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Aula - O direito antigo: Instituições greco romanas e a formalização dos direitos dos Povos e

do direito Natural & Fontes do direito Romano na República

CASTRO, Flávia Lages de. História do Direito Geral e Brasil. Rio de Janeiro: editora Lumem Juris,
2007 Sum p.83-117( pg. 93- 127 pdf )

ALBERGARIA, Bruno. Histórias do direito: evolução das leis, fatos, e pensamentos. 3ª ed. São
Paulo: Kindle, 2019 - Sum. p. 84-100 (pg. 98-114 pdf)

Famílias do Direito

família romano-germânico ou Civil Law ;

O Direito civil. Afinal, em Roma, não existia Direito constitucional ou administrativo.

família do Common Law ; derivado do Commonwealth

família dos Direitos Socialistas, que, apesar de estarem em plena

extinção após a queda do muro de Berlim, são ainda dignos de referência e de análise;

família dos Direitos teocráticos, tais como o Muçulmano e o Judaico;

família das Tribos Africanas;

família do Extremo Oriente;

família do Sistema Hindu.

OS ANTIGOS CÓDIGOS REMANESCENTES

Estela dos Abutres 2.450 A.c. Umma X Lagash

Código de Urukagima ou Urui nim gima 2.350 A.c. Uruk

Negação dos poderes Sacerdotais – Funcionários, cegos, pobres, viúvas se revoltam Contra a
pena de morte

Código de Ur Namu 2.100 - 2.050 A.c. Ur

57 Normas: Assassinato, roubo, rapto, defloramento, adultério, agressão, divórcio, sequestro

Código de Eshunna 1.930 A.c. Eshunna

60 regras -- Homens Livres Awilum X Escravos Muskênum

Lipit- Ishtar 1.870 A.c. Iraque

Código de particularidades (factualista)

Código de Hamurabi 1.726 – 1.686 A. c. Iraque

Particularidades e incorpora a tipificação dos sujeitos do código de Eshunna

Contexto de Unificação Babilônica sob Nabucodonossor


Lei de Talião que procura uma equivalência

de punição em relação ao delito

Divórcio

Ex. Lei nº 142: Se uma briga mulher com seu marido, e dizer: ‘Você não é compatível comigo’,
as razões para o seu prejuízo devem ser apresentadas. Se ela é inocente, e não há nenhuma
falha de sua parte, mas ele. deixa e negligenciá-la, então não culpa atribui a esta mulher, ela
tomará seu dote e voltar para a casa de seu pai.

Adultério

Ex. Lei nº 129: Se a esposa de um homem foi apanhado a mentir com outro homem, ligarão-los
e jogá-los para as águas Se o proprietário da esposa iria salvar sua esposa, em seguida, por sua
vez, o rei poderia salvar o seu servo

Calúnia

Ex. Lei nº 127: Se alguém ‘apontar o dedo’ em uma irmã de um deus ou a esposa de qualquer
um, e não pode prová-lo, este homem será levado perante os juízes e sua sobrancelha deverá
ser marcada (cortando o pele, ou talvez de cabelo).

Escravidão e status dos escravos como propriedade

Ex. Lei # 15: Se alguém tomar um escravo homem ou mulher da corte, ou um escravo ou
escrava de um homem livre, fora dos portões da cidade, ele deverá ser condenado à morte.

Deveres dos trabalhadores

Ex. Lei # 42: Se alguém assumir um campo para cultivá-lo e obter nenhuma colheita daí, deve
ser provado que ele não fez trabalho no campo, e ele deve entregar grãos, assim como seu
vizinho levantada, para o proprietário do campo.

Roubo

Ex. Lei # 22: Se alguém está cometendo um roubo e está preso, então ele deverá ser
condenado à morte.

Comércio

Ex. Lei nº 104: Se um comerciante der um agente de milho, lã, óleo ou quaisquer outros bens
para transporte, o agente deve dar um recibo para a quantidade, e compensar o comerciante
mesmos Então, ele deve obter um recibo do comerciante para. o dinheiro que ele dá o
comerciante.

Responsabilidade

Ex. Lei # 53: Se alguém for preguiçoso demais para manter sua barragem em condições
adequadas, e não para mantê-lo, se, em seguida, a ruptura da barragem e todos os campos
serem inundadas, então se em cuja barragem a ruptura ocorreu ser vendido por dinheiro, e o
dinheiro deve substituir o milho que ele causou a ser arruinada.

Direito Romano
Roma da Fundação (século VIII a.C.) até Justiniano no século VI d.C.

Mandamentos:

"viver honestamente, não lesar ninguém e dar a cada um o que é seu”

iurís praocepea sunc hacc: honete vivere, aI Cerum non ladere, suum cuique tribuere.

