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Curso de Graduação a Distância

Sistemática de
Comércio Exterior
- Importação
(4 créditos – 80 horas)

Autor:
Maisa Helena Pimenta

Universidade Católica Dom Bosco Virtual


www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335
Missão Salesiana de Mato Grosso
Universidade Católica Dom Bosco
Instituição Salesiana de Educação Superior

Chanceler: Pe. Gildásio Mendes dos Santos


Reitor: Pe. Ricardo Carlos
Pró-Reitora de Ensino e Desenvolvimento: Profª. Rúbia Renata Marques
Diretor da UCDB Virtual: Prof. Jeferson Pistori
Coordenadora Pedagógica: Profª. Blanca Martín Salvago

Direitos desta edição reservados à Editora UCDB


Diretoria de Educação a Distância: (67) 3312-3335
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CEP 79117-900 Campo Grande – MS

Pimenta, Maisa Helena


Disciplina: Sistemática do Comércio Exterior - Importação.

Maisa Helena Pimenta. Campo Grande: UCDB Virtual, 2018.


58 p.

1 Importação. 2 Cobertura Cambial. 3 Despacho aduaneiro. 4


Imposto de importação.

0719

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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO

Este material foi elaborado pelo professor conteudista sob a orientação da equipe
multidisciplinar da UCDB Virtual, com o objetivo de lhe fornecer um subsídio didático que
norteie os conteúdos trabalhados nesta disciplina, que compõem o Projeto Pedagógico do seu
curso.

Elementos que integram o material


Critérios de avaliação: são as informações referentes aos critérios adotados para a
avaliação (formativa e somativa) e composição da média da disciplina.
Quadro de Controle de Atividades: trata-se de um quadro para você organizar a
realização e envio das atividades virtuais. Você pode fazer seu ritmo de estudo, sem ul-
trapassar o prazo máximo indicado pelo professor.
Conteúdo Desenvolvido: é o conteúdo da disciplina, com a explanação do professor
sobre os diferentes temas objeto de estudo.
Indicações de Leituras de Aprofundamento: são sugestões para que você possa
aprofundar no conteúdo. A maioria das leituras sugeridas são links da Internet para facilitar
seu acesso aos materiais.
Atividades Virtuais: atividades propostas que marcarão um ritmo no seu estudo. As
datas de envio encontram-se no calendário do Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Como tirar o máximo de proveito


Este material didático é mais um subsídio para seus estudos. Consulte outros
conteúdos e interaja com os outros participantes. Portanto, não se esqueça de:
· Interagir com frequência com os colegas e com o professor, usando as ferramentas de
comunicação e informação do Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA;
· Usar, além do material em mãos, os outros recursos disponíveis no AVA: aulas audiovisuais,
vídeo-aulas, fórum de discussão, fórum permanente de cada unidade, etc.;
· Recorrer à equipe de tutoria sempre que precisar de orientação sobre dúvidas quanto a
calendário, atividades, ferramentas do AVA, etc.;
· Ter uma rotina que lhe permita estabelecer o ritmo de estudo adequado às suas
necessidades como estudante; organize o seu tempo;
· Ter consciência de que você deve ser sujeito ativo no processo de sua aprendizagem,
contando com a ajuda e colaboração de todos.

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Objetivo Geral
Compreender os processos de importação e seus trâmites, considerando as
características, tributação e documentação e visando ao detalhamento dos meios de viabilizar
importações.

Conteúdo Programático – Sumário

UNIDADE 1 - POLÍTICA BRASILEIRA DE IMPORTAÇÃO ....................................... 09


1.1 Apectos conceituais ................................................................................................12
1.2 Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex ..................................................15
1.3 Declaração de Importação (DI) ...............................................................................16
1.4 Declaração Simplificada de Importação ....................................................................17
1.5 Comprovante de Importação ...................................................................................19

UNIDADE 2 - TRATAMENTO TRIBUTÁRIO NA IMPORTAÇÃO ............................... 21


2.1 Imposto de Importação (II) ....................................................................................21
2.2 Ex-Tarifário ...........................................................................................................24
2.3 Valor Aduaneiro .....................................................................................................27
2.4 Imposto sobre Produtos Industrializados ..................................................................28
2.5 Imposto Sobre Serviços (ISS) ..................................................................................29

UNIDADE 3 - NOÇÕES CAMBIAIS ........................................................................ 30


3.1 Importação sem Cobertura Cambial .........................................................................30
3.2 Importação com Cobertura Cambial .........................................................................31
3.3 Classificação das Importações .................................................................................33
3.4 Processamento do Licenciamento Não Automático (LI) ..............................................38
3.5 Registro de Operações Financeiras (ROF) .................................................................38
3.6 Remessas e Transferências .....................................................................................39
3.7 Câmbio Simplificado ...............................................................................................40
3.8 Cartões de Crédito Internacionais ............................................................................42

UNIDADE 4 - REGISTRO DO IMPORTADOR ......................................................... 43


4.1 Drawback ..............................................................................................................45
4.2 Despacho aduaneiro de importação .........................................................................48

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REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 53
EXERCÍCIOS E ATIVIDADES ................................................................................ 55

Avaliação

A UCDB Virtual acredita que avaliar é sinônimo de melhorar, isto é, a finalidade


da avaliação é propiciar oportunidades de ação-reflexão que façam com que você
possa aprofundar, refletir criticamente, relacionar ideias, etc.
A UCDB Virtual adota um sistema de avaliação continuada: além das provas no final de
cada módulo (avaliação somativa), será considerado também o desempenho do aluno ao longo
de cada disciplina (avaliação formativa), mediante a realização das atividades. Todo o processo
será avaliado, pois a aprendizagem é processual.
Para que se possa atingir o objetivo da avaliação formativa, é necessário que
as atividades sejam realizadas criteriosamente, atendendo ao que se pede e tentando
sempre exemplificar e argumentar, procurando relacionar a teoria estudada com a
prática.
As atividades devem ser enviadas dentro do prazo estabelecido no calendário
de cada disciplina.

Critérios para composição da Média Semestral:

Para compor a Média Semestral da disciplina, leva-se em conta o desempenho


atingido na avaliação formativa e na avaliação somativa, isto é, as notas alcançadas
nas diferentes atividades virtuais e na(s) prova(s), da seguinte forma: Somatória das
notas recebidas nas atividades virtuais, somada à nota da prova, dividido por 2. Caso
a disciplina possua mais de uma prova, será considerada a média entre as provas.
Média Semestral: Somatória (Atividades Virtuais) + Média (Provas) / 2
Assim, se um aluno tirar 7 nas atividades e 5 na prova: MS = 7 + 5 / 2 = 6
Antes do lançamento desta nota final, será divulgada a média de cada aluno,
dando a oportunidade de que os alunos que não tenham atingido média igual ou
superior a 7,0 possam fazer a Recuperação das Atividades Virtuais. Após a Segunda
Chamada, será feito o lançamento definitivo da Média Semestral.

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Se a Média Semestral for igual ou superior a 4,0 e inferior a 7,0, o aluno ainda
poderá fazer o Exame Final. A média entre a nota do Exame Final e a Média Semestral
deverá ser igual ou superior a 5,0 para considerar o aluno aprovado na disciplina.
Assim, se um aluno tirar 6 na Média Semestral e tiver 5 no Exame Final: MF =
6 + 5 / 2 = 5,5 (Aprovado)

FAÇA O ACOMPANHAMENTO DE SUAS ATIVIDADES

O quadro abaixo visa ajudá-lo a se organizar na realização das atividades. Faça seu
cronograma e tenha um controle de suas atividades:

AVALIAÇÃO PRAZO * DATA DE ENVIO **

Atividade 1.1
Ferramenta: Tarefa Online

Atividade 2.1
Ferramenta: Questionário

Atividade 3.1
Ferramenta: Tarefa Online

Atividade 4.1
Ferramenta: Questionário

* Coloque na segunda coluna o prazo em que deve ser enviada a atividade (consulte
o calendário disponível no ambiente virtual de aprendizagem).
** Coloque na terceira coluna o dia em que você enviou a atividade.

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BOAS VINDAS

Prezado acadêmico.
Seja bem-vindo à UCDB Virtual!

O crescimento de transações comerciais entre os países tem sido um dos motivos


latentes para os profissionais que atuam em comércio exterior se manterem constantemente
atualizados.
Nossa disciplina de Sistemática de Comércio Exterior – Importação traz como foco as
etapas dos processos de importação em nosso País, propiciando ao aluno um maior
entendimento do tema. É importante salientar que esse material vem contribuir para a
compreensão dos aspectos relevantes de importação, mas que é preciso estar sempre
atualizado nas mudanças que ocorrem no mercado externo.
Lembre-se que a aprendizagem é contínua e sempre haverá espaço para agregar
novos conhecimentos, portanto conte conosco para sua formação e sucesso!
Bons estudos!

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Pré-teste
Antes de iniciarmos os trabalhos da disciplina faremos um pré-teste, cujo objetivo é
estabelecer um diagnóstico do que você conhece sobre os assuntos que aqui serão abordados.
Não se preocupe com o quesito nota, pois este não é o propósito desta atividade, que busca
apenas identificar o que você sabe sobre o tema.

1. De acordo com seus conhecimentos, quais os impostos obrigatórios na importação?


2. Quais os principais documentos utilizados em uma importação?
3. O que significa SISCOMEX?
4. Quais os requisitos principais para que uma pessoa realize importações no Brasil?

Submeta o Pré-teste por meio da ferramenta Tarefa.

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UNIDADE 1

POLÍTICA BRASILEIRA DE IMPORTAÇÃO

OBJETIVO DA UNIDADE: Conhecer as políticas de importação brasileira e os


aspectos conceituais de importação.

Segundo a Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil S/A (Cacex), o comércio


internacional é de primordial importância tanto para os países menos desenvolvidos, como
para os países que atingiram estágio superior de desenvolvimento. Nos primeiros, os governos
estão conscientes de que, a expansão do intercâmbio e da melhoria das condições de troca,
depende muito do crescimento econômico; nas nações mais poderosas os esforços são
renovados, visando a melhores posições no mercado mundial, necessárias à manutenção do
ritmo de desenvolvimento e, assim, do prestígio de que desfrutam entre as demais nações.
Indistintamente, portanto, países pobres e países ricos lutam para obter no comércio exterior
recursos que favoreçam o incremento de suas importações de bens de capital, produtos
intermediários, serviços e bens de consumo, indispensáveis ao progresso social e à elevação
dos padrões de vida de suas populações.
Segundo Bizelli (2001, p. 18):
A política de comércio exterior brasileira está basicamente voltada
para o desenvolvimento econômico, tendo como meta prioritária,
a elevação das receitas provenientes da exportação em níveis
compatíveis com as exigências do progresso do país, isto é,
aqueles necessários ao atendimento da crescente procura de
matérias primas, produtos semielaborados, máquinas e
equipamentos imprescindíveis à expansão e à renovação do
parque industrial e bem assim dos compromissos decorrentes de
importações destinadas à execução de projetos prioritários
setoriais e regionais.

Fonte: http://migre.me/bhNPB

No Brasil, particularmente, notou-se no início de 1970 um processo de liberação das


importações, incrementando, notadamente, pelo chamado “milagre brasileiro”. Entretanto,
com o advento da crise mundial do petróleo, principalmente, o comércio internacional, em
seu todo, viu-se amplamente prejudicado diante da criação dos mais diversos mecanismos
protecionistas, somados aos já existentes.

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Bizelli e Barbosa (2001, p. 18) destacam que:

[...] o Brasil lançou mão de determinados expedientes igualmente


protecionistas, visando, de um lado, rígido controle das importações em face
da conjuntura (prevenção da evasão de divisas e favorecimento do controle
da dívida externa) e, de outro, a substituição das importações objetivando o
fortalecimento de seu parque industrial.

O autor ainda destaca no Quadro 1 os principais mecanismos que foram utilizados


como protecionista.

