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Had POESIA TROVADORESCA Poesia trovadoresca | = Contextualizagao histrico-Itersria, + Reprecntabes de fete «ema: : i ~Variedade do sentimento emoroso (cantiga de amigol; Cantigas dem 2 Gidencis omerova conta deamigole | lescother = relacdo coma Natureza [cantiga de amigo) 3 — acoita de amor e o elogio cortés (cantiga de amor]; # | cantigas de amor | a dimensio satiric: a parddia do amor cortése a crtca de costumes [cantigas | lescolher 21 de esesrnioe maldizer Es + Espagos medievas, protagonistas e circunstancias. i + Linguagem, estilo ¢ estrutura: Cantigas de = caracteriza¢3o tematica e formal [amigol; tematica {amor e escérnio e maldizer|;, eee = recursos expressivos: a compara¢do, a ironia e a personificacéo. Contextualizacao histérico-literaria 4 Noroeste da Peninsula Ibérica, no periodo da Reconquista (meados do sécuto Xil a meados do século XV. 4 Em galego-portuguds (lingua falada no noroeste da Peninsula lbérica até meados do século XV. {$1680 poemas Uiricos e satircos, compilados nos Canciones da Ajuda, da Bibliotece Nacinal, da Vaticana 4 Cultivada pelos trovadores jograis, que as tocavam e cantavam nos castelos e em festa. ‘As cantigas de amigo sao de origem popular e peninsular; 2s de amor sao de origem nobre e proveneal. CEE TY / Variedade do sentimento amoroso O sujeita postico é a jovem donzela. ‘Apaixoniada pelo seu amigo, a sua vide apenas é en- sombrada pelos cidmies ou pelo medo de que ele nao regresse da guerra 10 amor € vivido com naturalidade, muitas vezes correspondide e consumado em encontros assumi- dos ou clandestinos. ¥ Confidéncia amorosa 4 donzela confidencia os seus sentimentos de ale- giia ou de tristeza amorosa mae, &s irmas, 35, amigas, 8 Natureze, Espacos medievais ‘Adonzela ocupa-se de tarefas conuns & sua condi 80: vai 3 fonte, lava-se nos ios, vai& romaria, Goza de uma liberdade no comum 8s jovens nobres, en- cerradas nos castelos, o que the permite vver a vide ‘com alegria e’energia e vier os seus ammores. ¥ Relagao com a Natureza A Natureza estd muito presente nas cantigas de amigo, é 0 cendrio dos encontros: a fonte, os cam? os, as margens do Lago edo mar, adro da romaria. ~ Pode ser confidente da rapariga que pergunta 8s flores do pinheiro e 8s ondas do mar noticias do amigo. ~ Pode ter dimenséo simbélica: 0 veado a repre- sentar 0 amigo, as aves feridas pelo cayador @ re: presentarem as raparigas apaixonadas, a fonte a simbolizar 0 ferinino. ¥ Caracterizagao tematica e format = De acordo com 0 tema, algumas cantigas s80: al bas, de romaria, barcarotas ou marinhes. ~ Nestrutura mais original 6a paralelistc CTs 7 Aeoita de amor e o elogio cortés = 0 sujeito postico é o cavaleiro apaixanado. = Esta poesia aristocratic radice no amor cortés: tum concsito de amor importado das cortes do sul de Franca, segundo o qual as relacdes entre o homem e ‘a mulher se reger por um cédigo semelhante ao da relago feudal suserano-vassalo, sendo @ mulher ‘mada a asenhor» que o poeta venera pola sua per- feigao e 2 quem serve e deve obeciancia. € um amor pabxdo, que pode ou nao ser correspondido, ese ali Tenta do sofrimento, sem ousar esperar nada. O hhomem apaixonado sente-se a morrer de arnor, mas ngo desiste de amar, ama sempre mais, numa coita de amor (sotrimentol, resignada “‘Asenhor> & nobre-e, em regra, asada, cstante « inacessivel, no mostra corresponder ao amor do sujeito postico, que a vé-como & mais perfeita das Grituras de Deus, Bela como nenhuma outra, red ne qualidades moras, psicoldgicas e comportamen- tats que a tarnam