atribuídos a variantes
comuns derivadas de uma amostra descoberta são usados
para prever efeitos fenotípicos em uma segunda amostra. O
risco poligênico para TDAH diagnosticado clinicamente prediz
sintomas de TDAH na população de forma mais ampla38,
confirmando a conclusão de estudos com gêmeos de que os
genes que determinam o diagnóstico de TDAH também regulam
a expressão de níveis subclínicos de sintomas de TDAH. Além
disso, essas análises confirmaram evidências anteriores de familiares
e estudos com gêmeos que encontraram co-agregação
significativa de TDAH com depressão37 , problemas de
conduta39 e esquizofrenia40. Além disso, o GWAS combinado
de TDAH, transtornos do espectro do autismo, depressão,
transtorno bipolar e esquizofrenia identificou quatro loci
significativos em todo o genoma compartilhados por esses transtornos37.
Além dos estudos de variantes comuns, raras (prevalência
de <1%) inserções e deleções genômicas conhecidas como
variantes do número de cópias (CNVs) têm um papel no
TDAH41,42. Um estudo descobriu que 15,6% dos pacientes
com TDAH carregam grandes CNVs de > 500.000 pares de
bases de comprimento em comparação com 7,5% dos
indivíduos sem o transtorno. A taxa de grandes portadores de
de 70±5 (que, juntamente com o mau funcionamento
adaptativo, define deficiência intelectual)42. Esses achados
foram replicados43 e, juntos, esses estudos implicam genes
em 16p13.11 junto com a região 15q11–15q13 no TDAH. A
região 15q11-15q13 contém o gene que codifica a subunidade
nicotínica do receptor de acetilcolina ÿ7, que participa das vias
de sinalização neuronal e nicotínica. Finalmente, as CNVs
associadas ao TDAH também abrangem vários genes do
receptor de glutamato, que são essenciais para a transmissão
glutamatérgica neuronal44, e o gene que codifica o
neuropeptídeo Y, que está envolvido na sinalização no cérebro
e no sistema nervoso autônomo45. CNVs associadas ao TDAH
também ocorrem na esquizofrenia e no autismo42.

REVISÕES DA NATUREZA | PRIMERS DE DOENÇA VOLUME 1 | 2015 | 3

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PRIMEIRO
100
75
71%
65%
Persistência
(%)
50
25 Comprometimento funcional
sintomas prejudiciais 15%
Critérios diagnósticos completos
0 pelas crianças. Outro estudo acompanhou adotantes romenos
0 5 10 15 20 25
Idade média no acompanhamento (anos)
Figura 2 | O declínio dependente da idade e a persistência do déficit de atenção/
Nature Reviews | Distúrbio de
hiperatividade de primers de doença ao longo da vida. Estudos de acompanhamento
avaliaram crianças com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) em vários
momentos após o diagnóstico inicial. Embora eles documentem um declínio dependente da idade
nos sintomas de TDAH, o TDAH também é um transtorno altamente persistente quando definido
pela persistência de prejuízo funcional7 ou a persistência de sintomas prejudiciais abaixo do
limiar (três ou menos)8 . Por outro lado, muitos pacientes remitem critérios diagnósticos completos7 .
Embora o GWAS que investigou variantes genéticas
comuns (FIG. 3) não tenha identificado genes específicos de
TDAH em níveis de significância em todo o genoma46,
resultados intrigantes surgiram de meta-análises de estudos
de genes candidatos envolvidos nos sistemas de
neurotransmissores de monoaminas47. Esses sistemas foram
implicados na fisiopatologia do TDAH pelos mecanismos de
ação das drogas utilizadas no manejo clínico. O metilfenidato
e a anfetamina têm como alvo o transportador de dopamina
dependente de sódio (codificado por SLC6A3), a atomoxetina
tem como alvo o transportador de noradrenalina dependente
de sódio e tanto a guanfacina de liberação prolongada quanto
a clonidina de liberação prolongada têm como alvo o receptor
ÿ2A-adrenérgico. Dentro dos sistemas de monoaminas, a
evidência mais forte de associação com TDAH é para
variantes nos genes que codificam os receptores de dopamina
D4 e D1B47. A associação da variante do gene SLC6A3 é
equívoca47 , possivelmente devido a efeitos relacionados à
idade48. Outros genes que mostram possíveis associações
com o TDAH incluem SLC6A4 (que codifica o transportador
de serotonina dependente de sódio), HTR1B (que codifica o
receptor de 5-hidroxitriptamina 1B (também conhecido como
receptor de serotonina 1B)) e SNAP25 (que codifica a
proteína sinaptossomal associada 25)47. Devido a questões
metodológicas, uma abordagem cautelosa deve ser tomada
para a interpretação dos estudos de genes candidatos. No
entanto, o papel da mina de dopa, noradrenalina, serotonina
e sistemas de crescimento de neuritos é apoiado por análises
de conjuntos de genes baseadas em estudos de associação
em todo o genoma, relatando que, como um grupo, os genes
que regulam esses sistemas foram associados ao TDAH e hiperatividade
devem, portanto,
Fatores de risco ambientais. Identificar as causas ambientais
do TDAH é difícil porque os
associações mentais podem surgir de outras fontes, como
comportamentos infantis ou parentais que moldam o ambiente,
ou podem refletir terceiras variáveis não medidas. Por
exemplo, crianças com TDAH podem
4 | 2015 | VOLUME 1
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evocam estilos parentais 'hostis', e os genes ligados ao TDAH
podem explicar a associação de variáveis parentais, como
tabagismo materno durante a gravidez, com filhos que têm
TDAH51,52. Um estudo notável investigou a hostilidade
materna enquanto controlava os efeitos genéticos, estudando
crianças adotadas no nascimento e crianças concebidas por
meio de fertilização in vitro e suas mães criadoras
geneticamente não relacionadas53.
O estudo encontrou um papel para o comportamento infantil
geneticamente influenciado na hostilidade de mães
biologicamente não relacionadas, que por sua vez foi um
preditor de sintomas subseqüentes de TDAH desenvolvidos
30
que passaram por privação materna precoce grave em
orfanatos antes da adoção. Ele mostrou uma relação dose-
dependente entre a duração da privação e o risco de
desenvolver sintomas semelhantes ao TDAH54. Outros fatores
de risco ambientais associados ao TDAH incluem
fatores pré-natais e perinatais, como tabagismo materno e
uso de álcool, baixo peso ao nascer, parto prematuro e
exposição a toxinas ambientais, como pesticidas
organofosforados, bifenilos policlorados, zinco e chumbo55,56 .
Os modelos animais também contribuíram
muito ao estudo dos fatores de risco ambientais57–59.
Semelhante aos fatores de risco genéticos, os efeitos de
qualquer fator de risco ambiental são pequenos e podem refletir
pequenos efeitos em muitos casos ou efeitos maiores em
alguns casos. Além disso, ao invés de serem específicos do
TDAH, esses fatores de risco ambientais estão associados a
vários transtornos psiquiátricos29.
Além dos principais efeitos do ambiente, a alta
hereditariedade do TDAH sugere que as interações gene-
ambiente (G × E) podem ser o principal mecanismo pelo qual
os fatores de risco ambientais aumentam o risco de TDAH.
Por exemplo, uma variante do 5ÿHTTLPR — uma região
polimórfica localizada no promotor de SLC6A4 — está
envolvida nas dimensões de hiperatividade e impulsividade
do TDAH em interação com o estresse60. Embora alguns
estudos iniciais tenham identificado outros efeitos G×A,
nenhum foi reproduzido de forma confiável. O sucesso futuro
nessa área requer o uso de grandes conjuntos de dados,
como os que surgem do uso de bancos de dados nacionais
na Dinamarca e na Suécia, que podem combinar estudos
genéticos em larga escala com dados registrados sobre exposição a riscos
Outra abordagem para identificar fatores de risco
ambientais no TDAH é focar na detecção de alterações
epigenéticas, como a metilação do DNA, que são alterações
reversíveis na função genômica independentes da sequência
do DNA. A epigenética fornece um mecanismo pelo qual os
fatores de risco ambientais alteram a função do gene. No
entanto, como as alterações epigenéticas são altamente
específicas do tecido, elas são difíceis de estudar no TDAH
devido ao acesso limitado ao tecido cerebral. Os estudos
ou impulsividade46,49
basear-se em,50.
tecidos periféricos, como o
sangue, cujo perfil epigenético se sobrepõe parcialmente ao
do tecido cerebral. Toxinas ambientais e estresse podem
induzir alterações epigenéticas, portanto, a identificação de
genes que mostram alterações epigenéticas ligadas ao TDAH,
ou em resposta a fatores de risco ambientais, pode no futuro
fornecer novos insights sobre os mecanismos envolvidos na
patogênese do TDAH61.
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PRIMEIRO

Mecanismos cerebrais antecipação de recompensa do que em controles75. O TDAH também

Conhecimento. O TDAH é caracterizado por déficits em domínios
cognitivos múltiplos e relativamente independentes. Déficits no
funcionamento executivo são observados na memória operacional
visuoespacial e verbal, controle inibitório, vigilância e planejamento62,63. metilfenidato (um estimulante) aumenta acentuadamente a ativação
Estudos de desregulação de recompensa mostram que pacientes
com TDAH tomam decisões abaixo do ideal64, preferem recompensas
imediatas em vez de recompensas atrasadas65 e superestimam a
magnitude de recompensas proximais em relação às distais66. Outros
domínios prejudicados no TDAH incluem processamento de
informações temporais e temporização67; fala e linguagem68;
amplitude de memória, velocidade de processamento e variabilidade
do tempo de resposta 69; excitação e ativação70; e controle motor71.
Embora a maioria dos pacientes com TDAH apresente déficits em um
ou dois domínios cognitivos, alguns não apresentam déficits e muito
poucos apresentam déficits em todos os domínios72. Além disso, ao
longo da vida de pacientes com TDAH, os déficits no controle
cognitivo, na sensibilidade à recompensa e no tempo mostraram ser
independentes uns dos outros73, e atualmente não está claro se os
déficits cognitivos causam sintomas de TDAH e impulsionam o
está associado à hiperativação dos sistemas somatomotor e visual74,
o que possivelmente compensa o funcionamento prejudicado dos
córtices pré-frontal e cingulado anterior76. Uma única dose de
no córtex frontal inferior e na ínsula bilateralmente – que são áreas-
chave do controle cognitivo – durante a inibição e a discriminação de
tempo, mas não afeta as redes de memória de trabalho77. Em
contraste, o tratamento prolongado com estimulantes está associado
à ativação normal do núcleo caudado direito durante a realização de
tarefas de atenção78. Estudos de ressonância magnética em estado
de repouso mostraram que o TDAH está associado a
anticorrelações menos pronunciadas ou ausentes entre a rede de
modo padrão (DMN) e a rede de controle cognitivo, menor
conectividade dentro da própria DMN e menor conectividade dentro
dos loops cognitivos e motivacionais dos circuitos frontostriatais79.
Juntamente com as alterações funcionais, uma série de
alterações cerebrais estruturais também estão associadas ao TDAH.

desenvolvimento do fenótipo clínico72 ou refletem os resultados Por exemplo, o TDAH está associado a um tamanho total do cérebro
pleiotrópicos dos fatores de risco. 3 a 5% menor do que os controles não afetados80,81 que podem ser

atribuída a uma redução da massa cinzenta82. Consistente com os

Imagens estruturais e funcionais do cérebro. Várias regiões do
cérebro e vias neurais foram implicadas no TDAH (FIG. 4). Estudos
de ressonância magnética funcional em pacientes com TDAH que
usaram controle inibitório, memória de trabalho e tarefas atencionais
mostraram subativação de fron
redes de atenção tostriatal, frontoparietal e ventral74.
A rede frontoparietal medeia os processos executivos direcionados a
objetivos, enquanto a rede de atenção ventral facilita a reorientação
da atenção para pontos salientes.
e estímulos externos relevantes para o comportamento. Nos
paradigmas de processamento de recompensa, a maioria dos
estudos relata menor ativação do estriado ventral de pacientes com TDAHos
emestudos, sugerindo que as bases neurais do TDAH são
dados genéticos que suportam um modelo de TDAH como o extremo
de uma característica da população, o volume total do cérebro se
relaciona negativamente com os sintomas de TDAH na população em
geral83. Em pacientes com TDAH, meta-análises documentaram
volumes menores em vários cérebros
regiões, mais consistentemente no globo pálido direito, putâmen
direito, núcleo caudado e cerebelo84,85.
Além disso, uma meta-análise de estudos de imagem por tensor de
difusão mostrou alterações generalizadas na integridade da substância
branca, especialmente na coroa radiada anterior direita, fórceps
menor direito, cápsula interna bilateral e cerebelo esquerdo86. Os
achados de imagem estruturais e funcionais são muito variáveis entre
heterogêneas, o que é consistente com estudos de cognição.

