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Nota Metodológica nº 1 – Indicadores da Dívida Pública Federal – DPF.

Novembro de 2021

1. Introdução
O objetivo da presente Nota Metodológica é divulgar o conceito e a metodologia de
cálculo dos principais indicadores da Dívida Pública Federal – DPF, sob responsabilidade
do Tesouro Nacional, quais sejam: estoque, composição por indexador, percentual de
vencimentos em 12 meses, prazo médio, prazo médio das emissões da DPMFi, average
term to maturity - ATM, custo médio mensal, custo médio em 12 meses e custo médio
de emissão da DPMFi.
Para fins do disposto nesta nota metodológica:
I – Dívida Pública Federal – DPF é o montante financeiro do endividamento de
responsabilidade do Tesouro Nacional e corresponde à soma da Dívida Pública
Mobiliária Federal Interna1 – DPMFi e a Dívida Pública Federal externa2 – DPFe;
II – Dívida Pública Federal externa é a soma da Dívida Pública Mobiliária Federal
externa – DPFe Mobiliária e a Dívida Pública Contratual Federal externa – DPFe
Contratual; e
III – Dívida Pública Mobiliária Federal - DPMF é a soma da Dívida Pública Mobiliária
Federal Interna – DPMFi e a Dívida Pública Mobiliária Federal externa – DPFe Mobiliária.

2. Principais indicadores da DPF


2.1. Estoque
Para o cálculo do estoque da DPF são somados os estoques financeiros da DPMF (interna
e externa) e da DPFe Contratual.
O valor financeiro do estoque da DPMF é o somatório do estoque financeiro de todos
os títulos, na data de apuração. O estoque financeiro de um título é o produto do seu
preço unitário médio pela sua quantidade, representado pela seguinte fórmula:
Estoque = PU ∙ Q

onde,
PU: preço unitário médio do título, o qual representa a média de todas as
emissões desse título;
Q: quantidade do título na data de apuração do estoque.
a) o preço unitário médio do título é resultado da ponderação dos preços de cada
emissão, na data de apuração, pelas quantidades emitidas, conforme a fórmula:

1
Dívida interna é a dívida cujos fluxos de pagamento e recebimento são realizados na moeda de livre circulação no país (no
caso do Brasil, em reais).
2
Dívida externa é a dívida cujos fluxos de pagamento e recebimento são realizados em moedas não de livre circulação no
país.
∑nemissão=1 PUemissão . Qemissão
PUtítulo =
∑nemissão=1 Qemissão

onde,
PUemissão : PU de cada emissão, na data de apuração do estoque; e
Qemissão : quantidade de cada emissão.

b) o preço de cada emissão de um determinado título, na data de apuração de


estoque, corresponde ao produto de seu Valor Nominal Atualizado – VNA por sua
cotação, conforme a fórmula:

Preço = VNA . cotação


c) para títulos que possuem amortização ao longo do fluxo, a cotação considera
sempre o último saldo devedor e o VNA amortizado;
d) o VNA representa o valor nominal atribuído ao título na sua data-base ou, para
títulos sem data-base, na sua data de emissão ou última amortização, atualizado pela
variação do indexador do título até a data de apuração do estoque, como mostra a
fórmula:

VNA = (valor nominal) . (1 + ∆index)

onde,
∆index: variação do indexador ou moeda do título, observada no período.
e) para títulos prefixados, o VNA é sempre R$ 1.000,00 (mil reais);
f) a cotação de cada emissão é calculada pelo somatório do valor presente de
cada um dos fluxos futuros de principal e de juros do título a vencer, tendo como taxa
de desconto a sua própria taxa interna de retorno - TIR de emissão (metodologia dos
juros efetivos), conforme a fórmula:
n
Ft
𝑐otação = ∑
(1 + i)t
t=0

onde,
Ft: fluxo de principal e juros do título vincendo, em termos percentuais do valor de face;
t: fração-ano entre a data de apuração da cotação e a data de vencimento do fluxo. Para
os títulos da dívida interna, a contagem do tempo é feita pelo padrão dias úteis/252.
Para os títulos da dívida externa, são utilizados os padrões 30/360 (Global) e dias
corridos/dias corridos (EuroBond); e
i: TIR de emissão.
g) para títulos da DPFe Mobiliária denominados em moeda estrangeira, todos os
cálculos são realizados na moeda de origem, convertendo-se o resultado para o real pela
cotação de venda do dia de apuração do estoque.
O estoque da DPFe Contratual é o somatório dos saldos devedores de cada contrato,
acrescido dos juros incorridos por competência, convertidos da respectiva moeda de
origem para o real pela cotação de venda do dia de apuração do estoque.

