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SUMÁRIO
Introdução.................................................................... 3
História..........................................................................4
As Versões Especiais..................................................15
A F-1000 Nas Telas Brasileiras.................................31
Histórias Curiosas Da F-1000.................................38
A F-1000 No Paris-Dakar....................................... 40
As Miniaturas............................................................. 41
Ficha Técnica............................................................. 44
Clube De Apaixonados..............................................45
Com a Palavra: Os Apaixonados Por F-1000........49
Bibliografia..................................................................55
Conheça o Instituto Retornar...................................59

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INTRODUÇÃO
Engana-se quem pensa que picapes e mesmo ca-
minhonetes de grande porte transitam apenas em
propriedades rurais carregando sacos e montes de
fenos. Há muito tempo, elas saíram do campo e
avançaram em direção ao asfalto das grandes ci-
dades.

Essa mudança deveu-se principalmente à chegada


da F-1000 ao mercado no final dos anos 70. Com
ela, a Ford inaugurou uma nova fase na história das
picapes. Elas passavam de simples transportado-
ras de carga para objeto de desejo de quem sonha-
va com conforto, força e potência.

Neste ebook você vai entender toda essa mudança


de mercado e como a F-1000 se tornou a reprodu-
ção perfeita do que queriam os fãs mais exigen-
tes e ganhou destaque na história da indústria au-
tomobilística como um dos veículos de carga mais
vendidos de todos os tempos.

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HISTÓRIA
A Ford No Brasil
A história da Ford no Brasil começou há pouco mais
de cem anos atrás. Fundada em 1919, a Ford iniciou
seu trabalho no país apenas como uma importa-
dora de veículos que eram produzidos no exterior.
Como a maior parte das indústrias da época, fun-
cionava em São Paulo dentro de um armazém. Só
em 1921, já em novas instalações, começou a fun-
cionar a linha de montagem com o modelo T e o
caminhão modelo TT.

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A Ford só iniciou a produção nacional em 1957, com
a linha de picapes de grande porte. As primeiras
unidades que saíram da linha de produção foram
os modelos F-600, caminhão da Série F, com mo-
tor a gasolina. A ideia era atender a demanda que
havia por veículos para uso rural.

É importante destacar que a Ford começou a pro-


dução no país justamente pelas picapes; o primeiro
automóvel lançado pela filial brasileira só viria em
1967, com o Ford Galaxie 500.

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Em 1968, a produção das picapes ganhou volume
com o lançamento da F-100. Assim que chegou às
concessionárias, a F-100 ganhou o coração dos
compradores. O modelo era inspirado na versão
americana e atendia a demanda do mercado por
veículos comerciais leves que pudessem ajudar os
novos negócios que estavam surgindo na época.

Estes empresários queriam veículos robustos e du-


ráveis para aguentar o transporte de cargas e pro-
dutos e ainda assim, que trafegassem bem entre
o campo e a cidade. Durante 21 anos, a F-100 foi
uma das principais picapes oferecidas pelo merca-
do. Até que em 1979, a Ford decide dar um upgrade
na F-100 e lança um novo modelo mais moderno e
econômico - a F-1000.

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‘A produção de picapes Ford ia muito bem até que
na década de 70, a crise do petróleo chegou para
mudar tudo. Com o preço da gasolina nas alturas,
as indústrias automobilísticas tiveram que buscar
soluções para atender essa nova realidade de mer-
cado.

Em 1979, é lançada a F-1000, uma picape movida


a diesel. Um dos principais argumentos para ven-
da era justamente a economia de combustível, que
prometia ser até 40% menor do que a versão mo-
vida a gasolina. Vale lembrar que a principal con-
corrente das picapes Ford nessa época, era a série
10 da Chevrolet, com motores a gasolina.

No lançamento, a F-1000 chegou ao mercado com


motor MWM a diesel 3.9 litros, com 83 cv de po-
tência e 25,3 kgfm de torque. A nova picape usava
o mesmo chassi e a mesma carroceria da F-100,

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mas tinha uma carga ampliada para 1.005 kg (a le-
gislação brasileira determinava que para ter motor
a diesel, os veículos deveriam carregar mais que 1
tonelada de carga) e freios dianteiros a disco servo-
-assistidos de série e direção hidráulica - opcional.
A velocidade máxima que a Ford F-1000 alcan-
çava era de 125 km/h, excelente entre as picapes
oferecidas no mercado nos anos 80.

O interior tinha um design mais moderno. Pela pri-


meira vez apareciam mostradores redondos, ao in-
vés do velocímetro horizontal do modelo F-100.

A chegada da F-1000 ao mercado foi um sucesso


e a procura foi tão grande no seu lançamento, que
o modelo foi vendido inicialmente com ágio. En-
quanto isso, a F-100 seguia na linha de produção e
passava a ser ofertada como uma opção de picape
mais barata para os consumidores.

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O Modelo SSS e a Versão a Álcool
(1985)
Sucesso no lançamento, as vendas da F-1000 se-
guiam em crescimento. Em 1985, a Ford decide lan-
çar uma versão da F-1000 bastante incomum - a
F-1000 SSS (Super Série Special), uma edição li-
mitada a 2 mil unidades.

A novidade vinha com rodas estilizadas únicas, que


não apareceram em nenhuma outra versão como
item de série. A F-1000 SSS foi disponibilizada pela
montadora nas cores preta e marrom.