superior a todas: boridade,leal- dade, serenidade, inteligéncia, bom senso, simpatia, pudor, grace. Revela, ao mesma tempo, uma ina- cessibilidade cruel. Y CaracterizacSo format ’mais comum é a cantiga de mestria (sem re- {co com verso longo e/a decassildbcol =H muitds de retrao, inflncia dase amigo. CNIS Cha a V Adimensiosatirica = Mais de um quarto das cantigas so satricas: canti- perteta, | | 9354€ maldizer ~ critica deta auma pessoa: canti- Pease aa a {que obedece 3 um esquema fixo de repetigdes. {gas de escérnio - mais subtis, corn dupla leitura = Amaioria apresenta refrao. \ Caracterizacao temitica = Por influéncia das cantigas de amor, hé algumas | | Sétira aos comportamentos morais, sexuais e polf- de amigo de que so de mestria. ticos, critica de costumes, parédia ao amor cortés, Chuo Ay fatn Bi EE FERNAO LOPES, CRONICA DE D. JOAO | FERNAO LOPES Crénica de D. Joao |: ~ excertos de 2 capitulos (11,195 ou 148 da 1. parte) PROGRAMA | Contexte histérica Afirmacao da consciéncia coletiva. + Atores [individuais e coletivos) See) CATO v Fernio Lopes Nasceu entre 1380 e 1390. Foi tabelio geral, quar- da-mor da Torte do Tombo e escrivao de O: 1080. D. Duarte do infante-D. Fernando. Encarregado de escrever as crénicas.de todos os reis de Portugal, deixou-nos a Crénica.de El-Rei D. Pedro, 2 Crénica de . Femando e a Crénica de D. Jodo.!(1.? e 2 partes) Recebeu titulo de hobreza. Morreu em 1458, ¥ ARevolu¢do de 1383-88 D. Fernando mmorréu em 1383, deixando a corod sem sucessbr. A tinica filha, D. Beatriz, era casada com 0 rei de Castela e, segundo acordo nupcil:oflho.que nascesse dessa unio seria rei de Portugal, mas, como nenhuma crianea tinha ainda nascido a regen. ‘cia ficou nas mBos da viva do rei, Leonor Teles. Aregente era odiado, em parte devido 8 relacio inti- ima com 0 galego conde. Andeiro, vista como uma ameaca & independénciafacianal. por se recear que Leonor Teles eniregasse a poder 80 rei de Castela 7 E neste contexte que surge a insurreigdo, Os mesteirais, chefiados por Alvaro Pals e apoiados por alguns nobres e pela povo de Lisboa, revaltam-se Contra Leonor Teles com o objetivo de colocar no tro- tno um mei-irmao do falecdo rel, O, Jodo, Mestre de ‘is, iho ilegitimo de D. Pedro | LLangando 0 Boato de que o conde Andeire quer matar ¢ Mestre, Alvaro Pais consegue que © pove acorra em massa para proteger o Mestre, permitindo que ele execute 0 verdadeire plano: mater © conde Andero Saindo triunfalmenteaclamado pelo povo de Lisboa, Mestre de Avis adquire, na rua, o,titulo de «detensor do povos e abre as condigées para a sua futura esco- tha come rede Portugal, 7 Leonor Teles foge da capital e pede auxiio a0 rei de Castela, que era, de facto, pretendente oo trono. ~ Oexéreto castelhane invade Portugal e fez um lon- go cereo a Lisboa, que resise, hervcamente, durante = 0 cereo & leyantado devido & peste, mas o rei de Castala invade de. novo Portugal, gendo vencido na batatha de Aljubarrota, a 15 de agosto de 1985, ~ Nesse ano de 1388, nas Cortes de Coimbra, o Mestre de Avis havi sido jeleto rei de Portugal: D. Jo80 | 7 0s acantecimentos Ua evolugdo de 1383-1985 e20 felatados por Ferndo.Lopes na Crénica de D. Jodo 0 primeiro cronista pértugués, consideredo tam- ‘bir primeira historiader, preocupou-se com o apu- ramento da verdade, investigando as fontes. compa- rando documentos consultados em arquivos ¢ tapes, ‘ouvindo téstemunhas sobreviventes aos. aconteci- mantos. Numa época em que 0s outros cronistas se limita- vam a registar0s factos numa perspetivaindivdulis- {a da Historia, que conviesse ao senhor