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Slides 30-03-2023
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Introdução
Etnografia similar, mesma língua, Instituições comuns entre elas e revoluções idênticas.
Alerta: Os antigos não são como nós , deve-se vê-los como a Índia ou Arábia antiga
Livro Primeiro
Capítulo I
Haveria após a morte uma segunda existência. Não decomposição do ser era sim no entender
deles uma transformação de vida.
“Encerramos a alma na sepultura” são termos que aparecem em Ovídio e em Plínio o Moço
Píndaro relatou que Frixos, morreu na Cólquida, mas teve o translado do corpo e alma por
saudade da Grécia.
Suetônio contou dos ritos de Calígula enterrado sem completar os ritos, foi refeito o
sepultamento.
Os castigos para grandes culpados eram a privação de sepultura, o que condenava a alma a
vagar em suplício eterno.
Libações em que se cavavam buracos para as refeições sólidas, e o sacrifício pedia a queima da
carne do animal para inviabilizar o consumo para os vivos.
Entre os gregos diante de cada túmulo, havia sempre o lugar destinado a imolação da vitima
e ao cozimento de sua carne. Os romanos tinha a culina espécie de cozinha do morto.
Há formulas de entrega dos alimentos
Luciano diz: Os mortos nutrem-se dos manjares que colocamos sobre a sepultura e bebem o
vinho por nós ali espalhado; de modo que um morto que nada recebe está condenado a fome
perpétua.
Capítulo II
O morto necessitando de alimento, concebeu-se como dever dos vivos atender-lhes. Religião
da morte em que se é obrigatório a libação regular que perdurou com consistência até o
cristianismo.
As sepulturas eram os templos dessas divindades. Por isso tinham inscrição sacramental Dis
Manibus. O deus permanecia encerrado no seu túmulo, Manesque sepulti, no dizer de Virgílio.
Diante da sepultura havia um altar para os sacrifícios igual ao que havia em frente dos templos
dos deuses. (COULANGES p.18)
Sradha: o chefe da casa oferece arroz, leite, raízes e frutos esperando a benevolência dos
deuses.
O culto exige o Sradha (libação), a ausência desta obrigação fazia com que a alma do morto
saíssem da pacifica morada a atormentasse os vivos. Sombras errantes, ouviam-nos gemer pela
calada da noite. Vinham doenças e esterilidade da terra.
Não havia uma necessidade de ser um homem virtuoso. Era considerado um deus tanto o bom
quanto o mau homem
Apuleio diz que os manes quando malfazejos, deviam ser denominados larvas, reservando o
nome de lares só para os benfazejos e propícios. (COULANGES. p.20)
Capítulo III
O fogo sagrado
Toda casa de grego ou de romano possuía um altar; neste altar devia haver sempre um pouco
de cinza e brasas. Era obrigação sagrada do dono de cada casa manter aceso o fogo dia e noite.
COULANGES (p.21)
A religião ensinava ainda como este fogo devia permanecer sempre puro, o que em sentido
literal, significava que nenhum objeto impuro lhe devia ser atirado e que, em sentido figurado,
nenhuma ação culposa deveria cometer-se em sua presença. (COULANGES p.21)
Em 01 de março os ritos de extinção e re-acendimento do fogo eram feitos.
O fogo do lar era a providência da família. O culto era simples vinho, óleo, gordura das vítimas,
que os deuses recebiam e devoravam.
Gregos, italianos e Hindus compartilharam no passado os povos Ária que adotavam o culto ao
fogo/mortos.
Estia ou Vesta o nome era o mesmo, tanto em latim como em grego, e designou o altar. Do
nome comum veio o nome próprio da deusa. Uma lenda de divindade derivada do gênero
feminino ao qual se chamavam os altares de imolação. Estatuas de mulheres representaram
Vesta algumas vezes, sem que se deixassem de reconhecer a importância do fogo que a habitava
e exigia as libações gerais.
“Mais tarde ainda quando deste mito do fogo sagrado se criou a grande Vesta, Vesta Surge
como deusa virgem; não representa nem a fecundidade, nem o poder, mas a ordem; não a
ordem rigorosa, abstrata, matemática, a lei imperiosa e fatal, apercebida desde logo entre os
fenômenos da natureza física, por que Vesta encarna ordem moral”. (COULANGES p.26)
Por virtude deste costume, nas casas são honrados também os Lares e os Penates.
“É licito julgar-se, portanto, ter sido o fogo doméstico, em sua origem, considerado comoo
expressão do culto dos mortos e que sob a pedra da lareira repousava um antepassado, sendo
o fogo ali acendido para o honrar, parecendo esse fogo conservar-lhe a vida ou representar a
sua alma imortal.” (COULANGES p.27)
Coulanges aponta para inexistência de documentos cabais além dos resquícios citados nos
escritos dos antigos.