Um simples olhar a um manual de Direito Romano revela-nos seu espírito: proteção do


indivíduo, autonomia da família, prestígio e poder do pater família, valorização da palavra
empenhada.

Período Arcaico: Fundação de Roma, no século VIII a.C., até o século II a.C.

Formalismo, Rigidez e Ritualidade

Estado X Familia

Lei das XII tábuas

Revoltas Plebéias 494 A.c. Monte Aventino (Sagrado) Tribuno da Plebe

450 A.c. XII tábuas

455 A.c. Casamento Nobilitas

445Ac. Lei Canuléia

367 A.c. Licínia Sextia Escravidão por dívidas

287 A.c. Validade jurídica das lei tribunas extendidas

268 A.c. Lei Hortênsia

Esse direito primitivo, intimamente ligado às regras religiosas, fixado e


promulgado pela publicação das XII Tábuas, já representava um avanço na sua época,
mas com o passar do tempo o pela mudança de condições tornou-se antiquado,
superado e impeditivo de ulterior progresso.(...) Mesmo assim, o tradicionalismo dos
romanos fez com que esse direito arcaico nunca fosse considerado como revogado: o
próprio Justiniano, 10 séculos depois, fala dele com respeito.

Período Clássico do século II a.C. até o século III d.C.

O Poder do Estado foi centralizado e dois personagens - pretores e jurisconsultos -,


adquirindo maior poder de modificar as regras existentes, puderam revolucionar
constantemente o Direito.

Realeza / Senadores (300)

Magistrados Ordinários do Cursus Honorum

Cônsules (2) Pretores (?) Edis(?) Questores(?)

Prudentes - Jurisconsultos

Magistrados Extra-Ordinários
Censores (?)

Período Pós-Clássico século III até o século VI d.C.

Transição da República ao Império

Herança do Regime Republicano

Codex Gregorianus, o Codex Hermogenianus, o Codex Theodosianus.

Corpus luris Civilis (529-30) é composto por quatro obras: o Codex, o Digesto (chamado também
de Pandectas), as Institutas e as Novelas.

Fontes do direito Romano

Costume : Consuetudo – Mores - Mos Maiorum

Fides – do valor do empenho de palavra

Pietas- do poder do Pater Familis obrigação do sangue

Gravitas- do valor da seriedade (quando não ofende os bons costumes)

Dignitas- do poder da dignidade no cargo público

Honor- do valor do reconhecimento público dos méritos

Glória- do espaço dos homens de bem que atingem a honor

Leis e Plebiscitos

Lex a deliberação da vontade e obrigatória

Leges Privatae(Lei privada) - em um contrato

Lex Collegi (Lei pública) – em uma cidade

Lex Data – Senado e magistratura

Lex Rogata – oriunda de voto em comícios de cidadãos

Lei Hortênsia de 286 A.C valida os plebiscitos populares para toda a cidade

Edito dos Magistrados

Edicta - ato dos pretores

Da etimologia da palavra (e - dicere) se deve deduzir que, em sua origem, tais comunicações
eram orais: mas o edito era transcrito a tinta em tábuas pintadas de branco (donde o nome de
album) com letras pretas e cabeçalhos vermelhos (rubricae) e afixado no fórum, onde pudesse
facilmente (de plano) ser lido.

EdictumTralacium - Editos estratificados


Edictum Repentinum- Editos inovadores

Jus Honorarium x Jus Civile

Edito de Sálvio Juliano 130 A.c. sob Adriano

Jurisconsultos : A revolução do século IV (301 A.c.)


Sacerdotes X técnicos do direito

Aos Prudentes (jurisconsultos), consistia em indicar as formas dos atos processuais aos
magistrados e às partes (eles não atuavam em juízo)

AGERE

Cavere - Redação de peças jurídicas

Respondere – emissão de parecer a magistrados e particulares

Sob a República eram conselheiros

Sob o Império de Augusto - Ex autoritate principis

"Scire leges non est verba earum tenere, sed vim ac pocescatem." - Ser jurisconsulto não é
conhecer as palavras da lei, mas seu espírito e poder.

Cícero, um dos mais famosos juristas da época, como se verá abaixo, aduzia que “ um
verdadeiro jurista é aquele que é perito em leis e em normas consuetudinárias que os
cidadãos observam como privadas; e emprega sua competência quer para dar
opiniões, quer para preparar esquemas de negócios ou processuais ”. Portanto, a
jurisprudência era a responsa prudentium , ou seja, os pareceres dos prudentes ou
juristas.(ALBERGARIA,Bruno)

Senatus Consultos A contradição do Império

Senatus-consultos eram deliberações do senado mediante proposta dos magistrados;


estas somente passam a ser fonte de lei após o Principado. I A.c.