16p13.11 Genes do Assim como a prevalência de TDAH está associada à idade (FIG.
síndrome de deleção 22q11.2
15q11–15q11 13 região contendo gene da sistema
síndrome de Jacobsen
monoamina
2), muitas mudanças no cérebro de pacientes com TDAH também
(deleções do final de 11q) subunidade do receptor nicotínico
ÿ7 acetilcolina Mutações Genes de estão associadas7 . Algumas alterações volumétricas cerebrais
Síndrome de Turner (X0)
pontuais raras esperadas de estudos de crescimento
Síndrome de Klinefelter (XXY) observadas na infância se normalizam com a idade82,85, enquanto
sequenciamento de neurite
outras medidas permanecem fixas. Por exemplo, um estudo de
Alto ressonância magnética longitudinal encontrou volumes mais baixos
dos gânglios da base e área de superfície dorsal reduzida em adolescentes com TDA
Anomalias
em comparação com os controles, e essa diferença não se alterou
cromossômicas raras
com a idade dos pacientes87. Além disso, para as superfícies
estriadas ventrais, os indivíduos de controle mostraram expansão da
Variantes de
área de superfície com a idade, enquanto os pacientes com TDAH
número de cópias
Tamanho
efeito
do
raras e de baixa frequência experimentaram uma contração progressiva da área de superfície.
O processo ainda desconhecido subjacente a essa contração pode
explicar o processamento anormal de recompensa no TDAH87.
Variantes comuns
explicam ~40% da
O TDAH também está associado ao atraso na maturação do córtex
herdabilidade cerebral. Em um estudo, a idade para atingir o pico de espessura
Baixo

cortical foi de 10,5 anos para pacientes com TDAH e 7,5 anos para

Cru Baixo Comum indivíduos não afetados; esse atraso foi mais proeminente nas regiões
Muito raro
pré-frontais que são importantes para o funcionamento executivo,
Frequência
atenção e planejamento motor88. O desenvolvimento da área de
alélica Figura 3 | Genética do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade.
Variantes
Comentários | Os primers da doença explicam aproximadamente comuns
do transtorno
40% de Natureza
dadéficit
hereditariedade
de atenção/ superfície cortical também mostrou ser retardado em pacientes com
hiperatividade, mas, em comparação com causas mais raras, as variantes comuns TDAH, mas o TDAH não foi associado a alterações no desenvolvimento.
individuais têm efeitos muito menores na expressão do transtorno.

REVISÕES DA NATUREZA | PRIMERS DE DOENÇA VOLUME 1 | 2015 | 5

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PRIMEIRO

a Córtex pré- córtex b Córtex cingulado dorsal anterior c d

Nigroestriatal
frontal dorsolateral parietal cingulado ventral anterior Córtex Mesocortical Lócus Córtex tálamo
Núcleo coeruleus
caudado

dorsal
mesolímbico anterior
Nucleus
pré-frontal accumbens A substância negra Gânglios
ventromedial do telhado córtex cingulados da base
Putamen
córtex controle executivo
noradrenérgico pontes
Amígdala Cerebelo
dopaminérgico corticocerebelar

e f g
orbitofrontal Frontal Visão medial Vista lateral parietal
córtex córtex lateral
córtex

Córtex Córtex
pré-frontal pré-frontal pré-frontal
medial Cingulado medial
ventromedial Córtex
ventral estriado posterior Lobo
córtex temporal medial

Figura 4 | Mecanismos
O cérebro de primers de cerebrais no transtorno
doença tem detranstorno
um papel no déficit dede
atenção/hiperatividade. um | lateral)
As regiões
déficit de atenção/hiperatividade
(vista
pré-frontal(TDAH).corticais
dorsolateral
da Nature
O córtex
está
Reviews
ligado|
à memória de trabalho, o córtex pré-frontal ventromedial à tomada de decisões complexas e ao planejamento estratégico,
e o córtex parietal à orientação da atenção. b | O TDAH envolve as estruturas subcorticais (visão medial) do cérebro. O
córtex cingulado ventral anterior e o córtex cingulado anterior dorsal servem aos componentes afetivos e cognitivos do
controle executivo. Juntamente com os gânglios da base (compostos pelo núcleo accumbens, núcleo caudado e
putâmen), eles formam o circuito frontostriatal. Estudos de neuroimagem mostram anormalidades estruturais e funcionais
em todas essas estruturas em pacientes com TDAH, estendendo-se para a amígdala e cerebelo. c | Circuitos de
neurotransmissores no cérebro estão envolvidos no TDAH. O sistema de dopamina desempenha um papel importante no
planejamento e iniciação de respostas motoras, ativação, comutação, reação à novidade e processamento de recompensa.
O sistema noradrenérgico influencia a modulação da excitação, as relações sinal-ruído em áreas corticais, processos
cognitivos dependentes do estado e preparação cognitiva de estímulos urgentes. d | As redes de controle executivo
são afetadas em pacientes com TDAH. O controle executivo e as redes corticocerebelares coordenam o funcionamento
executivo, isto é, planejamento, comportamento direcionado a objetivos, inibição, memória de trabalho e adaptação
flexível ao contexto. Essas redes são subativadas e têm menor conectividade funcional interna em indivíduos com TDAH
em comparação com indivíduos sem o transtorno. e | O TDAH envolve a rede de recompensa. O córtex pré-frontal
ventromedial, o córtex orbitofrontal e o estriado ventral estão no centro da rede cerebral que responde à antecipação e
recebimento de recompensa. Outras estruturas envolvidas são o tálamo, a amígdala e os corpos celulares dos neurônios
dopaminérgicos da substância negra, que, conforme indicado pelas setas, interagem de maneira complexa. As respostas
comportamentais e neurais à recompensa são anormais no TDAH. f | A rede de alerta é prejudicada no TDAH. As áreas
corticais frontal e parietal e o tálamo interagem intensamente na rede de alerta (indicada pelas setas), que suporta o
funcionamento atencional e é mais fraca em indivíduos com TDAH do que em controles. g | O TDAH envolve a rede de
modo padrão (DMN). O DMN consiste no córtex pré-frontal medial e no córtex cingulado posterior (visão medial), bem
como no córtex parietal lateral e no lobo temporal medial (visão lateral). As flutuações da DMN estão 180 graus fora
de fase com as flutuações nas redes que são ativadas durante tarefas orientadas externamente, presumivelmente
refletindo a competição entre processos opostos por recursos de processamento. As correlações negativas entre o DMN
e a rede de controle frontoparietal são mais fracas em pacientes com TDAH do que em pessoas que não têm o transtorno.

trajetórias de girificação cortical89. A remissão do TDAH tem sido
associada à normalização das anormalidades
conforme medido pela ativação durante tarefas de imagem
funcional90, afinamento cortical91 e conectividade cerebral estrutural
e funcional92–95.
Embora esses dados possam ser considerados como sugestivos
de que o declínio dependente da idade na prevalência do TDAH
pode ser devido ao desenvolvimento tardio das estruturas e funções
cerebrais associadas ao TDAH, a maioria dos pacientes com TDAH
não apresenta uma recuperação completa do desenvolvimento. De fato,
desvios generalizados na espessura cortical persistem em muitos
adultos com TDAH. Os achados incluem afinamento cortical (no
córtex frontal superior, córtex pré-central, córtex parietal inferior e
superior, pólo temporal e córtex temporal medial)89,96 e
espessamento cortical (na área motora pré-suplementar, córtex
somatossensorial e córtex occipital) 97. Mais trabalho é necessário
para determinar como as mudanças de desenvolvimento nos padrões
de espessura cortical preveem mudanças de desenvolvimento na
expressão de sintomas de TDAH.

6 | 2015 | VOLUME 1 www.nature.com/nrdp

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Resumo As
teorias neurocognitivas, de neuroimagem e genéticas do TDAH
mudaram de modelos de causa única ou via única para
modelos que delineiam as causas que levam ao TDAH por
meio de várias vias moleculares, neurais e neurocognitivas33,98– psiquiátricos12. Diretrizes clínicas nacionais e parâmetros de
102 . Essas abordagens receberam apoio claro de estudos
etiológicos indicando que a maioria dos casos de TDAH surge
de um 'conjunto' de fatores de risco genéticos e ambientais. A
maioria desses fatores de risco tem apenas um pequeno efeito
nas vias causais.
A vulnerabilidade cumulativa aumenta as pontuações de traço
de TDAH, e nosso modelo atual sugere que o TDAH surge
quando excede um certo limite. Na maioria dos casos, nenhum
fator único é necessário ou suficiente para causar TDAH.
No entanto, em alguns pacientes, variantes genéticas
raras41,42 ou fatores de risco ambientais – por exemplo,
privação psicossocial54 – podem ter uma influência importante.
A causa multifatorial do TDAH leva a uma
perfil heterogêneo de psicopatologia, déficits neurocognitivos
e anormalidades na estrutura e função do cérebro. Muitos
casos provavelmente envolvem desregulação da estrutura e
função das vias frontais-subcorticais-cerebelares que controlam
a atenção, a resposta à recompensa, os limiares de saliência,
o controle inibitório e o comportamento motor.
Uma meta-análise de biomarcadores periféricos no sangue e
na urina de pacientes sem uso de drogas ou sem drogas com
TDAH e indivíduos não afetados encontrou vários
medidas — especificamente, noradrenalina, 3-metoxi-4-
hidroxifeniletileno glicol (MHPG), monoamina oxidase (MAO)
e cortisol — estão significativamente associadas ao TDAH56.
Vários desses metabólitos
também foram relacionados à resposta à medicação para o
TDAH e à gravidade dos sintomas do TDAH. Esses resultados
apóiam a ideia de que os sistemas de neurotransmissores
catecolaminérgicos (discutidos em mais detalhes na seção
seguinte) e o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal estão
desregulados no TDAH. Finalmente, estudos genéticos e
clínicos também envolvem outros sistemas, incluindo os
sistemas serotoninérgicos, nicotínicos, glutamatérgicos e de
crescimento de neuritos.
Diagnóstico, triagem e prevenção O processo
de diagnóstico para TDAH avalia os critérios de sintomas de
desatenção e hiperatividade-impulsividade para TDAH, evidências
de que os sintomas causam prejuízos funcionais e idade de início
antes dos 12 anos. Embora o TDAH esteja associado a outros
recursos, como executar
disfunção cognitiva62 e desregulação emocional31,103, que
são comumente observadas em outros transtornos e não são
critérios diagnósticos essenciais para o TDAH12. Para auxiliar
no diagnóstico, várias ferramentas de avaliação de acesso
aberto foram criadas para uso em crianças (TABELA 1) e
adultos (TABELA 2), e excelentes escalas comerciais bem
normatizadas (padronizadas) estão disponíveis104. É
importante ressaltar que a idade do paciente é relevante ao
avaliar os critérios diagnósticos padrão, como os do DSM ou
da Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados à Saúde (CID), devido às mudanças
na expressão dos sintomas e prejuízos do TDAH ao longo da
vida de um indivíduo ( FIGS 2,5).
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PRIMEIRO
Crianças e adolescentes
O diagnóstico de TDAH baseia-se em sintomas clínicos
relatados por pacientes ou informantes (incluindo parentes e
professores), o que é padrão para todos os transtornos
prática para TDAH, desenvolvidos na última década, mostram
um bom consenso e o potencial para aprimorar a prática
clínica baseada em evidências105. O diagnóstico é baseado
em informações de uma entrevista clínica detalhada, que
continua sendo o 'padrão ouro'. Os diagnosticadores perguntam
sobre cada sintoma de TDAH, a idade de início e as deficiências
funcionais resultantes. Uma entrevista clínica visa estabelecer
se os sintomas são mais extremos, persistentes e prejudiciais
do que o esperado para o nível de desenvolvimento do
paciente. As escalas de classificação validadas (TABELA 1)
auxiliam nessas decisões, pois permitem que os informantes
avaliem quantitativamente o comportamento do paciente em
casa, na escola e na comunidade.
Vários fatores apresentam desafios para os médicos que
desejam determinar se um diagnóstico de TDAH é apropriado.
Por exemplo, diferenças culturais e étnicas podem dificultar o
diagnóstico devido à variabilidade nas atitudes em relação ao
TDAH, disposição para relatar sintomas ou aceitação do
diagnóstico. Por exemplo, uma revisão da literatura sugeriu
que os jovens afro-americanos tinham mais sintomas de TDAH
do que os jovens caucasianos, mas foram diagnosticados com
TDAH apenas dois terços mais frequentemente, possivelmente
devido às crenças dos pais sobre o TDAH e à falta de acesso
e uso de tratamento106 . Além disso, a idade do paciente pode
ser um problema. Alterações no desenvolvimento podem
internalizar ou modificar alguns sintomas. Por exemplo, a
hiperatividade da infância pode ser experimentada como
inquietação interior na adolescência, e a distração pode se
manifestar como pensamentos perturbadores. Assim, os auto-
relatos de adolescentes são úteis, mas às vezes os pacientes
podem não ter uma percepção de suas próprias dificuldades.
Além disso, embora as crianças mais novas possam fornecer
informações úteis, especialmente sobre a internalização dos
sintomas107, os pais continuam sendo a principal fonte de
informação para esse grupo de pacientes. Os pais podem
relatar os sintomas durante os recessos e férias escolares
quando os relatórios dos professores não estiverem
disponíveis. Embora os relatórios dos pais mostrem boa
concordância e validade preditiva108,109, as informações de
outros informantes, como professores, quando disponíveis,
são valiosas para documentar o TDAH em outros ambientes,
para prever o prognóstico e aumentar a confiança nos
diagnósticos110–112 . Finalmente, os diagnosticadores
também podem perguntar sobre outras condições médicas
associadas aos sintomas do TDAH, como distúrbios
convulsivos, distúrbios do sono, hipertireoidismo, abuso físico ou sexual e de
Embora a triagem para TDAH seja teoricamente viável
devido à disponibilidade de escalas de autoavaliação e de pais
(TABELA 1), os poucos estudos que investigaram o uso da
triagem precoce para TDAH produziram achados
inconsistentes. Por exemplo, um estudo longitudinal de 6 anos
sugeriu que um questionário avaliado pelos pais pode ajudar
na detecção precoce, previsão e planejamento do
tratamento114 . No entanto, devido à falta de preditores
precisos de início, as tentativas de prevenção precoce do
TDAH atualmente dependem de esforços em nível populacional para mitigar
VOLUME 1 | 2015 | 7
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PRIMEIRO

