Auxilio Maranhão

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| 2021

BOLETIM SOCIAL DO MARANHÃO


AUXÍLIOS EMERGENCIAIS, DESIGUALDADE DE RENDA E POBREZA DURANTE A PANDEMIA 

GOVERNADOR DO ESTADO DO MARANHÃO DEPARTAMENTO DE CONTAS REGIONAIS E


Flávio Dino de Castro e Costa FINANÇAS PÚBLICAS
Anderson Nunes Silva
VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DO
MARANHÃO COORDENAÇÃO
Carlos Orleans Brandão Júnior Departamento de Estudos Populacionais e
Sociais
SECRETÁRIO DE ESTADO DE PROGRAMAS
ESTRATÉGICOS ELABORAÇÃO
Luis Fernando Silva Carla Vanessa Santos Cutrim
Leonardo Vinicius Cruz Moraes
PRESIDENTE DO INSTITUTO MARANHENSE DE Marlana Portilho Rodrigues Santos
ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS E Maysa Thais Teixeira Póvoas
CARTOGRÁFICOS Talita de Sousa Nascimento Carvalho
Dionatan Silva Carvalho Thiellem Cunha de Sousa Araújo
Vanessa Brandão e Silva Martins
DIRETOR DE ESTUDOS AMBIENTAIS E Vitor Gabriel Moreira Freire
CARTOGRÁFICOS
Luiz Jorge Bezerra Dias REVISÃO TEXTUAL
Yamille Castro
DIRETOR DE ESTUDOS E PESQUISAS Carla Mendes
Hiroshi Matsumoto
MAPAS
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS Janderson Rocha Silva
POPULACIONAIS E SOCIAIS
Talita de Sousa Nascimento Carvalho CAPA/DIAGRAMAÇÃO
Carliane de Oliveira Sousa
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS REGIONAIS E
SETORIAIS
Geilson Bruno Pestana Moraes

Bole�m Social do Maranhão: Auxílios Emergenciais, desigualdade de renda e po-


breza durante a pandemia
Ins�tuto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos – IMESC. v.3,
n.1, jan./mar. – São Luís: IMESC, 2021.

38 p.

Trimestral

1. Polí�cas Públicas 2. Polí�cas Sociais. 3. Maranhão. I. Título.

CDU:304 (812.1)
BOLETIM SOCIAL DO MARANHÃO
AUXÍLIOS EMERGENCIAIS, DESIGUALDADE DE RENDA E POBREZA DURANTE A PANDEMIA 

APRESENTAÇÃO
O Boletim Social do Maranhão tem por objetivo fornecer indicadores
atualizados sobre os mais diversos temas da realidade social do
Maranhão, com a finalidade de subsidiar a elaboração e o
monitoramento das políticas públicas do estado. Os boletins são
temáticos e cada edição disponibilizará informações sobre o cenário
maranhense, com recortes municipais e regionais, contextualizando-as
com o país e os demais estados. Além da publicação, o Boletim Social
disponibiliza a base de dados utilizada e um infográfico com o resumo
das principais informações abordadas.

A sétima edição do boletim traz como título “Auxílios Emergenciais,


desigualdade de renda e pobreza durante a pandemia” e traz
informações sobre beneficiários e valores do auxílio emergencial, a
dimensão do auxílio em relação ao PIB e outras transferências,
desigualdade de renda (por meio do índice de Gini) e estimativa de
pobreza no ano de 2020. Apresenta, também, um panorama dos
auxílios emergenciais implementados pelo Governo do Estado do
Maranhão no ano de 2021.

Boa leitura!
BOLETIM SOCIAL DO MARANHÃO
AUXÍLIOS EMERGENCIAIS, DESIGUALDADE DE RENDA E POBREZA DURANTE A PANDEMIA 

LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Porcentagem de beneficiários – Brasil e Regiões (abril 2020 a
janeiro 2021)...................................................................................................................................................10

Gráfico 2 - Número de beneficiários e valor nominal (em bilhões de reais) do


Auxílio Emergencial no Brasil (abril de 2020 a janeiro de
2021)....................................................................................................................................................................11

Gráfico 3 - Valores do AE (em bilhões), por UF (abr/20 a


jan/21).................................................................................................................................................................12

Gráfico 4 - Quantidade de beneficiários do AE, por UF (abr/20 a


jan/21).................................................................................................................................................................12

Gráfico 5 - Número de beneficiários e valor nominal (em milhões de reais) do


auxílio emergencial, no Maranhão, de abril de 2020 a janeiro de
2021......................................................................................................................................................................14

Gráfico 6 - Média de Beneficiários do Auxílio Emergencial no Maranhão, por


enquadramento (%), de abril de 2020 a janeiro de
2021......................................................................................................................................................................14

Gráfico 7 - Valor do Auxílio Emergencial em relação ao PIB – Brasil e


Grandes Regiões........................................................................................................................................18

Gráfico 8 - Índice de Gini por UFs, em 2019 e em maio e novembro de


2020......................................................................................................................................................................24

Gráfico 9 - Índice de Gini da renda domiciliar per capita no Maranhão, de


maio a novembro de 2020....................................................................................................................25

Gráfico 10 - Curva de Lorenz para o rendimento domiciliar per capita e o


rendimento domiciliar per capita sem auxílios emergenciais, no Maranhão, em
novembro de 2020.....................................................................................................................................25

Gráfico 11 – Percentual de pobreza em 2019 e em maio, agosto e novembro


de 2020 – Unidade da Federação..................................................................................................26
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AUXÍLIOS EMERGENCIAIS, DESIGUALDADE DE RENDA E POBREZA DURANTE A PANDEMIA 

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Estimativa de beneficiários – Brasil e Regiões (abril 2020 a janeiro
2021)........................................................................................................................................................................10

Tabela 2 - Valores nominais em bilhões por situação – Brasil e Regiões (abril


de 2020 a janeiro 2021)..............................................................................................................................11

Tabela 3 - 10 maiores e 10 menores coberturas do programa Auxílio


Emergencial, entre os municípios maranhenses......................................................................16

Tabela 4 - Auxílio Emergencial: Valor e participação em relação ao Programa


Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada e Aposentadoria Rural -
Brasil e Grandes Regiões.........................................................................................................................18

Tabela 5 - Auxílio Emergencial: Valor e participação em relação as TC, PBF,


BPC e Aposentadoria Rural - Unidades Federativas............................................................19

Tabela 6 - Posição dos municípios maranhenses entre 100 os municípios


brasileiros com representatividade na relação valor
AE/PIB.....................................................................................................................................................................21

Tabela 7 - Dez municípios maranhenses com maiores percentuais do valor do


AE em relação as TC e PBF...................................................................................................................22

Tabela 8 – Total de pessoas e percentual de pobreza em 2019 e em maio,


agosto e novembro de 2020 – Brasil e Grandes
regiões.....................................................................................................................................................................26

Tabela 9 - Quantidade de auxílios emergenciais concedidos e valores das


parcelas, por Unidade Federativa........................................................................................................31
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LISTA DE MAPAS

Mapa 1 - Cobertura do Auxílio Emergencial nas Unidades Federativas em


2020.......................................................................................................................................................................13

Mapa 2 - Cobertura do programa Auxílio Emergencial nas Regiões de


Desenvolvimento do Maranhão.........................................................................................................15

Mapa 3 - Valor do AE em relação ao PIB de 2018 nos municípios


maranhenses...................................................................................................................................................20
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AUXÍLIOS EMERGENCIAIS, DESIGUALDADE DE RENDA E POBREZA DURANTE A PANDEMIA 

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................................8

2. AUXÍLIO EMERGENCIAL: BENEFICIÁRIOS E VALOR


MOVIMENTADO....................................................................................................................................9