2.2. Composição por Indexador


A composição por indexador é a apresentação do estoque da DPF de acordo com os
diferentes fatores de remuneração da dívida e indica a participação relativa no estoque
de cada uma das seguintes categorias: prefixados, índices de preços (títulos indexados
à inflação), taxa flutuante (instrumentos com taxas de juros variáveis) e câmbio (dívida
denominada ou referenciada em moeda estrangeira).
A participação percentual de cada categoria é obtida pela divisão do seu estoque
financeiro pelo estoque total da DPF.

2.3. Percentual Vincendo em 12 meses


O percentual vincendo em 12 meses corresponde à razão entre a soma dos vencimentos
de principal e de juros, nos 12 (doze) meses seguintes à data de apuração do indicador,
e o estoque total da DPF naquela data, como mostra a fórmula:
∑12
t =0 Ft . (1 + i)
−t
Percentual Vincendo em 12 meses =
∑nt=0 Ft . (1 + i)−t
onde,
Ft: fluxo de principal e juros dos títulos/contratos vincendo, em termos percentuais do
valor de face;
t: fração-ano entre a data de apuração do indicador e a data de vencimento do fluxo.
Para os títulos da dívida interna, a contagem do tempo é feita pelo padrão dias
úteis/252. Para os títulos/contratos da dívida externa, são utilizados os padrões 30/360
(Global) e dias corridos/dias corridos (EuroBond); e
i: TIR média do título/contrato na data de apuração.

Por comparar os vencimentos sobre o estoque, a metodologia de cálculo considera os


fluxos de vencimentos em valores presentes, descontados pela TIR média de cada título.
A TIR média do título representa a taxa média de todas as emissões já realizadas e é
obtida, em padrão anual, por método de cálculo iterativo, a partir do preço médio de
cada título e da data de vencimento dos seus fluxos.

2.4. Prazo Médio


O prazo médio da DPF é calculado pela média dos prazos dos títulos e contratos,
ponderada por seus respectivos estoques na data de apuração.
O prazo médio dos títulos e contratos da DPF representa a média dos prazos dos fluxos
futuros de principal e de juros, ponderada por seus respectivos valores presentes,
conforme a fórmula:
∑nt=0 t . Ft . (1 + i)−t
Prazo Médio = n
∑t=0 Ft . (1 + i)−t
onde,
Ft: fluxo de principal e juros do título/contrato vincendo, em termos percentuais do
valor de face;
t: fração-ano entre a data de apuração do indicador e a data de vencimento do fluxo.
Para os títulos da dívida interna, a contagem do tempo é feita pelo padrão dias
úteis/252. Para os títulos/contratos da dívida externa, são utilizados os padrões 30/360
(Global) e dias corridos/dias corridos (EuroBond); e
i: TIR média do título/contrato na data de apuração.

2.5. Prazo Médio das Emissões da DPMFi


O prazo médio das emissões da DPMFi é calculado pela média dos prazos de cada
emissão, ponderada pelos respectivos volumes financeiros emitidos. O prazo de cada
emissão é calculado conforme a fórmula:
∑n
t=0 t .Ft .(1+i)
−t
Prazoemissão (duration) = ∑n −t
t=0 Ft .(1+i)

onde,
Ft: fluxo de principal e juros do título vincendo, em termos percentuais do valor de face;
t: fração-ano entre a data de emissão e a data de vencimento ou pagamento de cupom
no padrão dias úteis/252; e
i: TIR de emissão.

As emissões incluídas no cálculo desse indicador são aquelas realizadas por meio de
leilão de oferta pública para as carteiras Mercado e Tesouro Direto.

2.6. Average Term to Maturity – ATM


O average term to maturity – ATM é o indicador de maturidade que representa a média
ponderada apenas dos fluxos de principal dos títulos e contratos da DPF, considerando
seu valor de face, conforme a fórmula:
∑nt=0 t . FPt
ATM =
∑nt=0 FPt

onde,

FPt: fluxo de principal vincendo dos títulos/contratos; e


t: fração-ano entre a data de apuração do indicador e a data de vencimento do fluxo.
Para os títulos da dívida interna, a contagem do tempo é feita pelo padrão dias
úteis/252. Para os títulos/contratos da dívida externa, são utilizados os padrões 30/360
(Global) e dias corridos/dias corridos (EuroBond).