os efeitos dos fatores de risco ambientais para a doença
ordem. As estratégias de prevenção primária otimizam a saúde
materna durante a gravidez, reduzindo o estresse extremo e as
adversidades psicossociais, eliminando o tabagismo, o uso de
álcool e drogas e reduzindo os fatores de risco para parto
prematuro e baixo peso ao nascer. Abordagens de prevenção
secundária que detectam sintomas de TDAH em um estágio inicial
- por exemplo, na infância ou na idade pré-escolar - incluem
programas de triagem na atenção primária, programas de
treinamento para pais e jogos específicos e programas baseados
em brincadeiras para melhorar a autorregulação quando os
sintomas são identificados115,116.
adultos
Nos últimos 40 anos, estudos clínicos, familiares, de tratamento,
longitudinais e populacionais geraram

Tabela 1 | Uma seleção de recursos de acesso aberto para avaliar o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade na infância
Abordagem Comentários Sites
entrevistas
Horário para Afetivo •Uma entrevista diagnóstica semiestruturada • Avalia http://www.psychiatry.pitt.edu/node/8233
Distúrbios e a psicopatologia passada e atual em crianças e adolescentes, de acordo
Esquizofrenia em com os critérios do DSM-IV e DSM-III • Traduções em vários
Crianças em idade escolar idiomas •Uma versão do DSM-5 é iminente
(KÿSADS)

Entrevista diagnóstica • Um diagnóstico estruturado que usa o DSM-IV para avaliar a psicopatologia http://www.cdc.gov/nchs/data/nhanes/limited_access/
Agenda para crianças em crianças e adolescentes • interviewer_manual.pdf
(DISCO) Traduções em vários idiomas • Uma

Criança e Adolescente
Avaliação Psiquiátrica
(CAPA)
entrevista semi-estruturada que avalia a psicopatologia atual https://devepi.duhs.duke.edu/capa.html https://
em crianças e adolescentes
devepi.duhs.duke.edu/pubs/ papachapter.pdf
• Com base nos critérios do DSM-
IV •Versões para jovens e crianças em idade pré-escolar •
Traduções para espanhol e português

Desenvolvimento e • Para médicos e não médicos treinados •Usa um http://www.dawba.com/b0.html

Avaliação de bem-estar conjunto pré-especificado de perguntas e sondagens para deficiência •Geralmente
(DAWBA) usado junto com o SDQ • Traduções em vários
idiomas •Uma entrevista semiestruturada

Entrevista aos pais para
Sintomas infantis (PICS)
focada em critérios diagnósticos para TDAH, http://www.sickkids.ca/MS-Office-Files/ Psychiatry/
TOD e DC em crianças e adolescentes 17145-Administration_Guidelines_ PICS6.pdf http://
•Aborda sintomas de outros transtornos psiquiátricos •Foi atualizado
para os critérios do DSM-5 • Inclui o TTI, que
www.sickkids.ca/pdfs/Research/ Tannock/6013-
avalia sintomas de TDAH, TOD e DC na escola, com perguntas de triagem para outras
TTI-IVManual.pdf
psicopatologias
•tradução holandesa

TDAH infantil • Uma entrevista por telefone estruturada para professores • Disponível dos autores 254
TTI (CHAT) Enfoca os critérios do DSM-IV para TDAH na escola •
Disponível apenas em inglês

escalas
Vanderbilt TDAH •Versões para um pai ou cuidador e professor • Parte do kit http://www.nichq.org/childrens-health/adhd/resources/
Classificação de diagnóstico de ferramentas TDAH da Academia Americana de Pediatria • Tradução para vanderbilt-assessment-scales
Escalas (VARS) o espanhol

Swanson, Nolan e •Uma escala de classificação para sintomas de TDAH e TOD Escala resumida (26 itens) disponível em: http://www. caddra.ca/
Pelham (SNAP)-IV •Pode ser preenchida por um professor, pai ou cuidador • Sensível pdfs/caddraGuidelines2011SNAP.pdf
Escala de classificação a mudanças relacionadas ao tratamento • Traduções
Diretrizes de pontuação disponíveis em: http://
para português, espanhol e francês
www.caddra.ca/pdfs/caddraGuidelines2011
SNAPInstructions.pdf Escala

completa (90 itens) disponível em: http://

www.adhd.net/snap-iv-form.pdf Diretrizes de

pontuação disponível em: http://

www.adhd.net/snap-iv-instructions.pdf http://www.adhd.net/

Pontos fortes e •Versões para um professor, pai ou cuidador • Com SWAN_SCALE.pdf

Fraquezas do TDAH base nos critérios do DSM-IV
Sintomas e normais •Incomum porque os itens são formulados de forma positiva e cobrem tanto os pontos
Escala de Comportamento (SWAN) fortes quanto os fracos em sintomas de TDAH e TDO • Traduções em espanhol
e francês • Breve medida de emocional,

SDQ TDAH, problemas de conduta e relacionamento •Versões para um pai, cuidador ou http://sdqinfo.org
professor e um auto-relato • Traduções em vários idiomas

TDAH, transtorno de déficit de atenção/hipersensibilidade; DC, transtorno de conduta; DSM, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais; TDO, transtorno
desafiador opositivo; SDQ, Questionário de Forças e Dificuldades; TTI, entrevista por telefone do professor.

8 | 2015 | VOLUME 1 www.nature.com/nrdp

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Tabela 2 | Uma seleção de recursos de acesso aberto para avaliar o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade na idade adulta

Abordagem Comentários Sites

entrevistas

Diagnostic Interview for Adult ADHD, • Uma entrevista diagnóstica estruturada para TDAH em adultos de acordo com http://www.divacenter.eu/
segunda edição (DIVA 2.0) DSM-IV DIVA.aspx
•Uma nova versão baseada nos critérios do DSM-5 está no

Adulto (ACDS) v1.2 prelo •Uma entrevista semiestruturada sobre os sintomas atuais de TDAH em adultos Disponível com o autor (Lenard Adler)
• Fornece instruções específicas para a idade para classificar os sintomas da infância e em: http://www.med.nyu.edu/biosketch/
da idade adulta adlerl01

escalas

Escala de autorrelato de TDAH para adultos • Desenvolvido pela OMS para medir os sintomas de TDAH em indivíduos com http://www.hcp.med.harvard.edu/ncs/
(ASRS) mais de 18 anos de asrs.php
idade • Uma versão de 18 itens cobre todos os sintomas de TDAH do
DSMÿIV • Uma versão de 6 itens é uma ferramenta de triagem validada para adolescentes
e adultos • A versão de 6 itens (Sonda de entrevista por telefone ASRS para sintomas;
ASRS-TIPS) usa sondagens de entrevista semiestruturada para exemplos de
Sintomas do TDAH •
Ambas as versões foram traduzidas para vários idiomas • Incorpora

Investigador de TDAH adulto instruções sugeridas para cada item do TDAH • Descritores para Disponível em Lenard Adler em: http://
Escala de Avaliação de Sintomas (AISRS) cada item do TDAH são explicitamente definidos • Leva o contexto www.med.nyu.edu/biosketch/
em consideração adlerl01

Wender Utah Rating Scale (WURS) •Desenvolvida para diagnosticar retrospectivamente o TDAH infantil em adultos Disponível dos autores 255

TDAH, transtorno de déficit de atenção/hipersensibilidade; DSM, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.

evidências muito fortes de que o TDAH frequentemente persiste na
idade adulta, embora sua apresentação mude com a idade23,117–
119 (FIG. 5). No entanto, o TDAH em adultos ainda é subtratado120,
levando a esforços internacionais para educar os médicos
(TABELA 3) e conduzir mudanças no DSM.
O DSM-5 fornece orientação sobre a expressão diferencial dos
sintomas de TDAH ao longo da vida do paciente. Por exemplo, em
contraste com crianças pequenas, adultos com muitos sintomas
prejudiciais de TDAH normalmente não sobem em mesas, têm
energia ilimitada ou correm em um lugar onde se deve permanecer
imóvel.
A hiperactividade na idade adulta é muitas vezes sentida como
uma sensação de inquietação interior — um 'motor' interno que
nunca pára — que dificulta o relaxamento do indivíduo121. Ao
adotar descritores de sintomas desse tipo, o DSM-5 é mais fácil de
aplicar a adultos em comparação com seus predecessores.
notas satisfatórias, um estudante universitário com TDAH pode
precisar trabalhar duas vezes mais do que seus colegas com a
mesma aptidão para concentrar a atenção ou organizar o trabalho escolar.
Se isso restringe a vida social do aluno ou causa outras
problemas, pode ser visto como prejudicial. No entanto, o TDAH
pode ser diagnosticado de forma confiável nesses pacientes124.
Finalmente, em adultos com TDAH, os sintomas hiperativo-
impulsivos geralmente se tornam internalizados, como sensação
de inquietação, e auto-regulação emocional deficiente125 e
disfunção executiva126 tornam-se cada vez mais proeminentes.
Embora a regulação emocional deficiente e a disfunção executiva
não sejam diagnósticos de TDAH, elas são altamente características
do transtorno em adultos e podem indicar a necessidade de
tratamentos específicos, como a terapia cognitivo-comportamental,
para melhorar as habilidades organizacionais ou de autorregulação
emocional.

Apesar dessas diferenças na apresentação dos sintomas, o Heterogeneidade do TDAH

processo de diagnóstico para adultos é paralelo ao processo para Pacientes com TDAH apresentam variação acentuada nos perfis
jovens no que diz respeito à documentação de sintomas, de sintomas, deficiências, fatores complicadores, fraquezas
comprometimento e início do transtorno com base em um quadro clínico.
neuropsicológicas e causas subjacentes127.
entrevista com o paciente e, quando disponível, relatos de Assim, o particionamento eficaz dessa heterogeneidade para refinar
informantes. Esse processo é auxiliado pela disponibilidade de as abordagens diagnósticas e fornecer tratamentos personalizados
entrevistas diagnósticas estruturadas, como a Entrevista de e direcionados continua sendo um importante objetivo de pesquisa.
diagnóstico de TDAH para adultos de Conners122, juntamente com Para atingir esse objetivo, o DSM-5 reconhece três apresentações:
escalas de avaliação para pacientes e informantes, incluindo a predominantemente desatento, predominantemente hiperativo-
Escala de autorrelato para adultos (TABELA 2) 123. impulsivo e combinado. Essas apresentações não são mais
Na idade adulta, surgem domínios adicionais de deficiência e consideradas 'subtipos', como nas versões anteriores, pois podem
podem incluir dificuldades relacionadas à ocupação, casamento e mudar ao longo do tempo128.
paternidade. Pacientes com alta inteligência também apresentam Além disso, mesmo dentro das apresentações, os pacientes diferem
um conjunto único de desafios. Nesses indivíduos, o muito nos perfis de sintomas. Por exemplo, a apresentação
comprometimento pode ser avaliado em relação à sua aptidão. predominantemente desatenta aplica-se a indivíduos com uma
Alguns desses pacientes se esforçam ao máximo para acomodar ampla gama de desatenção e pode incluir sintomas hiperativos-
seus sintomas, o que por si só indica prejuízo na medida em que impulsivos abaixo do limiar. Embora comum em amostras
causa sofrimento ou desloca outras atividades. Por exemplo, para populacionais, o TDAH desatento é menos comum na clínica, o
atingir que sugere que