A dimensão do auxílio emergencial em relação ao PIB e a outras


transferências...................................................................................................................................17

3. DESIGUALDADE DE RENDA E POBREZA.........................................................23

4. AUXÍLIOS EMERGENCIAIS DO GOVERNO DO


MARANHÃO...........................................................................................................................................27

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................32

6. METODOLOGIA E NOTAS METODOLÓGICAS..............................................33

6.1 Metodologia.............................................................................................................................34

6.2 Notas metodológicas........................................................................................................36

REFERÊNCIAS.....................................................................................................................................37
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AUXÍLIOS EMERGENCIAIS, DESIGUALDADE DE RENDA E POBREZA DURANTE A PANDEMIA 

1 INTRODUÇÃO
Como forma de enfrentamento da emergência de saúde pública e com o intuito de
minimizar o efeito negativo da pandemia nas famílias brasileiras, o Governo Federal
instituiu o Auxílio Emergencial (AE) em abril de 2020, por meio da Lei nº 13.982 de 2
de abril de 2020. Com valores de R$ 600,00, R$ 1.200,00, e R$ 1.800,00 de abril a
agosto de 2020 e de R$ 300,00 e R$ 600,00 de setembro a dezembro de 2020,
esse auxílio financeiro foi destinado aos trabalhadores informais,
microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, com o
objetivo de apoiar a população no período emergencial causado pela crise do novo
coronavírus.

O AE foi responsável por reduzir, de forma histórica, os níveis de desigualdade e


pobreza durante a pandemia. Em todo o Brasil, foram beneficiados pelo AE,
aproximadamente, 60 milhões de brasileiros no ano de 2020, cerca de 28% da
população do país. No Maranhão, foram 2,4 milhões de beneficiários, o que
movimentou R$ 11,6 bilhões em todo o território maranhense.

No ano de 2021, frente à incerteza da retomada do Auxílio Emergencial, o


Governo do Estado do Maranhão lançou algumas edições estaduais de auxílios que
têm sido fundamentais para a assistência de pessoas em situação de pobreza no
estado.

Com o objetivo de melhor compreender a performance do Auxílio Emergencial, a


presente edição do boletim social traz como tema “Auxílios Emergenciais,
desigualdade de renda e pobreza durante a pandemia” e apresenta um
panorama sobre o número de beneficiários, os valores repassados e distribuídos, o
impacto no PIB brasileiro e a importância do benefício enquanto instrumento de
combate à pobreza e desigualdade de renda no Brasil e no Maranhão no ano 2020.
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2 AUXÍLIO EMERGENCIAL:
BENEFICIÁRIOS E VALOR
MOVIMENTADO
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Tabela 1 - Estimativa de beneficiários – Brasil e Regiões (abril 2020


Aproximadamente, 60 milhões de brasileiros, cerca de 28% da a janeiro 2021)
população do país, foram beneficiados pelo auxílio emergencial no
Local Bolsa Família CadUn não Extra CadUn Total
ano de 2020, considerando o período de abril de 2020 a dezembro BF
de 2021. Vale ressaltar que, em janeiro de 2021, foi paga a última Brasil 16.582.628 9.176.074 34.765.924 60.524.626
NO 2.568.000 976.746 2.587.987 6.132.733
parcela para os retardatários (Tabela 1). NE 9.876.726 3.022.192 6.830.518 19.729.436
SE 4.127.134 3.371.630 16.102.969 23.601.733
As regiões Sudeste e Nordeste, por serem as regiões mais SU 950.459 1.069.458 4.966.801 6.986.718
populosas do Brasil, compreendem o maior número de CO 709.939 748.214 3.061.095 4.519.248
IGN 0 415 44.289 44.704
contemplados. Embora essas regiões tenham apresentado uma
Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do Portal da Transparência do
quantidade similar de benefícios, houve diferença nos seguintes Governo Federal
aspectos: enquanto no Sudeste mais da metade dos beneficiários
foram “Extra CadÚnico”, no Nordeste a maior parte foi “Bolsa No Brasil, 57,4% dos beneficiários do Auxílio Emergencial não estavam
Família”. inseridos no Cadastro Único do Governo Federal. Essa foi a mesma situação
verificada nas regiões Sul (71,1%), Sudeste (68,2%) e Centro-Oeste
Gráfico 1 - Porcentagem de beneficiários – Brasil e (67,7%). No Norte, a quantidade de beneficiários Extra CadÚnico e Bolsa
Regiões (abril 2020 a janeiro 2021) Família foi praticamente similar. Apenas no Nordeste, aproximadamente
metade da população foi beneficiada (50,1%) com Bolsa Família.

Esse panorama regional possibilita traçar um perfil da pobreza durante a


pandemia: nas regiões SU, SE e CO, houve um significativo incremento de
pessoas em situação de pobreza que, antes da pandemia estavam
empregados, mas devido às restrições tiveram sua renda abruptamente
reduzida até chegar à linha de pobreza, tornando-se os novos pobres durante
a pandemia.

Nas regiões Norte e Nordeste, cujo contingente de pessoas pobres já era


significativo (inseridas no CadÚnico), essa situação foi aprofundada e
Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do Portal da Transparência ampliada, acentuando ainda mais a situação de vulnerabilidade dessas regiões.
do Governo Federal
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Tabela 2 - Valores nominais em bilhões por situação – Brasil e Regiões


(abril de 2020 a janeiro 2021)

De abril de 2020 a janeiro de 2021, foi transferido um


valor total de R$ 286,98 bilhões às famílias brasileiras por Local Aprovados Bloq. ou Canc. Devolv. à União TOTAL (%)

meio do Auxílio Emergencial, descontados os valores


Brasil 286,98 7,075 0,250 294,31 100%
bloqueados, cancelados e devolvidos à União (Tabela 2). NE 29,71 0,679 0,016 30,41 10%
Esse valor representou 3,9% do PIB nacional no ano de NO 93,89 1,757 0,065 95,72 34%
2020. Em termos reais, considerando a inflação do período, SE 109,73 3,004 0,087 112,82 38%
SU 32,17 0,932 0,058 33,16 11%
o valor dos auxílios aprovados foi de R$ 297,17 bilhões.
CO 21,40 0,689 0,023 22,11 7%
O valor devolvido aos cofres públicos somou R$ 250,0 IGN 0,07 0,014 0,000 0,09 0,03%

milhões e refere-se a pessoas que: a) solicitaram o auxílio Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do Portal da Transparência do
Governo Federal
indevidamente; b) receberam automaticamente, mas não
eram elegíveis; c) eram pessoas com “indício de Gráfico 2 - Número de beneficiários e valor nominal (em bilhões de reais)
falecimento” ou que estão registradas como mortas em do Auxílio Emergencial no Brasil (abril de 2020 a janeiro de 2021)
algum banco de dados; d) eram residentes no exterior; e)
possuíam emprego formal; f) referiam-se a fraldes; dentre
outros.

Na primeira fase do auxílio, de abril a agosto, o programa


movimentou cerca de 184,7 bilhões de reais e cerca de
109,2 bilhões de reais, na segunda fase (auxílio residual), de
setembro a dezembro de 2020.

Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do Portal da Transparência do


Governo Federal
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Gráfico 3 - Valores do AE (em O estado de São Paulo foi a UF com maior Gráfico 4 - Quantidade de beneficiários
bilhões) por UF (abr./20 a jan./21) quantidade de beneficiários do AE, com 11,6 do AE por UF (abr./20 a jan./21)
milhões de pessoas beneficiadas (19,2% do
total do Brasil). Em termos monetários, foram
repassados R$ 53,8 bi para o estado, no
período de abr./20 a jan./21. Minas Gerais (5,6
mi) foi o segundo estado com maior número de
beneficiados, seguido da Bahia (5,3 mi).

