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Química Geral Aplicada A Biomedicina Unidade 1
Química Geral Aplicada A Biomedicina Unidade 1
à Biomedicina
Material Teórico
Átomos, Moléculas e Íons
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Átomos, Moléculas e Íons
• Matéria;
• Teoria Atômica;
• Tabela Periódica;
• Ligações Químicas;
• Interações Intermoleculares;
• Soluções;
• Reações Químicas.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Reconhecer e nomear os diferentes estados da matéria e os processos de mudança de
estado. Identificar as principais propriedades da matéria e de cada estado;
• Conhecer o modelo atômico atual;
• Conhecer a Tabela Periódica e a sua estrutura. Conhecer as propriedades periódicas dos
elementos químicos e prever a sua variação;
• Conhecer a Regra do Octeto e suas limitações. Ser capaz de escrever estruturas de Lewis
para diferentes substâncias. Prever a ocorrência de ligações iônicas e covalentes. Reco-
nhecer as características dos compostos iônicos e covalentes;
• Reconhecer as diferentes formas de interações moleculares e os fatores que determinam
as suas ocorrências;
• Conhecer as características gerais de uma solução. Compreender os fatores que afetam a
solubilidade. Ser capaz de classificar as soluções segundo diferentes critérios. Compreen-
der os fundamentos que governam o processo de solubilização de um sólido;
• Conhecer os fatores que afetam a velocidade das reações químicas. Compreender a natureza
do estado de transição. Compreender a natureza da energia de ativação e a influência sobre
a velocidade de uma reação. Compreender as naturezas da entalpia e da entropia de reação
e os seus papéis na determinação da espontaneidade de uma reação química.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Matéria
De forma abrangente, Matéria é definida como tudo o que tem massa e ocupa
lugar no espaço.
Explor
Existem exemplos que não se encaixam na definição de matéria, como luz e calor.
Estados físicos
A matéria pode se apresentar em diferentes estados de agregação, denominados
estados físicos.
O plasma é chamado de quarto estado físico da matéria. Ocorre quando um gás está a tem-
Explor
peraturas tão elevadas que perde elétrons, ionizando-se. A fonte natural de plasma mais
próxima é o Sol. Acredita-se que quase toda a matéria do Universo se apresenta na forma
de plasma.
8
Figura 2 – Superfície do Sol, formado por plasma
Fonte: Wikimedia Commons
Mudanças de estado
As substâncias podem mudar de estado físico, o que, normalmente, ocorre com
variações de temperatura (Figura 3).
Sublimação
Fusão Ebulição
Solidificação Condensação
Sólido
Sólid Líquido
Deposição
Aquecimento
9
9
UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Observações:
• A fusão também é chamada de liquefação;
• A solidificação também é chamada de congelamento;
• A ebulição também é chamada de vaporização;
• O processo de deposição é chamada de sublimação ou ressublimação.
A não ser que ocorra decomposição térmica, as mudanças de estado são rever-
síveis. As temperaturas em que essas mudanças ocorrem são nomeadas de acordo
com o tipo de mudança: a temperatura em que a fusão ocorre é chamada de Ponto
de Fusão (PF) e a temperatura em que ocorre a ebulição é o Ponto de Ebulição (PE).
O ponto de ebulição é muito sensível à pressão ambiente (Tabela 1), mas o ponto
de fusão quase não é afetado (Tabela 2).
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Tabela 2 – Influência da pressão sobre o ponto de fusão da água
P (MPa) PF (°C)
0,1* 0,00
1 – 0,06
2 – 0,14
3 – 0,21
4 – 0,29
5 – 0,36
Fonte: Handbook CRC of Chemistry and Physics on CD-ROM, CRC Press, 2002
Propriedades
Toda a matéria, independentemente dos elementos químicos que a formam,
apresenta as seguintes propriedades:
• Descontinuidade: a matéria é descontínua, ou seja, existem espaços vazios
entre as partículas que a constituem, por mais compacta que esteja;
• Impenetrabilidade: dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço
ao mesmo tempo;
• Inércia: na ausência de forças externas, um corpo mantém seu estado de re-
pouso ou de movimento inalterados;
• Divisibilidade: capacidade da matéria de ser dividida em porções menores;
• Elasticidade: a matéria no estado sólido pode retornar às suas dimensões ori-
ginais após a remoção de uma força que atua sobre ela;
• Compressibilidade: a matéria no estado gasoso pode reduzir seu volume
quando submetida a pressões;
• Tenacidade: resistência de sólidos a choques mecânicos (impacto);
• Dureza: resistência de sólidos a riscos.
Teoria Atômica
Primórdios
As primeiras discussões sobre a estrutura da matéria surgiram na antiga Grécia,
baseadas apenas em considerações filosóficas.
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
A Teoria dele afirmava que a matéria era constituída por pequenas partícu-
las fundamentais denominadas átomos, que seriam pequenas esferas permanen-
tes, imutáveis, maciças e indivisíveis, que não podem ser criadas nem destruídas.
Por suas características, o Modelo de Dalton ficou conhecido como Modelo da Bola
de Bilhar.
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O Modelo do Átomo proposto por Dalton é o primeiro elaborado em bases científicas, pois as
Explor
conclusões dele foram obtidas por meio da experimentação e da análise dos resultados de
maneira empírica.