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No mesmo ano, é lançada também a F-1000A - a
versão a álcool, com motor 3.6 litros e 115 cavalos
de potência. Esse modelo antecipou o que viria na
reestilização da F-1000 em 1986. Trouxe um novo
volante de dois raios com 400 mm de diâmetro,
maçanetas externas pretas e padrão do estofa-
mento com bancos 1/3 + ⅔. Também antecipou as
calotas metálicas integrais e foi o primeiro modelo
da linha F-1000 a utilizar os novíssimos pneus ra-
diais Pirelli Scorpion na medida 215/80R 16 e a di-
reção hidráulica como itens de série.

A Reestilização Em 1986
Em 1986, a Ford decide fazer uma reestilização da
F-1000 e o utilitário ganha mudanças estéticas
com novos faróis retangulares e nova grade dian-
teira. Sistema de ventilação, teto-solar, pneus ra-
diais, calotas de alumínio e pintura em dois tons
passaram a ser itens de série. E uma curiosidade:
na pintura, a combinação de cores mais pedida era
a preto com prata, separados por um adesivo que
dava um efeito degradê na linha da cintura e que
rendeu o apelido carinhoso de “carijó”.

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Para atrair os mais jovens, um interior mais moder-
no com bancos revestidos em tecido e uma opção
de modelo com teto solar.

F-1000 Turbo - O Primeiro Turbo


Diesel (1990)
A F-1000 entrava na nova década com uma gran-
de novidade: o sistema turbo compressor para o
seu motor a diesel. Foi a primeira picape nacional a
utilizar o sistema.

A potência do motor passa a ser de 119 cv e o de-


sempenho melhora consideravelmente: a acelera-
ção de 0 a 100km/h passava a ser feita em apenas
18 segundos, com velocidade máxima de 143 km/h.
Algo inédito para veículos deste porte.

Na linha 1991, a F-1000 Turbo era equipada com

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vidros, travas e espelhos elétricos, além de belíssi-
mas rodas de liga leve de 16 polegadas. Outra no-
vidade é o câmbio de 5 marchas estendido a toda
a linha como item de série.

Em 92, a F-1000 trazia melhorias como novo pai-


nel, melhor posição de dirigir, apoio de braço cen-
tral e teto-solar de vidro. O motorzão turbo diesel
passava a 122,4 cv e 37 kgfm a 1.600 rpm

A Cabine Estendida (Super Cab) E


O 4x4 (1994)
O ano de 1994 começou com duas grandes mudan-
ças na F-1000. A carroceria trouxe alterações sig-
nificativas e o modelo adotou a cabine estendida,
chamada de F-1000 SuperCab. O banco traseiro
ficou maior, com espaço para até três pessoas e
muito conforto.

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No mesmo ano, é lançada a nova versão F-1000
4×4, o que permitiu uma potência acima da média.
Mesmo pesando 2.400 quilos, essa 4x4 conseguia
arrancar em 5a. marcha, mesmo em subidas.

A Série Especial - Lightning (1998)


Em 1998, é lançada uma nova versão, a Lightning.
O nome era o mesmo da versão lançada pela Ford
nos Estados Unidos, a SVT Lightning.

Essa F-1000 vinha com um motor 4.9 litros V6 a


gasolina, para-choques pintados na cor da carro-
ceria, vidros verdes e novas rodas de alumínio. To-
dos esses itens compunham aquele que seria o vi-
sual mais acentuado e o motor diesel mais forte de
toda linha F-1000 da Ford.

O Fim da Produção e o Novo Mode-


lo F-250
Apesar de ser um sucesso, em 1998, a F-1000 dei-
xou de ser produzida no Brasil. Mas abriu espaço
para a sua sucessora, que viria a manter o sucesso
da linha de picapes da Ford, a F-250. O 250 refe-
ria-se à capacidade de carga em libras subtraído
um zero: 2.500 libras ou 1.135 kg.

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AS VERSÕES
ESPECIAIS
Um dos principais desejos dos donos de F-1000
era poder ter uma versão do modelo em que pu-
dessem transportar a família e viajar com o mes-
mo conforto que eles tinham com a F-1000 no dia
a dia.

Muitas empresas especializadas em modificações


perceberam esta demanda e trataram de se aper-
feiçoar oferecendo opções da F-1000, com mais
assentos e diferenciais para atrair este público es-
pecífico. Com isso, surgiram versões especiais da
F1-000 que ganharam as ruas e conquistaram co-
rações por todo o país.

F-1000 Furglaine (1980)


Este foi um dos modelos mais comuns fabricados. A
versão Furglaine era produzida pela Furglass, uma

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empresa estabelecida em Guarulhos, especializa-
da na produção de furgões isotérmicos.

A produção começou em 1980. O Furglaine usava


como modelo o americano Ford Econoline. Era basi-
camente um micro-ônibus, com carroceria em mo-
nobloco de aço revestido em plástico e fibra de vidro.
O modelo tinha uma porta lateral corrediça, três fi-
leiras de bancos, num total de 07 lugares. O espaço
mais os itens de conforto que ele oferecia, como ar
condicionado e revestimento de couro nos bancos,
fez com que o Furglaine tivesse uma boa aceitação
no mercado.

Com o sucesso do Furglaine, em 1981, a Furglass


lançou a versão ambulância, com espaço para até
quatro macas, o modelo escolas, com 18 lugares e
o que eles chamaram de “seletivo”, com capacidade
para até 13 passageiros.

Em 1987, já haviam sido vendidos mais de 2.500 mo-


delos e a fábrica aumentou a produção, chegando a
40 unidades do Furglaine por mês.

