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Soldabilidade Aços Inoxidáveis

MMAT16 Soldabilidade Aços Inoxidáveis


Aços Inoxidáveis Ferriticos

Soldagem dos Aços Inoxidáveis Ferríticos

Ramón S. Cortés Paredes, Dr. Eng.


LABATS DEMEC UFPR

Soldabilidade Aços Inoxidáveis Ferriticos


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Aços Inoxidáveis Ferriticos

À temperatura ambiente, os aços inoxidáveis


ferríticos são formados basicamente por uma
matriz de ferrita (α), isto é, uma solução sólida de
cromo e outros elementos de liga em ferro.

O carbono e o nitrogênio são elementos que


estão presentes nesta fase na forma de
precipitados (carbonetos e nitretos de cromo).

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Soldabilidade Aços Inoxidáveis Ferriticos
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Tipo %C %Si %Mn %Cr %Al %Mo outros
405 0,08 1,0 1,0 11,5-13,5 0,1-0,3 - -
Aços Inoxidáveis Ferriticos

409 0,08 1,0 1,0 10,5-11,8 - - 0,5%Ti, até 0,5%Ni


430 0,12 1,0 1,0 16-18 - - -
430Ti 0,12 1,0 1,0 16-18 - - 0,50%Ti
430Nb 0,12 1,0 1,0 16-18 - - 0,50%Nb
442 0,20 1,0 1,0 18-23 - - -
444 0,20 1,0 1,0 17,5-19,5 - 1,8-2,5 Até 1%Ni,
Ti+Nb=0,20+4(C+N)
446 0,25 1,0 1,0 23-27 - -

Principais características:
- Boa resistência à corrosão, especialmente corrosão sob tensão.
- Não são endurecíveis por tratamento térmico
- Têm boa conformabilidade plástica
- Podem sofrer diversos fenômenos de fragilização com o aquecimento em
certas faixas de temperatura.

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Soldabilidade Aços Inoxidáveis Ferriticos
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Aços Inoxidáveis Ferriticos  Soldagem com Eletrodo Revestido; ZTA
 Soldagem TIG;
 Soldagem Plasma;
ZTA
 Soldagem MIG/MAG;
 Soldagem a Arco Submerso;
 Soldagem sob Escória ZTA
Eletrocondutora;
 Soldagem com Eletrodo Tubular;
 Soldagem Laser.

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Aços Inoxidáveis Ferriticos Aços Inoxidáveis Ferriticos

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Aços Inoxidáveis Ferriticos Aços Inoxidáveis Ferriticos
Soldabilidade Aços Inoxidáveis Ferriticos

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Aços Inoxidáveis Ferriticos Aços Inoxidáveis Ferriticos

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Aços Inoxidáveis Ferriticos Aços Inoxidáveis Ferriticos

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Problemas que podem ocorrer durante a soldagem
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Precipitação de fase  ' na faixa de 350 a 550oC:


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- Endurecimento
- Fragilização
- Perda de resistência à corrosão

Precipitação de fase :
- Faixa de precipitação nos aços inox ferríticos: 500oC – 800oC
- Endurecimento
- Fragilização
- Perda de resistência à corrosão

Quanto maiores os teores de Cr e Mo, mais


susceptível o aço fica à formação das fases  e '

Crescimento de grão na ZTA


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Crescimento de grão na ZTA
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Crescimento de grão na ZTA


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Soldagem de escapamento aço inox ferritico


409 – Processo TIG com vareta austenitica
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Fonte: Tenneco

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Crescimento de grão na ZTA
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Soldagem de escapamento aço
inox ferritico 409 – Processo TIG
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com vareta austenitica

Fonte: Tenneco

Crescimento de grão na ZTA


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Soldagem de escapamento aço


inox ferritico 409 – Processo TIG
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com vareta austenitica

Fonte: Tenneco

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Fragilização durante a soldagem
MMAT16 Soldabilidade Aços Inoxidáveis
Aços Inoxidáveis Ferriticos Devido aos elementos intersticiais durante a soldagem

- Estes elementos se segregam nos contornos de grão, onde fragilizam o


aço.
- Na soldagem forma-se austenita em altas temperaturas e martensita
intergranular no resfriamento.
- C e N formam carbonetos e carbonitretos de cromo que fragilizam e
causam perda da resistência à corrosão.

