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CURSOS

WELLINGTON BISPO DE SOUZA

AVA MEC
PROFISSIONAL DE APOIO ESCOLAR.

Dividido em dois Módulos - o Módulo 1 (um) com 4 aulas e o Módulo


3 (três) com 3 aulas -, o curso é estruturado e se desenvolve tendo por eixo
transversal o diálogo entre teoria e prática. Em cada Módulo Temático, o
cursista terá a oportunidade de estudar sobre os conceitos, procedimentos,
atitudes e valores relacionados à formação e a prática do Profissional de
Apoio Escolar, a fim de desenvolver habilidades de reflexão sobre a atuação
cotidiana com os estudantes que acompanhará, visando uma real e efetiva
inclusão. Para isso, ao longo do curso, são apresentados dispositivos legais
sobre a profissão, orientações de intervenção profissional em diversos
contextos, propostas metodológicas e dispositivos de acessibilidade
pedagógica

 Módulo introdutório
 Módulo 1 - A pessoa, o cidadão e o profissional de apoio escolar:
aspectos legais e a relação com o estudante com deficiência, a escola, a
família e a comunidade
1. Aula 1 - O contexto de atuação do profissional de Apoio Escolar

2. Aula 2 - A formação e a atuação do profissional de Apoio


Escolar no atendimento ao estudante com deficiência: Principais
atribuições
3. Aula 3 - O saber e o fazer do profissional de Apoio Escolar
4. Aula 4 - O Profissional de apoio escolar e o atendimento às
necessidades físicas do educando com deficiência
 Módulo 2 - O estudante com deficiência, a escola, a família, a
comunidade e a inclusão
1. Aula 1 - Atuação prática do profissional de Apoio Escolar:
deficiências, métodos e as intervenções apropriadas

2. Aula 2 - Elementos favorecedores da inclusão: tecnologia


assistiva, acessibilidade pedagógica, instrumentos de
organização e avaliação das ações educativas
3. Aula 3 - A prática do profissional de Apoio Escolar em parceria
com os demais profissionais e família

Módulo 1 - Profissional de Apoio Escolar: aspectos legais e a


relação com o estudante com deficiência, a escola, a família e
a comunidade

Objetivos do 1ª  Módulo de Estudo:

 Identificar os principais marcos políticos,


históricos e legais específicos da função do
Profissional de Apoio escolar;
 Apresentar as funções do Profissional de Apoio
Escolar, sua prática e sua formação,
particularmente na atenção aos cuidados com a
higiene, a locomoção, a alimentação, a rotina, a
acessibilidade, a socialização, a comunicação e
outras necessidades específicas;

 Discutir a importância do trabalho coletivo com


todos os profissionais da equipe multidisciplinar,
atuante dentro ou fora da escola, particularmente
com o professor da sala de aula, incluindo a
família dos educandos atendidos, para o sucesso
da educação inclusiva. 

Aula 1 – O contexto de atuação do Profissional de Apoio Escolar

1.1 Principais marcos legais relacionados ao fazer do


Profissional de Apoio Escolar

Apoio Escolar?
Um importante documento que reconheceu a
necessidade de apoios múltiplos e contínuos para
educandos específicos foi a Lei nº 12.764, de
2012 (também conhecida como Lei do Autismo), que
você pode conhecer mais em L12764. (Acesso em 01
de junho de 2022.)
Esta lei instituiu a Política Nacional de Proteção

dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro

Autista (TEA), trazendo diversas diretrizes para a

garantia dos mesmos direitos definidos para as

pessoas com deficiência. 

Depois, tivemos a regulamentação da Lei do

Autismo, por meio do Decreto nº 8.368, de 02 de

dezembro de 2014, Em seu artigo 4º, encontramos:


§ 2º Caso seja comprovada a necessidade de apoio às atividades de

comunicação, interação social, locomoção, alimentação e cuidados pessoais, a

instituição de ensino em que a pessoa com transtorno do espectro autista ou com

outra deficiência estiver matriculada disponibilizará acompanhante especializado

no contexto escolar, nos termos do parágrafo único do art. 3º da Lei nº 12.764,

de 2012. 

Por fim, foi publicada a Lei Brasileira de Inclusão da


Pessoa com Deficiência - Lei nº 13.146, de 06 de
julho de 2015 (também conhecida como Estatuto da
Pessoa com Deficiência), que traz contribuições
importantes sobre aspectos pertinentes ao fazer do
Profissional de Apoio Escolar, destacando as
atribuições do mesmo em seu artigo 3º:
XIII - profissional de apoio escolar:
pessoa que exerce atividades de
alimentação, higiene e locomoção do
estudante com deficiência e atua em
todas as atividades escolares nas quais
se fizer necessária, em todos os níveis e
modalidades de ensino, em instituições
públicas e privadas, excluídas as
técnicas ou os procedimentos
identificados com profissões legalmente
estabelecidas.

Com base em toda a legislação citada, concluímos que


o Profissional de Apoio Escolar atua diante da
necessidade de apoio às atividades de comunicação,
interação social, locomoção, alimentação, cuidados
pessoais e em todas as atividades escolares nas
quais se fizer necessário o seu apoio.

No entanto, não é atribuição do Profissional de


Apoio Escolar (PAE) responsabilizar-se pelo ensino
ao educando com deficiência. Isto é atribuição do
professor e o PAE apenas apoia o educando nas
atividades escolares, segundo orientação e
supervisão do professor regente ou do professor do
atendimento educacional especializado.

1.2 Estabelecendo relações

1.3 O Contexto de Atuação do Profissional de Apoio Escolar

Como vimos nos textos destacados da Lei do Autismo


e da Lei Brasileira de Inclusão, o espaço de atuação do
Profissional de Apoio Escolar perpassa todas as
atividades escolares nas quais se fizer necessário, em
todos os níveis e modalidades de ensino, em
instituições públicas e privadas. 
A escola como espaço privilegiado de direito de todos,
e de construção e ação coletiva, precisa ter por
referência esses avanços, construindo, de fato, uma
educação inclusiva, na qual todos seus atores
acreditem e se comprometam com a inclusão de
todos. A escola é um espaço concreto, que apresenta
desafios constantes e exige que seus profissionais
deem respostas igualmente concretas aos desafios
encontrados.
1.4 A Escola e a Inclusão

A escola, como espaço privilegiado de educação e


formação, faz parte de uma estrutura social que
historicamente foi marcada pela exclusão de pessoas
com deficiência.
Assim, é importante perceber o que se refere à
sociedade e o que se refere à escola, ou seja, qual o
lugar da escola numa sociedade que em muitos
momentos desenvolve processos de exclusão.
É necessário compreender essas questões para

podermos buscar mecanismos de uma educação

inclusiva.
Por isso, o movimento de superação da exclusão

rumo ao paradigma da educação inclusiva não trata

apenas dos indivíduos com deficiências, mas se

compromete com as condições inclusivas para todos,

sabendo que, para chegarmos à igualdade de

oportunidades, devemos considerar as diferenças. 

O PAE poderá encontrar desafios como: espaços sem


acessibilidade, pessoas que não respeitam as
diferenças e têm dificuldades de acolhimento,
desconhecimento das diferentes deficiências,
ambientes de aprendizagem desfavorecedores para
educandos com deficiência, dificuldades de
professores acolherem e incluírem esses educandos
com deficiência, falta de profissionais de apoio, falta de
incentivo para um trabalho coletivo, falta de
mobiliários adaptados para as necessidades do
educando com deficiência, ausência de um trabalho
intersetorial (com as diferentes áreas de atendimento
ao educando com deficiência), educando com
deficiência não se adaptando ao espaço e rotina
escolar e  alimentação inapropriada para o educando
que apoia. 