Constituições Imperiais

Edicta: deliberações de ordem geral. Caso não sejam revogadas pelos seus sucessores, a edicta
tem duração indefinida.

Mandata: instruções dadas pelo imperador aos funcionários imperiais e aos governadores de
província, na qualidade de chefe supremo. Seu caráter é, portanto, administrativo, exercendo
algumas vezes influência sobre o direito privado.

Decreta: são decisões do Imperador proferidas em um processo no exercício do supremo poder


jurisdicional que este possuía (jurisdictio).

Rescripta: são respostas solicitadas ao Imperador a respeito do casos jurídicos a ele submetidos
pelos magistrados ou por particulares.
Divisão do Direito Romano

Jus Civile

Conhecido como ius quiritium, é o direito próprio do cidadão romano e exclusivo deste.

Jus Gentium

É o direito universal, aplicável a todos os homens livres, inclusive os estrangeiros. Para o Jurista
Gaio e para Ulpiano era um direito baseado na razão natural (naturalis ratio)

Ius Gentium est, quo gentes humanae untuntur (Direito das gentes é o que a razão natural
estabeleceu entre os, homens)

Divisão Baseada na Origem

Ius Civile

Direito tradicional que provinha do costume, das leis, dos plebiscitos e, na época imperial, dos
senatus consultos e das Constituições Imperiais.

Ius Honorarium

Direito elaborado e introduzido pelos pretores.

Ius Extraordinarium

Derivado da atividade jurisdicional do Imperador na época do Império. O Imperador e seus


funcionários, tomando conhecimento das controvérsias (cognitio) de forma diferente da ordem
natural dos juízos (extra ordinem), originaram todo um conjunto de normas.

Divisões Baseadas na Aplicabilidade e/ou nos sujeitos

Ius Cogens: não depende da vontade das partes interessadas. É o caso do Direito Público.

Ius Commune: É a regra que opõe-se a exceção.

Ius Dispositivum: admitia a expressão da vontade pessoas, dos particulares

Ius Singulare: para uma categoria de grupos ou situações específicas

Capacidade Jurídica de Gozo

Completa capacidade de direito que a pessoa fosse livre (status libertatis)

Tivesse cidadania romana (status civitatis)

Fosse independente do pátrio poder de alguém (status Familiae)

A questão da escravidão e as formas de manumissão dos libertos


A questão de pertencimento a urbs - Era cidadão aquele que nascia de casamento válido pelo
ius civile, ou se a mãe fosse de família cidadã. Podiam tornar-se cidadãos os indivíduos ou povos
que recebessem a cidadania por lei ou por vontade

do imperador. A cidadania podia ser perdida através da Capitis Deminutio, que

era a diminuição ou perda dos direito de cidadão. "Civili ratione capitis deminutio morei
coaequatur" - no Direto Civil, a perda da cidadania se equipara à morte.

A questão da Família - Onde todas as formas primárias do direito romano repousam

Direito de Família

Sui iuris - totalmente independentes, sem um pater-familias

Alieni iuris - pessoas sujeitas ao poder de um pater-famílias

Perda da cidadania por fatores além do direito familiar

capitis deminutio máxima - Escravidão

captio deminutio media – Desterro

captio deminutio mínima - emancipação, adoção

Pertencimento a família

agnatio - um estritamente jurídico, chamado

cognatio - basicamente biológico (ascendência comum)

Pátrio Poder Família x Estado

Pátria potestas - sobre os filhos

Manus - sobre a esposa

Dominica potestas - sobre os escravos e o mancipium

"In potestato nostra sunt libéri nostri, quos exiustis nuptiis procreavimus"

Sob o nosso poder estão nossos filhos, procriados em um matrimônio legitimo.

Casamento

Conúbio

Confarreatio - formalidade de cunho religioso muito utilizada na antiguidade da História romana

Coemptio - venda formal da noiva ao noivo pelo pater familias desta

Usus -baseado no princípio de poder absoluto por posse prolongada e se dava quando o casal
convivia maritalmente por mais de um ano.

A criação de um casamento sem manus, tão importante na evolução dos costumes romanos, é
atribuída pela tradição aos decênvirus que em meados do século V a.C. redigiram as leis das XII
Tábuas: talvez seja até mais antiga, tendo os decênvirus se limitado a incluir em seu código um
estado de fato. Muito provavelmente esse regime foi estabelecido para responder a situações
práticas que dificultavam a manutenção da autoridade marital em todo o seu rigor. Ao que
parece a autorização para realizar casamentos legítimos entre patricios e plebeus, oficialmente
concedida pela Lex Canuléia em 445 a.C., tem relação com o abrandamento do velho
matrimônio patriarcal. E de imaginar que o pai de uma jovem patrícia se recusasse a transmitir
sua autoridade ao marido plebeu que ela pudesse ser levada a esposar, e que não era seu igual,
pelo menos aos olhos dos deuses.(GRIMAL, Pierre)

Casamento é consensual !?