O Maranhão foi o décimo estado com o maior


número de beneficiados (2,4 mi), que
correspondeu a um valor total transferido de R$
11,6 bilhões. É importante observar que, desses
2,4 milhões de beneficiários, 1,3 milhão
(54,3%)1 já eram cadastrados no Bolsa Família,
sendo a maior proporção em relação a esse
programa entre as Unidades da Federação.

As UFs com menor quantidade de


beneficiários foram: Roraima (204,6 mil), Amapá
(286,6 mil), Acre (290,3 mil), Tocantins (466,5
mil) e Rondônia (547,3 mil) (Gráfico 4).

1
Esse valor corresponde ao total do número de beneficiários
aprovados em julho de 2020, não correspondendo ao valor
apresentado no gráfico 6. O mês de julho apresentou o maior
número de beneficiários aprovados no período de análise. Para
mais informações ver metodologia.

Fonte: elaboração própria, com base nos dados do Fonte: elaboração própria, com base nos dados do
Portal da Transparência do Governo Federal Portal da Transparência do Governo Federal
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Mapa 1 - Cobertura do Auxílio Emergencial nas Unidades Federativas em 2020

Em relação à cobertura do Auxílio


Emergencial em relação a população, os
estados do Nordeste se destacaram entre as
maiores coberturas. Dentre os estados
brasileiros, o Piauí foi a UF com maior número
de beneficiários em relação à sua população
(35,7%), seguido por Bahia (35,2%), Ceará
(34,5%), Pará (34,4%) e Pernambuco (34,2%).
O Maranhão ocupou a sétima colocação com
cobertura de 33,9%.

As menores coberturas foram de Santa


Catarina (21,1%), Rio Grande do Sul (22,3%),
Distrito Federal (23,2%), São Paulo (25,1%) e
Paraná (25,3%).

Fonte: elaboração própria, com base nos dados do Portal da


Transparência do Governo Federal e do IBGE
Nota: Para os intervalos utilizados na legenda do mapa, foram utilizados
os valores máximos e mínimos da cobertura das UFs, bem como seus
quartis.
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Gráfico 5 - Número de beneficiários e valor nominal (em milhões de reais) do auxílio emergencial, no Maranhão, de abril de 2020 a janeiro de 2021

Fonte: elaboração própria, com base nos dados do Portal da Transparência do Governo Federal
Gráfico 6 - Média de Beneficiários do Auxílio Emergencial
O número de beneficiários diretos do Auxílio Emergencial no Maranhão chegou no Maranhão, por enquadramento (%), de abril de 2020 a
a 2.411.508 pessoas, observando a série de abril de 2020 a janeiro de 2021 janeiro de 2021
(Gráfico 5).

O programa movimentou 11,6 bilhões de reais no Maranhão no período


analisado: cerca de 1,7 bilhão de reais por parcela, na primeira fase do auxílio
(referente aos meses de abril a agosto), e cerca de 0,8 bilhão de reais por parcela,
na segunda fase (auxílio emergencial residual de setembro a dezembro). Em maio,
observou-se o pico no valor das transferências, com R$ 1,7 bilhão.

O número de beneficiários e o valor do auxílio flutuaram ao longo dos meses


devido ao atraso no recebimento por algumas pessoas. Quanto ao enquadramento
dos beneficiários, em média 55,2% já faziam parte do Bolsa Família, 32,1% não
Fonte: elaboração própria, com base nos dados do Portal da Transparência
estavam cadastrados no CadÚnico e 12,7% já estavam no CadÚnico, mas não Nota: A informação abordada neste gráfico difere-se do Gráfico 4 por se
recebiam Bolsa Família (Gráfico 6). tratar de uma média dos beneficiários do AE por tipo de enquadramento.
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Mapa 2 - Cobertura do programa Auxílio Emergencial


nas Regiões de Desenvolvimento do Maranhão As Regiões de Desenvolvimento que apresentaram
maior população coberta pelo Auxílio Emergencial foram:
Reentrâncias Maranhenses (40,9%); Lençóis
Maranhenses (38,6%); Baixo Parnaíba Maranhense
(38,6%); Sertão Maranhense (36,9%); e Médio Mearim
(36,5%). Destaca-se, na Região das Reentrâncias
Maranhenses, o município Serrano do Maranhão (49,4%)
e, na Região do Médio Mearim, o município São Raimundo
do Doca Bezerra (48,9%). Ambos também figuraram entre
os municípios maranhenses de maior cobertura.

Vale notar que as três regiões com maior cobertura de


Auxílio Emergencial são também as regiões com maior
cobertura de Bolsa Família. Os dados do Cadastro Único
de 2020 apontaram que os maiores percentuais de pobres
ou extremamente pobres também estavam nessas três
regiões. Nas Regiões do Sertão Maranhense e do Médio
Mearim, os percentuais de pobreza compreendiam mais da
metade da população.

As Regiões de Desenvolvimento com menor cobertura


foram: Amazônia Maranhense (30,1%), Médio Itapecuru
(30,6%), Pindaré (31%), Metropolitana de São Luís
(32,7%) e Gerais de Balsas (33,3%). Essas Regiões
apresentam maior dinamismo econômico e menor
percentual de pobres e extremamente pobres.

Fonte: elaboração própria, com base nos dados do Portal da


Transparência; IBGE/Estimativa da População
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Tabela 3 - Dez maiores e dez menores coberturas do programa Auxílio


Emergencial, entre os municípios maranhenses

Ranking 10
Município 10 maiores
nacional
Município
menores
Dentre os municípios maranhenses com maiores
Luís Domingues 51,8% 39º Matões do Norte 20,1% coberturas do Auxílio Emergencial, destacam-se
Junco do Maranhão 50,8% 46º Satubinha 21,7% Luís Domingues (51,8%) e Junco do Maranhão
Serrano do Maranhão 49,4% 55º Maranhãozinho 21,7% (50,8%), dois municípios geograficamente próximos
São Raimundo do Doca Bezerra 48,9% 60º Araguanã 22,3% que tiveram mais de 50% da população atendida e
Afonso Cunha 47,6% 85º Santana do Maranhão 25,2%
com destaque em nível nacional.
Porto Rico do Maranhão 45,7% 138º Vila Nova dos Mar�rios 25,3%
Anapurus 44,2% 206º Miranda do Norte 25,3% Serrano do Maranhão (49,4%) e Afonso Cunha
Mata Roma 44,2% 210º São Francisco do Brejão 25,9% (47,6%), municípios inseridos no Plano Mais IDH,
Carutapera 43,6% 257º Nova Olinda do Maranhão 27,0%
chegaram próximo de uma cobertura de 50%.
Apicum-Açu 43,0% 295º Centro do Guilherme 27,0%

Fonte: elaboração própria, com base nos dados do Portal da Transparência; IBGE/Estimativa da
População
Nota: Para dados do AE, utilizou-se o mês de referência de valor máximo dos valores de abril de 2020 a
janeiro de 2021; para os dados do PBF e CadÚnico, o mês de referência foi dezembro de 2020.

Dentre os municípios com menor cobertura do AE, destacam-se Matões do Norte (20,1%), Satubinha (21,7%), Maranhãozinho
(21,7%) e Araguanã (22,3%), os únicos do Maranhão com menos de um quarto da população atendida pelo auxílio emergencial do
Governo Federal.
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A dimensão do auxílio
emergencial em relação ao
PIB e a outras transferências
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Gráfico 7 - Valor do Auxílio Emergencial em relação ao PIB –


Brasil e Grandes Regiões
O valor de 286,9 bilhões transferidos por meio do auxílio
emergencial no ano de 2021 correspondeu a 3,9% do PIB do país
do ano de 2020. Entre as regiões, os efeitos foram mais
significativos no Nordeste (9,3% do PIB de 2018) e Norte (7,7%),
com participação bem superior à do Brasil, o que evidencia o
impacto econômico do auxílio nessas regiões (Gráfico 7).