Quadro 1 – Principais mecanismos protecionistas


 Sobretaxas tarifárias: implicando na elevação das alíquotas do Imposto
de Importação, incidentes sobre vários produtos entre 30 e 100 pontos
percentuais.
 Depósito compulsório: correspondendo ao depósito obrigatório de 100%
(cem por cento) do valor FOB (Free On Board) da Guia de Importação (GI)
pelo prazo de 1 (um) ano, para fins de emissão do mencionado documento;
 Suspensão temporária da emissão de GI: para determinadas
mercadorias consideradas supérfluas ficou vedada a emissão da GI;
 Depósito de garantia: apesar de ter sido concebido sob a forma de
garantia cambial, constituiu-se em barreira não tarifária, na medida em que
implicava na obrigatoriedade de depósito em valor equivalente ao do Contrato
de Câmbio, para liquidação futura, assegurado por Carta de Crédito;
 Eliminação de benefícios fiscais: medida legal (Decreto Lei n. 1.726/79)
adotada para suprimir vasto conjunto de reduções e isenções do Imposto de
Importação e do Imposto sobre Produtos Industrializados;
 Imposto sobre Operações Financeiras (IOF): cobrado sobre as
operações de liquidação de câmbio em pagamento de importações de bens e
serviços;
 Programa de importação: limites quantitativos anuais de importação,
em valor (US$), autorizado pela Cacex para cada empresa;
 Prazos mínimos de pagamento: fixação de prazos para pagamento de
importações mediante obtenção de financiamento externo, obrigatoriamente;
 Centralização cambial: retenção pelo Banco Central do Brasil, das divisas
compradas para pagamento de importações, com liberação a partir de
cronograma governamental.

Fonte: Adaptado de Bizelli e Barbosa (2001, p. 18)

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No final da década de 80, o que se observou foi uma crescente tendência liberalizante
da política de comércio exterior brasileiro, motivada pela necessidade de adequação dessa
política à configuração que o parque industrial implantado tinha assumido nos últimos anos,
assim como face aos compromissos internacionais assumidos pelo País.
Nesse sentido, parte considerável dos mecanismos restritivos anteriormente
alinhados foi extinta e outras medidas foram tomadas para que as operações de importação
fossem conduzidas com mínimo de intervenção estatal.
De acordo com Bizelli e Barbosa (2001, p. 20),

O Governo Collor iniciou sua gestão com a implantação de um programa


radical de estabilização, tendo em vista interromper o processo
hiperinflacionário e criar condições de estabilidade para retomada do
crescimento. A fase inicial de ajustamento não deve ser vista como sendo
um fim, em si mesma, mas um meio para a execução de uma política voltada
para atingir um novo padrão de desenvolvimento, redefinir o papel do
Estado, atenuar as disparidades econômicas, sociais e regionais, valorizar o
trabalho e preservar o meio ambiente.

Dessa forma, os referidos autores afirmam que a implementação de uma Política


Industrial e de Comércio Exterior se faz necessária para a retomada do desenvolvimento em
novas bases, sendo, portanto:

[...] elemento indispensável para consolidar e dar sentido de comunidade ao


processo de estabilização em curso e tem por objetivo o aumento da
eficiência na produção e comercialização de bens e serviços, mediante a
modernização e a reestruturação da indústria, contribuindo, dessa maneira,
para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira. (BIZELLI;
BARBOSA, 2001, p. 21).

Nesse sentido, Bizelli e Barbosa (2001, p. 20) destacam que a Política Industrial e de
Comércio Exterior passou a atuar em duas direções, a saber:

 na modernização industrial e comercial, consubstanciada pelo aumento


da produtividade e por padrões internacionais e de qualidade, a serem
alcançados com base em crescente capacitação tecnológica;
 na implementação de modernas estruturas de produção e consumo de
bens e serviços em novos padrões tecnológicos.

No que se refere à Política de Importações, em 15 de março de 1990, o Governo


tomou medidas decisivas. Foram eliminados os controles quantitativos representados pelos
programas de importação das empresas, além do fim da proibição de importar cerca de 1.200
produtos, que datava de 1975.

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A Medida provisória n. 158, transformada na Lei n. 8.032, de 12/04/90, eliminou as
isenções e reduções aplicáveis ao Imposto de Importação e o Imposto sobre Produtos
Industrializados – IPI. (BIZELLI; BARBOSA, 2001).
Nessa etapa, foram implementadas as medidas que indicam inequivocamente, ao
setor privado, as novas diretrizes de importação adotadas, de forma a orientar as decisões
empresariais. No segundo semestre de 1990, passou a vigorar a nova política de importações
baseada, principalmente, na tarifa aduaneira como único instrumento.
A tarifa aduaneira, com média de 35% (trinta e cinco por cento), e níveis que variavam
entre 0% (zero por cento) a 105% (cento e cinco por cento) era muito elevada. Assim, foi
implementada, a partir de 1991, uma política de importações que definia a estratégia a ser
seguida nos próximos 4 (quatro) anos para atingir, em 1994, níveis tarifários entre 0% (zero
por cento) e 40 % (quarenta por cento), com a tarifa modal em 20%(vinte por cento).
(BIZELLI; BARBOSA, 2001). É importante ressaltar que todos os demais produtos ficariam na
faixa média de 20% (vinte por cento).
Segundo Bizelli e Barbosa (2001, p. 21):

O nível tarifário de 40% (quarenta por cento) passou a ser utilizado, de


maneira geral, para aqueles produtos que necessitam de proteção temporária
de acordo com as orientações da Política Industrial e de Comércio Exterior.
Para os produtos novos, de indústrias nascentes de tecnologia de ponta,
eventualmente, e, em caráter excepcional, poderiam ser estabelecidos níveis
tarifários superiores, mas sempre temporariamente.

1.1 Aspectos conceituais

Segundo Ratti (2002), “denomina-se importação a entrada de mercadorias em um


país, proveniente do exterior. Da mesma maneira como ocorre na exportação, essa
importação poderá compreender, também os serviços relacionados à aquisição desses
produtos no exterior (fretes, seguros, serviços bancários, etc.)”. Assim como quando
compramos produtos dentro do mesmo país, mas em regiões
distintas, recebe o nome de importação interna.
Fonte: http://migre.me/bTbnW
Ratti (2004, p. 320) destaca que a “reimportação é o
retorno a um país de mercadorias de sua produção,
anteriormente remetidas a um segundo país, após maior ou
menor grau de transformação realizada por este último”.
No quadro 2, Ratti (2004, p. 321) destaca algumas causas básicas de sua existência
da reimportação:

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Quadro 2 – Causas da existência da reimportação
 Incapacidade técnica de transformação eficiente;
 Pleno emprego dos fatores de produção;
 Semitransformação ou transformação demasiado onerosa;
 Diferenças no mercado de trabalho (salários, qualificação técnica da mão
de obra, etc.).
Fonte: Adaptado de Ratti (2004, p. 321)

O território aduaneiro compreende todo o território nacional, estando dividido, para


fins de jurisdição dos serviços aduaneiros, em “Zona Primária” e “Zona Secundária”.
A Zona Primária compreende as faixas internas de portos e aeroportos, recintos
alfandegados e locais habilitados na fronteira terrestre, bem como outras áreas nas quais se
efetuem operações de carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de
passageiros, procedentes ou destinados ao exterior.
Esta Zona é demarcada pela autoridade aduaneira local, ouvido o órgão ou empresa
à qual está vinculada a administração do porto, aeroporto ou estação de fronteira, e abrange:
 A área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos
alfandegados;
 A área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados; e
 A área adjacente aos pontos de fronteira alfandegados.
Aqui, os recintos alfandegados são os pátios, armazéns, terminais e outros locais
destinados à movimentação e ao depósito de mercadorias importadas ou destinadas à
exportação, que devem se movimentar ou permanecer sob controle aduaneiro, assim como
as áreas reservadas à verificação de bagagens destinadas ao exterior ou dele procedentes.
Incluem-se ainda as dependências de lojas francas. Em tudo o que possa interessar à
fiscalização aduaneira na Zona Primária, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as
demais que ali exerçam suas atribuições. São ainda consideradas como Zona Primária, para
fins de controle aduaneiro, as áreas de livre comércio caracterizadas como Zonas de
Processamento de Exportação (ZPE), destinadas à instalação de empresas voltadas para a
produção de bens a serem comercializados com o exterior.
A Zona Secundária compreende o restante do território aduaneiro, nela incluídas as
águas territoriais e o espaço aéreo. Os recintos alfandegados na Zona Secundária são os
entrepostos, depósitos, terminais ou outras unidades destinadas ao armazenamento de
mercadorias importadas ou destinadas à exportação, que devem movimentar-se ou

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permanecer sob o controle aduaneiro, incluindo-se também as dependências destinadas ao
depósito de remessas postais internacionais sujeitas ao mesmo controle.
A importação definitiva ocorre quando a mercadoria estrangeira importada é
nacionalizada, independentemente da existência de cobertura cambial, o que significa integrá-
la à massa de riqueza do País com a transferência de propriedade do bem para qualquer
pessoa aqui estabelecida.
As importações não definitivas são aquelas em que, contrariamente às
importações definitivas, não ocorre nacionalização. São os casos, por exemplo, de
mercadorias importadas sob o regime aduaneiro especial de Admissão Temporária que, após
a sua permanência no país, são reexportadas.
Convém notar que essas importações poderão, à opção do importador, se tornar
definitivas, oportunidade na qual deverá ser providenciada toda a documentação pertinente
e pagos os impostos devidos, se for o caso.
Como regra geral, essas importações não se sujeitam ao pagamento de impostos,
exceto no caso de Admissão Temporária como Utilização Econômica do bem no País que
implicará no recolhimento proporcional calculado em razão do tempo de sua permanência e
no prazo de vida útil considerado pela Secretaria da Receita Federal.
A nacionalização é a sequência de atos que transfere a mercadoria estrangeira para
a economia nacional. Nas importações definitivas o documento que comprova a transferência
de propriedade do bem importado é, normalmente, o conhecimento de embarque, enquanto
que nas hipóteses de nacionalização de importações inicialmente ingressadas no País em
caráter não definitivo, outros documentos, tais como a fatura comercial, podem servir para
comprovar a referida transferência.
Despacho para consumo é o conjunto de atos que tem por objeto, satisfeitas todas
as exigências legais, colocar a mercadoria nacionalizada, ou seja, transferida da economia
estrangeira para a economia nacional, à disposição do adquirente estabelecido no país, para
seu uso ou consumo.
Despacho aduaneiro de importação é o procedimento fiscal mediante o qual se
processa o desembaraço aduaneiro de mercadoria procedente do exterior, seja importada a
título definitivo ou não (Decreto n. 91.030/85, artigo 411).

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1.2 Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX)

O Decreto n. 660 de 25 de agosto de 1992 instituiu um sistema informatizado,


chamado de Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), por meio do qual é
exercido o controle governamental do comércio exterior brasileiro.
O SISCOMEX eliminou a coexistência de controles e sistemas de coletas de dados
paralelos, ao adotar o fluxo único de informação de conceitos e uniformização de códigos e
nomenclaturas, tornando mais ágil o processamento administrativo. Isto permitiu enorme
ganho em confiabilidade, redução de custos, eliminação de documentos, automação, rápido
acesso a informações estatísticas e agilização de procedimentos. O acesso ao SISCOMEX pode
ser efetuado a partir de qualquer ponto conectado à rede Serviço Federal de Processamento
de Dados (SERPRO) ou pela internet.
Em 4 de janeiro de 1993, a Receita Federal, com o apoio técnico do SERPRO, iniciou
a primeira etapa do projeto de informatização do comércio exterior brasileiro através da
implantação do SISCOMEX – Módulo Exportação e em 1º de janeiro de 1997, Módulo
Importação. Os módulos do SISCOMEX têm como principais usuários:

 Aduana: Auditor Fiscal da Receita Federal (AFRF), Tribunal Regional Federal


(TRF) e outros servidores aduaneiros;
 Secex, Bacen e anuentes: atuam no controle administrativos e cambial;
 Importador;
 Exportador;
 Depositário: responsável pelo Recinto Alfandegado (RA), fiel depositário das
cargas sob controle aduaneiro;
 Transportador: transportador de cargas do percurso internacional e/ou
transportador de trânsito aduaneiro.

