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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................13
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS,
NÃO LITERÁRIOS E MISTOS)............................................................................................................. 13

ORTOGRAFIA....................................................................................................................................... 20

ACENTUAÇÃO..................................................................................................................................... 21

SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRA............................................................................. 21

PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 21

CLASSES DE PALAVRAS - EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES QUE


ESTABELECEM.................................................................................................................................... 24

SUBSTANTIVO...................................................................................................................................................24

ADJETIVO...........................................................................................................................................................26

NUMERAL...........................................................................................................................................................27

ARTIGO...............................................................................................................................................................28

PRONOME..........................................................................................................................................................28

VERBO E EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS....................................................................................32

ADVÉRBIO..........................................................................................................................................................38

PREPOSIÇÃO.....................................................................................................................................................40

CONJUNÇÃO......................................................................................................................................................43

INTERJEIÇÃO.....................................................................................................................................................44

FRASES E TIPOS DE FRASES............................................................................................................. 44

ORAÇÃO............................................................................................................................................... 45

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO.................................................................................................................45

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO..............................................................................................................47

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO................................................................................................................48

COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO.................................................................................................................50

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL............................................................................................ 53

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL........................................................................................................ 57

COLOCAÇÃO PRONOMINAL.............................................................................................................. 58
SEMÂNTICA......................................................................................................................................... 59

SINÔNIMOS........................................................................................................................................................59

ANTÔNIMOS......................................................................................................................................................59

CRASE.................................................................................................................................................. 61

ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA........................................................................................................... 63

VÍCIOS DE LINGUAGEM...................................................................................................................... 67

FIGURAS DE LINGUAGEM.................................................................................................................. 68

METÁFORA.........................................................................................................................................................68

COMPARAÇÃO...................................................................................................................................................69

PLEONASMO......................................................................................................................................................69

CATACRESE........................................................................................................................................................69

ONOMATOPEIA..................................................................................................................................................69

COERÊNCIA E COESÃO....................................................................................................................... 69

ANÁFORA...........................................................................................................................................................69

CATÁFORA.........................................................................................................................................................69

USO DE CONECTORES E CONJUNÇÕES..........................................................................................................69

VOZ PASSIVA E ATIVA........................................................................................................................ 70

CONSTITUIÇÃO FEDERAL..............................................................................................75
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: EVOLUÇÃO, CARACTERÍSTICAS E APLICABILIDADE....................... 75

DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS, DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS, DOS


DIREITOS SOCIAIS, DA NACIONALIDADE, DOS DIREITOS POLÍTICOS E DOS DIREITOS
POLÍTICOS - ARTIGOS 1º A 17.......................................................................................................... 81

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - ARTIGOS 37 A 41 .....................................................................100

DA SEGURANÇA PÚBLICA - ARTIGO 144.......................................................................................113

DA SEGURIDADE SOCIAL, DA SAÚDE, DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, DA ASSISTÊNCIA


SOCIAL, DA EDUCAÇÃO, CULTURA E DO DESPORTO, DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E
INOVAÇÃO, DA COMUNICAÇÃO SOCIAL, DO MEIO AMBIENTE, DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA,
DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO E DOS ÍNDIOS – ARTIGOS 194 A 232...................114

CÓDIGO PENAL................................................................................................................ 127


DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL........................................................................................................127
DO CRIME...........................................................................................................................................137

CONCURSO DE PESSOAS.................................................................................................................148

CONCURSO DE CRIMES....................................................................................................................153

DOS CRIMES CONTRA A VIDA.........................................................................................................158

DAS LESÕES CORPORAIS................................................................................................................166

DOS CRIMES CONTRA A HONRA....................................................................................................168

DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL........................................................................171

DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO........................................................177

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO..........................................................................................178

DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL...............................................................................203

DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA.....................................................................................211

DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA..........................................................................................220

DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA.............................................................................................223

DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO


EM GERAL..........................................................................................................................................235

DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL.......246

DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS............................................251

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA............................................................255

DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO: ARTIGOS 359-I A 359-T........264

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL................................................................................ 271


JUIZ DAS GARANTIAS......................................................................................................................271

DO INQUÉRITO POLICIAL.................................................................................................................273

DA AÇÃO PENAL...............................................................................................................................284

DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS............................................................................293

DA RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS................................................................................294

DAS PROVAS.....................................................................................................................................295

DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA................................307


DIREITO ADMINISTRATIVO......................................................................................... 317
DOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA........................................................................317

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA....................................................................321