que thes pa- ‘gava, Fernao Lopes procurou transmitir uma visa0 multfgcetada dos acontecimentes, considerando os varios fatores que neles intervém: social, politico, econémico, religioso.e até psicaégico ¥ Otompo rade reairmagio daidentidade nacional @ o cronista percebeu'que orelato vivo e fundamen tado da Historia era indispensével para a afirmasao da consciéncia coletiva, téo determinante naquele momento histérieo, em que aquilo que estava em jogo era, 8 par de outras aspetos, a independancia nacional. SST Fernao Lopes coloca em cena os diversos atores individuais ¢ coletivos. ¥ Contraridmente aos cronistas do seu tempo, ele harra a aco das figuras individuals ~ Mestre de Avis ‘Avaro Pais, Leonor Teles, Nuno Alvares Pereira -, mas também da releve, quando tém relevo, &s perso- ‘nagens coletivas, nomeadamente o ovo de Lisboa. ¥ Esta persanagem coletiva ~ © povo de Lisboa ~ tem, em passagens da Crénica de 0. Jodo I, 0 estatu- to de pratagonista, pela centralidade nos aconteci mentos. & 0 povo de Lisboa que, corajoso, corre pelas ruas € se junta para proteger 0 Mesire, é 0 ove que,’cruel e cegamente, atira 0 bispo da torre da Sé por ter corride 0 boato de que é traidor, é 0 ova que resisie ao cerco até ad limite, mas juntando Sempre as forcas para defender a cidade. Valente ou itracionat, resistente ou apavorado, forte ou a mor- rer de fome, 0 povo de Lisboa é uma personagem ricameinte caracterizada na Crénica de D. Joao I Gund tues B edep eh 1 "" GIL VICENTE, FARSA DE INES PEREIRA * Caracterizaglo das personagens. = Relagdes entre as personagens. * Arepresentagao do quotidiano. = Adimensio satirica, + Linguagem, estilo e estruture: = caracteristicas do texto dramstico; = o auto ou a farsa: natureza e estrutura da obra; = recursos expressivos: a alegoria, a comparacao, a interrogacdo retérica aironia, a metéfora e a metonimia. Gom sentido pratico Pertence a balxa nobreza e por E uma mulher do povo, 0 que se isso sabe falar bern, conhece as evidericia nas suas falas, nomea- normas de cortesia, toca viola damente nos provérbios que util para impressignar'e seduzir as da- em diversas situacbes. mas ¢ fa2-se acompanhar de um Os aidlogos com Inés, assentam Maco, seu servidor: No entanto, 0 no quotidian de ambas, no tra- ezcudeira. Brés da Mata, preten- balho, no comportaents da ftha dente de Inés, &.um-farsante. Nao ra sua vida futura passa de'um pelintra, mento e firano com os mais fracos. O valen- te querreiro, ue vai combater os infeis, moreé as maos de um pas- tor moure, desarmado, quando fu- gia do campo de batatha Jover, solteira, sonhadora, i reverente, determinada ‘Quer casar com um escudeiro, (0 que the daré outro estatuto social, e uma vida mais livre e divertida. Discorda das opinides da mae Xa) © nada a demove dos seus s0- hos. RELAGAO COM A FILHA ~ procu- +a,.com os seus consélhos, desva- necer os sonhos e fantasias da | 7 MRIS joven. Receia que ela venha a so- frer as consequéncias da sua irre- veréncia juvenil, da sua rebeldia e Casa com o escudelro Brés da Mata, que faz da sus vida de mulher casada um inferno. céntestagao as normas da épaca, MMC) ‘A sua entrada em cena é 0 mo- mento que methor revela o seu cardter ~ faladora, exagerada, conta, com falso pudor e muitas contradicdes, que quase acabara ide ser vitima de uma violago por umm clérigo que a apanhara no-ca- mintio para casa de Inés: {A RELACAO COM OUTRAS PERSO- NAGENS - Partha com a mae de Inés conceites de casamento e de vida, que nos elucidam sobre 0 quotidiano das mulheres do povo. Tendo como funcao social arran- jar casamentos, traz