Na década de 90, o presidente Fernando Collor abriu


o mercado para a entrada de produtos estrangeiros
e o Furglaine sentiu a concorrência com modelos co-
reanos, principalmente da Kia, Asia Motors e Hyun-
dai. Em 1994, o Furglaine deixa de ser fabricado e a
empresa Furglass encerra as atividades.

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F-1000 Cabine Dupla
O sonho de muitos proprietários de F-1000 era um
modelo cabine dupla para aproveitar os benefícios
do veículo com a família, passear no fim de sema-
na e até desfrutar de viagens longas.

Por isso, a SR Veículos Especiais, empresa de Dia-


dema e uma precursora na transformação de mo-
delos, tratou de criar em suas instalações o modelo
tão sonhado: a F-1000 cabine dupla e quatro por-
tas, com espaço para até cinco ocupantes e possi-
bilidade de transporte de carga na parte de trás.

Para isso, a empresa adaptou uma nova carroceria


sobre o chassi e aproveitou uma parte da caçamba
para acomodar mais três passageiros.

Para deixar o visual mais clean, um pouco diferen-


te da F-1000, a SR usou no modelo cabine dupla
os faróis e lanternas do Ford Del Rey que casaram
bem com as linhas da picape. Outra novidade foi a
opção com 4 portas, que a Ford não quis oferecer
em seus modelos.

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F-1000 Ibiza
A Ibiza é outro modelo de adaptação produzido
pela SR Veículos Especiais.

A empresa investiu neste projeto cerca de 2,5 mi-


lhões de dólares. Todo o design concebido foi inspi-
rado nas vans produzidas em solo americano, mas
com a mecânica e o chassi da F-1000.

Lançada em 1987, a Ibiza tinha uma carroceria em


fibra de vidro e capacidade de transporte de 8 pas-
sageiros com bagagem, ou de 12 passageiros sem
espaço para a bagagem. A SR ainda produziu uma
versão furgão da Ibiza para transporte de carga. As
portas traziam uma novidade: uma terceira porta
lateral para melhor acesso dos passageiros. O mo-
delo vinha com formas mais arredondadas e alguns
detalhes no design adaptados do Del Rey (seme-
lhante ao que vimos na F-1000 Cabine Dupla, da
mesma fabricante). A SR também oferecia o mo-
delo com pintura em dois tons, que ganhou o gosto
do consumidor.

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F-1000
F-1000
F-1000
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Era um carrão para uma família grande com 5,5
metros de comprimento, 2,5 metros de altura e pe-
sando um pouco mais que 2,5 toneladas. Tanto es-
paço e peso exigiam bastante do motor a diesel sem
turbo que não conseguia o mesmo desempenho.
O veículo chegava aos 100km/h em 40 segundos,
com velocidade máxima de 120 km/h. Para o pro-
prietário, a opção era instalar uma turbina ou mu-
dar o motor para álcool.

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F-1000 4 portas
Um modelo de muito sucesso foi esse F-1000 4
portas produzido pela empresa Brasilvan, de Gua-
rulhos. A empresa surgiu em 1987 com produção
exclusiva de cabines duplas e vans, graças ao know
how dos técnicos que empregou e que vinham da
Furglaine, empresa que citamos um pouco antes.
A base dos modelos que a empresa produziu era
das picapes F-1000.

Essa versão da F-1000 era toda fechada, com qua-


tro portas e um estepe pendurado na traseira, numa
ideia semelhante a da Ford EcoSport que surgiria
muitos anos depois. Usando a mecânica e o chas-
si da F-1000, a empresa construía um novo corpo
montado em fibra de vidro, resultando no que eles
chamaram de “station wagon”.

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A empresa ainda fazia adaptações do modelo con-
forme a necessidade do comprador, em configura-
ções para ambulância, furgão com capacidade para
até 1.300 kg, furgão isotérmico para até 1.100 kg,
veículo policial, automóvel de passeio para até nove
passageiros ou micro-ônibus escolar para trans-
porte de até 15 crianças. Tudo isso em versões die-
sel e álcool.

F-1000 GB Special Fly


Sulamericana
Projeto de outra especialista em transformações
de veículos: a Sulamericana. Empresa tradicional,
fundada na década de 60 em Poá, São Paulo, a
Sulamericana trabalhava com transformações de
modelos da Ford. Eles tinham tanto prestígio que
na década de 80, a empresa foi homologada como
“fabricante”, e passou a ter direito de receber pica-
pes 0 km e garantia diretamente da fábrica.

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O GB Special Fly recebeu esse nome para combinar
com as pretensões da fábrica: rever o conceito da
F-1000 e transformá-la numa nave espacial sobre
rodas. O projeto era ambicioso mesmo. A carroce-
ria era totalmente diferente da F-1000 original: as
portas dianteiras tinham um novo recorte e eram
menores que as convencionais. Foram introduzidas
duas janelas verticais com bordas arredondadas
para dar maior visão para o passageiro. Em geral
o visual era bem chamativo, mas ele oferecia con-
forto para até 5 passageiros e bom espaço para
transporte de bagagem.

25
F-1000 Fuji
Outro modelo da mesma empresa de modificações,
a Sulamericana.

A empresa lançou também essa outra versão da


F-1000.

A F-1000 GB Special Fuji Sulamericana era menos


chamativa que a GB Special Fly e trazia basica-
mente uma cabine dupla com visual mais parecido
com o da F-1000.

