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FISIOLOGIA ll

15ª Aula – Reprodução e Funções Hormonais Masculinas e Femininas

Funções Reprodutoras Masculinas

1 – Espermatogénese
2 – Acto Sexual Masculino
3 – Regulação das funções reprodutoras masculinas

Espermatogénese

Ocorre nos túbulos seminíferos testiculares durante a vida sexual activa


(início aos 12 Anos, aprox.) por estimulação das hormonas gonadais
hipofisárias.

1- Túbulos seminíferos
2- Epidídimo
3- Canal deferente
4- Ampola deferente
5- Vesícula seminal
6- Canal ejaculatório
7- Uretra interna
8- Uretra

As paredes dos túbulos seminíferos contêm células epiteliais –


espermatogónias. Vão-se diferenciando até darem origem às células
espermatócitos. Estes sofrem duas rápidas meioses sem formação de
cromatídeo: espermatídeos. Estas células começam a alongar-se (ainda são
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células epitelióides) e originam umas células flageladas com uma cabeça,


colo e corpo: o espermatezóide.

O espermatezóide tem que sofrer um processo de maturação no epidídimo


(os dos T. seminíferos não têm capacidade de locomoção e são incapazes de
fertilizar o óvulo) – duração de 18H a 10 dias. Só após a ejaculação é que
ficam móveis. A motilidade é inibida por substâncias secretadas, enquanto
estão no interior do organismo masculino.

Os espermatezóides são armazenados no canal e ampola deferente e podem


aí permanecer conservados em boas condições durante meses (6).
Habitualmente, na vida sexual activa apenas permanecem algumas horas.

A velocidade de locomoção é de 1 a 4 mm/min e funcionam melhor em meio


alcalino ou neutro. Nos genitais femininos só duram 1 a 3 dias e só
apresentam motilidade quando o pH é de pelo menos 6.0-6.5 .

Vesículas seminais – erradamente, julgava-se serem o local de


armazenamento do esperma. Contudo, são apenas glândulas secretoras.

Próstata – segregam um fluído leitoso ligeiramente alcalino. Durante a


ejaculação a cápsula contrai-se simultaneamente com as paredes dos canais
deferentes.

Sémen – líquido ejaculado durante o acto sexual, pelo homem. É composto


por fluídos de: canal deferente, vesículas seminais, próstata e secreções
mucosas (gl. de Littré e Cooper).

A maior parte da composição provém de secreções da vesícula seminal


(60%) – que é o último fluido a ser ejaculado e serve para lavar o esperma do
canal ejaculatório. A média do pH é 7.5.

O líquido prostático neutraliza a discreta acidez das outras porções do sémen


e confere-lhe o aspecto leitoso. Produz ainda uma substância coagulante que
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se dissolve 15 a 20 min. após a ejaculação, por uma fibrinolisina também


produzida pela próstata.

O fluido das vesículas seminais e gl. mucosas, dão um caracter e


consistência mucóide ao sémen.

O aumento da temperatura diminui a espermatogénese. Assim, quando está


calor os testículos descem pelo escroto e no frio a musculatura do escroto
repuxa-os para mais próximo do corpo.

O volume médio do esperma ejaculado é de 3.5 ml com cerca de


120.000.000 / mm3 de espermatezóides (varia entre 35 a 200 milhões).

Causas de infertilidade:
- Baixo nº de espermatezóides (< 20 milhões)
- Forma anómala de espermatezóides (duas cabeças ou caudas anormais)
- Motilidade deficiente espermatezóides (imobilidade ou hipomotilidade do
flagelo)

A cabeça do espermatezóide produz hialuronidase e proteases, necessária


para remover o revestimento do óvulo (fecundação).

Acto Sexual Masculino

É um acto reflexo mediado e iniciado por estimulação psíquica e / ou física.


A glande do pénis é um órgão sensorial dotado de um sistema altamente
sensível, que transmite as sensações ao cérebro pelos nervos pudendos via
plexus sagrados e espinal medula, para áreas cerebrais mal conhecidas.
Também são transmitidos outros impulsos sinérgicos de áreas vizinhas:
epitélio anal, escroto e estruturas do períneo (aumentam a sensação sexual).
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Também se podem originar impulsos excitantes em estruturas internas,


quando estão irritadas ou inflamadas: uretra, bexiga, próstata, vesículas
seminais, testículos e canais deferentes.