Soluções:
- Adição de Ti e/ou Nb

- Utilização de aços EBI


- Tratamento térmico pós-soldagem a cerca de 650oC – 850oC para
transformar a martensita em ferrita mais carbonetos.

Efeito do tipo de estabilização


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• Os elementos estabilizantes Ti e Nb agem como refinadores de


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grão e formam compostos com o C e o N. Com o aumento dos teores


de Ti e Nb, tem-se o aumento da temperatura de transição.

Castro Lopes (2005), estudo microestruturas de aços inoxidáveis


estabilizados com Ti e Nb e soldados e verificou que os precipitados à
base de Ti são maiores e menos dispersos.

A quantidade de inclusões em aços estabilizados com Ti é


relativamente maior. Isto ocasiona uma perda maior da tenacidade. Já
a estabilização com Nb em excesso, apresenta precipitados finos de
Cr2N, que limita a ductilidade.

Com a estabilização mista (Ti + Nb), a ductilidade torna-se


superior se comparada com a estabilização apenas do Nb.

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Efeito do tipo de estabilização
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Uma primeira estimativa para o teor mínimo de Ti ou Nb para a


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estabilização simples de um aço é dada pela multiplicação do seu teor de
elementos intersticiais (C + N) pela relação entre a massa molecular do
carbonitreto correspondente e a média das massas atômicas do C e N,
isto é:

% Nb ≥ 8,1 % (C + N)
% Ti ≥ 4,7 % (C + N)

Para a estabilização com Ti, a norma ASTM


A240/A240M (ASTM, 1999) recomenda um teor mínimo
deste elemento igual a 6 vezes o teor de (C + N) e um teor
máximo de 0,50% de Ti.

Resistência à corrosão intergranular


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• Os aços inoxidáveis ferríticos podem sofrer problemas


de corrosão intergranular.

Nos aços ferríticos, a precipitação de nitretos também


causa a sensitização. Nestes aços, é produzida pela
precipitação durante o resfriamento após aquecimento
acima de cerca de 925ºC, pois são necessárias maiores
temperaturas para solubilizar os elementos intersticiais.

Assim, este problema ocorre nas regiões da ZTA mais


próximas da zona fundida.

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Resistência à corrosão intergranular
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Solari [CONEA, 1981] indica a relação, para uma


resistência adequada à corrosão intergranular de zona
termicamente afetada de aços inoxidáveis ferríticos:

%(Nb + Ti) = 0,08 + 8% (C + N)

Resistência à corrosão intergranular


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O problema da corrosão intergranular pode ser minimizado com a


utilização de menores teores de intersticiais. A utilização de estabilizantes
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como Ti e o Nb também permite minimizar o problema para aços com


maiores teores de intersticiais.

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Resistência à corrosão intergranular
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SOLDAGEM DE LINNINGS EM TORRE DE DESTILAÇÃO


EM REFINARIA PETROQUÍMICA
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 Problema de interesse das refinarias, estudado por pesquisadores da


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UFC e da UFPR.
 O linning consiste numa chapa de aço resistente à corrosão e ao calor
que é soldada sobre o “clad” de aço AISI 405 que recobre o aço
estrutural (ASTM A516-Gr70).

Vista A

Localização das trincas


Espaço com retenção de gás

Solda do Lining

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SOLDAGEM DE LINNINGS EM TORRE DE DESTILAÇÃO
EM REFINARIA PETROQUÍMICA
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• Até o momento são usadas chapas de aço AISI 316L para o linning. O aço
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AISI 316L é austenítico e contém Mo, que confere resistência à corrosão


naftênica.

