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Diretoria Geral de Apoio logístico

Manual de procedimentos ao processo administrativo sancionatório de empresas

Revisores
Alexandre Assumpção Salvador – Cel PM
Thiago Fernando Sardinha – Cel PM

Coordenador pedagógico
Vagner de Souza Vitaliano da Costa – Subten PM

Coordenação jurídica
Ingrid Amália da Silva Pinheiro Dantas – Adv.
Marilia Sousa Cristo chagas – Adv.

Designer gráfico
Gleyse Daniele de Sousa Menezes – Func. Civil

Relatores
Ester Cavalcanti Luciano – Major PM
Vagner de Souza Vitaliano da Costa – Subten PM
Silvia Carneiro de Campos – Cb PM
Gilbert da Silva Serafim – Func.
Civil

ANO/2020
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5
2 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITOADMINISTRATIVO ........... 6
2.1 Devido processo legal ............................................................................................. 7
2.2 Contraditório e ampla defesa ................................................................................... 8
2.3 Formalismo Moderado ............................................................................................ 8
3 DIREITO ADMINISTRATIVO SANCIONADOR ............................................. 10
3.1 Conceito de Sanção Administrativa ...................................................................... 10
3.2 Sanções Administrativas em Licitações e Contratos ............................................. 11
3.2.1 Advertência ........................................................................................................... 12
3.2.2 Multa ..................................................................................................................... 12
3.2.3 Suspensão Temporária .......................................................................................... 13
3.2.4 Declaração de Inidoneidade .................................................................................. 13
4 PROCESSO ADMINISTRATIVO NO ÂMBITO DA SECRETARIA DE
ESTADO DE POLÍCIA MILITAR ...................................................................... 15
4.1 A autoridade competente....................................................................................... 16
4.1.1 Recomendações para organização do processo ..................................................... 17
4.1.2 Roteiro do processo de sanção as empresas .......................................................... 18
4.1.3 Fluxograma do processo administrativo sancionatório ......................................... 19
4.2 Instauração, instrução e diligências....................................................................... 20
4.3 Notificação a Empresa .......................................................................................... 20
4.4 Revelia .................................................................................................................. 22
4.5 Relatório final ....................................................................................................... 22
4.6 Cálculo das multas ................................................................................................ 24
5 DECISÃO ADMINISTRATIVA .......................................................................... 29
5.1 Recursos administrativos ........................................................................................... 29
5.1.1 Análise do recurso ................................................................................................. 30
5.1.2 Registro e Publicação das sanções ........................................................................ 31
6 SISTEMA DE CADASTROS ............................................................................... 31
6.1 Sistema Integrado de Gestão de Aquisições (SIGA) ............................................. 31
6.2 Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) ........................... 32
6.3 Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP)................................................. 32
6.4 Sistema Integrado de Registro - CEIS/CNEP ....................................................... 32
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 34
ANEXO 1 – NOTIFICAÇÃO DE ABERTURA DE PORTARIA (OFICIO) ................ 36
ANEXO 2 – NOTIFICAÇÃO DE ABERTURA DE PORTARIA – PUBLICAÇÃO NO
DOERJ .................................................................................................................. 38
ANEXO 3 – TERMO DE RECEBIMENTO – CÓPIA DOS AUTOS ........................... 39
ANEXO 4 – TERMO DE REVELIA .............................................................................. 40
ANEXO 5 - ATESTADO ................................................................................................ 41
ANEXO 6 – OFÍCIO PARA SOLICITAÇÕES .............................................................. 42
ANEXO 7 – TERMO DE JUNTADA DE DOCUMENTOS ......................................... 43
ANEXO 8 – RELATÓRIO FINAL ................................................................................. 44
ANEXO 9 – DECISÃO ADMINISTRATIVA ............................................................... 47
ANEXO 10 – NOTIFICAÇÃO DA APLICAÇÃO DE PENALIDADE (DIÁRIO
OFICIAL) ............................................................................................................. 50
ANEXO 11 - NOTIFICAÇÃO DA APLICAÇÃO DE PENALIDADE ........................ 51
ANEXO 11.1 – NOTIFICAÇÃO DA APLICAÇÃO DE PENALIDADE (VIA OFICIO)
............................................................................................................................... 52
ANEXO 12 – RECONSIDERAÇÃO DE DECISÃO ADMINISTRATIVA ................. 54
ANEXO 13 – TERMO DE DILIGÊNCIA ...................................................................... 56
ANEXO 14 – TERMO DE ATA ..................................................................................... 57
ANEXO 15 – TERMO DE DECLARAÇÃO.................................................................. 58
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1 INTRODUÇÃO

Por causa da necessidade de regulamentar procedimento relativo à penalização de


fornecedores, em 2020 a Secretaria de Estado de Polícia Militar elaborou um manual de
Procedimentos com o propósito de orientar os usuários das atas de registros de preços, os fiscais
e gestores de contratos quanto ao procedimento de notificação aos Contratados e Fornecedores
da PMERJ. Detectada a infração dos dispositivos contratuais e editalícios, surge para
administração contratante, na pessoa do agente público que a constatou, o poder-dever de impor
à contratada as sanções previstas em lei, no edital, ata de registro de preços e no contrato.
Diante disso, este manual foi elaborado com o objetivo de orientar os servidores de
âmbito da Secretaria de Estado de Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, para que estejam
aptos a realizar a apuração de eventuais descumprimentos. A aplicação de quaisquer das sanções
precede um procedimento administrativo sancionador pautado nos princípios da
proporcionalidade e razoabilidade, de acordo, com a gravidade da infração. Não se pode
sancionar sem prévia notificação, e a instauração do processo legal, observando os princípios
do contraditório e da ampla defesa. É dever da Administração Pública a apuração das
irregularidades apontadas e a aplicação das sanções dispostas na Lei n. 8.666, de 1993 e na Lei
n° 10.520/2002.
O presente manual tem como objetivo traçar as diretrizes para instauração do processo
administrativo que visa à aplicação de sanção aos licitantes e contratados pela Secretaria de
Estado de Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e traz informações, conceitos e instruções
com o objetivo de facilitar e guiar os servidores delegados pelo Ordenador de despesas.
Utilizamos como base, os dispositivos legais do Decreto n° 45.600/2016, Decreto n°
43.643/2012, Lei n° 5.427/2009 e Manual para a aplicação de sanções nos casos de inexecução
parcial ou total dos contratos administrativos elaborado pela Procuradoria Geral do Estado
(PGE).
A elaboração deste Manual foi realizada pela equipe de assessória de gestão de contratos
da Diretória Geral de Apoio Logístico que buscou explicar de forma clara e objetiva as
hipóteses, critérios e prazos para a aplicação das sanções administrativas; para o referencial
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teórico foram utilizadas as literaturas especializadas, manuais de outros órgãos e legislações


aplicadas, sejam elas de âmbito Federal, Estadual e Municipal, bem como foram definidos
modelos de peças para a aplicação dos procedimentos de sanção, com a finalidade de
estabelecermos um padrão para apuração das infrações melhorando o controle e a utilização dos
recursos com o objetivo de proteger o interesse público.

2 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITOADMINISTRATIVO

Princípios são proposições básicas, fundamentais, típicas, que condicionam todas as


estruturas e institutos subsequentes de uma disciplina. São as bases, os preceitos de um
determinado ramo da ciência do direito, surgindo como parâmetro para interpretação e
aplicação das demais normas jurídicas.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello o Princípio é:

[...], por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele,


disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o
espirito e servindo de critério para a sua exata compreensão e inteligência exatamente
por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica
e lhe dá sentido harmônico. É o conhecimento dos princípios que preside a intelecção
das diferentes partes componentes do todo unitário que há por nome sistema jurídico
positivo.

Princípios são as diretrizes seguidas quando da análise e entendimento da matéria. Eles


estão atrelados em todo o ordenamento jurídico, desde a Constituição Federal de 1988 até as
demais normas infraconstitucionais.
O artigo 37 da Constituição Federal estabelece cinco princípios básicos que formam o
eixo balizar de todos os atos administrativos. A administração pública direta e indireta deve
seguir com rigor estes cinco princípios:

“Artigo 37 – A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]”

Conhecido pela sigla LIMPE estas são as finalidades dos cinco princípios
constitucionais da Administração Pública:
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 Princípio da Legalidade não só exige o cumprimento da lei, mas também determina que
os atos da administração pública devem estar previstos em lei. O ato é nulo se não houver
previsão legal.
 Princípio da Impessoalidade os atos administrativos devem ser imparciais, sem qualquer
tipo de privilégio, interesse ou discriminação.
 Princípio da Moralidade está ligado ao conjunto de regras que podem ser observadas
dentro de toda a administração pública, buscando praticar os atos administrativos de
maneira ética, com razoabilidade e justiça.
 Princípio da Publicidade a administração pública deve divulgar todos os seus atos, dando
conhecimento e garantindo a transparência.
 Princípio da Eficiência é aquele que busca uma gestão de recursos e serviços públicos,
uma administração que atenda aos anseios da sociedade, exigindo resultados positivos
na entrega do serviço público.

Em seguida, no que diz respeito aos processos administrativos, e aqui, mais


especificamente aos procedimentos disciplinares sancionatórios, é importante efetuar uma
análise de outros princípios fundamentais tais como o principio do devido processo legal,
contraditório e ampla defesa.

2.1 Devido processo legal

O princípio do devido processo legal refere-se a todo e qualquer tipo de processo,


portanto, também diz respeito ao processo administrativo sancionador. Este é o princípio mais
completo e por estarem relacionados aos demais princípios processuais não pode deixar de
merecer uma atenção especial do Administrador.
A Constituição da República, ao dispor sobre a Administração Pública e fixar os
parâmetros de sua atuação, indica os princípios que deverão nortear o processo administrativo.
De forma explícita, a Constituição estabelece em seu artigo 5º, LIV: “Ninguém será́ privado da
liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. A lei, para cada espécie de demanda,
deve apresentar expressamente uma forma processual de resolver a questão. Quando se fala no
devido processo legal, como sugere a própria expressão, estamos
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diante de uma série de princípios e normas legais e constitucionais que garante a todos o direito
a um processo com todas as etapas previstas em lei. O devido processo legal está associado à
ideia de um processo justo, sob os ditames da razoabilidade e da proporcionalidade e que
permita ampla participação das partes e a efetiva proteção dos seus direitos.

2.2 Contraditório e ampla defesa

A ampla defesa e o contraditório são as bases do devido processo legal. A característica


principal do contraditório e da ampla defesa consiste no direito do interessado acessar a todas
as informações que integram os autos do processo administrativo a fim de se defender,
manifestando seu ponto de vista, produzindo todas as provas aceitas e dispostas no ordenamento
jurídico, para a efetivação de sua defesa. Os princípios do contraditório e da ampla defesa estão
expressos no inciso LV, artigo 5º, da Constituição Federal de 1988:

Artigo 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
[...]
LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;

Os responsáveis pela condução dos trabalhos de apuração de irregularidades devem ter


atenção redobrada no momento de recusar a produção de uma prova ou de rejeitar um
questionamento feito durante os atos do processo administrativo sancionador, pois a violação
dos princípios do contraditório e da ampla defesa pode gerar nulidades que maculem todo o
processo.