1.5 Ampliando o conhecimento

Você sabia também que a partir da Declaração de

Salamanca (1994), o Brasil começou a discutir outras ideias


acerca do atendimento das pessoas com deficiência, pois

esse documento trouxe uma nova visão de educação

especial ao dizer que “aqueles com necessidades

educacionais especiais devem ter acesso à escola regular,

que deveria acomodá-los dentro de uma pedagogia

centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades”

(SALAMANCA, 1994, p. 1 e 2)?

 Procure conhecer a estrutura da educação


especial, seus marcos e legislações, no seu
município e estado, para se adequar às suas
orientações.

 Procure conhecer sobre os marcos internacionais


e nacionais relacionados ao atendimento às
pessoas com deficiência, os quais influenciaram
nosso percurso rumo à inclusão, bem como seus
fundamentos. 

 Leia o Projeto Político Pedagógico da instituição


educacional em que atua ou atuará, observando
como ele trata as práticas com os educandos do
público-alvo da educação especial.
 No caso do Ensino superior, leia as Resoluções
específicas para o atendimento ao público-alvo da
educação especial, para as ações dos Núcleos de
Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais
Especiais (nos Institutos Federais de Ensino) e dos
Núcleos de Acessibilidade (nas Universidades).

1.6 Aplicando conhecimento.

1.71.7 Produzindo Conhecimento

Produza um pequeno texto contendo um checklist


(lista de verificações) das principais orientações dos
marcos legais, apresentados nesta aula, sobre a
atuação do Profissional de Apoio Escolar, para guardá-
lo como aprendizado adquirido e para registrar, ao
final da Unidade, em seu portfólio digital.

1.8 e-Fólio ou Diário de Campo

No espaço digital, para registro do e-Fólio, relate sobre


seu percurso nesta Aula 1, descrevendo e identificando
os aprendizados construídos. Você poderá utilizar de
diferentes tipos de linguagem: textos, poemas,
músicas, imagens, fotografias, etc.
Aula 2 - A formação e a atuação do Profissional de Apoio
Escolar no atendimento ao estudante com deficiência:
principais atribuições

Sabemos que a escola, como espaço privilegiado de


direito de todos e de construção e ação coletiva,
precisa ter por referência os avanços na luta pela
inclusão escolar, particularmente dos estudantes com
deficiência, construindo de fato uma prática inclusiva,
na qual seus atores acreditem e se comprometam com
uma educação para todas/os. Para isso, é muito
importante que possamos ter profissionais
comprometidos com os paradigmas da inclusão, da
equidade e do aprendizado ao longo da vida.

2.1 Quem é o Profissional de Apoio Escolar e qual a sua


formação?

O Profissional de Apoio Escolar é aquele que


desenvolve atividades de apoio nas áreas de
comunicação, interação social, locomoção,
alimentação, cuidados pessoais e nas atividades
escolares, quando solicitado pelo professor. As
demandas por apoio múltiplo e contínuo ocorrem
conforme as especificidades apresentadas pelo
estudante, relacionadas à sua condição de
funcionalidade e não à condição da deficiência.

A demanda por um Profissional de Apoio Escolar se


justifica quando a necessidade específica do estudante
com deficiência não for atendida no contexto geral dos
cuidados disponibilizados aos demais estudantes.
Os sistemas de educação têm autonomia para, em vez
de contratar Profissionais de Apoio Escolar,
contratarem profissionais de profissões legalmente
estabelecidas. Assim, contratam PROFESSORES,
ENFERMEIROS, FISIOTERAPEUTAS, dentre outros, para
prestarem apoio aos educandos com deficiências. Esta
é uma decisão de cada sistema, de cada estado e de
cada município. Esses não são caracterizados como
Profissionais de Apoio Escolar, mas são PROFISSIONAIS
QUE PODEM ATUAR EM TODOS OS ASPECTOS DO
APOIO ESCOLAR, sendo remunerados com base na
legislação de cada uma dessas profissões.

A necessidade desse profissional deve ser


constantemente avaliada pela equipe escolar com o
apoio da família, no sentido de tornar o estudante
cada vez mais autônomo, ao ponto de tornar
desnecessária a presença desse profissional.

 O Profissional de Apoio Escolar deve apoiar o


educando no cumprimento de atividades na sala
de aula, mas não pode substituir o professor
regente, o professor do AEE ou nenhum outro
profissional que atenda ao educando com
deficiência.
 O Profissional de Apoio Escolar deve apoiar o
educando nos lugares onde ele estiver, dentro da
área escolar e nas atividades fora da sala de aula,
quando propostas pela instituição. 

Assim sendo, é demandado que o Profissional de


Apoio Escolar desenvolva, em parceria com o professor
regente, com a escola e os responsáveis pelo aluno,
estratégias que levem em consideração as
características da pessoa, valorizando sua história,
suas habilidades, potencialidades, dificuldades,
preferências e suas condições de desenvolvimento.

Essas são algumas das atribuições do Profissional de


Apoio Escolar para garantir a igualdade de condições
no processo educacional dos educandos com
deficiência:

 Criar estratégias para garantir a sua acessibilidade


nos espaços escolares e não escolares;

 Auxiliar o cumprimento das atividades


propostas pelo professor regente na sala de aula;
 Auxiliar os educandos com deficiência nas suas
atividades rotineiras desenvolvendo uma conexão
de afeto e confiança com o educando;

 Buscar aprender sobre a deficiência e suas


características e sobre os problemas de saúde que
devem ser cuidados ou evitados;

 Dominar técnicas próprias de suas atribuições;

 ,Participar das reuniões pedagógicas e de grupos


de profissionais que atuam com os educandos
que apoia, contribuindo para as avaliações sobre
os alunos que apoia, a partir dos conhecimentos
sobre eles;

 Dar e receber feedbacks de suas ações junto à


equipe da escola;

 Auxiliar nos cuidados relativos à higiene e à


alimentação do educando com deficiência;

 Dominar técnicas de como lidar com a locomoção


de cadeiras de rodas, cadeiras adaptadas, etc.;
 Conhecer a tecnologia assistiva apropriada às
necessidades do educando que apoia;

 Estimular a aquisição de linguagem e habilidades


sociais no cotidiano do educando com deficiência;

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

É importante incluir nesse diálogo a família do aluno.


Ela tem muito a contribuir com suas percepções e
conhecimentos sobre o educando. Por outro lado, a
família também pode aprender com esses
profissionais, para que, de forma colaborativa, haja
benefício ao desenvolvimento e à aprendizagem do
educando com deficiência.

Geralmente, a equipe multiprofissional envolvida com


o educando apoiado é composta por: professores do
AEE (Atendimento Educacional Especializado),
professores de sala de aula, equipe de gestão escolar e
os vários profissionais que atendem o educando
(psicólogos, fonoaudiólogos, pediatras, neurologistas,
fisioterapeutas, fisiatras, psicopedagogos,
psicomotricistas, etc).

Toda a equipe multidisciplinar deve ter como princípio


de suas ações o Aprendizado ao Longo da Vida e
desenvolver, colaborativamente, projetos de vida para
o educando com deficiência.
2.2 Estabelecendo Relações

Algumas contribuições ao Profissional de Apoio


Escolar:

2.3 Socialização

Os educandos que apresentam dificuldades de


socialização podem ser vistos por seus colegas como
excêntricos (com comportamento não usual) ou
bizarros (estranhos). Alguns educandos a quem o
Profissional de Apoio Escolar vai apoiar têm dificuldade
de entender as relações humanas, regras e
convenções sociais. Outros podem ser ingênuos e não
compartilhar do senso comum. Muitas vezes, não
gostam de contato físico e se algumas situações forem
mal manejadas, podem acabar explorados ou
ridicularizados por outros educandos. No entanto,
geralmente, querem ser parte do mundo social e ter
amigos, mas não sabem como fazer para se
aproximar. A rigidez dos demais alunos os tornam
mais vulneráveis e ansiosos.