para: Inés \uma proposta © uma'carta de um pretendente ~ Péro Marques, um camponés abastado. te ir vsité-lo Por morte deste, muda o seu conceita de marido ideal, mas do o ideal de vida: liberdade e diverséo, Casa com Péro Marques que the dé a liberdade de «folgar>, de ver a seu prazer Reencontra um antigo apaixo- nado, agora ermitao eprome: Eo préprio ma~ vido que a lve até ermisa, @ Corraga as costes para atra- vessar orig e ainda transporta duas lovsas que sio do agrado da mulher Bro Marques nio era o prin- cipe encantado da Inés jovern; 2 experiéncia ensinou-the que (95 sonhos podem ser engana- dores. ‘Agora, Inés canta, Inés est feliz ‘CENTRALIDADE DE INES PEREIRA Dimensio satirica conseguida através de varios aspetos: desejo de promogao social pelo casamento; des- lumbramento das jovens pelos escudeiros; infidelidade feminina; fingimento do escudeiro; ingenuidade dos marides, comportamento do clérigo e do ermitao (clerol. Critica social e moralizante, usando o humor. : Quad 1g sieise & Buccs bbdia RELAGAO COM OUTRAS PERSO- NAGENS = Casa-se.com Inés para ter quero sustente e a sua corte- sia desaparece assim que passa a s2F0 senhor Faz da vdade ines um inferno de ctausura e submissao, Com o Moso 6 grossera @autorits- ro, apesar da tealdade que ele the dedica. Esse lealdade nfo o impede de deer algumas veriades fs vezes fem apartes] que nos permite co- rheoer 0 veradeira Bris da Mata, Binns € um lavrador abastado, mas sem nenhuma instruggo, € um homecn sem maldade, bem inten- clonade e terrivelmente ingénuo. AAs sas atitudes' e as suas falas revelam a sua origem humilde ¢ S89 evidenciadas ‘pelo contraste cpm as doescudeiro. RELACAO COM INES ~'Tem toda a ‘enfianga na mulher e faz questo de the satisazer todos os caprichos. LUIS DE CAMOES, RIMAS Lufs de Camées, | + Gontextualizacio histérico-Weraria. Rimas * A representacao da amada * Arepresentacao da Nalureza, | Redonattes | 1 ASctortosabreaudpetsat & | leseother4] |S tema do desconcerto s + O tema da mudanca 2 | sonetos + Linguager, estilo e estrutura: fescolher 8} ~ discurso pessoal e marcas de subjetividade = a lifca tradicional; a inspiragao classica: = métria [redonditha e decasstabol, ima e esquema rimético: soneto: caracteisticas; = recursos expressvos: a aliteragao, a andfora, a antitese, a apdctrofe, a metéora Contexto histérico- -literario ‘7 Tema humarista: 0 poeta vé.a | | ¥ OAmof é um dos temas recorren- permanente mudanca na Nature- | | (es ra Utica de Camdes que, como PEN Za provocada pela passagem do"| | Petrarce, antouo amor piatnico, es- Tendo vvido entre ¢, 1525e shtempoe reflete sobre 1580, Carnes acompanhou de ria mudanca fa pré-)| | pitual, quaignora pdesejo ena ex ge a presenca fisica da amada, € um perto a grandeza doimpérioe %'| ¥ Conclui que, enquante @ Natu: | | Amer ideal, uma contempkags esp 2 sua derrocada fete se renove, com ae estagbes, | | “tal que excluia sensualidade. Y Noreinadode 0. Joao ,du- % | nohomem e nele préprio o tempo ||, Mas as contradigdes: que esta ante 0 qual viveu grande parte % | inimigo e a mudanca é sem es- filosofia amarosa desperta no ser da sua vida adulta, assistiu ao peranca nem remédio. hhumano ~ alegria e dor, prazer € desenvolvimento sofrimento - enicaradas por Petrar- da cultura e eee ens ee 4 ESSER UNTO | |'S2 6o™ serenidade, pois integradas trada da Inquisigao em Portu- gal. Conheceu a invejas da corte e a forca inimi- ga nas fortalezas de Marracos. Y No Oriente, conheceu ou- tras culturas, que acrescenta- ram saber a sua vasta cultura classica © trouxeram_expe- riéneia ao saber ‘humm