1.2.1 Habilitação e Credenciamento

A habilitação da pessoa física responsável pela pessoa jurídica no Sistema Integrado


de Comércio Exterior (SISCOMEX), bem assim o credenciamento de representantes para a
prática de atividades relacionadas com o despacho aduaneiro observarão o disposto na
Instrução Normativa n. 650, de 12 de maio de 2006.
A pessoa física responsável pela pessoa jurídica perante o Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ) será igualmente responsável perante o SISCOMEX. Poderá ser também
habilitada como responsável perante o SISCOMEX pessoa distinta.
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1.3 Declaração de Importação (DI)

A Declaração de Importação (DI) é o documento de base encaminhado à alfândega,


através do SISCOMEX, com a finalidade de processar o despacho aduaneiro e comprovação
do pagamento dos impostos de importação e desembaraçar a carga para retirá-la do armazém
aduaneiro. A Declaração de Importação (DI) compreende o conjunto de informações de
natureza fiscal, comercial e financeira correspondentes a uma determinada operação de
importação e, também, o conjunto de informações específicas de cada mercadoria objeto da
importação (adição). A adição representa o conjunto de informações específicas das
mercadorias de uma Declaração de Importação (DI).

Figura 1 - Declaração de Importação (DI)


Fonte: http://migre.me/bgNhm

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1.4 Declaração Simplificada de Importação

Também podem ser processadas no Sicomex as Declarações Simplificadas de


Importação (DSI), utilizadas no despacho aduaneiro de bens:

 Importados por pessoa física, com ou sem cobertura cambial, em quantidade


e frequência que não caracterize destinação comercial, cujo valor não ultrapasse
US$ 3000,00 (três mil dólares dos Estados Unidos da América) ou equivalente em
outra moeda;
 Importados por pessoa jurídica, com ou sem cobertura cambial, cujo não
ultrapasse US$ 3000,00 (três mil dólares dos Estados Unidos da América) ou
equivalente em outra moeda;
 Recebidos, a título de doação, de governo ou organismo estrangeiro por órgão
ou entidade integrante da administração pública direta, autárquica ou fundacional,
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, ou instituição de assistência social;
 Submetidos ao regime de admissão temporária, com suspensão de tributos,
exceto nos casos de aplicação automática do regime;
 Reimportação no mesmo estado ou após conserto, reparo ou restauração no
exterior, em cumprimento do regime de exportação temporária;
 Que retornem ao País em virtude de não efetivação da venda no prazo
autorizado, quando enviados ao exterior em consignação; defeito técnico, para
reparo ou substituição; alteração nas normas aplicáveis à importação do país
importador; ou guerra ou calamidade pública;
 Contidos em remessa postal internacional cujo valor não ultrapasse US$ US$
3000,00 (três mil dólares dos Estados Unidos da América) ou equivalente em outra
moeda;
 Contidos em encomenda aérea internacional cujo valor não ultrapasse US$
3000,00 (três mil dólares dos Estados Unidos da América) ou equivalente em outra
moeda, transportada por empresa de transporte internacional expresso porta a
porta, a serem submetidos ao regime de admissão temporária , nas hipóteses de
que trata o item “d”; reimportados, na hipóteses de que trata o item “e”;ou a
serem objeto de reconhecimento de isenção ou de não incidência de impostos;
ou destinados a revenda;
 Integrantes de bagagem desacompanhada;
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 Importados para utilização na Zona Franca de Manaus (ZFM) com os benefícios
do Decreto-Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, quando submetidos a
despacho aduaneiro de internação para o restante do território nacional, até o
limite de US$ 3.000,00 (três mil dólares dos Estados Unidos da América) ou
equivalente em outra moeda;
 Industrializados na ZFM com benefícios do Decreto-Lei nº 288, de 1967,
quando submetidos a despacho aduaneiro de internação para o restante do
território nacional, até o limite de US$ 3.000,00 (três mil dólares dos Estados
Unidos da América) ou equivalente em outra moeda.

Serão utilizados os modelos impressos de formulários Declaração Simplificada de


Importação (DSI), Folha Suplementar e Demonstrativo de Cálculo dos Tributos instruídos com
os documentos próprios para cada caso, quando não for possível o acesso no Siscomex, em
virtude de problemas de ordem técnica, por mais de quatro horas consecutivas, desde que a
impossibilidade seja reconhecida pelo titular da unidade da SRF responsável pelo despacho
aduaneiro da mercadoria, no âmbito de sua jurisdição, ou quando se tratar do despacho
aduaneiro de:

 Amostras sem valor comercial;


 Livros, documentos, folhetos, periódicos, catálogos, manuais e publicações
semelhantes, inclusive gravados em meio magnético, importados sem cobertura
cambial e sem finalidade comercial, desde que não estejam sujeitos ao pagamento
de impostos;
 Bens importados ou industrializados na ZFM com os benefícios do Decreto-Lei
n. 288, de 1967, cujo valor não ultrapasse o limite de US$ 500.00(quinhentos
dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda,
submetidos a despacho aduaneiro de internação por pessoa física;
 Veículos de viajantes residentes no exterior, que ingressem no território
nacional por via terrestre e por seus próprios meios, a serem submetidos ao
regime especial de admissão temporária;
 Outros bens importados por pessoa física sem cobertura cambial e sem
finalidade comercial, de valor não superior a US$ 500.00 (quinhentos dólares dos
Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda, quando não
estiverem sujeitos ao pagamento de impostos;

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 Bens importados por missão diplomática, repartição consular de carreira e de
caráter permanente, representação de organismo internacional de que o Brasil
faça parte ou delegação acreditada junto ao Governo Brasileiro, bem assim por
seus respectivos integrantes, funcionários, peritos ou técnicos;
 Órgãos e tecidos humanos para transplante;
 Animais de vida doméstica, sem cobertura cambial e sem finalidade comercial.

1.4.1 Retificação da Declaração de Importação

A retificação de informações prestadas na declaração, ou a inclusão de outras, ainda


que por exigência da autoridade aduaneira, será feita pelo importador, diretamente no
Sistema. Na hipótese da mercadoria já ter sido desembaraçada, a eventual retificação deverá
ser solicitada à fiscalização.
No caso de retificação de DI que implique recolhimento complementar dos impostos
devidos, o desembaraço aduaneiro da mercadoria fica subordinado à comprovação, por
intermédio de consulta ao Sistema de Informações da Arrecadação Federal (SINAL) do
respectivo recolhimento.

1.5 Comprovante de Importação

O comprovante de importação é um resumo das informações registradas na LI ou DI,


emitido pelo importador através do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX).
Esse documento serve como forma de comprovar a nacionalização da mercadoria (ver
modelo abaixo).

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Figura 2 – Comprovante de Importação

Fonte: http://migre.me/bc5jl

Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 1 e a


Atividade 1.1.

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UNIDADE 2

TRATAMENTO TRIBUTÁRIO NA IMPORTAÇÃO

OBJETIVO DA UNIDADE: Compreender o tratamento tributário na importação de


bens.

Nas importações o tratamento tributário é determinado por um conjunto de impostos,


começando pelo imposto de importação, mas compreende outros da esfera federal, estadual
e até municipal.
O Regime Tributário das Importações no Brasil não compreende somente o Imposto
de Importação (II), tributo este que incide na entrada de mercadorias estrangeiras no
território aduaneiro. Compreende, outrossim, a imposição de outros tributos que, apesar de
não terem como fato gerador a entrada de mercadorias no País, assim entendido o registro
da DI, acabam por onerar a operação de importação.

Fonte: http://migre.me/bc4Nt

2.1 Imposto de Importação (II)

A alíquota do Imposto de Importação tem por base a Tarifa Externa Comum (TEC) do
Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). O Imposto de Importação (II) incide sobre mercadoria
estrangeira, bem como sobre bagagem de viajante e bens enviados como presente ou
amostra, ou a título gratuito. Para fins de incidência do imposto, considera-se estrangeira a
mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retorne ao país, salvo se:

 Enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado;


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 Devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição;
 Por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país
importador;
 Por motivo de guerra ou calamidade pública;
 Por outros motivos alheios à vontade do exportador.
O II não incide sobre:
 Mercadoria estrangeira que, corretamente descrita nos documentos de
transporte, chegar ao País por erro inequívoco ou comprovado de expedição,
e que for redestinada ou devolvida para o exterior;
 Mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e que se destine
a reposição de outra anteriormente importada que se tenha revelado, após o
desembaraço aduaneiro, defeituosa ou imprestável para o fim a que se
destinava, desde que observada a regulamentação editada pelo Ministério da
Fazenda;
 Mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de perdimento;
 Mercadoria estrangeira devolvida para o exterior antes do registro da
declaração de importação, observada a regulamentação editada pelo Ministério
da Fazenda;
 Embarcações construídas no Brasil e transferidas por matriz de empresa
brasileira de navegação para subsidiária integral no exterior, que retornem ao
registro brasileiro, como propriedade da mesma empresa nacional de origem;
 Mercadoria estrangeira avariada ou que se revele imprestável para os fins a
que se destinava, desde que seja destruída sob controle aduaneiro, antes do
desembaraço aduaneiro, sem ônus para a Fazenda Nacional; e
 Mercadoria estrangeira em trânsito aduaneiro de passagem, acidentalmente
destruída.

2.1.1 Fato Gerador


O fato gerador do Imposto de Importação é a entrada de mercadoria estrangeira no
território aduaneiro. Para efeito do cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador
na data do registro da Declaração de Importação de mercadoria despachada para consumo
ou, nos casos previstos em lei, no dia do lançamento do correspondente crédito tributário.
Não constitui fato gerador do imposto a entrada no território aduaneiro:

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 Do pescado capturado fora das águas territoriais do País, por empresa
localizada no seu território, desde que satisfeitas as exigências que regulam a
atividade pesqueira; e
 De mercadoria à qual tenha sido aplicado o regime de exportação temporária,
ainda que descumprido o regime.

A taxa de câmbio utilizada para a conversão do valor da mercadoria expresso em


moeda estrangeira para a moeda nacional (para efeito de cálculo dos tributos incidentes na
importação) é aquela vigente na data em que se considerar ocorrido o fato gerador. Esta taxa
é diariamente disponibilizada no Siscomex, e é fixada com base no fechamento do dia anterior
da cotação de venda da respectiva moeda.
Em relação à alíquota do Imposto de Importação, a legislação brasileira prevê a
utilização de alíquota específica, ad valorem, ou a conjugação de ambas. A alíquota específica
é um valor fixo aplicado por unidade de medida da mercadoria. As alíquotas do Imposto de
Importação constam da TEC/NCM. Atualmente, prevalece a utilização da alíquota ad valorem,
não existindo determinação de aplicação de alíquotas específicas na TEC.

2.1.2 Base de Cálculo


A base de cálculo do imposto, ou seja, o valor sobre o qual é aplicada a alíquota
visando determinar o valor do imposto é:

Quando a alíquota for Quando a alíquota for “ad


específica, a quantidade de valorem”, o valor aduaneiro
mercadoria expressa na apurado segundo normas do
unidade de medida indicada artigo VII do Acordo Geral
na tarifa. sobre Tarifas Aduaneiras e
Comércio (GATT).

O preço do produto adquirido em


licitação

Fonte: Adaptado de Ratti (2004, p. 383)

Para efeito de cálculo do Imposto de Importação, os valores expressos em moeda


estrangeira serão convertidos em moeda nacional. A taxa de câmbio para essa conversão
(também conhecida como “valor fiscal” da moeda) do valor aduaneiro é fixada com base na
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cotação diária para a venda da respectiva moeda e produz efeitos no dia subsequente
(Portaria MF nº 6, de 25/01/99, do Ministério da Fazenda). A taxa de câmbio citado é obtida
mediante acesso ao Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX).

