Você está na página 1de 18

METROLOGIA

Lisiane Trevisan
U N I D A D E 1
Conceitos de metrologia
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar os princípios de metrologia.


„„ Reconhecer os principais instrumentos de medição na metrologia.
„„ Analisar os conceitos envolvidos na metrologia industrial.

Introdução
Desde a compra de um sapato na numeração adequada ou a organização
de uma festa de aniversário até a realização de exames clínicos por um
paciente, a metrologia está presente nos mais diversos campos do co-
nhecimento. Neste capítulo, você vai estudar os princípios da metrologia
e sua importância no dia a dia do ser humano. Também vai conhecer os
principais instrumentos de medição — equipamentos que auxiliam na
tarefa de medição — e os conceitos e termos relacionados à metrologia
industrial.

Princípios de metrologia
A metrologia está presente na medicina, na engenharia, na docência, em
vários ramos de pesquisa, mas também está presente no dia a dia de todas as
pessoas sem que elas nem percebam. Como a metrologia está, de certo modo,
relacionada à matemática, isso acaba por distanciar algumas pessoas dessa
área do conhecimento.
2 Conceitos de metrologia

Metrologia nada mais é do que a ciência que cuida das medições. Nas
palavras do Vocabulário Internacional de Metrologia (VOCABULÁRIO...,
2012), ela é a “ciência da medição e suas aplicações”. Quer dizer, a metrologia
trata de todo o processo de medição: das etapas relacionadas aos instrumentos
de medição, dos métodos de medição e da incerteza de medição. Por meio
dos resultados obtidos no processo de medição, o processo de fabricação é
aprovado e tem sua qualidade garantida.

O Vocabulário Internacional de Metrologia é uma espécie de dicionário dos termos


utilizados na área de metrologia. É um dicionário utilizado mundialmente, para evitar
interpretações errôneas dos termos. No Brasil, seu conteúdo está disponível de forma
gratuita no site do Inmetro, e você pode acessá-lo pelo link a seguir.

https://goo.gl/CA72y3

Para que ocorram as medições, são necessários dois objetos: o que será
medido — o objeto de medição — e o que será usado para medir — o instru-
mento de medição. Para que esse processo de medição ocorra, há uma grande
quantidade de termos e conceitos que você precisa saber previamente, que
estão ligados aos princípios da metrologia.
O objeto de medição deve seguir uma rotina de preparo para que possa
ser medido. Essa preparação prévia do objeto exige que sejam indicadas
regras para facilitar o processo. Imagine como seria fazer a medição da porta
de um carro se não houvesse regras para a sua realização? Será que a altura
ou a largura seriam importantes na montagem dessa porta na carroceria do
automóvel? E se cada montadora realizasse as medidas da maneira que achasse
mais interessante? Como seriam os valores?
Existem vários instrumentos de medição. Reconhecer os principais e
saber qual é o mais indicado para o objeto de medição exige um conhecimento
metrológico do assunto.
Conceitos de metrologia 3

Imagine que você é nutricionista e precisa realizar um cálculo de IMC (índice de massa
corpórea), que considera os valores de altura e peso, para um paciente. Como você
determinaria a altura do paciente — usando um paquímetro, micrômetro ou trena?
E seu peso?

E você deve estar pensando “quais são as vantagens para as pessoas ‘co-
muns’ do uso da metrologia em seu dia a dia?” A metrologia confere con-
fiabilidade ao produto — e isso é muito importante para os consumidores.
Um produto produzido em uma indústria que tem controle metrológico no
seu processo tem sua qualidade assegurada. Para a indústria que investe em
metrologia, suas vendas são diferenciadas, pois possibilita exportações, reduz
desperdício de matéria-prima e gera alta produtividade.

Se você gosta de história e quer saber como a metrologia evoluiu dos tempos anti-
gos até hoje, um livro interessante de conferir é O movimento da qualidade no Brasil,
disponível no site do Inmetro, que você acessa pelo link a seguir.

https://goo.gl/uMmguP

A realização de medidas sem unidades não faz qualquer sentido! As uni-


dades de medida servem para que possamos comparar medidas entre si.
Elas são classificadas em unidades de medida fundamentais (por exemplo,
comprimento, tempo e massa) e unidade de medida derivadas (por exemplo,
força, energia e pressão).
A maioria dos projetos, nas mais diferentes áreas, segue o sistema inter-
nacional de unidades (SI), que tem a unidade metro como referência, e o
sistema inglês, que usa a polegada para suas conversões.
4 Conceitos de metrologia