Tabela 4 - Auxílio Emergencial: valor e participação em relação ao


Programa Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada e
Aposentadoria Rural – Brasil e Grandes Regiões

Média mensal Percentual mensal (%)


Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do Portal da Transparência do Governo
Unidade Federal; IBGE
AE (R$
Territorial PIB PBF BPC Apos. Rur.
bilhões)
Para ter uma noção do volume de recursos injetados pelo AE na
Brasil 31,8 3,9* 1.272,4 657,8 370,0
economia, a Tabela 4 mostra a participação mensal do auxílio em relação
Norte 3,3 7,7 918,8 674,9 427,7
ao Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e
Nordeste 10,4 9,3 797,6 595,0 250,0
Aposentadoria Rural.
Sudeste 12,1 2,9 2.033,0 718,8 710,7
Sul 3,5 2,7 2.653,5 698,4 250,3 No Brasil, o recurso do AE representou 1.272,4% do valor do PBF pago
Centro-Oeste 2,3 3,1 2.292,9 601,0 451,7 em mar./2020, 657,8% do BPC de mar./20 e 370,0% das aposentadorias
rurais de dez./2019. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, nas quais a
Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do Portal da Transparência do Governo
dependência das transferências é menor, o volume do AE foi
Federal; IBGE; Min. da Cidadania; Min. da Economia, Sec. Esp. de Previdência Trabalho. proporcionalmente mais significativo. Todavia, mesmo sendo mais
*Relação sobre o PIB de 2020.
Nota: Ver metodologia.
significativo, ainda foi insuficiente para compensar as perdas de rendas
daqueles que estavam empregados antes da pandemia.
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Tabela 5 - Auxílio Emergencial: valor e participação em relação


Em se tratando do volume de recursos do AE sobre o PIB nos estados da
às TC, PBF, BPC e Aposentadoria Rural - Unidades Federativas
Federação, destacam-se os estados do Nordeste com maiores participações. O
Percentual (%)
Média mensal Maranhão ocupa o topo do ranking com 11,8%, seguido do Piauí (11,1%)
UF Apos.
AE (R$ bilhões) PIB TC PBF BPC
Rur. Paraíba (10,0%), Alagoas (9,8%), Ceará (9,6%) e Sergipe (9,0%). As
AC 149.700.764 8,8 0,5 634,0 557,6 377,8 Unidades Federativas com menores percentuais são: Distrito Federal (1,3%),
AL 592.550.244 9,8 1,5 781,5 509,9 349,7 Santa Catarina (2,3%), São Paulo (2,4%) e Rio Grande do Sul (2,6%).
AM 747.931.725 6,7 1,7 836,1 676,4 766,6
AP 160.777.165 8,6 0,5 946,2 587,7 1006,3 Segundo uma estimativa realizada pelo Centro de Pesquisa em
BA 2.764.583.916 8,7 2,5 841,1 585,7 257,1
Macroeconomia das Desigualdades, da FEA-USP, sem a adoção do AE, o PIB
CE 1.656.400.763 9,6 2,3 862,6 570,4 236,1
DF 372.750.781 1,3 1,2 2.871,7 658,0 2344,7 teria caído 14,8% em 2020, e no melhor cenário, a economia teria retraído
ES 603.110.758 4,0 1,5 2.002,4 791,3 355,7 8,4%. Desse modo, mesmo no melhor cenário, a economia brasileira teria tido
GO 1.072.357.066 4,9 2,1 2.369,4 658,2 408,6 uma queda quase duas vezes mais forte que no cenário com o AE. Os
MA 1.283.390.037 11,8 1,8 642,8 676,6 198,5 pesquisadores ainda afirmam que o auxílio impediu uma recessão ainda mais
MG 2.905.523.116 4,3 2,1 1.602,8 598,8 295,5
profunda no Brasil em 2020, demonstrando o quanto a política implementada no
MS 400.285.830 3,4 1,5 1.920,7 452,2 423,0
MT 532.200.530 3,5 1,1 2.162,1 607,9 347,0 país foi importante para a atividade econômica.
PA 1.599.290.551 8,9 2,0 856,0 716,1 429,1
PB 715.333.831 10,0 1,6 704,5 582,2 218,1
Quando se compara o montante do AE sobre os valores das transferências e
PE 1.775.241.258 8,6 2,3 857,9 543,5 338,8 benefícios realizados mensalmente para as UFs, observa-se o quanto o valor do
PI 621.038.336 11,1 1,5 673,4 767,8 173,1 auxílio foi significativo. Com relação às transferências constitucionais, São Paulo
PR 1.477.364.630 3,0 1,9 2.595,0 667,8 273,3 apresenta a maior participação (2,6%). Já os estados com o menor percentual
RJ 2.704.163.126 3,2 1,7 1.786,9 763,9 4152,3
são Acre, Amapá e Roraima, os três com 0,5%.
RN 604.620.674 8,1 1,4 947,9 675,2 254,5
RO 285.494.425 5,7 0,9 2.497,0 614,0 234,8
Sobre o PBF e o BPC, o estado de Santa Catarina apresentou os maiores
RR 111.652.737 7,5 0,5 1.135,4 829,0 632,8
RS 1.322.445.499 2,6 1,8 2.282,5 632,0 223,4
percentuais, com 3.904,4% e 952,0%, respectivamente. Já figurando com os
SC 775.141.667 2,3 1,8 3.904,4 952,0 262,2 menores percentuais estão o Acre, com 634,0% no PBF, e Mato Grosso do Sul
SE 419.418.171 9,0 1,1 886,0 641,8 316,7 com 452,2% no BPC. No que se refere à Aposentadoria Rural, o estado que
SP 5.979.093.245 2,4 2,6 2.523,2 765,8 1202,0 aparece com o maior percentual é o Rio de Janeiro 4.152,3% e, com o menor
TO 246.606.569 6,2 0,6 1.164,3 599,7 230,8
percentual, Piauí 173,1%.
Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do Portal da Transparência do
Governo Federal; IBGE; Tesouro Nacional; Min. da Cidadania; Min. da
Economia, Sec. Esp. de Previdência Trabalho.
Nota:Ver metodologia.
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Mapa 3 - Valor do AE em relação ao PIB de 2018 nos
municípios maranhenses

Entre os municípios maranhenses, em 134 cidades, as nove


parcelas do AE representaram mais de 20% do PIB. Há, ainda,
nesses municípios, oito cidades com porcentagens cima de 30%,
sendo estes: Central do Maranhão com (34,1%), Serrano do
Maranhão com (32,4%), Primeira Cruz com (32,0%), Bacuri com
(31,3%), Alcântara com (31,1%), Cajapió com (31,0%), Luís
Domingues e Pedro do Rosário com (30%).

Em contrapartida, em seis municípios do Maranhão, o Auxílio


Emergencial representou menos de 5% do PIB, são eles:
Davinópolis (4,9%), Alto Parnaíba (4,8%), Balsas (4,4%),
Sambaíba (3,5%), Santo Antônio dos Lopes (1,5%) e o último
dessa lista com o menor percentual é Tasso Fragoso com (1,2%).

Fonte: Portal da Transparência; IBGE.


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E ainda, analisando o valor do auxílio emergencial em proporção ao PIB entre os 217 municípios maranhenses, 37 estão ranqueados entre
os 100 municípios brasileiros com maiores participações. Desses, dez municípios fazem parte do Plano Mais IDH: Serrano do Maranhão,
Primeira Cruz, Pedro do Rosário, Afonso Cunha, São João do Sóter, São Francisco do Maranhão, Santo Amaro do Maranhão, Cajari,
Araioses e Brejo de Areia.