REVISÕES DA NATUREZA | PRIMERS DE DOENÇA VOLUME 1 | 2015 | 9

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PRIMEIRO

Desinibição comportamental, habilidade emocional e Expressão total de TDAH, A desatenção persiste e os

emergência do diagnóstico em anos pré-escolares comorbidade psiquiátrica, sintomas de hiperatividade-impulsividade diminuem
reprovação escolar,
Pródromo: hiperatividade; e problemas de fala, linguagem e rejeição de Iniciação Abuso de substâncias, baixa auto-estima e
coordenação motora colegas e disfunção neurocognitiva ao tabagismo incapacidade social

No utero Infância Adolescência maioridade

Predisposição genética Influências psicossociais, ambientes familiares caóticos, influências de colegas e incompatibilidade com ambientes escolares e/ou de trabalho

Exposições fetais e Diferentes fatores de risco genéticos afetam o curso do TDAH em diferentes estágios da vida
alterações
epigenéticas
Disfunção frontal-subcortical-cerebelar via anormalidades cerebrais estruturais e funcionais e regulação negativa dos sistemas de catecolaminas que
regulam a atenção, recompensa, controle executivo e funções motoras

Progressão clínica
Etiologia Persistência de espessura cortical, rede de modo padrão e
Fisiopatologia anormalidades do trato da substância branca

Comentários sobre
Iniciadores de doenças Figura 5 | Curso de desenvolvimento do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade
persistentes. a natureza
Embora nenhuma |
em casos
sequência única de eventos descreva o caminho desde o útero até a idade adulta, esta figura descreve os principais eventos
de desenvolvimento, com caixas que abrangem seu início aproximado, juntamente com hipóteses sobre o momento dos
fundamentos biológicos dos eventos etiológicos e da expressão fisiopatológica. TDAH, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade.

a triagem populacional para desatenção acentuada deve ser
considerada, especialmente em crianças e adultos do sexo
feminino, nos quais esse padrão pode ser particularmente prejudicial129.
A desatenção persistente - mesmo em níveis abaixo do limiar - é
um preditor chave de maus resultados acadêmicos130.
A comorbidade psiquiátrica é outra dimensão clinicamente
importante da heterogeneidade do TDAH. Em um extremo, uma
pequena proporção de indivíduos encaminhados à clínica está
livre de comorbidade; no outro extremo, alguns pacientes têm um
padrão complexo de múltiplos problemas, incluindo distúrbios de
comunicação, deficiências intelectuais131, distúrbios do sono132,
distúrbios específicos de aprendizagem131, distúrbios de
humor131 , comportamento disruptivo131 , distúrbios de
ansiedade131, distúrbios de tique131, distúrbios do espectro do
autismo131,133 e sub distúrbios do uso da postura131,134,135 .
A consideração do perfil de comorbidade de um paciente é
importante, pois influenciará o planejamento do tratamento.
A heterogeneidade fisiopatológica pode ser clinicamente
importante - embora novas pesquisas sejam necessárias para
determinar se a subtipagem com base em fatores genéticos,
ambientais, neurobiológicos ou neuropsicológicos melhorará as
abordagens de diagnóstico e tratamento. Nesse sentido, o maior
corpo de evidências está relacionado à cognição. Testes objetivos
indicam que existem vários perfis distintos de déficit. Por exemplo,
apenas uma minoria de pacientes apresenta déficit na função
executiva136 , que já foi considerada o déficit central do TDAH.
Outros pacientes, livres desses déficits, apresentam problemas
nos processos cognitivos não executivos, que incluem aqueles
envolvidos na memória básica e processamento temporal,
processamento motivacional (tolerância de atraso ou processamento os desafios de desenvolvimento140.
de reforço) e regulação energética cognitiva72,73,137 . Quatro
subtipos cognitivos de TDAH foram revelados em um estudo
baseado em uma comunidade de crianças com ou sem TDAH70;
no entanto, ainda não está claro se esses subtipos predizem a
resposta ou o curso do tratamento.
A heterogeneidade do TDAH tem implicações tanto para a
pesquisa quanto para a prática. Na pesquisa, o efeito de diluição
da heterogeneidade reduz os tamanhos de efeito em comparações
de caso-controle de TDAH e torna obsoletos os biomarcadores
que são identificados na suposição de que o TDAH é
fisiopatologicamente homogêneo. Clinicamente, a heterogeneidade
significa que os testes – sejam neuropsicológicos ou testes de
outros processos subjacentes – que se concentram em apenas
um domínio terão um valor diagnóstico muito limitado. No entanto,
essas avaliações podem ajudar a identificar alvos específicos para
intervenções terapêuticas e educacionais destinadas a remediar
áreas específicas de deficiência e fraqueza. Por exemplo,
indivíduos com déficits de memória de trabalho podem responder
favoravelmente ao treinamento de memória de trabalho138.
Gestão Ao educar
os pacientes e suas famílias, os médicos podem criar uma
estrutura que aumenta a adesão ao tratamento, planeja
proativamente a continuidade do tratamento durante toda a vida
do paciente e integra efetivamente as abordagens farmacológicas
e não farmacológicas.
A educação inclui informações sobre as causas da
TDAH, sua morbidade associada, o potencial para um curso
comprometido, a justificativa para tratamentos e planos para
transições importantes na vida139. Essa educação prepara o
terreno para o gerenciamento do TDAH dentro de um paradigma
de cuidado crônico que usa a tomada de decisão compartilhada
para reforçar a adesão ao tratamento e preparar os pacientes para
Existem variações geográficas no sequenciamento de
tratamentos farmacológicos e não farmacológicos. Por exemplo,
nos Estados Unidos o tratamento farmacológico é tipicamente a
primeira abordagem, enquanto na Europa a medicação é
geralmente reservada para casos graves ou para casos mais leves
que não respondem a tratamentos não farmacológicos141.

10 | 2015 | VOLUME 1 www.nature.com/nrdp

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PRIMEIRO

Tratamentos farmacológicos escola ou dia de trabalho, como socializar, dirigir, fazer lição de casa e
Antes de escolher um tratamento, a experiência funcionar no ambiente familiar.
clínica aconselha várias precauções de bom senso. A abordagem de tomada de decisão farmacológica começa com
Atenção apropriada precisa ser dada ao ambiente se o paciente se beneficiará de um tratamento estimulante ou não
psicossocial. Em crianças, atenção especial deve ser estimulante. Meta-análises demonstraram que medicamentos
dada para saber se a família está intacta ou separada, estimulantes e não estimulantes
se ambos os pais apóiam o tratamento da criança e As medicações para TDAH reduzem efetivamente os sintomas de
se há alguma preocupação com abuso ou maus- TDAH em crianças e adultos142,143. Por outro lado, em crianças em
tratos. Além disso, questões legais, psicopatologia e idade pré-escolar, tratamentos não farmacológicos baseados em
uso de substâncias nos pais, estressores psicossociais evidências são recomendados como primeira abordagem, quando
(como problemas financeiros e médicos), acesso a disponíveis, mas a medicação é indicada quando os sintomas são
armas de fogo e habilidades intelectuais dos pais são graves144. Em média, os estimulantes (anfetamina e metilfenidato)
avaliados porque os tratamentos podem não ser são mais eficazes do que os não estimulantes (atomoxetina,
eficazes em casos 'caóticos' ou potencialmente guanfacina e clonidina)145.
perigosos. ambientes. O acesso a medicamentos também pode
Assim, ser uma continuam a ser o tratamento psicofarmacológico
os estimulantes
problema, devido à falta de seguro saúde ou políticas restritivas de de primeira linha para pacientes de todas as idades com TDAH120.
alguns governos ou formulários de atendimento gerenciado. A
farmacoterapia para TDAH não abordará essas questões, mas serviços Os tratamentos farmacológicos são tipicamente de longo prazo,
sociais apropriados ou intervenções não farmacológicas podem mitigar exceto para aqueles pacientes que não apresentam um curso
seus efeitos. É importante educar pais e pacientes sobre o TDAH e persistente de TDAH. Esses tratamentos geralmente estão associados
seus tratamentos para ajudá-los a entender o valor das opções de a melhores resultados em crianças e adultos, conforme demonstrado
tratamento. por revisões sistemáticas que consideraram uma variedade de critérios
diferentes para medir os resultados a longo prazo. Por exemplo, uma
A escolha da medicação é guiada pela avaliação da gravidade dos revisão sistemática examinou cinco ensaios clínicos randomizados
sintomas, da presença de comorbidades (FIG. 6) e em quais períodos (RCTs) e dez estudos de extensão aberta de adultos com TDAH que
do dia é necessário aliviar os sintomas - por exemplo, apenas durante tiveram

o horário escolar, durante um dia escolar prolongado , durante um dia sido conduzido por pelo menos 2 anos146. Os autores concluíram
de trabalho ou durante a noite. Com poucas exceções, os medicamentos que a terapia estimulante para TDAH tem efeitos benéficos a longo
para tratar o TDAH ajudam os pacientes 7 dias por semana ao longo prazo e é bem tolerada. Além disso, uma revisão sistemática dos
do ano porque a condição afeta aspectos da vida fora do ambiente estudos de adultos e crianças que foram

realizados ao longo de pelo menos 2 anos concluíram que o tratamento

Tabela 3 | Recursos selecionados para médicos, pais e pacientes

Organização Contente Sites
US NIMH Informações para pacientes e familiares http://www.nimh.nih.gov

Sociedade Profissional Americana para Encontros para profissionais de saúde e investigadores http://www.apsard.org
TDAH e Transtornos Relacionados

Federação Mundial de TDAH Encontros para profissionais de saúde e investigadores http://www.adhd-federation.org

Crianças e adultos com TDAH Informações para pacientes e familiares http://www.chadd.org

TDAH em Adultos Educação continuada para profissionais de saúde http://www.adhdinadults.com http://

Canadian ADHD Resource Alliance Educação continuada e reuniões para profissionais de saúde e pesquisadores; www.caddra.ca
Diretrizes clínicas nacionais para TDAH; e trabalho político com o governo

NHMRC australiano Informações para profissionais de saúde, pacientes e familiares http://www.nhmrc.gov.au/

guidelines-publications/mh26 http://

TDAH Europa Informações para pacientes e familiares www.adhdeurope.eu http://

Encontros da European Network on Adult ADHD para profissionais de saúde e pesquisadores www.eunetworkadultadhd.com/ http://
Colaboração Internacional em Encontros para profissionais de saúde e investigadores www.adhdandsubstanceabuse.org
TDAH e abuso de substâncias

Rede de TDAH adulto do Reino Unido Encontros para profissionais de saúde e investigadores http://www.ukaan.org
TDAH Índia Informações para pacientes e familiares http://www.adhdindia.com
Aliança TDAH da China Informações para pacientes e familiares http://www.adhd-china.org/en-index.htm

Rede adhs central (alemão Informações para pacientes e familiares http://www.zentrales-adhs-netz.de

Rede TDAH central)

Academia Americana de Pediatria Informações para profissionais de saúde http://www2.aap.org/pubserv/

Kit de ferramentas TDAH adhd2/1sted.html

TDAH, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade; NHMRC, Conselho Nacional de Saúde e Pesquisa Médica; NIMH, Instituto Nacional de Saúde Mental.