DOS PODERES ADMINISTRATIVOS................................................................................................328

ATOS ADMINISTRATIVOS................................................................................................................332

SERVIÇOS E BENS PÚBLICOS..........................................................................................................338

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO........................................................................................350

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO...................................................................................................354

LICITAÇÃO E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS............................................................................359

NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA...................................................................................... 413


CONCEITO, MÉTODO, OBJETO E FINALIDADE DA CRIMINOLOGIA.............................................413

TEORIAS SOCIOLÓGICAS DA CRIMINALIDADE.............................................................................414

VITIMOLOGIA: EVOLUÇÃO HISTÓRICA, CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO VITIMARIA E


VITIMIZAÇÃO....................................................................................................................................419

ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E A PREVENÇÃO DA INFRAÇÃO PENAL.........................422

CRIMINOLOGIA E O PAPEL DA POLÍCIA JUDICIÁRIA...................................................................424

NOÇÕES DE LÓGICA...................................................................................................... 431


ESTRUTURA LÓGICA DAS RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES,
COISAS, EVENTOS FICTÍCIOS.........................................................................................................431

DEDUÇÃO DE NOVAS INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES FORNECIDAS E AVALIAÇÃO DAS


CONDIÇÕES USADAS PARA ESTABELECER A ESTRUTURA DESSAS RELAÇÕES.....................432

ESTRUTURAS LÓGICAS E LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO.............................................................437

DIAGRAMAS LÓGICOS.....................................................................................................................442

IDENTIFICAÇÃO DAS REGULARIDADES DE UMA SEQUÊNCIA, NUMÉRICA OU FIGURAL,


DE MODO A INDICAR QUAL É O ELEMENTO DE UMA DADA POSIÇÃO E SEQUÊNCIAS
LÓGICAS.............................................................................................................................................443

NOÇÕES DE INFORMÁTICA........................................................................................ 449


SISTEMA OPERACIONAL.................................................................................................................449

CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E ATALHOS....................................................................449


ÁREA DE TRABALHO.......................................................................................................................................450

ÁREA DE TRANSFERÊNCIA.............................................................................................................................452

MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS.....................................................................................................452

USO DOS MENUS.............................................................................................................................................455

PROGRAMAS E APLICATIVOS........................................................................................................................455

DIGITALIZAÇÃO DE ARQUIVOS......................................................................................................................459

INTERAÇÃO COM O CONJUNTO DE APLICATIVOS PARA ESCRITÓRIO.....................................................460

HARDWARE........................................................................................................................................461

MICROCOMPUTADORES E PERIFÉRICOS.....................................................................................................461

Configuração Básica e Componentes........................................................................................................... 461

IMPRESSORAS.................................................................................................................................................468

Classificação e Noções Gerais...................................................................................................................... 468

DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO EXTERNO........................................................................................470

Conceito, Classificação e Noções Gerais..................................................................................................... 470

EDITOR DE TEXTO.............................................................................................................................472

ESTRUTURA BÁSICA DOS DOCUMENTOS....................................................................................................472

EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE TEXTOS............................................................................................................473

CABEÇALHOS..................................................................................................................................................474

PARÁGRAFOS..................................................................................................................................................474

FONTES............................................................................................................................................................476

COLUNAS.........................................................................................................................................................476

MARCADORES SIMBÓLICOS E NUMÉRICOS.................................................................................................477

TABELAS..........................................................................................................................................................478

IMPRESSÃO.....................................................................................................................................................478

CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS...............................................................................479

LEGENDAS........................................................................................................................................................480

ÍNDICES............................................................................................................................................................480

INSERÇÃO DE OBJETOS.................................................................................................................................480

CAMPOS PREDEFINIDOS................................................................................................................................480

CAIXAS DE TEXTO...........................................................................................................................................481
EDITOR DE PLANILHA ELETRÔNICA..............................................................................................482

ESTRUTURA BÁSICA DAS PLANILHAS.........................................................................................................482

CONCEITOS DE CÉLULAS, LINHAS, COLUNAS, PASTAS E GRÁFICOS........................................................483

ELABORAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS......................................................................................................484

USO DE FÓRMULAS, FUNÇÕES E MACROS...................................................................................................488

IMPRESSÃO.....................................................................................................................................................491

INSERÇÃO DE OBJETOS.................................................................................................................................491

CAMPOS PREDEFINIDOS................................................................................................................................494

CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS...............................................................................494

OBTENÇÃO DE DADOS EXTERNOS................................................................................................................495

CLASSIFICAÇÃO DE DADOS...........................................................................................................................495

