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Quais são as noções de direito?

“O Direito é a disciplina da convivência humana, o Direito disciplina as relações sociais,


pacificando-as quando estão em conflito ou simplesmente garantindo direitos e impondo
deveres e obrigações para todas as pessoas que compõem a sociedade2”.

Os diversos sentidos do termo Direito

Vamos estudar "DIREITO", mas antes de mais, há que fazer uma distinção


fundamental:
-Direito subjetivo: é um poder atribuído a um sujeito, ou seja, o direito objetivo atribui a
faculdade ou o poder do titulara poder usar a norma para proteger os seus interesses.
João tem direito a pedir uma indemnização;
Isabel tem direito a contrair matrimónio;
Raquel pode adotar o apelido do marido.

Direito objetivo: são normas jurídicas, regras de direito ou o conjunto de normas.


O Direito do Trabalho foi alterado;
O Direito Penal prevê uma indemnização para estes casos. 

Vejamos outras possibilidades:


 "O Diogo entrou na faculdade de Direito."
 O Joaquim tem direito a fazer exame na 2.ªfase.
 O Direito Penal sofreu alterações.
 Acabaram com o autocarro das 20.00h: não há direito
 "O Diogo entrou na faculdade de Direito."
aqui o Direito aparece como um ramo do conhecimento humano. Como uma ciência,
como um saber,

 O Joaquim tem direito a fazer exame na 2.ªfase.


aqui, direito significa uma faculdade, um poder que é atribuída a um sujeito.

 O Direito Penal sofreu alterações.


aqui o Direito surge como direito objetivo

 Acabaram com o autocarro das 20.00h: não há direito!


O Direito aqui aparece associado à noção de Justiça. Direito é o que é justo, correto,
certo, válido. Assim, o Direito pode equivaler à Justiça.
O Direito Objetivo é, então, um conjunto de regras, regras que são normas jurídicas e
que se exprimem numa ORDEM NORMATIVA: este conjunto de regras exprime um
"dever ser", isto é, qual a melhor conduta a adotar em sociedade para obter uma
convivência pacífica e a paz social.

Concluímos que são diversas as ordens normativa que compõem a realidade


complexa que é a sociedade: ordem jurídica, ordem religiosa, ordem moral  e ordem
de trato social

Significados
 
O que você quer saber hoje?
1. Sociedade 
2. Direito
O que é Direito

Direito pode se referir à ciência do direito ou ao conjunto de normas


jurídicas vigentes em um país (direito objetivo). Também pode ter o
sentido de íntegro, honrado. É aquilo que é justo, reto e conforme a lei. É
ainda uma regalia, um privilégio, uma prerrogativa.

A ciência do direito é um ramo das ciências sociais que estuda as normas


obrigatórias que controlam as relações dos indivíduos em uma sociedade. É
uma disciplina que transmite aos estudantes de direito um conjunto de
conhecimentos relacionados com as normas jurídicas determinadas por
cada país. Para alguns autores, é um sinal de organização de uma
determinada sociedade, porque indica a recepção de valores e aponta para
a dignidade do ser humano.

A faculdade legal de praticar ou não um determinado ato é designada por


(direito subjetivo). Neste caso, o direito se refere ao poder que pertence a
um sujeito ou grupo. Por exemplo, o direito de receber aquilo pelo qual se
pagou.

O direito como conjunto de normas também se divide em positivo ou


natural. O direito positivo são as normas criadas e postas em vigor pelo
Estado; o direito natural são as normas derivadas da natureza, ou seja,
são as leis naturais que orientam o comportamento humano, os direitos
fundamentais.

Direito civil
Direito civil é o conjunto de normas reguladoras dos direitos e obrigações
de ordem privada concernentes às pessoas, aos bens e às suas relações.

Direito penal
Direito penal é o complexo de preceitos legais que definem os crimes,
determinam as penas e as medidas de segurança aplicáveis aos infratores.

Direito do trabalho
Direito de trabalho é o conunto de normas que regem as relações de
trabalho entre empregados e empregadores, bem como dos direitos
resultantes das condições jurídicas dos trabalhadores.

Direito administrativo
Direito administrativo é o conjunto de normas e princípios que presidem à
organização e funcionamento dos serviços públicos.

Direito constitucional
Direito constitucional é o conjunto de normas e princípios fundamentais
que regulam a organização política do Estado, forma de governo,
atribuições e funcionamento dos poderes políticos, seus limites e relações,
os direitos individuais e a intervenção estatal na esfera social, econômica,
ética e intelectual.

Direito processual
Direito processual é o conjunto de leis que estabelecem a forma pela qual
se devem fazer valer os direitos; conjunto de leis reguladoras dos atos
judiciários.

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02 de ago. de 2017

DIREITO POSITIVO, NATURAL, OBJETIVO E SUBJETIVO.

Direito positivo

É o ordenamento jurídico em vigor em determinado país e em determinado período (jus in


civitate positum). Em outras palavras, é o “conjunto de princípios que pautam a vida social de
determinado povo em determinada época”, sendo nesta acepção que nos referimos ao direito
romano, ao direito inglês, ao direito alemão, ao direito brasileiro etc.; este pode ser escrito ou
não escrito, de elaboração sistemática ou de formação jurisprudencial.

Segundo Capitant, é o que está em vigor num povo determinado, e compreende toda a
disciplina da conduta, abrangendo as leis votadas pelo poder competente, os regulamentos, as
disposições normativas de qualquer espécie.

Direito natural
É a ideia abstrata do direito, o ordenamento ideal, correspondente a uma justiça superior e
suprema. Para o direito positivo, por exemplo, não é exigível o pagamento de dívida prescrita e
de dívida de jogo (arts. 814 e 882)9. Mas, para o direito natural, esse pagamento é obrigatório.
Na época moderna, o direito natural desenvolve-se sob o nome de jusnaturalismo, sendo visto
como “expressão de princípios superiores ligados à natureza racional e social do homem”.

Direito objetivo

É o conjunto de normas impostas pelo Estado, de caráter geral, a cuja observância os


indivíduos podem ser compelidos mediante coerção. Esse conjunto de regras jurídicas
comportamentais (norma agendi) gera para os indivíduos a faculdade de satisfazer
determinadas pretensões e de praticar os atos destinados a alcançar tais objetivos (facultas
agendi). Encarado sob esse aspecto, denomina-se direito subjetivo, que nada mais é do que a
faculdade individual de agir de acordo com o direito objetivo, de invocar a sua proteção.

Direito subjetivo

É, pois, “o poder que a ordem jurídica confere a alguém de agir e de exigir de outrem
determinado comportamento”. É, portanto, o meio de satisfazer interesses humanos, derivado
do direito objetivo, nascendo com ele. Se o direito objetivo é modificado, altera-se o direito
subjetivo. Podemos dizer que há referência ao direito objetivo quando se diz, por exemplo,
que “o direito impõe a todos o respeito à propriedade”; e que é feita alusão ao direito
subjetivo quando se proclama que “o proprietário tem o direito de repelir a agressão à coisa
que lhe pertence”.

Na realidade, direito subjetivo e direito objetivo são aspectos da mesma realidade, que
pode ser encarada de uma ou de outra forma. Direito subjetivo é a expressão da vontade
individual, e direito objetivo é a expressão da vontade geral. Não somente a vontade ou
apenas o interesse configura o direito subjetivo: trata-se de um poder atribuído à vontade do
indivíduo para a satisfação dos seus próprios interesses protegidos pela lei, ou seja, pelo
direito objetivo.
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3. INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL

Introdução ao Direito Civil


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INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL


Conceito de direito: toda convivência em grupo impõe uma certa ordem,
determinada por regras de conduta. São restrições que limitam a atividade dos
indivíduos componentes de diversos grupos sociais. Este é exatamente o fim do
direito, determinar regras permitindo então que os homens possam viver em
sociedade.

No entanto no que tange a conceituar direito, não há um consenso.

A palavra direito vem do latim directum, significando aquilo que é reto, que está
de acordo coma a lei. Da necessidade da justiça nas relações humanas é que
nasce o direito, assim a criação do direito tem como objetivo essencial a
realização da justiça.

Para Aristóteles, “a justiça é a perpétua vontade de dar a cada um o que é seu,


segundo uma igualdade”.

“A palavra direito, é usada, na acepção comum, para designar o conjunto de


regras com que se disciplina a vida em sociedade, regras essas que se
caracterizam pelo caráter genérico, concernente à indistinta aplicação a todos os
indivíduos, e jurídico, que as diferencia da demais regras de comportamento
social e lhes confere eficácia garantida pelo Estado” (Francisco Amaral in Carlos
Roberto Gonçalves).