2.3 Formalismo Moderado

O princípio do formalismo moderado é a adoção de formas simples e suficientes para


propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados e das
formalidades essenciais à garantia de seus direitos e aos ritos processuais, nisto podemos
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observar no art. 2° da Lei n° 5.427/2009 princípios que norteiam à temática e diz:


“O processo administrativo obedecerá, dentre outros, aos princípios da transparência,
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, impessoalidade, eficiência,
celeridade, oficialidade, publicidade, participação, proteção da confiança legítima e
interesse público”.

Para Odete MEDAUAR, O princípio do formalismo moderado,

[...] consiste na previsão de ritos e formas mais simplificadas, suficientes para


propiciar um grau de certeza, segurança, respeito aos direitos dos sujeitos, o
contraditório e a ampla defesa. Traduzindo-se na exigência de interpretação flexível e
razoável quanto a formas, para evitar que estas sejam vistas como fim em si mesmas,
desligadas das verdadeiras finalidades do processo. (grifo nosso).

Dentre os princípios do art. 2° da Lei n° 5.427/2009 destacamos celeridade no decurso


do trâmite processual, tanto quanto razoabilidade e proporcionalidade ao administrado. Isso
significa que “(...) a Administração não poderá ater-se a rigorismos formais ao considerar as
manifestações do administrado (MELLO, 2003, pág. 464). Nesse sentido, “(...) o processo
administrativo deve ser simples, despido de exigências formais excessivas, tanto mais que a
defesa pode ficar a cargo do próprio administrado, nem sempre familiarizado com os meandros
processuais.” (MEIRELLES, 2003, pág. 660).
Do mesmo modo, a defesa apresentada pelo acusado deve ser considerada,
independentemente, da forma utilizada, sendo necessário somente que a peça contenha os
requisitos mínimos para que seja apreciado pelas autoridades competentes, adotando, no que for
possível, o formalismo moderado, sem prejuízo ao adequado prosseguimento do processo
administrativo sancionador, e em menor lapso temporal possível que é objetivo maior do
principio do formalismo.
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3 DIREITO ADMINISTRATIVO SANCIONADOR

Antes de iniciar o estudo a respeito do procedimento administrativo sancionador e


visando o bom andamento do processo, torna-se evidente a necessidade da definição e a
introdução de noções básicas sobre o procedimento licitatório. Licitação é um procedimento
administrativo pelo qual a Administração Pública seleciona interessados em fornecer bens e
serviços, estabelecendo uma competição para celebrar um contrato com quem oferecer a melhor
proposta. De acordo com a Lei n° 8.666, de 1993, estão subordinados ao procedimento
licitatório toda a administração direta, administração indireta, além das demais entidades
controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

No âmbito das relações contratuais firmadas entre o Poder Público e particulares, a


adoção de medidas saneadoras de infrações encontra respaldo em normas cogentes inseridas
nos diplomas legais que regulam a matéria, em especial a Lei n. 8.666/1993 (Lei de Licitações
e Contratos Administrativos) e a Lei n. 10.520, de 17 de julho de 2002 (Lei do Pregão).
Deste modo, é dever da administração pública analisar as supostas transgressões
contratuais ou pré-contratuais realizadas pelos particulares no decorrer do processo
administrativo com a conseqüente abertura de procedimento à apuração de responsabilidade
administrativa do infrator, se assim não fosse, estaria em jogo o regular andamento da máquina
pública, bem como o interesse público, bem maior, objeto da relação contratual entre o
particular e a administração pública. Podendo, assim, implicar ou até estimular a práticas ilegais,
abusivas e indevidas, que tenham condição de gerar dano ao interesse, e ou, ao erário público.

3.1 Conceito de Sanção Administrativa

As infrações e sanções administrativas são assunto do cotidiano de qualquer pessoa,


física ou jurídica, isto é, todos, indistintamente, estão sujeitos à eventual incursão em uma
infração administrativa, o que, por decorrência (lógico-jurídica), abre espaço para o exercício
ordinário do dever-poder administrativo sancionador, ou seja, a compreensão do tema importa
11

– e muito – tanto para quem precisa se defender como para aqueles incumbidos da obrigação
de apurar a falta e impor a sanção correspondente, “por questões de necessária segurança
jurídica e mesmo de justiça”. A infração ou ilícito – como ordem jurídica que é:

“é uma daquelas situações que serve para comprovar que o Poder Disciplinar não se
confunde com o Poder Hierárquico. De fato, pelo Poder Hierárquico a Administração
emite ordens, por exemplo, as quais, se descumpridas, levarão à aplicação de sanções
ao infrator. Apesar de não existir hierarquia formal entre o contratado e o Estado, o
vínculo especial formado a partir do contrato permite que a Administração assim
proceda, punindo o faltoso, especialmente em razão da necessidade de preservação do
interesse público”. (BORGES, 2014)

Melhor dizendo, a infração é a causa lógico-jurídica da imposição da sanção, de modo


que os comportamentos previstos pelo ordenamento jurídico somente serão erigidos a essa
categoria (de infração) se a eles restar atrelada uma específica consequência jurídica, a

sanção. Sendo assim, há ilícitos (jurídicos) de diferentes naturezas (como o penal,


administrativo, militar, de improbidade administrativa etc).
Demais disso, infração e sanção “são temas indissoluvelmente ligados”, e, em regra,
como faces de uma mesma moeda, de modo que a uma previsão normativa, geral e abstrata, de
uma infração (o antecedente) faz-se associar a resposta jurídica correspondente (o consequente),
qual seja, a sanção cabível. O objetivo deste verbete é apresentar a temática sob a perspectiva
do Direito Brasileiro, ou seja, do ordenamento jurídico nacional em vigor.

3.2 Sanções Administrativas em Licitações e Contratos

Dentro das Sanções Administrativas previstas pela Lei de Licitações, Lei n. 8.666 de
1993, nos artigos 86 e 87, constam as seguintes: Advertência, Multa, Suspensão Temporária e
Declaração de Inidoneidade.
As sanções são vinculadas a fatos executados em tempo, quantidade, formalidades
documentais e outros estabelecidos e acordados previamente em Licitações, pregões finalizado
no contrato. Diante do exposto, e ocorrendo tal inexecução contratual a autoridade competente
(Ordenador de despesas), analisando sob a ótica dos princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade, fará recomendação da aplicação da sanção relacionando a conduta infratora, e
sempre, assegurando o contraditório e a ampla defesa.
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3.2.1 Advertência

A pena de Advertência é aquela que restringe em menor grau, ou seja, é a mais branda
das penas, devendo ser reservada para as infrações mais leves, que não acarretam prejuízo de
menor gravidade à Administração Pública. Considerando que a sanção de advertência pode não
cumprir a finalidade preventiva, a reincidência poderá, em alguns casos, ensejar outra pena
mais severa, não pela repetição da conduta em si, mas com intuito de alcançar a reprovabilidade
da conduta diante de determinada situação concreta, alcançando outra finalidade, que é o caráter
repressivo da sanção.
A advertência é uma hipótese de penalidade a ser aplicada ao final de um procedimento
administrativo, não se deve utilizar a advertência como substitutivo da

notificação que é a convocação de um licitante/contratado para se manifestar nos autos. Apesar


de a sanção de advertência corresponder à infração de menor potencial ofensivo aos interesses
da Administração, para sua aplicação é indispensável à instauração do devido processo
administrativo, observados o contraditório e a ampla defesa.
A aplicação da advertência é uma comunicação oficial da administração, é o registro de
possíveis descumprimentos de deveres e obrigações, quanto a pequenas falhas na execução do
contrato. Os principais efeitos da aplicação dessa penalidade implicam em uma fiscalização
mais rigorosa por parte da administração e a aplicação de uma penalidade mais severa em caso
de reincidência.

3.2.2 Multa

A multa corresponde a uma sanção pecuniária que se justifica pelo descumprimento de


dever legal ou contratual, destinada à punição do contratado ou licitante que tenha deixado de
honrar suas obrigações contratuais, sendo a única que possui natureza pecuniária podendo ser
acumulada com as outras sanções observando sempre os dispositivos legais para tais ações como
descreve o art. 73 da, Lei Estadual n° 5.427/2009 :

Art. 73. Na aplicação de multas serão observadas as seguintes regras:


I - se o infrator, cumulativamente, não for reincidente na prática de infrações
administrativas, não tiver agido com dolo e não tiverem ocorrido circunstâncias
agravantes, o valor da multa não poderá ultrapassar um terço do valor máximo
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previsto para a respectiva infração, não podendo, em qualquer caso, ser inferior ao
mínimo previsto;
II - se, além dos elementos previstos no inciso anterior, a infração for cometida por
pessoa física, microempresa ou empresa de pequeno porte, o valor da multa não poderá
ultrapassar um quarto do valor máximo previsto para a respectiva infração, não
podendo, em qualquer caso, ser inferior ao mínimo previsto.

A aplicação desta tem caráter punitivo, não afastando a responsabilidade do contratado


pelas perdas e danos que as infrações causaram, tendo como objetivo trazer uma compensação
pelos prejuízos causados à Administração. As previsões contidas no inciso VII do artigo 55, no
artigo 86 e no inciso II do artigo 87, da Lei n. 8.666 de 1993 e no artigo 7º da Lei n.10.520, de
2002 impõem que, para que a sanção de multa possa ser cobrada, ela deve estar previamente
prevista no Edital ou no Contrato.

Além disso, de acordo com a doutrina, as multas também devem estar previamente
dispostas em formas de percentuais, os quais incidirão como parâmetros mínimos e máximos,
que serão aplicados de acordo com a gravidade da infração, a depender de cada caso concreto.
Para a aplicação da sanção de multa, a autoridade competente deve identificar os itens do Edital
e as cláusulas contratuais em que consta a previsão da aplicação, descrevendo no Relatório o
percentual e o valor calculado da multa a ser aplicada.

3.2.3 Suspensão Temporária

É uma sanção, aplicada no caso do contratado cometer infração grave, que restringe
temporariamente a empresa de se habilitar em certames licitatórios ou contratar com a
Administração Pública. Os efeitos são de restringir temporariamente o direito de o particular
participar de licitações ou contratar com o poder público pelo prazo máximo de 2 (dois) anos.