CORREIO ELETRÔNICO....................................................................................................................496

USO DE CORREIO ELETRÔNICO......................................................................................................................496

PREPARO E ENVIO DE MENSAGENS..............................................................................................................497

ANEXAÇÃO DE ARQUIVOS..............................................................................................................................498

MENSAGERIA ELETRÔNICA............................................................................................................499

CONCEITO E UTILIZAÇÃO...............................................................................................................................499

VOZ SOBRE IP....................................................................................................................................499

CONCEITO E UTILIZAÇÃO...............................................................................................................................499

AMBIENTE EM REDE.........................................................................................................................500

CONCEITOS......................................................................................................................................................500

NAVEGADORES E NAVEGAÇÃO INTERNET E INTRANET.............................................................................501

CONCEITOS DE URL.........................................................................................................................................503

LINKS................................................................................................................................................................504

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS (SITES)..............................................................................................................505

BUSCA, SISTEMAS DE BUSCA E PESQUISA..................................................................................................506

IMPRESSÃO DE PÁGINAS...............................................................................................................................507

REDES SOCIAIS................................................................................................................................................508

PROTEÇÃO E SEGURANÇA, CONFIGURAÇÕES.............................................................................................509

ARMAZENAMENTO DE DADOS NA NUVEM (CLOUD STORAGE).................................................................510


CRIMES VIRTUAIS E CIBERSEGURANÇA.......................................................................................513

DEEPWEB E DARKWEB....................................................................................................................................513

PROVAS DIGITAIS............................................................................................................................................513

CRIPTOMOEDAS..............................................................................................................................................513

VIDEOCHAMADA E VIDEOCONFERÊNCIA: CONCEITO E UTILIZAÇÃO.......................................515


A primeira conduta incriminada, disposta na
alínea a do art. 1°, é a de matar membros do grupo.
Matar é destruir, eliminar a vida humana, por qual-
quer meio que seja. O que diferencia da prática do

LEGISLAÇÃO ESPECIAL
crime do previsto no art. 121 do Código Penal (homicí-
dio) é a intenção do autor: a morte tem que ter relação
com a vontade de destruir o grupo ao qual a vítima
pertence.
A segunda conduta tipificada (alínea b do art. 1°) é
LEI Nº 2.889, DE 1956 - CRIMES DE a de causar lesão grave à integridade física ou mental
de membros do grupo. Do mesmo modo que na hipó-
GENOCÍDIO tese anterior, basta que apenas um membro do grupo
seja lesionado, desde que haja a intenção de extermi-
Muito embora atos de barbárie que se encaixam
no que atualmente consideramos como genocídio nar, total ou parcialmente, o grupo nacional, racial,
sempre tenham existido na História da humanidade, étnico ou religioso do qual faz parte a vítima.
a palavra somente passou a ter um uso geral após a A lesão deve ser grave e dirigida tanto à integri-
Segunda Guerra Mundial, quando toda a extensão das dade física quanto à mental. As hipóteses de lesão
atrocidades cometidas pelo regime nazista contra os grave estão previstas no art. 129, §§ 1º e 2º do Códi-
judeus europeus durante aquele conflito se tornou go Penal. Um triste exemplo histórico que pode ser
conhecida. Em 1948, as Nações Unidas declararam o lembrado são dezenas de milhares de amputações de
genocídio um crime internacional; o termo seria mais mãos e pernas de pessoas dos grupos étnicos tutsi, twa
tarde aplicado aos horríveis atos de violência cometi- e hutus ocorridas no genocídio em Ruanda em 1994.
dos durante conflitos na ex-Iugoslávia e no país africa- A terceira ação incriminada (alínea c do art. 1º) é a
no de Ruanda na década de 1990. de submeter intencionalmente o grupo a condições de
O ordenamento jurídico brasileiro repreende o cri- existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física
me de genocídio, reconhecido com um crime contra a total ou parcial. Aqui a conduta é dirigida ao grupo
Humanidade, tanto no nível constitucional quanto no como um todo. O verbo núcleo submeter é meio vago,
nível legal. A Constituição Federal de 1988 (CF) estabele- mas a intenção é punir quem subordina o grupo a con-
ce, em seu art. 3º, como um objetivo da República Fede- dições tão agressivas que possam levar à sua extinção
rativa do Brasil a promoção do bem-estar para todos, como, por exemplo, impedir o acesso à alimentação,
igualmente, sem preconceitos de origem, raça, sexo, água, assistência médica etc.
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. A quarta conduta tipificada (alínea d do art. 1º) é
Já o art. 4º, da CF estabelece como princípio que
a adoção de medidas destinadas a impedir os nasci-
rege o Brasil em suas relações internacionais o repú-
mentos no seio do grupo. Essa hipótese é conhecida
dio pela prática do racismo e do homicídio. Além
como “genocídio biológico” e tem a intenção de elimi-
disso, o texto indica que deverá ser editada lei para
nar o grupo em longo prazo. Nos exemplos históricos
regulamentar a pena, bem como a indicação de que
crimes dessa natureza são inafiançáveis ​​e não pres- conhecidos tal conduta foi normalmente realizada
crevem, de acordo com o art. 5º, da CF. por meio da esterilização em massa.
Em vigor desde antes da atual Constituição, a Lei A quinta ação prevista como crime (alínea e do art.
nº 2.889, de 1956, que foi acolhida pela Constituição de 1º) configura-se na transferência forçada de crianças
1988, caracteriza expressivamente o crime de geno- do grupo para outro grupo. Aqui temos outra forma
cídio, tipificando penas e condutas relacionadas à de destruir biologicamente um grupo. Quando as
“intenção de destruir, em sua integridade ou em parte, crianças são transferidas de forma forçada para outro
grupo nacional, étnico, racial ou religioso” (art. 1º da grupo, ocorre a miscigenação forçada, de modo que,
Lei nº 2.889, de 1956). quando atingirem a idade adulta, estas crianças vão
Vamos estudá-la! pertencer a outro grupo (racial, nacional, étnico ou
religioso) e não mais ao grupo original, que deixará
CONCEITO E CONDUTAS DE GENOCÍDIO de existir.

Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo


Dica
ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou reli-
gioso, como tal: No termos da lei, criança refere-se à pessoa
a) matar membros do grupo; com até 12 anos incompletos (menor de 12
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

b) causar lesão grave à integridade física ou mental


anos), conforme prevê o art. 2º do Estatuto da
de membros do grupo;
c) submeter intencionalmente o grupo a condições Criança e do Adolescente.
de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição
física total ou parcial; Das Penas
d) adotar medidas destinadas a impedir os nasci-
mentos no seio do grupo; Art. 1º [...]
e) efetuar a transferência forçada de crianças do Será punido:
grupo para outro grupo. Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no
caso da letra a;
Nos termos do 1º da Lei nº 2.889, de 1956, o crime Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b;
de genocídio pode ser conceituado com a prática de Com as penas do art. 270, no caso da letra c;
condutas que tenham a intenção de destruir, no todo Com as penas do art. 125, no caso da letra d;
ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Com as penas do art. 148, no caso da letra e; 85
O legislador optou por não prever na própria Lei nº
2.889, de 1956 penas para as condutas previstas nos no art.
1º; ao invés disso a Lei preferiu aplicar penas de alguns Governante
crimes previstos no Código Penal (CP). Assim, temos: CAUSA DE AUMENTO DE
PENA DE 1/3
(CRIMES DOS ART. 1°,
CRIME DE GENOCÍDIO 2° E 3°)
PREVISTO NA LEI Nº 2.889, PENA PREVISTA
Funcionário Público
DE 1956
Art. 121, § 2º, do CP (homicí-
Art. 1º, a dio qualificado): Reclusão de
12 a 30 anos
O conceito de funcionário público, para fins penais,
Art. 129, §2º, do CP (lesão está previsto no art. 327 do Código Penal:
Art. 1º, b corporal gravíssima): Reclu-
são de 2 a 8 anos.
Art. 327 Considera-se funcionário público, para os
Art. 270, do CP (envenena- efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou
mento de água potável, ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou fun-
Art. 1º, c de substância alimentícia ou ção pública.
medicinal): Reclusão de 10 a
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exer-
15 anos.
ce cargo, emprego ou função em entidade paraes-
Art. 125, do CP (aborto prati- tatal, e quem trabalha para empresa prestadora de
Art. 1º, d cado por terceiro): Reclusão serviço contratada ou conveniada para a execução
de 3 a 10 anos.
de atividade típica da Administração Pública.
Art. 148, do CP (sequestro e
Art. 1º, e cárcere privado): Reclusão de PENA DA TENTATIVA
2 a 8 anos.
Crime tentado é aquele, uma vez iniciada sua
ASSOCIAÇÃO PARA A PRÁTICA DE GENOCÍDIO execução, deixa de se consumar por circunstâncias
alheias à vontade do agente, conforme prevê o inciso
Art. 2º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para II do art. 14 do CP. A regra é que, salvo disposição em
prática dos crimes mencionados no artigo anterior: contrário, pune-se o crime tentado com a pena do cri-
Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos. me consumado, diminuída de um a dois terços. A Lei
nº 2.889, de 1956 prevê que a tentativa dos crimes nela
O art. 2º pune a associação, ou seja, reunirem-se definidos será punida com dois terços das respectivas
mais de 3 pessoas, para a prática dos crimes previstos penas dos crimes consumados.
no art. 1º. A associação deve ter caráter permanente e
com o fim de realizar as condutas do art. 1º, ainda que Crime tentado Crimes de genocídio tentados