• Por ser austenítico, e ter coeficiente de dilatação muito diferente do aço


AISI 405 ao qual é soldado, o AISI 316L apresentava grande incidência de
trincas, que se agrava com os ciclos de aquecimento e resfriamento do
equipamento.

• As pesquisas se concentraram em testar os seguintes materiais:


– Aço AISI 444, que contém 2%Mo e é ferrítico, ou seja, possui
coeficiente de dilatação próximo do AISI 405.

SOLDAGEM DE LINNINGS EM TORRE DE DESTILAÇÃO


EM REFINARIA PETROQUÍMICA
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– Aço AISI 317L, austenítico, com 3-4%Mo, para aumentar a


resistência à corrosão naftênica (importante a presença de Nb).

– Aços ferríticos de mais alto Mo, ainda não comerciais (somente


estabilizados com Ti e Nb).

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Previsão da formação de Martensita
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Aços Inoxidáveis Ferriticos Para realizar uma previsão da formação de martensita numa
estrutura inox ferritica é utilizado o diagrama de
KALTENHAUSER que permite quantificar a martensita
possível de ser formada nos aços inoxidáveis ferriticos
durante o resfriamento.

Trata-se de uma balanço entre elementos alfagêneos e


gamagêneos (Lacombe, 2000). Os números distribuídos de
30 a 100 representam a % de ferrita presente na estrutura do
aço ferritico.

Previsão da formação de Martensita


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A equação para o aço 409, [segundo A. Mittal Inox Brasil] é


Aços Inoxidáveis Ferriticos

dada por :

FK= (%Cr+6%Si+8%Ti+4%Mo+2%Al) – [40*(C+N)+2%Mn+4%Ni],

O FK >13 garante estrutura completamente ferritica.

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Aços Inoxidáveis Ferriticos Aços Inoxidáveis Ferriticos
Previsão da formação de Martensita

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Aços Inoxidáveis Ferriticos Aços Inoxidáveis Ferriticos

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Aços Inoxidáveis Ferriticos

Soldabilidade Aços Inoxidáveis Ferriticos


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A formação de fases frágeis pode facilitar a formação de


trincas no resfriamento, por perda de ductilidade, além de
possível perda de tenacidade.

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Procedimento de Soldagem
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-consumíveis: similares ou dissimilares (austeniticos – cuidado com a
expansão térmica); ou ligas de níquel.
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- Aporte de calor controlado.


-Pré-aquecimento entre 150ºC e 230 ºC.
- Temperatura interpasse muito controlado.
- Alívio de tensões após soldagem com resfriamento rápido
entre 540ºC e 370ºC.:
- para os aços 429, 430 e 442 alívio em temperaturas entre 840ºC e
540ºC.
- para os aços 405 e 409 alívio na temperatura de 760ºC para eliminar
qualquer presença de martensita.

Soldabilidade Aços Inoxidáveis Súper Ferritico


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SOLDAGEM DO AÇO INOXIDAVEL


SÚPER-FERRITICO

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Soldabilidade Aços Inoxidáveis Súper Ferritico
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 Os aços inoxidáveis ferríticos P444 estabilizados com Nb e Ti,
apresentan-se como uma alternativa ao problema da fragilização
Aços Inoxidáveis Ferriticos

das uniões soldadas dissimilares dos aços inoxidáveis austeníticos.

 Aproveitam sua excelente resistência à corrosão sob tensão (CST)


no estado recozido, tanto em MgCl2 como em soluções de NaCl.

 A diminuição dos elementos intersticiais mais a estabilização de


elementos como Nb, Ti e Mo, foi possível criar ligas ferríticas com
melhores características de ductilidade, soldabilidade e resistência
à corrosão e manutenção da resistência à CST.

 Os elementos estabilizantes Ti e Nb atuam como refinadores de


grão e formam compostos com o C e o N.