Independentemente do sistema de unidades utilizado, é importante que seja possível


fazer a conversão entre as unidades e seus submúltiplos, para facilitar o manuseio dos
números. O site do Inmetro disponibiliza gratuitamente um manual sobre o SI, seus
múltiplos e submúltiplos, no link a seguir.

https://goo.gl/h2DP6M

Para que uma medida seja realizada da mesma forma no Brasil ou no


Japão, há a necessidade de normalização dos procedimentos de medição. Para
isso, as normas técnicas determinam como cada ensaio químico, mecânico
ou físico deve ser realizado. Essas normas são específicas para cada ensaio.
A norma pode ser descrita por vários países e sua exigência de adaptação do
uso depende do produto fabricado. As normas brasileiras são descritas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A norma NBR ISO/IEC 17025:2017, por exemplo, descreve os requisitos
para que o laboratório possa prestar serviços de ensaios e calibração com
garantia de procedimentos auditados e acreditados pelo Inmetro. Essa norma
não descreve o procedimento técnico de realização de um ensaio de tração,
por exemplo, mas descreve a adequação de outros itens, como as responsa-
bilidades da gerência de um laboratório (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2017).

Há um grande envolvimento da indústria para que haja um sistema de controle me-


trológico das variáveis do processo. Isso não é nada simples, e depende de fatores
produtivos e de mão de obra. Esteja sempre atento a variações de grandezas e valores
distintos dos valores corriqueiros. Variações no processo exigem comprometimento
de todos para que a qualidade dos resultados seja assegurada.
Conceitos de metrologia 5

Principais instrumentos de medição


Os principais instrumentos de medição dimensional disponíveis no mercado
são o paquímetro, o micrômetro e o relógio comparador. Existe uma grande
variedade de instrumentos e equipamentos de medição, e a combinação de
fatores como custo, tempo de resposta, resolução e incerteza de medição é
que determinará a escolha do melhor instrumento para realizar a medida.

Paquímetro
O paquímetro é um dos instrumentos de medição mais utilizados pela indús-
tria, por sua facilidade de leitura, tamanho pequeno (que facilita seu manu-
seio) e custo relativamente baixo. Ele é utilizado para medir com precisão as
dimensões lineares internas, externas e de profundidade de pequenos objetos.
O paquímetro consiste em uma régua graduada com encosto fixo, sobre a
qual desliza um cursor. Veja um paquímetro e suas partes na Figura 1.

Figura 1. Paquímetro universal e suas partes.

Existem diferentes tipos de paquímetro, utilizados para diferentes processos


de medição:
6 Conceitos de metrologia

„„ Paquímetro universal: é o mais utilizado. Serve para realizar medições


internas, externas, de profundidade e de ressaltos.
„„ Paquímetro digital: utilizado para leitura rápida, sem erro de paralaxe,
é ideal para controle estatístico.
„„ Paquímetro de profundidade: serve para medir a profundidade de
furos não vazados, rasgos, rebaixos, entre outros. Pode apresentar haste
simples ou com gancho.
„„ Paquímetro duplo: serve para medir dentes de engrenagens.

As leituras das medidas realizadas pelo paquímetro são comparadas com


os valores indicados pelo cursor. Sua medida pode ser no sistema internacional
(milímetros) ou sistema inglês (polegadas).
As normas que descrevem o uso de paquímetros podem ser indicadas
pela ISO 3599 (Vernier Callipers reading to 0,1 and 0,05 mm) e ISO 6906
(Vernier Callipers reading to 0,02 mm), pela ABNT NBR 6393 e pela DIN
862. A escolha da norma a ser utilizada depende das exigências do cliente,
do sistema da qualidade e do acesso à informação.

Micrômetro
Outro instrumento de medição dimensional, o micrômetro tem maior resolução
quando comparado ao paquímetro, podendo chegar à resolução milesimal (três
casas decimais). Também há grande variedade de tipos de micrômetro para
diferentes usos. O micrômetro funciona com um fuso micrométrico que se
desloca, permitindo um deslocamento do cursor mais preciso que o paquímetro.
As normas que descrevem o uso de micrômetros são a ISO 3611, a ABNT
NBR EB-1164, a DIN 863, a JIS B 7502 (normas JIS têm origem no Japão).
As normas usadas para medidas com micrômetros dependem das exigências
do cliente, do sistema da qualidade e do acesso à informação.