A parte da frente da picape tinha o mesmo estilo


e visual da original. As principais modificações fi-
cavam na parte traseira: a partir da coluna B havia
uma enorme janela vertical seguida de uma janela
menor, ambas discretamente inclinadas. Essa mu-
dança dava mais visibilidade para os passageiros
do banco traseiro e um estilo mais elegante para a
GB Special Fuji.

O modelo ainda tinha um espaço menor de caçam-


ba, mas que ainda assim permitia o transporte de
carga.

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F-1000 Bronco e Potro
Modelo de uma outra empresa especialista em
transformações, a Demec, de Diadema. Essa em-
presa começou com o objetivo de fabricar carroce-
rias para caminhões e veículos militares, mas rapi-
damente passou a fazer também a transformação
de picapes em veículos de lazer.

O modelo foi chamado de Bronco e Potro para se-


guir a linha dos veículos da Ford que recebiam no-
mes de cavalos.

A ideia era fazer poucas alterações e manter a apa-


rência do veículo de fábrica, apenas adaptando o
modelo para quatro portas. O Bronco e Potro tinha
um visual mais rústico com um para-choque com
estribo, conhecido como quebra mato, pneu estepe
montado na tampa traseira e seis assentos indivi-
duais com encosto para a cabeça e que também
eram reclináveis. A fabricante manteve um espaço
na caçamba para transporte de carga ou bagagem.

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F-1000 Big Foot
Olha aí, a versão tupiniquim de um típico monster
truck americano.

Esse modelão saiu da empresa de modificações SR


Veículos Especiais, que fez versões mais singelas
como já mostramos aqui.

Deixemos o minimalismo de lado, porque esta ver-


são é puro exagero.

Apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo


de 1988, o Big Foot, usava o mesmo chassi do Ford
Cargo 1418, muito próximo de um caminhão, e car-
roceria de F-1000 transformada em perua, tudo
isso sobre enormes pneus de trator. É a transfor-
mação da transformação.

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O modelo tinha cerca de quatro metros de altu-
ra, atingindo um peso total de 7 toneladas e ainda
usava pneus de trator com mais de 1,70 m de diâ-
metro, que pesavam cerca de 400 kg cada.

Para arrematar tudo isso, a pintura vinha num cha-


mativo amarelo, laranja e vermelho!

Acha pouco? Pois os cinco amortecedores insta-


lados em cada pneu do carro vinham pintados em
verde limão!

Como foi apresentado no Salão do Automóvel, esse


era apenas um carro conceito. Apesar de toda essa
parafernália, não era possível manobrar o veículo
por causa do tamanho dos pneus e dos 20 amorte-
cedores instalados (aqueles em verde limão) ape-
nas quatro funcionavam.

29
F-1000 Zé do Caixão
Diferente do Big Foot, este modelo era mais usu-
al. O que chama a atenção é o nome. Neste caso,
não nada tem a ver com o Volkswagen 1.600, com
o mesmo apelido “Zé do Caixão”, em homenagem
ao personagem de José Mojica Marins.

Mas a ideia é a mesma, já que ganhou este nome


por causa do formato final que ganhou com as mo-
dificações. O modelo tem duas janelas laterais com
formatos bem diferentes e um interior que - dizem
- lembra o de veículos funerários.

Essa versão ganhou mais espaço interno, com um


teto levemente mais alto na parte traseira e capa-
cidade para levar mais quatro pessoas.

Destaque para a porta traseira, que se abre em duas


folhas na horizontal para facilitar o acesso traseiro
dos passageiros.

Para acomodar a bagagem, foi montado um baga-


geiro no teto com uma escada de acesso. O estepe
ficava fixado na parte de fora, protegido por capa
de proteção em fibra de vidro.

30
A F-1000
NAS TELAS
BRASILEIRAS
Sim, os brasileiros têm uma relação diferente com
a F-1000. Desde o seu lançamento, essa picape
ganhou as telinhas como símbolo de poder, força e
resistência.

Talvez você não se lembre, mas foi a bordo de um


modelo F-1000 marrom que Sinhozinho Malta en-
toava seu bordão, “tô certo, ou tô errado?”. Mas
não foi apenas em Roque Santeiro, uma das nove-
las de maior sucesso da televisão brasileira que a
F-1000 brilhou.

Em filmes nacionais, a F-1000 é presença obriga-


tória. Como protagonista ou coadjuvante, essa pi-
cape ajudou a contar diversas histórias e a trans-
portar sonhos na telona. Veja alguns exemplos:

31
A filha dos trapalhões (1984)
O filme conta a história do quarteto: Didi, Dedé,
Mussum e Zacarias. Eles moram em um barco flu-
tuante e mesmo sem dinheiro algum resolvem ficar
e cuidar de um bebê encontrado por Didi, tratando
a criança como se fosse sua própria filha.

A trupe segue em suas trapalhadas a bordo de uma


F-1000 azul.

32
O casamento dos trapalhões
(1988)
Outro filme dos Trapalhões e outra F-1000 azul na
telinha.

Neste filme, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias são ir-


mãos que vivem em uma fazenda. A irmã deles lhes
escreve uma carta pedindo para que deixem seus
sobrinhos, os integrantes do Grupo Dominó passa-
rem um período na fazenda, pois os garotos iriam
se apresentar na cidade. Os Trapalhões vão, en-
tão, encontrar com os sobrinhos, mas eles acabam
se envolvendo em muita confusão e precisando se
livrar de vilões a bordo de sua picape F-1000.