Veja exemplos de atividades lúdicas para crianças com


deficiência, que ajudam a estimular o desenvolvimento
da socialização.
 Imitar a forma de brincar da criança e, aos
poucos, propor mudanças na sua brincadeira,
ensinando-a a ser flexível;

 Levar a criança a observar o comportamento das


outras crianças;

 Usar gestos reconhecidos socialmente (exemplo:


balançar a cabeça negativamente); 

 Propor brincadeiras sensoriais, como pular, fazer


cócegas e balançar;

 Usar brinquedos com causa e efeito (esconder e


deixar aparecer depois, como mágica);

 Levar a criança a compreender a finalização de


jogos: ganhar e perder. 

2.4 Comunicação

ATENÇÃO
É importante estar atento aos mínimos sinais de
comunicação intencional de uma criança que tem
dificuldade de comunicação e reforçar qualquer emissão,
consequentemente, aumentando a frequência do
comportamento comunicativo. É preciso também ter
cuidado para não fazer uma leitura prévia do que a criança
quer, pois isso reforça atos comunicativos disfuncionais.

Exemplos de ações de extrema importância com


crianças que têm dificuldades de comunicação:

 Aumentar o contato visual; 

 Estimular sempre o apontar e o direcionamento


do olhar da criança para coisas com as quais está
brincando ou para quem está falando; 

 Estimular a imitação de movimentos, sons e


atitudes; 

 Utilizar fotos de pessoas, locais ou situações para


ajudar a criança a compreender o que vai
acontecer (antecipação); 

 Utilizar informações verbais curtas, ou seja, partir


as informações em frases pequenas e objetivas; 

 Desenvolver a reciprocidade social, verificando se


a comunicação foi efetiva, assim como repará–la e
persistir no ato comunicativo; 
 Ajudar a criança a modificar seu discurso,
utilizando a primeira pessoa, quando esta não o
faz;

 Ajudar a criança a organizar seu discurso com


lógica e clareza; 

 Ajudar a criança a respeitar a vez de cada um na


comunicação verbal, fazendo-a perceber os
marcadores para iniciar ou terminar uma
conversa;

 Dirigir a atenção da criança para com quem se


fala; 

 Ensinar a criança a perceber a linguagem corporal,


apontando o comportamento corporal do outro
como modelo ou o seu próprio; 

 Ensinar a criança a perceber as emoções. Pode-se


utilizar recursos visuais de expressão facial,
ensinando a criança a detectar pistas que
indiquem as emoções; 

 Usar gestos apropriados, tom de voz e linguagem


corporal para acentuar as emoções; 
 Favorecer a diminuição do uso de sons e emissões
verbais não convencionais, como as estereotipias
verbais; 

 Verbalizar a brincadeira de ping-pong (por


exemplo: vai, volta, pega, atenção...).

 Usar agendas de visualização e esquemas de


atividades com figuras ou palavras; usar rotina
diária e sequência de figuras para definir a
sequência das atividades;

 Estimular a imaginação e o simbolismo.

É importante estimular a criança a brincar com uma ou duas


crianças sob supervisão, a fim de oferecer oportunidades de
desenvolver suas habilidades sociais

Aula 3 - O saber e o fazer do profissional de Apoio Escolar

Trataremos ainda da importância do direito à

acessibilidade, segundo a Lei Brasileira de Inclusão,

que você pode acessar e conhecer trechos importantes

clicando em L13146.

3.1 Barreiras físicas e educacionais dentro e fora da escola


Sabemos que a escola como espaço privilegiado de
direito de todos e de construção e ação coletiva
precisa ter por referência os avanços na luta pela
inclusão escolar, particularmente dos estudantes com
deficiência, construindo, de fato, uma prática inclusiva,
em que todos seus atores acreditem e se
comprometam com essa prática. É muito importante
que possamos ter profissionais comprometidos com
esse paradigma.
Sabemos também que para investirmos nesse
paradigma da inclusão, é necessário informação e
formação voltada para práticas e a construção de
novos valores.

O ponto de partida é conhecer a legislação pertinente


à acessibilidade. 
A LBI também faz referência aos direitos com relação à
acessibilidade e à remoção de barreiras, reforçando a
necessidade do Profissional de Apoio Escolar.

A LBI também faz referência aos direitos com relação à


acessibilidade e à remoção de barreiras, reforçando a
necessidade do Profissional de Apoio Escolar e de
investimentos nas formações dos profissionais da
Educação Inclusiva.

3.2 As barreiras
As barreiras que podem impedir o acesso de

alguns educandos ao ensino e à convivência estão

relacionadas a diversos componentes e dimensões da

escolarização. 

Segundo a LBI, as barreiras são:

“qualquer entrave, obstáculo, atitude ou


comportamento que limite ou impeça a participação
social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o
exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade
de movimento e de expressão, à comunicação, ao
acesso à informação, à compreensão, à circulação com
segurança, entre outros, classificadas em:

 barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos


espaços públicos e privados abertos ao público ou
de uso coletivo;

 barreiras arquitetônicas: as existentes nos


edifícios públicos e privados;

 barreiras nos transportes: as existentes nos


sistemas e meios de transportes;
 barreiras nas comunicações e na informação:
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
comportamento que dificulte ou impossibilite a
expressão ou o recebimento de mensagens e de
informações por intermédio de sistemas de
comunicação e de tecnologia da informação;

 barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos


que impeçam ou prejudiquem a participação
social da pessoa com deficiência em igualdade de
condições e oportunidades com as demais
pessoas;

 barreiras tecnológicas: as que dificultam ou


impedem o acesso da pessoa com deficiência às
tecnologias”.

3.3 Acessibilidade

ACESSIBILIDADE TÉCNICA
é aquela voltada para buscar soluções incomuns,
pensadas para atender características peculiares,
personalizadas, respostas mais eficazes para
problemas individuais. Se difere da acessibilidade
universal, que se caracteriza por soluções ergonômicas
para o benefício de todas as pessoas. Inclui a
acessibilidade pedagógica: quando professores
realizam trabalhos e atividades com o uso de recursos,
como textos em braille ou textos ampliados. Também
inclui a acessibilidade instrumental: aquela que visa
acessibilizar utensílios, instrumentos e ferramentas em
atividades pessoais, profissionais, de recreação, etc.
Por exemplo: quando uma pessoa cega tem acesso a
um software de leitor de tela no computador.
ACESSIBILIDADE NA COMUNICAÇÃO
é aquela que garante formas variadas de linguagem e
que as utilizam em suas práticas para todos os
educandos, com ou sem problemas de mobilidade,
comunicação ou de percepção sensorial.
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
é aquela que garante a eliminação de barreiras
ambientais físicas nas residências, nos edifícios, nos
espaços e equipamentos urbanos, nos meios de
transporte individuais ou coletivos. No caso da escola,
em banheiros, salas, pátio, corredores, calçadas,
quadras, parques, disponibilizando rampas,
elevadores, plataformas, banheiros adaptados, pias
adaptadas, barras, mobiliários, etc.
ACESSIBILIDADE ATITUDINAL
é aquela que quebra atitudes baseadas em
preconceitos e estigmas, garantindo empatia,
solidariedade, respeito e valorização às diferenças.

APOIO ESCOLAR
SUMÁRIODICAS DE
ACESSIBILIDADE
Para eliminar as barreiras e garantir a acessibilidade é
necessário construir um projeto pedagógico inclusivo
que considere:

 Criar uma rede de apoio entre educandos,


docentes, gestores escolares, famílias e
profissionais de saúde (e de outras áreas) que
atendem os estudantes com deficiência;
 Trabalhar em equipe com todos os profissionais
que atendem o educando com deficiência. 

3.4 Estabelecendo Relações

 Deixe o educando virado para frente,


estimulando-o a levantar a cabeça e a estender as
costas. Essa posição favorece visualizar o
ambiente. 

