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NUTRIÇÃO

MARIA FÁTIMA DE SOUZA SANCHES

DIFICULDADES NA PRÁTICA NUTRICIONAL:


Mudanças de hábitos e comportamentos em relação
Alimentação

Santo André
2020
MARIA FÁTIMA DE SOUZA SANCHES

DIFICULDADES NA PRÁTICA NUTRICIONAL:


Mudanças de hábitos e comportamentos em relação a alimentação

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como parte requisito para a
obtenção do título de Bacharel em Nutrição.
Orientadora: Profª. Julianna Matias Vagula.

Santo André
2020
AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que contribuíram no decorrer desta jornada, em


especialmente:
A Deus, a quem devo minha vida.
A minha família que sempre me apoiou nos estudos e nas escolhas
tomadas.
A Cristiane por sempre me incentivar e me compreender nos momentos
difíceis.
Ao orientador Prof.ª Mariana que teve papel fundamental na elaboração
deste trabalho e no decorrer de todo meu trajeto acadêmico.
Aos meus colegas pelo companheirismo e disponibilidade para me auxiliar
em vários momentos.
SANCHES, Maria F. S., DIFICULDADES NA PRÁTICA NUTRICIONAL:
Mudanças de hábitos e comportamentos em relação a alimentação. 2020, 19
páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) - Faculdade
Anhanguera, Santo André, 2020.

RESUMO

O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa de livros,


artigos, sites que trouxeram o conceito por traz da alimentação natural, trazendo à
tona as modificações ocorridas na sociedade em relação ao ato de se alimentar, O
papel do nutricionista na medicina preventiva e na promoção da saúde tendo como
missão difundir hábitos alimentares saudáveis e facilitar sua adoção por parte dos
indivíduos.

Palavra-chave: alimentação natural, educação nutricional e obesidade


SANCHES, Maria F. S., DIFFICULTIES IN NUTRITIONAL PRACTICE: Changes in
habits and behaviors in relation to food. 2020, 19 pages. Course Conclusion Paper
(Graduation in Nutrition) - Faculdade Anhanguera, Santo André, 2020.

ABSTRACT

The present work is a narrative bibliographic review of books, articles, websites that
brought the concept behind natural food, bringing to light the changes that occurred
in society in relation to the act of eating, The role of the nutritionist in preventive
medicine and health promotion with the mission of spreading healthy eating habits
and facilitating their adoption by individuals

Key-words: Natural food 1. Nutritional education 2. Obesity 3


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...............................................................................6
2. METODOLOGIA............................................................................7
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................8
6.CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................12
7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................13
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1. INTRODUÇÃO

Mudanças demográficas, sociais, políticas e econômicas tem ocorrido


nos últimos anos causando modificações no estilo de vida do homem moderno.
O consumo de alimentos calóricos, o sedentarismo, o fumo e o uso de bebidas
alcoólicas, elevaram a incidência de doenças crônicas como obesidade,
hipertensão, dislipidemias, diabetes e doenças cardiovasculares, tornando-se
um sério problema de saúde pública.
Alimentar-se é um ato carregado de estigmas e, há muito tempo, deixou
de ser apenas a forma que o ser humano tem para manter-se vivo. Estudar a
alimentação está diretamente relacionado com estudar o indivíduo e seus
hábitos. O alimento tornou-se inclusive alvo de estudos de diferentes áreas de
conhecimento como a Psicologia, a Antropologia, a Sociologia e a Ciência da
Nutrição. A relação entre alimentação e as mais diversas sensações
emocionais é claramente algo a ser levado em consideração quando falamos
de nutrição.
Levando em consideração o atual cenário da nutrição, onde há um
declínio do consumo de alimentos in natura e menos processados, qual o papel
do nutricionista nesta atual geração? Como conscientizar o paciente da
importância de desenvolver bons hábitos alimentares se os alimentos
industrializados são os seus favoritos?
Este trabalho tem como objetivo geral aprofundar o conhecimento em
relação aos hábitos e comportamentos envolvidos no ato de se alimentar,
assim como o objetivo específico de entender os elementos necessários para
fornecer subsídios ao profissional no desenvolvimento e implantação de um
plano alimentar, contribuindo para um maior entendimento e destreza na
intervenção dietoterápica para que esta seja eficiente no termo de que se
refere a adesão do paciente as orientações nutricionais, levando em
consideração fatores endógenos e exógenos determinantes da doença.
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2. METODOLÓGIA