REVISÕES DA NATUREZA | PRIMERS DE DOENÇA VOLUME 1 | 2015 | 11

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PRIMEIRO
Pré-escolares, crianças e adolescentes adultos
Pais Auto-relato
Professores Outro significativo (quando disponível)
Diagnóstico DSM-5 ou CID-10 de TDAH
pré-escolares
Quando disponível, use primeiro o tratamento não farmacológico baseado em evidências
Para sintomas graves, a medicação é indicada
Com comorbidade Sem comorbidade
Mania e psicose são contra- Distúrbios de Doença
indicações para estimulantes
aprendizagem, déficits cardiovascular e
Depressão, tiques e ansiedade de função executiva e
podem piorar com estimulantes convulsões são
baixo QI não respondem a contra-indicações
Transtornos por uso de substâncias medicamentos para TDAH potenciais para estimulantes
podem levar ao abuso ou desvio
Iniciadores de doenças Figura 6 | A avaliação orientaComentários
transtorno Osobre
a gestão.de déficit
manejo ade
natureza
do |
atenção/
hiperatividade (TDAH) considera comorbidades psiquiátricas, psicológicas e
médicas. DSM-5, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, quinta
edição; CID-10, Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde, décima edição; QI, quociente de inteligência.
O TDAH melhorou os resultados de longo prazo, mas geralmente
não para níveis normais147. Outro estudo descobriu que o uso
prolongado de medicamentos estava associado a melhores
pontuações em testes de desempenho148. Além disso, uma revisão
sistemática de estudos de descontinuação controlados por placebo
e estudos observacionais prospectivos de longo prazo concluiu
que a medicação reduziu os sintomas e prejuízos do TDAH, mas
que havia evidências limitadas e inconsistentes de efeitos de longo
prazo da medicação na melhora do funcionamento social,
desempenho acadêmico, situação de emprego e comorbidade
psiquiátrica149. Finalmente, embora as abordagens farmacológicas
sejam geralmente eficazes, uma importante fonte de falha do
tratamento é a não adesão à medicação. Por exemplo, isso foi
demonstrado no acompanhamento de 2 anos do estudo Multimodal
Treatment of ADHD (MTA) de crianças com TDAH, que relatou que
o uso contínuo de medicamentos mediou parcialmente os melhores
resultados a longo prazo150.
Estimulantes. Ao escolher um estimulante, a primeira decisão é
usar um produto de metilfenidato ou um produto de anfetamina,
sendo que ambos modulam a ação da dopamina. O metilfenidato e
a anfetamina bloqueiam o transportador de dopamina e a anfetamina
também promove a liberação e o transporte reverso de dopamina.
Embora a eficácia de ambas as classes de estimulantes seja
semelhante, alguns pacientes respondem e toleram
preferencialmente uma ou outra143. Não há preditores confiáveis
das respostas individuais dos pacientes. Ambas as famílias de
estimulantes têm formulações de ação curta (2 a 4 horas), ação
intermediária (6 a 8 horas) e ação prolongada (10 a 12 horas) que
permitem aos médicos adaptar a duração da cobertura para cada
paciente. Iniciando o paciente com uma dose baixa e titulação em
intervalos semanais, dependendo da resposta e efeitos adversos
12 | 2015 | VOLUME 1
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efeitos é prudente — o objetivo é fornecer a duração ideal da
cobertura ao longo do dia de acordo com as necessidades do
paciente151. Para todas as formulações estimulantes, a duração
do efeito varia de paciente para paciente152. Assim, a titulação de
estimulantes aborda o início e dura
efeito, bem como eficácia geral e eventos adversos.
Por exemplo, estimulantes de ação prolongada levam de 1 a 2
horas para começar a fazer efeito; assim, os pacientes são
informados sobre quando tomar a medicação para garantir o
benefício no início do dia escolar ou de trabalho. Para alguns
pacientes, os efeitos dos estimulantes de ação prolongada podem
desaparecer no meio da tarde e, portanto, podem precisar de
cobertura farmacológica adicional para ajudar a controlar os
sintomas no final do dia. Nesses casos, a prescrição de uma
formulação de ação curta do mesmo medicamento pode ser utilizada para ampliar
Os efeitos adversos comuns dos estimulantes são iniciais
insônia, diminuição do apetite, disforia e irritabilidade.
Distúrbios do sono são muito comuns em pacientes com TDAH,
independentemente do uso de estimulantes132, mas aqueles
relacionados ao uso de estimulantes exigem que os pais sejam
instruídos sobre como melhorar a higiene do sono ou o manejo farmacológico.
Por exemplo, um estimulante de ação prolongada pode ser
substituído por uma formulação de ação intermediária, ou o início
do sono pode ser melhorado com auxílios para dormir, como a
melatonina153. Como a supressão do apetite geralmente ocorre no
meio do dia, seus efeitos geralmente podem ser atenuados
tomando a medicação após o café da manhã. Além disso, um café
da manhã e jantar substanciais, bem como lanches durante o dia,
controlarão os níveis de energia e protegerão a nutrição. Se essas
medidas não forem suficientes, a suplementação nutricional pode
ser útil154. Em casos graves de perda de peso ou atrasos no
crescimento, pode ser apropriado reduzir a dose ou interrompê-la
no fim de semana. O manejo da disforia e da irritabilidade depende
se esses sintomas ocorrem durante o pico ou vale da
biodisponibilidade do medicamento, conforme indicado por sua
curva farmacocinética155,156. Se esses sintomas ocorrerem
durante os picos de biodisponibilidade da droga, mudar para outro
estimulante é uma opção. Se ocorrerem durante as baixas, podem
ser atribuídos a efeitos de abstinência ou rebote, que podem ser
mitigados pela adição de uma pequena dose de um estimulante de
ação curta 1 hora antes dos sintomas ocorrerem. Para pacientes
sensíveis a picos e vales de biodisponibilidade, formulações de
pico único podem ser consideradas.
Embora efeitos adversos graves sejam raros, eles ocorrem. O
aparecimento de tiques, estados de ansiedade aguda, depressão,
psicose e mania requer tanto a interrupção imediata do tratamento
quanto a busca de alternativas
abordagens consistentes com sintomas emergentes e
diagnósticos157. Os estimulantes podem estar associados a
pequenos atrasos no crescimento em altura, mas estes tendem a
atenuar-se com o tempo e parecem não afetar a altura e o peso
finais na idade adulta158. No entanto, parâmetros de crescimento
anormais podem indicar a necessidade de mudança de tratamentos.
Evidências para a associação de outros eventos adversos graves com estimulante
uso para TDAH é menos robusto. Por exemplo, alguns estudos
levantaram preocupações de que os estimulantes causam
morte diac, e um estudo dinamarquês (n = 714.258) descobriu que
o uso de estimulantes estava associado a um risco aumentado de
qualquer evento cardiovascular adverso (taxa de risco ajustada de
1,83). Esses dados do estudo dinamarquês são difíceis de
www.nature.com/nrdp
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interpretar porque a categoria 'qualquer' incluía hipertensão,
febre reumática e doença cardiovascular sem outra especificação;
esta última categoria representou 40% dos casos159. Além
disso, um estudo dos Estados Unidos (n=1.200.438) relatou que
os medicamentos para TDAH (metilfenitina, anfetamina e
atomoxetina) não aumentaram o risco de eventos cardiovasculares ativas, os estimulantes são contraindicados ou usados com
graves em crianças e adultos jovens160. O mesmo aconteceu
com uma subanálise limitada ao metilfenidato, que foi o único
medicamento com dados suficientes. Além disso, uma metanálise
de estudos observacionais concluiu que os medicamentos para
TDAH (principalmente metilfenidato e anfetamina) não aumentam
o risco de morte súbita em crianças161. Assim, para pacientes
com problemas cardíacos pré-existentes, os estimulantes devem
ser usados com cautela e somente após consulta com um
cardiologista162,163, e em todos os pacientes tratados com
estimulantes, a pressão arterial deve ser monitorada durante o
tratamento. Estimulantes podem ser usados com cautela - ou
não - na presença de tiques, transtornos bipolares, ansiedade e
transtornos por uso de substâncias e convulsões.
Não estimulantes. Duas classes de não estimulantes têm
foi aprovado por agências reguladoras para o tratamento do
TDAH. Estes incluem a noradrenalina seletiva
inibidor da recaptação atomoxetina164 e formulações de ação
prolongada de dois fármacos agonistas ÿ2-adrenérgicos —
clonidina165 e guanfacina166. Essas drogas são eficazes no
tratamento do TDAH, mas os efeitos sedativos dos agonistas ÿ2-
adrenérgicos limitam seu uso em alguns pacientes165,167.
Semelhante aos estimulantes, esses medicamentos requerem
titulação lenta para evitar efeitos adversos, começando com uma
dose baixa e ajustando-a com base nos resultados. A atomoxetina entanto, alguns dados sugerem que a atomoxetina pode melhorar
pode ser administrada uma ou duas vezes ao dia. A guanfacina
de ação prolongada foi testada em crianças e mostrou-se mais
eficaz em doses mais altas, mas essas doses foram associadas
a mais efeitos adversos. Os agonistas ÿ2-adrenérgicos também
podem ser administrados uma ou duas vezes ao dia. Sua eficácia
foi documentada para crianças pequenas, mas não para
adolescentes e adultos.
A terapia combinada com estimulantes e atomoxetina ou um
agonista ÿ2-adrenérgico de ação prolongada pode ser eficaz
para pacientes que não responderam à monoterapia168, mas as
implicações dessas terapias combinadas para a segurança
cardiovascular não foram adequadamente estudadas.
Pacientes que não respondem a estimulantes, atomoxetina ou
agonistas ÿ2-adrenérgicos podem responder a outros
medicamentos que foram usados off-label no tratamento do
TDAH, como antidepressivos tricíclicos, bupropiona (um
antidepressivo) ou modafinil (um antidepressivo que promove a
vigília). agente comumente usado para tratar a narcolepsia).
Embora alguns dados apoiem a eficácia desses medicamentos
off label para o tratamento do TDAH169, as agências reguladoras
nos Estados Unidos e na União Européia não aprovaram seu
uso nesse contexto.
Comorbidade psiquiátrica. As comorbidades do TDAH afetam
o quadro clínico desse transtorno e seu manejo. A regra geral
é abordar os problemas mais graves
desordem primeiro. Por exemplo, seria quase impossível
controlar o TDAH na presença de um humor ativo grave ou
transtorno por uso de substâncias; essas condições precisam
ser abordadas primeiro. No entanto, quando o outro
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Se o transtorno for adequadamente administrado, o TDAH
poderá ser tratado de forma eficaz170. Como resultado,
tratamentos combinados são frequentemente usados para o
manejo do TDAH em indivíduos com comorbidade.
Para pacientes com transtornos por uso de substâncias
cautela, devido a preocupações sobre o potencial de abuso,
uso indevido ou desvio pelo paciente ou cuidador. Tais
preocupações contrastam com a literatura substancial que indica
o uso de estimulantes na infância tem um efeito protetor sobre o
tabagismo subseqüente171 e efeitos neutros ou protetores sobre
transtornos subseqüentes por uso de drogas e álcool172–175.
No entanto, dados substanciais indicam que uma minoria de
pacientes com TDAH desvia sua medicação estimulante para
uso indevido por outros176.
A atomoxetina foi testada com sucesso no tratamento do
TDAH no contexto de comorbidade com tiques, ansiedade e
depressão177,178, e uma revisão sugeriu que os agonistas ÿ2-
adrenérgicos produzem a melhor melhora combinada para o
TDAH que é comórbido com transtornos de tiques179 . A
bupropiona é aprovada para uso na depressão em adultos, e
sua eficácia no TDAH foi confirmada em uma meta-análise180.
Alguns relatórios documentaram a eficácia de estimulantes181,
guanfacina182 de liberação prolongada e atomoxetina183 para
o tratamento de sintomas de transtorno desafiador opositivo
comórbido.
Quando tratados com medicamentos para TDAH, pacientes
com deficiência intelectual184 ou lesão cerebral traumática185
apresentam uma redução nos sintomas de TDAH. A capacidade
cognitiva geral não responde à farmacoterapia do TDAH; no
modestamente a dislexia186 e que estimulantes187 e
atomoxetina188 produzem melhorias modestas nas medidas
comportamentais do funcionamento executivo, bem como no
desempenho da memória executiva, tempo de reação e tarefas
de controle inibitório72. Embora alguns problemas de
desempenho acadêmico associados a sintomas de TDAH (por
exemplo, conclusão de dever de casa) possam melhorar com o
tratamento, a medicação não pode substituir habilidades
perdidas, melhorar pontuações de desempenho acadêmico ou
melhorar dificuldades específicas de aprendizado189.
Em conjunto, fica claro que encontrar uma formulação
eficaz, uma dose diária e um esquema de dosagem para um
medicamento para o TDAH é crucial para o sucesso do tratamento. O uso
O uso de ferramentas como árvores de decisão gerencial que
resumem as recomendações sobre farmacoterapia e a integração
de tratamentos não farmacológicos pode ser útil para orientar o
gerenciamento do TDAH (FIG. 7). A eficácia desses tratamentos
será aumentada pelo monitoramento dos resultados sintomáticos
e funcionais e pela promoção da adesão151.
Tratamentos não farmacológicos
Abordagens não farmacológicas para o tratamento do TDAH
podem ser necessárias por vários motivos. Primeiro, alguns
pacientes não respondem positivamente à medicação e podem
apresentar, por exemplo, controle insatisfatório dos sintomas,
eventos adversos incontroláveis ou ambos. Em segundo lugar,
a medicação sozinha pode não produzir resultados ideais em
todos os domínios do comprometimento relacionado ao TDAH.
Em terceiro lugar, os pacientes podem não ter acesso a medicamentos devido
VOLUME 1 | 2015 | 13
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PRIMEIRO

preocupação dos pais ou do médico ou políticas governamentais
restritivas que limitam o acesso. Mesmo em jurisdições onde os
medicamentos são licenciados e disponíveis, há variações nas
recomendações dos especialistas. Por último, os pacientes podem
ser considerados muito jovens ou ter uma apresentação
insuficientemente grave para justificar a medicação190.
Uma variedade de terapias dietéticas, comportamentais e
neurocognitivas são usadas como precursores, em vez de, ou como
complemento da medicação para atingir condições comórbidas e
padrões mais amplos de comprometimento psicossocial. A força e
suplementação com ácidos graxos livres, mas os efeitos clínicos
foram pequenos193. Evidências insuficientes apóiam outros tipos
de suplementos, por exemplo, vitaminas ou ervas, ou abordagens
homeopáticas. Finalmente, as dietas de exclusão — aquelas
geralmente voltadas para aditivos artificiais e aquelas voltadas para
intolerâncias idiossincráticas — também demonstraram efeitos
positivos, mas estes foram, em média, muito pequenos (quando
medidas cegas foram usadas) ou predominantemente em um
subgrupo de pacientes com intolerâncias alimentares conhecidas193,
194.