33
Central do Brasil (1998)
Um dos maiores filmes brasileiros não poderia dei-
xar de mostrar o F-1000. O filme conta a histó-
ria de Dora, uma ex-professora que ganha a vida
escrevendo cartas para pessoas analfabetas, que
ditam o que querem contar às suas famílias. Ela
nunca posta as cartas para os destinatários. Um
dia aparece Josué, o filho de nove anos de idade de
uma de suas clientes. O garoto fica sozinho quan-
do a mãe é morta em um acidente de ônibus. Ela
reluta em cuidar do menino, mas se junta a ele em
uma viagem pelo interior do Nordeste em busca do
pai de Josué, que ele nunca conheceu. Nas cenas,
em que os dois andam pelas ruas empoeiradas no
interior do Nordeste, podemos ver muitos modelos
F-1000 transitando.

34
Deus é brasileiro (2003)
Na história, Deus resolve tirar férias dela, decidin-
do ir descansar em alguma estrela distante. Para
isso, precisa encontrar um substituto para ficar em
seu lugar enquanto estiver fora. Ele resolve então
procurá-lo no Brasil, já que é um país tão religioso.
Seu guia nessa busca é Taoca, um esperto pesca-
dor que vê em seu encontro com Deus sua grande
chance de se livrar dos problemas pessoais. Juntos
eles rodam o Brasil em busca de um substituto ide-
al. Essa aventura acontece a bordo de uma picape
laranja antiga. Mas a presença na tela de tantos
modelos F-1000 durante a sua viagem mostra que
o interior brasileiro viajava a bordo destes modelos
Ford.

35
Xuxa e o tesouro da Cidade
Perdida (2004)
Nas produções cinematográficas de Xuxa, a F-1000
sempre está presente. Neste aqui, os vilões seguem
em estradas de terras a bordo de um modelo azul.
No filme, Xuxa é Bárbara, uma bióloga tímida que,
ao lado de uma turma de heróis, vai parar em uma
cidade subterrânea lendária, povoada por descen-
dentes de vikings. Juntos, eles terão que correr
contra o tempo para salvar uma criança que corre
um grande perigo.

36
E LÁ FORA…
Os Mercenários (2010)
Os Mercenários ou “The Expendables” é um filme
de ação americano, escrito e dirigido por Sylvester
Stallone, que também é a estrela principal. Muitos
atores de filmes de ação também participam como:
Jason Statham, Jet Li, Dolph Lundgren, Randy
Couture, Terry Crews e Mickey Rourke. No primeiro
filme da série um grupo de mercenários de elite é
encarregado de uma missão para derrubar um di-
tador latino-americano controlado por um ex- ofi-
cial da CIA, James Munroe. E o veículo mais usado
no país fictício é a F-1000. Aqui os heróis usam um
modelo azul, bem surrado.

The Expendables presta homenagem aos filmes de


ação de grande sucesso da década de 1980 e início
de 1990.

37
HISTÓRIAS
CURIOSAS
DA F-1000
Uma Aventura Pelo Litoral A Bordo
Da F-1000
Um dos maiores aventureiros brasileiros, sem dúvi-
da, é o navegador e escritor Amyr Klink. Para quem
não se lembra é dele a façanha de cruzar o Oceano
Atlântico, saindo do Brasil rumo a África, em um
barco a remo. Essa foi apenas a primeira de muitas
aventuras que Amyr tem realizado ano a ano.

Em 1992, Amyr Klink participou de um projeto iné-


dito, o “Faróis do Brasil - Navegação Terrestre da
Costa Brasileira’’. O objetivo era fazer o levanta-
mento dos faróis brasileiros para a Marinha, per-
correndo todo o litoral, saindo do sul do país até
o nordeste. A equipe também contava com Klever
Kolberg e André Azevedo.

38
Para essa aventura, Amyr Klink escolheu duas pica-
pes F-1000 de última geração, cedidas pela Ford.
Em uma, uma F-1000 Turbo vermelha com capo-
ta, iam os equipamentos e material, na outra, uma
F-1000 branca, iam duas motos. Os veículos eram
confortáveis, modernos e aguentavam melhor que
quaisquer outros, o tranco de cobrir muitos quilô-
metros de terrenos irregulares com equipamentos
e pessoal.

O navegador repetiu a viagem pela Costa Brasilei-


ra, mas desta vez optou por viajar pelos

céus. Todo o percurso foi feito a bordo de um trike,


uma asa delta motorizada.

39
A F-1000 NO
PARIS-DAKAR
A F-1000 também fez a sua história em compe-
tições. Foi o primeiro veículo brasileiro a partici-
par do Rally Paris-Dakar, em 1994. O veículo serviu
de apoio a dupla André Azevedo e Klever Kolberg,
que participava na categoria Motos Maratona com
duas Yamaha XT 660 Ténéré. O modelo era uma
Ford F-1000 4x4 tripulada pela dupla Luiz Azeve-
do (piloto) e João Mendes (navegador). Essa pri-
meira participação na categoria Veículos de Apoio
foi muito importante. A equipe deu o primeiro pas-
so para competir com carros no futuro.

A prova não foi fácil. Cinco países foram percorri-


dos: França, Espanha, Marrocos, Mauritânia e Se-
negal, num total de 13.379 km de terrenos irregu-
lares, muitas dunas e obstáculos.

A F-1000 teve um desempenho tão bom que vol-


tou a competir no ano seguinte, também na cate-
goria Veículo de Apoio.

40
AS MINIATURAS
Uma F-1000 Na Palma Da Sua
Mão
Não é tarefa fácil conseguir achar miniaturas de
F-1000 para colecionar aqui no Brasil.