Capítulo IV
A religião doméstica
Uma das mais importantes regras do culto dos mortos residia na fato de este apenas poder
ser prestado aos mortos de cada família que pelo sangue lhes pertencia.(...) Quanto ao banquete
fúnebre , que se renova em épocas determinadas, apenas a família tinha o direito de lhe assistir,
e os estranhos eram rigorosamente excluídos dele. (COULANGES p.28)
Cada família possuía o seu tumulo, onde os seus mortos repousavam juntos, um após
outro.(...)Em tempos muito remotos, o tumulo ficava dentro da propriedade da família, no
centro da casa, não longe da porta, “a fim de que, refere um antigo, o filho tanto ao entrar como
ao sair de sua casa, encontre sempre seus pais e, que cada vez que o façam, lhes dirija uma
invocação.” (COULANGES p.30)
O gerador (pai) surgia-lhes como ente divino e, por isso o adoravam nos seus antepassados.
O culto não era público. Antes, pelo contrário, todas as cerimônias eram celebradas apenas
no seio da família.(...) Os gregos colocavam-no sempre em recinto fechado onde estivesse
protegido contra o contato e mesmo contra o olhar dos profanos. Os romanos o escondiam no
centro da casa.(...) Para todos os atos dessa religião tornava-se indispensável a sua prática
oculta, sacrificia oculta, no dizer de Cicero; se uma cerimonia fosse presenciada por estranho,
era considerada perturbada, profanada por um único olhar. (COULANGES p.31)
Livro segundo
A família
Capítulo I
Geração transmite o legado mas não é o que define a Família, pois e assim fosse a igualdade
de gêneros poderia entrar na equação. O afeto natural também não gerou a família, pois se
assim fosse a dinâmica sucessória poderia ser diversa.( COULANGES p.33)
Segundo Coulanges não se pode dizer também que a superioridade de força física do homem
contra a da mulher a define.
A família antiga é, desta forma mais uma associação religiosa do que uma associação natural.
Também veremos como a mulher só será verdadeiramente considerada quando a cerimonia do
casamento a tiver iniciado no culto, (...)
Capítulo II
O casamento
A primeira instituição.
A mulher tomava parte dos ritos. Mas o lar paterno é seu Deus.
Aceitar um casamento é o ato de se desligar de uma religião para tomar parte de outra.
A partir do casamento, diz antigo escritor, “a mulher nada mais tem de comum com a religião
doméstica de seus pais: passa a sacrificar aos manes do marido.” Ela é sacerdotisa de um novo
fogo.
O nascimento não a ligava ao fogo do pai (ordenada ou adotada)
1- Na casa paterna da moça o pai oferece um sacrifício com fórmulas sacramentais e desliga a
responsabilidade de culto a filha
2- Não se entra sozinha na casa do novo esposo, ele a carrega ou o arauto em carro com cabeça
coberta em véu branco ou coroa. Vestido Branco. Hino hymen, ö hymenaie – himeneu. O marido
a carrega após a simulação do rapto sem que os pés toquem a soleira da porta da casa.
Talássia
Nuptiae sunt divini juriset humani communicatio ou Uxor socia humanae rei atque divinae
Nos dois casos significa que a mulher começou a participar da religião do marido, essa mulher
que foram os próprios deuses, como diz Platão, introduziram-na na casa do marido.
Capítulo III
Um varão de seu sangue para levar as ofertas ao túmulo era o esperado em todas as famílias
nesse direito.
A extinção das famílias com seus respectivos cultos, eram fruto de zelo público em Atenas e
nas leis romanas aos magistrados.
A proibição do celibato com penas severas, foi a consequência, com fins expressos de deixar
filhos que mantivessem os fogos e libações.
Gerar um filho não era suficiente, decorria que deveria ser este varão filho do casamento
religioso.
O nascimento constituía apenas o vínculo físico: esta declaração do pai criava o vínculo moral
e religioso. Esta formalidade apresentou-se igualmente como obrigatória, tanto em Roma, como
na Grécia e na India.
Capítulo IV
Adoção e emancipação
O recurso da adoção servia aqueles que não conseguiram filhos naturais pela via do casamento
religioso, e não mais podiam se divorciar. Ou no caso de mortes dos varões encarregados do
culto.
Caso ateniense analisado em que o objeto da adoção não seria concedido, pois já havia um
filho.
Adotar é pedir a religião e à lei aquilo que não se pode obter da natureza.
In sacra transit ; no entanto o filho adotado deve ser desligado da religião de seu progenitor
original.
Sacrorum detestatio: ato da emancipação que considera que o filho jamais será considerado
membro da família com igual exclusão o direito de oficiar o culto.
Capitulo V
Calcula-se que de acordo com nossos costumes, o parentesco dos sapindas iria até o sétimo
grau e a dos samanôdacas até o décimo-quarto
Aos olhos da lei romana muitas vezes irmãos consanguíneos eram agnados ou considerados
parentes, e uterinos nem sempre o eram.
A medida que o direito evolui incorporam o conceito de cognatio parentesco independente das
regras da religião doméstica.