2.2 “Ex-Tarifário”

A redução da alíquota do Imposto de Importação de bens de capital, de informática e


de telecomunicação, assim como de suas partes, peças e componentes, sem produção
nacional, assinalados na Tarifa Externa Comum (TEC) como “BK” ou “BIT”, poderão ser
concedidas na condição de “Ex-Tarifário”, observando-se os procedimentos indicados a
seguir:
Ao final de cada semestre, até o último dia útil dos meses de junho e dezembro será
publicada Resolução Camex, contendo a relação de “Ex-Tarifários” aprovados. Com vistas a
proporcionar maior previsibilidade aos investimentos, as listas aprovadas terão vigência de 2
(dois) anos, sendo vedada a exclusão de bens no decorrer deste período.
Os pleitos da redução de imposto de importação para bens de capital, de informática
e de telecomunicações, deverão ser dirigidos ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior e apresentados em 2 (duas) vias originais, em papel timbrado da empresa
ou associação de classe, não se admitindo a utilização de fax, telegrama ou semelhantes,
sendo que cada requerimento deve se referir a um único produto.
Os documentos que instruírem o pleito de redução tarifária, não escritos no idioma
português, deverão estar acompanhados de tradução. Os requerimentos deverão conter as
informações a seguir indicadas:
I – Da entidade de classe ou empresa:
a) Razão Social;
b) CNPJ;
c) Pessoa para contato;
d) Telefone/fax/ e-mail e endereço.
II – Dos produtos:
a) Código da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).
b) Sugestão de descrição, utilizando o padrão da NCM, sem incluir marca
comercial, modelo ou tipo de equipamento ou procedência do mesmo.
c) Especificações técnicas detalhadas, descrição do funcionamento e informações
necessárias nos termos da regulamentação estabelecida pela SRF, acompanhadas
de catálogos técnicos originais e/ou literatura pertinente.

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- quando o bem se apresentar em único corpo e possuir mais de uma função,
detalhar a função principal e as demais funções;
- quando o bem se apresentar em vários corpos, especificar a função do
conjunto, bem assim a função de cada corpo e como tais corpos estão
integrados, observado o disposto no item anterior.
III – Da previsão de importação:
a) Previsão do valor FOB (Free on Board- ver anexo referente aos Inconterms)
unitário do produto em dólares dos Estados Unidos em US$.
b) Quantidade de produtos a serem importadas.
c) Data prevista de embarque a serem importadas.
d) Previsão de chegada em portos brasileiros.
IV – Dos investimentos:
a) Objetivos específicos do projeto, tais como, destinação a exportação,
substituição de importações e melhoria da infraestrutura
b) Investimentos globais vinculados ao pedido em US$.
c) Investimentos em bens importados em US$.
d) Investimentos em bens nacionais em R$.

Fonte: http://migre.me/bWGnC

Após exame preliminar da documentação, a Secretaria de Desenvolvimento da


Produção, deverá encaminhar o processo contendo 1 (uma) via original do pleito a Secretaria
da Receita Federal (SRF), para o exame da classificação tarifária e de adequação da
nomenclatura. O encaminhamento deverá ser realizado tão logo esteja concluído o exame
preliminar da documentação apresentada dentro do prazo de dez dias úteis contados a partir
do dia de protocolização do pedido.
A SRF apresentará, no prazo de 30 dias do recebimento da documentação, a avaliação
do pedido informando:
 Classificação fiscal do ex-tarifário e a respectiva proposta de descrição, ou,

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 A impossibilidade de classificação por insuficiência de informações.
Os pedidos que se enquadrem na situação prevista na letra “b” anterior, poderão ter
suas informações complementadas, observados os prazos previstos pela Câmara de Comércio
Exterior (Camex).
Os pedidos apresentados até 30 de março serão analisados com vistas à publicada em
junho e, os encaminhados até 30 de setembro, serão analisados para inclusão na relação a
ser publicada em dezembro.
A análise dos pedidos será realizada por um comitê a ser instituído no âmbito do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que levará em conta
em sua recomendação final, além da inexistência de produção nacional, entre outros, os
seguintes aspectos:
 Compromissos dos Fóruns de Competitividade das Cadeias Produtivas do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
 Política para o desenvolvimento da produção do setor a que pertence a
entidade ou empresa solicitante;
 Impactos sobre a exportação e substituição competitiva de importações;
 Absorção de novas tecnologias; e
 Investimento em melhoria de infraestrutura.
Para verificação de inexistência de produção nacional o Comitê poderá:
 Acatar atestado de comprovação de inexistência de produção nacional, para o
produto solicitado, emitido por entidade idônea e qualificada para emitir laudos
desta natureza;
 Quando considerar necessário para a verificação de existência de produção
nacional, realizar consultas aos fabricantes nacionais de bens de capital,
informática e telecomunicações, ou às suas entidades representativas,
estabelecendo prazo de até 15 (quinze) dias corridos para a resposta e alertando
aos interessados que, na ausência de manifestação, poderá ser considerado
atendido o requisito de inexistência de produção nacional;
 Recorrer a mecanismo de consulta pública com vistas a reunir subsídios para
o exame de inexistência de produção nacional;
 Solicitar a apresentação de Laudo Técnico ao Instituto de Pesquisa
Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A (IPT), na hipótese de divergência quanto
à existência de produção nacional.

O comitê encaminhará à Secretaria Executiva da Camex, até o último dia útil dos
meses de maio e de novembro, as recomendações para a concessão de “Ex-Tarifário”,

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acompanhadas de proposta de Resolução Camex. A recomendação será apreciada na primeira
união do Comitê Executivo da Camex, realizada após o seu recebimento pela Secretaria
Executiva.

2.3 Valor Aduaneiro

Segundo Ratti (2004, p. 383):

[...] a partir de 23/07/1986 o valor aduaneiro a ser tomado como base de


cálculo do Imposto de Importação passou a ser determinado conforme os
termos do Acordo sobre a Implementação do artigo VII do Acordo Geral de
Tarifas e Comércio (GATT), mais conhecido por Acordo de Valoração
Aduaneira (Decreto nº 92.930, de 16/07/1986), hoje regulamentado pelo
Decreto nº 1.355, de 30/12/1994, que promulga a ata final dos resultados
da Rodada Uruguai do GATT.

O valor aduaneiro será determinado pela aplicação de métodos dispostos no quadro


3, previstos no Acordo de Valoração Aduaneira:

Quadro 3 – Valor Aduaneiro disposto em métodos

 primeiro método: valor de transação da mercadoria importada (artigo 1º


do Acordo);
 segundo método: valor de transação de mercadoria importada idêntica à
mercadoria objeto do despacho (artigo 2º do Acordo);
 terceiro método: valor de transação de mercadoria importada similar à
mercadoria objeto do despacho (artigo 3º do Acordo);
 quarto método: valor de revenda de mercadoria importada (artigo 5º do
Acordo);
 quinto método: valor computado da mercadoria importada (artigo 6º do
Acordo);
 sexto método: valor baseado em critérios razoáveis condizentes com os
princípios e disposições gerais do Acordo de Valoração Aduaneira e com o
artigo VII do GATT e em dados disponíveis no País (artigo 7º do Acordo).
Os métodos deverão ser obrigatoriamente aplicados na ordem exposta.
Fonte: Adaptado de Ratti (2004, p. 383)

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2.4 Imposto sobre Produtos Industrializados

Bizelli e Barbosa (2001, p. 123) destacam que “o imposto incide sobre operações com
produtos industrializados, e tem como fato gerador, entre outras hipóteses, o desembaraço
aduaneiro daqueles produtos de procedência estrangeira”.
Os autores ainda complementam que:

Salvo disposição especial do regulamento (RIPI), o imposto será calculado


mediante a aplicação de alíquota do produto, constante da Tabela de
Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), sobre o valor
que servir ou que servirá de base para cálculo do tributo aduaneiro, por
ocasião do despacho de importação, acrescido do montante desse tributo e
dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis.
Aplicam-se ao pagamento do IPI os mesmos procedimentos estabelecidos
para o débito em conta do Imposto de Importação apurados por ocasião do
registro da DI (Ibidem).

2.4.1 Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM)


Bizelli e Barbosa (2001, p.124) consideram que “o AFRMM se constitui em um dos
recursos do Fundo da Marinha Mercante destinado a prover a renovação, ampliação e
recuperação da frota mercante nacional, objetivando o atendimento das reais necessidades
do transporte marítimo”.
De acordo com o Decreto-Lei n. 2.404, de 23/12/87, alterado pela Lei n. 8.032, de
12/04/90, o AFRMM, no que concerne à importação, é um adicional calculado sobre o frete,
à razão de 25% (vinte e cinco por cento), pelo transporte de qualquer carga na entrada em
porto nacional de descarga, na navegação de longo curso, ressalvadas as isenções previstas
em lei.
Quando o frete estiver expresso em moeda estrangeira, a conversão será feita com
base na mesma taxa empregada para cálculo e o pagamento do Imposto de Importação e do
IPI.
Considera-se como frete, para fins de cálculo do adicional, a remuneração do
transporte mercante porto a porto, incluídas as despesas portuárias com a manipulação de
carga constantes do Conhecimento de Embarque anteriores e posteriores a esse transporte,
bem como outras despesas de qualquer natureza que constituam parcelas adicionais
acessórias. Quando não houver cobrança de frete, o AFRMM será calculado de acordo com
normas gerais a serem estabelecidas pelo órgão competente.
Por último, vale dizer que o AFRMM será recolhido pelo consignatário da mercadoria
transportada, ou por seu representante legal, ambos devidamente identificados pelo número
de inscrição no CNPJ ou no CPF, em agência do banco recolhedor, ficando a liberação do

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conhecimento de embarque condicionado à apresentação do documento de arrecadação
autenticado, ou ao recolhimento de sua desoneração.

2.5 Imposto Sobre Serviços (ISS)

Imposto municipal, incidente sobre a prestação de serviços de qualquer natureza,


especificados na lista anexa à Lei Complementar 116/03. O valor é apurado fazendo-se incidir
a alíquota do imposto sobre o valor da armazenagem e capatazia. Incide somente quando o
transporte for via marítima à alíquota de 5%.
 Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) – Incide na importação, as
operações de câmbio estão isentas de taxação, para o pagamento de bens
importados.
 Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação
do Patrimônio do Servidor Público (PIS-PASEP) - Incide na importação
de produtos estrangeiros ou serviços do exterior.
 Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social
(COFINS) - Incide na importação de produtos estrangeiros ou serviços do
exterior.

Antes de continuar seu estudo, realize a Atividade 2.1.

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UNIDADE 3

NOÇÕES CAMBIAIS

OBJETIVO DA UNIDADE: Conhecer as noções cambiais e entender a dinâmica do


câmbio na importação.

A compra e venda de moedas estrangeiras no Brasil não é livre. Ao contrário, o


mercado cambial é monopolizado pelo Banco Central e operado por estabelecimentos
autorizados, por aquele órgão, a operar em câmbio.
Segundo Bizelli e Barbosa (2001, p. 49):

Essas operações de compra e venda de moedas estrangeiras, realizadas


entre uma pessoa ou empresa e um estabelecimento autorizado a operar em
câmbio são formalizadas através de um contrato de Câmbio, conforme
modelo próprio e de acordo com as normas estabelecidas pelo Banco Central.

No que concerne às importações brasileiras, estas podem ser com ou sem cobertura
cambial. Nesses casos, deve-se entender como cobertura cambial o pagamento ao exterior
do preço da mercadoria, mediante contratação de câmbio. Inversamente, nas operações
conduzidas sem cobertura cambial, não há pagamento da mercadoria ao exterior, ou, se
houver, este é feito em moeda nacional quando autorizado.