Mas se você é um daqueles apaixonados pelo mo-


delo e faz questão de ter pequenos exemplares des-
sa picape na sua estante, a sugestão é buscar mi-
niaturas da série F dos EUA. Os modelos são muito
parecidos com a nossa F-1000 e tem um charme
todo especial que vai agradar os maiores fãs.

A fabricante de brinquedos ERTL, de Iowa, nos Es-


tados Unidos, é tradicional na produção de minia-
turas de metal de equipamentos e caminhonetes
agrícolas. Um exemplar em escala 1/8 bem pareci-
do com o nosso modelo brasileiro é a versão street
rod da F-100 ano 1956. O modelo vem com rodas
largas e suspensão rebaixada. Atenção especial
para o interior e motor com muitos detalhes.

41
A Matchbox é outra empresa americana tradicio-
nal na produção de miniaturas de carrinhos fabri-
cados em metal e, recentemente, plástico. Criada
em 1953, a Matchbox já possuía em seu catálogo
em 1966, um Ford Pickup na cor vermelha, com ca-
çamba stepside, rodas esterçantes e uma imita-
ção de capota de lona branca, com 71 milímetros
de comprimento.

Outro modelo parecido com as primeiras caminho-


netes brasileiras é uma F-100, ano 1953, de outra
fabricante, a K-Line. Cheio de detalhes, o carrinho
vinha na escala 1/43, também na tradicional cor
vermelha, com pneus com banda de rodagem e in-
terior todo cinza.

42
Para aqueles que preferem as miniaturas de montar,
é possível encontrar um kit do modelo F-150 ame-
ricano de 1953. A fabricante é a AMT/ERTL, em-
presa conhecida por produzir miniaturas em metal
com alto grau de detalhismo. A AMT tem no seu
portfólio a produção da série de veículos espaciais
dos filmes Star Trek.

A frente desta caminhonete F-150 só chegaria ao


Brasil em 1996, no modelo F-1000. A escala é um
pouco maior, de 1/25 e tem um nível de dificuldade
2. O modelo em azul é todo feito em plástico e vem
com dois jogos de rodas, interior e motor bastante
detalhados.

43
FICHA
TÉCNICA
F-1000 SSS 85 F-1000 Turbo 94
MOTOR F-1000 SSS (1985) F-1000 Turbo (1994)
Posição e cilindros Longitudinal, 4 em linha
Comando e válvulas por cilindro No bloco, 2
Cilindrada 3.922 cm3 3.992 cm3
Taxa de compressão 16,6:1 15,9:1
Potência máxima 86,4 cv a 3.000 rpm 122 cv a 2.800 rpm
Torque máximo 26,3 m.kgf a 1.600 rpm 37 m.kgf a 1.600 rpm
Alimentação Injeção direta (com turbocompressor na Turbo)
CÂMBIO F-1000 SSS (1985) F-1000 Turbo (1994)
Marchas e tração 4, Traseira 5, traseira ou integral
FREIOS F-1000 SSS (1985) F-1000 Turbo (1994)
Dianteiros e traseiros A disco ventilado / a tambor
DIREÇÃO F-1000 SSS (1985) F-1000 Turbo (1994)
Assistência Hidráulica
SUSPENSÃO F-1000 SSS (1985) F-1000 Turbo (1994)
Dianteira Independente, Twin-I-Beam, molas helicoidais
Traseira Eixo rígido, molas semi-elípticas
RODAS F-1000 SSS (1985) F-1000 Turbo (1994)
Pneus 7,00 - 16 255/75 R15
DIMENSÕES F-1000 SSS (1985) F-1000 Turbo (1994)
Comprimento 4,856 m 5,06 m
Entreeixos 2,916 m 2,967 m
Peso 2.050 kg 2.235 kg
DESEMPENHO F-1000 SSS (1985) F-1000 Turbo (1994)
Velocidade máxima 120 km/h 145 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h 32 s 18 s

44
CLUBE DE
APAIXONADOS
F-1000 Club
Este é um clube de apaixonados pela F-1000 de
várias regiões e até países.

Todo o contato entre os sócios é feito em páginas


de redes sociais, como Facebook e Instagram.

O F-1000 Club surgiu há quase três anos. O fun-


dador, Ricardo Ribeiro, comprou uma F-1000 e co-
meçou a postar fotos de todo o processo de refor-
ma e modificações que fez no modelo.

“Eu postei a primeira foto e essa foto teve 160 cur-


tidas e tinha 1 seguidor (só eu).

45
Como o Instagram entregou essa foto pra muita
gente, a página começou a crescer e foi ganhan-
do seguidores todos os dias. Os seguidores man-
davam fotos de suas F-1000 e eu fui postando”,
explica Ricardo.

O que parecia apenas uma reunião de admiradores


de F-1000, cresceu e tornou-se o F-1000 Club.

Hoje, são 53 mil seguidores no Instagram, 3 grupos


no WhatsApp e 1 no Facebook. Eles trocam ideias
de modificações, informações e experiências com
a F-1000. Com o tempo, eles também passaram a
produzir e vender produtos próprios do clube como
adesivos, canecas de chopp, bonés, chaveiros e ca-
misas pólo.

46
“Minha ideia nunca foi chegar a esse patamar, mas
quando chegou, a gente precisou alterar nossa for-
ma de trabalho dentro do F-1000 CLUB. Como os
seguidores nos veem como “especialistas” no as-
sunto, eles começaram a nos procurar para pedir
dicas sobre o carro, cuidados que devemos tomar
na compra, manutenção dele e até mesmo acessó-
rios para incrementar o carro de acordo com o que
o proprietário deseja”, explica o fundador.