A estimulação psíquica também exerce efeito sexual. Os pensamentos e os


sonhos eróticos aumento a sensação sexual, podendo mesmo levar à
ejaculação (emissões nocturnas dos adolescentes). O Stress pode inibir.

Estádios do acto sexual masculino

1 – Erecção: proporcional ao grau de estimulação (psíquica ou física),


mediada por impulsos Parasimpáticos (região sagrada). Dilatação arteriolar e
corpos cavernosos – veias sinusoidais. E, contracção venular.

2 – Lubrificação: Parasimpático estimula as glândulas de Littré da uretra e as


gl. bulbo-uretrais (Cooper) a segregarem muco. Importante para o prazer
masculino, mas pouco importante na lubrificação coital.

3 – Emissão e ejaculação: ponto culminante do acto sexual masculino.


Quando a estimulação é muito intensa L1 e L2 estimulam o SNS, o qual via
plexus hipogástrico, inicia a emissão que é o precursor da ejaculação. A
emissão inicia-se com a contracção do epidídimo, canal deferente e ampola,
causando a expulsão do esperma para a uretra interna. A contracção da
próstata e vesícula seminal expele o esperma para a uretra extra prostática,
misturando-se com o muco: sémen. Na ejaculação a uretra interna emite
sinais pelos nervos pudendos para a região sagrada que devolve com
contracções rítmicas dos m. esqueléticos que envolvem a base do pénis
expulsando o sémen para o exterior.
Regulação Hormonal

Os testículos produzem várias hormonas chamadas androgénios, mas a mais


potente e abundante é a testosterona. Produzida pelas células intersticiais de
Leydig, localizadas entre os tubos seminíferos (20% massa testicular)
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As células germinais são mais sensíveis aos raios X e calor que as de


Leydig, que continuam a produzir testosterona (após irradiação).

Testosterona – é fundamental para determinação dos caracteres sexuais


masculinos.

Os testículos são estimulados hormonalmente pela HGC – Hormona


Gonadotrofinacoriónica, produzida pela placenta e pelas FSH e LH
produzidas pela hipófise.

FSH – estimula a espermatogénese (a testosterona, também)


LH – estimula as células de Leydig a produzir testosterona
HGC – estimula os testículos fetais

Efeitos da testosterona
- Aumento de 8 x o tamanho do pénis, escroto e testículos.
- Caracteres sexuais secundários: distribuição pilosa, alopécia (factores
genéticos e hormonais), voz grave (hipertrofia da laringe), melanização
cutânea e acne (gl. sebáceas – secreções mais espessas),
desenvolvimento muscular, crescimento ósseo, aumento do metabolismo
basal, aumento do nº de G.V. , efeito mineralocorticóide.

Funções Reprodutoras Femininas


1 – Preparação do corpo para a concepção e gestação
2 – Período de gestação

O ovário produz um óvulo no meio de cada ciclo menstrual, expelindo-o para


a cavidade abdominal. É captado pela trompa do Falópio até ao útero. Se
houver fecundação implanta-se no útero, desenvolvendo-se um feto com
placenta e membranas fetais.

Os ovários na vida fetal desenvolvem um epitélio germinal, com células


epitelióides – células granulosas. Folículos primordiais – estes contém um
óvulo rodeado por células tecais e as células germinais
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À 30ª semana de gestação existem 7 milhões de folículos germinais, que


degeneram rapidamente e à nascença já só existem 2 milhões que estão
distribuídos pelos dois ovários. Na puberdade são apenas 300.000 . Ao longo
da vida só 450 destes folículos se desenvolvem e expelem o seu óvulo.

Na menopausa só um número reduzido destes folículos subsiste,


degenerando rapidamente.
Sistema Hormonal Gonadal Feminino

Hormona hipotalâmica
– GnRH

Hormona Pituitária
– FSH e LH

Hormona ovárica
- Estrogénios e progesterona

Os anos de reprodução da mulher são marcados por alterações cíclicas


mensais da secreção hormonal e correspondentes alterações nos ovários e
órgãos sexuais – ciclo menstrual ou sexual feminino.