3.1 Importação sem Cobertura Cambial

Nas operações de importação conduzidas sem cobertura cambial inexiste contratação


de câmbio, uma vez que, como vimos, não haverá necessidade de aquisição de moeda
estrangeira.
Não obstante, algumas operações dessa natureza podem envolver a transferência de
divisas para o exterior em pagamento de algum ônus relativo à posse e/ou uso da mercadoria
importada. Nestas hipóteses, a importação não perde sua característica de ser sem cobertura
cambial, tendo em vista que a transferência de divisas para o exterior não se dá em
pagamento da mercadoria; não ocorre a compra desta. De tal sorte que o Contrato de Câmbio
utilizado para essas remessas não é o de Importação, mas sim o de Transferência Financeira.
Desta forma, sob o ponto de vista cambial, as importações sem coberturas dividem-
se em dois grupos como é destacado no quadro 4:

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Quadro 4 – Importações sem cobertura

a) Sem ônus cambial:


 como investimento estrangeiro;
 como doação;
 como empréstimo;
 para teste ou demonstração.

b) Com ônus cambial (em caráter temporário):


 aluguel;
 empréstimo a título oneroso;
 arrendamento mercantil (leasing);
 importação em moeda nacional.
Fonte: Adaptado de Bizelli e Barbosa (2001, p. 50)

Algumas destas operações, por envolver análises específicas do Banco Central,


necessitam do Registro de Operações Financeiras (ROF), que podem ser obtidos através do
Siscomex.
Complementarmente, deve-se notar que determinadas operações de importação,
conduzidas sem cobertura cambial – por exemplo: mercadorias importadas destinadas a
entreposto aduaneiro – poderão, posteriormente, assumir a característica de importação com
cobertura cambial, na hipótese de vir ser adquirida a propriedade da mercadoria
(nacionalização), quando terá lugar a respectiva cobertura.

3.2 Importação com Cobertura Cambial

São passíveis de remessa ao exterior, em benefício do legítimo credor externo, os


valores faturados que estejam rigorosamente nas condições estabelecidas no Incoterm da
operação de importação, ou seja, apropriados no valor unitário da mercadoria na condição de
venda.
De acordo com as normas em vigor, o pagamento de importações pode ser à vista ou
a prazo. As importações de mercadorias com prazo de pagamento superior a 360 (trezentos
e sessenta) dias sujeitam-se a registro no Banco Central, enquanto que o pagamento das
importações brasileiras a prazos inferiores implica na indicação, na própria Declaração de
Importação, do esquema de pagamento respectivo e demais condições pactuadas.

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É admitida a remessa de juros sobre importações financiadas com prazo de
pagamento de até 360 (trezentos e sessenta) dias, livremente pactuadas entre as partes,
observados padrões de razoabilidade aferidos pelas práticas internacionais. As respectivas
operações de câmbio devem ser celebradas na mesma moeda do financiamento, mediante a
apresentação dos seguintes documentos:
 Aviso de cobrança ou documento equivalente, em que constem o valor a ser
remetido, a data do início e do término do período de incidência dos juros, a taxa
aplicada, a margem adicional – spread – e o valor base para cálculo;
 Cópia do CI relativo à operação objeto do financiamento;
 Aviso de desembolso da entidade credora, nos casos de financiamentos
concedidos por instituições do exterior;
 Comprovante de pagamento do imposto de renda ou da isenção
expressamente reconhecida pela autoridade competente.

A contagem de prazos e o início do período de contagem de juros nas importações


com pagamento até 360 dias (trezentos e sessenta) dias, não pode ser anterior à data:
 Do embarque, no caso de mercadorias importadas diretamente do exterior em
caráter definitivo;
 Da nacionalização, nos casos de mercadorias ingressadas sob regime
aduaneiro especial ou atípico, e que tenham sido posteriormente objeto de
despacho para consumo;
 Do desembolso, nos casos de financiamentos concedidos por instituições do
exterior.

Nas importações financiadas por prazo superior a 360 (trezentos e sessenta) dias para
fins de reembolso do principal e juros deve ser contado a partir da data de quaisquer dos
eventos:
 Embarque;
 Consolidação de datas dos embarques;
 Último embarque;
 Equipamento instalado, testado ou pronto para funcionar;
 Nacionalização;
 Desembolso;
 Prestação de serviço; ou
 Ingresso de recursos (para os valores destinados à cobertura de custos locais).

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O pagamento das importações brasileiras deve ser processado em estrita consonância
com os dados da operação comercial a que se vinculam indicados na documentação
pertinente, inclusive aquelas informações prestadas na Declaração de Importação (DI),
exclusivamente em banco autorizado a operar em câmbio mediante a celebração do
respectivo contrato de câmbio e podem ser celebradas para liquidação pronta ou futura. O
prazo máximo admitido entre a contratação e a liquidação das operações é de 360(trezentos
e sessenta) dias, limitado à data de vencimento da obrigação no exterior.
As operações liquidáveis em prazo superior a 360 (trezentos e sessenta) dias, contado
da data de embarque da mercadoria, subordinam-se ao registro declaratório eletrônico,
módulo Registro de Operação Financeira (ROF). Este procedimento se aplica às importações
financiadas, mediante financiamento direto ao importador pelo fornecedor do bem ou por
outro financiador, ou concessão de linhas de crédito a bancos autorizados a operar em
câmbio, sediados no País, para financiamento de importadores com prazos de pagamento
superiores a 360 (trezentos e sessenta) dias.
Verificando-se alteração nas condições do financiamento que implique cobrança de
juros por período superior a 360 (trezentos e sessenta) dias, a operação fica sujeita ao ROF.
Vale mencionar que o ROF ainda é necessário para:

Arrendamento mercantil externo (leasing), com prazo de pagamento


superior a 360 (trezentos e sessenta) dias.

Importação de bens sem cobertura cambial, destinados à integralização de


capital de empresas brasileiras.

Arrendamento simples, aluguel de equipamentos e afretamento de


embarcações, contratados com não residentes sem operação de compra,
com prazo de pagamento superior a 360 (trezentos e sessenta) dias.

Fonte: Elaboração Própria

3.3 Classificação das Importações

Para efeito de aplicações das normas regulamentares e da tramitação administrativa,


as importações brasileiras, em termos de classificação, estão assim agrupadas:

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Quadro 5 – Classificação das Importações Brasileiras

a) Importações Permitidas
 Licenciamento Automático de Importação
- algumas com procedimentos especiais
 Licenciamento Não Automático de Importação
- Antes do Despacho Aduaneiro
- Antes do Embarque da Mercadoria no Exterior
b) Importações Não Permitidas
 Proibidas por país:
 Proibidas por Mercadoria

Fonte: Bizelli e Barbosa (2001, p. 93)

3.3.1 Importações Permitidas

a) Licenciamento Automático
Como regral geral, as importações brasileiras, estão sujeitas ao Licenciamento de
Importação que deverá ser obtido de forma automática, após a chegada da mercadoria no
País.
As informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal deverão ser
prestadas no Siscomex em conjunto com os dados exigidos para a formulação da Declaração
de Importação, para fins de despacho aduaneiro da mercadoria.
Deve ser observado, entretanto que alguns produtos e/ou operações sujeitam-se
ainda a procedimentos especiais que deverão ser observados até o desembaraço aduaneiro
respectivo. Entre eles destacam-se:
 exigências zoo-sanitárias e/ou sanitárias estabelecidas pelo Ministério da
Agricultura e Abastecimento para “Carnes e Miudezas Comestíveis”, “Peixes,
Crustáceos, Moluscos e Outros Invertebrados Aquáticos”, “Leite, Laticínios,
Ovos e Mel Natural” “Outros produtos de Origem Animal”, “Frutas”, “Bebidas”
e Vários Outros Produtos de Origem Animal ou Vegetal;
 exigências ecológicas estabelecidas pelo Ibama para Borracha Natural,
Sintética ou Artificial”;
 números do registro da empresa e/ou produto junto ao órgão competente para
“Amianto”, “Defensivos Agrícolas”, “Produtos Farmacêuticos”, “Perfumes, e

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outros Produtos de Perfumarias e Cosméticos” e “Produtos Correlatos da Área
Médico-Hospitalar”.

b) Licenciamento Não Automático (LI)


Nas importações sujeitas ao Licenciamento Não Automático (LI), o importador,
diretamente ou por intermédio de agentes credenciados, deverá prestar as informações de
natureza comercial, financeira, cambial e fiscal, previamente ao embarque da mercadoria no
exterior, ou antes do despacho aduaneiro, conforme o caso.
- Antes do Despacho Aduaneiro: Nas situações a seguir indicadas, o Licenciamento
Não Automático poderá ser efetuado anteriormente ao despacho aduaneiro, exceto para os
produtos que dependem, pelas suas características peculiares, de anuência prévia de
importação relacionada em atos específicos:

Fonte: Elaboração Própria

- Antes do Embarque da Mercadoria no Exterior: Quando se tratar de mercadoria


ou operação de importação que pelas suas características peculiares estejam sujeitas a
controles especiais do órgão licenciador (Secex) ou dos demais órgãos federais que atuem
como anuentes do seu embarque no exterior. Existem operações sujeitas ao LI antes do

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embarque. As condições gerais de comercialização são sujeitas a cota (tarifária e não tarifária)
e de similaridade, exceto:
 bagagem de viajantes;
 comercializações realizadas por missões diplomáticas e repartições consulares
de caráter permanente e seus integrantes;
 comercializações efetuadas por representações de órgãos internacionais de
caráter permanente de que o Brasil seja membro, e seus funcionários, peritos,
técnicos e consultores, estrangeiros;
 remessas postais internacionais, sem valor comercial;
 os materiais de reposição e conserto para uso em embarcações ou aeronaves,
estrangeiras;
 partes, peças, acessórios, ferramentas e utensílios destinados ao reparo ou
manutenção de aparelho, instrumento ou máquina de procedência estrangeira,
instalados em aeronaves e embarcações.
São ainda condições gerais de comercialização:
- materiais usados;
- importações com redução da alíquota de imposto de importação decorrente de “Ex”-
tarifário;
- sem cobertura cambial de:
 CD ROM que contenha obra audiovisual;
 amostra sem valor comercial, matérias-primas, insumos e produtos acabados,
em quantidade estritamente necessária para dar a conhecer sua natureza, espécie
e qualidade, de valor superior a US$ 1000.00;
 donativos;
 substituição de mercadorias;
 arrendamento mercantil (leasing);
 arrendamento operacional simples (aluguel) e afretamento;
 investimento de capitais estrangeiros;
 operações em reais;
 admissão temporária de obras audiovisuais;
- importações originárias do Iraque.
Em relação aos produtos que necessitam observar esta regra destacam-se:
- substâncias e produtos capazes de provocar modificações nas funções nervosas
superiores;

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- entorpecentes, psicotrópicos ou substâncias causadoras de dependência física, bem
como produtos destinados à sua síntese;
- produtos destinados à pesquisa clínica humana ou veterinária;
- armas e munições, pólvora, explosivos e semelhantes, agentes químicos de guerra,
lançamento de detecção de minas, bem como quaisquer outros destinados à sua produção
ou com utilização bélica;
- produtos radioativos e compostos de metais das terras raras;
- petróleo bruto, seus derivados ou outros derivados de petróleo;
- soro anti-hemofílico, medicamento com plasma e sangue humano;
- produtos que prejudicam o meio ambiente, como por exemplo, “Clorofluorcarbonos
(CFC) e outros que o contenham”;
- peles e couros de animais silvestres, bem como suas confecções ou peleterias;
- máquinas de franquear correspondência ou de venda de selos postais, bem como
suas partes e peças;
- aeronaves, aparelhos espaciais e suas partes e peças, bem como outros aparelhos
para uso em aeronáutica;
- produtos sujeitos a controle específico de preço ou prazo de pagamento.