Esse núcleo diminuto seria circundado por elétrons, responsáveis pelo volume
do átomo. O modelo ficou conhecido como Modelo Planetário, devido à sua seme-
lhança com o Sistema Solar.
10 mil a 100 mil vezes maior que o diâmetro do núcleo. Para se ter uma ideia dessas di-
mensões, isso equivale a dizer que, se o núcleo do átomo fosse do tamanho de uma bola de
futebol, com 70cm de diâmetro, em média, o diâmetro do átomo seria 7km.
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Formulado em 1924, pelo físico francês Louis de Broglie, o conceito da dualidade onda-
Explor
Nesse Modelo, o átomo é composto por uma pequena região central (o núcleo,
como estabelecido por Rutherford) e, a seu redor, existe uma grande região chama-
da de nuvem eletrônica, onde estão os elétrons (Figura 7).
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• Os elétrons comportam-se como ondas, vibrando ao redor do núcleo para
formar uma nuvem eletrônica; são descritos matematicamente por uma função
de onda;
• Os elétrons possuem energia quantizada;
• Não é possível determinar a posição de um elétron com exatidão, definindo-se
a probabilidade de encontrá-lo em determinado momento numa determinada
posição. O conjunto dessas posições possíveis, que são as soluções das diferen-
tes equações de onda, constitui a nuvem eletrônica;
• A densidade da nuvem eletrônica aumenta em direção ao núcleo;
• Os elétrons se organizam em camadas, correspondentes aos níveis de energia
quantizados, designados pelo número n da camada (de 1 a 7);
• Os elétrons de uma camada possuem energias diferentes: cada camada é for-
mada por subcamadas com energias específicas;
• As subcamadas desdobram-se em subníveis denominados orbitais;
• Os elétrons possuem um movimento de rotação ao redor dos seus eixos deno-
minado spin. Quando dois elétrons estão no mesmo orbital, seus spins devem
ser obrigatoriamente opostos:
1
Formalmente, o orbital é definido como a região do espaço de maior probabilidade de se encontrar um elétron.
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Existem:
• 1 orbital s; • 5 orbitais d;
• 3 orbitais p; • 7 orbitais f.
O núcleo atômico
Os estudos de Rutherford mostraram que o átomo possui um núcleo com carga
positiva. Contudo, a sua composição só foi determinada anos depois.
A denominação do próton deriva do nome do cientista inglês William Prout que, em 1815, suge-
Explor
riu que a massa atômica de cada elemento fosse um múltiplo inteiro da massa do hidrogênio.
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A existência do nêutron foi teorizada por Rutherford, em 1920, como uma for-
ma de explicar a existência de isótopos e o fato de os núcleos atômicos apresenta-
rem uma massa maior que a esperada,
Para não afetar a carga do núcleo, essa partícula deveria ser eletricamente neu-
tra (daí o seu nome).
A existência do nêutron foi verificada em 1932, pelo físico inglês James Chadwick,
ao estudar as reações nucleares.
O nêutron é levemente maior que o próton, com uma massa 1,38% maior.
Para que um átomo seja neutro, é preciso que o número de cargas negativas
(elétrons) seja igual ao número de cargas positivas (prótons).
Tabela Periódica
Primeiras formas de classificação
A finalidade de ordenar os elementos em uma Tabela é facilitar a classificação, a
organização e o agrupamento dos elementos químicos conforme suas propriedades.
Isso permite observar semelhanças e tendências nos seus comportamentos.
Uma das primeiras formas de classificação dos elementos químicos foi fei-
ta em 1789, pelo químico francês Antoine Laurent de Lavoisier, no livro Traité
Élémentaire de Chimie, em que listou os 33 elementos químicos assim definidos
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17
UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
por ele, classificando-os em gases, não metais, metais e terrosos. Contudo, ele
também incluiu luz e calor, que acreditava serem substâncias materiais, mas não
elementos (Figura 10).
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Johann W. Döbereiner foi um dos primeiros a observar algum tipo de ordem
para organizar os elementos químicos.
Como no início do século XIX, valores aproximados de massa atômica para al-
guns elementos haviam sido estabelecidos, ele sugeriu, em 1829, uma organização
baseada em tríades, ou seja, os elementos eram agrupados em trios, de acordo com
semelhanças nas suas propriedades (Tabela 4).
Desse modelo, resultava que a massa atômica do elemento central era apro-
ximadamente a média das massas dos outros dois elementos. Entretanto, muitos
elementos não se encaixavam nessa forma de organização.
2
O Sistema de Organização dos elementos de Chancourtois recebeu o nome de Hélice Telúrica devido ao arranjo
em espiral dos elementos e porque o telúrio ocupava o centro do cilindro.
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19
UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Ele observou que a diferença das massas era constante entre elementos consecu-
tivos, concluindo a existência de uma relação entre massa atômica e propriedades
de um grupo.
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A Tabela de Mendeleev
A Tabela Periódica mais completa foi elaborada em 1869, pelo químico russo
Dmitri Ivanovich Mendeleev, que ordenou os elementos em função das suas mas-
sas atômicas.