Tabela 6 - Posição dos municípios maranhenses entre os 100 municípios brasileiros com maior representatividade na relação valor do AE/PIB

Rank. BR Municípios % do PIB Rank. BR Municípios % do PIB Rank. BR Municípios % do PIB

3º Central do Maranhão 34,1 38º São Francisco do Maranhão 29,3 73º Bequimão 27,8
6º Serrano do Maranhão 32,4 41º Cachoeira Grande 29,0 74º Paulino Neves 27,8
8º Primeira Cruz 32,0 45º Água Doce do Maranhão 28,8 75º Matões 27,8
11º Bacuri 31,3 47º Apicum-Açu 28,8 76º Cajari 27,7
13º Alcântara 31,1 50º São João Ba�sta 28,7 77º Olinda Nova do Maranhão 27,6
14º Cajapió 31,0 55º Penalva 28,4 82º Cururupu 27,5
22º Luís Domingues 30,0 56º Palmeirândia 28,4 86º Peri Mirim 27,3
24º Pedro do Rosário 30,0 58º Timbiras 28,3 87º Araioses 27,3
29º Afonso Cunha 29,5 60º Carutapera 28,2 91º Mirinzal 27,2
30º São Vicente Ferrer 29,5 65º Icatu 28,0 92º Paraibano 27,2
31º Porto Rico do Maranhão 29,5 69º Cândido Mendes 28,0 97º Brejo de Areia 27,1
36º Humberto de Campos 29,3 70º Presidente Sarney 27,9 - - -
37º São João do Sóter 29,3 72º Santo Amaro do Maranhão 27,8 - - -
Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do Portal da Transparência do Governo Federal; IBGE
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Nos municípios do Maranhão, o valor repassado por meio do auxílio representou uma grande injeção de recursos nas economias locais, tanto
em municípios grandes como pequenos. Em São Luís, por exemplo, o valor médio mensal do AE correspondeu a 2% do valor mensal das
transferências constitucionais para o município e 1.667,7% do valor mensal do BF. Balsas, São José de Ribamar e Imperatriz também são
exemplos de municípios que se destacaram no montante mensal do auxílio, relativamente às Transferências Constitucionais e ao PBF.

Tabela 7 - Dez municípios maranhenses com maiores percentuais do valor do AE em relação às TC e PBF

Transferência Cons�tucional PBF


%▲
São José de Ribamar 2,1 Imperatriz 2.121,2
São Luís 2,0 Porto Franco 2.039,7
Imperatriz 2,0 São Luís 1.667,7
Bacabal 1,9 Açailândia 1.525,0
Pinheiro 1,8 Estreito 1.204,2
Cururupu 1,8 Pedreiras 1.166,2
Balsas 1,8 Balsas 1.138,4
Barra do Corda 1,7 Paço do Lumiar 1.110,4
Codó 1,7 Davinópolis 1.086,8
Raposa 1,7 São José de Ribamar 1.065,6
Fonte: elaboração própria, base nos dados do Portal da Transparência do Governo Federal; IBGE; Tesouro Nacional;
Min. da Cidadania.
Nota: Ver metodologia.
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3 DESIGUALDADE DE
RENDA E POBREZA
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Gráfico 8 - Índice de Gini por UFs em
2019 e em maio e novembro de 2020 O auxílio emergencial teve forte impacto positivo na composição da renda dos
indivíduos mais pobres durante a pandemia, fazendo com que o nível de pobreza e
desigualdade chegasse aos menores patamares já observados em pesquisas recentes
(Governo do Brasil, 2020 e O Globo, 2020).

Analisando a desigualdade por meio do índice de Gini, que a mede com base na
distribuição de renda (sendo zero a mínima desigualdade teórica e um a máxima),
concluiu-se que o pagamento do auxílio emergencial foi responsável por uma queda
abrupta nos níveis de desigualdades do país que passou de 0,543 em 2019 para 0,492
em maio de 2020. Pela primeira vez, desde o início da série em 2012, na maioria dos
estados brasileiros, o índice de Gini ficou abaixo de 0,500, considerando o mês de maio
de 2020. O estado do Maranhão se destacou nacionalmente com a menor desigualdade
do país.

Já em novembro, terceiro mês do Auxílio Emergencial Residual (no qual o valor do


auxílio reduziu-se pela metade), quando a maior parte dos beneficiados já havia recebido
todas as parcelas da primeira fase, a desigualdade voltou a crescer em todas as UFs do
Norte e do Nordeste, bem como em Mato Grosso do Sul. O Maranhão passou da menor
desigualdade em maio (0,401) para a 12ª menor em novembro (0,470) (Gráfico 8).

Nota: Ainda que não seja recomendado comparar os dados da PNAD COVID-19 e da
PNAD Contínua, em virtude das diferenças metodológicas entre essas pesquisas, vale
frisar que a PNAD COVID-19 utilizou 92% da base amostral da PNAD Contínua. Por
isso, apesar de os resultados da PNAD COVID-19 poderem estar subestimados,
acredita-se que eles não deixariam de representar uma queda significativa em relação ao
ano anterior.

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IBGE/PNAD


COVID19”, trocar por “Fonte: Elaboração própria a partir de dados
do IBGE/PNAD COVID19 e IBGE/PNAD Contínua
BOLETIM SOCIAL DO MARANHÃO | AUXÍLIOS EMERGENCIAIS, DESIGUALDADE DE RENDA E POBREZA DURANTE A PANDEMIA 

Gráfico 9 - Índice de Gini da renda domiciliar per capita no


Maranhão de maio a novembro de 2020 O Gráfico 9 mostra o índice de Gini no estado do Maranhão,
considerando a situação efetiva, na qual parte da população
recebeu auxílios emergenciais (federal, estaduais e municipais), e
uma situação hipotética, na qual não teriam sido implementadas
medidas monetárias de auxílio à população.

Considerando o período de maio de 2020 a novembro de


2020, a redução da desigualdade foi significativa, mas veio se
estreitando nos últimos meses. No início do pagamento do
benefício, o estado apresentou um índice de 0,401, chegando ao
menor nível da série em junho (0,398). A partir de setembro,
Fonte: Elaboração, com base nos dados do IBGE/PNAD COVID-19 período no qual o auxílio passou a ser metade do valor original,
houve uma retomada da desigualdade, embora ainda em
Gráfico 10 - Curva de Lorenz para o rendimento domiciliar per patamares inferiores à situação sem auxílios emergenciais.
capita e o rendimento domiciliar per capita sem auxílios O Gráfico 10 apresenta a curva de Lorenz para o mês de
emergenciais, no Maranhão, em novembro de 2020 novembro do índice de Gini da renda domiciliar per capita, com e
sem os auxílios emergenciais. A curva de Lorenz nada mais é do
que a representação gráfica do índice de Gini, relacionando a
população acumulada (no eixo x) e a renda acumulada (no eixo y):
quanto mais distante a curva estiver da linha diagonal, maior a
desigualdade. Observa-se que a curva da renda per capita sem
auxílios encontra-se mais distante que a curva da renda,
considerando esses auxílios, o que indica a maior desigualdade
daquela em comparação a esta.