estes não cheguem a ser praticados (a reunião de for- Regra do CP: diminui 1/3 a Regra art. 5º da Lei nº 2.889, de
ma permanente e a intenção de praticar genocídio). 2/3 do crime consumado 1956: diminui 2/3
A pena é a metade prevista no art. 1º.
Por fim, o art. 6º da Lei prevê expressamente que
INCITAÇÃO AO CRIME DE GENOCÍDIO
os crimes de genocídio não são considerados crimes
políticos para efeitos de extradição. Este dispositivo
Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a
cometer qualquer dos crimes de que trata o art. 1º: visa possibilitar a extradição de estrangeiros autores
Pena: Metade das penas ali cominadas. de crimes de genocídio que venham a se esconder no
§ 1º A pena pelo crime de incitação será a mesma de Brasil (uma vez que o Brasil não extradita por motivo
crime incitado, se este se consumar. de crime político).
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço), Crime político é aquele praticado por razões políti-
quando a incitação for cometida pela imprensa. cas, inspiradas na militância.
Extradição é o processo de entrega de uma pessoa
O verbo núcleo é incitar (instigar, encorajar). Aqui de um país para outro, mediante pedido, para que seja
se pune o agente que incentiva alguém de forma dire- processada e julgada por um crime cometido no terri-
ta (de forma clara) e publicamente (de modo a ser tório do requerente.
percebido por outras pessoas) a praticar os crimes de
genocídio, previstos no art. 1º da Lei. A pena prevista
é a metade da cominada no art. 1º.
Se a pessoa que foi incitada cometer o genocídio,
o incitador terá sua pena aumentada para a mesma
DECRETO-LEI Nº 3.688, DE 1941 - LEI
pena do art. 1º. DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS
Caso a incitação seja feita por meio da imprensa
(jornal, rádio, tv, internet etc.) a pena sofre aumento O Decreto-Lei nº 3.688, de 1941, Lei das Contra-
de um terço. venções Penais (LCP), tem como objetivo regular as
contravenções penais. Trata-se de uma norma antiga
CAUSA DE AUMENTO DE PENA que já teve grande parte do seu corpo revogada, de
forma expressa ou tácita. Por outro lado, algumas das
A pena dos crimes dos arts. 1º, 2º e 3º sofre aumen- contravenções restantes, apesar de não terem sido
to de 1/3 quando o agente é governante ou funcioná- revogadas, caíram em desuso, tendo em vista a modi-
86 rio público. ficação dos costumes nas últimas décadas.
Muito embora sejam poucos os dispositivos efe- Do artigo 1º, podemos tirar duas informações:
tivamente aplicados na prática, ela não é uma lei
menos importante e tem vários pontos que merecem z O Código Penal tem aplicação subsidiária à LCP;
nossa atenção. z Aplica-se o princípio da especialidade: havendo
conflito em disposições conflitantes, tratando-se
CRIME × CONTRAVENÇÃO de contravenção penal, aplica-se a norma especial
(LCP) em detrimento da de caráter geral (CP).
O ordenamento jurídico brasileiro adota a con-
cepção bipartida (também chamada de sistema dico- Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contraven-
tômico), de modo que as infrações penais (ou ilícitos ção praticada no território nacional.
penais) constituem em um gênero que tem como espé-
cie os crimes (ou delitos) e as contravenções penais. Aplicação do princípio da territorialidade absolu-
ta: às contravenções praticadas em território nacio-
nal, aplica-se a lei brasileira.
Infração Penal
Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.
O legislador, por medida de política criminal, optou
por não criminalizar a tentativa de contravenção.
Art. 5º As penas principais são:
I – prisão simples.
Crime (ou delito) Contravenção Penal II – multa.