3.2.4 Declaração de Inidoneidade

A Declaração de Inidoneidade tem assento no inciso IV do artigo 87 da Lei n. 8.666 de


1993 e é considerada a mais grave das sanções, sendo que o texto normativo somente
estabeleceu um prazo mínimo para os efeitos da declaração de inidoneidade. Esta sanção é
aplicada pela Administração ao particular em virtude de descumprimento total ou parcial do
contrato ou no caso de ocorrência da prática de alguma conduta prevista no artigo 88 do
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mesmo diploma legal.

Lei n. 8666 de 1993


Artigo 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão também
ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos regidos por
esta Lei:
- tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude
fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
- tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;
- demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em virtude
de atos ilícitos praticados.

Os efeitos persistirão enquanto durarem os motivos que determinaram a punição ou até


que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade,
conforme § 3º do artigo 87 da Lei n. 8.666, de 1993, a qual será concedida sempre que o
contratado ressarcir a administração pelos prejuízos resultantes, e após decorridos 2 (dois) anos
da aplicação da penalidade. A PGE em seu manual para aplicação de sanções nos casos de
inexecução parcial ou total dos contratos administrativos esclarece que “a aplicação das
sanções com base no art. 88 da Lei nº 8.666/1993 pressupõe a prática de um ato doloso pelo
contratado, ou seja, a intenção de praticar o ato contrário à lei, ao edital ou ao contrato. A
atuação culposa, ainda que de natureza grave, não autoriza a aplicação de sanção com
fundamento no referido dispositivo legal.” (pág. 17)
Dessa maneira, a extinção dos efeitos da sanção de declaração de inidoneidade, ao
contrário da suspensão temporária, não se produz de modo automático pela simples sucessão
do prazo, dependendo de ato administrativo formal, mediante requerimento expresso de
reabilitação formulado pelo apenado, o qual somente poderá ser pleiteado depois de decorrido
o prazo mínimo de dois anos da aplicação da sanção e desde que tenha ocorrido o ressarcimento
dos danos suportados pela Administração. Quanto ao âmbito de efetividade da sanção, a
jurisprudência dominante entende que a declaração de inidoneidade importa em impossibilidade
de participar de licitações ou de contratar com a Administração Pública direta ou indireta de
qualquer dos entes federados.
Do mesmo modo que na aplicação da sanção de suspensão, ao recomendar à aplicação
da sanção de inidoneidade a autoridade competente deve buscar atender aos princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade, em conformidade e na medida da infração cometida.
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4 PROCESSO ADMINISTRATIVO NO ÂMBITO DA SECRETARIA DE ESTADO


DE POLÍCIA MILITAR

Tendo em vista que a Lei n. 8.666 de 1993 limitou-se apenas em apresentar os aspectos
gerais sobre o processo administrativo sancionador, a Secretaria de Estado de Polícia Militar,
com intuito de estabelecer normas regulamentares sobre os procedimentos administrativos
relacionados ao processo administrativo de sanção de empresas, editou e publicou o Decreto nº
45.600 - 16 de Março de 2016. E no seu art. 12 e 13 versa o seguinte:

Art. 12 – Cabem ao gestor do contrato às atividades gerenciais, técnicas e


operacionais que compõem o processo de contratação, em especial as seguintes: (...)
IV – deflagrar os procedimentos de fiscalização ao adimplemento do objeto
contratado, a serem executados pelo fiscal do contrato;
V – prover o fiscal do contrato das informações e dos meios necessários ao exercício
das atividades de fiscalização e supervisionar as atividades relacionadas ao
adimplemento do objeto contratado; (...)
XIII – comunicar à autoridade competente e aos setores de interesse os eventuais
atrasos e os pedidos de prorrogação dos prazos de entrega e de execução do objeto;
(...)
XXIII – sem prejuízo das atribuições do(s) fiscal(is) do contrato, notificar à contratada,
estabelecendo prazo para o fel cumprimento das obrigações contratuais ou para que dê
início à correção dos defeitos ou desconformidades com o objeto da contratação,
constatados durante a sua execução ou após o recebimento provisório, bem como
informar à autoridade competente
as ocorrências que possam gerar dificuldades à conclusão do objeto.
Art. 13 – Cabem aos fiscais do contrato às atividades relacionadas ao
acompanhamento da execução do objeto do contrato, em especial as seguintes: (...) II
– criar o Registro de Ocorrências, em meio físico ou informatizado, para lançar as
ocorrências relacionadas à execução do contrato;
III – registrar as inspeções periódicas efetuadas, as faltas verificadas na execução do
contrato, as providências exigidas e as recomendações efetuadas, bem como as
soluções adotadas pela contratada;
IV – abrir processo administrativo para acompanhamento e fiscalização da execução
do objeto do contrato, especialmente quando se tratar de fiscalização de contratos de
instrumentalização obrigatória na forma do artigo 62 da Lei nº 8.666/93; (...)
XII – verificar se a contratada está cumprindo todas as obrigações previstas no Edital
de licitação e no instrumento de contrato e seus Anexos;
XIII – verificar se estão sendo atendidas as especificações contidas nos planos,
projetos, planilhas, memoriais descritivos, especificações técnicas, projeto básico,
termo de referência, assim como os prazos de execução e de conclusão, devendo
solicitar ao preposto da contratada a correção de imperfeições detectadas;
XIV – verificar se o material fornecido ou utilizado guarda consonância com o
oferecido na proposta e especificado pela Administração e se foram cumpridos os
prazos de entrega; (...)
XVII – constatar se a execução do objeto contratado está sendo prestada no local
estipulado no contrato, com a correta utilização dos materiais e equipamentos;
16

Assim como, também estabeleceu a Resolução SEPM nº 190 de 30/09/19, e DOERJ nº


189 de 04/10/2019 que versam sobre delegação e competências para praticar atos de gestão
orçamentária e financeira, no âmbito da Secretaria de Estado da Polícia Militar.

4.1 A autoridade competente

A autoridade competente designada para apurar os fatos descritos na portaria de


instauração do processo, deverá exercer suas atividades com independência e imparcialidade,
tendo por principal atribuição praticar os atos necessários ao desenvolvimento do processo e
devem zelar pelo sigilo das informações, atuando de forma isenta e cumprindo com os preceitos
da moralidade. Deve preservar pelo sigilo peculiar de determinados documentos eventualmente
juntados, a exemplo daqueles constantes de processo judicial que tramitam em segredo de
justiça; ou acobertados por sigilo fiscal e bancário, telefônico, telemático, de correspondência;
ou ainda informações relativas à intimidade, a vida privada, a honra, e a
imagem das pessoas. O acesso ao processo administrativo restringe-se, aos interessados no
processo, ou seja, o indiciado, seu procurador e à Administração Pública. É recomendável que
seja juntada ao processo administrativo a cópia ou original de requisição de documentos de
órgãos solicitantes, como Tribunal de Contas, Ministério Público, Polícia Federal, entre outros.
A autoridade competente possui a incumbência de instruir e conduzir os processos de
forma objetiva e respeitando os princípios já enumerados anteriormente neste manual. Além
disso, possui amplos poderes no que concerne a produção de provas, juntada de documentos e
elementos probatórios da ocorrência do ato imputado a outra parte, possui caráter investigativo
e deve conduzir suas atividades seguindo ritos e formalidades próprias da Administração
Pública. É recomendável que a autoridade competente, em suas deliberações ou atos, não realize
juízo de valor acerca da eventual responsabilidade do que está sendo investigado.
A seguir descrevemos as principais atividades da autoridade competente, destacando que
durante a instrução processual pode ocorrer à necessidade de documentação complementar
durante o percurso do processo. Importante destacar que os elementos probatórios apresentados
no processo administrativo tem como objetivo demonstrar a verdade real, ou seja, a autoridade
competente deve engendrar todos os esforços no sentido de chegar à
17

realidade dos fatos narrados, a fim de evitar nulidades processuais ou a aplicação de sanções
de forma arbitrária.

4.1.1 Recomendações para organização do processo

 Analisar atentamente a Portaria de Instauração do Processo de Sanção de Empresas e


verificar se todos os dados correspondem aos fatos relacionados nos documentos (Nome
e CNPJ da Empresa, Edital, Contrato, Ofícios, Notificações, entre outros) e informar a
necessidade de correção.
 O documento que inicia o Processo é a Portaria de Instauração do processo de sanção
de empresas;
 Todas as páginas devem ser numeradas em ordem crescente, carimbadas e rubricadas
pelo Oficial encarregado. Caso necessário renumerar as folhas, deve-se passar um traço
na aposição de número incorreto mantendo-o legível. A numeração deve ser
aposta a partir da folha seguinte à capa dos autos a página n. 01 é a Portaria de
Instauração do processo de sanção de empresas (não numerar a capa), Essa regra não se
aplica aos processos que tramitam de forma eletrônica (SEI);
 Ao receber documentos não produzidos pelo oficial encarregado, o ordenador de
despesas deve despachar ordenando a sua juntada, com identificação da data de
recebimento e Termo de Juntada;
 Ao se completar 200 folhas, recomenda-se a abertura de novo volume. Havendo a
juntada de documento que exceda as 200 folhas dos autos do processo, recomenda-se a
abertura de um novo volume, evitando-se, sempre que possível, o desmembramento do
documento. A numeração das folhas dos autos de um novo volume corresponderá à
sequência do volume anterior, essa regra não se aplica aos processos que tramitam pelo
formato digital (SEI);
 Em caso de documentos de tamanho inferior a uma folha A4, recomenda-se que sejam
colados ou grampeados a uma folha em branco A4 (devidamente numerada e rubricada,
caso o processo tramite pelo Sei a recomendação é a mesma), cuidando-se para que se
possibilite a consulta do verso do documento quando necessário. Documentos com
tamanho superior ao de uma folha devem ser dobrados.
18

4.1.2 Roteiro do processo de sanção as empresas

 Configurada a infração contratual – Esgotadas as tentativas de regularização


(notificação prévia); o Gestor do Contrato solicita a Instauração de Processo
Administrativo de Sanção de Empresas ao Ordenador de Despesas;
 O Ordenador de despesas, após análise dos autos, pode promover a instauração do
processo se considerar pertinente nomeando, em seguida, o Oficial encarregado para o
trabalho investigatório;
 Oficial encarregado notifica a empresa na forma do art. 22, §§ §§ 3º e 4º da Lei nº
5.427/2009- para possibilitar a defesa, e vista aos autos quando solicitado, com prazos
de 05 (cinco) dias úteis, na forma do art. 87, § 2° da Lei n°8.666/199325 e art. 86, § 2°
do Decreto n° 3.149/1980 e 10 (dez) dias, na forma do art. 87, § 3° da Lei n°
8.666/199327 e do art. 86, § 6° do Decreto n° 3.149/1980; ;