percurso purificador, $80 para ‘¥ Tema humanista:reflexdo pes, | Camdes fonte de inquietagao ¢ de- Simista sobre a vida e 0 mundo,'| | sespero vistos «8s avessas», com a reali ‘grandeza e as ET ade contraria 8 lagica do bem-e = ess cons 39 Da 0 poeta julga-se incompreendi- || Influéncia do petrarquismo. fo e vitima do destino, aver run | | A armada ¢ a personificacao de ‘mundo que premeia os maus, en- || ur ideal de beleza © perfeiczo: acumutado. quanto ele, praticante do bem, 56 | | longos e ondulados cabelos «de No regresso a Patria, recebe infelicidade e tormento. ‘ouro», pele branca e delicada, acompanhou 9 sono ouco de boca ¢dentes como rubie poles, ficienteparacotrer com acer. 4 MUD AGESEOANS tee ere e ninaeos rota em Alcdcer Quibire mor- % |'v € lendéria a vida amorosa de ‘Tud nela é reflexo de.bondade, feu, precisamente, em 1880, 4 | Camdes. AocontrériodePetrarca, || Sensatez, serenidade, _discreta rho ano em que Portugal per. ¥ | ele vive a experiéncia e, por isso, | | alearia, Suavidade. deta independancia. nem sempre segue o seu modelo | | ¥ Ela éa Beleza,a Perfeicaa into- italiano Evel einatingiel.cépia do mode- ¥ Cames é 0 grande poeta % | ¥ Sobretudo nos poémas maréa- | | '9 divino. Alma predestinade para Zo. RENASCIMENTO portu- 4, | dos ‘pela experiénela vida 0 | | Seamada pelo poeta, que, através qués, aguele que traz para 9 Qe apoeta manifesta cansaco,perple- | | dee. stingié a pertelga. Boesia toda sinovagio temati-. Yfkidade, rustraco erevalia, pas: Ea formal do Renascimento. | ~ 0 Amor dé-Ihe esperancas que Simultaneamente, incorpora | no se concratizan, com genialidade’ a tadigao 4 |'~ oldeal sonhado € inatcancével poatcs palaciana, = 8 Destine condena-o 8 inetil- ¥ Finalmente, ‘YA beleza da Natureza funciona ‘camo 0 reflexo da beleza da mu- * endo num 4 | dade ther, cuje presen¢s tudo ilumina. periodo de ocaso do Renasci- J | / Aexperiéncia ensina-the que: | | #7 Na sue austncia, de nada serve mento, mostra também sinais % | ~ amuther amada pode afastar-se | | 2 Pelsagem Ser Bela e amend, pols evidentes de existencial maneirista = o amor nem sempre esté isento até essa beleza se torna hostil 20 poeta por the lembrar a saudade ae de quem jé ali esteve e jé nao ests. 4 lida, instabilidade | do ideal feminino renascentista; ae LIRICA TRABICIONAL - formas posticas da poesia palacana: redonditha maior © menor, composigdes com mote evaltas:alguns te mas da poesia tradicional. LIRICA DE INSPIRAGAO CLASSICA -o xestilonovor de inluéncia italiana; novas formas poéticas: sonet, verso decassilébieo: temas de influBncia petrarquista Phah a Sinties U eles Ue a LUIS DE CAMOES, OS LUSIADAS is de Cam@es, Os Lusiadas + Visio global. + AconstituicSo da matéria épi canto |, ests. 12 18 ‘canto IX, ests, 52, 53, 66 2 70, 89 > Imaginario pico: = materia épica: feitos histéricos e viagem; = sublimidade do canto; = mitficagao do herd. I + Reflexes do poeta. < Ei) 29, + Linguagem, estilo e estrutu | contoX,ests. 75091 = a epopela: natureza e estrutura da obra & | . Reflexdes do Poet: = 0 contedda de cada canto; . @ | Canto ests, 108¢ 106; = 0s quatro panos: viager, mitologia, Histéria de Portugal e refie- x6es do poeta; sua interdependéncia: estrofe e métrica: recursos expressives: a anéfora, a andstrofe, 2 apéstrofe, a com- paragao, a enumeracao, a hipérbole, a interrogagao retérica, metéfora, a metonimia e a personificacao. canto, ests. 92. 100; canto Vil ests. 78. 