Trata-se de uma revisão bibliográfica dos últimos 10 anos sobre a


prática nutricional e comportamento dos indivíduos em relação a alimentação.
Nas buscas utilizou-se como banco de dados bibliotecas virtuais em saúde
indexados nas seguintes bases: Scielo, Google acadêmico, sites oficiais da
Organização Mundial da Saúde.
Os critérios de inclusão no estudo foram: documentos que abordassem a
temática, publicados nos últimos dez anos, em língua portuguesa, disponíveis e
gratuitos.
Com o estudo desse material será elaborado um texto explicativo a
respeito de todo o conteúdo levantado conceitos por traz da alimentação
natural, trazendo à tona as modificações ocorridas na sociedade em relação ao
ato de se alimentar, os dados pesquisados com busca nas palavras–chaves
como: alimentação natural, educação nutricional e obesidade.
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3. RESULTADOS E DISCUSSÔES

O homem não é apenas simbolicamente o que come, mas também,


literalmente, pois a energia e a manutenção do seu sistema bioquímico
dependem do alimento, relaciona-se diretamente à vitalidade do indivíduo, à
necessidade fisiológica de ingerir nutrientes capazes de manter o corpo em
funcionamento, sendo, sob esse aspecto, um comportamento relativo à
natureza humana. (LIMA, 2015).
Fatores fisiológicos, simbólicos e culturais da alimentação estão
atrelados. Neste sentido, apreender a comida como uma atitude mais elevada
do que apenas ingerir alimentos, sobretudo uma ação prazerosa, permitindo a
conexão com os significados que envolvem herança cultural, memória afetiva e
momentos de sociabilidade. (RODRIGUES, 2012).
Aponta ainda, para o desafio dessa coexistência no mundo
contemporâneo, em que o tempo dedicado à realização das refeições
cotidianas se torna cada vez mais escasso e, consequentemente, reduz as
refeições em família. De forma semelhante, as praticidades oferecidas pela
tecnologia e o modo de vida moderno criam novos hábitos, bem como práticas
mais individualizadas, que se refletem, portanto, nas escolhas alimentares.
(FRANÇA, 2012).
O nutricionista, no entanto, enquanto procura entender determinados
padrões de comportamentos, se aproxima das ciências sociais com o objetivo
de entender por que as pessoas, mesmo conhecendo as regras, não as
colocam em prática em suas dietas alimentares. A partir dessa aproximação,
muitas ciências, como, por exemplo, antropologia, sociologia e psicologia,
desenvolveram maior interesse em relação à questão da nutrição. (FREITAS,
2011).
O papel do nutricionista na educação nutricional propõe promover
orientações para prevenção e promoção da saúde, com a importante missão
de difundir hábitos alimentares saudáveis e facilitar sua a adesão por parte dos
indivíduos.
Em uma abordagem focada na promoção da saúde, a atuação do
nutricionista deve envolver desde orientações sobre a escolha dos alimentos
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até o histórico familiar e o contexto social do indivíduo, sem deixar de lado os


aspectos fisiológicos, considerando todas implicações sociais, econômicas,
culturais e psicológicas relacionadas à nutrição, principalmente se
considerarmos que a má alimentação é hoje a principal causa de mortes ao
redor do mundo.

Em 2017, 11 milhões de mortes (intervalo de incerteza de 95% [UI] 10-


12)) e 255 milhões (234-274) de DALYs foram atribuídos a fatores de risco da
dieta. Alta ingestão de sódio (3 milhões [1-5] de mortes e 70 milhões [34-118]
DALYs), baixa ingestão de grãos integrais (3 milhões [2-4] mortes e 82 milhões
[59-109] DALYs) e a baixa ingestão de frutas (2 milhões [1-4] de mortes e 65
milhões [41–92] de DALYs) foram os principais fatores de risco alimentar para
mortes e DALYs globalmente e em muitos países. (LANCET, 2019).

A função básica de um nutricionista é avaliar o organismo do indivíduo e


todas as suas necessidades nutricionais no dia a dia. E, a partir dessa análise,
definir uma dieta personalizada de acordo com as demandas calóricas e
nutricionais de cada um e acompanhar os resultados, fazendo as mudanças
que julgar necessárias ao longo do tempo.

Além de indicar formas de consumir alimentos saudáveis, ele avalia


hábitos alimentares dos indivíduos e identifica certos alimentos que precisam
ser eliminados da dieta, sugerindo alternativas saudáveis para o consumo
diário.