Transformações de Fases durante a soldagem dos aços inoxidáveis


ferriticos
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 Fase σ: é um composto intermetálico, fragilizante, de composição nominal


Aços Inoxidáveis Ferriticos

FeCr. A transformação α  σ ocorre entre 480 e 815ºC.

Fase χ: possui composição nominal Fe2CrMo. Aparece vinculada a fase σ


em aços ferríticos que contém Mo. Forma-se entre 500 e 590 ºC, afetando a
tenacidade. A adição de Ni, Ti ou Nb acelera a formação de fase σ e χ.
Entretanto a presença de Ni aumenta a ductilidade e tenacidade da fase χ.

Fases de Laves (η): A precipitação da fase η normalmente ocorre nos


contornos de grão, sendo mais acelerada com a presença de Mo e Si.

Fase α’: Os aços que contém Cr entre 17 e 25% apresentam “fragilização


dos 475ºC” quando aquecidos entre 400 e 550ºC.

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Transformações de Fases durante a soldagem dos aços
MMAT16 Soldabilidade Aços Inoxidáveis inoxidáveis ferriticos
Aços Inoxidáveis Ferriticos  Martensita: A presença de elementos austenitizantes pode produzir
durante o aquecimento, transformação parcial da estrutura em
austenítica, e durante o resfriamento rápido a formação de martensita,
deteriorando as propriedades de impacto.
Fragilização por Hidrogênio: Nos aços Fe-Cr a presença de hidrogênio
reduz drasticamente a ductilidade podendo causar fratura.
Fragilização por Oxigênio: Concentrações de oxigênio superiores a
0,025% causam a formação de inclusões não metálicas e perda da
resistência à corrosão por pites.
Fissuração a quente: Os aços inoxidáveis extras baixo intersticiais são
menos susceptíveis a fissuras, conseguindo-se uma boa resistência à
fissuração usando teores de C+N<0,04%, Ti ou Ta, ou uma combinação
de ambos estabilizantes, não ocorrendo isto, se adicionar exclusivamente
Nb.

Soldagem do aço SF P444


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Composição química do aço inoxidável P444 (Acesita, 2001)


Aços Inoxidáveis Ferriticos

% Cr Mo C N Ni Ti-Nb Mn P S Si
AISI444 17-19 1,7-2,5 0,02 0,03 1,0 (*) 1,0 0,04 0,03 1,0
(*) 0,2 + 4(C+N)Ti+Nb0.8

Composição química do metal de adição ER317

%? C Cr Ni Mo Mn Si P S Cu Nb
ER317 0,06 18-20 13-15 3-4 1-2,5 0,3-0,6 0,03 0,03 0,75 0,60

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Soldagem do aço SF P444
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Aços Inoxidáveis Ferriticos  Planejamento dos experimentos: Foi selecionado o arranjo ortogonal
de Taguchi L8 com dois níveis (nível 1 e nível 2). Isto requer a
realização de oito (8) experimentos de acordo à matriz (tabela 3): A
hipótese a verificar é para a tração, MAIOR é MELHOR, e para a
medição de microdureza a NOMINAL é MELHOR.
Exp Coluna de Fatores
Nº Cobre Ângulo T° Corrente Tensão Velocidade Fluxo gás
Junta Eletrodo Aquecimento A V cm/s l/min
1 SEM 1 15º 1 SEM 1 120 A 1 11 V 1 0,20 1 18 1
2 SEM 15º SEM 90 A 2 11 V 0,10 2 16 2
3 SEM 30º 2 COM 2 90 A 8V2 0,10 16
4 SEM 30º COM 120 A 8V 0,20 18
5 COM 2 15º COM 120 A 8V 0,20 18
6 COM 15º COM 90 A 8V 0,10 16
7 COM 30º SEM 90 A 11 V 0,10 16
8 COM 30º SEM 120 A 11 V 0,20 18
(1) nível 1, (2) nivel 2.