 Termo de revelia – se após o prazo para apresentação de defesa, após a Notificação por
Ofício ou Edital, a empresa não apresentar Defesa declara-se a Revelia (juntar no
processo).
 Oficio – Diligência – diligência para buscar informações, promover investigação e
requisitar documentos necessários a elucidação dos fatos.
 Certidão de juntada de defesa – para certificar se a defesa foi enviada dentro do prazo
estabelecido (juntar no processo).
 Recursos e prazos: Advertência, multa, suspensão temporária de participação em
licitação e impedimento de contratar com a Administração Pública do Estado do Rio de
Janeiro e impedimento de licitar e contratar com a Administração Pública do Estado do
Rio de Janeiro: 05 dias úteis (art. 109, § 4° da Lei n° 8.666/1993); Licitações na
modalidade convite: 02 (dois) dias úteis (art. 109, § 6° da Lei n° 8.666/1993);
 RELATÓRIO FINAL – O Relatório final é peça informativa e opinativa que deverá
conter o resumo do procedimento e conclusão fundamentada pelo Oficial encarregado à
aplicação da sanção ou arquivamento do processo, posteriormente é remetido e
submetido à autoridade superior para as providências cabíveis.
19

4.1.3 Fluxograma do processo administrativo sancionatório


20

4.2 Instauração, instrução e diligências

Publicada a Portaria de instauração do Processo Administrativo, pois foi Configurada a


infração contratual e esgotadas as tentativas de regularização (notificação prévia), a autoridade
competente deverá proceder ao início dos trabalhos e a instrução do processo. Todos os
documentos juntados aos autos deverão ser organizados em ordem cronológica de juntada,
numerados e rubricados (exceto seja tramitado via SEI). A organização do processo deve ser
considerada como de relevante importância, para que ambas as partes possam compreender o
andamento correto do processo.
As diligências em processos administrativos visam esclarecer os fatos narrados no
requerimento de abertura do processo, bem como fundamentar o relatório final para que sejam
cumpridos os princípios da motivação, razoabilidade, proporcionalidade e outros que couber.
A autoridade competente tem a competência de promover diligências a fim de esclarecer
os fatos e agir com segurança na elaboração do Relatório Final. Igualmente, cabe destacar que
as informações ou documentos requeridos devem ser solicitados de forma detalhada e
minuciosa com o intuito de dirimir todas as dúvidas que possam surgir por parte do destinatário.
Isso faz com que as informações que serão respondidas sejam completas e, assim, evita-se a
necessidade de requerer informações complementares. As diligências fazem parte da instrução
do processo e colabora para um maior convencimento para aplicação das sanções a empresa.

4.3 Notificação a Empresa

De posse do Processo Administrativo, a autoridade competente (aquela para quem foi


enviado o processo de penalização) deverá comunicar ao contratado a intenção da
Administração de lhe aplicar as sanções administrativas previstas na legislação em vigor,
através da apresentação de Defesa Prévia, no prazo de cinco dias úteis, contados a partir do
recebimento da comunicação, conforme estabelece o parágrafo segundo do Art. 87 da Lei nº
8.666/93, dessa forma assegura-se ao particular o direito ao contraditório e ampla defesa.
O comunicado acima deverá ser feito por meio de Ofício de Notificação (Anexo 2), o
qual deverá ser criado no SEI, se assim o processo estiver seguindo, impresso e entregue
pessoalmente, ou pelos serviços de correios, aos representantes legais da contratada, não
21

devendo ser esquecida a devida comprovação de recebimento (recibo de entrega ou aviso de


recebimento - AR) que deverá ser digitalizada e anexada ao processo eletrônico como
documento externo. Caso restem infrutíferas as tentativas de entrega acima mencionadas, os
documentos poderão ser encaminhados por meio eletrônico, contando o prazo para defesa
prévia a partir da resposta confirmando o recebimento da mensagem por parte do contratado.
Não havendo sucesso na tentativa de comunicação por e-mail, deverá ser publicada a
intimação no Diário Oficial da União, quando começará a contar o prazo para apresentação da
defesa, nos termos do art. 87, da Lei nº 8.666/93. Deverão constar na notificação o que preceitua
o manual para a aplicação de sanções nos casos de inexecução parcial ou total dos contratos
administrativos – Seção 6.3 da expedição de notificação ao contratado para apresentação de
defesa pág 29.

A autoridade competente não deverá esquecer-se de mencionar na notificação que o


contratado terá um prazo de cinco dias úteis, contados a partir da data seguinte a do recebimento
do referido comunicado, para apresentar a sua defesa e para indicar as provas que desejar
produzir. Deverá ser informado ao contratado que a vista ao processo administrativo que
originou aquele procedimento encontrar-se-á aberta desde a data de recebimento daquela
notificação. Na Notificação também poderá constar a faculdade de a empresa encaminhar por
e-mail à defesa prévia, a fim de garantir sua tempestividade, mantida a obrigação de encaminhar
o documento original via correio.
Observe-se que até este momento, a Administração não está aplicando qualquer sanção
ao contratado, havendo apenas a intenção em penalizá-lo, já que o contratado tem o direito à
prévia defesa. Por isso, não é aconselhável, neste ponto, definir o tipo de sanção que
22

lhe será imposta, pois a gravidade dos fatos apurados poderá ser alterada em razão das
justificativas apresentadas pelo contratado em sua defesa.

4.4 Revelia

Decorrido o prazo previsto, caso a empresa não apresente a defesa prévia será declarada
a revelia. Revelia é um termo jurídico que caracteriza o não comparecimento do acusado para
julgamento, ou, a não apresentação de sua defesa escrita. A autoridade competente deve estar
atenta aos prazos e modelos de notificação, para que a empresa tenha garantido o seu direito ao
contraditório e ampla defesa. Destaca-se que a revelia só deve ser declarada depois da
confirmação de notificação da empresa, de todas as formas cabíveis, e após deverá então
formalizar a revelia através da confecção do Termo de Revelia, que deve ser juntado ao
processo.

4.5 Relatório final

Para elaboração deste documento a autoridade competente deverá estudar


minuciosamente todas as informações juntadas aos autos, e sempre que algum trecho ou
informação que conste nos autos do processo for citado, direta ou indiretamente, no relatório se
faz necessário informar em qual página consta esta informação, bem como identificar todos os
fatos que acarretaram a instauração do processo, analisar os documentos de forma imparcial,
procurando identificar e materializar a conduta faltosa e ou prejuízos causados a administração
pública pela inexecução contratual parcial ou total inobservada pela empresa.
Ao final a opinião emitida poderá solicitar o arquivamento do processo sem a imputação
de pena, se, a juízo do superior da autoridade competente não forem encontrados elementos
seguros e significativos que ensejem na aplicação das sanções previstas.
De mesmo modo, caso fique comprovado que a contratada ou licitante descumpriu com
as cláusulas contratuais e cometeu atos que contradizem as regras do edital de licitação ou do
contrato firmado, a autoridade competente deverá manifestar sua opinião e indicar ao seu
superior qual a punição entendida para os fatos que são imputados.
23

lhe será imposta, pois a gravidade dos fatos apurados poderá ser alterada em razão
das justificativas apresentadas pelo contratado em sua defesa.

Importante salientar a abrangência das penalidades de suspensão e impedimento de


licitar, enquanto a suspensão atinge apenas o órgão que aplicou a penalidade, o impedimento
atinge toda a esfera administrativa, em outras palavras, caso a PMERJ penalize uma empresa
com a pena de suspensão, esta empresa continuará atendendo aos demais órgãos da esfera
Estadual, apenas não poderá atender a PMERJ. Caso o PMERJ penalize uma empresa com a
pena de impedimento de licitar, esta estará impedida em toda a esfera Estadual e não apenas na
PMERJ. Tais diferenças devem ser levadas em consideração no momento de dosar a pena a ser
aplicada, de acordo com as circunstâncias peculiares de cada caso concreto.
Imperioso destacar que o manual da PGE orienta em sua pag. 21 o seguinte:

“A Autoridade Competente não pode aplicar as sanções previstas no art. 87 da Lei n°


8.666/1993, em detrimento da estabelecida no art. 7° da Lei n° 10.520/2002.
A Autoridade Competente não poderá aplicar as sanções previstas no art. 87 da Lei n°
8.666/1993, no caso de contratos precedidos de licitação na modalidade pregão, se a
conduta do contratado se enquadrar em uma das infrações descritas no art. 7° da Lei
n° 10.510/2002.
Nesse caso, a sanção foi previamente escolhida pelo legislador, cabendo à Autoridade
Competente apenas fixar o prazo pelo qual perdurará o impedimento de licitar e
contratar e o descadastramento no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de
fornecedores2.
Dessa forma, as sanções previstas no art. 87 da Lei nº 8.666/1993 somente poderão
ser aplicadas se a conduta do contratado não estiver descrita no art. 7º da Lei nº
10.520/2002.”

A autoridade competente deve estar ciente da instrução citada acima e das sanções
cominadas que a empresa na sua conduta de inexecução do contrato infringido. E para melhor
entendimento sobre cominação nos aspectos a serem apurados, Delmo (2011) define que:
“Cominar tem a significação de ameaçar com pena, em caso de infração. Por isso, pena cominada
é aquela que a lei prevê como sanção para determinado comportamento. Tanto faz, pois, dizer-
se pena cominada como pena prevista em lei.”
24

4.6 Cálculo das multas

É importante para o oficial encarregado ter um parâmetro para o calculo das multas no
processo de apuração sancionatório, porque dentro da administração pública trâmitam muitos
processos e para que haja razoabilidade e proporcionalidade em multas a serem aplicadas, veremos
nesse tópico, as leis que regem as condutas e ou as tipicidades das infrações cometidas.
A lei 10.520/2002 regulamenta a modalidade de licitação denominada pregão, podemos ver
no quadro 1 quando a conduta for verificada o enquadramento está preestabelecido e a autoridade
competente pela aplicação da sanção precisa atentar-se para quando no procedimento sancionador
verificar tal (s) conduta(s) praticada não aplicar as sanções previstas no art. 87 da Lei 8666/1993.

Quadro 1
Lei n° 10.520/2002
CONDUTAS PROIBIDAS – art. 7º SANÇÃO
I- retardar a execução do objeto, que é qualquer ação ou omissão do Impedimento de licitar e contratar
licitante que prejudique o bom andamento da licitação, inclusive deixar de com a União, Estados, Distrito
entregar a amostra no prazo assinalado no edital, que evidencie tentativa de
indução a erro no julgamento, ou que atrase a assinatura do contrato ou da
Federal ou Municípios pelo prazo
ata de registro de preços; de até 5 anos;
II- não manter a proposta, a ausência de seu envio, bem como a recusa do Descredenciamento no SICAF
envio de seu detalhamento, quando exigível, ou ainda o pedido, pelo pelo prazo Lei n° 10.520/2002
licitante, da desclassificação de sua proposta, quando encerrada a etapa
competitiva, desde que não esteja fundamentada na demonstração de vício de até 5 anos;
ou falha na sua elaboração, que evidencie a impossibilidade de seu Multa prevista em edital e
cumprimento; contrato;
III- falhar na execução contratual, o inadimplemento grave ou inescusável
de obrigação assumida pelo contratado;
IV- fraudar na execução contratual, a prática de qualquer ato destinado à
obtenção de vantagem ilícita, induzindo ou mantendo em erro a
Administração Pública; e
V- comportar-se de modo inidôneo, a prática de atos direcionados a
prejudicar o bom andamento do certame ou do contrato, tais como fraude ou
frustração do caráter competitivo do procedimento licitatório, ação em
conluio ou em desconformidade com a lei, indução deliberada a erro no
julgamento, prestação falsa de informações, apresentação de documentação
com informações inverídicas, ou que contenha emenda ou rasura, destinados
a prejudicar a veracidade
de seu teor original.