Fonte: Elaboração, com base nos dados do IBGE/PNAD COVID-19


BOLETIM SOCIAL DO MARANHÃO | AUXÍLIOS EMERGENCIAIS, DESIGUALDADE DE RENDA E POBREZA DURANTE A PANDEMIA 

Tabela 8 - Total de pessoas e percentual de pobreza em 2019 e em Gráfico 11 - Percentual de pobreza em 2019 e em maio,
maio, agosto e novembro de 2020 – Brasil e Grandes regiões2 agosto e novembro de 2020 – Unidade da Federação
Pessoas em situação de pobreza (menos que US$ 5,50 PPC 2011 p/ dia)
Unidade
Quan�dade Percentual
Territorial
2019 maio/20 ago./20 nov./20 2019 maio/20 ago./20 nov./20
Brasil 51.742.189 54.725.288 44.012.363 54.509.460 24,7% 26,0% 20,8% 25,8%
Norte 7.533.581 6.637.608 5.802.551 7.491.090 41,6% 36,3% 31,6% 40,7%
Nordeste 24.394.054 21.588.615 18.470.947 23.982.748 42,9% 37,8% 32,3% 41,9%
Sudeste 13.964.764 18.647.400 13.914.479 16.352.408 15,8% 21,0% 15,6% 18,3%
Sul 3.379.349 4.439.453 3.324.015 3.698.268 11,3% 14,7% 11,0% 12,2%
Centro-
Oeste 2.470.441 3.412.211 2.500.371 2.984.946 15,3% 20,9% 15,3% 18,2%

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IBGE/PNAD COVID19 e


IBGE/Síntese de Indicadores Sociais – SIS 2020

Durante o ano de 2020, a população em situação de pobreza foi assistida pelo Auxílio
Emergencial, fazendo com que os níveis de extrema pobreza do Brasil alcançassem os
menores patamares em 40 anos, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a partir de dados da PNAD Covid-19.

Considerando a população em situação de pobreza, observa-se que o mês de


agosto apresentou uma redução considerável em relação a maio de 2020, uma
diferença de 10.712.925 pessoas entre os dois períodos de análise em todo o território
nacional. E apesar da alta registrada no mês de novembro, o número de pessoas
pobres continuou abaixo daqueles registrados em maio e acima dos registrados em
2019. Essa tendência se confirmou nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. No Norte
e no Nordeste, regiões mais dependentes de programas de transferência de renda,
registrou-se maior quantidade de pessoas em situação de pobreza em novembro em
relação a maio, porém menos que em 2019.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados do IBGE/PNAD COVID19 e
IBGE/Síntese de Indicadores Sociais – SIS 2020
Entre os estados brasileiros, seguindo a tendência nacional, todos apresentaram 2
Para a análise, considerou-se 2019, ano anterior à pandemia, e três dos sete meses
redução no percentual de pobreza no mês de agosto. O limite máximo de pobreza cobertos pela PNAD COVID19: maio, agosto e novembro de 2020. Vale notar que maio foi
o mês de referência da segunda parcela da primeira fase do AE, agosto, o da última parcela,
registrado entre os estados foi de 39,6%, no Maranhão. O menor resultado alcançado e novembro foi o mês de referência da penúltima parcela da segunda fase (na qual o valor
pelo estado nos quatro períodos analisados. (Gráfico 11). caiu pela metade). Dessa forma, acredita-se que esses três meses sejam representativos do
começo, do ápice e da redução do programa AE, respectivamente.
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4 AUXÍLIOS EMERGENCIAIS
DO GOVERNO DO MARANHÃO
BOLETIM SOCIAL DO MARANHÃO
AUXÍLIOS EMERGENCIAIS, DESIGUALDADE DE RENDA E POBREZA DURANTE A PANDEMIA 

LINHA DO

TEMPO
Auxílios concedidos pelo
Governo do Estado do
Maranhão em 2021 1º de março
Referência até junho de 2021
CATADORES DE MATERIAL RECICLÁVEL

Público-alvo
O benefício
12 de março Catadores de material
reciclável associados
Auxílio financeiro no
valor de R$ 400,00
e/ou cooperados
mensais, sendo
BARES E RESTAURANTES envolvidos na prestação
R$ 200,00 disponível
de serviços ambientais e
para saque e R$ 200,00
Público-alvo O benefício de cidadania.
disponível para compras
Bares e restaurantes 1,461 empresas já em estabelecimentos
foram contempladas, Valor estimado comerciais.
mediante o crédito de
 do investimento
R$ 1.000 que foi pago
 em cota única. O valor R$ 3.200.000,00

R$ 5.500.000,00 repassado já totalizou


R$ 1.461.000,00. Instrumento legal
Edital Setres nº 01/2021
Instrumento legal
Municípios
Medida Provisória
nº 341/2021 abrangidos
São Luís
Paço do Lumiar
14 de março
São José de Ribamar ARTISTAS DA GRANDE ILHA
Raposa
Público-alvo O benefício
Trabalhadores e O valor do auxílio
30 de março trabalhadoras da cultura
residentes e domiciliados
concedido foi de
R$ 600, pago em
na ilha de São Luís, parcela única.
GUIAS DE TURISMO
anteriormente
Público-alvo selecionados por meio
O benefício Instrumento
das ações emergenciais
Guias de turismo que Auxílio pago em legal
– renda emergencial e
atuam no Maranhão. cota única no valor editais da Secretaria de Portaria nº 45/202
de R$ 600. Estado da Cultura –
Valor estimado
previstas na Lei Federal Municípios
do investimento Instrumento legal nº 14.07, de 29 de junho
R$ 110.000,00 de 2020 (Lei Aldir
abrangidos
Medida Provisória nº 345
Blanc). São Luís
de 26/03/2021
Paço do Lumiar
São José de Ribamar
Raposa
30 de março
TRANSPORTES TURÍSTICOS

Público-alvo º 


Toda empresa ativa localizada no Maranhão
cuja atividade possuía Classificação Nacional
SETOR DE EVENTOS
de Atividades Econômicas (CNAE) voltada ao
transporte coletivo de fretamento e Público-alvo O benefício
turismo de passageiros.
Trabalhadores do Auxílio pago em
segmento de eventos. cota única no valor
O benefício de R$ 600.
Auxílio pago em cota única no valor de R$ 1.000,00.
Instrumento legal
Medida Provisória nº 345
Valor estimado Instrumento legal de 26/03/2021
do investimento Medida Provisória nº 345

R$ 90.000,00
de 26/03/2021
 
AUXÍLIO COMBUSTÍVEL

O benefício
06 de abril Público-alvo
Taxistas, mototaxistas e O valor varia entre R$ 60
motoristas de aplicativo, e R$ 300, de acordo
PROGRAMA VALE-GÁS residentes e exercendo com a área de atuação e
atividade profissional. a atividade profissional.
Público-alvo O benefício
A quantidade máxima de Cada pessoa
beneficiada terá direito Instrumento legal
beneficiários fica fixada
em 115.000 (cento e ao recebimento de 03 Medida Provisória nº 345 de 26/03/2021
quinze mil) pessoas (três) Vale-Gás.
inscritas no CadÚnico
com renda per capita 12 de abril
igual a R$ 0,00. Instrumento legal
Medida Provisória nº 347 AGÊNCIAS DE VIAGENS
de 09/04/2021
Público-alvo O benefício
Figura 1 - Beneficiária do programa Vale Os beneficiários Auxílio pago em
deveriam apresentar a cota única no valor
Gás do Governo do Estado do Maranhão Classificação Nacional de R$ 1.000.
de Atividades
Econômicas de agências
Valor estimado
de viagens e ser
classificado como do investimento
Microempreendedor R$ 200.000,00
Individual, além de
inscrição ativa até abril
  
no CADASTRUR,
Medida Provisória nº
enquadrada como
347 de 09/04/2021.
agência de viagens.
Fonte: Agência de notícias do Governo do Estado do MA
04 de junho
ANÚNCIO DE NOVOS EDITAIS
LEI ALDIR BLAN

25 de junho Público-alvo Valor estimado


Apoio ao seguimento da do investimento
AUXÍLIO CUIDAR cultura, arte e eventos
R$ 30.000.000,00
Público-alvo O benefício
Orfandade bilateral em R$ 500 até a Editais já Instrumento legal
face da COVID-19 maioridade
lançados Lei Federal nº 14.017
• Conexão Cultura 3;
Instrumento legal • Oficinas artísticas;
Medida Provisória nº 345 DE 26/03/2021 • Fomento a Projetos
Culturais;
• Fomento à Literatura;
Artesanato;
• Projetos Audiovisuais;
Outras ações • Renda Básica;

do Governo • Espaço e
equipamentos artísticos
do Maranhão e culturais.