2.7. Custo Médio Mensal


O custo médio mensal do estoque da DPF é o indicador que representa o custo de
carregamento da dívida no mês em análise. É composto pela média dos custos de cada
título e contrato da DPF, ponderada pelo seu valor de estoque com posição no final do
mês anterior ao mês em análise, conforme a fórmula:
∑nb=1 CMb%aa . VFb
CMT%a.a. =
∑ni=1 VFb
onde:
CMT%aa: custo médio mensal da DPF, em % a.a.;
CM%aa: custo médio mensal de cada título/contrato (b), em % a.a.; e
VF: valor financeiro de cada título/contrato, que corresponde ao seu estoque ao final do
mês anterior ao mês em análise.
O custo médio mensal de cada título/contrato é calculado de acordo com a fórmula:
CM%am = [(1 + TIR) . (1 + ∆index)] − 1
onde:
CM%am: custo médio mensal de cada título/contrato, em % a.m.; e
TIR: taxa interna de retorno média do título/contrato, em % a.m.; e
∆index: variação do indexador ou moeda do título/contrato, observada no mês em
análise.
Para homogeneizar e expurgar os efeitos de diferentes dias úteis ao longo dos meses, o
custo médio mensal é anualizado, conforme a fórmula:
252
CM%aa = (1 + CM%am ) du − 1
onde:
CM%aa: custo médio mensal, em % a.a.;
du: número de dias úteis no mês de referência para cálculo do custo médio de estoque
(DPMFi). Para os títulos e contratos da DPFe, respeita-se o padrão de contagem de dias
de cada instrumento financeiro, podendo ser utilizados os padrões 30/360 ou dias
corridos/dias corridos.

2.8. Custo Médio Acumulado em 12 Meses


O custo médio acumulado em 12 meses da DPF é o indicador que demonstra, em termos
percentuais ao ano, o custo de carregamento da dívida pública nos últimos 12 (doze)
meses. O cálculo deste indicador, para os títulos e contratos, assim como os
agrupamentos de títulos e contratos da DPF, é realizado de acordo com a fórmula:
t

CMAt = ∏ (1 + CMk ) − 1
k=t−11

onde,
CMAt : custo médio acumulado em 12 (doze) meses dos títulos/contratos, no mês t,
em % a.a.; e
CMk : custo médio mensal de títulos/contratos, no mês k, em % a.m..

2.9. Custo Médio de Emissão da DPMFi


O custo médio de emissão da DPMFi é dado pela média do custo médio de emissão de
cada título, ponderado pelo seu respectivo volume financeiro emitido nos últimos 12
(doze) meses. O custo médio de emissão de cada título é calculado conforme fórmula:

CME = [(1 + TIR Médiaemissão ) . (1 + ∆Index%aa )] − 1

onde,
TIR Médiaemissão: TIR média das emissões de cada título nos últimos 12 (doze) meses,
em % a.a.; e
∆Index%aa : variação média diária do indexador de cada título, em % a.a.

A TIR média das emissões de cada título nos últimos 12 (doze) meses, em % a.a., é
calculada pela média da TIR de emissão, considerando as operações de oferta pública
ocorridas nos 12 (doze) meses anteriores à data de apuração do indicador, ponderada
pelo volume emitido, conforme fórmula:

∑nemissão=1 TIR emissão . VFemissão


TIR Médiaemissão =
∑nemissão=1 VFemissão
onde,
TIR emissão : TIR de cada emissão, em % a.a.; e
VFemissão : valor financeiro de cada emissão.

A variação média diária do indexador de cada título é calculada conforme fórmula:


∑nemissão=1 ∆Indexemissão%ad . VFemissão . duemissão
∆Indextítulo%ad =
∑nemissão=1 VFemissão . duemissão
onde,
∆Indexemissão%ad : média da variação diária do indexador de cada emissão ocorrida nos
12 (doze) meses anteriores à data de apuração do indicador;
VFemissão : valor financeiro de cada emissão; e
duemissão : número de dias úteis entre a data de cada emissão e a data de apuração do
indicador.
a) a variação diária do indexador de cada emissão deve ser apurada entre a data
da emissão e a data de apuração do indicador, de forma a capturar toda a variação
disponível, conforme fórmula:
(1⁄du )
∆Indexemissão%ad = (1 + ∆Indexemissão ) emissão −1
b) a variação média diária dos indexadores de cada título deve ser convertida
em taxa anual pela fórmula:
∆Indextítulo%aa = (1 + ∆Indextítulo%ad ) (252) − 1

As emissões incluídas no cálculo desse indicador são aquelas realizadas por meio de
leilão de oferta pública para as carteiras Mercado e Tesouro Direto.

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