Na lei 8666/1993 por ser mais abrangente engloba as demais modalidades de licitação e contratos.
As multas, basicamente, estão descritas no artigo 86 e 87, logo no art. 86 da referida
25

lei está previsto a multa de mora e seu cálculo e devido por dia de atraso versus percentagem
determinada no contrato ou edital. No art. 87 está previsto as sanções de advertência, multa
administrativa, suspensão temporária de participação em licitação ou contratar com administração
pública e declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração publica,
destacamos dessas sanções a multa administrativa que para nosso estudo possui caráter punitivo e
sua percentagem está determinada por lei até o valor máximo de 20% (vinte por cento).
Outrossim, devemos salientar a lei n° 5427/2009, que regulamenta o processo
administrativo no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, e apresenta nos artigos 71 a 72 (ver quadro
2) circunstâncias atenuantes e agravantes que devem ser verificadas na elaboração do relatório
final, pois revela os aspectos morais daqueles que são contratados pela administração publica, e
nisto influência na decisão do cálculo da multa aplicada .

Quadro 2
Lei Nº 5427 DE 01/04/2009
I - o baixo grau de instrução ou escolaridade do infrator;
II - a reparação espontânea do dano, ou sua limitação
significativa;
Art. 71. São circunstâncias que sempre atenuam a
III - a comunicação prévia, pelo infrator, do risco de
penalidade:
danos a bens, pessoas e serviços;
IV - a colaboração com os agentes encarregados da
vigilância e da fiscalização da atividade.
I - reincidência nas infrações;
II - ausência de comunicação, pelo infrator, do risco de
danos a bens, pessoas e serviços;
III - ter o infrator cometido a infração:

a) para obter vantagem pecuniária ou por outro motivo


torpe;
b) coagindo outrem para a execução material da
Art. 72. São circunstâncias que sempre agravam a infração;
penalidade, quando não constituem ou qualificam a c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a
infração: saúde pública ou o meio ambiente;
d) causando danos à propriedade alheia;
e) à noite;
f) mediante fraude ou abuso de confiança;
g) mediante abuso do direito de licença, permissão ou
autorização;
h) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou
parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por
incentivos fiscais.

Tentaremos de maneira simples mostrar como fazer o cálculo das multas, uma vez que a mesma
pode ser acumulada. Vejamos no quadro 3 abaixo as percentagens que podem servir de
26

parâmetro de acordo com as infrações, e ou condutas verificadas no andamento do processo


administrativo. Para tanto é imperativo lembrar que se a conduta do contratado se enquadrar em
umas das infrações descritas no art. 7ºda lei 10520/02, a autoridade competente não poderá aplicar
as sanções previstas no art. 87 da lei 8666/93, quando se tratar de licitação na modalidade pregão,
e existindo fatores atenuantes e agravantes esses devem ser descritos e justificados no relatório
final, assim como, a autoridade competente aplicando as infrações descritas no art. 87 da lei
8666/93 haverá consequentemente a necessidade de classificar a gravidade em:

1. Advertência – Leve;

2. Suspensão temporária da participação em licitação e impedimento de contratar com a


Administração Pública - Grave;

3. Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública –


Gravíssima.

Quadro 3
Lei 5427/2009 (quadro 2)
Condutas da Lei 10520/02 Multas Atenuantes Agravantes
De 5% até 10% Até (-3%) Até (+2%)
caput I (quadro 1)
De 5% até 10% Até (-3%) Até (+2%)
caput II (quadro 1)
De 5% até 10% Até (-2%) Até (+2%)
caput III (quadro 1)
De 10% até 15% 0% Até (+3%)
caput IV (quadro 1)
De 10% até 20% 0% Até (+3%)
caput V (quadro 1)

Lei 5427/2009 (quadro 2)


Multas Atenuantes Agravantes

Infrações da lei 8666/93 - art. 86


1% * - -
Atraso injustificado;
Infrações da lei 8666/93 - art. 87 com
fulcro no art. 78
- - -
Advertência sem multa;
27

De 0% até 5% Até (- 4%) Até (+2%)


Advertência com multa;
- - -
Suspensão sem multa;
De 5% até 10% Até (- 4%) Até (+2%)
Suspensão com multa;
- - -
Declaração de inidoneidade sem multa;
De 10% até 20% Até (- 4%) Até (+3%)
Declaração de inidoneidade com multa;
* conforme art. 42 do Decreto nº 3.149 de 28 de Abril de 1980.

Exemplo 1:
Caso concreto: A empresa X possui contrato com a PMERJ no valor de R$ 1.000.000,00 e
deveria entregar produtos do gênero alimentício na data de 25/10/2020 com Nota de empenho ou
saldo não atendido no valor de R$ 5.000,00, efetuando a entrega em 28/10/2020. Quais a multas
que podem advir?
a) Resumo dos valores das multas, com vistas ao quadro 3:
1. Valor do contrato = R$ 1.000.000,00
2. Valor da garantia = R$ 50.000,00 (5% do contrato)
3. Nota de empenho = R$ 5.000,00
4. Multa de Mora (Lei nº 8666/1993 art. 86) = [Total de Dias de Atraso] X 1% X nota de
empenho
4.1 Valor da multa moratória = R$ 150,00
5. Multa de administrativa (Lei nº 8666/1993 art. 87) = infração (ver a gravidade) + 1,5%
(quadro 3) do contrato.
5.1 Valor da multa administrativa = R$ 15.000,00
5.2 Infração (leve) = advertência
Total de multas administrativas = R$ 15.150,00 + advertência.

Exemplo 2:
Caso concreto: Ficou constatado em processo administrativo que a empresa Y fraudou na
execução do contrato e a mesmo possui contrato de R$ 210.000,00, possuindo Nota de empenho
ou saldo não atendido no valor de R$ 3.800,00. Quais a multas que podem advir?

a) Resumo dos valores das multas, com vistas ao quadro 3:


1. Valor do contrato = R$ 210.000,00
2. Valor da garantia = R$ 10.500,00 (5% do contrato)
28

3. Nota de empenho = R$ 3.800,00


4. Multa de administrativa (Lei nº 10.520/2002 ) = conduta + 12% (quadro 3) do contrato.
4.1 Valor da multa administrativa = R$ 4.200,00
4.2 conduta verificada = caput IV do quadro 1.
Total de multas = R$ 4.200,00 + Impedimento de licitar e contratar com a União, Estados,
Distrito Federal ou Municípios pelo prazo de até 3 anos;

4.6.1 Fluxograma das multas contratuais


29

5 DECISÃO ADMINISTRATIVA

Após o oficial encarregado confeccionar o relatório final e enviar ao Ordenador de


Despesas, a Assessoria de Gestão de Contratos (por ordem do ordenador de Despesas) deverá
remeter o processo à Assessoria Jurídica da PMERJ, para emissão de parecer jurídico quanto à
legalidade com prazo máximo de 30 (trinta) dias úteis. Emitido o parecer jurídico os autos
retornarão a Assessoria de Gestão de Contratos para o juízo do Ordenador de despesas que
emitirá parecer e encaminhará o processo ao Secretário de Policia Militar que tomará
conhecimento dos autos e emitirá decisão administrativa, caso o desfecho do processo seja para
sanção que culmine advertência e multa a decisão administrativa é do Ordenador de Despesas.
Encerrada essa fase e ficando comprovada a infração a dispositivos contratuais ou a editais, será
enviado Oficio com a decisão ao contratado, para ciência e concessão de prazo recursal, sendo-
lhe então neste instante, efetivamente, aplicada a penalidade. Entretanto, em atendimento ao
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição, o contratado terá ainda o direito ao Recurso previsto pelo
Inciso I do Art. 109 da Lei nº 8.666/93, que deverá ser interposto no prazo máximo de cinco dias
úteis, contados do recebimento do Ofício e da Decisão. Caso a penalidade imposta seja a
Declaração de Inidoneidade ou o Impedimento de licitar o prazo recursal será de dez dias,
conforme definido pelo inciso III do artigo 109 da Lei nº 8.666/93.
O Ofício informando a Decisão administrativa deverá, primeiramente, ser publicada em
Diário Oficial do Estado, tendo como opções a entrega pessoal, ou pelos serviços de Correios,
aos representantes legais do contratado, não devendo ser esquecida a devida comprovação de
recebimento (recibo de entrega ou aviso de recebimento - AR). Assim como também
encaminhamento por meio eletrônico, contando o prazo para recurso a partir da resposta de
recebimento da mensagem pelo contratado.

5.1 Recursos administrativos

Os recursos contra a decisão que aplica a penalidade contratual são regulados pelo art.
109 da Lei nº 8.666/93. Sobre o prazo inicial e final para apresentação de recurso, o art. 110, da
Lei nº 8.666/93 prevê que “na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia
do início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto
30

quando for explicitamente disposto em contrário”. Importante ressaltar que não são
contabilizados recessos, pontos facultativos ou meios expedientes.
Caso o contratado peça vista do processo, formalizada por escrito, deverá o Ordenador
de despesas fornecer-lhe cópias do processo eletrônico (ou físico), extraindo os autos do SEI,
ou dando possibilidade de consulta via internet conforme ferramenta própria do sistema.
Recebido o recurso dentro do prazo, deverá a autoridade que aplicou a sanção anexá-lo
ao processo no SEI ou físico, proceder à sua análise prévia e, se for o caso, rever ou reconsiderar
sua decisão inicial de penalização do contratado no prazo de cinco dias úteis. Caso o recurso
seja entregue fora do prazo, o Secretário de Policia Militar poderá aceitá-lo ou não. Na hipótese
de aceitação, deverá haver motivo justificado para tanto, devendo tal fato ser

registrado, juntamente com a informação da data de seu recebimento. Assim, caso decida por
reconsiderar integralmente seu julgamento, para extinguir a penalidade aplicada, faz-se
imprescindível motivar a decisão, fundamentando-a nos elementos de fato e de direito
apresentados pela recorrente.