Figura 14 – Tabela Periódica publicada por Mendeleev, em 1871, na Revista Annalen der Chemie und Pharmacie,
com os elementos ordenados pela massa atômica. Havia lacunas para acomodar elementos ainda desconhecidos
(em vermelho) e questionamentos quanto aos valores das massas atômicas de alguns elementos (em laranja)
Fonte: Wikimedia Commons
Tabela 5 – Propriedades previstas por Mendeleev para o eka-silício (Es) e observadas para o germânio (Ge)
Previsões para o Germânio
Propriedade
eka-silício (1871) (desc. 1886)
Massa atômica (u) 72 72,32
Densidade (g/cm ) 3
5,5 5,47
Valência* 4 4
Calor específico (cal/g.°c) 0,073 0,076
Volume atômico (cm ) 3
13 13,22
3
Mendeleev nomeou os elementos por ele previstos usando os prefixos eka-, dvi- e tri-, baseados nos nomes em
sânscrito dos algarismos 1, 2 e 3, usados dependendo se o elemento estaria a uma, duas ou três posições abaixo
do elemento conhecido do mesmo grupo em sua Tabela. Assim, a lacuna logo abaixo do silício seria ocupada pelo
eka-silício.
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
O trabalho de Mendeleev foi o mais completo realizado até então, pois organizou
os elementos conforme suas propriedades, reuniu um grande número de informa-
ções de maneira simples, questionou valores de massas atômicas e constatou que
novos elementos seriam descobertos, deixando espaços para inseri-los na Tabela.
É importante lembrar que, à época, não se sabia nada sobre a estrutura dos
átomos (o modelo atômico em vigor era o das esferas maciças de Dalton), mas a
organização proposta por Mendeleev originou inúmeras investigações para justificar
a periodicidade dos elementos e constituiu a base da atual Tabela Periódica.
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A última modificação feita na Tabela Periódica ocorreu em 2016, quando foram oficializados
Explor
Uma resolução das Nações Unidas e da UNESCO estabeleceu 2019 como o Ano Internacional
Explor
Número Atômico 6
Símbolo
Nome carbono
12,011 Massa Atômica
Figura 15 – Informações básicas de um elemento na Tabela Periódica
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Da mesma forma é feito para as demais famílias (3 a 12, sendo que as famílias 8, 9
e 10 recebem a mesma numeração), que são seguidas pela letra B (metais de transição).
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Figura 17 – Grupos constituintes da Tabela Periódica
Fonte: Acervo do Conteudista
Legenda:
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Os não metais podem se apresentar nos três estados físicos, são maus conduto-
res de eletricidade (à exceção do carbono no grafite) e de calor, os sólidos são opa-
cos (exceto o iodo), quebradiços e têm durezas muito variadas. Muitos se encontram
em todos os seres vivos.
Os não metais incluem os gases nobres. Esse grupo é assim nomeado por ser
formado apenas por elementos gasosos que têm grande inércia química.
Até o início da década de 1960, não se conhecia nenhuma substância em que
um átomo de gás nobre se ligasse quimicamente a outro átomo.
O primeiro composto contendo um átomo de gás nobre, obtido em 1962, foi o XePtF6
(formado por uma mistura de XeFPtF5 e XeFPt2F11).
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Propriedades periódicas
Os elementos químicos estão dispostos na Tabela Periódica em ordem crescente
de número atômico.
A partir desse arranjo, nota-se que muitas das suas propriedades químicas e fí-
sicas variam de forma periódica, ou seja, variam em intervalos regulares (assumem
valores crescentes ou decrescentes) em cada período, à medida que o número atô-
mico aumenta. Propriedades que apresentam esse comportamento são chamadas
de propriedades periódicas.
Raio atômico
O raio atômico corresponde a uma medida do tamanho do átomo; geralmente,
a distância média ou típica do centro do núcleo até o limite da nuvem eletrônica.
Como os átomos não têm um tamanho bem definido, normalmente, serão adota-
dos valores aproximados derivados de medidas de distâncias interatômicas.
Na Tabela Periódica, os valores dos raios atômicos aumentam de cima para bai-
xo na família, e da direita para a esquerda no período.
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27
UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Energia de ionização
Energia de ionização é a energia necessária para retirar um elétron de um átomo
neutro no estado fundamental (não excitado) no estado gasoso; com a perda desse
elétron, forma-se um cátion:
Afinidade eletrônica
A afinidade eletrônica mede a energia envolvida quando um átomo, no estado
fundamental e no estado gasoso, recebe um elétron:
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Figura 24 – Variação da afinidade eletrônica na Tabela Periódica (não definida para gases nobres)
Fonte: Acervo do Conteudista
Eletronegatividade
A eletronegatividade é definida como a tendência de um átomo a atrair para si
os elétrons quando em uma ligação covalente. Assim, não pode ser obtida para um
átomo isolado.
Como a maioria dos átomos de gases nobres não realiza ligações químicas, não
são considerados na análise dessa propriedade.
A eletronegatividade não pode ser medida diretamente, sendo calculada a partir de outras
Explor
Figura 25 – Variação da eletronegatividade na Tabela Periódica (não definida para gases nobres)
Fonte: Acervo do Conteudista
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Ligações Químicas
Os átomos da maioria dos elementos químicos não aparecem isolados na Natu-
reza, mas tendem a se ligar uns aos outros, formando substâncias diversas.
Algumas das primeiras Teorias sobre como os átomos se unem foram apre-
sentadas pelo químico sueco Torbern Olof Bergman, e mais tarde pelo químico
francês Marcellin Pierre Eugène Berthelot, baseadas na atração gravitacional entre
os átomos.