Relógio comparador
O relógio comparador, como diz o seu nome, é um instrumento de medição
por comparação utilizado para medidas lineares. Ele tem uma ponta em sua
base, que se fixa às superfícies. Para fazer a medição, primeiro você fixa a ponta
do instrumento em uma superfície de espessura conhecida, que é considerada
Conceitos de metrologia 7

a superfície padrão para a medição, e zera o relógio. Depois, você fixa a ponta
na superfície de espessura desconhecida, e o relógio aponta a diferença entre as
duas superfícies. A partir dessa diferença, e por comparação com a superfície
padrão, você consegue determinar a espessura da superfície medida.

Há uma infinidade de instrumentos de medição, como o relógio apalpador, o goni-


ômetro, o traçador de altura, etc., e de combinações entre eles. Você pode pesquisar
sobre esses instrumentos com os principais fornecedores, além de ver catálogos
técnicos sobre o assunto.

Independentemente do instrumento de medição escolhido para a realização


da medida, é necessário conhecer termos como erros de medição, sistema
de medição, métodos de calibração e incerteza de medição. Há um grande
número de termos e conceitos a estudar para que o processo de medição seja
o mais simples possível.

Conceitos da metrologia industrial


Você já deve estar imaginando que sempre surgem alguns problemas na aná-
lise dos valores medidos — se fosse possível termos um sistema de medição
perfeito, não haveria erros, não é mesmo? Logo, você também deve estar se
perguntando: é possível termos, na prática, um sistema de medição perfeito?

Sistema de medição
Para iniciarmos a nossa jornada pelos conceitos envolvidos em metrologia
industrial, precisamos partir do início: afinal, o que é um sistema de medi-
ção? O sistema de medição é a maneira como são realizadas as medições.
Essa maneira pode ser de três formas: comparação, indicação e diferencial.
A Figura 2 mostra um exemplo de cada tipo de sistema de medição.
8 Conceitos de metrologia

(a)

(b) (c)

Figura 2. Diferentes sistemas de medição: (a) sistema de medição


por comparação; (b) sistema de medição por indicação; (c) sistema
de medição diferencial.
Fonte: Adaptada de (a) Anatoli Styf/Shutterstock.com, (b) shopplaywood/Shut-
terstock.com e (c) wu hsiung/Shutterstock.com.

O sistema de medição por comparação consiste em simplesmente com-


parar uma medida desconhecida com uma medida conhecida, por isso o
nome “por comparação”. As balanças usadas antigamente funcionavam dessa
maneira: comparava-se o peso de uma fruta, por exemplo, com pesos de
massa conhecida. Já o sistema de medição por indicação utiliza uma escala
e compara um valor desconhecido com a escala, indicando um valor nessa
escala — por exemplo, um termômetro de mercúrio. O sistema de medição
diferencial, que agrupa os conceitos de comparação e indicação, compara
Conceitos de metrologia 9

uma medida desconhecida a uma medida conhecida, e a diferença entre eles é


indicada por uma escala — como funciona o relógio comparador, por exemplo.

Erros de medição
Mesmo conhecendo e escolhendo o melhor sistema de medição para a medição
que você pretende utilizar, não há sistema de medição perfeito, e isso gera erros
de medição. Os erros de medição são determinados com base na diferença
entre o valor teórico (VVC) e o valor experimental. O VVC é o verdadeiro
valor convencional de uma medida; experimentalmente, ele seria obtido a
partir da média de infinitas medidas.
Você deve estar pensando que é impossível realizar infinitas medidas
do diâmetro de um parafuso usado na coluna vertebral de um paciente, por
exemplo. Realmente, não há como fazer isso, então, como determinar o VVC?
Calma, o VVC é um valor estimado. Quanto mais próximo o valor teórico de
uma cota (diâmetro do parafuso) estiver do valor real, maior será a confiabi-
lidade do teu processo produtivo.
Como não existem medidas sem a presença do erro, em qualquer medição,
estimar que o erro é zero não tem justificativa alguma. O conhecimento
dos erros existentes em uma medição vai exigir de você um conhecimento
aprofundado do sistema de medição, suas influências e, principalmente, como
corrigir esses erros. Se os erros de medição forem minimizados, você terá
medidas mais confiáveis e, assim, um sistema de medição com maior con-
fiabilidade metrológica.
Na nomenclatura do Guia para Expressão da Incerteza da Medição
(GUIA..., 2008), a palavra “erro” é empregada exclusivamente para indicar a
diferença entre o valor verdadeiro e o resultado de uma medição. Os erros de
medição podem ser classificados como erros sistemáticos e erros aleatórios.
O erro sistemático é um componente do erro de medição que, em medições
repetidas, permanece constante ou varia de maneira previsível. Suas causas
podem ser conhecidas ou desconhecidas. É possível aplicar uma correção
para compensar um erro sistemático conhecido. Já o erro aleatório é um
componente do erro de medição que, em medições repetidas, varia de maneira
imprevisível (VOCABULÁRIO..., 2012).
Existem vários fatores em um processo de medição que produzem erro,
chamados de fontes de erro. Assim, as fontes de erro são os fatores que con-
tribuem para que o resultado de uma medição seja diferente do valor teórico.
Estes são exemplos comuns de fontes de erro:
10 Conceitos de metrologia