A sua duração média é de 28 dias (20-45). Apenas um único óvulo é libertado


mensalmente. O endométrio uterino é preparado para a implantação do óvulo
fertilizado no momento adequado do mês.

As alterações ováricas dependem completamente das H. Gonadotrópicas


(FSH e LH). Na vida fetal os ovários funcionam estimulados pela HGC, na
infância ficam quiescentes até à puberdade.

FSH
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Crescimento folicular, alargamento da camada granulosa e das células tecais


(teca interna) e da sua cápsula (teca externa) que a separa da granulosa. As
células tecais internas segregam estrogénios enquanto as da granulosa
produzem progesterona. No início de cada ciclo o FSH (e também o LH)
estimulam o desenvolvimento de aprox. 20 folículos primordiais estimulando
principalmente as células da granulosa e, ainda, as da teca interna. Os
estrogénios desta e o LH amplificam as acções do FSH. Antes da ovulação,
um dos folículos desenvolve-se mais que os outros, enquanto os outros se
atrofiam. Deposita-se gordura na granulosa – Corpo amarelo ou Lúteo. O
folículo atinge 1 a 1,5 cm de diâmetro.

Ovulação

14 dias após o início da menstruação. Necessita de um pico de LH (6 a 8 X) 2


dias antes para estimular a libertação do óvulo com parte da sua teca para a
cavidade peritoneal. A LH é necessária para a fase final do crescimento
folicular. Não há ovulação sem o pico de LH.

No pico da LH a FSH também aumenta a sua concentração 2 x.

A LH vai transformar as células da granulosa e da teca em células luteínicas


que se vão progressivamente atrofiando, originando o Corpo Albicans, que
produz menos estrogénios e, mais tarde, diminui também a produção de
progesterona, provocando a menstruação dois dias depois de cessar a sua
produção. O Corpo Albicans é substituído por tecido conjuntivo.

Estrogénios
- Aumento do tamanho uterino na puberdade (2 a 3 x), trompas do Falópio
e vagina.
- Aumento do tamanho do monte de vénus e grandes lábios por depósitos
de gordura e hipertrofia dos pequenos lábios.
- Transformação do epitélio vaginal de cubital a estratificado (+ resistente)
- > nº células ciliadas nas trompas do Falópio
- Desenvolvimento gl. mamária (forma)
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- Crescimento ósseo, encerramento precoce das cartilagens de


crescimento
- > tx Metabolismo Basal (1/3 do sexo masculino)
- Depósitos de gordura: mamas, nádegas e ancas.
- Pele mais macia
- Anabolismo proteíco
Progesterona

- Promove função secretória do endométrio uterino


- Alts. das secreções das trompas do Falópio (nutrição do ovo)
- Alts. das secreções nos canais mamários e sua hiperplasia (coadjuvada
pela prolactina)
- Catabolismo proteíco

Ciclo Endometrial

Fase proliferativa (fase estrogénica) – re-epitelização do endométrio após a


menstruação (3-7 dias)

Fase secretória (fase progestagénica) – hipertrofia e aumento da secreção do


endométrio

Menstruação (4 dias) – 2 dias antes do ciclo terminar, as hormonas


estrogénios e progesterona diminuem bruscamente em circulação e
provocam a descamarão do endométrio.

Acto sexual Feminino


Depende de estimulação:
- Psíquica
- Sexual local (física)
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Estimulação Psíquica

Semelhante ao sexo masculino.

Estimulação Física

Massagem: região perineal, órgãos sexuais e tracto urinário (irritação)

O clitóris é o órgão sexual feminino com um sistema sensorial mais


desenvolvido e é fundamental no início das sensações sexuais físicas. É,
ainda, um órgão eréctil que entra em erecção mediada pelo SNPS. Também
existe uma erecção vulvar que ao contrair em volta do pénis, estimula-o.

Glândulas de Bartholin – Juxta pequenos lábios: secreção lubrificante.

Orgasmo Feminino

O clímax feminino é análogo à ejaculação do sexo masculino. Promove a


fertilização do óvulo. Contracção rítmica dos músculos perineais e aumento
da motilidade uterina e T. do Falópio (SNS e libertação de Oxitocina)

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