 Educandos maiores não devem ser transportados


como um bebê.

 Em caso de dificuldades, procure orientação com


um profissional de saúde.

 Não é recomendado para os profissionais e para o


educando permanecer a maior parte do tempo no
colo, pois isso pode ocasionar problemas
musculares e, ao mesmo tempo, pode dificultar o
início de algum tipo de movimento independente. 

 A partir dos 03 (três) anos, os carrinhos não são


mais adequados. Para alguns educandos com
deficiência, pode ser necessário o uso de um
carrinho de posicionamento ou uma cadeira de
rodas adaptada, ambos indicados por
fisioterapeuta.

 Conduzir com segurança uma cadeira de rodas.

3.6 Aplicando os conhecimentos 

Exercício avaliativo 
1
De acordo com o que estudamos até o momento,
marque verdadeiro (V) ou falso (F) para cada uma das
afirmações abaixo:

a
FV
A acessibilidade é a possibilidade e a condição de
acesso e de alcance para utilização, com segurança e
autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos
urbanos, edificações, transportes, informação e
comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias,
bem como de outros serviços e instalações abertos ao
público, de uso público ou privados de uso coletivo,
tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida.

b
FV
Existem diferentes tipos de acessibilidade, como
comunicação, transporte, arquitetônica, atitudinal,
técnica, tecnológica, especializada, instrumental, etc.

c
FV
As acessibilidades devem ser garantidas somente às
pessoas com deficiência.

d
FV
Rampas, elevadores e banheiros adaptados e calçadas
com piso tátil são exemplos de acessibilidade
arquitetônica.

e
FV
Comportamento sem preconceitos, estereótipos,
estigmas e discriminações são exemplos de
acessibilidade atitudinal.
f
FV
A acessibilidade deve ser providenciada de forma
ampla e, também, específica, englobando os utensílios,
instrumentos e ferramentas utilizados em atividades
pessoais, profissionais, de recreação, etc.

g
FV
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
determina que o direito ao transporte da pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida deve ser
assegurado.

h
FV
É da responsabilidade única do profissional de apoio
escolar garantir todo tipo de acessibilidade ao
estudante que apoia.

Aula 4 - O Profissional de Apoio Escolar e o atendimento às


necessidades físicas do educando com deficiência

Nesta aula, trataremos da importância do direito à


alimentação e à higiene no ambiente escolar para
aqueles que precisam de apoio para à realização
dessas atividades, até, caso possível, realizá-las sem
apoio.

4.1 Alimentação

Diferentes fatores interferem no desenvolvimento do


educando em geral e, por sua vez, na aprendizagem,
entre eles, fatores ambientais (moradia e estrutura
familiar), sociais (violência e fome) e econômicos. 

Falar de inclusão sem refletir sobre a saúde dos


educandos é desconsiderar que suas condições
interferem nesse processo. A saúde não é meramente
a ausência de doença, mas uma série de
determinantes sociais que influenciam a pessoa como
um todo. 

Existem leis, como a Lei 12.982/2014, que pode ser


acessada no link L12982 e a Lei do PNAE (Programa
Nacional de Alimentação Escolar), que você pode
conhecer através do link L11947, que garantem a
alimentação escolar de educandos com necessidades
alimentares especiais, bem como materiais que
auxiliam esse processo.

Nesse sentido, podemos tomar como exemplo uma


pessoa com mobilidade reduzida, que faz uso de
cadeiras de rodas para se locomover: caso tenha
hipotonia muscular (diminuição do tônus muscular e
da força, necessita de alguém para empurrar sua
cadeira. Por isso, também, não consegue segurar o
lanche sozinha, precisando de ajuda. Se não possuir
hipotonia, não precisará de auxílio, pois poderá colocar
o lanche sobre a prancha adaptada a sua cadeira e se
alimentar junto aos colegas. Já uma criança com TEA
não consegue ficar no final da fila, aguardando
inúmeras crianças se servirem. Deste modo, é
necessário explicar aos colegas a sua pequena
tolerância ao tempo de espera, ao barulho e as
questões sensoriais que o espectro autista apresenta,
para que possam, auxiliar a criança a ocupar posições
mais à frente na fila.

4.2 Cuidados na alimentação

O modo como se posiciona o educando para se


alimentar, dependerá muito do tipo de alimento e do
estágio de desenvolvimento motor dele ou das
condições do seu sistema físico-motor. 
Alguns cuidados devem ser tomados com as crianças
pequenas, são eles:

 Evitar alimentar a criança deitada, para não


provocar engasgos, pois o leite pode escorrer para
a orelha ou mesmo sufocar. 
 Interromper a alimentação se o bebê mostrar
sinais de cansaço ou se o leite sair pela boca. Após
um breve descanso, recomece a alimentação. 

 Crianças menores, quando amamentadas, devem


ficar em contato com o profissional, em posição
quase sentada, acomodadas e protegidas próximo
ao corpo do adulto. Não oferecer alimentos
quando a criança estiver dormindo.

Para os educandos que conseguem se sentar:

 Posicionar o educando sentado, o mais reto


possível. Observe se o “bumbum” fica encostado
na cadeira. 

 Colocar um apoio atrás da cabeça ou um colar de


espuma no pescoço, caso ele não consiga segurá-
lo.

 O profissional deve sempre se sentar em frente ao


educando. Mover a mão com a colher e o copo
lentamente na frente do aluno, para que ele
perceba o movimento dos objetos.

Sobre os educandos que conseguem chegar à mesa:


 Aproximar a cadeira da mesa, para que os
cotovelos fiquem apoiados. 

 Colocar os pés do educando no chão (para que o


corpo fique o mais reto possível). Caso não
alcance, realizar adaptação com auxílio de algum
objeto, como caixas.

 Utilizar um emborrachado para o prato não


deslizar. Observar as expressões do rosto do
educando para ajudá-lo, quando necessário.

 Durante a alimentação, o educando não deve


estar deitado e nem sentado com a cabeça caída
para trás, pois essas posições podem favorecer a
ida de alimentos para o ouvido e pulmões e
podem provocar engasgos.

Adaptação de utensílios:

 É importante o uso de utensílios adequados


durante as refeições dos educandos com
alterações, para facilitar a alimentação. 
 Procurar sempre buscar orientações com a equipe
de saúde, que pode ajudar na adaptação dos
utensílios. 

 Adaptar a colher, caso o educando já esteja


fazendo uso e tenha dificuldade para segurá-la. 

Exemplos de utensílios que podem ser incluídos na


rotina do educando para a sua alimentação:

 Colher de plástico ou de silicone pequena, para


oferecer alimento. 

 Copo de tamanho adequado, para sair todo o


líquido. 

 Colar cervical com rolo de toalha ou de espuma,


para ajudar a segurar a cabeça durante a
alimentação. 

Higiene da boca e estimulação da sensibilidade bucal:

 Uma boa saúde oral depende de alguns cuidados


diários, como a higiene oral (limpeza da boca e
escovação dos dentes). 
 Os educandos que têm dificuldades durante a
alimentação precisarão de mais cuidados com a
higiene da boca e dentes.

 Os educandos com alterações no


desenvolvimento podem ter uma maior tendência
a babar muito. 

 A baba pode irritar a pele ao redor da boca. Para


prevenir essa irritação, limpe puxando para fora
as secreções de dentro da boca e fazendo um
movimento com a fralda, que deve ser de tecido
de algodão, da lateral para o centro da boca,
formando um “bico”.

Dicas para uma boa higiene oral:

 Usar uma gaze ou fralda molhando-a em água


filtrada, passando na gengiva, bochechas e língua. 

 Já com os dentes de leite, usar uma escova macia


e de tamanho compatível com a boca. É
importante o uso da pasta de dente na última
escovação do dia.
 Utilizar preferencialmente fraldas de algodão para
a higiene da boca.

