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Pintura No Brasil
Pintura No Brasil
Assunção de Nossa Senhora, de Mestre Ataíde, teto da igreja de São Francisco, Ouro Preto,
início do século XIX. Ataíde representa um dos primeiros momentos de originalidade na
pintura erudita brasileira.
A pintura no Brasil é uma das principais expressões da cultura brasileira. Nasceu com os
primeiros registros visuais do território, da natureza e dos povos nativos brasileiros, realizados
por exploradores e viajantes europeus cerca de cinquenta anos após o Descobrimento. Os
índígenas já praticavam há muito tempo algumas formas de pintura no corpo, em paredes de
grutas e em objetos, mas sua arte não influenciou a evolução posterior da pintura brasileira,
que passou a ser dependente de padrões trazidos pelos conquistadores e missionários
portugueses.
Índice
2 Precursores
3 O florescimento do Barroco
3.1.1 Bahia
3.1.2 Pernambuco
3.1.3 Maranhão e Pará
5 Academismo
7 Modernismo
11 Atualidade
12 Pintura marginal
12.3 O graffiti
13 Ver também
14 Referências
15 Ligações externas
Precursores
Belchior Paulo: Adoração dos Reis Magos, Igreja dos Reis Magos, em Nova Almeida, Espírito
Santo.
A produção dos viajantes ainda mostrava os traços da arte renascentista tardia (maneirista), e
se insere mais no âmbito da arte europeia, para cujo público foi produzida, do que brasileira,
ainda que seja de grande interesse pelos seus retratos da paisagem e da gente dos primeiros
tempos da colonização. O primeiro pintor europeu que deixou obra no Brasil de que se tem
notícia foi o padre jesuíta Manuel Sanches (ou Manuel Alves), que passou por Salvador em
1560 a caminho das Índias Orientais mas deixou pelo menos um painel pintado no colégio da
Companhia de Jesus desta cidade. Mais importante foi o frei Belchior Paulo, que aqui aportou
em 1587 junto com outros jesuítas, e deixou obras de decoração espalhadas em muitos dos
maiores colégios jesuítas até seu rastro se perder em 1619. Com Belchior se inicia
efetivamente a história da pintura no Brasil.[5][6]
Pernambuco e os holandeses
O primeiro núcleo cultural brasileiro que se assemelhou a uma corte europeia foi fundado em
Recife em 1637 pelo administrador holandês conde Maurício de Nassau. Herdeiro do espírito
do Renascimento, como descreveu Gouvêa, Nassau implementou uma série de melhorias
administrativas e infraestruturais no chamado "Brasil holandês". Além disso, trouxe em sua
comitiva uma plêiade de cientistas, humanistas e artistas, que produziram uma brilhante
cultura profana no local, e embora não tenha conseguido alcançar todos os seus altos
objetivos, sua presença resultou na elaboração de um trabalho cultural muito superior ao que
vinha sendo realizado pelos portugueses nas outras partes do território. Dois pintores se
destacaram em seu círculo, Frans Post e Albert Eckhout, realizando obras que aliavam
minucioso caráter documental a uma superlativa qualidade estética, e até hoje são uma das
fontes primárias para o estudo da paisagem, da natureza e da vida dos índios e escravos
daquela região. Esta produção, ainda que tenha em grande parte retornado à Europa na
retirada do conde em 1644, representou, na pintura, o último eco da estética renascentista em
terras brasileiras.[7]