Tais regras supracitadas são as normas de conduta encontradas nas leis, nos
costumes, na jurisprudência, nos princípios gerais do direito, constituindo assim,
o direito objetivo e positivo, imposto à sociedade por vontade superior.

Para Washington de Barros Monteiro, direito “é o conjunto das normas gerais e


positivas, que regulam a vida social”.

Para Caio Mário da Silva Pereira, direito “é o princípio de adequação do homem


à vida social. Está na lei como exteriorização do comando do Estado; integra-se
na consciência do indivíduo que pauta sua conduta pelo espiritualismo do seu
elevado grau de moralidade; está no anseio de justiça, como ideal eterno do
homem; está imanente na necessidade de contenção para coexistência”.

Tem-se que o direito é a ciência do “dever ser”, pois este no mundo jurídico
caracteriza-se pela liberdade na escolha da conduta.

MORAL E DIREITO:
A convivência em sociedade, exige mais do que a observância das normas de
conduta. A ética, de conteúdo mais abrangente do que o direito, compreende as
normas jurídicas e morais.

O ponto em comum entre as normas jurídicas e as morais é o fato das duas,


constituírem regras de comportamento. Entretanto o que as distingue é a sanção e
o campo de ação que na moral é bem mais amplo.

Sanção no direito: imposta pelo Estado para constranger os indivíduos à


observância da norma.

Sanção moral: assenta-se somente na consciência do homem, traduzida pelo


remorso, pelo arrependimento, porém sem coerção.

Pode-se dizer que o princípio moral envolve a norma jurídica, pois, toda ação
juridicamente condenável, é também moralmente condenável. No entanto, tal
coincidência não pode ser considerada como absoluta, sendo que a justiça é
apenas uma parte do objeto da moral.
A moral é bem mais abrangente, contém todas as normas reguladoras da vida em
sociedade, já o direito abarca somente aquelas normas dotadas de força
coercitiva.

Tem-se assim, que a principal diferença entre a regra moral e a regra jurídica é a
sanção.

A regra moral repousa no foro íntimo do indivíduo, a reprovação é interna, na sua


consciência, já a jurídica, enseja medidas repressivas impostas pelo Estado
quando violado, é de foro exterior.

Em alguns casos, tem acontecido do direito trazer para sua esfera de atuação,
preceitos morais, merecedores de sanção, como é o caso do art. 17 da LICC e dos
arts. 557, 1.638 e 1.735, V, CC.

DIREITO POSITIVO E DIREITO NATURAL:


Direito positivo: “é o conjunto de princípios que pautam a vida social de
determinado povo em determinada época” (Caio Mário da Silva Pereira), ou seja,
é o ordenamento jurídico em vigor num determinado país e numa determinada
época.

Assim a referência se faz ao direito romano, ao direito inglês, ao direito alemão,


ao direito brasileiro, não importando que seja escrito ou não, de elaboração
sistemática ou jurisprudencial.

“O fundamento de sua existência está ligado ao conceito de vigência” (Henri


Capitant in Carlos Roberto Gonçalves), o que importa é o que está em vigor, num
determinado povo e lugar, são as leis votadas pelo poder competente, os
regulamentos, as disposições normativas.

Direito natural: modernamente desenvolve-se sob nome de jusnaturalismo, sendo


visto como a “expressão de princípios superiores ligados à natureza racional e
social do homem”, ou seja, consagração de um conjunto amplo de princípios
referentes à dignidade humana, a partir dos quais o legislador deverá compor a
ordem jurídica. Tais princípios são: direito à vida, à liberdade, à participação na
vida social, igualdade de oportunidades, à união entre os seres para criação da
prole, entre outros (Paulo Nader, Introdução ao Estudo do Direito).
O jusnaturalismo foi defendido por Sato Agostinho e São Tomás de Aquino,
assim como os doutores da igreja e pensadores dos séculos XVII e XVIII.

No século XVI, Hugo Grócio, fundador da nova Escola de Direito natural, já


defendia a existência de um direito ideal e eterno ap lado do direito positivo.

Ensina Francisco Amaral que, “direito natural é o conjunto de princípios


essenciais e permanentes atribuídos à natureza (na antiguidade greco – romana),
a Deus (na idade Média), ou a razão humana (na época moderna) que serviram de
fundamento e legitimação ao direito positivo, o direito criado por uma vontade
humana”.

O jusnaturalismo é refutado pela Escola Positivista e Histórica, pois esta se atém


à realidade concreta do direito positivo, no entanto defende Caio Mário da Silva
Pereira que uma é a fonte de inspiração da outra, não exprimem idéias
antagônicas, “mas ao revés, tendem a uma convergência ideológica, ou ao
menos, devem procurá-la, o direito positivo amparando-se na sujeição ao direito
natural para que a regra realize o ideal, e o direito natural inspirando o direito
positivo para que este se aproxime da perfeição”.
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Assim como acontece nas normas morais, o direito natural tende a se converter
em direito positivo, ou modificar o já existente.
Tem-se que para o direito positivo, o pagamento de dívida prescrita e dívida de
jogo (arts. 814 e 882, CC), no entanto para o direito natural esse pagamento é
obrigatório.
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO:
Direito objetivo: “é o conjunto de normas impostas pelo Estado, de caráter geral,
a cuja observância os indivíduos podem ser compelidos mediante coerção”
(Carlos Roberto Gonçalves).

“É a norma da ação humana, isto é, a norma agendi" (Sílvio Rodrigues).

Direito subjetivo: “é a faculdade individual de agir de acordo com o direito


objetivo, de invocar a sua proteção” (Carlos Roberto Gonçalves).
Trata-se da faculdade conferida ao indivíduo de invocar a norma em seu favor,
ou seja, da faculdade de agir sob a sombra da regra, isto é, facultas agendi (Sílvio
Rodrigues).

“É o poder que a ordem jurídica confere a alguém de agir e de exigir de outrem


determinado comportamento” (Francisco Amaral).

Caso o direito positivo venha a ser modificado, tal alteração atingirá o direito
subjetivo, assim se diz, por exemplo, que o direito impõe a todos o respeito à
propriedade (direito objetivo) e que o proprietário, tem o direito de repelir a
agressão à coisa que lhe pertence (direito subjetivo).

A teoria pura do direito de Kelsen, não admite a existência do direito subjetivo,


para ele só existe o direito objetivo, assim, a obrigação jurídica não é senão a
própria norma jurídica.

Entretanto, a doutrina afirmativa é a que predomina, admitindo-se a existência do


direito subjetivo, tanto no aspecto técnico como no histórico.

Há que se afirmar, que o direito subjetivo e o direito objetivo são aspectos da


mesma realidade, ou seja, direito subjetivo é a expressão da vontade individual, e
direito objetivo, é a expressão da vontade geral.

O direito subjetivo “é um poder atribuído à vontade do indivíduo, para a


satisfação dos seus próprios interesses protegidos pela lei, ou seja, pelo direito
objetivo” (Carlos Roberto Gonçalves).

DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO:


O direito deve ser visto como um todo, a divisão entre direito público e direito
privado apenas deve ser observada por motivos didáticos, pois, encontra-se com
muita freqüência nos diplomas reguladores dos direitos privados, normas de
direito público e vice-versa.

Didaticamente, cabe conceituar direito privado como o que disciplina as relações


entre pessoas singulares, nas quais predomina imediatamente o interesse de
ordem particular e direito público. O direito que tem por finalidade regular as
relações do Estado com outro Estado, ou as do Estado com seus súditos, quando
procede em razão do poder soberano, e atua na tutela do bem coletivo (Roberto
de Ruggiero in Caio Mário da Silva Pereira).

Integram hoje o direito privado, o direito civil, o direito comercial, o direito


agrário, o direito marítimo, bem como o direito do trabalho, o direito do
consumidor e o direito aeronáutico. Apesar destes últimos conterem uma
expressiva quantidade de normas de ordem pública, conservam a natureza
privada, uma vez que tratam das relações entre particulares em geral.

Ao direito público pertencem, o direito constitucional, o direito administrativo, o


direito tributário, o direito penal, o direito processual (civil e penal), o direito
internacional (público e privado) e o direito ambiental.

“Digno de nota o fenômeno, que se vem desenvolvendo atualmente, da acentuada


interferência do direito público em relações jurídicas até agora disciplinadas no
Código Civil, como as contratuais e as concernentes ao direito de propriedade,
por exemplo. Tal interferência foi observada inicialmente na legislação especial
(ECA, Lei das Locações, CDC, etc.) e, posteriormente, na própria Constituição
federal de 1988, a ponto de se afirmar hoje que a unidade do sistema deve ser
buscada, deslocando para tábua axiológica da Carta da República o ponto de
referência antes localizado no Código Civil” (Gustavo Tepedino, Premissas
metodológicas para a constitucionalização do direito civil in Carlos Roberto
Gonçalves).