Uma das formas de atuação do nutricionista é no acompanhamento de


pacientes crônicos em ações de prevenção secundária e terciária. Nesses
casos, o nutricionista atua indicando dietas específicas para hipertensos,
diabéticos, obesos, pacientes de doenças renais, entre outros.

Dentro de uma abordagem de prevenção e promoção de saúde, o


profissional de nutrição deve atuar também como facilitador em ações de
educação alimentar e outras iniciativas voltadas à conscientização nessa área.
Dependendo da abrangência desses programas, o nutricionista pode atuar
como coordenador ou trabalhar como parte de uma equipe multidisciplinar de
saúde.
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Nesses casos, quando o trabalho envolver atendimento direto ao


paciente, o profissional de nutrição pode fazer consultas compartilhadas, com o
apoio de um médico especialista, um enfermeiro, um fisioterapeuta ou um
psicólogo, dependendo da necessidade e da finalidade do programa e
necessidade do cliente. (CERVATO,2012).

Desta forma, o processo de reeducação alimentar conduzido pelo


profissional de nutrição deve incluir orientações práticas essenciais para
viabilizar a mudança de hábitos nutricionais, desde promover capacitações
para identificação e manipulação de alimentos saudáveis até organizar
workshops de princípios básicos da gastronomia para a elaboração de
cardápios funcionais.

Nesses eventos, o nutricionista deve atuar para que o beneficiário se


sinta amparado e pronto para adotar um novo estilo de vida de forma autônoma
e confiante.

Outra forma importante de atuação do nutricionista é na organização e


condução de programas de promoção da saúde nessa área. Nestes
programas, pacientes escolhidos por meio de critérios de elegibilidade são
convidados a participar de uma série de encontros, individuais e em grupo, sob
a orientação de um nutricionista capacitado.

Os programas de ação preventiva ligados à nutrição, podem ter


diferentes enfoques, de acordo com o público a que forem dirigidos. Por
exemplo:

• Combate à obesidade

• Apoio a pacientes de cirurgia bariátrica

• Prevenção e controle de diabetes

• Prevenção e controle de hipertensão

• Prevenção de câncer
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No caso da obesidade o acompanhamento psicológico privilegia a


criação de um espaço de reflexão e autoconhecimento, por meio de técnicas
dinâmicas de grupo como disparadora de discussão subsequente, com temas
diversos repartidos por encontros com objetivos de despertar a identificação de
aspectos emocionais na relação com a comida e com o próprio corpo. Em um
segundo momento trabalhar para promover uma reflexão a respeito das
motivações inconscientes dos desejos e necessidades relacionados à fome.
Trabalhar questões relacionadas às dificuldades e possibilidades no tratamento
proposto, destacando alternativas e recursos pessoais, para a construção de
uma melhor relação consigo e com o mundo. Abordar a importância da prática
de atividade física, as vantagens, benefícios e as diversas formas de manter-se
fisicamente ativo, incentivando a prática de diversas modalidades de exercícios
físicos que trazem benefício para a saúde, respeitando os limites individuais.
(SERAFIM, 2016).

Em vez de simplesmente controlar o que o paciente ingere, a


abordagem do nutricionista deve buscar uma mudança de percepção a respeito
da alimentação, o objetivo é levar o indivíduo a fazer escolhas saudáveis e
duradouras, decorrentes de uma mudança estrutural na sua concepção de
alimentação. Isso ajudará a evitar deslizes alimentares que cedo ou tarde
acabam causando a volta de antigos hábitos, por isso é fundamental ajudá-los
a implementar essas mudanças na sua vida por conta própria.
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Considerações finais

Em análise do contexto da atual civilização é possível perceber que o


papel do nutricionista é de proporcionar estratégias de educação nutricional,
direcionando o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis e
promovendo a melhora na saúde e qualidade de vida da população com
orientações para reabilitação, prevenção de doenças adjacentes incentivando-o
a buscar outros profissionais, quando necessário. É de suma importância que o
profissional nutricionista se conscientize de sua atuação como orientador,
auxiliando e promovendo ao paciente a melhor forma de se relacionar com a
comida. Para isso se faz necessário que o profissional se atualize e amplie
seus conhecimentos no que se diz respeito aos determinantes da saúde.
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REFERÊNCIAS

CERVATO Ana M.; et. al. A atuação do nutricionista na atenção básica à saúde
em um grande centro urbano. Ciência & Saúde Coletiva. Ciênc. saúde
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