Soldagem do aço SF P444


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ENSAIOS E MEDIÇÕES
Aços Inoxidáveis Ferriticos

 Ensaio de Tração e Dobramento:


3 corpos de prova para cada experimento (24) de tração e 2 corpos
de prova para dobramento (16).

 Medição da Microdureza: Tipo Vickers, medida foi desde a ZTA


até o metal base (3 colunas).

 Caracterização microestrutural: lixamento e polimento


automático com alumina + ataque eletrolítico, para revelar
contornos de grão (50% ácido clorídrico + 50% água destilada +
voltagem de 3 V, + na solução e pólo - na amostra). O tempo do
ataque variou de 9 a 10 s.

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Soldagem do aço SF P444
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 Ciclagem térmica: forno, até 400ºC, por 1h e resfriamento lento até


Aços Inoxidáveis Ferriticos
80ºC. Foram realizados 5 ciclos (retiradas 3 amostras no intervalo de
cada ciclo, no total de 15 amostras). A ciclagem térmica foi realizada
para o corpo de prova que obteve maior resistência à tração e maior
microdureza.

O objetivo da ciclagem térmica é verificar o comportamento das


uniões soldadas simulando condições de serviço a 400 ºC,
principalmente na formação das fases  e ´.

 Ensaios de resistência à corrosão (Eletroquímico): Foram realizados


2 ensaios para a amostra soldada (experimento nº 7  Maior resistência
à tração e maior microdureza), e 2 ensaios para o metal base.

Soldagem do aço SF P444


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Resultados do Ensaio de Tração


Aços Inoxidáveis Ferriticos

Resistência Escoamento Alongamento Amostras / Local de Ruptura


Exp. (MPa) (MPa) (%) Nº1 Nº2 Nº3
1 468,0 388,3 32 NR ZTA NR
2 423,4 341,7 43 ZF ZTA ZTA
3 467,8 386,7 29 NR NR ZF
4 462,3 377,5 54 ZTA ZTA -
5 432,7 370,0 46 ZTA ZTA ZTA
6 461,5 393,3 24 NR NR ZTA
7 471,4 410,0 21 NR NR NR
8 454,2 355,0 16 ZTA ZTA ZF
Metal Base 497 337 32 - - -
NR=não rompeu

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Soldagem do aço SF P444
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Aços Inoxidáveis Ferriticos Resultados da Analise de Variância – ANOVA - TRAÇÃO

Soldagem do aço SF P444


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Resultados da medição da Microdureza


Aços Inoxidáveis Ferriticos

Microdureza (ZTA)

270
240
Dureza (Vickers)

210 Corpo1
180 Corpo2
150 Corpo3
120
Corpo4
90
60 Corpo5
30 Corpo6
0 Corpo7
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
0

Corpo8
Distância do cordão de solda (um)

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Soldagem do aço SF P444
Análise da influência das variáveis de soldagem na microdureza
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Aços Inoxidáveis Ferriticos da ZTA

Soldagem do aço SF P444


Caracterização Microestrutural
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Metal de Base Região da Zona Fundida e ZTA

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Soldagem do aço SF P444
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Microestrutura da ZF e ZTA da amostra soldada


(experimento nº1). (a) região com formação de ferrita , (b)
local de precipitação de carbonetos de Ti, Nb e Cr.

a Ferrita δ b Carbonetos

Soldagem do aço SF P444


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Ciclagem Térmica
Aços Inoxidáveis Ferriticos

α'

a b

Microestrutura da Região da ZTA da amostra soldada com após ciclagem


térmica.

a) ciclo nº1, b) ciclo n° 5.