Os órgãos anuentes poderão autorizar diretamente no Siscomex o Licenciamento Não


Automático, anteriormente ao despacho aduaneiro para os produtos sujeitos a esse tipo de
licenciamento anteriormente ao embarque da mercadoria no exterior, principalmente quando
a exigência for estabelecida após o efetivo embarque do produto.
Os órgãos anuentes poderão autorizar, via Siscomex, o Licenciamento Automático de
operações relativas a produtos relacionados com sujeitos a Licenciamento Não Automático.

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Fonte: http://migre.me/bWGcz

3.4 Processamento do Licenciamento Não Automático (LI)

Todas as importações estão sujeitas a licenciamento. De modo geral, o licenciamento


das importações ocorrerá de forma automática, efetuada pelo próprio sistema, no momento
da formulação da Declaração de Importação.
Quando se tratar de mercadoria ou operação de importação sujeita a controles
especiais do órgão licenciador (Secex) ou dos demais órgãos federais que atuem como
anuentes, a importação estará sujeita ao Licenciamento Não Automático (LI).
O LI será formulado em microcomputador, sem que este esteja conectado ao
computador central (off-line). Nesta fase já serão feitas validações quanto ao seu
preenchimento irregular dos campos em relação a dígitos e letras. Para importações de
mesma natureza, a composição de um novo LI a partir de outro anteriormente preenchido e
armazenado no equipamento do importador, minimiza a quantidade de erros facilitando sua
formulação.

3.5 Registro de Operações Financeiras (ROF)

O registro no ROF de cada operação deve ser providenciado com anterioridade à


Declaração de Importação (DI), mediante declaração do importador ou arrendatário, por meio
das transações do Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen), sendo necessário
informar:

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 Os participantes da operação (devedor, fornecedor, financiador, arrendador,
garantidor e assemelhados);
 As condições financeiras e o prazo de pagamento, do principal, juros e
encargos;
 Dados da manifestação do credor ou do documento em que constem as
condições da operação, além de manifestação do garantidor se houver;
 Demais dados requeridos nas telas da transação.

As condições financeiras podem ser aprovadas de forma automática ou direcionadas


para análise das Delegacias Regionais do Banco Central, que indicarão, via sistema, os ajustes
necessários à aprovação. Não havendo manifestação no Sisbacen, no prazo de 5 (cinco) dias
úteis, as operações serão aprovadas automaticamente, nas condições inicialmente
informadas.
As operações envolvendo entidades do setor público federal, estadual e municipal,
sujeitas ao prévio credenciamento de que trata o Decreto n. 93.872, de 23/12/86, serão
direcionadas, pelo sistema, para o Departamento de Capitais Estrangeiros (FIRCE),
responsável pela inclusão no ROF, de carta de credenciamento, evento indispensável ao início
de negociações para contratação das operações.
As operações envolvendo organismos internacionais ou agências governamentais
como credores ou garantidores estão sujeitas à prévia manifestação do FIRCE, que incluirá
no ROF evento específico.
O prazo de validade de cada ROF aprovado é de 180 (cento e oitenta) dias, após o
qual, não havendo ingresso de bens, de recursos, ou a contratação de serviços, será
cancelado automaticamente. Quando se tratar de importações financiadas amparadas em
linhas de crédito ou de outra operação cuja efetivação venha a ocorrer em prazo superior,
deve ser preenchido o “Cronograma de Desembolso”.

3.6 Remessas e Transferências

Após o desembaraço alfandegário o importador ou arrendatário deve efetuar o registro


do esquema de pagamento no ROF, indispensável para a efetivação das remessas de
principal, juros e encargos ao exterior. Desde que obtido o ROF aprovado, podem ser
realizadas, sem registro do esquema de pagamento, as seguintes remessas para o exterior:
 Valor antecipado e à vista;

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 Valores referentes ao depósito de garantia, nas operações de arrendamento
mercantil externo e de arrendamento simples, aluguel de equipamentos e
afretamento de embarcações;
 Outros encargos cuja previsão de pagamento seja anterior ao desembaraço
das mercadorias.
As remessas são processadas pelos titulares do ROF, por meio de bancos autorizados
a operar em câmbio, correspondendo, a cada remessa, fechamento de câmbio distinto,
obedecidas as condições estabelecidas no ROF ou nos seus esquemas de pagamento. As
operações do ROF, pelo FIRCE, restringem-se às condições financeiras e não elimina a
obrigatoriedade do cumprimento dos demais requisitos legais, exigidos para a modalidade da
operação contratada. Constatada irregularidade a qualquer tempo, não elimina
responsabilidade que possam ser apuradas pelo Banco Central e abrange todas as partes
envolvidas na operação.
As operações de financiamento de importação realizadas mediante linhas de crédito
com prazos superiores a 360 (trezentos e sessenta) dias devem ser registradas no ROF pelo
banco titular autorizado, na qualidade de devedor, e dos desembolsos efetuados pelo
banqueiro concedente da linha de crédito serão registrados após o desembaraço alfandegário,
mediante a emissão de esquema de pagamento para cada importador.
Para obtenção do ROF aprovado das operações de arrendamento mercantil, de
arrendamento simples, aluguel de equipamentos e afretamento de embarcações, é
indispensável a indicação do número do LI registrado pela Secex/Decex.
No ROF de importação de bens sem cobertura cambial destinado à integralização de
capital de empresas brasileiras, devem ser informados dados da manifestação do investidor
e da fatura do bem e outros solicitados nas telas da transação, implicando assumir o
compromisso de incorporação do bem ao ativo da empresa e sua manutenção pelo prazo
mínimo de 5 (cinco) anos, permitindo a fiscalização na forma de legislação em vigor. Após o
desembaraço da mercadoria, o interessado deve solicitar o registro do investimento ao Banco
Central.

3.7 Câmbio Simplificado

Os bancos autorizados podem dar curso à operação de câmbio simplificado em


pagamentos de mercadorias desembaraçadas por meio de Declaração Simplificada de
Importação (DSI) registrada no Siscomex, limitadas, por contrato de câmbio, a US$ 10.000,00

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(dez mil dólares dos Estados Unidos) ou seu equivalente em outras moedas, mesmo no caso
de pagamento de mais de uma DSI. Estas operações estão dispensadas de vinculação à DSI.

Fonte: http://migre.me/bWGyw

A formalização das operações ocorre mediante a assinatura de boleto, por parte do


importador; o registro das operações do Sisbacen, pelos bancos, gera, forma automática,
para cada boleto registrado, um contrato de câmbio de importação.
A negociação da moeda estrangeira, pelo importador, pode ocorrer até 90 dias antes
ou até 90 dias após o registro da DSI no Siscomex, não sendo passíveis de alteração,
cancelamento ou baixa. A sua realização implica, cumulativamente, para o computador da
moeda estrangeira na:
 Assunção da responsabilidade, para todos os efeitos legais e regulamentares,
pela legitimidade da operação e dos seus documentos; e
 na obrigatoriedade, no caso de pagamento efetuado anteriormente a data de
registro da DSI, de obtenção de Licença Simplificada de Importação (LSI), nas
situações em que ela seja exigida anteriormente ao embarque da mercadoria
no exterior.
Deve, o comprador da moeda estrangeira, manter os documentos que respaldam a
operação de câmbio, pelo prazo de cinco anos, contado do término do exercício em que tenha
ocorrido a sua contratação, bem como ao banco vendedor da moeda estrangeira manter, pelo
mesmo período, em seu poder o boleto da operação, para apresentação ao BCB, quando
solicitado. A utilização inadequada desta sistemática sujeita o comprador da moeda
estrangeira a suspensão da possibilidade de utilizar-se do mecanismo de câmbio simplificado,
além das penalidades previstas nas normas em vigor.
Os pagamentos de mercadorias ingressadas no País ao amparo de DSI registrada no
Siscomex podem também ser conduzidos mediante utilização de cartão de crédito
internacional emitido no País.

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3.8 Cartões de Crédito Internacionais

É admitida a utilização de cartões de crédito emitidos no Brasil em favor de pessoas


físicas (cartão pessoal) ou jurídicas (cartão empresarial) resididas ou domiciliadas no País,
observando o limite de crédito estabelecido para cada cliente pela administradora do cartão,
na cobertura de despesas no exterior. Além de outros gastos, podem referir-se a aquisição
de bens de serviços, desde que não configurem operações sujeitas a regulamentação
específica tais como: importação sujeita ao registro no Siscomex e desembaraçada ao amparo
de Declaração de Importação (DI), investimento no exterior e transações.

Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 2 e a


Atividade 3.1.

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UNIDADE 4

REGISTRO DO IMPORTADOR

OBJETIVO DA UNIDADE: Conhecer os diversos requisitos para registro de importador


e o regime Drawback.

De conformidade com o estabelecido pelo Decreto-Lei n. 1.427 de 02/10/75, Portaria


MICT n. 280 de 12/07/95 e, considerando inclusive as Portaria Secex n. 21, de 12/12/96,
somente poderão efetuar importações as empresas, entidades e pessoas que estejam
previamente inscritas no cadastro de Exportadores e Importadores da Secretaria de Comércio
Exterior do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior (Secex/MDIC),
que atendam cumulativamente, no que couber, aos seguintes requisitos:
 Possuir capital mínimo integralizado fixado pela Secex;
 Não estar em débito com a Fazenda Nacional e Fazendas Estaduais;
 Ser considerada idônea;
 Não tiver sido punida, em decisão administrativa final, por infrações
aduaneiras, de natureza cambial, de comércio exterior, ou de repressão ao abuso
de poder econômico.

Fonte: http://migre.me/bWH5U

A denominação comum do Cadastro é Registro de Exportadores e Importadores (REI),


que se efetua a partir do Siscomex. Os importadores inscritos no REI até o início das atividades
no Sistema tiveram sua inscrição mantida, e os demais serão automaticamente inseridos ao
realizarem a primeira operação de importação. As atualizações no Cadastro Nacional de

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Pessoas Jurídicas (CNPJ), tais como inclusões, baixas etc., serão disponibilizadas ao REI, de
forma a existir um único cadastro para o Siscomex (Importação e Exportação).
Para a obtenção da senha que permite ao usuário – representante legal, empregado
com vínculo empregatício exclusivo ou despachante aduaneiro – o acesso ao Siscomex, faz-
se necessário apenas seu credenciamento junto a Secretaria da Receita Federal (SRF). Para
tanto, será necessária a apresentação dos seguintes documentos:
- Formulário aprovado pela SRF;
- Cartão de credenciamento;
- Atos constitutivos da Empresa ou Entidade (Contrato Social, Estatuto etc.)
devidamente atualizados;
- Cartão do CNPJ, quando for necessário;
-Identificação pessoal do usuário (RG, CPF e Procuração, se for o caso) e
declarações de antecedentes criminais e vínculo trabalhista exclusivo, conforme o
caso.
A pessoa física somente poderá importar mercadorias em quantidades que não revele
prática de comércio. Poderá ser suspenso pelo prazo máximo de 2 (dois) anos, após sumária
verificação pelo Decex da Secretaria de Comércio Exterior, o registro da empresa, entidade
ou pessoa física que:
 Estiver respondendo a processo administrativo por infração às leis e aos
regulamentos aduaneiros, de câmbio, de comércio exterior e de repressão ao
abuso do poder econômico, desde que tal providência seja justificadamente
solicitada à Secex pela autoridade processante à vista da natureza da concorrência
e de sua gravidade;
 Praticar atos desabonadores no comércio exterior, que possam prejudicar o
conceito do Brasil no exterior;
 Manter estoques com fins especulativos, contrariamente aos interesses da
economia do País;
 Realizar ação monopolística ou de outra natureza, prejudicial aos interesses
nacionais, aos bons costumes e à ordem pública;
 Não efetuar, nos prazos e condições determinados pelas autoridades
competentes, os recolhimentos que condicionarem a realização de exportação
e/ou importação;
 Praticar subfaturamento ou superfaturamento, regularmente apurado,
independentemente da aplicação de outras sanções legais ou regulamentações
cabíveis;

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 Estiver respondendo a processo administrativo ou judicial por débito fiscal
referente à Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
relacionados com operações de comércio exterior;
 Apresentar informações ou documentos falsos aos órgãos fiscais, cambiais e
de comércio exterior ou que sejam responsáveis pela prática de quaisquer outros
atos irregulares em operações de importação e/ou exportação.
Será cancelado o registro da empresa, entidade ou pessoa física que:
 For punida, por decisão administrativa final de acordo com as leis e
regulamentos respectivos, por infração aduaneira, de natureza cambial, de
comércio exterior ou de repressão ao abuso de poder econômico;
 Tiver o registro suspenso por duas vezes, qualquer que seja o motivo;
 Praticar atos em detrimento da segurança nacional, desde que o cancelamento
seja solicitado pelas autoridades competentes;
 Tenha sido punida em decisão administrativa ou judicial por infringência à
legislação fiscal de âmbito estadual relacionada com operações de comércio
exterior.
A suspensão ou cancelamento do Registro de Importado e Exportador serão efetivados
pela Secretaria de Comércio Exterior, através do Decex, intimado previamente o interessado
para defender-se no prazo de 10 (dez) dias contado da data do recebimento da intimação.