 No momento da higiene, aproveitar para


conversar com o educando e olhá-lo nos olhos.

 Se o educando costuma morder durante a


escovação, tenha cuidado para que não se
machuquem.

4.3 Disfagia

A disfagia é a dificuldade para engolir e encaminhar o


alimento ou água da boca até o estômago. Não é uma
doença e sim um sintoma que precisa ser cuidado
adequadamente, para não levar à perda de peso,
desidratação e infecção respiratória (pneumonias). A
infecção respiratória/pneumonia ocorre quando os
alimentos caem nos pulmões, em vez de seguirem o
seu caminho natural até o estômago.

4.4 Refluxo 

O refluxo acontece quando o alimento (sólido ou


líquido) volta do estômago para o esôfago, às vezes até
à boca. Quando o refluxo é mais frequente e mais
intenso, pode causar disfagia, infecção no pulmão e no
ouvido. O cuidado com o educando com refluxo
envolve atenção durante e após a alimentação.
Algumas vezes, também são necessários
medicamentos ou outras medidas para conseguir o
controle. Um profissional de saúde é quem pode dar
orientações para cada caso.

4.5 Convulsão

É uma alteração que ocorre no sistema nervoso


central, ocasionando contrações involuntárias de todo
o corpo ou de parte dele, provocada pelo aumento da
atividade elétrica em determinadas áreas do cérebro.
Pode também acontecer no caso de febre muito alta e
em algumas infecções. Crianças menores de 01 (um)
ano podem apresentar movimentos rápidos de flexão
e extensão de braços, tronco e pernas, chamados de
“espasmos”. Esses movimentos duram poucos
segundos e podem acontecer, em geral, depois que a
criança acorda e, ocasionalmente, durante o sono.

4.6 Cuidados e higiene pessoal

A higiene do educando é fundamental para sua saúde


e bem-estar. A boa aparência geral, através da higiene
do corpo, roupas limpas, dentes bem cuidados,
cabelos arrumados, pode promover uma maior
socialização e autoestima do educando e da família. 
APLICANDO CONHECIMENTOS.

De acordo com o que estudamos, julgue verdadeiro (V)


ou falso (F) as seguintes afirmações sobre as corretas
intervenções na alimentação, higiene e saúde mental
do educando:

a
FV
Evitar alimentar a criança deitada, para não provocar
engasgos, pois o leite pode escorrer para a orelha ou
mesmo sufocar.

b
FV
Crianças que conseguem sentar-se durante a
alimentação devem ficar em uma cadeira o mais reta
possível, encostando o “bumbum” no encosto da
mesma. Usar um apoio atrás da cabeça ou um colar de
espuma no pescoço, caso não consiga segurá-lo.

c
FV
Durante a alimentação, o profissional de apoio não
deve mostrar para crianças com dificuldades motoras
como proceder com talheres, postura, etc., devendo
não deixá-la sozinha para não a constranger.

d
FV
Na hora do banho das crianças pequenas, utilizar
banheiras plásticas com um tapete antiderrapante,
para evitar acidentes e procurar um lugar que não
tenha correntes de ar.

e
FV
Enquanto a criança estiver sendo vestida, ensiná-la a
ajudar, incentivando-a a levantar os braços, pernas e a
puxar as roupas. Fale o que está fazendo, pois esse é
um momento de estímulo. Apresente também partes
de seu corpo, porque assim a criança vai aprendendo e
interagindo.

f
FV
Os mobiliários devem ser dispostos para facilitar a
mobilidade da maioria dos estudantes e, caso tenha
cadeirante num espaço físico, quando precisar passar
com a cadeira de rodas, arrastá-los e, depois, colocá-
los no lugar.
Módulo 2 - O estudante com
deficiência, a escola, a família, a
comunidade e a inclusão

Sim, a inclusão é um valor: ou se tem ou não se tem.


Concebemos e respeitamos as diferenças ou não. A
formação técnica é muito importante, mas o fim, de fato,
é a educação inclusiva.

Assim, nossos objetivos para esse Módulo são:

 Identificar as características dos estudantes com


deficiência: suas limitações e necessidades de
apoio.

 Conhecer o universo da escola, sua finalidade,


seus instrumentos de planejamento, avaliação e
suas práticas.
 Estabelecer estratégias de articulação entre os
agentes educativos e da saúde no atendimento ao
aluno que apoia.

 Identificar os elementos favorecedores da


inclusão e do sucesso escolar do aluno que apoia.

Para atingir esses objetivos, exploraremos os seguintes


conteúdos:

 As principais deficiências.
 O educando com deficiência: potencialidades e
limitações.
 Os processos de ensinar e aprender e a prática na
escola.
 Elementos favorecedores de ensinar e aprender:
tecnologia assistiva, acessibilidade pedagógica e
instrumentos de organização e avaliação das ações
educativas.
 O trabalho na prática do Profissional de Apoio
Escolar: da recepção do aluno com deficiência até a
sua inclusão e desenvolvimento da sua autonomia
possível, em parceria com os demais profissionais e
a família.

Aula 1 - Atuação prática do Profissional de Apoio Escolar:


deficiências, métodos e as intervenções apropriadas
1.1 As principais deficiências e o educando com deficiência:
potencialidades, limitações e intervenções apropriadas.

Nessa aula, trataremos de conhecer as principais


deficiências, o perfil dos estudantes em cada
deficiência, suas limitações, possibilidades e os
apoios demandados por eles.

Segundo a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº


13.146/2015) e a Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência (ONU, 2006), pessoas com
deficiência são aquelas que têm impedimentos de
longo prazo de natureza física, mental, intelectual
ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade, em igualdades de condições
com as demais pessoas.

Deficiência física

Consiste em impedimentos físicos e/ou motores que


demandam o uso de recursos, meios e sistemas que
garantam acessibilidade ao currículo e aos espaços
escolares. São exemplos de deficiência física:
paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia,
tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,
hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou
ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo,
dentre outros. (BRASIL, 2020, p. 6)
Deficiência auditiva e surdez 

Consiste em impedimentos permanentes de natureza


auditiva, ou seja, na perda parcial (deficiência auditiva)
ou total (surdez) da audição que, em interação com
barreiras comunicacionais e atitudinais, podem
impedir a plena participação e aprendizagem do aluno.
Dessa forma, são necessários recursos didáticos que
valorizem a visualidade e possibilitem a superação das
dificuldades de aprendizagem, especialmente da
língua. Cabe destacar que os educandos surdos
usuários da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
demandam a priorização e valorização dessa língua,
como primeira língua, e a organização de todo o
processo educacional, na perspectiva da educação
bilíngue. (BRASIL, 2020, p. 7)
Para saber m

Deficiência visual 

Consiste na perda total ou parcial da visão, congênita


ou adquirida, em nível variável. Pode ser classificada
como cegueira ou baixa visão - perda total da função
visual ou pouquíssima capacidade de enxergar. Nesse
caso, devem ser disponibilizados ao estudante a
aprendizagem e o uso do Sistema Braille de leitura e
escrita, o mais precocemente possível, bem como
materiais didáticos acessíveis, recursos tecnológicos e
equipamentos adequados ao processo de
comunicação. (BRASIL, 2020, p.

Baixa visão 

Perda parcial da função visual. Nesse caso, o aluno


possui resíduo visual e seu potencial de utilização da
visão para atividades escolares e de locomoção é
prejudicado, mesmo após o melhor tratamento ou a
máxima correção óptica específica. Desse modo, o
aluno necessita de recursos e materiais didáticos
acessíveis, como, por exemplo, material em letra
ampliada, dentre outros. (BRASIL, 2020, p. 7).