As normas de ordem pública são cogentes (absolutamente imperativas), de


aplicação obrigatória, impõem-se de modo absoluto, não sendo possível sua
derrogação por vontade das partes.

As normas de ordem privada, no entanto, vigoram enquanto a vontade dos


interessados não convencionar de forma diversa.
Nota: ordem pública é o conjunto de normas que regulam os interesses
fundamentais do Estado, ou que estabelecem no direito privado, as bases
jurídicas da ordem econômica ou social. São imperativas (ação) ou proibitivas
(abstenção).
As normas de ordem privada distinguem-se em dispositivas e supletivas.

Dispositivas: quando permitem que os sujeitos disponham como lhes aprouver.


Supletivas: quando se aplicam na falta de regulamentação privada, preenchendo,
no exercício de uma função integradora, as lacunas por ela deixadas.

Ex: encontradas principalmente no direito das obrigações, sendo aplicada na


ausência de manifestação das partes, por exemplo, arts. 244 e 252, CC.

No direito civil predominam as normas de ordem privada, no entanto encontram-


se as normas imperativas de ordem pública, em grande número no direito de
família, no das sucessões e nos direitos reais.

Publicado por: Silmara Yurksaityte Mendez

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo
Monografias. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de
total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site,
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Fontes do Direito na Ordem Jurídica Moçambicana

 by Benney Muhacha

 Março 28, 2021

Fontes do Direito Moçambicano


O problema da criação do Direito tem a ver com fontes do Direito. E o problema da
evolução tem a ver com as transformações ou metamorfoses que o Direito sofre ao
longo da história.

Assim, podemos difinir que são fontes do Direito os modos de formação e revelação das
normas jurídicas.

As fontes do Direito Moçambicano são as mesmas de qualquer País do sistema


Romano-Germânico que são designadamente:

A lei: norma jurídica criada e imposta por uma autoridade com poder para o fazer
(poder legislativo)
O costume: norma jurídica resultante da prática repetida e habitual de uma conduta
encarada como obrigatória.
A jurisprudência: orientações que, em matéria de determinação e aplicação da lei,
decorrem da actividade prática de aplicação do direito pelos órgãos da sociedade para
tal encarregados (os tribunais).
A doutrina: actividade de estudo teórico dogmático do direito.
São fontes do direito  as origens do direito, ou seja, o lugar ou a matéria prima  pela
qual nasce o direito. Estas fontes podem ser materiais ou formais.

As fontes formais imediatas são as normas legais. Importa observar que um dos mais
importantes princípios de direito, no âmbito fiscal, é a disposição constitucional que
estabelece que «os impostos são criados ou alterados por lei, que os fixa segundo
critérios de justiça social» vide art. 100 CRM.
Isso quer dizer que se não existir uma norma legal que defina  como são criados os
impostos, não haverá outra norma que pune as  infracções fiscais.

As fontes formais mediatas  são os costumes, os  princípios gerais do direito, a


jurisprudência e a doutrina.
Não tendo força vinculativa própria, são contudo, importantes pelo modo como
influenciam o processo de formação e revelação da norma jurídica. Com base nesta
distinção, só a lei é considerada verdadeira fonte do Direito, isto é, fonte imediata do
Direito. Todas as outras são fontes mediatas.

A Lei
A palavra lei comporta vários sentidos. É multifacetada. Podemos falar de lei para
significar todo nosso sistema jurídico e toda nossa ordem jurídica. Pode ainda significar
lei como qualquer ramo de Direito. Pode significar lei como o acto normativo que é
legislativo propriamente dita em sentido formal que se identifica a mesma através da lei
como respectiva lei, podemos falar lei a mesma determinada regra ou norma.

No nosso estudo importa-nos referir lei em sentido formal que designa aquilo que se
chama a actividade legislativa propriamente dita, ou seja, a actividade exercida por
determinado ou determinados órgãos oficialmente qualificados. Esses órgãos
constituem o que se chama o poder legislativo que é AR- Assembleia da República.

O processo de elaboração da lei em Moçambique


A actividade legislativa não é feita da mesma forma pela Assembleia da República e
pelo Governo:
Temos o processo de formação das leis da Assembleia da República que se inicia com a
apresentação do texto sobre o qual se pretende que a Assembleia da República se
pronuncie. Esta apresentação pode ser efectuada:

 Pelos Deputados, tomando a designação de Projecto de Lei.

 Pelos Grupos Parlamentares, tomando a designação de Projecto de Lei.

 Pelo Governo, tomando a designação de Proposta de Lei.

Apresentado o texto à Assembleia da República, é por esta discutido e votado na


generalidade, passando-se depois à discussão na especialidade, isto é, à discussão de
cada um dos preceitos nele contido, podendo os deputados apresentar propostas de
emenda em relação a cada um deles. Através da votação na especialidade fixa-se o
conteúdo do preceito, optando a Assembleia da República pelo texto original constante
da emenda, procedendo-se posteriormente a uma votação final global.

O texto deste modo conseguido é enviado, sob a forma de decreto, para o Presidente da
República promulgar sendo que a promulgação é o acto pelo qual o Presidente da
República atesta solenemente a existência de norma e intima à sua observação.

 O Presidente da República poderá não promulgar o diploma e exercer o direito de veto,


vide art.163 CRM. A promulgação é uma etapa essencial de todo o processo legislativo,
pois, só após esta, o texto toma a designação de Lei e a falta de promulgação implica a
Inexistência Jurídica do Acto. Após a promulgação, o diploma é remetido ao Governo
para referenda ministerial, seguindo-se a publicação no Boletim da República.

Segue-se o período do vacatio legis até que se dê a sua entrada em vigor.


A hierarquia das leis
Da hierarquia das leis, resulta que as leis de hierarquia inferior não podem contrariar as
leis de hierarquia superior, antes tem de se conformar com elas; as leis de hierarquia
igual ou superior podem contrariar leis de hierarquia igual ou inferior, e então diz-se
que a lei mais recente revoga a lei mais antiga. Para estabelecer esta hierarquia há que
distinguir:

 Leis ou normas constitucionais: o poder de estabelecer normas constitucionais


denomina-se poder constituinte e ocupa o lugar cimeiro do poder legislativo. As leis ou
normas constitucionais são, assim, aquelas que estão contidas na Constituição e
encontram-se no topo da hierarquia das leis.
 Leis ou normas ordinárias: são todas as restantes leis ou normas e podem agrupar-se
em:
Leis ou normas ordinárias reforçadas: encontram-se imediatamente abaixo das leis
constitucionais, não tem a mesma finalidade e o seu processo de elaboração é mais fácil.
São considerados verdadeiros actos legislativos e provêm de órgãos com competência
legislativa, que é Assembleia da República (vide 168 ss CRM).

A Assembleia da República é o mais alto órgão legislativo na República de


Moçambique, vide art. 169 CRM. É considerada o órgão legislativo por excelência e
dela provêm as leis.  Porém, só a Lei provinda deste órgão se destina a estabelecer
verdadeiras regras jurídicas.
O Governo no exercício das suas funções legislativas, compete aprovar Decretos-Lei
mediante autorização legislativa da Assembleia da Republica, como resulta do art. 204
CRM. Para além das funções propriamente ditas, tem ainda competência regulamentar,
que exerce através de regulamentos, sendo o principal órgão com competência
regulamentar.
Os regulamentos do Governo podem assumir as seguintes formas:

 Decretos e Regulamentares: são diplomas emanados pelo Governo e promulgados pelo


PR.
 Resoluções do Conselho de Ministros: provêm do Conselho de Ministros e não tem de
ser promulgadas pelo PR.
 Portarias: são ordens do Governo, dadas por um ou mais ministros e que também não
têm de ser promulgadas pelo PR.
 Despachos Normativos e Ministeriais: são diplomas que têm apenas como destinatário
os subordinados do ministro ou ministros signatários e valem unicamente dentro do
Ministério respectivo.
 Instruções: são meros regulamentos internos, contendo ordens dadas pelos ministros
aos respectivos funcionários, ou estabelecendo directrizes para melhor aplicação dos
diplomas normativos.
 Circulares: é a designação dada às instruções quando estas são dirigidas a diversos
serviços.
As posturas são regulamentos autónomos, locais, de polícia, provindos dos corpos
administrativos competentes.

O Costume
Constitui um outro processo de formação do Direito. No costume a norma forma-se
espontaneamente no meio social.

A base de todo o costume é uma repetição de práticas sociais que podemos designar por
uso. Mas não basta o uso para que o costume exista, é necessário ainda que essas
práticas sejam acompanhadas da consciência da sua obrigatoriedade.