4.1 Drawback

Segundo Ratti (2004, p.376), “drawback vem a ser o retorno, no todo ou em parte,
dos direitos cobrados sobre a entrada de produtos estrangeiros no país, os quais são objetos
de reexportação no seu estado original, ou sobre a importação de matéria-prima ou produtos
semimanufaturados que serão utilizados na produção de artigos manufaturados nacionais a
serem exportados”.
Ratti (2004, p. 374) complementa que
“considera-se também, drawback o retorno de taxas e
impostos internos cobrados sobre produtos nacionais
que serão objeto de exportação ou sobre determinadas
matérias-primas que entram em sua composição”.

Fonte: http://migre.me/bIX3O

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Verifica-se, portanto, que a modalidade drawback se torna um facilitador de colocação
de mercadoria no exterior, fomentando assim a produção nacional e colaborando com o
desenvolvimento de diversos setores produtivos do país que deseja se posicionar junto às
grandes exportações.
Ratti (2004, p. 374) destaca que “normalmente, o drawback encontra-se vinculado a
um ato de exportação. Todavia, alguns países efetuam essa devolução inclusive com relação
a matérias-primas ou produtos importados que se destinam a manufatura de certos artigos
para consumo, no mercado interno”. O objetivo dessa política vem a ser liberar a produção
nacional do ônus representado pelos direitos de importação, de modo a permitir que os artigos
de origem nacional possam competir com similares estrangeiros. É verdade que idêntico
resultado poderia ser obtido mediante a instituição de direitos aduaneiros sobre o artigo
importado, o que aliás, constitui um procedimento normalmente utilizado por quase todos os
países, com inconveniente porém, de implicar maior ônus para o consumidor nacional, uma
vez que acarreta aumento de preços, tanto em relação ao produto estrangeiro, como em
relação ao similar nacional. De qualquer forma, a aplicação do drawback para produtos
consumidos internamente constitui uma exceção, não devendo, portanto, ser objeto de maior
atenção.
Ratti (2004, p. 375) destaca que “a aplicação do drawback implica a necessidade de
um sistema de controle bastante rigoroso por parte das autoridades a fim de se evitar
fraudes”. Esse controle faz com que os interessados em colocar seus produtos no exterior se
sujeitem a inúmeras regras e exigências, restringindo assim que possíveis aproveitadores
fiquem de fora das transações internacionais.
No Quadro 6 Ratti (2004, p. 393) descreve as três modalidades de drawback.

Quadro 6 – Modalidades de Drawback

 Suspensão: Consiste na suspensão de determinados tributos


incidentes na importação de bens a serem utilizados no processo de
industrialização de produto a ser exportado.
 Isenção: Nesta modalidade está isenta de tributos a importação de
mercadoria, em quantidade e qualidade equivalente àquela importada
anteriormente e utilizada na industrialização de produto exportado. Em
termos gerais é a ação do fabricante que, após concluir a exportação,
poderá importar insumos, sem incidência de determinados encargos
tributários, para reposição de seus estoques.

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 Restituição: Nesta modalidade há restituição total ou parcial dos
tributos aplicados na importação de mercadoria usada na confecção de
produto exportado, desde que não exista o interesse de se importar
novamente. A devolução, neste caso, é feita em forma de créditos
fiscais, valendo apenas para o Imposto de Importação (II) e Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI).

Fonte: Adaptado de Ratti (2004, p. 393)

São passíveis de amparo pelo regime drawback as seguintes importações


(Comunicado DECEX n. 12 de 11/07/1997):
 Mercadoria (matéria-prima, produto semielaborado ou acabado), utilizada no
processo de industrialização de produto a exportar ou exportado;
 Parte, peça, aparelho e máquina, quando complementares de aparelhos,
máquinas, veículos ou equipamentos a exportar ou exportados;
 Mercadoria destinada à embalagem, acondicionamento ou apresentação de
produto exportado ou a exportar desde que seja propiciada, comprovadamente,
uma agregação de valor no produto final e que não se caracteriza como
embalagem para transporte;
 Animais destinados ao abate e posterior exportação;
 Matéria-prima e outras mercadorias que, embora não integrando o produto a
exportar ou exportado, sejam consumidas no processamento industrial, a exemplo
daquelas empregadas em alvejamento, purificação ou operações semelhantes,
em condições que justifiquem sua concessão;
 Mercadoria utilizada em processo de industrialização de embarcação, destinada
ao mercado interno;
 Matéria-prima, produto intermediário e componentes destinados a processo de
industrialização, no País, de máquinas e equipamentos a serem fornecidos, no
mercado interno, em decorrência de licitação internacional, contra pagamento
com recursos oriundos de moeda conversível proveniente de financiamento
concedido por instituição financeira internacional, da qual o Brasil participe, ou
por entidade governamental estrangeira.
Mercadoria utilizada em processo de industrialização de embarcação, destinada ao
mercado interno. As importações sob regime de drawback não estão sujeitas ao exame de
similaridade e à obrigatoriedade de transporte em navio de bandeira brasileira.

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Não são amparadas pelo regime de drawback:
 Importação de mercadoria utilizada na industrialização de produtos destinados
ao consumo na Zona Franca de Manaus e em áreas de livre comércio;
 Exportação contra pagamento em moeda nacional;
 Exportação ou importação de mercadoria suspensa ou proibida;
 Exportação conduzida em moeda-convênio ou outras não conversíveis, contra
importações cursadas em moeda de livre conversibilidade;
 Importação de petróleo e seus derivados.

SAIBA MAIS
Para saber mais sobre Drawback acesse:
http://www.comexbrasil.gov.br/conteudo/ver/chave/operacoes-especiais-imp.
Acesso em: nov. 2018.

4.2 Despacho aduaneiro de importação

Segundo Bizelli e Barbosa (2001, p. 137) “despacho aduaneiro de importação é o


procedimento, motivado pelo importador, que tem por objetivo o desembaraço (liberação) de
mercadoria procedente do exterior, que tenha sido importada a título definitivo ou não”.
É importante notar que, dentro desse contexto, inserem-se duas formas de despacho
aduaneiro – consumo e não consumo - variando o tipo de Declaração de Importação a ser
utilizada.
As categorias das Declarações de Importação no Siscomex são:

I. Mercadoria Oriunda Diretamente do Exterior para:


 Consumo (inclusive “Drawback”);
 Admissão em Entreposto Aduaneiro;
 Admissão em EIZOF – Entreposto Internacional da ZFM (Zona Franca de
Manaus);
 Admissão em Entreposto Industrial;
 Admissão Temporária;
 Admissão na ZFM – Zona Franca de Manaus;
 Admissão em Loja Franca;

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 Admissão em ALC – Área de Livre Comércio;
 Admissão em DAD – Depósito Aduaneiro de Distribuição;
 Admissão em DEA – Depósito Especial Alfandegado;
 Admissão Consumo e Admissão Temporária.
II.Mercadoria com Admissão Anterior para:
 Nacionalização de Admissão Temporária;
 Nacionalização de Entreposto Aduaneiro;
 Saída de Eizof – Entreposto Interncional da ZFM;
 Saída de Entreposto Industrial;
 Nacionalização de DEA – Depósito Aduaneiro Alfandegado;
 Nacionalização de DAD – Depósito Aduaneiro de Distribuição;
 Internação de ZFM – PI (Produtos Industrializados);
 Internação de ZFM – PE (Produtos Estrangeiros);
 Internação de ALC – Área de Livre Comércio.

4.2.1 Início do Despacho


O despacho aduaneiro inicia-se com o registro da Declaração de Importação no
Siscomex, momento no qual ocorre, quando for o caso, o pagamento dos tributos federais
devidos, mediante débito automático na conta corrente indicada na DI, junto a agência
habilitada de banco integrante da rede arrecadatória de receitas federais, por meio de
Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) eletrônico.
Como regra, o despacho aduaneiro somente deverá ter início após a chegada da
mercadoria na Unidade da Receita Federal (URF) de despacho, na qual o importador for
submeter a mercadoria importada a Despacho Aduaneiro , independentemente da unidade
(Zona Primária) de entrada da mercadoria no território aduaneiro brasileiro. Nas URFs onde
o Sistema de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento (MANTRA), já se
encontre implantado, será considerada como chegada a mercadoria que estiver em situação
que permita, no Sistema, a vinculação da declaração ao conhecimento de carga
correspondente.
Observe que a vinculação a que se faz a menção é procedida por ocasião do registro
da declaração de importação no Siscomex, uma vez que nas Unidades onde não está
implantado o Mantra a presença da carga é atestada pelo próprio depositário.
À regra definidora do momento inicial do despacho opõe-se o Despacho Antecipado,
que permite o registro da declaração antes da chegada da mercadoria na URF de despacho,
quando se tratar de:

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 Mercadoria transportada a granel, cuja descarga se realiza diretamente para
terminais de oleodutos, silos ou depósitos próprios, ou vínculos apropriados;
 Mercadoria inflamável, corrosiva, radioativa ou que apresente características
de periculosidade;
 Plantas e animais vivos, frutas frescas e outros produtos facilmente perecíveis
ou suscetíveis a danos causados por agentes exteriores;
 Papel para impressão de livros, jornais e periódicos;
 Órgão da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou
municipal, inclusive autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista
e fundações públicas;
 Mercadoria transportada por via terrestre, fluvial ou lacustre;
 Outras situações ou produtos, conforme estabelecido em normas específicas,
ou mediante prévia autorização do chefe da URF de despacho, em casos
justificados.

Note que nos casos de despacho antecipado alinhados (à exceção de mercadorias


transportadas por via terrestre, fluvial ou lacustre), constituem-se bem peculiares. A hipótese
excetuada não restringe produtos e nem mesmo vincula sua aplicação a ato oriundo da
autoridade fiscal, dependendo exclusivamente do importador a sua utilização.

4.2.2 Prazo para Início


O despacho de importação deverá começar:

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Até 90 (noventa) dias da
descarga, se a mercadoria
estiver em recinto
alfandegado;

Até 45 (quarenta e cinco) dias


após esgotar-se o prazo
Até 90 (noventa) dias da abertura estabelecido para
da mala postal. permanência da mercadoria
em recinto alfandegado de
zona secundária (Eadi);

Fonte: Adaptado de Bizelli e barbosa (2001, p. 137)

Deve-se atentar que a inobservância dos prazos fixados para o início do despacho de
importação será considerada como dano ao erário por abandono, resultando na aplicação da
pena de perdimento das mercadorias, situação que comporta graves implicações de ordem
cambial caso o importador já tenha tomado providências quanto ao pagamento do bem
importado, inclusive no que diz respeito a operações garantidas com Carta de Crédito.
Na mesma situação de abandono, e com as mesmas implicações, encontrar-se-ão
mercadorias importadas cujo despacho aduaneiro seja interrompido, por mais de 60
(sessenta) dias, por ação ou omissão do importador ou seu representante, aqui consideradas,
entre outras ocorrências, a não apresentação de documentos exigidos pela repartição,
indispensáveis ao prosseguimento do despacho e a ausência ao ato de verificação da
mercadoria objeto do despacho.
O importador, antes de aplicada a pena de perdimento, poderá iniciar ou retomar o
respectivo despacho aduaneiro, mediante o cumprimento das formalidades exigidas e o
pagamento dos tributos incidentes na importação, acrescidos dos juros e da multa de mora,
e das despesas decorrentes da permanência da mercadoria no recinto alfandegado. A pena
de perdimento, aplicada por decurso de prazo, poderá ser convertida, a requerimento do
importador, em multa, antes de ocorrida a destinação.