Permitido para rapazes a partir dos quatorze anos e para moças a partir dos doze, mas o noivado
poderia ocorrer antes desta idade e não raramente, no caso das meninas.

Impeditivos são : a loucura, a consangüinidade (em linha reta sem restrições e na linha colateral
até o terceiro grau), o parentesco adotivo, a diferença de "camadas sociais" (libertos e ingênuos
ou qualquer um com uma mulher "infame", por exemplo), condição de soldado em campanha,
ser tutor e pupila, o fato de já ser casado (a).

O divórcio é operado dentro das regras do pertencimento ao Poder Pátrio da agnação

Dote, Adoção Tutela e Curatela

Dotis datio (efetiva entrega de bens ao marido), a dotis dictio /


dotis promissio (promessa e estipulatio)

Adrogatio (pater famílias)/ adoptio (menores)

Tutela ao agnado mais próximo (tutela legítima, testamentária e


dativus)

Curatela a representação dos incapazes (loucos,


mulheres, deficientes)

Sucessão, Herança e testamento, posse e propriedade

Succedere in ius – Direito de culto e posse dos bens

Herdeiro não herda a “pena” e sim o patrimonium

testamentum publicum (comício),

testamentum privatum(exército),

Ocupatio, usucapião, compra e herança

Dos delitos

Noxa= prejuízo, dano, delito, crime

Noxae' appellaiione omne delictum continetur

O indivíduo como norma


Poccata suos teneant auctores - Os crimes só atingem aqueles que o cometeram.

As noções de legítima defesa

Quod quisque ad tutelam corporis sui fecerit, id iure fecisse existimatur - O que cada um fez para
proteger o próprio corpo julga-se que haja feito com todo direito.

As reparações são mediadas ou pela família ou pelo Estado

criminoso fosse pego em flagrante e. mesmo assim, os limites da represália foram limitados (ou
eram baseadas no Princípio da Pena de Talião ou a uma compensação pecuniária).

Causalidade e imputabilidade

Jurisconsulto Numa indicava que: "Se alguém matou um homem imprudentemente, aos
agnados do morto será oferecido em compensação um carneiro perante a assembléia."
Tomando esta máxima de Numa e a Lex Numae, pode-se concluir que diferenciavam dolo e
culpa.

Doloso – com intenção de ferir ou matar

Culposo - sem intenção de ferir ou matar

Impúberes, mentalmente incapacitados (furiosis/demens),

A ignorância da lei não gerava imputabilidade, mas a ignorância do fato, sim.

Extinção da punibilidade, coautoria dos atos, e retroatividade das penas eram possíveis.

Os delitos

delitos públicos - traição (perduellio), homicídio (parricidium) e incêndio

delitos privados- furto, o roubo, o dano injustamente causado, a injúria, o dolo, a coação, quase
delictus

Furto: entendido como apropriação da coisa alheia sem uso de violência.

Roubo :Ladrão é aquele que se apropria dolosamente da coisa alheia.

Penas: uma multa cujo montante poderia ser até o quádruplo do valor da coisa rou bada.

Dano: quando causado injustamente, era cobrado do indivíduo que cometeu o delito que este
reparasse o que causou.

Injuria: Ofensa que tem prejuízo causado por culpa, ainda que não houvesse intenção de
prejudicar.

Dolo: comportamento desonesto com a finalidade de induzir um indivíduo a erro.

Coação: ato de um indivíduo compelir outro a práticas de atos jurídicos mediante violência.

Quase delitum: cffusum et dciectum (atirar objetos de um edifício sobre a via pública), positum
et suspensum (colocar objeto pendurado em um edifício com a possibilidade de cair e causar
dano), exercitor navis aut caupónae et stabuli (responsabilidade de proprietários do navios,
hospedarias e estábulos em relação às coisas dos clientes) e si iudex litem suam fecerit (se o juiz
julgou mal o processo).
O direito e os advogados em Roma

Educação Per exemplum - tutores

Jovens assistiam as consultas de jurisconsultos

Pelo século I há o escopo de um corpo de doutrina e uma interpretação mediada pela oratória

Jurisconsulto X Orador - este último em luta pelo seu “cliente”

Os escritórios dos Jurisconsultos eram, ao mesmo tempo, lugares de consultas jurídicas e


escolas públicas de Direito. Os maiores vultos da política republicana foram, também, campeões
da vida forense. Em ambas as funções a oratória era ferramenta primordial.

Imperador Cláudio (séc. I d.C.) permitiu os honorários advocatícios, mas dentro de


limites pecuniários. Portanto, somente após Cláudio podemos considerar a advocacia em Roma
como uma profissão.

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