„„ calibração do instrumento (posteriormente será considerada incerteza


herdada);
„„ erro de operação do instrumento;
„„ erro de leitura — erro de paralaxe.

Ao expressar o valor de uma medição, o valor não deve ser indicado junto com o valor
de erro de medição estimado. O valor da medição deve ser expresso com seu valor
médio e a incerteza de medição.

Incerteza de medição
Imagine que você precisa adquirir para um hospital um termômetro para
medição da temperatura do corpo humano. Nesse caso, você precisa de um
termômetro confiável e com resolução baixa, que possa auxiliar o corpo
médico na determinação de problemas de saúde. Ao realizar orçamento em
várias empresas, você identifica que o menor valor encontra-se com uma
empresa do Japão. Como você pode verificar se o termômetro tem um erro de
medição aceitável? No momento da compra do termômetro, o valor indicado
pelo fornecedor é apenas o da incerteza de medição — então, como saber se
o valor da incerteza de medição é aceitável dentro do padrão exigido pelo
sistema de qualidade?
Esse exemplo mostra claramente a importância do conhecimento do termo
incerteza de medição dentro do sistema de qualidade. Assim, os institutos
de normalização industrial de vários países uniram-se para criar uma nor-
malização que determine, de uma forma matemática, o valor da incerteza de
medição. Esse valor indica a qualidade do valor medido ou a confiabilidade
usando diferentes instrumentos e equipamentos.
O valor da incerteza de medição pode ser descrito por um parâmetro não
negativo, que caracteriza a dispersão dos valores atribuídos a um mensurando,
com base nas informações utilizadas (GUIA..., 2008).
Como regra geral, quanto menor a incerteza em determinado sistema de
medição, maior a necessidade de utilizar equipamentos mais precisos e maior
o custo para realizar essa medição. Assim, maiores serão os investimentos
Conceitos de metrologia 11

em equipamentos/instrumentos de medição, treinamento de mão de obra e


padrões usados na calibração.
A Figura 3 mostra os resultados de medições obtidas com valores de incer-
teza de medição distintos, representados pela distribuição de probabilidade.
Quanto maior a incerteza de medição, maior será a variabilidade do processo
de medição.

Figura 3. Distribuição de probabilidade com valores distintos de incerteza de medição.


Fonte: Adaptada de Peter Hermes Furian/Shutterstock.com

Calibração
Como é possível relacionar os erros de medição com os valores de incerteza
de medição? Essa tarefa não é tão simples, pois vários são os fatores que
interferem no valor de uma medição, como a temperatura do ambiente em
que são realizadas as medidas e a temperatura do componente medido. Ou
então, em relação à mão de obra, como garantir que a leitura do instrumento
de medição está adequada ao esperado? Mesmo com o treinamento dos ope-
radores, haverá problemas ao longo do trabalho. E, ainda que um instrumento
12 Conceitos de metrologia

de medição apresente um erro de medição aceitável, é possível garantir os


valores medidos por ele ao longo de 10 anos de trabalho?
Existe uma alternativa para garantir que o erro de medição do instrumento
esteja dentro do aceitável: um procedimento chamado de calibração. A cali-
bração é um procedimento realizado com o instrumento de medição, em que
são comparados os valores indicados pelo instrumento e os valores do padrão
usado na calibração. De certa forma, a calibração determina as correções
que devem ser aplicadas ao instrumento de medição. Os resultados obtidos
na calibração ficam registrados em um documento chamado de Certificado
de Calibração.
Mas então, se um micrômetro for calibrado no Japão e no Brasil, os valores
de incerteza de medição serão os mesmos? Depende. Os procedimentos de
calibração podem ser realizados com base em normas técnicas diferentes, o
que pode alterar os valores de incerteza de medição.