Para fazer parte do clube é muito simples: só en-


trar nos grupos de Whatsapp ou Facebook. Não é
cobrada nenhuma taxa e nem é preciso ter uma
F-1000, basta gostar da picape.

Informações obtidas através de entrevista conce-


dida via internet em 04/01/2021.

47
Clube Da F-1000
O Clube surgiu de uma forma bastante despreten-
siosa. O músico Israel Filho criou uma página do
Clube no Facebook. Ele tinha uma F-1000 e que-
ria trocar informações com outros proprietários. A
partir daí, muitos amantes de F-1000 passaram a
participar com fotos, anúncios, dúvidas e informa-
ções sobre a picape. Hoje são quase 3 mil partici-
pantes.

“O principal objetivo do Clube é a troca de infor-


mações, pois como é um veículo de mecânica anti-
ga, as peças tornam-se mais difíceis e quando po-
demos, indicamos oficinas de serviços e lugar onde
encontrar a peça procurada, assim como coloca-
mos anúncios para quem queira comprar ou ven-
der um veículo. É, na verdade, um balcão de infor-
mações”, explica o fundador.

Informações obtidas através de entrevista conce-


dida via internet em 05/01/2021.

Para aqueles que tenham interesse em participar


basta acessar a página no Facebook e deixar a sua
mensagem.

48
COM A
PALAVRA
Os Apaixonados Por F-1000
Ricardo Ribeiro, agricultor
“Eu sempre morei em Faxinal do Guedes, Santa Ca-
tarina. Uma cidade do interior movida pela agricul-
tura, sabe? Aí víamos diariamente os agricultores
passando pela cidade com aquelas camionetonas
enormes que, quando colocadas do lado de um car-
ro ou até mesmo uma pick-up da época, pareciam
uns verdadeiros caminhões e isso me fazia sempre

49
imaginar como era dentro de um carro daquele ta-
manho. Aí, o avô de um amigo comprou uma F-1000
1987 e colocou toda a piazada dentro e a gente foi
dar uma volta pelas roças deles. Foi aí que eu falei
a primeira vez que eu iria ter uma F-1000. Em 2017
em uma janta com os amigos da infância, começa-
mos a falar sobre as F-1000. Bateu aquela nostal-
gia e aí eu falei: agora vou comprar uma F-1000!

A ideia sempre foi ter uma igual aquela que andei


quando criança, mas foi difícil encontrar uma em
bom estado de conservação. Eu precisava de um
carro pra usar no dia a dia, pra trabalhar e pra via-

50
jar também. Procuramos por um ano e nada de en-
contrar. Comecei a pesquisar mais a fundo sobre
os modelos, motores, versões e tudo mais, foi aí
que eu encontrei uma que foi do penúltimo modelo
e, coincidentemente, do mesmo ano do meu nas-
cimento - 1994 - e estou com ela até hoje. Apare-
ceram inúmeras propostas para vendê-la, mas no
que depender de mim, ela vai ficar por muitos anos
ainda dentro da família”.

Informações obtidas através de entrevista conce-


dida via internet em 04/01/2021.

51
Guilherme Gomes Maia, empresário
“Sempre fui apaixonado por caminhonetes, mas o
sonho de ter uma F-1000 começou em 2004 quan-
do aos 9 anos tive o primeiro contato com uma Big
Foot amarela. Desde então sempre almejei ter uma
F-1000. O sonho foi realizado no final de 2019 quan-
do adquiri uma 93 Argentina com motor MWM 229
Diesel que aos poucos está sendo personalizada.”

Informações obtidas através de entrevista conce-


dida via internet em 04/01/2021.

52
Israel Filho, músico
“Possuo uma F-1000/1990, Cabine Dupla, duas
portas, Motor MWM 226 diesel, há mais de vinte
anos. O que me prendeu a este veículo foi a sua
funcionalidade e economia. Já tive três modelos,
sendo a primeira, uma F-1000 4 portas; o segun-
do modelo foi um Furglaine/92 com mecânica de
F-1000. Este veículo foi uma verdadeira “quase
tragédia” em minha vida, pois tinha uma carroce-
ria muito pesada para a suspensão de uma F-1000
simples e quebrou um total de 15 semi-eixos! Não
me desfiz dela imediatamente porque queria ven-
der e não me sentir culpado por uma tragédia que
ela pudesse causar ao comprador. Só quando con-
segui resolver o problema, eu vendi. Quando que-
brava o semi-eixo, saltava a roda e por milagre não
capotava. Era uma verdadeira odisseia, pois usava
o veículo para levar toda a minha banda de músi-
cos num total de 9 pessoas. Hoje a minha F-1000
é uma cabine dupla, cor branca, com duas portas.
Perfeita!”.

Entrevista concedida via internet em 05/01/2021.

53
Bruno Felipe Roehrs, mecânico
“Eu trabalho com restauração de carros antigos
em Nova Mutum - MT. Minha F-1000 é uma super
série 1992/93. Essa F-1000 está na família há 18
anos. Meu pai tem uma oficina mecânica e com-
prou essa F-1000 para uso da oficina e desde pe-
queno eu gostava de andar nela, sempre ia junto
fazer os socorros, e sempre sonhei em ter uma ca-
mionete no estilo americano. Há uns 3 anos atrás
ela estava parada quase sem uso na oficina, então
negociei ela com meu pai, e como ela sempre foi
um carro de trabalho, tinha muita coisa pra fazer.
Fui arrumando aos poucos toda parte mecânica,
instalei o kit turbo, coloquei pneus maiores, levan-
tei a suspensão… Como aqui as peças americanas
são difíceis de conseguir, eu mesmo fiz os retrovi-
sores e estribos, me baseando em fotos das F-350
1988 americanas, e aos poucos estou deixando ela
como eu sempre sonhei.”