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4.2.3 Pessoas Habilitadas
Segundo Bizelli e Barbosa (2001, p.138) “o interessado – pessoa física ou jurídica, ou
entidade que tenha interesse direto na operação de importação – exercerá as atividades,
relacionadas com o despacho aduaneiro de bens”, pessoalmente ou das formas apresentadas
no quadro 7:

Quadro 7 – Pessoas habilitadas


 Representante legal, assim entendida a pessoa física que detém a
representação de firma individual, sociedade ou entidade por força de contrato
social, estatuto ou ato equivalente;
 Empregado com vínculo empregatício exclusivo com o interessado ou de
empresa coligada ou controlada, tal como definidas nos parágrafos 1º e 2º do
Art. 243 da Lei n. 6.404, de 15/12/1976;
 Despachante aduaneiro.
Fonte: Adaptado de Bizelli e Barbosa (2001, p. 138)

Os órgãos da administração pública direta e autárquica federal, estadual ou municipal,


as missões diplomáticas e repartições consulares de países estrangeiros e as representações
de órgãos internacionais poderão exercer as atividades relacionadas com o despacho
aduaneiro, quanto às próprias operações, através de servidor especialmente designado, ou
por despachante aduaneiro.
No despacho aduaneiro de amostras comerciais e de remessas não comerciais
endereçadas a pessoas físicas, o interessado poderá autorizar qualquer pessoa a representá-
lo, desde que esta não exerça tal atividade em caráter de habitualidade.

Para finalizar seu estudo, realize a Atividade 4.1.

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REFERÊNCIAS

BIZELLI, João dos Santos; BARBOSA, Ricardo. Noções Básicas de Importação. 8. ed. São
Paulo: Aduaneiras, 2001.

BRASIL. Decreto-Lei n. 1.427 de 02/10/75. Estabelece condição para a emissão de guia de


importação, cria o registro de importador, e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del1427.htm>. Acesso em: Nov. 2018.

______. Decreto n. 91.030/85. Aprova o regulamento aduaneiro. DOU de11/03/1985, pág.


4.141. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D91030.htm>.
Acesso em nov. 2018.

______. Decreto-lei n. 2404 de 23/12/1987. Dispõe sobre o Adicional ao Frete para a


Renovação da Marinha Mercante - AFRMM e o Fundo da Marinha Mercante e dá outras
providências. Disponível em: < http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1980-
1987/decreto-lei-2404-23-dezembro-1987-366918-normaatualizada-pe.html>. Acesso em:
Nov. 2018.

______. Lei n. 8010 de 23/03/1990. Dispõe sobre importações de bens destinados à


pesquisa científica e tecnológica, e dá outras providências. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1989_1994/L8010.htm>. Acesso em: nov. 2018.

______. Lei n. 8032 de 12/04/1990. Dispõe sobre a isenção ou redução de impostos de


importação e dá outras providências. Disponível em: <
http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leis/ant2001/lei803290.htm>. Acesso em: Nov.
2018.

______. Decreto nº 1.355, de 30/12/1994. Promulgo a Ata Final que Incorpora os


Resultados da Rodada Uruguai de Negociações Comerciais Multilaterais do GATT. Disponível
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D1355.htm>. Acesso em: Nov.
2018.

______. Portaria n. 595/92. Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento. (MEFP).


Disponível em: <
http://gpex.aduaneiras.com.br/gpex/gpex.dll/Infobase/atos/portaria%20mefp/port_mefp36
5_90/pmefp365_90_01.pdf>. Acesso em nov.2018.

______. Decreto n. 660, de 25 de setembro de 1992. Institui o Sistema Integrado de


Comércio Exterior (SISCOMEX). Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D0660.htm>. Acesso em:
Nov.2018.

______. Portaria MICT n. 280 de 12/07/95. Dispõe sobre a formação do Cadastro de


Exportadores e Importadores. DOU Seção 1, pág. 10375, em 13 /07 /1995.

______. Decreto-lei n. 2404/97, de 23 de dezembro de 1997. Dispõe sobre o Adicional ao


Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) e o Fundo da Marinha Mercante, e dá
outras providências. Disponível em: <
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109172/decreto-lei-2404-87>. Acesso em: Nov.2018.

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______. Portaria SECEX n. 1, de13 de janeiro de 1998. DOU de 14/1/98.

CIGNACCO, Bruno Roque. Fundamentos de comércio internacional para pequenas e


médias empresas. São Paulo: Saraiva, 2009.

RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Câmbio. 10 ed. São Paulo: Aduaneiras, 2004.

SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR (SISCOMEX). Importação: Normas Gerais.


13ed. São Paulo: Aduaneiras, 2000.

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EXERCÍCIOS E ATIVIDADES

EXERCÍCIO 1

1. Para manter maior controle sobre as importações e obter o fortalecimento do


parque industrial, o Brasil utilizou de mecanismos para esse propósito. De acordo
com nossos estudos, assinale a alternativa correta que se refere aos principais
mecanismos utilizados.
I. Sobretaxas tarifárias.
II. Depósito Compulsório.
III. Eliminação de benefícios fiscais.
IV. Cobertura de câmbio.
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado III está correto.
c) Somente os enunciados I, II e IV estão corretos.
d) Somente os enunciados I, II e III estão corretos.

2. A reimportação pode ser definida como o retorno ao país, de mercadorias de sua


produção, anteriormente remetidas a um segundo país, após maior ou menor grau
de transformação realizada por este último. Existem algumas causas básicas da
existência da reimportação. Neste sentido, assinale a alternativa correta.
I. Incapacidade técnica de transformação eficiente.
II. Pleno emprego dos fatores de produção.
III. Semitransformação ou transformação demasiado onerosa.
IV. Diferenças no mercado de trabalho (salários, qualificação técnica da mão de obra, etc.).
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
c) Somente os enunciados II e IV estão corretos.
d) Todos os enunciados estão corretos.

Verifique seu aprendizado realizando o Exercício no Ambiente Virtual de


Aprendizagem.

ATIVIDADE 1.1
Acesse o link abaixo e cite quais são os itens obrigatórios no preenchimento de uma Declaração
de Importação.

http://www.receita.fazenda.gov.br/manuaisweb/importacao/default.htm

Submeta a atividade por meio da ferramenta Tarefa texto online.

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ATIVIDADE 2.1

1. A alíquota do Imposto de Importação tem por base a Tarifa Externa Comum


(TEC) do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). O Imposto de Importação (II)
incide sobre mercadoria estrangeira, bem como sobre bagagem de viajante e bens
enviados como presente ou amostra, ou a título gratuito. Em algumas mercadorias
o II não incide. Assinale a alternativa correta.
I. Mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de perdimento.
II. Mercadoria estrangeira em trânsito aduaneiro de passagem, acidentalmente destruída.
III. Mercadoria estrangeira devolvida para o exterior depois do registro da declaração de
importação, observada a regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda.
a) Somente os enunciados I e II estão corretos.
b) Somente os enunciados II e III estão corretos.
c) Somente os enunciados I e III estão corretos.
d) Todos os enunciados estão corretos.

2. O valor aduaneiro será determinado pela aplicação de um dos métodos,


previstos no Acordo de Valoração Aduaneira.
I. O Segundo método se refere ao valor de transação de mercadoria importada idêntica à
mercadoria objeto do despacho.
II. O terceiro método se refere valor de transação de mercadoria importada similar à
mercadoria objeto do despacho.
III. O quarto método se refere ao valor baseado em critérios razoáveis condizentes com os
princípios e disposições gerais do Acordo de Valoração Aduaneira e com o artigo VII do GATT
e em dados disponíveis no País.
a) Somente os enunciados I e III estão corretos.
b) Somente os enunciados II e III estão corretos.
c) Somente os enunciados I e II estão corretos.
d) Todos os enunciados estão corretos.

Submeta a atividade por meio da ferramenta Questionário.

ATIVIDADE 3.1

Leia o texto abaixo e responda a questão a seguir.

As importações sujeitas a Exame de Similaridade são objeto de licenciamento não automático,


previamente ao embarque dos bens no exterior. Estão sujeitas ao prévio exame de similaridade
as importações na qual sejam pleiteados benefícios fiscais (isenção ou redução do imposto de
importação), inclusive as realizadas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal, pelos
Municípios e pelas respectivas autarquias. O Regulamento Aduaneiro (Decreto no 6.759, de
05/02/09, e alterações), em seus artigos 136 a 189, apresenta os casos em que a legislação

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concede benefícios fiscais na importação, com observância dos termos, limites e condições
estabelecidos no Regulamento.

1. Quais os principais parâmetros que devem ser observados para que se considere similar ao
estrangeiro o produto nacional?

Obs.: Para responder esta questão, leia o texto na íntegra, acessando o link:
http://www.comexbrasil.gov.br/conteudo/ver/chave/68_exame_de_similaridade/menu/79

Submeta a atividade por meio da ferramenta Tarefa texto online.

EXERCÍCIO 2

Após o desembaraço alfandegário o importador ou arrendatário deve efetuar o registro do


esquema de pagamento no Registro de Operações Financeiras (ROF), indispensável para a
efetivação das remessas de principal, juros e encargos ao exterior. Assim que obtido o ROF
aprovado podem ser realizadas remessas para o exterior. Assinale a alternativa que NÃO
corresponde às remessas para o exterior:

a) Valor antecipado e à vista.


b) Valores referentes ao depósito de garantia, nas operações de arrendamento mercantil
externo e de arrendamento simples, aluguel de equipamentos e afretamento de
embarcações.
c) Títulos de câmbio simplificado.
d) Outros encargos cuja previsão de pagamento seja anterior ao desembaraço das
mercadorias.

Verifique seu aprendizado realizando o Exercício no Ambiente Virtual de


Aprendizagem.

ATIVIDADE 4.1

1. A aplicação do drawback implica a necessidade de um sistema de controle


bastante rigoroso por parte das autoridades a fim de se evitar fraude. O sistema
drawback compreende três modalidades. Analise os enunciados e assinale a
alternativa correta.
I. Suspensão: Consiste na suspensão de determinados tributos incidentes na importação
de bens a serem utilizados no processo de industrialização de produto a ser exportado.
II. Isenção: Nesta modalidade está isenta de tributos a importação de mercadoria, em
quantidade e qualidade equivalente àquela importada anteriormente e utilizada na
industrialização de produto exportado.
III. Tributação: Consiste no pagamento de todos os tributos dos produtos que serão
exportados após sua modificação em território nacional.
a) Somente os enunciados I e III estão corretos.
b) Somente os enunciados II e III estão corretos.
c) Somente os enunciados I e II estão corretos.
d) Todos os enunciados estão corretos.
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2. Algumas importações são passíveis de amparo pelo regime drawback.
Assinale a alternativa que NÃO corresponde a essas importações.
a) Mercadoria (matéria-prima, produto semielaborado ou acabado), utilizada no processo
de industrialização de produto a exportar ou exportado.
b) Mercadoria utilizada em processo de industrialização de embarcação, destinada ao
mercado interno.
c) Animais destinados ao abate e posterior exportação.
d) Importação de mercadoria utilizada na industrialização de produtos destinados ao
consumo na Zona Franca de Manaus e em áreas de livre comércio.

Submeta a atividade por meio da ferramenta Questionário.

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