A incerteza de medição é um dos conceitos mais importantes do ramo metrológico. Há


um grande mistério em torno desse conceito, e não é para menos, pois sua quantificação
pode ser realizada de várias formas, com obtenção de valores distintos, e todos eles
podem ser considerados aceitos.

E, você, estudante de metrologia, como pode compreender e aplicar esses


conceitos todos na determinação de um valor que pode ser expresso de várias
formas? Sim, o valor da incerteza de medição pode ser quantificado dessa
forma.
A palavra “incerteza” significa por si só “dúvida”. Considerando o nosso
foco de estudo, a incerteza de medição significa a dispersão de resultados
obtidos experimentalmente com nível de confiança determinado. É importante
que você tenha em mente algumas premissas para que possa entender como
serão realizados os cálculos na determinação da incerteza de medição:

„„ Os fatores que influenciam no valor da incerteza são fontes de erro.


„„ O desvio-padrão das medidas realizadas é considerado no cálculo da
incerteza.
Conceitos de metrologia 13

„„ Temperatura, paralaxe, incerteza herdada da calibração são algumas


fontes importantes no cálculo.
„„ Alguns fatores que podem influenciar nos valores de medida são difíceis
de medir e, com isso, podem ser desprezados.

A análise de erros e, consequentemente, a análise da incerteza de medição


é uma tarefa difícil, e mesmo laboratórios renomados podem esquecer de
considerar algum parâmetro. Existem vários métodos matemáticos para a
determinação da incerteza de medição, como método ISO GUM (mais usado),
o Monte Carlo, o Kragten, a lógica fuzzy, entre outros.

O documento ISO GUM — Guia para Expressão da Incerteza de Medição teve sua última
edição brasileira em 2008. Esse trabalho mostra as regras gerais para o cálculo da
incerteza de medição e apresenta nos anexos exemplos de aplicação do método
para laboratórios.

1. Para determinar a área necessária a) 20 ± 0,0001.


para que seja instalada a cerâmica b) 20 ± 0,1.
no hall de entrada de um c) 20 ± 0,50.
shopping, qual o instrumento de d) 20 ± 0,25.
medição deve ser utilizado? e) 20 ± 0,001.
a) Termômetro. 3. Ajustes devem ser realizados nos
b) Velocímetro. instrumentos de medição quando
c) Micrômetro. os instrumentos apresentam
d) Trena. grandes desvios nos valores
e) Manômetro. indicados pela calibração. Essa
2. Considerando as medidas operação deve ser realizada pelo:
realizadas por diferentes sistemas a) Cliente insatisfeito.
de medição, qual das medidas b) Fornecedor de matéria-prima.
a seguir, com sua respectiva c) Operador do setor de usinagem.
incerteza de medição, apresenta d) Responsável pelo setor
menor variabilidade do processo? de Exportação.
14 Conceitos de metrologia

e) Mão de obra treinada e) 0,5 mm.


em metrologia. 5. Traçador de altura é um
4. Resolução é definida como equipamento de medição que
a menor diferença entre as mede grandezas relacionadas
indicações de instrumento de a qual área da metrologia?
medição. Para um paquímetro a) Calorimetria.
universal, a menor resolução é: b) Dimensional.
a) 0,001 mm. c) Massa.
b) 1 mm. d) Termometria.
c) 0,02 mm. e) Barométrica.
d) 5 mm.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/IEC 17025:2017: Requisitos


gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração. Rio de Janeiro:
ABNT, 2017.
GUIA para a Expressão da Incerteza de Medição: avaliação de dados de medição: GUM
2008. Duque de Caxias, RJ: INMETRO, 2008. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.
br/inovacao/publicacoes/gum_final.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2018.
VOCABULÁRIO internacional de metrologia: conceitos fundamentais e gerais e termos
associados (VIM 2012). Duque de Caxias, RJ: INMETRO, 2012. Disponível em: <http://
www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/vim_2012.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2018.

Leituras recomendadas
ABACKERLI, Á J. et al. Metrologia para a qualidade. Rio de Janeiro: Campus, 2015.
ALBERTAZZI JÚNIOR, A. G.; SOUZA, A. R. de. Fundamentos da metrologia científica e
industrial. Barueri, SP: Manole, 2008.
RIBEIRO, J. L. D.; CATEN, C. S. ten. Série monográfica qualidade: controle estatístico do
processo. Porto Alegre: FEENG/UFRGS, 2012. Disponível em: <http://www.producao.
ufrgs.br/arquivos/disciplinas/388_apostilacep_2012.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2018.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:

Você também pode gostar