• Programa Cheque Minha Casa;


• Programa Mutirão Rua Digna;
• Sorteio de cartões de R$ 600,00 pelo Programa
Minha Casa Melhor;
• Compra de alimentos da Agricultura Familiar para
distribuição de cestas básicas pelo Programa
Comida
na Mesa;
• Jantares a R$ 1,00 nos restaurantes populares do
estado;
• Distribuição de kits de higiene no estado;
• Distribuição de cestas básicas;
• Entrega de kits de negócios e capacitação pelo
Programa Mais Renda;
• Entrega de equipamentos para produtores pelo
Programa Maranhão Forte;
• Programa Trabalho Jovem;
• Bolsa de R$ 250 pelo Programa Agente Jovem
Ambiental;
• Bolsa de R$ 300 pelo Programa Agente de
Desenvolvimento Rural Quilombola; e
• Ações sociais pelo Projeto de Trabalho Técnico e
Social; entre outros.
BOLETIM SOCIAL DO MARANHÃO
AUXÍLIOS EMERGENCIAIS, DESIGUALDADE DE RENDA E POBREZA DURANTE A PANDEMIA 
Cerca de 23 UFs disponibilizaram Auxílios Emergenciais
Cerca de 23 UFs disponibilizaram Auxílios Emergenciais1
Tabela 9 - Quantidade de auxílios emergenciais concedidos e
Tabela 9 - Quantidade
valores dasde parcelas
auxílios emergenciais
por Unidadeconcedidos e valores das parcelas por Unidade Federativa
Federativa
Valores das
UFs Quantidade de AE
parcelas (R$)
Pará Ao menos 1 R$ 100 a R$ 500
Amapá Ao menos 6 R$ 300 a R$ 1500
Amazonas Ao menos 5 R$ 200,00
Acre Ao menos 2 R$ 150 a R$ 420
Roraima Ao menos 4 R$ 200 a R$ 500
Rondônia Ao menos 1 R$ 100,00
Tocantins - -
Rio Grande do Norte - -
Maranhão Ao menos 10 R$ 60 a R$ 1000
Pernambuco Ao menos 2 R$ 3000 a 15000
Bahia Ao menos 3 R$ 55 a R$ 150
Ceará Ao menos 7 R$ 80 a R$ 500
Piauí Ao menos 2 R$ 200 a R$ 500
Paraíba - -
Sergipe Ao menos 1 R$ 100
Alagoas Ao menos 1 R$ 100,00
Rio de Janeiro Ao menos 2 R$ 200 a R$ 1.500
São Paulo Ao menos 7 R$ 80 a 2.490
Minas Gerais Ao menos 2 R$ 117 a R$ 600,00
Espírito Santo Ao menos 1 R$ 200,00
Mato Grosso Ao menos 1 R$ 150,00
Mato Grosso do Sul Ao menos 3 R$ 200,00 a 1.000,00
Distrito Federal Ao menos 4 R$ 250 a R$ 1.200
Goiás - -
Rio Grande do Sul Ao menos 3 R$ 400 a R$ 1.000
Paraná Ao menos 2 R$ 250 a R$1.000
Santa Catarina Ao menos 1 R$ 300,00

Notas:
Notas:
Conforme anunciado1 Conforme
em portais oficiaisem
anunciado dos respectivos
portais governos
oficiais dos e de
respectivos notícias
governos e deaté 30 de junho de 2021;
notícias;
- Sem informação; - Sem informação;
* Desconsideram-se*os Desconsideram-se os auxílios
auxílios destinados aosdestinados aos trabalhadores
trabalhadores da cultura da
porcultura
meiopor dosmeio dos recursos
recursos Lei Aldir Blanc.
Lei Aldir Blanc.
* Pará criou o "Programa Renda Pará" e através dele disponibilizou alguns AE para determinadas categorias de
* Pará criou o "Programa Renda Pará" e através dele disponibilizou alguns AE para determina-
trabalhadores. das categorias de trabalhadores.
* São Paulo criou o*Programa
São Paulo criou o Programa
"Bolsa "Bolsaque
do Povo", do Povo", queprojetos
unificou unificou projetos já existentes
já existentes e destinou
e destinou AE para várias categorias
sociais. AE para várias categorias sociais.
* Pernambuco criou o "AE Ciclo Carnavalesco", e o "AE Ciclo Junino”, que corresponde a 60%
* Pernambuco crioudoo último
"AE Ciclo
cachê, Carnavalesco", e o "AE
com valores que variam de R$Ciclo
3000 aJunino”,
R$ 15000.que corresponde a 60% do último cachê, com
valores que variam de R$ 3000
*Rondônia a R$
criou 15000. de renda temporária “AmpaRO”.
o Programa
*Bahia criou
*Rondônia criou o Programa deo renda
“Programa Estado Solidário”,
temporária “AmpaRO”. sendo que pelo menos três medidas fazem a con-
cessão de valores.
*Bahia criou o “Programa Estado Solidário”, sendo que pelo menos três medidas fazem a concessão de valores.
*Rio de Janeiro lançou o Programa Supera Rio, que destina valores para determinadas catego-
*Rio de Janeiro lançou
rias.o Programa Supera Rio, que destina valores para determinadas categorias.
BOLETIM SOCIAL DO MARANHÃO | AUXÍLIOS EMERGENCIAIS, DESIGUALDADE DE RENDA E POBREZA DURANTE A PANDEMIA 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Auxílio Emergencial beneficiou mais de 60 milhões de brasileiros dez modalidades de auxílios, além de diversas outras ações voltadas

no ano de 2020 (28,6% da população) inserindo na economia um às pessoas mais afetadas pela pandemia. Com isso, o Maranhão teve

montante de R$ 286,9 bilhões que configurou 3,9% do PIB nacional de destaque nacional como exemplo de enfrentamento à pandemia.

2020. Mais da metade da população beneficiada (57,4%) não estava O auxílio emergencial federal voltou a ser pago em abril de 2021,
inserida no CadÚnico e as regiões Sudeste e Nordeste concentram a mas com parcelas e duração menores (quatro meses), podendo ser
maior quantidade de beneficiários. prorrogado por mais tempo, caso a pandemia se agrave novamente. Em

O Maranhão alcançou destaque entre os estados da Região junho de 2021, o Brasil ultrapassou a marca de 500.000 mortes em

Nordeste, ocupando a quarta posição no ranking, com R$ 11,6 bilhões decorrência da Covid-19, marca que trouxe muita repercussão e

de reais voltados aos lares da população mais assolada pela pandemia, reflexões.

sendo atendidos mais de 2,4 milhões de beneficiários (33,9% da O avanço da vacinação no país traz a esperança do arrefecimento
população). No Maranhão o auxílio emergencial representou 11,8% do da pandemia, contudo, ainda é muito cedo para fazer previsões.
PIB de 2018, sendo que, em oito munícipios, o auxílio representou mais Enquanto isso, o Maranhão se deslancha no cenário nacional como o
de 30% do PIB. sétimo estado que mais vacina no país e com a capital com maior ritmo

Durante a vigência do auxílio, a pobreza e a desigualdade foram de vacinação. A cidade de Alcântara foi a primeira cidade do Brasil a

reduzidas a níveis históricos. Todavia, com o seu fim, a população vacinar todo o público adulto, maior de 18 anos.

voltou, automaticamente, para situação de pobreza e miséria. É preciso que a população faça sua parte, tomando a vacina,

Enquanto ainda havia indecisão sobre a edição do auxílio respeitando as medidas de distanciamento social e fazendo uso da

emergencial para o ano de 2021, alguns governos subnacionais máscara para conter a propagação do vírus e voltar, o mais breve

lançaram edições estaduais de auxílios, com destaque para o estado do possível, à vida “normal”.