87, canto Vill ests, 96 2 97 canto IX, ests. 8 a 95: cantoX, ests. 145 a 156. Rena [ers ‘R-semethanga das epopeias da-Antighidade, 0s Lusiadas cont troemese em tormo da perratve de uma ago extraordinériale- ‘vada cabo por ur her, que enfrenta¢ vence todos os obsté- “ulos com que se depara go camiaho para atingir o seu objeto. Gs Lusfadas narram a dificil viageny de Vasco da Gama de des- coberta do caminho marttimo pars a India, Essa aventura é 180 fefnerdria, que o= Deuses do Olimpo fomam partido sabre 0 ‘sucesso, seja a favor, soja contra: Por outro lado, para dar di- mensoe representatividade aos herds de tat empreendimen- to, em determinados momentos da viagem é contada a Historia 6 Portugal. Para que tal seja possivel ser quebrar a unidade, 6 poeta criou uma construgzo narrativa perfeita, verdadeiro edificio ‘de arquiteture renascentista colocada 20 servico da matéria épica narrada Bee ee) De acordo com as regras da epopela, o poeta usa um estilo culto e solene, adequado 8 natureza heroica dos factos narrados. Meena Na Proposigao, o poeta apresenia oprotagonista da epopeia, «a peito lustre Lusitania», herdi éoletivo comsosto por hersis indi* Viduais (Vasco da Gama e os narinheiros, no plano da Viagem, 0s Reis ¢ os herdis no plano dé Historia de Portugal Comandados por Vasco da Gama, os Portugueses enfrentam & vencem os medos @ 0s perigos com audcia, ousando navegar por «mares nunca danies navegadosm, guardados pelo terrivel ‘Adarnastor, ‘Aviagem que empreendem'é a do éaminho martimo,para a {ndia, mas representa muito mais do'que uma viagem geogré fica, € viager do confronto.comaé mites, do desventdamen- to dos segredos escondidos, a viagem Ua superagao. Ultrapas- Sando todos os obstéculos, os nautas ulrepassaram-se a si mesmos e & sua condiga de sbichos da Terra t3o pequenod», Concretizando oleria renascentista da renga nas capacidades doHomem. Merecem. pais, 0 prémio devido ao heréi épico, a imortalidade, simbolizade na coroa de lourds reéebida na ltha dos Amores, donde eles so mitificados, igualados 20s deuses, através da Unio com as ninfas, que thes transmiterh o conhecimento 60 * Obra composta por 10 cantos. + Estrofes: oitavas com esquema rimatico abababee. + Decassilabos predominantemente heroi- cos lacentos na 6 e 10. silabasl Eerclen ] ‘Apresentacsio do herbie do$ sous fe 49 peiloilustre Lusitano», 0 Lusiadas'= os Portuauéses, ue realizacam grandes feitos. {her6i cotetiva} ————) Pedido de inspiracdo as Tégides. Ry Pre eee Oferecimento do,poema ao Rei D. Sebas~ tido, Ry Quando a narragfo éomeca,na estrofe 19 do canto I, Viagern~ a¢30 central ~ esté ‘nama fase adiantada, pols @ armada de Vasco da Gana jé esth no aceana Indic, perto da costarde Mocambique. Esta op- fo narrativa segue as regras da epopcia Cldssica, ue determinam que a narracao deve iniiar-se in medias res. Assim, 3 maior parte do percurso da Viagem, de Lisboa até & costa oriental de Airce, ser8 narrada retrospetivamenie, em analepse por Vasco:da Gama a0 Rel de Melinde Também.de-atordo corh as regras da epopeia cléssica, a narrativa inclu diver= 50s eplsédlos. Cael 42S 8 Zaucaco Ua Luis DE CAMOES, OS LUSIADAS UN Rie Narragao histérica ‘3 PLANOS NARRATIVOS + 1 PLANO DE REFLEXAO AnarracSo de Os Lusiadas organiza-se em trés planos narratives articulados sem quebrar a unidade de acao. + 0 plano da Viagem de Vasco da Gama a {ndia é o plano central, pois é corn ele que os restantes se articulam. * 0 plano mitoléaico da intervenc3o dos deuses do Olimpo na Viagem, acompanhando sempre 0 seu desenvoli- mento. Esta intervengao é narrada em alternancia com a narrativa da Viagem. + 0 plano da Histéria de Portugal, que surge encaixado no plano central. Durante a Viagern, os navegadores s80 ‘acolhidos em Melinde e Vasco da Gama, satisfazendo o pedido do rei daquela cidade africana, conta-the a Histéria de Portugal. Jé na India, a armada portuguesa recebe a visita do Catual e, perante a sua curiosidade, Paulo da Gama conta-ihe factos da Histéria representados nas bandeiras. Finalmente, acontecimentos histéricos posterio- res & Viagem de Vasco da Gama s3o narrados por uma ninfa e por Tétis, na Ilha dos Amores. + 0 plano das reflexes do poeta - além dos trés planos narrativos, hd ainda o plano das reflexdes do poeta, maiori- tariamente situadas nos finals dos cantos, ¢ que constituem criticas, lamentacoes, desabafos, exortardes aos Portugueses. canto | ay eee ests, 105 | As traigdes e os perigos a que os navegadores est3o sujet justiicam o desabafo do poeta sobre a €105 | fragilidade da condicao humana, Esta reflexdo surge no final do canto |, quando o herdi ainda tem um longo caminho a percorrer, para superar a sua condicao de «bicho da terra tdo pequenon. ‘canto V, Fi fre 5 ests, Depois de mostrar o papal exemplar do canto na motivacao para a realizagio de feitos hervicos, o 92.0100 | poeta lamenta o facto de os Portugueses, contrariamente 20s povos da Antiguidade, desprezarem os Seus poetas. A falta de cultura dos Portugueses é responsével pela indiferenca que manifestam pela divulgagao dos seus feites que, se no tiverem postas que os canter, sero esquecidos. Apesar disso, o poeta, movido pelo amar da patria, reitera a seu propSsito de continuar a engrandecer, com 0s seus versos, as «grandes obras». canto Vi, a A a e213. 78 | Numa elexdo autobiografi ‘ poeta exprime desSnimo no prosseguimento da sua obra, depois de ‘uma vida de pobreza, desilusées, perigos do mar e da guerra, «Nua mao sempre a espada e noutra ‘a pena». Lamenta que em troca 6 tenha recebido ingratidao dos seus contemporaneos e alerta para 2 inevitSvelinibig3o do surgimento de outros poetas, em consequéncia de tais maus exemplos. ‘Ags seus contemporaneos acusa ainda de serem ambiciosos, dissimulados e exploradores do povo. FROMM Canto Vili —Critica ao poder do dinheiro ests. 9” |'0 poeta critica os seus contempar’neas subjugades ao poder do curo e enumera os seus efeitos a erniciosos: provoca derrotas, faz dos amigos traidores, mancha o que ha de mais puro, deturpa 0 onhecimento e a consciéncia, condiciona as leis, dé origem a dilamacées e a tirania de reis, corrom- pe os sacerdates. canto IX, 5 ests. 88° | Na sequéncla da entraga simbélica das coroas de louros aos marinheiros e a Vasco da Gama, na Ilha a9 dos Amores, o poeta aconselha os que querem alcancar a fama, exortando-os a despertar do adorme Cimento e do écio, a pér de lado @ cobica e a tirania, a serem justas e a lutarem pela patria e pelo rei 56 assim serdo eternizados como os marinheiros (serao tamibém snestaiiha de Vénus recebidos Eran canto x- Crit ests. 145 | «No mais, Musa, no mai 2 156 Pecunia “> Nos dltimas versos de Os Lusiadas, o poeta manifesta desdnimo na prossecugso do seu canto, 0 desalento advém de constatar que canta para «gente surda e endureci= a», mergulhada «no gosto da cobica ena rudeza / duma austera, apagada e vil tristeza». Assim & 0 Portugal do seu tempo. No entanto, © poeta revela orgulho nos que esto dispostos a reavivar a grandeza do pasado e espe- ranca de que o Rei os estimule para dar continuidade & glorficacao do «peitoilustre lusitano» e dar ‘matéria a novo canto, 0 poerna encerra com uma mensagem: a gloria do passado deverd ser enca- ada como exemplo presente para construir um futuro grandioso. Phaatie-sivce A aeace Ubevig 5p HISTORIA