O costume possui dois elementos:


 Corpus: prática constante.
 Animus: convicção de obrigatoriedade; nada mais é preciso para que se verifique o
costume.
Podemos definir costume como o conjunto de práticas sociais reiteradas e
acompanhadas da convicção de obrigatoriedade.

A Jurisprudência
Usa-se frequentemente para designar a orientação geral seguida pelos tribunais no
julgamento dos diversos casos concretos da vida social. Outras vezes, é entendida como
o conjunto de decisões dos tribunais sobre os litígios que lhe são submetidos.

Tais decisões podem assumir a forma de:

 Sentenças: quando proferidas por um tribunal singular.


 Acórdãos: quando proferidas por um tribunal colectivo (pelo menos 3 juízes).
Uma questão que se coloca é a de saber se esses modos de decidir têm validade além do
respectivo processo, criando regras para os casos futuros. É o que acontece nos sistemas
jurídicos inglês e americano, em que a jurisprudência é a fonte do direito.

Entre nós, o juiz tem de julgar unicamente de “harmonia com a lei e a sua consciência”,
sendo perfeitamente irrelevante que a tal decisão contrarie a que tenha sido tomada por
outro Tribunal, ainda que de categoria mais elevada.

A jurisprudência não é fonte imediata do Direito; contudo, na medida em que ao longo


dos tempos vai explicitando uma determinada consciência jurídica geral, contribui para
a formação de verdadeiras normas jurídicas.

A doutrina
Compreende as opiniões ou pareceres dos jurisconsultos sobre a regulamentação
adequada das diversas relações sociais. Consiste nos artigos, monografias, escritos
científicos, etc., que se debruçam sobre os problemas jurídicos.

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Benney Muhacha
Mestrando Gestão de Projetos, Licenciado em História e Bacharel em Administração.
Jovem moçambicano apaixonado pelas TICs, é CEO e editor de conteúdo dos blogs: Sópra-
Educação, Sópra-Vibes, Sópra-Vagas e Sópra-Educação.com/exames

   

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 JUNHO 29, 2021
Comments 2
1. Ernesto Matlula
 
 1 ano ago
Amei, me interessei, quero continuar a buscar mais conhecimento neste site.

Responder
2. Valter Valzy
 
 2 meses ago
Site muito bom gostei bastante e espero colher mais informações no site e que mais
informações sejam publicadas no mesmo