Entende a doutrina que a previsão de penas aces-


A lei não estabelece distinção entre crime e con- sórias foi revogada tacitamente pela reforma do CP
travenção. A principal diferença é a quantidade de em 1984.
pena aplicada. A Lei de introdução do Código Penal e
da Lei das Contravenções Penais (Decreto-Lei nº 3.914, Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente
de 1941) em seu artigo 1º, afirma que crime é a infra- pratica uma contravenção depois de passar em jul-
ção penal punida com reclusão ou detenção cumulada gado a sentença que o tenha condenado, no Brasil
ou não com pena de multa, e contravenção penal é a ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Bra-
infração penal punida com prisão simples e/ou multa. sil, por motivo de contravenção.
A tabela a seguir sistematiza as particularidades
do crime e da contravenção penal: A contravenção penal no estrangeiro não gera
reincidência no Brasil. Em relação à reincidência, veja
CONTRAVENÇÃO a tabela do tópico a seguir.
CRIME
PENAL
Art. 8º No caso de ignorância ou de errada com-
Infração penal punida preensão da lei, quando escusáveis, a pena pode
Infração penal punida
com reclusão ou deten- deixar de ser aplicada.
com prisão simples e/ou
ção cumulada ou não
multa.
com pena de multa. Diferentemente do CP, o chamado erro de direito
(desconhecimento da existência da lei) autoriza o juiz
aplicar o perdão judicial. Por outro lado, o erro de
As contravenções são apelidadas de crimes-anões
proibição (a errada compreensão da lei) foi revogado
ou delitos-anões, por serem infrações penais menos
graves. (tacitamente) pelo artigo 21 do CP.
Todas as contravenções penais são consideradas
Art. 17 A ação penal é pública, devendo a autorida-
infrações penais de menor potencial ofensivo, deven-
de proceder de ofício.
do a elas ser aplicadas o rito da Lei dos Juizados Espe-
ciais (Lei nº 9.099, de 1995).
São sempre julgadas pela Justiça Estadual, ainda Tomando ciência da contravenção, a autoridade
que o bem jurídico atacado seja da União (exceto no dá prosseguimento sem que haja provocação (mani-
caso de contraventor que tenha prerrogativa de foro, festação) por parte da vítima.
como por exemplo, um juiz federal).
Assim como o Código Penal, a LCP é composta por Contravenções e Reincidência
Parte Geral (artigos 1º ao 17), na qual se encontram
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

as regras gerais aplicáveis às contravenções, e Parte A reincidência gera uma série de consequências
Especial (artigos 18 ao 72), onde se encontram as figu- relevantes na esfera penal. Por exemplo, a reincidên-
ras típicas. cia agrava a pena, aumenta o prazo para concessão
do livramento condicional, impede a substituição da
PARTE GERAL pena privativa de liberdade por restritiva de direitos,
impede a concessão do sursis (suspensão condicional
Vejamos os pontos relevantes que constam na Par- da pena) etc.
te Geral da Lei de Contravenções Penais, nº 3.688, de Como vimos, as disposições sobre a reincidência e
1941: sua relação com as contravenções estão no artigo 7º
da LCP. Para fins de prova, este artigo deve ser lido
Art. 1º Aplicam-se as contravenções às regras em conjunto com o artigo 63 do CP. Assim, da leitura
gerais do Código Penal, sempre que a presente lei de ambos os artigos, temos as seguintes hipóteses de
não disponha de modo diverso. reincidência: 87
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses,
CONDENAÇÃO NOVA
REINCIDÊNCIA ou multa, de duzentos mil réis a três contos de réis,
ANTERIOR CONDENAÇÃO
ou ambas cumulativamente.
Contravenção no
Contravenção Sim (art. 7º da LCP) § 1º A pena é aumentada de um terço até metade, se
Brasil
o agente já foi condenado, em sentença irrecorrível,
Contravenção no por violência contra pessoa.
Contravenção Não
estrangeiro § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze
Contravenção Crime Não dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis
Crime no Brasil ou a um conto de réis, quem, possuindo arma ou
Crime Sim (art. 63 do CP) munição:
no estrangeiro
a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autori-
Crime no Brasil ou
Contravenção Sim (art. 7º da LCP) dade, quando a lei o determina;
no estrangeiro
b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa
inexperiente no manejo de arma a tenha consigo;
Agora que vimos a Parte Geral da LCP, podemos c) omite as cautelas necessárias para impedir que
resumi-la em três os principais pontos: dela se apodere facilmente alienado, menor de 18
anos ou pessoa inexperiente em manejá-la.