Surdocegueira 

Trata-se de deficiência única, caracterizada pela


associação da deficiência auditiva (com ou sem resíduo
auditivo) e visual (com ou sem resíduo visual)
concomitante. A surdocegueira pode ser classificada
de duas formas: pré-linguística e pós-linguística. Na
pré-linguística, a pessoa nasce surdocega ou adquire a
surdocegueira muito precocemente, antes da
aquisição de uma língua. Na forma pós-linguística, uma
das deficiências (auditiva ou visual) ou ambas são
adquiridas após a aquisição de uma língua (a Língua
Portuguesa ou a Língua Brasileira de Sinais). Cabe
destacar que essa condição apresenta outras
particularidades, além daquelas causadas pela
deficiência auditiva, surdez, baixa visão e cegueira.
(BRASIL, 2020, p. 8)

Deficiência múltipla

Consiste na associação de duas ou mais deficiências.


Esse campo não está disponível para marcação no
Sistema Educacenso. Caso sejam declaradas duas
deficiências ou mais para uma pessoa, o sistema
marcará automaticamente que esse indivíduo tem
deficiência múltipla. (BRASIL, 2020, p. 8)
Para saber mais, acesse:

Deficiência intelectual 

“Caracteriza-se por alterações significativas,


relacionadas a déficit tanto no desenvolvimento
intelectual quanto na conduta adaptativa e na forma
de expressar habilidades práticas, sociais e
conceituais”. (BRASIL, 2020, p. 7)

Transtorno do espectro autista (TEA)  

Quadro clínico caracterizado por deficiência


persistente e clinicamente significativa que causa
alterações qualitativas nas interações sociais
recíprocas e na comunicação verbal e não verbal,
ausência de reciprocidade social e dificuldade em
desenvolver e manter relações apropriadas ao nível de
desenvolvimento da pessoa. Além disso, a pessoa
apresenta um repertório de interesses e atividades
restrito e repetitivo, manifestados por
comportamentos motores ou verbais estereotipados.
Assim sendo, são comuns a excessiva adoção de
rotinas e padrões de comportamento ritualizados, bem
como interesses restritos e fixos. (BRASIL, 2020, p. 6)

 1.2 Estabelecendo Relações

Talvez, o mais importante para nós, profissionais da


inclusão, é compreender as manifestações das
crianças com TEA por meio da função executiva. 

A função executiva consiste em uma disposição


adequada com o fim de alcançar um objetivo. Essa
disposição pode implicar um ou vários aspectos: a
intenção de evitar ou adiar uma resposta, um plano
estratégico de ações sequenciadas  ou uma
representação mental da tarefa. 

Na função executiva, portanto, está implicada a


flexibilidade estratégica. Esta é a marca fundamental
do funcionamento tão desenvolvido no ser humano,
pela necessidade de estratégias de caráter propositivo
e dirigidas ao futuro. Em testes com tarefas de função
executiva, crianças com TEA demonstraram muita
inflexibilidade.

As estereotipias são um exemplo da manifestação do


prejuízo na flexibilidade. São estereotipias sensório-
motoras: balançar o corpo, bater palmas, fazer e
desfazer, ordenar e desordenar. 

As pessoas com transtorno do espectro autista têm


dificuldades nas funções executivas (capacidade de
antecipar, planejar, controlar impulsos, inibir respostas
inadequadas, flexibilizar pensamento e ação).

1.3 Os Educandos com TEA

É grande o impacto nos profissionais da educação, que


atuam na escola, quando se deparam com as reações
dos educandos com TEA que, tanto quanto os
professores, estão diante de uma experiência nova. É
comum que esses educandos apresentem
manifestações de sua inflexibilidade de maneira
exacerbada.

No ambiente escolar, com todos os seus estímulos e


vendo-se em meio a muitas pessoas, a tantas falas e
atitudes que não lhe são familiares, é natural que o
educando com TEA reaja com: 
choro intenso, movimentos corporais
repetitivos, indiferença em relação aos apelos e
tentativas de ajuda, apego a determinados locais fixos
na escola e recusa em deslocar-se conforme
orientado. 

Se conseguirmos deslocar nossa atenção das


estereotipias e reações do educando e nos
projetarmos a um cotidiano futuro, é possível "cuidar"
de algumas questões:

 No decorrer dos primeiros dias, é fundamental ter


em mente que a experiência da escola necessita
entrar, o quanto antes, num terreno mais
previsível para aquele educando. Isso deve ser
feito, obviamente, sem tirar a naturalidade do
ambiente escolar, mas tendo em mente que a
mesma inflexibilidade que torna tão difíceis as
primeiras experiências nesse ambiente poderá
também promover o apego a situações que,
posteriormente, poderão se tornar indesejáveis.
Em outras palavras, é importante, na tentativa de
acolher aquele educando, não proporcionar a ele
vivências que não farão parte da sua rotina no
futuro.

 O cotidiano escolar possui rituais que se repetem


diariamente: a organização da entrada dos
educandos, o deslocamento nos diversos espaços,
as rotinas em sala de aula, o recreio, a
organização da turma para a oferta da merenda,
as aulas em espaços diferenciados na escola, a
saída ao final das aulas e tantos outros exemplos
de rituais que se repetem e que favorecem a
apropriação da experiência escolar para o
educando com TEA. 

 As intervenções dos colegas consistem em


importante estratégia transformadora de padrões
de comportamento do educando com TEA. 

 Tanto a família quanto a escola precisam


compreender que, mesmo quando o educando
supera as dificuldades iniciais e abandona
determinadas atitudes ou estereotipias,
eventualmente, elas podem se manifestar
novamente, não significando que o trabalho da
escola está sendo mal sucedido. A escola precisa
estar em permanente interlocução com a família. 

 Há momentos em que são feitas alterações de


medicamentos pelo profissional da área médica.
Nesses momentos, há um período de adaptação
ao novo medicamento ou nova dosagem, o que
muitas vezes explica estados de sonolência ou
agitação incomuns. 
1.4 Os educandos com deficiências

Deficiência auditiva e surdez

 Saber diferenciar um educando “com deficiência


auditiva” de um educando “surdo”. Grosso modo,
o educando com deficiência auditiva consegue
ouvir, ainda que com dificuldade, o som da voz
humana, podendo, assim, adquirir de modo
natural a língua oral da comunidade onde vive; já
o educando surdo não consegue ouvir a voz
humana mesmo com aparelhos de amplificação
sonora, não conseguindo, assim, adquirir a língua
oral de maneira natural, necessitando,
então, aprender a língua oral com o apoio de
técnicas fonoaudiológicas.

 Falar sempre de frente, pois os educandos com


deficiência auditiva precisam enxergar seus lábios.

 Sempre que possível, utilizar recursos visuais.

 Sempre que possível, usar expressões faciais na


comunicação, pois facilitam a compreensão.

 É muito importante que o Profissional de Apoio


Escolar que acompanha surdos busque
estratégias para desenvolver a comunicação e, se
puder, aprender LIBRAS será um grande
diferencial. 

 É importante pedir dicas práticas à família, sobre


como facilitar essa comunicação.

 A escola comum precisa providenciar intérpretes


para os educandos que já dominam a LIBRAS e
um educador para ensinar a língua a professores
e educandos (sabendo que intérpretes colaboram
na acessibilidade, mas, sua presença não garante
o ambiente linguístico natural para os que
desejam tornar-se bilíngues). Já os surdos que
optam pela LIBRAS como sua primeira língua,
demandam ser matriculados em escolas bilíngues
de surdos.

Deficiência visual

 A escola deve providenciar profissionais  que


ensinem o braille aos educandos cegos, pois o
braille é um sistema de leitura e escrita que
promove a autonomia da pessoa cega. Caso o PAE
esteja apoiando um educando cego, aprender
braile será um diferencial importante.
 Utilizar materiais específicos, como os utensílios
para escrever em braile, o soroban, audiolivros,
lupas, etc.

 Não mudar os móveis de lugar com frequência,


para prevenir acidentes.