Responder

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A (in)admissibilidade da revogação de um Decreto
por uma Resolução
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3. A (in)admissibilidade da revogação de…
A Comissão Interministerial da Reforma da Administração Púbica,
abreviadamente designada por CIRAP, aprovou o Estatuto Orgânico do
Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique, abreviadamente
designado por ISSM[1], através da Resolução no 9/2018, de 22 de Março,
revogando o Estatuto Orgânico aprovado pelo Decreto nº 29/2012, de 26 de
Julho.
A CIRAP foi criada através do Decreto Presidencial n o 2/2016, de 20 de Maio,
e é um órgão de coordenação de actividades desenvolvidas no âmbito da
Reforma e Desenvolvimento da Administração Pública, subordinado ao
Conselho de Ministros.
A CIRAP aprovou o novo estatuto do ISSM através da Resolução do
Conselho de Ministros no 30/2016, de 31 de Outubro, no exercício de
competência delegada pelo Conselho de Ministros para aprovar Estatutos
Orgânicos dos Ministérios, Institutos Públicos e Fundos Públicos ao abrigo
do disposto no número 2 do artigo 46 e no 1 do artigo 82, ambos da Lei
no 7/2012, de 8 de Fevereiro (Lei de Base da Organização e Funcionamento
da Administração Pública).
Ora, a revogação do Decreto nº 29/2012, de 26 de Julho, pela Resolução
no 9/2018, de 22 de Março, suscita muitas dúvidas em relação a sua
admissibilidade no ordenamento jurídico moçambicano, atendendo aos
princípios norteadores do Direito no contexto do Sistema Romano-
Germânico.
Pelo que, surge a questão se uma Resolução do Governo pode ou não
revogar um Decreto?
Por isso, propomo-nos a analisar e discutir essa revogação nas linhas que
abaixo se seguem.
Discussão
A revogação é uma das formas de cessação da vigência das leis que se
traduz no afastamento de uma lei por uma outra, de valor hierárquico igual
ou superior.[2] As leis são aqui entendidas, no seu sentido lato, ou seja,
como sendo normas jurídicas que foram criadas de acordo com um
determinado processo, isto é, criadas por decisão e imposição de uma
autoridade. A este sentido da noção de lei, contrapõe-se o sentido restrito,
segundo o qual as leis consistem no conjunto de diplomas emanados pela
Assembleia da República, como órgão legislativo do ordenamento jurídico
moçambicano (artigo 168 da Constituição da República de Moçambique –
CRM)[3]. Assim, em sentido amplo, o conceito de leis corresponde ao de
actos normativos, compreendendo, indubitavelmente, aquelas emanadas
da Assembleia da República, os Decretos-Lei, os Decretos Presidenciais e os
Decretos do Conselho de Ministros, conforme resulta dos artigos 142, 157,
181 e 209/1 da CRM. Estas normas estabelecem entre si uma relação de
prevalência decorrente da hierarquia sob a qual cada uma delas se
posiciona em relação à outra.
Se só uma norma igual ou superior pode revogar a outra, tendo atenção ao
exposto acima, duas perguntas podem ser levantadas: a primeira é de se
saber se as Resoluções do Governo podem ser consideradas actos
normativos ou não? A segunda consiste em saber a posição da Resolução
do Conselho de Ministros/Governo em relação ao Decreto, ou seja, será
que aquela é inferior, igual ou superior a este, para assim se aferir se pode
ou não revogá-lo? Pelo que, a seguir passa-se a reflectir sobre cada uma
delas.
Serão as Resoluções do Governo Actos Normativos?
Para melhor discussão desta questão, importa, antes, aprofundar e
clarificar alguns aspectos em torno das figuras do acto normativo, da
Resolução e do Decreto.
São actos normativos todos os actos dos órgãos do Estado com um carácter
geral e abstrato.[4] Os mesmos inserem-se no conjunto dos actos jurídico-
públicos, os quais traduzem a concretização prática da vontade do Estado.
Os actos jurídico-públicos relacionam-se ao princípio da separação de
poderes, estando ligados às diversas funções jurídico-públicas
desenvolvidas pelo Estado. Assim, estes actos podem ser constitucionais,
legislativos, políticos, administrativos e jurisdicionais[5]. Os actos
normativos correspondem aos actos legislativos (tomados no sentido lato,
correspondendo aos actos legislativos strictu sensu e aos actos
regulamentares), e estão consagrados no artigo 142 da CRM, e demais
disposições constitucionais já mencionadas. Então onde se enquadram as
Resoluções e os Decretos?
Frequentemente recorre-se à Resolução para a materialização de certas
deliberações de órgãos colegiais, associadas a actos políticos[6]. Esta (a
resolução) pode assumir duas formas dependendo do órgão sobre que
emanam, podendo ser resolução da Assembleia da República ou Resolução
do Conselho de Ministros[7].
O texto constitucional refere-se às Resoluções mas não fornece, em
nenhum lado, elementos sólidos para uma clara qualificação dessa
categoria jurídico-constitucional. A Constituição se limita a considerar as
Resoluções como uma forma da Assembleia da República e do Governo
manifestarem as suas intenções e tomarem decisões, sem que seja
necessário adoptar um acto normativo (Lei, Decreto-lei, Decreto
Regulamentar e ainda os Avisos do Banco de Moçambique).
O Decreto, por sua vez, é um acto solene e definitivo do poder executivo.
Conforme resulta do número 3 do artigo 142 da CRM, os
Regulamentos[8] do Governo, revestem a forma de Decreto. Os Decretos,
ao lado dos Decretos-Lei (actos que emanam do Governo, no uso da Lei de
Autorização Legislativa, materializando a função legislativa governamental,
nos termos dos artigos 179 e 180 da CRM) representam os actos
normativos do Conselho de Ministros (artigo 209/1), sendo que quaisquer
outros actos (que não sejam normativos) revestem a forma de resolução
(artigo 209/4).
No entanto, o que se percebe na prática é que o Governo, através de suas
resoluções, produz actos normativos, o que não nos parece estranho, e não
muito pertinente aprofundar na presente opinião, até porque alguma
doutrina, baseando-se em outros ordenamentos jurídicos, como o
Português, demonstra que as resoluções podem possuir um conteúdo
normativo assim como não[9], na medida em que são a actividade política
do Governo, expressa em texto, podendo traduzir-se na aprovação de
instrumentos políticos ou na constituição de equipas de trabalho, etc., não
adquirindo apenas dimensão normativa.
Relação de prevalência entre a Resolução do Governo e o Decreto
No tocante à questão da posição hierárquica ocupada pela Resolução do
Conselho de Ministros perante o Decreto, para assim se aferir a relação de
prevalência estabelecida entre as duas figuras, é importante salientar que
as Resoluções do Conselho de Ministros, normalmente, são dirigidas a
temas de interesse transversal a todos os departamentos governamentais,
e por isso constituem um compromisso de todo o Governo[10]. Porém, não
nos parece correcto equiparar essas Resoluções ao Decreto, ou até
posicioná-las acima deste, na medida em que a Constituição não se lhes
consagra a qualidade de actos normativos, limitando-se apenas em atribuir-
lhes suma natureza residual, para todos aqueles actos através dos quais o
Conselho de Ministros pretenda manifestar a sua vontade, sem que para
isso precise recorrer à figura dos actos normativos (artigo 209 da CRM).
O estatuto do Decreto enquanto Regulamento (acto regulamentar) do
Governo tem fundamento e sede constitucional, pelo que dispõe de
prevalência formal sobre os demais actos regulamentares e administrativos
desse mesmo Governo, conforme resulta do número 4 do artigo 142 e o
número 1 do artigo 209 da CRM. A posição do Decreto Regulamentar no
leque dos regulamentos administrativos é dotada de originalidade, dada a
sua presença constitucional associada à gravidade procedimental que lhe
está inerente[11]. Aliás, neste aspecto reside a principal diferença formal
entre o Decreto e a Resolução (e demais actos regulamentares) na medida
em que para o caso do Decreto, há obrigatoriedade de verificação da
assinatura do Primeiro-Ministro bem como sua ordem para a respectiva
publicação, por força do artigo 209/3 da CRM, enquanto para o caso da
Resolução, essa obrigatoriedade não é constitucionalmente consagrada.
Assim, não é descartada qualquer discussão que coloque em causa a
constitucionalidade da revogação do Decreto no 29/2012, de 26 deJulho,
pela Resolução no 9/2018 de 22 de Março, pelo facto de o Decreto ser a
forma constitucionalmente definida de que se devem revestir os actos
regulamentares do Governo.
Ademais, para a Resolução do Governo, mesmo quando se revista de
carácter normativo, não se encontra, em qualquer disposição, nem na
Constituição, nem em legislação ordinária, fundamento que alicerce sua
qualidade de Regulamento Administrativo, bem como sua posição de
norma de valor igual ou superior ao Decreto.
Portanto, porque o Decreto é consagrado como a forma adequada de que
se devem revestir os actos regulamentares do Governo, e ainda pressupõe
maior solenidade na sua produção enquanto norma jurídica, torna-se
evidente a sua superioridade em relação à Resolução (quando contenha
actos normativos) e qualquer outra forma de manifestação de
Regulamentos Administrativos (como por exemplo o Diploma Ministerial), e
por isso mesmo, o facto de deter força suficiente para revogar qualquer um
deles, mas nunca o contrário.
É por isso que somos da opinião que a revogação feita pela Resolução
no 9/2018, de 22 de Março, ao Estatuto Orgânico do ISSM aprovado pelo
Decreto no 29/2012, de 26 deJulho, representa um lapso na observância de
princípios e normas jurídicos no processo de produção normativa. Somos
também da opinião que esse lapso possa ter sido influenciado pela
ausência de uma tipologia formal de regulamentos definida na
Constituição, bem como em legislação que regule, de forma detalhada e
exaustiva, aspectos relativos ao poder regulamentar do Governo, bem
como a relação entre os diversos regulamentos[12].
A este respeito, apreciando o Direito Comparado, importa salientar que,
para fazer face aos problemas do género do tema que nos propusemos
discutir, o ordenamento jurídico português, procurou através do seu
Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
4/2015, de 07 de Janeiro, estabelecer a relação entre cada um dos
regulamentos aprovados pelo Governo. Assim, o número 3 do seu artigo
138º, recorrendo a relações de prevalência, dispõe que no topo dos
regulamentos do Governo se encontra o decreto regulamentar, impondo-se
às demais formas de acto regulamentar. De seguida, encontra-se a
resolução do Conselho de Ministros, quando tenha natureza normativa,
sucedida pela portaria e, por fim, pelo despacho.
O nosso legislador constitucional, por outro lado, pode ter-se escusado de
consagrar na Constituição da República a tipologia formal dos
regulamentos, por forma a garantir, ao Governo e aos diversos órgãos da
Administração Pública, melhor flexibilidade no exercício da função
administrativa. Em todo o caso, considerando a configuração legal em vigor
em Moçambique, e considerando que o órgão autor da Resolução n o 9/2018
de 22 de Março, a CIRAP, detinha de competências para aprovar o novo
Estatuto Orgânico do ISSM, mas carecia de poderes para produzir um
decreto, o que podia ter sido feito era garantir-se a revogação do Decreto
no 29/2012, de 26 deJulho, por outro Decreto do Conselho de Ministros,
dispondo algumas ressalvas em forma de normas transitórias, para que só
depois a CIRAP aprovasse o novo Estatuto Orgânico.
Recomendação
Face ao exposto, recomendamos que o Governo, oficiosamente, aprecie e
rectifique o erro na observância de formalidades da referida revogação, no
exercício de sua competência de órgão regulamentador da actividade
económica e dos sectores sociais, consagrado na alínea f) do número 1 do
artigo 203 da CRM e em respeito ao princípio da legalidade do
funcionamento da Administração Pública, consagrado no número 2 do
artigo 248 da CRM, e no artigo 19 da Lei nº 7/2012 de 8 de Fevereiro,
conjugado com o número 2 do artigo 39 da mesma Lei. Assim, como já foi
mencionado, de modo a rectificar o tal erro, recomendamos que o Governo
proceda à revogação da Resolução n o 9/2018, de 22 de Março, e do Decreto
no 29/2012, de 26 deJulho (irregularmente revogado por aquela resolução),
por um Decreto do Conselho de Ministros, o qual, querendo, pode aprovar
o novo estatuto orgânico do ISSM (no contexto do princípio da
desburocratização e simplificação de procedimentos[13]), ou pode dispor
de algumas ressalvas em forma de normas transitórias, para que só depois
a CIRAP tenha melhores condições para aprovar o novo Estatuto Orgânico
do ISSM.
Não obstante, assumindo-se a inconstitucionalidade e ilegalidade da
revogação do Decreto no 29/2012, de 26 deJulho, pela Resolução n o 9/2018,
de 22 de Março, realçamos que um grupo de dois mil cidadãos, o
Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, um
terço ou mais dos deputados da Assembleia da República, o Primeiro-
Ministro e o Provedor de Justiça podem requerer que o Conselho
Constitucional aprecie a mesma revogação em vista a declarar a sua
inconstitucionalidade (bem como da Resolução revogadora), no contexto do
exercício de suas competências consagradas na alínea a) do número 1 do
artigo 243 e o número 1 do artigo 244 da CRM.
Conclusão
A Resolução do Governo/Conselho de Ministros é fonte de valor inferior ao
Decreto e, por isso, não pode revogar este último.
Por conseguinte, para o nosso caso concreto, a revogação feita pela
Resolução no 9/2018, de 22 de Março, ao Estatuto Orgânico do ISSM,
aprovado pelo Decreto no 29/2012, de 26 deJulho, é inconstitucional e ilegal
na medida que representa um lapso na observância de princípios e normas
jurídicas (constitucionais) no processo de produção normativa. E, por ser
inconstitucional e ilegal, é passível de assim ser declarada pelo Conselho
Constitucional, nos trâmites e termos dos artigos 243 e 244 da CRM.
Recomenda-se ainda que, de forma oficiosa, o Governo rectifique o erro de
formalidade pela revogação da Resolução n o 9/2018, de 22 de Março, e do
Decreto no 29/2012, de 26 deJulho, por um Decreto que pode aprovar o
novo estatuto orgânico do ISSM ou abrir espaço para que o CIRAP não
encontre quaisquer obstáculos formais para exercer suas competências
delegadas e aprovar tal estatuto, de forma regular.