Os átomos são mantidos unidos por ligações químicas. Toda ligação envolve o
movimento de elétrons da camada mais externa dos átomos – camada de valência,
podendo ocorrer à doação ou ao compartilhamento de elétrons.
No primeiro caso, tem-se uma ligação iônica; no segundo, uma ligação cova-
lente. Essas ligações são tão fortes que, na maioria dos casos, os átomos permane-
cem unidos se não sofrerem nenhuma influência externa.
Existe um terceiro tipo de ligação, que ocorre entre os átomos de um metal, denominada
Explor
ligação metálica. Nela, os elétrons distribuem-se sobre núcleos positivos de átomos me-
tálicos, formando uma nuvem eletrônica sobre toda estrutura, que é a responsável pelas
propriedades metálicas da substância, como brilho e condutividade elétrica.
Regra do Octeto
Os únicos elementos químicos cujos átomos existem isolados na Natureza de
forma estável são os gases nobres; os demais elementos sempre se apresentam
ligados uns aos outros.
Gases nobres têm em comum o fato de terem a última camada eletrônica com-
pleta: o hélio tem dois elétrons (possui apenas uma camada) e os demais elementos
têm oito elétrons.
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Exceções à Regra do Octeto
Diferentemente do que possa parecer, a Regra do Octeto não é uma Lei rígida
da Natureza, tratando-se apenas de uma generalização que é útil na maioria das
vezes, mas que tem diversas exceções.
Usa-se um “•” para representar o elétron desemparelhado em radicais livres, como em HOO•.
Estruturas de Lewis
Em 1916, Lewis propôs uma maneira de representar os elétrons envolvidos em
uma ligação química, conhecida como estrutura de Lewis.
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31
UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
1¯ 1¯ 1 1 1
7N:1s 2 2s 2 2p 3 Þ 7N:
1s 2 s
2p
Elétrons de valência
Usam-se traços para representar cada par de elétrons compartilhados que forma
uma ligação covalente: uma ligação simples é representada por “−“, uma ligação
dupla, por “=”, e uma ligação tripla, por “≡”.
Por exemplo, para a molécula de hidrogênio, tem-se:
H× + H× ® H : H Þ H – H
Ligação iônica
A ligação iônica, também chamada de eletrovalente, ocorre entre um metal
e um não metal. Nela, ocorre a perda de elétrons por um átomo com 1, 2 ou 3
elétrons de valência (metal) e o ganho de elétrons por um átomo com 5 (menos
frequentemente), 6 ou 7 elétrons de valência (não metal), de modo que ambos os
átomos atinjam o octeto.
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Disso resulta a formação, respectivamente, de um íon positivo (cátion) e um íon
negativo (ânion), que se atraem eletrostaticamente e formam a ligação iônica.
Tomando o cloreto de sódio como exemplo, formado pelos íons Na+ e Cl–, tem-se:
Átomos neutros:
Íons:
11Na + :1s 2 2 s 2 2 p 6 üï octeto completo
ïý
6ï
17Cl- :1s 2 2 s 2 2 p 6 3 s 2 3 p ïþ configuração eletrônica de gás nobre
ß
Na + + Cl- ® NaCl
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33
UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Figura 28 – Formação do cristal de cloreto de sódio (NaCl); roxo: Na+, verde: Cl–
Fonte: ULISSES, 2017
ção e outro em que essas grandezas apresentam valores elevados. A formação de íons pela
transferência de elétrons é uma consequência natural desse cenário.
Por exemplo:
• Ag+ e I– ⇒ AgI;
• Ca2+ e OH– ⇒ Ca(OH)2;
• Fe3+ e S2– ⇒ Fe2S3.
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Características dos compostos iônicos
A ligação iônica confere as seguintes características aos compostos iônicos:
• Normalmente, apresentam-se como sólidos cristalinos à temperatura ambiente
(Figura 29):
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35
UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Ligação covalente
A ligação covalente é um tipo de ligação química realizada entre os átomos de
não metais, que possuem 4, 5, 6 ou 7 elétrons de valência.
Nesse caso, ambos os átomos têm tendência de receber elétrons para completar
o octeto.
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Há casos de ligação covalente envolvendo metais, como em Na2 e HgCl2, mas isso é relativa-
Explor
mente incomum.
Exemplos
HF:
1
H: 1s1 ⇒ 1 elétron de valência ⇒ necessita de 1 elétron
9
F: 1s2 2s2 2p5 ⇒ 7 elétrons de valência ⇒ necessita de 1 elétron
Para completar a camada de valência, um átomo de hidrogênio se liga a
H: ↑
1
⇒ os elétrons são compartilhados
F: ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑
9
⇓
os átomos de ligam covalentemente,
completando as suas camadas de valência
⇓
: , H - F
forma-se a molécula de HF, também representada como H : F : ou H–F
H2O:
1
H: 1s1 ⇒ 1 elétron de valência ⇒ necessita de 1 elétron
8
O: 1s2 2s2 2p4 ⇒ 6 elétrons de valência ⇒ necessita de 2 elétrons
1
H: ↑
8
O: ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑ ↑ ⇒ os elétrons são compartilhados
H: ↑ ⇓
1
forma-se a molécula de H2O, também representada
, H - O
como H:O: - H ou H–O–H
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37
UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Figura 34 – Formação de ligação covalente tipo sigma, envolvendo orbitais s (acima), como ocorre na
molécula de H2, e orbitais p (abaixo), que ocorre com os demais átomos; ⊕ representa o núcleo atômico
• Sobreposição lateral de orbitais: forma uma ligação pi (π):
Figura 35 – Formação de ligação covalente tipo pi envolvendo orbitais p; ⊕ representa o núcleo atômico
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Devido à maior eficiência da sobreposição dos orbitais, a ligação σ é mais forte
que a ligação π que, como consequência, rompe-se com mais facilidade.