5.1.1 Análise do recurso

O objetivo fundamental do recurso é proporcionar ao contratado uma nova análise sobre


decisão que lhe tenha sido desfavorável, o que, juridicamente, leva o nome de efeito devolutivo,
nisso a autoridade verificará se o recurso foi apresentado dentro do prazo estabelecido na
Decisão Administrativa (tempestividade) e se foi assinado por representante legalmente
constituído, por contrato social ou por Procuração (legitimidade), ou seja, tendo expirado o
prazo para apresentação do recurso ou sendo firmado por quem não esteja legalmente autorizado
a fazê-lo, poderá a autoridade competente recusá-lo de pronto. E, ainda que intempestivo,
aceitando-o ou não, deverá a autoridade que impôs a sanção realizar a análise do Recurso, no
qual deverá constar seu posicionamento, contudo, em todos os casos, deverá ser comunicada ao
contratado a aceitação ou não do recurso.
31

5.1.2 Registro e Publicação das sanções

Inicialmente devemos observar o § 1º do art. 109 da Lei nº 8.666/93, existe a


exigêncialegal de se publicar na Impressa oficial, todas as sanções administrativas previstas pela
Lei 8.666/93, exceto da Advertência e da Multa de Mora. No entanto, como a legislação não
prevê o momento em que devem ser feitos o registro e a publicação das sanções, recomenda-se
que a Administração aguarde o decurso do prazo de recurso ou de decisão da autoridade
superior para que então sejam providenciados a publicação e o registro das sanções. Caso
contrário, ou seja, as penalidades sejam registradas e publicadas antes da decisão recursal, e na
hipótese de o contratado ter o seu recurso acatado, terá a Administração de providenciar a
ratificação daqueles atos.
Decorrida a fase recursal, e sendo mantida a aplicação das sanções ao contratado,
ainda que parcialmente, deverá então ser providenciado pela autoridade competente o registro

no SIGA e publicação no CEIS das penalidades, bem como anexado ao processo no SEI ou
processo físico, os respectivos comprovantes.

6 SISTEMA DE CADASTROS

6.1 Sistema Integrado de Gestão de Aquisições (SIGA)

O DECRETO Nº 42.091 DE 27 DE OUTUBRO DE 2009 no seu artigo 1º, instituiu o


Sistema Integrado de Gestão de Aquisições (SIGA). A pessoa jurídica que for punida com as
sanções previstas nos incisos do artigo 6º do Decreto 43.643 - 18/06/12 será incluída no referido
cadastro. Após a aplicação da sanção, a autoridade competente deve enviar a Decisão para que a
Secretaria de Estado da Casa Civil e Governança – SECCG/SUBLOG possa “...possibilitar a
formalização da extensão dos seus efeitos para todos os órgãos e entidades da Administração
Pública” (manual PGE, pág. 41).
32

6.2 Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS)

O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS apresenta a relação de


empresas e pessoas físicas que sofreram sanções que implicaram a restrição de participar de
licitações ou de celebrar contratos com a Administração Pública.

6.3 Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP)

O Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP) apresenta a relação de empresas que


sofreram qualquer das punições previstas na Lei n. 12.846/2013, e na Lei Anticorrupção. Ela
normatizou em seus artigos 22 e 23 o Cadastro Nacional de Empresas Punidas – CNEP e o
Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas – CEIS, destinados a garantir publicidade
às penalidades aplicadas em decorrência das normas de licitações e contratos, e da Lei
Anticorrupção. Previu ainda a obrigatoriedade de utilização de ambos por todos os poderes e
esferas de governo.

Artigo 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Cadastro Nacional de
Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará publicidade às sanções aplicadas pelos
órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as
esferas de governo com base nesta Lei.
Artigo 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de
todas as esferas de governo deverão informar e manter atualizados, para fins de
publicidade, no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de
caráter público, instituído no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos às
sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos artigos. 87 e 88 da Lei no 8.666,
de 21 de junho de 1993.

6.4 Sistema Integrado de Registro - CEIS/CNEP

A Lei Anticorrupção tornou obrigatória a remessa de informações objeto de registro no


CEIS e no CNEP ao Ministério da Transparência e Controladoria Geral da União por todos os
poderes e esferas de governo. Para possibilitar a execução desse comando, foi desenvolvido o
Sistema Integrado de Registro CEIS/CNEP, que permite o registro das sanções diretamente
pelos órgãos e entidades responsáveis pelas penalidades, cabendo ao referido Ministério um
papel de gerenciamento, com vistas à concessão de acesso ao Sistema, sua manutenção,
documentação, divulgação etc. Órgãos e Entidades de todos os poderes e
33

esferas de governo (com exceção do Poder Executivo federal) podem acessar o Sistema pela
internet, no link https://www.ceiscadastro.cgu.gov.br e pela página institucional do Ministério
da Transparência e Controladoria-Geral da União, que também tem material de apoio e
treinamento: https://www.gov.br/cgu/pt-br. A consulta ao CEIS e ao CNEP está disponível no
Portal da Transparência do Governo Federal (http://www.portaltransparencia.gov.br/), no Menu
“Consultas Detalhadas” , dentro de “Sanções”.
34

REFERÊNCIAS

BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da constituição. 6 ed. São Paulo:


Saraiva, 2004.
BORGES, Cyonil. Licitações e Contratos: Teoria, jurisprudência e questões. 3ª ed. Rio
de Janeiro: Método, 2014.
CADERNO DE LOGÍSTICA, Sanções Administrativas Diretrizes para Formulação de
Procedimento Administrativo Específico, 2015 -
https://www.comprasgovernamentais.gov.br/images/conteudo/ArquivosCGNOR/caderno-de-
logistica-de-sancao-2.pdf
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 -
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
DE MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 20ª ed. São Paulo:
Malheiros, 2010.
FLORIÁNOPOLIS, Prefeitura Municipal de Florianópolis, Manual de Procedimentos
Administrativos – Processo de Sanção de Empresas. Setembro, 2019.
INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ, Manual de Processo Administrativo Sancionatório no âmbito
do IFPR – licitações, atas de registro de preços e contratos, 2ª ed. de 24-09-2018
LEAL, Rosemiro Pereira, Teoria geral do processo: primeiros estudos. 14ª. ed. - Belo
Horizonte : Fórum, 2018.
LOPES, Pedro Moniz, Princípio da boa-fé e Decisão Administrativa, Almedina, 2011.
MEDAUAR, ODETE. Direito Administrativo Moderno. 6.ed. SÃO PAULO: RT, 2002.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 28 ed. São Paulo: Malheiros,
2003.
VIEIRA, André Luís; Gestão de contratos administrativos, in Revista de Contratos
Públicos, n.º 9. CEDIPRE, 2013.
.
35

ANEXOS
36

ANEXO 1 – NOTIFICAÇÃO DE ABERTURA DE PORTARIA (OFICIO)

Governo do Estado do Rio de Janeiro


Secretaria de Estado de Policia Militar
Diretória Geral de Apoio Logístico

Of. PMERJ/SEI Nº 000/2020 Rio de Janeiro, 08 de agosto de 2020.

À Empresa (NOME DA EMPRESA)


NOME DO REPRESENTANTE LEGAL DA EMPRESA
Endereço:

Prezado(a) Senhor(a) Representante Legal,

Versa o presente expediente sobre a instauração de processo administrativo para


apurar possíveis infrações às obrigações editalícias e contratuais praticadas contra o Estado do Rio
de Janeiro.

Constam nos autos, dentre outros, (listar as peças do processo que identificam a
possível infração / enviadas pelas Secretarias ou órgãos da PMERJ) e solicitam a abertura de
processo administrativo para apurar eventual infração.

Após análise da documentação, verificou-se indícios de irregularidades,


capituladas pelo Gestor de empresas (fls. ), em anexo, por infração aos itens (listar os
itens do Edital capitulados) do Edital e as Cláusulas (listar as cláusulas do
contrato) do Contrato com a consequente aplicação das sanções previstas nos itens
do edital, bem como as cláusulas do Contrato eartigo da Lei 8.666/1993.
(listar legislação).

Diante do exposto, e no uso das atribuições legais conferidas pela Portaria nº e com amparo
37

na Legislação Federal que rege as contratações, nos Decretos n° 45.600/2016 e art. 6º do Decreto
n° 43.643/2012, do Estado do Rio de Janeiro, servindo estes para NOTIFICAR a Empresa ,
inscrita no CNPJ sob o nº , na pessoa de seu representante
legal, para manifestar-se formalmente acerca dos fatos narrados na documentação em anexo, em
até 05 (cinco) dias úteis ou 10 (dez) dias úteis do recebimento deste ofício, oportunidade em que
deverá juntar documentos probatórios do que alegado, restando caracterizado o direito ao
contraditório e ampla defesa, previstos no inciso LV, do artigo 5° da Constituição da República
Federativa do Brasil.

A Defesa deverá ser entregue fisicamente no endereço: ,


no horário das 13h às 19h.

A documentação integral do referido processo encontra-se disponível para


vistas, consultas e reprodução na Rua Evaristo da Veiga nº 78, Quartel Geral da Policia Militar,
na Diretória geral de apoio logístico no horário das 09h às 18h.

Informa-se, por fim, que poderá a empresa vir a sofrer as penalidades


administrativas previstas, concernente aos dispostos acostados no regramento licitatório, bem
como na Legislação que alberga a Licitação e/ou Contrato em comento.

Para tanto, segue em anexo a documentação correlata: descrever os documentos (enviar


para a empresa, juntamente com a NOTIFICAÇÃO: 1. a portaria de instauração do processo e
nomeação do oficial encarregado; e 2. as principais peças juntadas e que deram causa a abertura
do processo para possibilitar a defesa prévia da Empresa (Parecer Jurídico, Ofícios de
solicitação de abertura, Relatório Técnico (se houver) etc.

Atenciosamente,

NOME
CARGO/POSTO
ID. FUNC.
38

ANEXO 2 – NOTIFICAÇÃO DE ABERTURA DE PORTARIA – PUBLICAÇÃO NO


DOERJ

NOTIFICAÇÃO
ABERTURA DE PORTARIA - PUBLICAÇÃO NO DOERJ

EDITAL
Ref. ao Processo n.° E-xx/xxx/xx/20XX; P.E. S.R.P n.° xxx/20xx
Portaria n. Publicada no DOERJ n. de / / .
PARTES: Secretaria de Estado de Polícia Militar e EMPRESA (NOME DA EMPRESA)
DECISÃO: Alicerçada no que preconiza previstas no art. 7º da lei nº 10.520/2002 e com fulcro
nos artigos 66 e 67, caput e § 1º, da Lei nº 8.666, de 1993 NOTIFICA a empresa (nome da
empresa), CNPJ nº (descrever), em razão do descrito no Processo nº xx referente ao Contrato nº
xx/20xx, noticiando, respectivamente, [que/por] (descrever a conduta ilícita da empresa), [...]
descumpriu as obrigações previstas no Edital, Contrato ou Ata conforme o caso. Outrossim, os
autos do processo administrativo SEI-xx/xxx/20xx se encontram disponíveis para as vistas e
cópias, na (informar o local), situada no endereço da (descrever End.), CEP 00000-000, das
09h00min até 17h00min, número de telefone (00) 0000-0000. Por fim, solicito que a resposta
ao presente documento seja encaminhada para o (informar o local), via e-mail
xxxxxxx@pmerj.rj.gov.br, no prazo máximo de 05 (cinco) dias contados do recebimento deste,
instruída com os documentos que julgar pertinentes e assinada pelo representante legal da
empresa.