[1] O ISSM, o qual foi criado pelo Decreto-Lei n.º 1/2010, de 31 de


Dezembro.
[2] DIOGO, Luís da Costa, JANUÁRIO, Rui, Noções e Conceitos Fundamentais
de Direito, Quid Juris – Sociedade Editora, Lisboa, p. 156.
[3] DIOGO, Luís da Costa, JANUÁRIO, Rui, Op. Cit., p. 143.
[4] TIMBANE, Tomás e outros, Estudos de Direito Constitucional Moçambicano
– Contributos para Reflexão, Maputo 2012, p. 309.
[5][5] GOUVEIA, Jorge Bacelar, Direito Constitucional de Moçambique –
Lisboa/Maputo, 2015, p. 386.
[6] Os quais são aqueles praticados pelo Estado em vista a assegurar a
prossecução dos interesses essenciais da colectividade através dos órgãos
do poder político.
[7][7]  CANOTILHO, Gomes, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7ª
ed., Edições Almedina, Coimbra, 2003, pp. 858-859.
[8] Regulamentos são comandos de autoridade emitidos unilateralmente
por órgãos do Governo ou da Administração, abstractos e na maioria dos
casos, gerais, para a regulação das relações gerais de poder do Estado.
Decorrem do poder regulamentar da Administração Pública, que se traduz
no poder de estatuir por via geral, concedido a autoridades diferentes da
Assembleia da República, quer nacionais, quer locais.
[9] CANOTILHO, Gomes, Op. Cit., p. 855.
[10] DIOGO, Luís da Costa, JANUÁRIO, Rui, Op. Cit., p. 152.
[11] PINHEIRO, Alexandre S., Problemas De Constitucionalidade Das Normas
De Prevalência Entre Regulamentos Do Governo No Código Do Procedimento
Administrativo De 2015,  Coimbra Editora, 2015, p. 148.
[12] É verdade que existem a Lei n. o 14/2011, de 10 de Agosto, que traz
algumas disposições relativas ao Regulamento Administrativo, e a Lei
n.o 7/2012, de 10 de 8 de Fevereiro, que, entre outros aspectos, regula a
Administração do Estado, atribuindo competências regulamentar a diversos
órgãos, mas estas leis não tratam do assunto dos regulamentos de forma
profunda, ou pelo menos, suficientemente resolutória dos problemas como
o reflectido na presente opinião.
[13] Vide o artigo 7 da Lei 7/2012, de 8 de Fevereiro.
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Setembro 21, 2020


Escrito por:  ASG
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 Direito Privado
 Direito Subjetivo
 Direito e Moral
 Direito Positivo
 Jusnaturalismo
 Dano Moral
 Direito Público
 Divisão do Direito

Conceito e divisões do Direito


O presente artigo tem como objetivo definir os
conceitos, divisões e subdivisoes em que se
estrutura o Direito para fins didáticos. Apresentando
o conceito de Direito positivo, natural, objetivo,
subjetivo, público e privado.
DIREITO NATURALDIREITO PRIVADODIREITO SUBJETIVODIREITO E MORALDIREITO POSITIVO

Conceito e divisões do Direito


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Publicado por Lincoln Paulino

há 3 anos

4.632 visualizações
Conceito do Direito: Não há um consenso sobre o conceito
do direito. A esse respeito divergem juristas, filósofos e
sociólogos, desde tempos remotos. Apontamos como ideal,
pela concisão e clareza, a definição de RADBRUCH, citada por
WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO, segundo a qual
direito “é o conjunto das normas gerais e positivas, que
regulam a vida social”. A palavra “direito” é usada, na acepção
comum, para designar o conjunto de regras com que se
disciplina a vida em sociedade, regras essas que se
caracterizam pelo caráter genérico, concernente à indistinta
aplicação a todos os indivíduos, e jurídico, que as diferencia
das demais regras de comportamento social e lhes confere
eficácia garantida pelo Estado. As referidas normas de conduta
encontram-se nas leis, nos costumes, na jurisprudência, nos
princípios gerais do direito, constituindo o direito objetivo e
positivo, posto na sociedade por uma vontade superior.
O direito nasceu junto com o homem que, por natureza, é um
ser social. As normas de direito, como visto, asseguram as
condições de equilíbrio da coexistência dos seres humanos, da
vida em sociedade. Para CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA, o
direito “é o princípio de adequação do homem à vida social.
Está na lei, como exteriorização do comando do Estado;
integra-se na consciência do indivíduo que pauta sua conduta
pelo espiritualismo do seu elevado grau de moralidade; está no
anseio de justiça, como ideal eterno do homem; está imanente
na necessidade de contenção para a coexistência”. Com isso
poder-se-á definir o direito como uma ordenação heterônoma
das relações sociais, baseada numa integração normativa de
fatos e valores.

Distinção entre o Direito e a moral: As pessoas devem


pautar a sua conduta pela ética, de conteúdo mais abrangente
do que o direito, porque ela compreende as normas jurídicas e
as normas morais.
As normas jurídicas e morais têm em comum o fato de
constituírem regras de comportamento. No entanto,
distinguem-se precipuamente pela sanção (que no direito é
imposta pelo Estado para constranger os indivíduos à
observância da norma. Com efeito, as ações humanas
interessam ao direito, mas nem sempre. Quando “são impostas
ou proibidas, encontram sanção no ordenamento jurídico. São
as normas jurídicas, são os princípios de direito.

Na moral somente pela consciência do homem, traduzida pelo


remorso, pelo arrependimento, porém sem coerção) e pelo
campo de ação, que na moral é mais amplo. Quando se
cumprem ou se descumprem sem que este interfira, vão buscar
sanção no foro íntimo, no foro da consciência, até onde não
chega a força cogente do Estado. É, porém, certo que o
princípio moral envolve a norma jurídica, podendo-se dizer
que, geralmente, a ação juridicamente condenável o é também
pela moral. Mas a coincidência não é absoluta”

A principal diferença entre a regra moral e a regra jurídica


repousa efetivamente na sanção. Pode-se afirmar que direito e
moral se distinguem, ainda, pelo fato de o primeiro atuar no
foro exterior, ensejando medidas repressivas do aparelho
estatal quando violado, e a segunda no foro íntimo das pessoas,
encontrando reprovação na sua consciência.

Direito Positivo e Direito Natural: O Direito positivo é o


ordenamento jurídico em vigor num determinado país e numa
determinada época (jus in civitate positum). O direito positivo,
em outras palavras, é o “conjunto de princípios que pautam a
vida social de determinado povo em determinada época”, não
importando seja escrito ou não escrito, de elaboração
sistemática ou de formação jurisprudencia. Segundo
CAPITANT, é o que está em vigor num povo determinado, e
compreende toda a disciplina da conduta, abrangendo as leis
votadas pelo poder competente, os regulamentos, as
disposições normativas de qualquer espécie. O fundamento de
sua existência está ligado ao conceito de vigência.
Direito natural é a ideia abstrata do direito, o ordenamento
ideal, correspondente a uma justiça superior e suprema. Na
época moderna, o direito natural desenvolve-se sob o nome de
jusnaturalismo, sendo visto como “expressão de princípios
superiores ligados à natureza racional e social do homem”. O
jusnaturalismo foi defendido por Santo Agostinho E São
Tomás De Aquino, bem como pelos doutores da Igreja e
pensadores dos séculos XVII e XVIII.

Em relação ao Direito Natural e Direito Positivo, malgrado a


aparente antinomia, não se pode falar em contraposição entre
ambos, pois que, “se um é a fonte de inspiração do outro, não
exprimem ideias antagônicas, mas, ao revés, tendem a uma
convergência ideológica, ou, ao menos, devem procurá-la, o
direito positivo amparando-se na sujeição ao direito natural
para que a regra realize o ideal, e o direito natural inspirando o
direito positivo para que este se aproxime da perfeição”. Na
realidade, o direito natural, a exemplo do que sucede com as
normas morais, tende a converter-se em direito positivo, ou a
modificar o direito preexistente.

Direito Objetivo e Direito Subjetivo: Direito objetivo é o


conjunto de normas impostas pelo Estado, de caráter geral, a
cuja inobservância os indivíduos podem ser compelidos
mediante coerção. Esse conjunto de regras jurídicas
comportamentais (norma agendi) gera para os indivíduos a
faculdade de satisfazer determinadas pretensões e de praticar
os atos destinados a alcançar tais objetivos (facultas agendi).
O Direito subjetivo nada mais é do que a faculdade individual
de agir de acordo com o direito objetivo, de invocar a sua
proteção. É o poder que a ordem jurídica confere a alguém de
agir e de exigir de outrem determinado comportamento”. É,
portanto, o meio de satisfazer interesses humanos e deriva do
direito objetivo, nascendo com ele. Se o direito objetivo é
modificado, altera-se o direito subjetivo.