Para átomos que fazem ligações múltiplas, por razões de simetria de orbitais, a
primeira ligação é sempre σ, e as demais (até duas), são do tipo π.
Figura 36 – Ligações σ e π em ligações simples, dupla e tripla
Por outro lado, toda ligação covalente entre átomos diferentes resulta, necessa-
riamente, numa distribuição desigual da nuvem eletrônica.
a eletronegatividade aumenta
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
+ –
Figura 39 – Molécula de H2, com distribuição uniforme dos elétrons (apolar) e molécula
de HCl, com a nuvem eletrônica concentrada sobre o átomo de cloro (polar)
* 1 Å = 10–10 m
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• Têm pontos de fusão e de ebulição relativamente baixos:
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Interações Intermoleculares
A grande variação nas propriedades de compostos covalentes sugere a existên-
cia de algum tipo de interação entre as moléculas. Essas interações são chamadas
coletivamente de forças ou interações intermoleculares.
O conjunto dessas forças intermoleculares também é chamado de forças de van der Waals.
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Figura 42 – Pata de uma lagartixa aderida à superfície de um vidro devido às forças de van der Waals
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
– +
– +
– + – +
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Assim, as moléculas apolares adquirem um dipolo que é induzido por outras
moléculas, surgindo uma força de atração entre elas. Por sua natureza, essas inte-
rações são fracas e de pouca duração, desfazendo-se rapidamente.
Alguns exemplos de substâncias cujas moléculas interagem por esse tipo de
força são: hidrogênio (H2), gás carbônico (CO2), metano (CH4), nitrogênio (N2) e
oxigênio (O2).
Interações dipolo-dipolo
É uma interação de força intermediária, que ocorre entre moléculas polares – A
nuvem eletrônica está distribuída natural e permanentemente de forma assimétrica.
Não se aplica a moléculas que possuem um átomo de hidrogênio ligado direta-
mente a flúor, oxigênio ou nitrogênio.
Como as moléculas são polares, elas interagem de modo que o polo negativo de
uma molécula se alinhe ao polo positivo da outra, e assim sucessivamente:
Quanto mais intenso for o dipolo da molécula, mais forte será a interação.
Em virtude da constância do dipolo, a interação dipolo-dipolo é mais intensa que a
interação dipolo induzido.
Alguns exemplos de substâncias cujas moléculas interagem por dipolo-dipolo
são: ácido clorídrico (HCl), dióxido de enxofre (SO2), ácido sulfídrico (H2S) e monó-
xido de carbono (CO).
Ligações de hidrogênio
É um caso particular de interação intermolecular. Ocorre em moléculas polares
em que existe um átomo de hidrogênio ligado a flúor, oxigênio ou nitrogênio.
Alguns exemplos de moléculas que interagem por ligações de hidrogênio são:
ácido fluorídrico (HF), amônia (NH3) e água (H2O):
H
H H H
F H N H
H H O H O H
F N H
H
H
45
45
UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Importante! Importante!
Não se deve confundir ligação de hidrogênio com ponte de hidrogênio. Ligação de hidrogê-
nio é uma interação intermolecular do tipo dipolo-dipolo, enquanto ponte de hidrogênio
é um caso especial de ligação química em que três átomos partilham dois elétrons:
H
H H
B B
H H
H
Figura 48 – Ponte de hidrogênio é uma ligação química
em que três átomos (B–H–B) estão ligados por meio de dois elétrons
Fonte: Acervo do Conteudista
Contudo, não se limita a essas moléculas – Toda substância que tiver ligações
O–H ou N–H exibe ligações de hidrogênio (Figura 48):
H
O HO H O
CH3C CCH3
H O CH3
OH O
CH3 O CH3
H H
N N H O CH3 N O H N
N N H N N N H N
N N N
adenina O guanina N H O
timina H citosina
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H
O N O
O N O
H
H
O N O
O N O
H
Soluções
Soluções são as misturas homogêneas resultantes da combinação entre duas ou
mais substâncias diferentes, como o ar (mistura de diferentes gases) e água do mar
(formada pela associação de água e vários sais).
Mistura homogênea, com aspecto visual uniforme (não é possível distinguir seus componen-
Explor
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47
UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Figura 51 – Preparo de uma solução pela dissolução de sal de cozinha (soluto) em água (solvente)
Fonte: Wikimedia Commons
dissolver uma grande variedade de substâncias, como sais, gases, açúcares, proteínas etc.
Apesar disso, existe uma infinidade de substâncias que não são solúveis em água.
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Figura 52 – Curvas de solubilidade de diferentes substâncias
Fonte: Acervo do Conteudista
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Figura 53 – Bronze (liga de cobre e estanho) (esquerda) e latão (liga de cobre e zinco) (direita)
»» Líquidas: soluções em que o solvente está no estado líquido. Exemplos: água
mineral, bromo em clorofórmio, oxigênio em água, gasolina, ouro em mercúrio;
»» Gasosas: soluções em que o solvente está no estado gasoso. Exemplos: ar
atmosférico, gás natural.