 Desenvolver, junto ao educando, atividades de


treino da orientação e mobilidade.

Deficiência física

 Utilizar materiais específicos, como pranchas ou


presilhas para prender o papel na mesa, suportes
para lápis, canetas e até computadores.

 A escola deverá providenciar: alargamento de


portas, instalação de rampas e barras de apoio,
facilitando a mobilidade dos educandos.

 Sempre colocar o educando sentado em locais de


fácil mobilidade.

Deficiência intelectual
 Informe-se com o professor do atendimento
educacional especializado e com a família sobre
as necessidades dele e quais são os principais
apoios de que necessita.

 Estimule habilidades sociais e interpessoais.

ABA é uma sigla de Applied Behavior Analyses, de


origem inglesa, que traduzindo para o português é
Análise do Comportamento Aplicado. Para alguns, o
método é a forma de intervenção mais bem-sucedida
para crianças com algum desenvolvimento atípico.

PECS

Essa sigla vem de um termo em inglês, que quer dizer


Sistema de Comunicação por Troca de Imagens
(Picture Exchange Communication System) e vem se
tornando parte do dia a dia de várias famílias nas
quais há pessoas autistas.
O PECS é uma marca registrada e esta
Baseia-se em 6 fases que vão desde a comunicação
mediada por um cartão ilustrado com uma
necessidade cotidiana, até chegar a processos de
estabelecimento de prioridades, na escolha de cartões
que possuem outras necessidades e, por fim, na última
fase, comentando suas escolhas. Assim,
gradativamente: comunicação com uma pessoa por
imagem; depois, com outras pessoas da mesma forma;
depois, utilizando mais de um cartão, que apresentam
necessidades diferentes; depois, estruturando
pequenas frases e acrescentando:  ‘Eu quero’,
mostrando o cartão com a ilustração; a frente,
ampliando as frases usando adjetivos, verbos e
proposições; até chegar a verbalizar e comentar suas
escolhas, respondendo perguntas, como: O que é esta
coisa?

Correlacione a deficiência/transtorno aos cuidados, na


inclusão escolar, que devemos ter com educandos com
deficiência:
1
Deficiência Auditiva
2
Deficiência Visual
3
Deficiência Física
4
Deficiência Intelectual
5
TEA
1
Fale sempre de frente, os educandos precisam
enxergar seus lábios. Sempre que possível, utilize
recursos visuais.
2
Utilize materiais específicos, como utensílios para
escrever em braile, o soroban, audiolivros e lupas.
3
Use materiais específicos, que podem ser pranchas ou
presilhas para prender o papel na mesa, suportes para
lápis, canetas e até computadores.
4
Estimule habilidades sociais e interpessoais, uma vez
que o déficit nessa área do desenvolvimento
compromete o desempenho social, conceitual e
adaptativo.
5
A experiência da escola necessita ser um terreno mais
previsível para essa criança. Por isso, desde o início, é
necessário estabelecer uma rotina.

Aula 2 - Elementos favorecedores da inclusão:


tecnologia assistiva, acessibilidade pedagógica,
instrumentos de organização e avaliação das
ações educativas

Aqui, você terá acesso a informações sobre as


tecnologias assistivas, acessibilidade pedagógica e
instrumentos de planejamento, acompanhamento e
avaliação dos processos educativos, de modo que, com
as contribuições de toda a equipe multidisciplinar de
apoio ao estudante com deficiência, esse seja incluído
e obtenha êxito.

2.1 Tecnologia Assistiva

 Conforme já vimos, a Tecnologia Assistiva agrupa


dispositivos, técnicas e processos que podem
prover assistência e reabilitação e melhorar a
qualidade de vida de pessoas com deficiência e, no
caso dos espaços educativos, possibilitando o
processo de aprendizagem e otimizando as
potencialidades de cada educando.

No contexto escolar, os recursos de TA são


compostos por um conjunto de ferramentas ou
equipamentos que garantem a participação no
processo de ensino e aprendizagem. Já o Desenho
Universal é, justamente, evitar a necessidade de
criação de ambientes e produtos dedicados
especificamente para pessoas com deficiências,
assegurando espaços e produtos que todos possam
utilizar com segurança e autonomia.
2.2 Acessibilidade Pedagógica

Atendendo a essas diferenças, os recursos


pedagógicos e de acessibilidade colaboram para que
pessoas com deficiência participem ativamente do
processo escolar. Os recursos podem ser considerados
ajudas, apoio e meios utilizados para alcançar um
determinado objetivo. São ações, práticas educacionais
ou material didático projetados para propiciar a
participação autônoma do educando com deficiência
no seu percurso escolar.

2.3 Aprendizagem e desenvolvimento: instrumentos para


planejar, organizar e avaliar o processo educativo

Já vimos que um ensino inclusivo de qualidade provém


de iniciativas que envolvem professores, gestores,
especialistas, pais, educandos e outros profissionais
que compõem uma rede educacional em torno de uma
proposta que é comum a todos e, ao mesmo tempo,
atendendo às especificidades de cada escola e de cada
educando.
O Projeto Político Pedagógico é o instrumento, por
excelência, para melhor desenvolver o plano de
trabalho definido por um coletivo escolar. Ele contribui
para o desenvolvimento e a aprendizagem dos
educandos, incluindo os com deficiência, objetivando
também eliminar as barreiras que dificultam a
aprendizagem dos alunos.

O Projeto Político Pedagógico (PPP) é um


instrumento que reflete a proposta educacional da
instituição de ensino, sua visão de educação, sujeito,
sociedade e as bases de sua prática.

Por isso, é muito importante que você, como


Profissional de Apoio Escolar, tome conhecimento do
Projeto Político Pedagógico da escola em que atua ou
atuará e que também contribua para que ele se torne
realidade.

O currículo escolar é o instrumento de organização de


todas as ações formativas dentro da escola. Ele está
organizado verticalmente, garantindo a continuidade
entre os anos escolares e horizontalmente, garantindo
a continuidade ao longo de um ano escolar. Ele
compõe todas as áreas do conhecimento e disciplinas
escolares.

Na escola comum, o currículo é o mesmo para todos os


educandos, incluindo aqueles com deficiência. O que se faz
são adequações ou adaptações curriculares, a fim de
atender às necessidades dos educandos que possuem
alguma especificidade.

2.4 Adequações e adaptações curriculares


Adaptações curriculares são medidas de gestão que
não comprometem as aprendizagens previstas nos
documentos curriculares, podendo incluir adaptações
nos objetivos e conteúdos, por meio da alteração na
sua priorização ou sequenciação ou na introdução de
objetivos específicos, que permitam atingir os
objetivos globais e as aprendizagens essenciais.
As dificuldades de aprendizagem dos educandos que
apresentam deficiência, transtorno do espectro autista
e até com altas habilidades ou superdotação
manifestam-se em um contínuo, incluindo desde
situações leves e transitórias, até situações mais
graves e permanentes, que requerem a utilização de
recursos e serviços especializados.
Para os educandos com deficiência que demandam
ações pedagógicas específicas para sua participação e
aprendizagem, é necessário que os professores
elaborem um Plano Educacional Individualizado, mais
conhecido pela sigla PEI.

O Plano Educacional  Individualizado - PEI é um


documento elaborado pelo professor do atendimento
educacional especializado ou, na falta deste, pela equipe
pedagógica da escola, a partir de uma avaliação do
educando que compõe o público-alvo da educação
especial. 
 
O PEI define as adaptações curriculares para os
educandos que delas necessitem, e ou os apoios múltiplos
e contínuos que demandam, bem como   os planos de
aceleração de estudos para os educandos com altas
habilidades ou superdotação. 