a qualidade das evidências de apoio variam amplamente de

tratamento para tratamento; em geral, mesmo quando a eficácia é
demonstrada, os tamanhos dos efeitos são substancialmente
menores do que para a medicação otimizada191,192. Além disso,
os eventos adversos normalmente não são relatados em ensaios
não farmacológicos - seja a falta de notificação porque os eventos
adversos não ocorrem ou não são medidos
permanece incerto. Dados sobre a relação custo-eficácia do tratamento
mento também são escassos. Nenhum algoritmo simples pode
escolher entre esses tratamentos, e o uso do tratamento deve ser
determinado pelas necessidades e circunstâncias individuais dos
pacientes e suas famílias.
Intervenções dietéticas. As intervenções dietéticas são de dois
tipos gerais: suplementos e exclusões. Uma metanálise concluiu
que os tratamentos dietéticos podem desempenhar um papel
terapêutico potencialmente positivo, mas limitado, no TDAH do
envelhecimento do homem193. A evidência mais clara apoiou
Condição comórbida mais grave que o TDAH?
Sim Não
Tratar condição comórbida
Quando a condição comórbida estiver estável, trate o TDAH
Intervenções comportamentais. intervenção comportamental
ções são a forma de tratamento psicológico mais bem estabelecida,
mais positivamente recomendada e mais amplamente utilizada195.
Os princípios bem testados de reforço positivo e negativo e
aprendizado social fornecem a base para uma série de técnicas que
são frequentemente modificadas para aumentar seu valor para
pacientes com TDAH, para reduzir comportamentos inadequados e
promover comportamentos apropriados e para melhorar as relações
pais-filhos195 ,196.
No início e no meio da infância, essa prática geralmente assume a
forma de treinamento dos pais. Além disso, as intervenções
centradas na escola, baseadas em aliados comportamentais,
combinadas com abordagens destinadas a adaptar a estrutura da
sala de aula para ajudar na concentração e no comportamento
também têm valor197. Intervenções administradas em grupo e
individualmente também estão disponíveis198, e elementos
semelhantes a jogos projetados para aumentar as habilidades
regulatórias centrais da criança estão sendo introduzidos. O
treinamento dos pais é recebido positivamente pelas famílias,
especialmente quando a obediência da criança é o principal
problema140 . No entanto, com base em uma meta-análise recente
de RCTs restritos a resultados cegos, as intervenções
comportamentais provavelmente são mais bem usadas para
complementar – e não substituir – a medicação para TDAH199.
Embora as intervenções comportamentais tenham efeitos mínimos
sobre os sintomas do TDAH, elas têm uma influência considerável
na qualidade dos pais e problemas de conduta concomitantes em crianças com TDA

Abordagens mais focadas melhoram áreas específicas do

Contra-indicações de estimulantes ou preferência pessoal contra estimulantes?
funcionamento diário, como habilidades sociais200 ou
Sim Não organizacionais201. Embora talvez mais benéficas para crianças
que têm dificuldades concomitantes, as abordagens comportamentais
também podem ser valiosas para crianças sem essas dificuldades.
Medicamentos ÿ2- Estimulantes
Anfetamina
De fato, melhorar a qualidade da criação dos filhos tem efeitos
adrenérgicos não
estimulantes Metilfenidato protetores de longo prazo e, portanto, reduz a chance de o TDAH
Atomoxetina aumentar para mais

formas complexas e graves. As abordagens baseadas na escola

Ação curta (2–4 Ação intermediária (6-8 Ação longa (10– que se concentram no treinamento de habilidades de base ampla e
horas) horas) 12 horas)
no desempenho acadêmico também são valiosas a longo prazo197,202.
Além das abordagens para crianças com TDAH, terapia cognitivo-
Resposta completa Resposta completa comportamental e coaching de habilidades de gerenciamento de
Monitore o progresso Monitore o progresso
vida são recomendados para pacientes adolescentes203 e
resposta parcial resposta parcial
Alvo da incapacidade residual com Alvo da incapacidade residual com adultos204 . Essas habilidades incluem treinamento de autocontrole
tratamentos não farmacológicos tratamentos não farmacológicos autoinstrucional, resolução de problemas, uso de estratégias
Fraca ou nenhuma resposta Fraca ou nenhuma resposta compensatórias, diários ou cronogramas e treinamento de
Tente um não estimulante alternativo Tente um estimulante alternativo ou não estimulante
comunicação social205. RCTs individuais fornecem suporte para
Comentários sobre a natureza | essas abordagens com base em classificações relatadas pelo
Iniciadores
déficit de atenção/hiperatividade
de doenças Figura 7(TDAH)
| Árvore
considera
de decisão
contra-indicações,
gerencial.
para
A escolha
opreferências
tratamento
do medicamento
do
pessoais,
transtorno de
paciente, mas é necessária a corroboração por meio de meta-análises.
comorbidade psiquiátrica e a duração da cobertura necessária.
Ensaios individuais também sugerem que psicoterapia206, terapia
Os tratamentos não farmacológicos visam a incapacidade residual e são usados inicialmente para familiar207 e intervenções no estilo de vida115 podem melhorar
crianças em idade pré-escolar ou quando a medicação é recusada pelo paciente ou pelos pais. áreas específicas de funcionamento em alguns pacientes.

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PRIMEIRO

Problemas de saúde e comorbidades deficiência social Mortalidade prematura

psiquiátricas
Comportamentos de risco
disfunção psicológica Excesso de peso, obesidade e hipertensão
Insucesso escolar e profissional
Delinquência e criminalidade, tabagismo e vícios

Dificuldades específicas de aprendizagem e disfunção executiva

Comportamento disruptivo, humor, ansiedade, eliminação, tiques e transtornos do espectro autista

Distúrbio do desenvolvimento da coordenação e distúrbios da Discórdia conjugal, separação e divórcio, problemas parentais e
fala e da linguagem problemas legais, prisões e encarceramentos

Habilidades sociais deficientes, relacionamentos familiares prejudicados, relacionamentos ruins com colegas e rejeição por parte dos colegas

Ideação suicida, tentativas de suicídio e suicídio

Baixa qualidade de vida e baixa autoestima

Desregulação emocional e falta de motivação

Insuficiência escolar, repetência, necessidades educativas especiais, Desempenho ocupacional reduzido, desemprego e nível
expulsão e abandono escolar socioeconômico mais baixo

Gravidez não planejada

Acidentes e lesões, acidentes de trânsito e violação e suspensões de licenças

Infância Adolescência maioridade

Figura
Disease8 |Primers
Qualidade de vida e transtorno
as deficiências de déficit
do transtorno de de
de déficit atenção/hiperatividade. Ao longoNature
da vida
atenção/hiperatividadecomorbidades
paciente,
manifestam-se do
psiquiátricas,
em
Reviews |
problemas de saúde, disfunção psicológica, fracasso acadêmico e ocupacional, incapacidade social e
comportamentos de risco.

Intervenções neurocognitivas. Intervenções de
neurofeedback usam técnicas adaptativas baseadas em
recompensas para normalizar elementos específicos do perfil
eletrofisiológico aberrante de um paciente que são pensados
para mediar problemas com atenção208. Tais intervenções
têm como alvo bandas de frequência de eletroencefalograma
específicas ou componentes lentos ou tardios de potenciais
relacionados a eventos. Alguns RCTs forneceram evidências
do valor do neurofeedback para reduzir os sintomas do TDAH,
com o efeito mais pronunciado do neurofeedback encontrado paraQualidade
tratar a desatenção209.
No entanto, meta-análises recentes concluíram que mais
evidências são necessárias antes que o neurofeedback possa
ser endossado para o tratamento de sintomas de TDAH,
devido à falta de efeitos robustos para medidas cegas191,210.
Outras abordagens neurocognitivas visam funções como
memória de trabalho e inibição. Usando computadores, essas
abordagens treinam essas funções em várias sessões que
desafiam continuamente a competência do paciente
aumentando a dificuldade à medida que o desempenho
melhora211. Meta-análises recentes demonstraram apenas
pequenos efeitos nos sintomas de TDAH quando diferentes
abordagens de treinamento foram agrupadas e os efeitos
foram medidos usando resultados cegos138,210. A evidência
foi mais fraca para treinamento de memória de trabalho e
mais forte para intervenções direcionadas a múltiplos déficits
neurocognitivos. Os efeitos nos déficits direcionados, como
memória de trabalho em testes de treinamento, foram positivos
e altamente significativos, embora nenhuma evidência apoiasse a transferência
desses efeitos a déficits não direcionados, sintomas de TDAH
ou outras áreas de deficiência138. Abordagens alternativas
baseadas em meditação não computadorizada – como o
treinamento de atenção plena – buscam melhorar a regulação
dos processos de atenção212. No entanto, devido a evidências
insuficientes de estudos bem planejados, o treinamento de
atenção plena não pode ser recomendado como tratamento
para o TDAH.
de
vida O TDAH prejudica o funcionamento psicossocial em uma
variedade de contextos que incluem ambientes sociais,
acadêmicos e ocupacionais, e o distúrbio afeta diretamente as
percepções de bem-estar (FIG. 8). Por exemplo, crianças e
adolescentes com TDAH correm alto risco de fracasso escolar,
conflitos familiares e parentais, rejeição social por parte dos
colegas, baixa auto-estima e comportamento delinquente.
Além disso, em comparação com a população em geral, o
risco de tabagismo e transtornos por uso de substâncias é
maior em pacientes com TDAH, especialmente entre pacientes
que também têm conduta ou transtorno de personalidade
antissocial 213,214 . Desfechos adversos na adolescência e
a idade adulta para pessoas com TDAH incluem insucesso
acadêmico e vocacional, funcionamento ocupacional reduzido,
obesidade 215, desregulação emocional103, desemprego e
tentativas de suicídio121,216.
Acidentes de trânsito e infrações são mais frequentes em
motoristas com TDAH121.217.218 do que naqueles sem o

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transtorno e as relações familiares envolvendo indivíduos com
TDAH podem ser caracterizadas por discórdia e interações
negativas em comparação com famílias não afetadas pelo
TDAH217,219–221. Finalmente, pacientes com TDAH ou história
de TDAH na infância, particularmente por causas não médicas,
têm taxas de mortalidade mais altas do que aqueles sem TDAH,
conforme documentado consistentemente em estudos
longitudinais222,223 e em um estudo de registro recente224.
Esses prejuízos funcionais reduzem o bem-estar psicológico
e social e a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) de
pacientes com TDAH225. Por exemplo, no estudo pan-europeu
ADHD Observational Research in Europe (ADORE), os pais
relataram baixa QVRS para seus filhos em uma ampla gama de
domínios psicossociais, de desempenho e de autoavaliação, o
que está de acordo com os achados de estudos clínicos225,226 .
Tanto os sintomas de desatenção quanto os de hiperatividade-
impulsividade diminuíram os índices de QVRS.
Os efeitos mais fortes nas medidas de QVRS foram encontrados
nos domínios psicossocial, realização e vida familiar. Crianças
com TDAH também classificaram sua QVRS como inferior à de
seus pares sem TDAH225.
Da mesma forma, adultos com TDAH apresentam baixa QVRS
tanto na idade adulta227,228 quanto em seus relatos
retrospectivos desde a infância229.
Embora aumentos na gravidade dos sintomas de TDAH e
comprometimento funcional prevejam pior QVRS, as correlações
são moderadas, o que indica que os sintomas de TDAH,
comprometimento funcional e HRQOL são construtos
relacionados, mas distintos. Assim, a QVRS é um componente
importante de uma avaliação abrangente. Por exemplo, no
estudo ADORE, vários fatores familiares, como ter um dos pais
com problemas de saúde ou de saúde mental, a criança vivendo
em uma casa monoparental e o tabagismo materno durante a
gravidez, também predisseram pior QVRS226.