Capítulo VI
Direito de propriedade
Na posse do altar de culto se possue a terra enquanto tiver alguém que alimente a chama do
sacrifício aos mortos
O recinto sagrado protegido érkos, separa o domínio de um contra o de outro. Não se pode
haver parede contígua. Em Roma 1 metro é espaço em que habita o deus da divisa
Entre o gregos dividia-se em duas partes o quadrado formado pela cerca: nas primeira parte
ficava o pátio; a casa ocupava a segunda. O altar, colocado mais ou menos no centro do recinto
total, encontrava-se assim no fundo do pátio e junto da entrada de casa. Em Roma, a disposição
era diferente, porém tinha a mesma origem. O altar ficava no meio do recinto, mas os
compartimentos levantavam-se ao redor, pelos quatro lados, de maneira a encerra-lo no centro
de um pequeno pátio. (COULANGES p.51-52)
Penetrar nessa casa com más intenções era sacrilégio. O domicilio era inviolável. Segundo a
tradição romana, o deus doméstico repelia ladrões e afastava o inimigo.
Não havia cercas, mas faixa de terra em um metro de largura com os termos espécie de
representante sagrado do culto doméstico - Pedras e troncos, que recebiam imolações, sangue,
vinhos, bolos, flores hinos em ritual de limites.
Sob a Lei das 12 tábuas entre os romanos já se reconhecia a venda, mas preservava toda a lei
anterior quanto aos jazigos.
A venda por excepcional que ocorra, deve seguir os libripens e os ritos simbólicos da
mancipação. Na Grécia devia –se acompanhar todos os sacrifícios aos deuses que perdiam seu
espaço de libações e devia se autorizada sempre pela religião. De foro privado.
Não havia confisco nem expropriação por dívidas. O corpo do homem responde pela dívida não
sua terra que tem donos mais antigos e de sua família no futuro
Capítulo VII
Direito de sucessão
Pode afirmar-se de modo mais claro, que o cuidado do culto é inseparável da sucessão.
O que leva o filho a herdar não é a vontade egoísta do pai. Não se tem testamento, o filho
herda de pleno direito, ipso jure heres exsistit, conforme diz o juris consulto. É herdeiro forçado,
heres necessarius. Obrigação tanto quanto direito.
Enquanto vivia o pai, o filho era coproprietário do campo e da casa. Vivo quoque patre
dominus existimatur
2º - O filho herda, a filha não
Filhas não tinham direito a herança – usufruto por intermédio da tutela a um herdeiro ou
agnado
Não há nenhum documento antigo texto de lei relativo ao direito de sucessão das mulheres.
A filha só conta no número de herdeiros quando sob sua tutela do pai na ocasião de sua morte.
Ainda assim se houver testamento em seu favor e somente um terço dos bens.
Se por exemplo, o falecido deixava um filho e uma filha, a lei autorizava o casamento da irmã
com o irmão contanto que não fossem da mesma mãe.
Se o pai de filha única morresse sem ter adotado um filho, nem testado para ela. O direito antigo
exigia o seu parente mais próximo fosse o herdeiro e se casasse com ela. Inclusive o divórcio era
exigido se já fossem casados.
3º - A sucessão colateral
Se determinado homem, tendo pedido o filho e a filha, deixasse apenas netos, quem herdava
era o filho de seu filho, e não o filho de sua filha. Na falta de descendentes, o herdeiro era o
irmão e não a irmã.
O homem no entanto não pode herdar de duas famílias. Assim a renúncia a uma delas sempre
estará em causa nesses casos.
Homens adotados em famílias em que já prestam culto , frequentemente desejam herdar das
famílias de origem também devido as condições que se fizeram lá. Mas esse direito antigo veda
essa forma de recepção.
Sólon o proibia. Ignorado em Esparta. Somente após a guerra do Peloponeso entra em uso em
circunstâncias delicadas.
Supõe que um homem, em seu leito de morte, reclama a faculdade de fazer testamento, e
fá-lo exclamar: “Ó deuses! Não é crueldade não poder dispor dos meus bens como entenda e
em favor de quem me agrade, deixando mais a este, menos aquele, segundo o afeto que tem
me demonstrado ? Porém o legislador responde a este homem: “Tu, que não podes contar com
mais de um dia, tu que apenas passas pela terra, acaso te compete decidir tais negócios? Tu não
és o senhor nem de teus bens, nem de ti próprio; tu e os teus bens pertencem inteiramente a
tua família, isto é, aos teus ancestrais e à tua posteridade.
A antiga religião estabelecia diferenças entre o filho mais velho e o mais novo: o primogênito
– diziam os Árias – foi gerado para o cumprimento do dever para com os antepassados; os outros
nasceram do amor.
Assim há o privilégio de presidir a todas as cerimonias do culto, doméstico, era esse filho
quem oferecia os banquetes fúnebres e pronunciava as fórmulas das orações. Pertencem aquele
que primeiro veio ao mundo. A cidade de Corinto prescrevia que o numero de famílias
permanecesse invariável, sem subdivisões de terras a cada geração pelos irmãos.
A indivisão da terra é uma legislação presumida da manutenção deste vínculo entre o direito
dos primogênitos e da necessidade da regulação do crescimento. A gens romana chagava a dar
nome a extensas famílias que não se dividiam e habitavam nas mesmas fratrias de guerreiros,
homens que iam as colônias ou casavam após emancipados. Não era a expropriação entre
irmãos o objetivo e sim a regulação pública.