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Soldagem do aço SF P444
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Aços Inoxidáveis Ferriticos Gráfico de dureza após 1º ciclo - Média = 233 HV e
Gráfico de dureza após 5º ciclo - Média = 259 HV

Microdureza - Ciclo Nº 1 - Dureza Vickers Microdureza - Ciclo Nº 5 - Dureza Vickers

300 350

250 300
250
200
Dureza (Vickers)

Dureza (Vickers)
200
150
150
100
100
50 50
0 0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000
Distância do cordão de solda (um) Distância do cordão de solda (um)

Soldagem do aço SF P444


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Microestrutura da Região da ZTA da amostra soldada: a)


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após 2 ciclos a temperatura de 400ºC e b) amostra soldada


sem tratamento de ciclagem térmica

CTi ou CNb

a b

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Soldagem do aço SF P444
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Aços Inoxidáveis Ferriticos  1) Não foi observada a presença martensita na ZTA, mostrando a
influência dos elementos Ti e Nb em uma menor formação de
austenita e conseqüentemente menor probabilidade de formar
martensita a altas velocidades de resfriamento. Também não foi
verificada a repetição de picos de dureza, confirmando a ausência
de martensita.

 2) A microdureza próximo à ZF é maior que à do metal de base,


sugerindo um maior endurecimento por precipitação de CTi ou
CNb e CCr.

 3) Os parâmetros de soldagem TIG mais influentes no ensaio de


tração conforme a metodologia Taguchi foram: o ângulo do eletrodo
(8%), a velocidade de soldagem (22%) e o fluxo de gás (22%).

Soldagem do aço SF P444


MMAT16 Soldabilidade Aços Inoxidáveis

 4) O parâmetro de soldagem TIG mais influente na


microdureza conforme a metodologia Taguchi foi a
Aços Inoxidáveis Ferriticos

CORRENTE (18,7%).

 5) A ciclagem térmica foi caracterizada pela formação de uma


fase em torno dos contornos de grão. Verificou-se um aumento
significativo da dureza devido à precipitação desta fase.
Concluiu-se que devido aos teores de Mo do metal de base e
metal de adição e o conseqüente aumento de dureza, houve a
formação de fase α’.

 6) Houve o aumento dos precipitados de Ti ou Nb no interior


dos grãos, caracterizado por uma formação por coalescimento,
após a ciclagem térmica.

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Soldagem do aço SF P444
MMAT16 Soldabilidade Aços Inoxidáveis

 7) Verificou-se no aço P444 que a amostra com solda apresentou


Aços Inoxidáveis Ferriticos

uma menor corrente de passivação, conseqüentemente maior


resistência à corrosão generalizada. Entretanto, constatou-se que
a amostra sem solda apresentou um maior potencial de pite,
confirmando ser mais estável, podendo ser justificado devido às
mudanças microestruturais ocorridas na ZTA.

 8) Verificou-se que o aço P444 sem solda apresentou uma menor


corrente de passivação em relação ao aço P444 com solda e ao aço
304L. Entretanto após a soldagem, a corrente de passivação para
o aço P444 aumentou próxima à do aço austenítico 304L.

Bibliografia Consultada
MMAT16 Soldabilidade Aços Inoxidáveis

[1] Márcio de Almeida Ramos, “Metalurgia”, Edição da PETROBRAS


Aços Inoxidáveis Ferriticos

[2] Paulo J. Modenesi, Soldagem dos Aços Inoxidáveis,Ed. Senai.


[3] [6 [17] Apostila Tensões Residuais em soldagem – curso de formação de Eng. Inspeção
PETROBRAS
[4] Pedro Silva Teles, “Tubulações Industrias” - Materiais, projeto e desenho”
[5] Tarcísio Reis de Oliveira. Curso de Especialização em Soldagem – UFU – 2012
[6] R. Columbier e J. Hochmann, “Aceros Inoxidables Aceros Refractarios”, Ediciones Urmo / Bilbao
[7] Béla Leffler, Stainless – stainless steel and their properties
[8] A. F. Padilha, “Aços Inoxidáveis Austeníticos”, Ed. Hemus, 1994
[9] Paredes, R. S. C. Aços Inoxidáveis – Metalurgia e Soldabilidade. UFPR, 2011
[10] Folkhard E. Welding Metallurgy os Stainless Steels. N.Y , 1994.

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