Para gases, normalmente se utiliza o termo mistura, pois praticamente não há interação
Explor
entre as moléculas.
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• Quanto à concentração:
» Insaturadas: a quantidade de soluto dissolvida é menor que o seu coeficiente
de solubilidade;
» Saturadas: a quantidade de soluto dissolvida é igual ao seu coeficiente de
solubilidade;
» Supersaturadas: a quantidade de soluto dissolvida é maior que o seu coefi-
ciente de solubilidade. São muito instáveis, facilmente precipitando o excesso
de soluto;
• Quanto à natureza do soluto:
» Iônicas ou eletrolíticas: o soluto é uma substância iônica ou um composto
molecular capaz de ionizar-se em contato com o solvente. Exemplos: cloreto
de sódio em água, ácido acético em água. Soluções eletrolíticas são condu-
toras de eletricidade;
» Moleculares ou não eletrolíticas: o soluto é uma substância de natureza
molecular incapaz de se ionizar. Exemplo: glicose em etanol. Soluções não
eletrolíticas não conduzem eletricidade.
Figura 55 – Eletrólito fraco (esquerda), eletrólito forte (centro) e não eletrólito (direita)
Fonte: Acervo do Conteudista
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Apesar de ser uma grande simplificação, é uma generalização bastante útil. Por
exemplo, um soluto muito polar como a glicose é muito solúvel em água (altamen-
te polar), menos solúvel em metanol (bastante polar) e praticamente insolúvel em
solventes não polares, como o hexano; inversamente, um soluto não polar, como o
naftaleno, é insolúvel em água, bastante solúvel em metanol e extremamente solú-
vel em hexano, que é apolar.
Figura 56 – Iodo (I2, roxo) é solúvel em tetracloreto de carbono (CCl4, verde) (esquerda), pois ambos
são compostos apolares que interagem por forças de London. O mesmo ocorre entre etanol (C2H5OH)
e água (direita), que são polares e apresentam ligações de hidrogênio
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
Reações Químicas
Cinética Química
As reações químicas acontecem a diferentes velocidades. Algumas são pratica-
mente instantâneas, demorando uma fração de segundo para acontecer, enquanto
outras podem demorar horas, dias ou até anos.
52
Figura 57 – A formação da ferrugem demora anos para ocorrer; a dissolução de uma
pastilha efervescente leva alguns segundos, e uma explosão é uma reação instantânea
Fontes: Adaptado de Getty Images
Cinética Química é o ramo da Química que estuda a rapidez com que as rea-
ções químicas acontecem e os fatores que as influenciam.
Os primeiros estudos sobre a velocidade de reações foram feitos no final do século XVIII.
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Velocidade de reação
Os primeiros estudos cinéticos foram feitos em 1777, pelo químico e metalúrgico
alemão Carl Friedrich Wenzel, que determinou as velocidades de reação de várias
substâncias, estabelecendo, por exemplo, que a quantidade de metal que se dissolve
em um ácido é proporcional à concentração de ácido na solução.
aA+bB→cC+dD
Dquantidade
Vm = Eq.2
Dtempo
sendo:
• vm: velocidade média
• Dquantidade: variação de massa, volume (gases), concentração da substância
considerada;
• Dt: intervalo de tempo considerado (unidade variável – segundo, minuto etc.).
As velocidades das reações químicas são determinadas por meio de Leis empíri-
cas, chamadas Leis da velocidade, deduzidas a partir do efeito da concentração dos
reagentes e produtos na velocidade da reação.
aA+bB→cC+dD
54
expressa como:
v = k[A]m[B]n Eq.3
sendo:
• v: velocidade da reação, a uma certa temperatura;
• k: constante de velocidade da reação, a uma certa temperatura;
• [A] e [B]: concentrações dos reagentes A e B, em mol/L;
• m e n: ordens de reação; os seus valores são determinados experimentalmente;
• m + n: ordem global de reação.
Importante! Importante!
Os expoentes “m” e “n” da equação de velocidade não são necessariamente iguais aos
coeficientes estequiométricos “a” e “b” da reação química.
Estado de transição
Para que uma reação química ocorra, é necessária a ruptura de ligações dos re-
agentes e a formação de novas ligações. Esse processo implica a formação de uma
estrutura intermediária a reagentes e produtos denominada estado de transição
ou complexo ativado.
‡
+
Estado de Transição
Figura 58 – Formação de um estado de transição
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
Energia de ativação
Uma reação química acontece mediante colisões entre as partículas dos rea-
gentes. Nem toda colisão leva à formação de produto, pois ela deve se dar com a
geometria adequada e a energia suficiente para promover o rearranjo dos átomos.
Quanto maior for a energia de ativação, mais difícil será a formação do estado
de transição e mais lenta será a reação química.
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
• Pressão: para reações que envolvam reagentes gasosos, quanto maior for a
pressão, mais rápida será a reação, pois as partículas dos reagentes ficam mais
próximas entre si, aumentando a probabilidade de ocorrerem colisões efetivas;
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• Energia de ativação: quanto maior a energia de ativação, mais lenta será a
reação, pois é mais difícil que os reagentes se choquem de maneira efetiva;
• Temperatura: quanto mais elevada for a temperatura, mais rápida será a rea-
ção, pois aumenta o número de choques efetivos devido ao aumento da velo-
cidade das partículas dos reagentes;
A regra empírica de van’t Hoff estabelece que a elevação de 10°C na temperatura pratica-
Explor
mente duplica a velocidade de uma reação química. Essa regra é aproximada e muito limi-
tada, sendo conhecidas inúmeras exceções, porém, é útil para fazer previsões aproximadas.
ciência atuando sobre reações químicas que dificilmente ocorreriam na sua ausência.