Não se pune a tentativa Os artigos 18 e 19 da LCP trazem as condutas de


de contravenção fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou ven-
der, sem permissão da autoridade, arma ou munição
e trazer consigo arma fora de casa ou de dependência
A ação penal nas As penas previstas nas desta, sem licença da autoridade e foram ambos revo-
contravenções é pública contravenções são a gados pelo Estatuto do Desarmamento, Lei nº 10.826,
incondicionada prisão simples e a multa de 2003. Ou seja, não mais se aplicam, passando as
condutas a configurar crime, conforme o Estatuto do
Desarmamento.
Dizer que a ação penal nas contravenções é públi-
ca incondicionada significa que o titular da ação Dica
penal é o Ministério Público.
Ao estudar, não se preocupe com o “valor” da
pena, que se encontra em números desatualiza-
PARTE ESPECIAL
dos (cruzeiros, réis). Faça a leitura apenas como
A Parte Especial da LCP é divida em sete capítulos, “multa” ou “prisão simples”, quando for o caso.
cada um cuidando de um bem jurídico (valores mate-
riais ou imateriais que a lei quer proteger). Assim, Art. 20 Anunciar processo, substância ou objeto
temos a seguinte divisão: destinado a provocar aborto:
Pena – multa de hum mil cruzeiros a dez mil
cruzeiros.
z Capítulo I – Das contravenções referentes à pessoa;
z Capítulo II – Das contravenções referentes ao
A contravenção do artigo 20 da LCP tem o que
patrimônio;
chamamos de caráter subsidiário, ou seja, só vai ser
z Capítulo III – Das contravenções referentes à inco-
lumidade pública; aplicada se não constituir crime, como na hipótese da
z Capítulo IV – Das contravenções referentes à paz venda da substância abortiva (a contravenção pune
pública; o anúncio; se a venda se concretiza, configura crime.
z Capítulo V – Das contravenções referentes à fé Se o indivíduo anuncia e vende, responde pela venda,
pública; ficando a contravenção de anunciar absorvida pelo
z Capítulo VI – Das contravenções relativas à organi- crime).
zação do trabalho;
z Capítulo VII – Das contravenções relativas à polícia Art. 21 Praticar vias de fato contra alguém:
de costumes. Pena à prisão simples, de quinze dias a três meses,
ou multa, de cem mil réis a um conto de réis, se o
fato não constitui crime.
Vamos, então, estudar as contravenções propria-
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um ter-
mente ditas. Lembre-se de que muitas delas encon-
ço) até a metade se a vítima é maior de 60 (sessen-
tram-se revogadas.
ta) anos.