As teorias de DUGUIT e de KELSEN (Teoria Pura do Direito)


integram as doutrinas negativistas, que não admitem a
existência do direito subjetivo. Para KELSEN, a obrigação
jurídica não é senão a própria norma jurídica. Sendo assim, o
direito subjetivo não é senão o direito objetivo. Reconhece ele
somente a existência deste, não aceitando o dualismo direito
objetivo--direito subjetivo, que encerra um componente
ideológico. Predominam, no entanto, as doutrinas afirmativas,
que reconhecem a existência do direito subjetivo, tanto no
aspecto técnico como do ponto de vista histórico. Essas
doutrinas se desdobram em: a) teoria da vontade; b) teoria do
interesse; e c) teoria mista.

a) Para a teoria da vontade, de SAVIGNY, WINDSCHEID e


outros, o direito subjetivo constitui um poder da vontade
reconhecido pela ordem jurídica. O Estado somente intervém
quando estritamente necessário. Nesse caso, o titular do direito
é o único juiz da conveniência de sua utilização. Todavia, há
direitos em que não existe uma vontade real do seu titular. Os
incapazes, por exemplo, têm direito subjetivo, podendo herdar,
ser proprietários, embora não possuam vontade em sentido
jurídico.

b) Para a teoria do interesse, defendida por IHERING, direito


subjetivo é o interesse juridicamente protegido

c) A teoria mista, ou eclética, conjuga o elemento vontade com


o elemento interesse. JELLINEK o define como o interesse
protegido que a vontade tem o poder de realizar. Consistindo
na reunião dos elementos básicos das duas teorias
anteriormente mencionadas, a vontade e o interesse, merecem
também as mesmas críticas.

Direito Público e Direito Privado: Na realidade, o direito


deve ser visto como um todo, sendo dividido em direito público
e privado somente por motivos didáticos. Caio Mário Da Silva
Pereira considera satisfatória a associação do fator objetivo ao
elemento subjetivo feita por Ruggiero: “Público é o direito que
tem por finalidade regular as relações do Estado com outro
Estado, ou as do Estado com seus súditos, quando procede em
razão do poder soberano, e atua na tutela do bem coletivo;
direito privado é o que disciplina as relações entre pessoas
singulares, nas quais predomina imediatamente o interesse de
ordem particular”.
Integram, hoje, o direito privado: o direito civil, o direito
comercial, o direito agrário, o direito marítimo, bem como o
direito do trabalho, o direito do consumidor e o direito
aeronáutico. Pertencem ao direito público, por outro lado, o
direito constitucional, o direito administrativo, o direito
tributário, o direito penal, o direito processual (civil e penal), o
direito internacional (público e privado) e o direito ambiental.

Normas de ordem pública são as cogentes, de aplicação


obrigatória. São as que se impõem de modo absoluto, não
sendo possível a sua derrogação pela vontade das partes.
Normas de ordem privada são as que vigoram enquanto a
vontade dos interessados não convencionar de forma diversa,
tendo, pois, caráter supletivo. Distinguem-se em dispositivas,
“quando permitem que os sujeitos disponham como lhes
aprouver”, e supletivas, “quando se aplicam na falta de
regulamentação privada, preenchendo, no exercício de uma
função integradora, as lacunas por ela deixadas”

Referências bibliográficas:
-DINIZ. Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, Vol 1.
29.ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

-GAGLIANO. Pablo Stolze. FILHO. Rodolfo Pamplona. Manual


de direito civil; volume único / Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo
Pamplona Filho. São Paulo: Saraiva, 2017.

-TARTUCE. Flávio. Direito Civil: Parte Geral – v.1. 19. ed. Rio
de Janeiro: Forense, 2017.

-GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume


1: parte geral. 16. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.

-DINIZ. Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, Vol 2.


22.ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

-GAGLIANO. Pablo Stolze. Manual de direito civil. Parte Geral


14º. Ed vol 1. Paulo: Saraiva, 2018.
-TARTUCE. Flávio. Direito Civil: Direito das Obrigações e
Responsabilidade Civil – v. 2. 14. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2019.

Lincoln Paulino
Almejo colocar meus conhecimentos em prática, crescer e desenvolver-me!

Atualmente sou servidor público concursado do âmbito municipal e acadêmico em Direito.


Acredito que a Educação rompe obstáculos e supera limites, por isso defendo a
democratização do conhecimento e tenho como objetivo estudar e disponibilizar materiais
curtos, didáticos e explicativos de determinados assuntos e disciplinas do curso de Direito,
a fim de auxiliar todos aqueles que um dia irão seguir o mesmo caminho ou que podem ser
beneficiados pelas informações! Almejo conquistar uma oportunidade de colocar meus
conhecimentos em prática, crescer intelectualmente e desenvolver-me! Busco atuar na
carreira jurídica, portanto, venho me preparando com afinco para tal realização! Outrossim,
que os objetivos que persigo pelo esforço e perseverança, tão logo venham a se
concretizar!

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INTRODUÇÃO
A palavra política vem do grego politiké, cuja semântica está associada à arte ou ciência
de dirigir, de governar. Os gregos, há mais de dois mil anos, organizaram-se em
cidades-estados, dotadas de governos próprios, chamadas de polis. Mas, para a
formação do governo, necessário se fez que fosse instituído um conjunto de normas e
organizados mecanismos para a imposição de seu cumprimento. Ou seja, foi
imprescindível a constituição de um poder político, mais tarde, separado em executivo,
legislativo e judiciário. 

Quando da formação dos Estados, este poder político foi distribuído de diferentes
formas no território nacional. Em alguns, foi estruturado apenas um núcleo de poder em
todo o espaço geográfico; em outros, houve uma divisão, passando a haver vários polos
de poder dentro do mesmo território. Essa diversidade deu origem ao conceito de
“formas de estado”, ou seja, ao modo como é distribuído geograficamente o poder
político.   

Classicamente, há três formas de estado: a unitária, a federação e a confederação.


Quando só há um centro de poder, ou seja, apenas um órgão legislativo, executivo e
judiciário, temos o estado unitário. Quando este poder é fragmentado entre um ente
central e vários entes regionais, sem que, no entanto, haja a possibilidade dos Estados-
membros serem soberanos e se separarem, temos a federação. Quando, além da
fragmentação, o pacto de constituição fixa que os Estados-membros terão plenos
poderes, inclusive de soberania e, portanto, de se separarem, temos a confederação. Esta
é, no entanto, uma classificação superficial, pois não há, hoje, um estado federal padrão,
mas sim vários, com diferenças enormes entre si. Doutrinadores mais modernos,
inclusive, trazem subdivisões do federalismo, o que é mais preciso didaticamente. Do
mesmo modo, hoje, não temos um estado unitário que se enquadre no conceito clássico,
havendo, pelo contrário, derivações que descaracterizam em muito o modelo
concebido.   

 2. EVOLUÇÃO DO MODELO BRASILEIRO: 


Na Constituição outorgada de 1824, fomos estruturados como um estado unitário. Nos
exatos termos do artigo 2º, “o território é dividido em Províncias na forma em que
actualmente se acha, as quaes poderão ser subdivididas, como pedir o bem do Estado”.
Ou seja, apenas tínhamos unidades administrativas, não prevendo a carta constitucional
a possibilidade de delegação de poderes legislativos às divisões provinciais. Era natural
a adoção deste modelo, já que estávamos ligados há mais de três séculos a Portugal, um
país de organização centralizada, que nunca teve experiência como federação, e, até os
dias atuais, ainda se conserva como um estado unitário. 

No entanto, em 12 de agosto de 1834, ante à percepção da impossibilidade de


manutenção de uma rígida centralização de poder sobre todo um extenso território
nacional, com elevadas dificuldades de comunicação e sem uma sistema de estradas e
transportes, optou-se, através de um Ato Adicional, por dotar as  províncias de
Assembleias Legislativas Provinciais, ou seja, cada uma passou a ter seu próprio Poder
Legislativo. Há de se destacar que, desde 1831, estávamos sem monarca, ante a
abdicação de D Pedro I e a menoridade de seu filho, sendo o país dirigido por um
governo regencial, o que facilitou a experiência de um aumento na descentralização. O
Ato também criou o município neutro do Rio de Janeiro, embrião do que seria, na
República, o Distrito Federal.  

Na Constituição de 24 de fevereiro de 1891, resolvemos copiar o modelo norte-


americano e passamos a ser um estado federal, sem uma preparação para o novo padrão.
Não houve estudos sobre a adequação do federalismo americano às características
sócio-econômicas do Brasil. Não houve sequer consulta à população envolvida. As
províncias foram transformadas “subitamente” em Estados e dotadas de ampla
autonomia inclusive para elaborarem suas próprias Constituições, contraírem
empréstimos no exterior e formar suas forças policiais. No entanto, colocar em prática,
aqui, um modelo estruturado para um estado totalmente diferente do nosso, seja em
termos de formação histórica, seja em termos de organização político-jurídica,
evidentemente resultou em muitos problemas. A federação brasileira enfrentou,
inclusive, na década de 1930, o quadro de guerra civil, entre entes federados.  