TRAGICO-MARITIMA | Misia Trégeo- Marita: | «As terriveis aventuras de Jorge de ‘Albuquerque Coetho (1565}» lexcer- tos) > Aventuras e desventuras dos Descobrimentos. see ed IGA LES Mirna a (Os Descabrimentos portugueses inispiraram uma vvasta literatura, que assumiv diferentes formas, + dirios de bordo; «= cartas descritivas; + grandes tratados hist6ricos, geogréficos @ bot8ni- cos; + relatos em folhetos de cordel: * obras literérias. A revelacao das novas paisagens e dé povos até entio desconhecidos, com os seus habites, cultura e reli- gies, bern como as aventures e tragédias das via- gens, deram origem @ um nimerp vastissimo de Qbras ainda hoje nao tétatmentelcorhecidas. Estes valiosos documentos dé uma época tinica tém valor iterério muito desigua. HISTORIOGRAFIA ‘Ao nivel da historiografia, destacam-se: = 0 Roteiro da Viagem de Vasco da Gama, de Atvaro Ve- tho (1497): ~ 3 Carta do Achamento do Brasil, de Péro Vaz de Ca- ‘minha (1500); = a Histéria do Descobrimento e Conquista da India, de Fernao Lopes de Castanheda (1551-1561); 25 Décadas de Joao de Barros (1552- vol. I. No que diz respeito a literatura, destacam-se, de for- ma esmagadore, duas obras: "0s Lusfadas, de Luls de Camées (1572), que gravou para sempre & face gloriasa dos Descobrimentos; e peregrinacao, de Fernao Mendes Pinto {escrita en- tre 1569 e 1578l, que nos dé o reverso dessa gloria. Rane A Histéria Trégico-Maritima é uma compitasao dos Telatos de naufragios ‘escritos entre 1852 e 1602 {precisamente nia época em que foram publicados 0s Lusiadas}.A coleténea, em dois volumes, foi organiza- da por Bernardo Gomes de Brito e,inclui relatos de varios autores, com diferentes estlos'e graus de cul- {ura. No entanto, 2 falte de unidade e uniformidade, ‘do ponto de vista iterdrio, &compensada pela auten- tieldade dos testemunhos, ja qué:o5 relatos foram escritos, pouco tempo depois de os naufragios terem ‘corrido, grande parte deles por um sobrevivente. 7 36 no século de Camées terdo morrido no mar mais de vinte mil homens ¢ s6 na carreira do-Bresil terd0 nauraigado 266 barcos. Da viagem de Vasco da Gama & India, apenas regressaram 38 dos 170 tripu- lantes, em 2 dos 4 navios; da armada de Pedro Alvares Cabral, perdéram-se 5 dos 13 navios; da vagem de circum-navegagae de Fernao de Magalhdes, 56 re- ‘gressou 1 des 8 navios, trazendo'apenas 18 dos 265 omens, entre os quais hao estava o capitso. Estes texemples dio a no¢ao da dimensao da tragédia mari- tims que acompanhou a gloriosa aventura. YA Histéria Trégico-Marftima mostra esta tragédia Coletiva feita de iniimeras tragédias individuais, reve~ lando as suas circunstancias e também as suas cau ‘sas: a5 exageradas. dimensdes das naus (que jé ti- fnham sido as melhores do mundo, a deficiente Construcso, 0 catregamento excessiyo, 0 desrespeito pelo calendério adequado 8 viager, a inexperiencia {a tripulagae-e, a maior de todas as causas. as stibi~ tas terpestades. Os relatos dos naufragios, com todo o horror que permitiam visualizer, erar muito apre- ciados na época ea sug publicagag avulsa constituia tum éxito editorial. Ones eects (ltt) Com o'tituto Nauffagio que passou Jorge dé Albuquer- ‘que Coetho, vindo do Brasil pare este Reyno no anno de 41565, Escrito por Bento Teixeira Pinto, que-se achou no dito naufrégia, toi edjtado o relato do naufrégio da nau Santo Ant6nio com mil exemplarés, numa época em {que atiragem média era mais bu menos de trezentos, 0 que feflete @ grande popularidade dos relatos de naufrégios. : Pual 1g shies E2scags eles

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