Das contravenções referentes à pessoa


O artigo 21 da LCP traz uma contravenção muito
comum no dia a dia policial e cujo estudo se relaciona
Art. 18 Fabricar, importar, exportar, ter em depósi-
com o das lesões corporais, previstas no artigo 129 da
to ou vender, sem permissão da autoridade, arma
ou munição: CP: as vias de fato. Vias de fato são agressões reali-
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, zadas sem a intenção de causar lesão; por exemplo:
ou multa, de um a cinco contos de réis, ou ambas empurrão, tapa etc.
cumulativamente, se o fato não constitui crime con- O Estatuto do Idoso acrescentou o parágrafo úni-
tra a ordem política ou social. co ao artigo 21 da LCP, de modo que, se a vítima for
Art. 19 Trazer consigo arma fora de casa ou de maior de 60 anos, a pena das vias de fato é aumentada
88 dependência desta, sem licença da autoridade: entre 1/3 até metade.
Art. 22 Receber em estabelecimento psiquiátrico, Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, e
e nele internar, sem as formalidades legais, pessoa multa de duzentos mil réis a dois contos de réis.
apresentada como doente mental:
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de O artigo 25 da LCP não se encontra mais em vigor,
réis. conforme entendimento do Supremo Tribunal Fede-
§ 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comu- ral (STF). Observe que a lei buscava punir a pessoa
nicar a autoridade competente, no prazo legal,
pelo simples fato de ser “mendigo” ou “vadio”, o que
internação que tenha admitido, por motivo de
é absurdo, pois a lei já presumia que tais pessoas fos-
urgência, sem as formalidades legais.
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quin- sem perigosas.
ze dias a três meses, ou multa de quinhentos mil
réis a cinco contos de réis, aquele que, sem obser- Das contravenções referentes à incolumidade
var as prescrições legais, deixa retirar-se ou des- pública
pede de estabelecimento psiquiátrico pessoa nele,
internada. Incolumidade significa bem-estar, segurança, inte-
Art. 23 Receber e ter sob custódia doente mental, gridade. As contravenções deste capítulo visam prote-
fora do caso previsto no artigo anterior, sem auto- ger a segurança de todos os indivíduos.
rização de quem de direito:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
Art. 28 Disparar arma de fogo em lugar habitado
multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
ou em suas adjacências, em via pública ou em dire-
ção a ela:
Ao contrário do artigo anterior, os artigos 22 e 23 Pena à prisão simples, de um a seis meses, ou mul-
da LCP apresentam contravenções de ocorrência extre- ta, de trezentos mil réis a três contos de réis.
mamente rara, que visam punir o agente que dá início Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples,
à internação de pessoa em estabelecimento psiquiátri- de quinze dias a dois meses, ou multa, de duzen-
co sem cumprir as formalidades previstas em lei. tos mil réis a dois contos de réis, quem, em lugar
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou
Art. 26 Abrir alguém, no exercício de profissão de em direção a ela, sem licença da autoridade, causa
serralheiro ou oficio análogo, a pedido ou por incum- deflagração perigosa, queima fogo de artifício ou
bência de pessoa de cuja legitimidade não se tenha solta balão aceso.
certificado previamente, fechadura ou qualquer outro
aparelho destinado à defesa de lugar nu objeto:
O disparo de arma de fogo que consta no caput do
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses,
ou multa, de duzentos mil réis a um conto de réis. artigo 28 da LCP encontra-se revogado; atualmente, a
conduta é considerada crime, conforme o artigo 15 do
O artigo 26 da LCP traz interessante contravenção Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826, de 2003),
que visa punir serralheiro ou chaveiro que, no exercí- com penas de reclusão de 2 a 4 anos, mais multa.
cio de sua profissão, abre fechadura, cadeado ou porta Da mesma forma, a conduta de causar deflagração
deixando de se assegurar que o seu cliente é realmen- (explosão) também foi revogada pelo inciso III do arti-
te proprietário ou possuidor daquele imóvel. Se o ser- go 16 do Estatuto do Desarmamento, que estabelece
ralheiro ou chaveiro souber que a pessoa não é dono pena de reclusão de 3 a 6 anos, mais multa.
(e sim alguém que quer furtar), responderá como par- A conduta de soltar balão aceso também se encon-
tícipe ou coautor do crime. tra revogada pelo artigo 42 da Lei de Crimes Ambien-
tais (Lei nº 9.605, de 1998), que prevê ser crime
Das contravenções referentes ao patrimônio apenado com detenção de 1 a 3 anos e/ou multa.
Assim, apenas a conduta de queimar fogo de arti-
Art. 24 Fabricar, ceder ou vender gazua ou instru- fício ilegalmente continua sendo punida. Lembra-se
mento empregado usualmente na prática de crime que dissemos que algumas contravenções, apesar
de furto: de estarem em vigor, caíram em desuso? Esta é uma
Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, delas.
e multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
APLICAÇÃO DO ARTIGO 28 DA LCP
O artigo 24 da LCP visa punir o fabricante da
gazua, também chamada de chave mestra, que é qual-
CONDUTA APLICAÇÃO
quer ferramenta que sirva para abrir fechaduras ou
cadeados, e que é utilizada na prática de furtos. Revogado pelo Estatuto
Disparo de arma de fogo
O artigo encontra-se em vigor, apesar de haver do Desarmamento
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

discussão sobre sua constitucionalidade, uma vez que Revogado pelo Estatuto
pune quem fabrica uma ferramenta que pode nem vir Deflagração perigosa
do Desarmamento
a ser utilizada em algum delito e que não apresenta
perigo em si. Apesar da discussão, fabricar, ceder ou Revogado pela Lei de Cri-
Soltar balão aceso
vender instrumento para o crime, ou gazua, é conside- mes Ambientais
rado contravenção penal pelo artigo 24. Queimar fogo de artifício Em vigor

Art. 25 Ter alguém em seu poder, depois de con-


O artigo 244 do Estatuto da Criança e do Adoles-
denado, por crime de furto ou roubo, ou enquanto
sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido cente (ECA) , Lei nº 8.069, de 1990, pune a conduta de
como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou quem, vende, fornece, ainda que gratuitamente ou
alteradas ou instrumentos empregados usualmente de qualquer forma, fogos de estampido ou de artifí-
na prática de crime de furto, desde que não prove cio, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial,
destinação legítima: sejam incapazes de produzir qualquer dano físico. 89

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