Informações obtidas através de entrevista conce-


dida via internet em 04/01/2021.

54
BIBLIOGRAFIA
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Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/
Ford_do_Brasil. Acesso em: 27/09/2021.

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(1985)
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Referências disponíveis em: https://motor1.uol.
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d-f-1000-tem-uma-historia-que-comeca-
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F-1000 Turbo - O Primeiro Turbo


Diesel (1990)
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sautomotivas.com.br/ford-f1000/, https://mo-
tor1.uol.com.br/news/120173/carros-para-sem-
pre-ford-f-1000-tem-uma-historia-que-come-

55
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bestcars.com.br/cpassado/f1000-5.htm. Acesso
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A Cabine Estendida (Super Cab) E


O 4x4 (1994)
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O Fim Da Produção E O Novo


Modelo F 250
Disponível em: https://bestcars.com.br/cpassado/
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As Versões Especiais
Disponível em: https://www.noticiasautomotivas.
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Referências disponíveis em: https://www.noti-


ciasautomotivas.com.br/ford-f1000/ https://
pt.wikipedia.org/wiki/Furglaine. Acesso em:
28/09/2021.

56
F-1000 Cabine Dupla
Disponível em: https://www.noticiasautomotivas.
com.br/ford-f1000/. Acesso em: 28/09/2021.

F-1000 Ibiza
Disponível em: https://www.noticiasautomotivas.
com.br/ford-f1000/ . Acesso em: 28/09/2021.

F-1000 4 Portas
Disponível em: https://www.noticiasautomotivas.
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F1000 GB Special Fly


Sulamericana
Disponível em: https://www.noticiasautomotivas.
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F-1000 Fuji
Disponível em: https://www.noticiasautomotivas.
com.br/ford-f1000/. Acesso em: 28/09/2021.

F-1000 Bronco e Potro


Disponível em: https://www.noticiasautomotivas.
com.br/ford-f1000/. Acesso em: 28/09/2021.

F-1000 Big Foot


Referências disponíveis em: https://www.noticia-
sautomotivas.com.br/ford-f1000/ e

https://bestcars.com.br/cpassado/f1000-4.htm.
Acesso em: 28/09/2021.

57
F-1000 Zé do Caixão
Disponível em: https://www.noticiasautomotivas.
com.br/ford-f1000/. Acesso em: 28/09/2021.

A F-1000 nas Telas Brasileiras


Disponível em: https://www.imcdb.org/vehi-
cles_make-Ford_model-F-1000.html Acesso em:
29/09/2021.

Uma Aventura Pelo Litoral A Bordo


Da F-1000
Referências disponíveis em: https://bestcars.com.
br/cpassado/f1000-6.htm e https://www.fa-
cebook.com/amyrklink.akpp/photos/?tab=al-
bum&album_id=904783286263489. Acesso em:
28/09/2021.

A F-1000 no Paris-Dakar
Referências disponíveis em: http://www.me-
moriamotor.com.br/picape-ford-f-1000-no-
-dakar-1994/ e https://bestcars.com.br/cpassa-
do/f1000-6.htm. Acesso em: 28/09/2021.

Uma F-1000 Na Palma Da Sua


Mão
Disponível em: https://bestcars.com.br/cpassado/
f1000-2.htm. Acesso em: 28/09/2021.

Ficha-Técnica
(1) Disponível em: https://bestcars.com.br/cpassa-
do/f1000-7.htm. Acesso em: 28/09/2021.

58
CONHEÇA O
INSTITUTO
RETORNAR
A fundação do Instituto Retornar é um sonho con-
cretizado. Por meio dele, nossa missão de transfor-
mar vidas pode levar o amor e a esperança para mi-
lhares de pessoas pelo Brasil.

As conquistas do Instituto Retornar já são inúme-


ras. Estabelecemos parcerias com 22 organizações
sem fins lucrativos em mais de 10 estados. Ao todo,
mais de 3.500 pessoas em 19 cidades foram direta-
mente beneficiadas por essa rede de amor.

Atuando em 6 causas humanitárias principais, o Ins-


tituto Retornar permitiu que crianças e adolescen-
tes em situação de risco tivessem acesso à educa-
ção, à música, à arte e ao esporte. Ainda ofereceu
assistência multidisciplinar a pessoas com deficiên

59
cias, melhorando a qualidade de vida e favorecendo
a inclusão social. Realizou a doação de carros, ces-
tas básicas, equipamentos de esporte e custeio de
reformas.

E tudo isso foi possível porque o Instituto Retornar


é movido pelo amor - a força mais transformadora
que existe.

Obrigado por acreditar na missão do Instituto Re-


tornar. Você também faz parte dessa história!

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Nenhuma parte desta publicação pode ser trans-
mitida ou reproduzida sob qualquer forma, seja eletrônica ou mecânica, nem
mesmo comercializada, incluindo fotocópias, gravações ou qualquer outro
armazenamento de informações ou sistema de recuperação sem autoriza-
ção expressa, escrita, datada e assinada pela RETORNAR.

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