NOME
CARGO/POSTO
ID. FUNC.
39

ANEXO 3 – TERMO DE RECEBIMENTO – CÓPIA DOS AUTOS

Governo do Estado do Rio de Janeiro


Secretaria de Estado de Policia Militar
Diretória Geral de Apoio Logístico

PROCESSO ADMINISTRATIVO DE SANÇÃO DE EMPRESAS


Portaria n. Publicada no DOERJ n. de de de .

TERMO DE RECEBIMENTO

Aos dias do mês de de 2020, na D i r e t o r i a Ge r a l d e a p oi o


Lo gís t ico , na Rua Evaristo da Veiga, 78, na Cidade do Rio de Janeiro/RJ, foi entregue ao
representante da Empresa, cópia do Processo nº. digitalizado/impresso.

Nome e Assinatura do - Representante da Empresa CPF:


40

ANEXO 4 – TERMO DE REVELIA

Governo do Estado do Rio de Janeiro


Secretaria de Estado de Policia Militar
Diretória Geral de Apoio Logístico

PROCESSO ADMINISTRATIVO DE SANÇÃO DE EMPRESAS


Portaria n. Publicada no DOERJ n. de de de .

TERMO DE REVELIA

Aos dias do mês de de 2020, DECLARO a REVELIA


da Empresa , CNPJ n. , regularmente
notificada no Processo Administrativo de Sanção de Empresas nº. , conforme consta
às fls. dos autos, por não ter apresentado defesa no prazo legal.

Rio de Janeiro, xxx de xxx de 2020.

NOME

CARGO/POSTO
ID. FUNC.
41

ANEXO 5 - ATESTADO

Governo do Estado do Rio de Janeiro


Secretaria de Estado de Policia Militar
Diretória Geral de Apoio Logistico

PROCESSO ADMINISTRATIVO DE SANÇÃO DE EMPRESAS


Portaria n. Publicada no DOERJ n. de de de .

ATESTADO

Atesto, para os devidos fins, que a defesa administrativa, apresentada pela empresa
xxxxxxxxxxx, CNPJ xxxxxxxxxxxxx, referente ao processo n.º xxxxxxxx , é
tempestivo/intempestivo.

Rio de Janeiro, 02 de maio de 2014.

NOME
CARGO/POSTO
ID. FUNC.
42

ANEXO 6 – OFÍCIO PARA SOLICITAÇÕES

Governo do Estado do Rio de Janeiro


Secretaria de Estado de Policia Militar
Diretória Geral de Apoio Logístico

Of. PMERJ/SEI Nº 000/2020 Rio de Janeiro, 08 de agosto de 2020.

Senhor(a)
NOME
Cargo
Nesta
Assunto: Solicitação de (indicar o solicitado)

Cumprimentando-o cordialmente, na condição de Encarregado de Processo


Administrativo de Sanção de Empresas nº , designada (o) por intermédio da Portaria nº
de / / , publicado em D.O.E.R J. de / / e Bol PM de / _/ ,
para apuração de eventuais responsabilidades administrativas, solicito o que segue abaixo:

1. (descrever a solicitação);
2. disponibilizar, preferencialmente em mídia eletrônica, cópia do (s) documento (s)
(especificar);
3. Outro (se houver) .

Limitado(a) ao exposto, renovamos votos de estima e consideração.

Atenciosamente,

NOME
CARGO/POSTO
ID. FUNC.
43

ANEXO 7 – TERMO DE JUNTADA DE DOCUMENTOS

Governo do Estado do Rio de Janeiro


Secretaria de Estado de Policia Militar
Diretória Geral de Apoio Logístico

PROCESSO ADMINISTRATIVO DE SANÇÃO DE EMPRESAS


Portaria n. Publicada no DOERJ n. de de de .

Of. PMERJ/SEI Nº 000/2020 Rio de Janeiro, 08 de agosto de 2020.

TERMO DE JUNTADA DE DOCUMENTOS

Aos xxx dias do mês de xxxx de 2020, junta-se aos autos do Processo n. xxxx o
(documento/ofício) recebido da(o) xxxxxxxx (Secretaria/Órgão/Diretoria).

Rio de Janeiro, xxx de xxxx de 2020

NOME
CARGO/POSTO
ID. FUNC.
44

ANEXO 8 – RELATÓRIO FINAL

Governo do Estado do Rio de Janeiro


Secretaria de Estado de Policia Militar
Diretória Geral de Apoio Logístico

Senhor Diretor,

Vistos e examinados os autos do Processo Administrativo de Sanção de Empresas n.


com vistas a apurar conduta violadora às obrigações editalícias e contratuais, em face da
Empresa , CNPJ segue o exposto:

DA INSTAURAÇÃO DO PROCESSO
(Informar sobre a instauração do processo pela autoridade competente)
Eu, (NOME,POSTO,RG,ID. FUNCIONAL) nomeado para instruir o Processo
Administrativo de Sanção de Empresas instaurada pela Portaria n. , de / /
publicada no DOERJ. nº , de / / , publicada em Bol PM de / /
apresento(a) o relatório conclusivo apuração de supostas irregularidades (descrição
do tipo de irregularidade investigada), apontadas nos autos do Processo n. , constituídos
de fls. e volumes.

DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL
(Relacionar os principais atos praticados pelo oficial encarregado com vistas à instrução do
processo)
Durante a fase de instrução processual foi praticado os seguintes atos com vistas a apurar os
fatos alegados, dentre outros, os relacionados abaixo:
45

DOS FATOS
(Relacionar e sintetizar os argumentos, fatos e documentos que determinaram a instauração do
processo administrativo)

DO CONTRADITÓRIO E AMPLADEFESA
(Relacionar os atos praticados pelo oficial encarregado para o atendimento a esses princípios,
tais como o fornecimento de cópias do processo, vistas do processo e notificações)

DA DEFESAPRÉVIA
(Relacionar de forma resumida os principais argumentos, fatos e documentos apresentados na
da defesa e contrapor com a análise dos fatos da suposta irregularidade cometida)

DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

DA TIPIFICAÇÃO DACONDUTA
(Descrever a conduta violatória imputada a empresa)

DAS SANÇÕES APLICÁVEIS


(Descrever as sanções aplicáveis imputada a empresa)

DA CONCLUSÃO
(Apontar de forma conclusiva, as penalidades a serem aplicadas a cada investigada,
apontando os fundamentos legais que corroboram a conclusão da comissão)
Com base nas provas e nas análises dos argumentos fáticos e jurídicos apresentados na
instrução, na defesa apresentada e de acordo com os princípios da legalidade, razoabilidade e
proporcionalidade, a Comissão apresenta, de maneira conclusiva, a sua convicção do
cometimento de infração administrativa da empresa indiciada, conforme a seguir: ou
ARQUIVAMENTO do Processo n.

(Descrever as sanções aplicáveis no caso concreto)


46

Exemplo 1: Este Oficial encarregado pelo processo de Sanção de Empesas n.º , em atenção aos
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, RECOMENDA ao Senhor Ordenador de
Despesas, a aplicação das seguintes sanções:

1º - Aplicação da Sanção de Multa prevista no artigo 87, II da Lei Federal n. 8.666/93, nos itens
do Edital n. , cláusulas do Contrato de Concessão n. ,
para multa de XX% ( ) do valor proposto, por inexecução parcial do ajuste, por executar
os serviços em desconformidade com o exigido no contrato e seus anexos.
2º. Aplicação da Sanção prevista no artigo 87, III da Lei Federal n. 8.666/93, no item XXX do
Edital n. , cláusula do contrato n. , para suspensão do direito de licitar junto
a Secretaria de Estado de Policia Militar, por um prazo de (01) um ano.

Recomenda-se, ainda:
A EXTINÇÃO DA CONCESSÃO POR CADUCIDADE, com fulcro no inciso III do artigo 35
e no § 1º dos incisos II, III e VI do artigo 38, ambos da Lei n. 8.987/95, com a rescisão do
contrato n.
, conforme artigo 78, I e II da Lei n. 8.666 de 1993, ainda, com aplicação do previsto
no Edital de n. nas cláusulas
, , e Contrato n. na cláusula .
A cobrança judicial do débito referente aos valores mensais não pagos pela Concessão do
Contrato n. por meio da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro.

Exemplo 2 - Ante todo o exposto, este Oficial encarregado pelo processo de Sanção de
Empresas n.º , em atenção aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade,
RECOMENDA ao Senhor Ordenador de Despesas, o Arquivamento deste Processo n.
47

ANEXO 9 – DECISÃO ADMINISTRATIVA

Governo do Estado do Rio de Janeiro


Secretaria de Estado de Policia Militar
Diretória Geral de Apoio Logístico

PROCESSO ADMINISTRATIVO DE SANÇÃO DE EMPRESAS


Portaria n. Publicada no DOERJ n. de de de .

DECISÃO ADMINISTRATIVA

ASSUNTO: APLICAÇÃO DE PENALIDADE

RELÁTÓRIO

Instaurou-se o processo administrativo nº (XXX), com base na constatação de descumprimento


do Edital/Ata/Contrato nº XXXX celebrado entre a PMERJ e a (nome da empresa) para a
(informar o objeto do contrato).
Descrever os fatos ocorridos citando todas as etapas precedentes do processo.
Dos fatos analisados verifica-se que a empresa violou as disposições contratuais e legais
relacionadas ao Edital/Ata/Contrato XXXX, haja vista que (descrever o fato violado).

DA DEFESA
Caso a empresa tenha apresentado defesa, rebater a defesa da empresa ponto a ponto citando a
legislação e ou jurisprudência (caso haja) que fundamente a réplica.

FUNDAMENTAÇÃO
48

Ao participar da licitação, a empresa tem ciência de todas as normas editalícias, legais e


constitucionais e especificidades da prestação do serviço objeto do (Edital, Contrato ou Ata
conforme o caso), não podendo no decorrer de sua execução descumprir tais normas sem motivo
idôneo que a justifique.
Citar os dispositivos do Edital, Contrato ou Ata conforme o caso, que justifiquem a penalização
e as sanções aplicada Nesse sentido, sabendo que a Administração deverá pautar a sua atuação
pelos princípios da proporcionalidade e razoabilidade e em virtude de a contratada (descrever a
conduta da contratada), manifesta- se esta Diretoria (casos de Licitações e Atas) Gestor do
Contrato (nos casos de Contrato) pela aplicação das sanções administrativas previstas do
Edital/Ata/Contrato XXXX e demais legislação aplicável, quais seja: (descrever as sanções).