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Figura 62 – Enzimas são catalisadores biológicos. Acima, a enzima RNA polimerase, que sintetiza RNA
(à direita na figura) a partir da informação contida em uma fita de DNA (à esquerda na figura)
Fonte: Getty Images
Termodinâmica
Termodinâmica é o estudo das variações ou transformações de energia que
ocorrem em processos físicos ou químicos.
Entalpia
Reações químicas envolvem variações de energia entre reagentes e produtos.
Essa variação é medida na forma de calor pela grandeza denominada entalpia (H),
da seguinte forma:
Se a entalpia dos produtos for maior que a entalpia dos reagentes, então ∆H
> 0, e a reação é endotérmica (do grego éndon = dentro), absorvendo calor
para acontecer.
luz
6 CO 2 + 6 H 2 O ¾¾ ® C6 H12 O6 + 6 O 2 DH = + 2456kJ/mol
Por outro lado, quando a entalpia dos produtos for menor que a dos reagentes,
tem-se ∆H < 0 e uma reação exotérmica (do grego ékso = fora).
58
Isso implica que, nesse tipo de reação há liberação de calor, como ocorre na
combustão do metano, componente do gás natural:
Entropia
Entropia (S) é um conceito termodinâmico que mede o grau de desordem das
partículas de um Sistema, introduzido pela primeira vez em 1865, pelo físico ale-
mão Rudolf Julius Emanuel Clausius.
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Nesse contexto, “Universo” deve ser interpretado como “sistema isolado”. Sua
consequência é que o aumento da entropia de um sistema isolado é espontâneo
e irreversível.
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• Analisando a temperatura: quanto maior for a temperatura de uma substân-
cia, maior será o grau de agitação das suas partículas, o que implica maior
desordem e maior entropia (Figura 67):
Muitas reações espontâneas ocorrem com liberação de energia; por isso, pensa-
va-se que somente os processos exotérmicos fossem espontâneos. Contudo, exis-
tem vários casos de processos espontâneos que ocorrem com absorção de calor,
como a fusão do gelo em temperatura ambiente.
A partir daí, foi constatado que a espontaneidade das reações também depende
da entropia, ou seja, o grau de desordem do sistema.
G = H – TS Eq.6
sendo:
• G: energia livre (J/mol);
• H: entalpia (J/mol);
• T: temperatura absoluta (K);
• S: entropia (J/mol·K).
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Como apenas as variações nos valores de energia livre são importantes na deter-
minação da espontaneidade de um sistema, a equação 6 assume a seguinte forma:
∆G = ∆H – DTS Eq.7
∆G = Gfinal – Ginicial Eq.8
espontâneo
não-espontâne o
Importante! Importante!
O fato de uma reação não ser espontânea significa que deve ser fornecida ener-
gia externa para que ela ocorra. Se uma reação não é espontânea numa direção,
então será na direção inversa, e vice-versa.
62
Por exemplo, a reação de síntese do ATP não ocorre espontaneamente nas
condições padrão4:
Na maior parte das vezes, não é necessário calcular o valor de DG, pois é pos-
sível determinar a espontaneidade de uma reação apenas por meio da análise qua-
litativa de entalpia, da entropia e da temperatura, da seguinte forma (Tabela 11):
– – T↓⇒– Espontâneo
T↑⇒+ Não espontâneo Quando DH e DS têm o
+ + T↓ ⇒+ Não espontâneo mesmo sinal, é a tem-
peratura que determina
o sinal de DG e a espon-
T↑ ⇒– Espontâneo
taneidade do processo
4
Concentrações de 1,0mol/L, 25°C e 1,0atm.
5
Fosfato inorgânico – Íon PO43–
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Setting the Table – A Brief Visual History of the Periodic Table
Histórico produzido pela revista Science que mostra a evolução do número de
elementos químicos conhecidos e dos sistemas usados para a sua organização, desde
as primeiras formas até a Tabela atual (em Inglês).
http://bit.ly/2KNLnNL
Tabela Periódica Dinâmica
Tabela Periódica interativa com layouts dinâmicos mostrando nomes dos elementos,
propriedades físicas e químicas, configurações eletrônicas e isótopos (parcialmente
em Inglês).
http://bit.ly/2KSezmM
PhET Interactive Simulations – Espalhamento de Rutherford
Simulação mostrando a experiência de Geiger-Marsden de espalhamento de partículas alfa.
http://bit.ly/2KZqijg
wikiHow – Como fazer de tudo... Como Desenhar Estruturas de Lewis
Descrição passo a passo sobre como escrever estruturas de Lewis.
http://bit.ly/2KYlpqO
Vídeos
Qual é o Tamanho do Átomo?