Tabela 4 | Perspectivas para pesquisa e prática do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade

Área Abordagem Comentários

Avanços GWAS, sequenciamento de exoma e • GWAS descobrirá variantes de risco de DNA comuns significativas em todo o genoma e quantificará o risco
tecnológicos sequenciamento de todo o genoma poligênico para TDAH • O
sequenciamento descobrirá variantes de DNA funcionais raras • Esperará
insights sobre vias biológicas causais relevantes para tratamento e biomarcadores • iPSCs derivados de tecido

iPSCs periférico de pacientes com TDAH portadores de mutações conhecidas serão

usado para criar células
cerebrais • O estudo dessas células esclarecerá os mecanismos e fornecerá informações para o

Epigenômica, Transcriptômica e tratamento • A epigenômica mostrará como os genes e o ambiente se combinam para modificar a expressão gênica • O
Proteômica mapeamento dessas vias descreverá os mecanismos moleculares subjacentes à fisiopatologia do TDAH

Modelos de pequenos animais (como • A descoberta de medicamentos requer sistemas modelo mais rápidos e baratos para rastrear moléculas quanto à
peixe-zebra e mosca-da-fruta) e iPSCs atividade contra alvos identificados por estudos

Pesquisa Jogos terapêuticos e 'ômicos' • Métodos de treinamento em computador podem visar déficits específicos e se adaptar às necessidades dos
Clinica tecnologias de informática pacientes • Incorporar recursos de jogos deve melhorar a aceitabilidade e adesão

Protocolos de adesão ao tratamento • As tecnologias móveis, como mensagens de texto, devem melhorar a adesão aos tratamentos de TDAH

Desenvolvimento de modelos de • Os métodos de triagem podem diminuir o intervalo entre o início dos sintomas e o tratamento e, assim, melhorar
triagem e prevenção os resultados

Subtipos neurobiológicos do •Estudos neuropsicológicos, de neuroimagem e genéticos podem analisar a heterogeneidade do TDAH para
TDAH auxiliar no desenvolvimento de melhores estratégias de diagnóstico e tratamento

Novas drogas para TDAH • A pesquisa biológica produzirá novos alvos de drogas para o desenvolvimento de drogas

pesquisa Estudos iniciados na concepção • Os efeitos ambientais sobre o feto precisam ser estudados prospectivamente para melhor quantificar o risco
longitudinal e esclarecer trajetórias de desenvolvimento associadas a genótipos de TDAH

Neuroimagem longitudinal • Esclarecer as razões para a persistência e remissão do TDAH • Trabalhos

futuros solidificarão essas descobertas e usarão imagens multimodais para mostrar como o neurodesenvolvimento
aberrante está associado a trajetórias de sintomas • Fornece uma plataforma

Colaboração PGC para compartilhamento de dados em larga escala de grandes amostras • Permite
internacional estudos altamente avançados para a descoberta de potenciais biomarcadores e alvos de tratamento • Permite estudos em

ENIGMA larga escala de como as variantes de risco genético afetam a estrutura e função do cérebro • Fornecerá informações
sobre biomarcadores baseados no cérebro e as vias neurais subjacentes
sintomas de TDAH

Prioridades O projeto RDoC dos EUA • Incentiva os pesquisadores a estudar construtos dimensionais que fundamentam a expressão de vários
de NIMH transtornos • Pode levar a
financiamento alteradas uma mudança na forma como os transtornos psiquiátricos são vistos e classificados • O financiamento

O Horizonte 2020 da UE europeu está cada vez mais organizado em torno de traços e características compartilhadas entre doenças e transtornos
programa
• Isso direcionará a pesquisa para se concentrar em definições de doenças maiores e potencialmente mais quantitativas

TDAH, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade; ENIGMA, Aprimorando Genética de Imagem Neurológica através de Meta-Análise; UE, União Europeia; GWAS, estudos de
associação do genoma; iPSCs, células-tronco pluripotentes induzidas; NIMH, Instituto Nacional de Saúde Mental; PGC, Consórcio de Genômica Psiquiátrica; RDoC, Critérios de
domínio de pesquisa.

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Os tratamentos para o TDAH reduzem os prejuízos funcionais
e melhoram a QVRS. Esta evidência é, até agora, quase
inteiramente limitada a tratamentos farmacológicos.
Estudos epidemiológicos e clínicos constataram efeitos benéficos
da medicação no funcionamento e QVRS para estimulantes e para
atomoxetina230. Esses efeitos - que
foram relatados para jovens e adultos - refletem, até certo ponto,
os efeitos da medicação nos sintomas do TDAH, embora com
tamanhos de efeito menores. Os efeitos da medicação na QVRS
foram encontrados em vários domínios, incluindo domínios-chave
relacionados ao aproveitamento escolar231. Além disso, resultados
de estudos de registro nacional indicam que o uso de medicamentos, abordagens de subtipagem biológicas sistemáticas e
particularmente estimulantes, reduz o risco de acidentes e
internações em pronto-socorro relacionados a traumas e pode ter
efeitos protetores sobre abuso de substâncias, comportamento
suicida e delinquente175,214,232,233 . Dado que poucos dados
estão disponíveis sobre os efeitos do tratamento de longo
prazo234,235 , até que ponto as mudanças na QVRS são mediadas
por mudanças nos sintomas, mudanças no comprometimento
funcional ou outros fatores permanecem incertos146. Por exemplo,
um estudo constatou que a melhora da QVRS relacionada à
medicação persistiu após a retirada da medicação, mesmo quando
a gravidade dos sintomas aumentou236, indicando que qualquer
relação potencial de causa e efeito entre o uso de medicamentos,
sintoma e redução do comprometimento funcional e QVRS requer
investigação adicional.
Panorama
Em 2011, a Iniciativa dos Grandes Desafios na Saúde Mental
Global (GCMHI) definiu um conjunto de 25 prioridades urgentes de
pesquisa237. Quatro temas do GCMHI são de alta relevância para
o TDAH: esclarecer as causas do transtorno, melhorar o
diagnóstico e o tratamento, desenvolver estratégias preventivas e
definir a carga global da doença.
Esses temas de pesquisa estão interligados. Esclarecimento
das causas do TDAH e identificação do mecanismo
anismos que sustentam a fisiopatologia serão o caminho mais
direto para melhorar as estratégias terapêuticas e identificar
biomarcadores para criar diagnósticos objetivos que possam
selecionar participantes para protocolos de prevenção primária
(TABELA 4).
Pesquisas em andamento e planejadas nos próximos 5 anos
devem produzir informações robustas sobre quais genes e regiões
reguladoras aumentam o risco de TDAH. Essas informações virão
de GWAS mais poderoso e do uso de tecnologias de sequenciamento validade246, mas a aplicação futura do aprendizado de máquina247
de exoma ou sequenciamento de genoma completo238. Para
traduzir as descobertas genéticas em mecanismos e mapear os
caminhos biológicos da variação genética para o risco de
doenças50, são necessárias várias abordagens que abrangem
bioinformática, pesquisa baseada em células e modelos animais,
neuroimagem e análises genéticas comportamentais. Embora
muitos modelos animais de TDAH tenham sido desenvolvidos239,
muito poucos se prestam às tão necessárias análises de médio ou
alto rendimento dos efeitos das variantes de risco genético. Os
primeiros passos promissores incluem modelos de TDAH baseados
em zebrafish240 e fruitflies241. Modelos celulares de TDAH
se beneficiarão dos avanços na tecnologia de células-tronco
pluripotentes induzidas242. O objetivo final deste trabalho será
descobrir novos alvos para o tratamento.
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Pesquisas em humanos serão necessárias para validar a
relevância de estudos baseados em células e em modelos animais.
Estudos genéticos de neuroimagem podem preencher essa lacuna,
mas exigirão grandes colaborações internacionais, como o
consórcio Enhancing Neuro Imaging Genetics through Meta
Analysis (ENIGMA)243. Mais importante ainda, os centros de
recursos de tecido devem priorizar a preservação do tecido cerebral
de pacientes com TDAH; estudos post-mortem dos cérebros de
pacientes com TDAH são essenciais para o progresso na
compreensão dos mecanismos moleculares do transtorno. Além
disso, os estudos neurobiológicos precisarão implementar
estatisticamente sofisticadas para esclarecer a heterogeneidade
clínica e biológica do TDAH.
O trabalho futuro melhorará primeiro o diagnóstico
comportamental do TDAH e, a longo prazo, preparará o terreno
para diagnósticos auxiliados por tecnologias de biomarcadores.
Os critérios diagnósticos atuais provavelmente serão refinados
para melhorar a sensibilidade de desenvolvimento dos critérios
diagnósticos desde a infância até a idade adulta. A pesquisa sobre
o melhor limiar de sintoma para o TDAH em adultos continuará.
Por exemplo, estudos mostraram que entre os adultos que tiveram
pelo menos seis dos nove sintomas na infância, ter apenas quatro
dos seis sintomas na idade adulta prediz prejuízo substancial mais
tarde na vida244 .
Estudos futuros devem considerar o equilíbrio entre limiares de
sintomas e comprometimento funcional para definir algoritmos
diagnósticos válidos para faixas etárias mais refinadas (por
exemplo, pré-escolar, infância, adolescência e idade adulta). Há
também a necessidade de aprender mais sobre a validade do
diagnóstico de TDAH quando o início ocorre após os 12 anos de
idade. Essa pesquisa aumentará a precisão do diagnóstico e
fornecerá métodos de triagem para os médicos.
Finalmente, a evolução das abordagens diagnósticas será
influenciada por um foco renovado em construções clínicas e
cognitivas dimensionais, como as descritas no projeto Research
Domain Criteria (RDoC) do Instituto Nacional de Saúde Mental dos
Estados Unidos245. Essas abordagens descartam categorias
diagnósticas ao examinar as características cognitivas e clínicas
do TDAH e outros transtornos relacionados.
A descoberta de biomarcadores que objetivam o diagnóstico
de TDAH reduzirá o estigma e poderá promover abordagens de
“medicina de precisão” adaptadas a pacientes individuais. Nenhum
biomarcador proposto atualmente atende aos critérios de
pode revelar padrões multivariados em dados de biomarcadores
que tenham melhor precisão preditiva.
Dada a heterogeneidade e a etiologia multifatorial do TDAH, um
biomarcador de sucesso provavelmente incorporará vários domínios
de medição.
Vários novos medicamentos para o TDAH passaram nos testes
de segurança e estão sendo testados em humanos. Alguns desses
agentes têm mecanismos de ação anteriormente inexplorados no
TDAH; outros são novas formulações de medicamentos existentes
que fornecerão novas opções de tempo e duração da eficácia ao
longo do dia. Considerando que os medicamentos atuais têm alvos
dopaminérgicos ou noradrenérgicos, o trabalho futuro pode
capitalizar em estudos que envolvem a acetilcolina nicotínica58,
glutamato44, ácido ÿ-aminobutírico (GABA)248, serotonina249,
neurite
VOLUME 1 | 2015 | 17
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PRIMEIRO

sistemas excrescência50 ou endossomal250 . Por exemplo, um
modelo de camundongo demonstrou que a exposição fetal à
nicotina produz hiperatividade, reduz o volume do córtex
cingulado, reduz a renovação da dopamina e a capacidade de
resposta ao metilfenidato e pode, assim, levar à identificação
de novas farmacoterapias58. Novos medicamentos para TDAH
podem ajudar os médicos a direcionar domínios de sintomas
específicos.
Melhorias adicionais nas abordagens não farmacológicas
envolvendo dieta, treinamento de atenção plena, feedback
neurológico, treinamento cognitivo e jogos de computador
específicos podem gerar abordagens inovadoras. Mesmo que
não tratem os principais sintomas do TDAH, eles podem
complementar a medicação e as abordagens comportamentais
tratando os sintomas associados. Novas abordagens para
melhorar a adesão ao tratamento também estão sendo
desenvolvidas. Essas estratégias podem ter impacto clínico
imediato devido ao baixo nível de adesão aos tratamentos do
TDAH251. Intervenções também são necessárias para evitar o
uso indevido e o desvio de medicamentos para o TDAH,
especialmente nos campi universitários176.
O aumento do envolvimento do paciente na pesquisa
produzirá estudos de tratamento de resultados do 'mundo real'
ou 'centrados no paciente', como desempenho acadêmico,
direção, funcionamento social e qualidade de vida. Dado que
tais questões são difíceis de abordar em RCTs, a aplicação
cautelosa de ensaios clínicos pragmáticos252 deve levar a
uma melhor compreensão de como gerenciar o TDAH. É uma boa notícia
melhorando
para a QV de pacientes de todas as idades com TDAH.
pessoas com TDAH que o objetivo dos estudos de tratamento
está evoluindo de reduzir os sintomas de TDAH para eliminar
todos os sintomas de TDAH e alcançar a remissão funcional e
melhorar a qualidade de vida151.
Um importante princípio de pesquisa explicitamente
nomeado pelo GCMHI é a implementação de uma perspectiva
de curso de vida. Com algumas exceções notáveis, pesquisas
sobre formas de TDAH em crianças e adultos foram realizadas em
isolamento; certas faixas etárias, especialmente crianças em
idade pré-escolar, adolescentes e idosos, têm uma base de
pesquisa relativamente pequena. Estudos longitudinais são,
portanto, necessários para definir o curso do desenvolvimento
do TDAH e entender por que algumas crianças com TDAH
atingem a normalidade funcional na idade adulta, mas outras
continuam a experimentar uma forma crônica e gravemente
incapacitante do transtorno. Novas pesquisas estão de fato
começando a definir preditores neurais e correlatos de
remissão94,95,253. Definir preditores e correlatos de remissão
pode eventualmente levar a uma melhor alocação de recursos de tratamento
crianças e adolescentes com maior risco de TDAH persistente
e complicado.
Inovações de pesquisa, juntamente com colaborações
internacionais e interdisciplinares, prometem um futuro brilhante
para a pesquisa de TDAH. Aplicando uma abordagem
integrada, da bancada ao leito, podemos fazer grandes
avanços na compreensão da etiologia do TDAH, refinando seu
diagnóstico, otimizando os resultados do tratamento e