Essa avaliação é feita prioritariamente pelo professor


do atendimento educacional especializado, com a
colaboração de toda a equipe de profissionais que
atendem a esse educando, incluindo o Profissional de
Apoio Escolar. Cada educando é único e aprende,
portanto, de maneira diferente, e o PEI visa registrar
esse caráter individual para que, usando estratégias
adequadas, o educando possa aprender e participar
em igualdade de condições.
Antes, durante e após o desenvolvimento do PEI, o
professor, em conjunto com os demais profissionais
atuantes com o educando que demanda apoios
específicos para a aprendizagem, deverão planejar a
avaliação do processo de ensino e aprendizagem. 
Com base na avaliação, é possível uma tomada de
decisão acerca do que é preciso fazer para favorecer a
aprendizagem e a socialização desse educando. 
As estratégias de avaliação devem ser “adaptadas” a
todos os educandos e a cada um, no sentido de levar
em conta suas especificidades – necessidades,
interesses, estilo de aprendizagem, conhecimentos
prévios, etc. Ou seja, o objetivo central ao se “adaptar”
uma atividade de avaliação curricular, por exemplo, ou
qualquer outra estratégia pedagógica, é o foco na
garantia de oportunizar a todos o aprendizado. Para
isso, é fundamental avaliar cada situação
especificamente. Segundo o princípio da equidade, é
preciso “diferenciar para igualar”.

Aula 3 – A prática do Profissional de Apoio Escolar em parceria


com os demais profissionais e com a família

DICA 1: Construir parcerias

Diante do primeiro olhar, abandone o medo e as


inseguranças. Esqueça das estereotipias e limitações
que, possivelmente, o educando apresente. Veja o ser
humano que ele é. Quantas reflexões nos trazem o
educando do público-alvo da educação especial! As
reflexões são muito importantes para percebermos o
quanto são importantes os desafios trazidos por cada
educando que chega até nós. 
A atuação do PAE exige o esforço de buscar
alternativas viáveis para as necessidades de cada um e
precisa garantir que se sintam acolhidos. Depois, será
necessário construir parcerias com cada profissional
que atua junto a ele, dentro e fora da escola.
Caso haja laudos médicos, é importante conhecê-los,
bem como saber se haverá outros profissionais para
apoiá-lo na escola e fora dela.

Em síntese, a educação inclusiva precisa de você, mas


não só de você. O que podemos e devemos fazer é: a
cada desafio, ir à raiz dele, compreender sua origem e
buscar parceiros para definir estratégias de resolução.
Não precisamos nem devemos agir sozinhos. 

DICA 2 – Conhecer o educando e sua condição

Se possível, converse com o educando e procure saber


de seus interesses e suas preferências. O acolhimento
pode começar com sua postura interessada e
amigável. Autistas, por exemplo, costumam ser
bastante enfáticos nos seus interesses.

Conhecer o educando sob diferentes olhares, incluindo


o dele, possibilitará escolher as melhores estratégias
para seu acolhimento. Também conhecer sua
condição: possibilidades e limitações, mas não se
fechar nesse primeiro olhar, nem deixar que ele
contamine sua percepção, pois será no dia a dia que se
construirá o mais completo conhecimento sobre o
educando.

Realmente, a capacitação e o aprimoramento são


imprescindíveis sempre. Contudo, esvazie-se da
ansiedade e do temor. Tranquilize-se, pois precisamos
passar serenidade e segurança para o educando e sua
família. 
Estude sobre a deficiência ou sobre a condição
específica do educando. Troque informações com os
demais profissionais e busque conhecer mais
aprofundadamente as estratégias e as técnicas iniciais
a serem dominadas para apoio ao educando. 

Ter uma conversa com os pais para saber mais


informações, ajuda a evitar que haja alguma crise
durante o acolhimento. 

DICA 4 – Acolher e preparar-se para acolher

Verifique com os professores como você pode


colaborar para o adequado acolhimento do educando.

É necessário que a  turma e os profissionais da escola


que terão contato direto com o aluno, saibam seu
nome e conheçam sua deficiência, doença rara ou
condição.
A compreensão e a naturalidade diante de seus
comportamentos é fundamental para o sucesso dele e
da sua inclusão. 
Para o educando sentir-se acolhido ao chegar, é
importante que parte da turma saiba seu nome.

DICA 5 – Planejar todas as ações envolvendo todos os


participantes
Não devemos improvisar em situações de apoio
escolar. As situações devem ser cuidadosamente
planejadas e as atividades ajustadas para que
respeitem às necessidades específicas do educando,
mas sempre com flexibilidade, pois caso ocorram
imprevistos, devem ser reconsideradas. 

DICA 6 – Entender a diferença e valorizar a pessoa 

É preciso superar a cultura da patologia na educação,


para enxergarmos pessoas em vez de doenças, para
vermos potencialidades em vez de incapacidades. Isso
pressupõe um esforço coletivo e uma aprendizagem
cooperativa.  

DICA 7 – Construir comunidades de aprendizagem

A sala de aula deve ser um espaço coletivo, onde todos


têm algo para ensinar, compartilhar e aprender.
Precisamos descobrir o que podemos aprender com o
educando em processo de inclusão.

Os educandos com deficiência aprendem convivendo


com os colegas, podendo contar com a sua ajuda e
também ajudando os colegas a lidar com suas
dificuldades.

Todos têm algo a ensinar e a aprender. Os educandos


aprendem mais facilmente com outros educandos.
Construir na sala de aula uma comunidade de
aprendizagem, onde uns ensinam os outros,
beneficiará não somente quem aprende, como
também quem ensina, fortalecendo as relações de
convivência, de empatia, de respeito, de solidariedade
e apoio mútuo.

DICA 8 – Valorizar as diferenças como enriquecedoras das


trocas e dos processos

Assim é a educação inclusiva: considerar a deficiência


como mais uma das muitas características diferentes
que os seres humanos podem ter, respeitando assim
essa diferença, encontrando formas adequadas para
transmitir o conhecimento e avaliar o aproveitamento
de cada educando nas suas especificidades.

Enfim, as diferenças precisam ser valorizadas pelo que


representam: maiores oportunidades de trocas de
conhecimentos e experiências, construindo base relacional e
afetiva, garantindo acessibilidade atitudinal e condições
favoráveis para uma verdadeira comunidade de
aprendizagem.

DICA 9 – Ajudar o preparo da escola para o acolhimento 

Incentive a escola a buscar tecnologia assistiva e os


recursos multifuncionais que contribuem para o
desenvolvimento dos educandos com necessidades
educacionais específicas. Muitos recursos poderão ser
produzidos pela escola, utilizando sucatas ou materiais
de baixo custo.

Procure saber se a escola fez as adequações e ou


adaptações necessárias para o acolhimento do aluno.
Elas não se limitam a atributos estruturais ou físicos

É fundamental que o espaço da sala de aula seja


preparado para receber o educando. Por exemplo, se é
cadeirante, precisa considerar a localização e o acesso
à sala de aula; se não tem controle sobre seu corpo,
precisa ter uma cadeira confortável adaptada; o
mobiliário e a organização da sala têm que ser
favorecedores da locomoção, interação, etc. Também
as informações que sejam relevantes a todos os
educandos, devem ser relevantes para o educando
que é apoiado, por isso se deve prever as devidas
adequações. Isso tudo deve ser discutido e
providenciado em conjunto com os profissionais da
Equipe Multidisciplinar e  com o professor da sala. 

Não é o educando que tem que se adaptar à escola, é


a escola que deve se adequar às necessidades
educacionais do aluno.

DICA 10 – Utilizar práticas criativas e prazerosas, sem perder o


foco nos objetivos

Nas atividades de comunicação, alimentação,


locomoção, higiene e cuidados pessoais, você poderá
utilizar atividades lúdicas, mas sempre com foco em
objetivos definidos.
Não se esqueça de incentivar a construção de

vínculos afetivos por meio da interação dos educandos

nas atividades, principalmente com os colegas e os

professores.

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