A animação faz comparações do tamanho de um átomo com dimensões palpáveis no
dia a dia em Inglês. É possível acionar legendas em Português).
https://youtu.be/-mRYruhfeOE
Exceptions to the Octet Rule
O vídeo apresenta as principais exceções à Regra do Octeto (em Inglês. É possível
acionar legendas com tradução automática para o Português).
https://youtu.be/Dkj-SMBLQzM
Cinética Química – Energia de Ativação
Breve animação que mostra aspectos da energia de ativação de reações químicas (em
Inglês. É possível acionar legendas com tradução automática para o Português).
https://youtu.be/0Dqgo2Q1aw4
Chemistry Science: Protons, Electrons & Neutrons Discovery
A animação mostra como cada uma das partículas subatômicas foi descoberta (em
Inglês. É possível acionar legendas em Português).
https://youtu.be/kBgIMRV895w
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UNIDADE Átomos, Moléculas e Íons
Vídeos
Tudo se Transforma, História da Química, História dos Modelos Atômicos
O vídeo discute brevemente a evolução dos modelos de estrutura atômica, desde o
modelo de Dalton até o modelo mecânico-quântico atual.
https://youtu.be/58xkET9F7MY
Tudo se Transforma, História da Química, Tabela Periódica
O vídeo discute brevemente a evolução dos sistemas de classificação dos elementos
químicos até a Tabela Periódica atual.
https://youtu.be/hvRnuMrDc14
Forças Intermoleculares – Ligação de Hidrogênio
Breve animação que mostra a ação de ligações de hidrogênio.
https://youtu.be/fv9OyDtMRjs
Dissociation of Salt
Breve animação que mostra o processo de dissolução de cloreto de sódio em água (em
Inglês. É possível acionar legendas com tradução automática para o Português).
https://youtu.be/EBfGcTAJF4o
Eletrólitos e Não Eletrólitos
Breve animação que discute os diferentes comportamentos de substâncias iônicas e
não iônicas com relação à condutividade elétrica.
https://youtu.be/WgdDh6_-viE
The Spontaneous Reactions
Breve explicação, porém, bastante clara, sobre o que são reações espontâneas (em
Inglês. É possível acionar legendas com tradução automática para o Português).
https://youtu.be/1np_lhSXsT4
Soluções Eletrolíticas – Prática [Atalho S. E.]
Breve vídeo mostrando a passagem de corrente elétrica em soluções de eletrólito e
não eletrólito.
https://youtu.be/jKKPFz9IV4E
Leitura
Plasma: dos antigos gregos à Televisão que você quer ver
DAMASIO, F; CALLONI, G. Plasma: dos antigos gregos à televisão que você quer ver.
A Física na Escola, v. 9, n. 1, p. 15-19, 2008. O Artigo promove uma discussão do
conceito físico de plasma, desde a evolução da ideia de átomo até as aplicações modernas.
http://bit.ly/2KMpnTo
66
Leitura
Modelos Teóricos para a Compreensão da Estrutura da Matéria
ALMEIDA, WB de et al. Modelos Teóricos para a Compreensão da Estrutura da
Matéria. Química Nova na Escola, v. 4, n. 6, 2001. O Artigo apresenta os principais
aspectos relacionados ao conceito e ao formalismo da Química Quântica.
http://bit.ly/2KSKaEG
Interações Intermoleculares
ROCHA, W. R; Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, v. 4, n. 31, 2001.
O Artigo faz uma descrição qualitativa das principais interações intermoleculares e discuteas
suas influências nas propriedades macroscópicas das substâncias.
http://bit.ly/2KRSjcx
O Centenário da Teoria de Bohr
BRAGA, J. P; FILGUEIRAS, C. A. L. O Centenário da Teoria de Bohr. Química
Nova, v. 36, n. 7, p. 1073, 2013. O Artigo trata do desenvolvimento, da importância
e de detalhes da Teoria Atômica de Niels Bohr.
http://bit.ly/2Mrn2AA
A Obra de Mendeleev no Sistema Periódico
BENSAUDE-VINCENT, B. A Obra de Mendeleev no Sistema Periódico. Boletim da
Sociedade Portuguesa de Química, série II, v. 25, n. 12, 1986. O Artigo discute
a metodologia utilizada por Mendeleev no desenvolvimento da sua Tabela Periódica.
http://bit.ly/2KUHqXD
Regra do Octeto e Teoria da Ligação Química no Ensino Médio: Dogma ou Ciência?
MORTIMER, E. F; MOL, G; DUARTE, L. P. Regra do Octeto e Teoria da Ligação
Química no Ensino Médio: Dogma ou Ciência? Química Nova, v. 17, n. 2, p. 243,
1994. O Artigo faz uma análise crítica do entendimento do conceito do Octeto por
alunos de Ensino Médio quando aplicado a um estudo de caso.
http://bit.ly/2KPZbXS
O Que São Eletrólitos? Organnact – Informativo Técnico 39.0129
O Artigo discute a importância fisiológica de eletrólitos.
http://bit.ly/2KYFeye
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Referências
ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna
e o Meio Ambiente. Tradução de Ricardo Bicca de Alencastro. 5.ed. Porto Alegre:
Bookman, 2013. 925p.
LEWIS, G. N. The Atom and the Molecule. Journal of the American Chemical
Society, v. 38, n. 4, p. 762-786, 1916. Disponível em: <http://scarc.library.
oregonstate.edu/coll/pauling/bond/papers/corr216.3-lewispub-19160400.html>.
Acesso em: 1 jul. 2019.
SCERRI, E. R. The Periodic Table. Its Story and Its Significance. New York:
Oxford University Press, 2007.
68