As sanções devem ser aplicadas em conformidade com a gravidade da conduta podendo ser
cumuladas somente em conformidade com o artigo 87 § 2º.

CONCLUSÃO

Do exposto, conclui-se que a (nome da empresa), CNPJ nº (descrever), por (descrever a conduta
ilícita da empresa), descumpriu as obrigações previstas no Edital, Contrato ou Ata conforme o
caso.

Praticada a infração a dispositivos contratuais, nasce para Administração-Contratante o poder


de aplicar à Contratada as sanções previstas em lei e no contrato, no legítimo exercício de
prerrogativa que lhe confere a lei, da qual não pode se afastar, em razão dos princípios da
indisponibilidade do interesse público e da legalidade que lhe orientam o agir vinculado.

Assim, devem ser aplicadas as seguintes penalidades:

ADVERTÊNCIA;
MULTA no valor de (descrever o valor em conformidade com a Ata ou Contrato);
49

SUSPENSÃO temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a


Administração, pelo prazo de (descrever o prazo) anos em conformidade com o que dispõe o
contrato e a Lei 8.666/1993;
IMPEDIMENTO DE LICITAR e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores
a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de (descrever o prazo), sem prejuízo
das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.
As sanções deverão ser cadastradas em sistema competente, nos termos dos incisos II, do art.
87, da Lei nº 8.666/93.
50

ANEXO 10 – NOTIFICAÇÃO DA APLICAÇÃO DE PENALIDADE (DIÁRIO


OFICIAL)

NOTIFICAÇÃO DA APLICAÇÃO DE PENALIDADE


- PUBLICAÇÃO NO DOERJ

Indicar o nome da autoridade que está aplicando a penalidade resolve notificar a empresa(s)
abaixo(s), não localizada(s) no (nos) endereço (s) informado (s), para, querendo apresentar
recurso da(s) seguinte(s) Decisão (ões) Administrativa (s):
Nome da empresa, CNPJ XXXXXXX, Doc. (informar o processo no SEI!), Decisão Adm.
XXXXXXX, aplicação de penalidade (descrever as penalidades) conforme Pregão/Ata de
Registo de Preço/Contrato (conforme o caso).
Assim, fica assegurado o prazo de 5 (cinco) dias uteis, a partir da data da publicação dessa
portaria, para o oferecimento de recurso. Os autos estarão disponíveis para consulta das XXXh
as XXXXh junto ao Departamento (informar o local para a vista dos autos), na (informar o
endereço).
51

ANEXO 11 - NOTIFICAÇÃO DA APLICAÇÃO DE PENALIDADE


- PUBLICAÇÃO NO DOERJ
(deverá ser realizado nos casos de aplicação de suspensão,
impedimento e multa).

O (indicar o nome da autoridade que está aplicando a penalidade) da Secretária de Estado de


Policia Militar do Rio de Janeiro, no uso de suas atribuições tendo em vista do que consta nos
autos do processo nº do processo no SEI!, resolve aplicar a(s) empresa(s) abaixo as penalidades
previstas no descrever a base legal, declarando-a descrever a penalidade impedimento ou
suspensão e o prazo, bem como multa no valor abaixo, sendo tal procedimento informado no
Sistema Integrado de Gestão de Aquisições - SIGA:
Nome da empresa, CNPJ XXXXXXX, Doc. (informar o processo no SEI!), multa no valor de
R$ XXXXX.
52

ANEXO 11.1 – NOTIFICAÇÃO DA APLICAÇÃO DE PENALIDADE (VIA


OFICIO)

Governo do Estado do Rio de Janeiro


Secretaria de Estado de Policia Militar
Diretória Geral de Apoio Logístico

Of. PMERJ/SEI Nº 000/2020 Rio de Janeiro, 08 de agosto de 2020.

Nome da empresa

Endereço da empresa

Assunto: Notificação de Aplicação de Sanções Administrativas


Referência: Caso responda este Ofício, indicar expressamente o Processo nº XXX.

Prezado(a) Senhor(a)

1. Em face dos elementos constantes no processo administrativo nº XXX, DECIDO pela


aplicação da seguinte penalidade:

I - ADVERTÊNCIA;
II - MULTA, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
conforme decisão fundamentada da autoridade juntada em anexo;
III - SUSPENSÃO temporária de participação em licitação e impedimento de contratar
com a Administração, pelo prazo de (descrever o prazo) anos em conformidade com o que
dispõe o contrato e a Lei 8.666/1993;
IV - IMPEDIMENTO DE LICITAR e contratar com a União, Estados, Distrito Federal
ou Municípios e, será descredenciado no Siga, ou nos sistemas de cadastramento de
fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de (descrever o
53

prazo), sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações
legais.

2. A multa deverá ser recolhida por meio de pagamento da Guia de Recolhimento da União -
GRU, no valor de R$ (descrever o valor) com vencimento em xx/xx/201x, conforme documento
anexo. Cópia do comprovante de recolhimento do valor da multa deverá ser enviada para o
endereço da Contratante, por via postal ou eletrônica, dentro do prazo estipulado;

3. Caso não seja efetuado o pagamento voluntário da multa, seu valor será descontado de
eventuais pagamentos a que a empresa fizer jus e, se inexistentes, será dado início à cobrança
por via judicial, através da inscrição do débito em dívida ativa da União. Fica também
franqueada a vista ao processo que originou este procedimento.

4. A penalidade será cadastrada no SIGA pelo setor competente nos próximos dias;
Informamos ainda que, de acordo com o Artigo 109 da Lei nº 8.666/1993, essa empresa tem o
prazo de 05 (cinco) dias úteis, contados do recebimento desta para RECORRER, cabendo a esta
Administração a apreciação inicial e, se for o caso, o seu posterior encaminhamento à instância
superior.

5. O recurso poderá ser encaminhado pelo endereço eletrônico xxx@xxx.com.br (endereço


eletrônico do setor que vai receber o recurso) apenas para garantir a sua tempestividade. No
entanto, independente do envio por meio eletrônico, o documento original deverá ser enviado
por correio ou protocolado junto a esta Instituição, sob pena de a defesa ser considerada
intempestiva. O documento deverá ser encaminhado ao seguinte endereço:

ENDEREÇO COMPLETO DO SETOR RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO DO


RECURSO

Atenciosamente.
54

ANEXO 12 – RECONSIDERAÇÃO DE DECISÃO ADMINISTRATIVA

Governo do Estado do Rio de Janeiro


Secretaria de Estado de Policia Militar
Diretória Geral de Apoio Logístico

PROCESSO ADMINISTRATIVO DE SANÇÃO DE EMPRESAS


Portaria n. Publicada no DOERJ n. de de de .

RELATÓRIO

Trata-se de Processo Administrativo (nº do processo) para apuração de responsabilidade da


empresa XXXXXXX.
O Gestor de Contratos abriu processo n. XXXX de Sugestão de Penalização alegando que
(descrever os fatos).
Diante do ocorrido, a empresa foi notificada da instauração do Processo Administrativo para
apuração de eventual responsabilidade, (informar se a empresa apresentou ou não defesa
prévia).
Desta forma, a empresa foi penalizada com a(s) seguinte(s) sanção(ões): (informar quais as
sanções foram aplicadas a empresa na Decisão Administrativa).
Em / / a empresa recebeu a Notificação da Decisão Administrativa, com prazo
de 5 (cinco) dias úteis para recorrer.
Descrever as razões da empresa no recurso.

FUNDAMENTAÇÃO

Conforme dispõe o artigo 109 § 4º da Lei 8666/1993:


55

“O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recorrido,
a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo,
fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do
prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.”

Assim, considerando descrever os motivos que levaram a reconsideração da Decisão


fundamentando nas razões do recurso da empresa, na legislação e jurisprudência caso haja,
manifesta-se essa Diretoria (casos de Licitações e Atas) Gestor do Contratos (nos casos de
Contrato) no sentido de retratar a Decisão Administrativa XXXXXX a fim de retirar as
penalidades de (descrever as penalidades), aplicadas à empresa.

CONCLUSÃO

Assim, recomenda-se o que segue:

1 Reconsideração da decisão administrativa do processo n.º XXX, com a retirada da


aplicação das sanções descritas;
2 Arquivamento do processo n.º XXX com fulcro nessa Reconsideração.
56

ANEXO 13 – TERMO DE DILIGÊNCIA

PROCESSO ADMINISTRATIVO DE SANÇÃO DE EMPRESAS


Portaria n. Publicada no DOERJ n. de de de .

TERMO DE DILIGÊNCIA

Às dezesseis horas do dia seis de janeiro de dois mil e quinze, dando andamento ao
Processo n. , compareci ao (informar o local), sito à Rua da (Informar o end.), a fim de (informar
o motivo).
Do que, para constar, lavrei o presente termo.

NOME
CARGO/POSTO
ID. FUNC.
57

ANEXO 14 – TERMO DE ATA

PROCESSO ADMINISTRATIVO DE SANÇÃO DE EMPRESAS


Portaria n. Publicada no DOERJ n. de de de .

TERMO DE ATA

A(os) dia(s) do mês de de , no (Órgão), no (Endereço),


(Cidade), às h min, eu, Fulano de tal, MAJ PM RG 00.000 (ID FUNC: 000000-
0), do efetivo da descreva(unidade/órgão/diretória), servidor(a) da Secretaria de
Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro designada pela Portaria
n. , de / / da, no âmbito dos trabalhos destinados à
apuração dos fatos mencionados no processo n. .
E nada mais havendo a ser tratado, lavrei o presente termo que vai por
min assinado.

XXXXXXXXXXXXXXX, 20 de Junho de 2050.

NOME
CARGO/POSTO
ID. FUNC.
58

ANEXO 15 – TERMO DE DECLARAÇÃO

TERMO DE DECLARAÇÃO

Aos 20 dias do mês de junho do ano dois mil, na sala de atendimento (descrever o local
do encontro), localizado na (descrever o endereço), a(o) Sra.(o)
XXXXXXXXXXXXXXXXXX, brasileira (o), casada (o), CPF XXXXXXX, RG 00.000,
Filho de XXXXXXXX e XXXXXXXXXX, lotado em (unidade militar), residente e
domiciliada (o) nesta cidade na rua Virgílio zero a esquerda, s/n.º - Bairro da Salvação, e prestou
as seguintes declarações:...... (descrever detalhadamente o caso trazido pela declarante). Nada
mais disse a presente declaração, sob as penas da Lei.

XXXXXXXXXXXXXXX, 20 de Junho de 2050.

DECLARANTE

NOME
CARGO/POSTO
ID. FUNC.

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