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VOLUME 1 | 2015 | 19
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Este artigo fornece um excelente exemplo do tipo de
neuroimagem longitudinal que podemos esperar no futuro. Os
participantes foram avaliados quanto à persistência ou
remissão dos sintomas de TDAH na idade adulta. O
afinamento cortical, especialmente no córtex pré-frontal,
foi associado à persistência de sintomas de TDAH na idade
adulta. Como tal, este artigo mostra o poder da pesquisa
longitudinal em TDAH para identificar os correlatos de
persistência, que podem fornecer biomarcadores preditivos
para o resultado da doença.
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Este estudo epidemiológico em grande escala de
crianças de 5 a 16 anos no Reino Unido fornece evidências
empíricas de que os relatos dos pais sobre os sintomas de
TDAH na escola têm uso limitado na previsão de avaliações
de professores, destacando assim a importância de obter
informações diretamente dos professores para o diagnóstico
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20 | 2015 | VOLUME 1
BRUNA RAINHA - brunacrainha@gmail.com - CPF: 115.901.686-07 © 2015
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critérios para TDAH (por exemplo, idade de início,
sintomas que causam prejuízo em pelo menos dois
contextos e redução no número de sintomas necessários para
indivíduos ÿ17 anos de idade) alteram as estimativas de
prevalência de TDAH em uma amostra
comunitária de escolares crianças de idade.
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REVISÕES DA NATUREZA | PRIMERS DE DOENÇA
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Este estudo está entre os primeiros a documentar o uso de
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Este artigo abrangente usa meta-análise para documentar
a eficácia relativa de intervenções não
farmacológicas para o TDAH. Isso mostra que as medidas de
eficácia de estudos mal cegos superestimam acentuadamente a
eficácia dos tratamentos.
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Esta edição analisa a metodologia clínica e os dados
que sustentam a eficácia das seguintes intervenções não
farmacológicas para TDAH: terapia cognitivo-
comportamental, terapia familiar, psicoterapia, treinamento
de habilidades sociais, gerenciamento comportamental,
treinamento de memória de trabalho, neurofeedback,
intervenções no estilo de vida, medicina tradicional chinesa ,
dietas de restrição e exclusão de cores de alimentos e
produtos fitoterápicos e nutricionais.
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associado a uma QVRS mais baixa em um amplo
gama de domínios psicossociais, de realização e
de auto-avaliação. O efeito do TDAH na QVRS foi semelhante
ao de outras doenças mentais
condições e distúrbios físicos graves. Números mais altos
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O transportador de dopamina associado ao TDAH, a latrofilina e a
neurofibromina compartilham uma assinatura locomotora
relacionada à dopamina em Drosophila. Mol.
Psiquiatria http://dx.doi.org/10.1038/mp.2015.55 (2015).
Este artigo sugere que a mosca-das-frutas, Drosophila
melanogaster, pode esclarecer as vias biológicas do gene para
a doença no TDAH. Como este modelo animal permite
investigações rápidas, baratas e escaláveis da função do gene
em vários níveis, desde a molécula até a célula e o
comportamento, e também é passível de testes de drogas,
pode fornecer um modelo poderoso para a avaliação dos
caminhos gene-doença e novos tratamentos farmacológicos
candidatos para o TDAH.
Esses modelos de alto rendimento serão necessários para
descobrir novos tratamentos.
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Agradecimentos Os
autores agradecem a M. Mehta pela ajuda na incorporação da rede de modo
padrão na Figura 4. SVF é apoiado pelo KG Jebsen Center for Research on
Neuropsychiatric Disorders, University of Bergen, Bergen, Noruega, Sétimo
programa-quadro da Comissão Europeia (FP7/ 2007–2013) ao abrigo do
contrato de subvenção nº. 602805 e o Instituto Nacional de Saúde Mental
(NIMH) concede R13MH059126 e R01MH094469. JB é apoiado por doações
da Organização Holandesa para Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde
(ZonMw 60-60600-97-193), Organização Holandesa para Pesquisa Científica
(NWO; doações 1750102007010, 433-09-242 e 056-13-015), e pelo Sétimo
Programa-Quadro da Comissão Europeia (FP7/2007-2013) ao abrigo do
acordo de subvenção n.º.
278948 (TATICS), 602450 (IMAGEMEND), 602805 (AGRESSOTYPE) e
603016 (MATRICS); e programa de pesquisa Horizon 2020 (convênio de
concessão nº 643051 (MiND) e 642996 (BRAINVIEW)). Sua pesquisa
também recebe financiamento do US NIH Consortium grant no. U54
EB020403, apoiado por uma aliança entre NIH que financia Big Data para
Knowledge Centers of Excellence. O BF é apoiado por bolsas da NWO
(bolsas nº 433-09-229 e 016-130-669), do Sétimo Programa-Quadro da
Comissão Europeia (acordo de concessão nº 278948 (TACTICS), 602450
(IMAGEMEND) e 602805 (Aggressotype) ); e o programa de investigação
Horizonte 2020 (convénio de subvenção nº.
643051 (MiND)). Sua pesquisa também recebe financiamento do NIH
Consortium grant no. U54 EB020403, apoiado por uma aliança entre NIH
que financia Big Data para Knowledge Centers of Excellence. JAR-Q. é
apoiado por doações do Departamento de Salut, Governo da Catalunha,
Espanha, Instituto de Salud Carlos III-FIS (PI12/01139), Plan Nacional Sobre
Drogas (PNSD2011/0080) e o Sétimo Programa-Quadro da Comissão
Europeia. O RT é apoiado por doações dos Institutos Canadenses de
Pesquisa em Saúde (CIHR nº 245899) e do Instituto de Ciências da
Educação (R305A120184). O LAR conta com bolsa do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq (bolsa nº
304678/2010-4). EJSS-B. é apoiado por doações do Economic Social
Research Council (ES/I037970/1), Medical Research Council (MR/
K022474/1), National Institute for Health Research (NIHR PGfAR – RP-
PG-0108-10061), MQ Transforming Mental Saúde (MQ14PP_83), Sétimo
Programa-Quadro da Comissão Europeia (2007–2013) ao abrigo do acordo
de subvenção n.º. 260576 e uma bolsa de programa irrestrita da Shire
Pharmaceuticals.
Contribuições dos autores
Introdução (SVF); Epidemiologia (LAR); Mecanismos/fisiopatologia (PA, JKB
e SVF); Diagnóstico, rastreio e prevenção (RT, JAR-Q., SVF e EJSS-B.);
Gestão (JB e EJSS-B.); Qualidade de vida (TB); Outlook (BF e SVF); Visão
geral do Primer (SVF). Exceto pelo primeiro e último autor, a autoria é
alfabética.
Todos os autores comentaram extensivamente as seções uns dos outros.
www.nature.com/nrdp
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Interesses conflitantes
SVF recebeu renda, despesas de viagem e/ou apoio à pesquisa
de, e/ou fez parte de um conselho consultivo e/ou participou de
programas de educação médica continuada patrocinados por:
Pfizer, Ironshore, Shire, Akili Interactive Labs, CogCubed ,
Alcobra, VAYA Pharma, Neurovance, Impax, NeuroLifeSciences,
Otsuka, McNeil, Janssen, Novartis, Eli Lilly e o US NIH. Com
sua instituição, SVF possui a patente americana US20130217707
A1 para o uso de inibidores de troca de sódio-hidrogênio no
tratamento do TDAH. Ele recebe royalties por livros publicados
pela Guilford Press: Straight Talk about Your Child's Mental
Health; Oxford University Press: Esquizofrenia: os fatos; e
Elsevier: TDAH: Tratamentos não farmacológicos. JKB foi
consultor, membro de um conselho consultivo e/ou palestrante
de: Janssen-Cilag BV, Eli Lilly, Shire, Lundbeck, Roche e
Servier. Ele recebe apoio de pesquisa do NIH, do Sétimo
Programa-Quadro da Comissão Européia, do programa Marie
Curie e da Organização Holandesa para Pesquisa Científica
(NWO). RT é membro do conselho consultivo, atuou como
consultor, recebeu prêmios de viagem e/ou licenças de software
de: Canadian ADHD Resource Alliance (CADDRA), Shire,
Purdue, Ministério da Educação de Newfoundland e Labrador,
BioMed Central e Pearson-Cogmed. ela recebe
REVISÕES DA NATUREZA | PRIMERS DE DOENÇA
BRUNA RAINHA - brunacrainha@gmail.com - CPF: 115.901.686-07 © 2015 Macmillan Publishers
Limited. Todos os direitos reservados
royalties de autoria da Springer e da Cambridge University
Press. EJSS-B. recebeu honorários de palestrante, consultoria,
financiamento de pesquisa e/ou apoio a conferências de: Shire,
Janssen-Cilag, soluções Neurotech, Medice e as Universidades
de Leuven, Aarhus e Copenhague. Ele recebeu royalties de
livros da Oxford University Press e de Jessica Kingsley, esta
última relacionada ao New Forest Parenting Programme. TB
atuou em um papel consultivo ou consultivo, recebeu apoio de
conferência, recebeu honorários de palestrantes e/ou esteve
envolvido em ensaios clínicos patrocinados por: Hexal Pharma,
Eli Lilly, Medice, Novartis, Otsuka, Oxford results, PCM
Scientific , Shire e Vifor Pharma. O presente trabalho não está
relacionado com as doações e relacionamentos acima. JB
recebeu apoio de pesquisa ou honorários de: Departamento de
Defesa dos EUA, Academia Americana de Psiquiatria Infantil e
Adolescente (AACAP), Alcobra, Forest Research Institute,
Ironshore, Lundbeck, Magceutics Inc., Merck, PamLab, Pfizer,
Shire, SPRITES, Sunovion, Vaya Pharma/Enzymotec, Academia
de Psiquiatria do Hospital Geral de Massachusetts (MGH),
Sociedade Profissional Americana de TDAH e Distúrbios
Relacionados (APSARD), ElMindA, McNeil e NIH. Ele tem um
pedido de patente pendente nos EUA (número provisório nº
61/233.686) por meio do licenciamento corporativo da MGH
sobre um método para evitar o abuso de estimulantes. Ele
recebeu royalties departamentais de uma classificação com direitos autorais
PRIMEIRO
escala utilizada para diagnóstico de TDAH, paga pela Ingenix,
Prophase, Shire, Bracket Global, Sunovion e Theravance; esses
royalties foram pagos ao Departamento de Psiquiatria do MGH.
JAR-Q. esteve no bureau de palestrantes, atuou como consultor
e/ou recebeu prêmios de viagem de: Eli Lilly, Janssen-Cilag,
Novartis, Shire, Lundbeck, Ferrer e Rubió nos últimos 3 anos.
O Programa TDAH presidido por ele recebeu apoio educacional
e de pesquisa irrestrito das seguintes empresas farmacêuticas
nos últimos 3 anos: Eli Lilly, Janssen-Cilag, Shire, Rovi e Rubió.
BF recebeu honorários de palestrante de Merz. LAR esteve no
bureau de palestrantes, no conselho consultivo, recebeu bolsas
de viagem e/ou atuou como consultor para: Eli Lilly, Janssen-
Cilag, Novartis e Shire nos últimos 3 anos.
Ele recebe royalties de autoria da Oxford University Press e
ArtMed. Os programas ambulatoriais de TDAH e transtorno
bipolar juvenil presididos por ele receberam apoio educacional
e de pesquisa irrestrito das seguintes empresas farmacêuticas
nos últimos 3 anos: Eli Lilly, Janssen-Cilag, Novartis e Shire.
PA esteve no bureau de palestrantes, no conselho consultivo e/
ou recebeu prêmios educacionais e de pesquisa irrestritos de:
Janssen-Cilag, Novartis, Shire, Qbtech, Vifor Pharma, GW
Pharmaceuticals, PCM Scientific e Eli Lilly. Todas as taxas
relacionadas a essas atividades são pagas ao Kings College London.
VOLUME 1 | 2015 | 23