Maranhão. Desde março de 2021, o Governo do Maranhão já lançou


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6 METODOLOGIA
E NOTAS
METODOLÓGICAS
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6.1 Metodologia
Para a elaboração do Boletim vol. 3 n. 2, foram utilizados os seguintes dados de uso e acesso públicos de quatro fontes distintas:

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA


MINISTÉRIO DA CIDADANIA (MC)
(IBGE)
Os dados do Programa Bolsa Família e Benefício de Prestação
Continuada são disponibilizados na plataforma Vis Data da Secretaria de
Os dados do PIB são disponibilizados no Sistema de
Avaliação e Gestão da Informação – SAGI, que é um sistema de
Recuperação Automática – SIDRA, na sessão economia, aba
gerenciamento e visualização de diversos programas, ações e serviços
Sistemas de contas nacionais. O PIB utilizado nesta publicação é o
organizados pelo MC. Os dados utilizados neste boletim são de março de
de 2018. Quanto aos dados usados para o cálculo do índice de Gini
2020 e as informações coletadas foram:
e da taxa de pobreza, foram usados os da Pesquisa Nacional por
1) Valor total pago às famílias por meio do Programa Bolsa Família;
Amostra de Domicílios - PNAD COVID e da Pesquisa Nacional por
2) Valor total repassado às pessoas com deficiência (PCD) e a Idosos via
Amostra de Domicílios Contínua Anual – PNAD CA, tendo como
Benefício de Prestação Continuada (BPC) por município pagador.
referência os meses de maio a novembro de 2020 e o ano de 2019.
Tanto o índice de Gini como a taxa de pobreza foram calculados
MINISTÉRIO DA ECONOMIA (ME)
utilizando a renda domiciliar per capita do rendimento efetivo de
todos os trabalhos e de outras fontes, excluindo aquelas pessoas
Os dados de Aposentadoria rural são disponibilizados na sessão de
cuja condição de domicílio era pensionista, empregado(a)
estatísticas municipais, do site da Secretaria de Previdência. A informação
doméstico(a) ou parente de empregado(a) doméstico(a). A linha de
coletada foi o valor dos benefícios emitidos no mês de dezembro (em R$) –
pobreza utilizada para o cálculo da taxa de pobreza foi US$ 5,50
Rural de 2019. Já os dados de Transferências Constitucionais são
(PPC), sugerida pelo Banco Mundial para países de renda média
disponibilizados no site do Tesouro Nacional. O dado usado foi uma média
alta, como é o caso do Brasil.
das transferências dos meses de janeiro a dezembro de 2020.
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PORTAL DA TRANSPARÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL


Os dados do Auxílio Emergencial são disponibilizados no Portal da Transparência do Governo Federal, que é mantido pela Controladoria Geral
da União (CGU). Os dados usados são dos meses de abril de 2020 a janeiro de 2021, sendo que janeiro se refere ao pagamento das parcelas
atrasadas, e as informações utilizadas foram:
1) Número de benefícios e seu enquadramento:
a) extraCad, composto pelos beneficiários que solicitaram o AE via aplicativo ou site da Caixa Econômica Federal;
b) cadastrados no CadÚnico, mas que não eram recebedores do Programa do Bolsa Família;
c) beneficiários do Programa do Bolsa Família – PBF;
Ressalta-se que o número total de beneficiários foi estimado utilizando o valor do mês que apresentou maior quantidade de beneficiários. Essa
metodologia foi aplicada para todas as aberturas territoriais. Por esse motivo, os beneficiários dos municípios maranhenses quando somados não
totalizam o valor apresentado para o Maranhão, assim como o valor das UFs não totalizam o do Brasil ou de suas respectivas regiões. Isso porque
os meses de referência dessas aberturas variaram devido à metodologia empregada.
Além disso, o número de beneficiários segundo enquadramento (Bolsa Família, CadÚnico e ExtraCad) teve como mês de referência o mesmo
mês do total, para cada unidade territorial. Assim, a soma dos beneficiários por enquadramento totaliza o mesmo número de beneficiários
apresentado no total.
2) Valores dos benefícios pagos: a análise focou no valor aprovado do auxílio, sendo também disponibilizados os valores em suas outras duas
aberturas, a) bloqueado ou cancelado e b) devolvido para a União.
Por fim, esclarecemos que os valores reais apresentados no texto foram inflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
tendo como referência a inflação acumulada até janeiro de 2021. E que os indicadores usados estão distribuídos nas seguintes faixas de
territorialidade: Brasil, Grandes Regiões, Unidades Federativas, capitais e os municípios pertencentes ao estado do Maranhão, bem como suas
respectivas Regiões de Desenvolvimento.

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6.2 Notas metodológicas

Nota 1- A primeira fase do Auxílio Emergencial consistiu em cinco parcelas, de abril a agosto de 2020, de R$ 600, 00 para quem atendesse
os critérios supracitados e de R$ 1.200,00 para as mulheres que, além de preencher os requisitos, fossem as únicas responsáveis
pelas despesas da casa. Podendo beneficiar até duas pessoas do mesmo domicílio, o valor do auxílio variou de R$ 600,00 a R$
1.800,00 por família. Na segunda fase do benefício, instituída pela Medida Provisória 1000/20, chamado de auxílio emergencial
residual (parcelas com referência aos meses de setembro a dezembro de 2020, podendo receber em janeiro de 2021 os
beneficiários com parcelas atrasadas), o valor reduziu-se para R$ 300,00 e, no caso das famílias em que a mulher era a única
responsável, o valor estipulado foi de R$ 600,00. Assim, o valor variou de R$ 300,00 a R$ 900,00 nessa fase.

Nota 2- Como alguns beneficiários do Bolsa Família passaram a ser beneficiários do programa Auxílio Emergencial, espera-se que os valores
das transferências do Bolsa Família3 estejam subestimados na análise do Índice de Gini. Isso consequentemente superestima a
desigualdade da situação sem auxílios emergenciais. Todavia, isso não prejudica o ponto central da análise, tendo em vista que as
pessoas que migraram do Bolsa Família para o Auxílio recebiam um valor inferior antes do novo benefício, isto é, sua renda provinda
de programas de transferência de renda certamente aumentou. Isso significa que a conclusão primordial permaneceria sendo a
mesma: os auxílios provenientes de todas as esferas do governo cooperaram para uma melhor distribuição da renda.

Os auxílios do Bolsa Família referem-se à variável D0033, como consta no dicionário de microdados da PNAD COVID19.
3

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REFERÊNCIAS
GOVERNO DO BRASIL. Com Auxílio Emergencial, número de brasileiros na extrema pobreza é o menor em 40 anos. 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/pt-br/noticias/assistencia-social/2020/07/com-auxilio-emergencial-numero-de-pessoas-na-extrema-pobreza-e-o-menor-em-40-anos.

O GLOBO. Auxílio emergencial reduz pobreza e desigualdade cai a menor patamar da História, mas custo é insustentável. 2020.Disponível
em: <https://oglobo.globo.com/economia/auxilio-emergencial-reduz-pobreza-desigualdade-cai-menor-patamar-da-historia-mas-custo-insustentavel-24589106>.

SANCHES, Marina; Cardomingo, Matias; Carvalho, Laura. Quão mais fundo poderia ter sido esse poço? Analisando o efeito estabilizador do
Auxílio Emergencial em 2020 (Nota de Política Econômica nº 007). 2021. MADE/USP. Disponível em:
https://madeusp.com.br/wp-content/uploads/2021/02/ NPE007_site.pdf
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