Em 1934, entramos em uma nova ordem constitucional que, em muitas de suas


disposições, mostrava-se mais liberal e progressista, mas, de outro, era conservadora,
como no caso da estruturação da federação. Introduzir-se-iam mudanças profundas no
modelo existente, como que reconhecendo a inviabilidade de copiarmos, aqui, a forma
de estado adotada pelos Estados Unidos. Iniciar-se-ia a federação assimétrica, que
perdura, até hoje, no Brasil. Inspirada na Constituição de Weimar, promoveu-se uma
grande centralização em torno da União, retirando-se competências antes afetas aos
estados. Nas demais Constituições, essa tendência centralizadora foi se acentuando. Até
mesmo na Constituição de 1946, de caráter democrático, não houve alteração neste
quadro. O período de autoritarismo, pós-1964, com Atos Institucionais, Constituições
outorgadas, intervenção em entes federados, cassações de políticos regionais,
fortaleceram, em muito, a força da União frente aos Estados. 

Chegamos à Constituinte de 1987, onde novamente levantou-se o debate sobre a forma


de estado que deveria ser implantada no Brasil. Em 05 de outubro de 1988, a nova
Constituição organizou o Estado, em seu Título III, por um lado, de forma muito
conservadora, pois além de não alterar o quadro centralizador, ainda acentuou a
concentração de competências nas mãos da União. Muitas das mudanças significativas.
verificadas não foram precedidas de discussões, estudos de viabilidade e análises
técnicas. 
Foi o caso do Distrito Federal, elevado a ente autônomo com status de Estado, mas na
prática subvencionado parcialmente pela União. É discutível que, no modelo federativo,
haja um membro autônomo, e, ao mesmo tempo, economicamente dependente de outro.
Quase todos os territórios também foram subitamente transformados em Estados. Mas
ficaram sob dependência da transferência de recursos federais. Os municípios foram
também “todos” alçados a membros dotados de autonomia, em igualdade com Estados e
União. Contudo, um número expressivo sequer possuía receitas próprias para a
manutenção dos serviços mínimos. Nestas condições, a sobrevivência passou a estar
diretamente relacionada ao repasse de recursos federais e do Fundo de Participação dos
Municípios. Certamente que, para integrar uma federação, seria necessário muito mais
do que apenas a criação de um prédio para sede de governo e de outro para câmara
legislativa. Em síntese, mudamos sim sob a ótica quantitativa, mas não na qualitativa.   

3. ESTADO UNITÁRIO: 
Aqui temos apenas um único pólo de poder atuando sobre todo o território nacional. Ou
seja, há somente um centro produtor de normas aplicáveis sobre a população. Foi um
modelo muito presente na formação dos primeiros estados europeus e que ainda se faz
muito expressivo neste continente, em países como a França, Espanha e Portugal. No
entanto, hoje, é muito difícil existir um estado unitário rígido, sem qualquer grau de
descentralização. Isto porque a democracia, os direitos políticos, as diferenças sócio-
econômicas e até mesmo culturais forçaram uma flexibilização, com a existência de um
certo grau de distribuição de poderes. 

Nossa primeira Constituição, a Imperial de 1824, estruturou o Brasil como estado


unitário, herança do estado português. E hoje, apesar de sermos uma federação, ainda há
um resquício cultural forte de unitarismo no país. Primeiro, pela concentração de
competências na União; segundo, pela relevância reduzida que ocupam as legislações
estaduais e municipais, que são, em grande parte, até mesmo desconhecidas pela
maioria dos habitantes do município.  

4. A FEDERAÇÃO: 
A palavra federação vem do latim foedus, significando pacto, aliança. Isto porque foi
concebido, inicialmente, como um acordo entre estados que cediam a sua soberania,
para integrarem um novo estado. Nasceu na América, mais precisamente nos Estados
Unidos, em que as antigas colônias britânicas resolveram se unir, para se protegerem
das ameaças externas e afastar possíveis tentativas de recolonização. A declaração de
independência, de 4 de julho de 1776, traz expressa essa ideia, nominando os seus
signatários de Estados Unidos da América, nome que ostenta o país até os dias atuais. 
Em 1777, no segundo congresso continental, as antigas treze colônias celebraram um
tratado, chamado de Artigos da Confederação, que garantia amplos  poderes e
liberdades aos Estados e criava um governo central com escassas atribuições. Os três
primeiros artigos do referido tratado fixavam: 

“Art. 1º. Esta Confederação terá o nome de Estados Unidos da América. 

Art. 2º. Cada Estado conserva a sua soberania, sua liberdade, sua independência e todos
os poderes, jurisdição ou direitos que não se acham expressamente delegados pela
presente Confederação aos Estados Unidos representados em congresso. 

Art. 3º. Os ditos estados constituem individualmente, pelo presente ato, um pacto
permanente de amizade entre si, para a defesa comum, conservação de suas liberdades e
sua recíproca felicidade, comprometendo-se a protegerem-se reciprocamente contra
toda invasão ou ataque a todos ou a alguns deles, por motivo de religião, soberania,
comércio ou de outra espécie.”   

Em 1787, os representantes das antigas treze colônias, reunidos na Filadélfia,


elaboraram a Constituição dos Estados Unidos. No preâmbulo, inscreveu-se que o povo,
e não os estados, resolveram criar uma união com caráter permanente, nos seguintes
termos:  

“Nós, o povo dos Estados Unidos, a fim de formar uma União mais perfeita, estabelecer
a justiça, assegurar a tranquilidade interna, prover a defesa comum, promover o bem-
estar geral e garantir para nós e para os nossos descendentes os benefícios da liberdade,
promulgamos e estabelecemos esta Constituição”  

Com a Carta americana, evolui-se do modelo original confederativo, para o modelo


federativo. Não havia previsão que atribuísse soberania aos estados membros. No
entanto, primou-se pela igualdade de representação e de prerrogativas entre os entes
federados, criando-se inclusive uma casa legislativa (denominada de Senado) para este
fim. 

Pouco a pouco, a experiência federalista foi se espalhando para outros países, mas o
modelo americano não foi copiado na íntegra, sofrendo, pelo contrário, muitas
adaptações e mudanças quando de sua incorporação a outros Estados. Assim, hoje, não
há um modelo padrão de federação, mas sim vários, que oscilam entre a ampla
descentralização de competências aos membros, como nos Estados Unidos, e a reduzida
descentralização, como no caso do Brasil. No primeiro caso, temos o que se chama de
federalismo centrífugo, enquanto que no segundo temos o centrípeto. Os estados da
federação americana, por exemplo, criam o seu próprio direito civil e penal, ou seja,
cada ente fixa os crimes e as penas aplicáveis, regulamentam os procedimentos para
casamento, divórcio, sucessão de bens e registros públicos, algo que inexiste no Brasil.  
5. A CONFEDERAÇÃO: 
A confederação é concebida como um tratado entre estados independentes, que decidem
se unir, mas mantendo sua soberania e o direito à secessão, ou seja, de dissolverem o
vínculo existente, no momento que desejarem. Há, portanto, uma pluralidade de entes
soberanos que podem, a qualquer momento, quebrarem todos os vínculos existentes e
voltarem à condição de plena independência.   

No entanto, a história tem mostrado que a separação pode gerar graves dissidências,
descambando até para o conflito armado. Um exemplo clássico foi o ocorrido nos
Estados Unidos, que, de 1861 até 1865, esteve mergulhado em uma guerra civil contra
os entes separatistas do sul que resolveram deixar a União e criar os Estados
Confederados da América. Hoje, não existe nenhuma confederação em vigor. A Suíça,
apesar de ostentar o nome oficial de Confederação Helvética, é, na verdade, uma
federação, pois, desde a Constituição de 1848, os cantões não possuíam o direito à
independência. Em 1798, os exércitos napoleônicos já haviam imposto aos cantões
soberanos, a transformação da confederação em República Helvética.   

O Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte também não é considerado uma


confederação. Trata-se, na verdade, de uma união política que garante um governo
unificado para a Escócia, Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte.  

6. O ATUAL MODELO BRASILEIRO: 


A Constituição de 1988 fixa, primeiro, em seu artigo 18, que nossa federação, hoje, é
composta pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos autônomos entre si.
Portanto, não há uma relação de hierarquia e subordinação entre os mesmos. O termo
autonomia vem do grego autos (próprio) e nomos (norma), e significa que cada
integrante tem a capacidade de auto-organização (por meio de Constituição ou Lei
Orgânica), auto legislação, autogoverno e autoadministração. 

Como segundo ponto, ressaltamos que o texto constitucional se preocupou em


descrever, ao longo de 25 incisos do artigo 21, um conjunto amplo de competências
político-administrativas afetas à União, como a de política externa, emissão de moeda,
administração de reservas cambiais e serviços de telecomunicações, deixando pouco
espaço residual para os demais entes. Ao longo de 29 incisos do artigo 22, é descrito um
extenso rol de matérias que são de competência legislativa privativa da União. Da
análise dos assuntos listados resta evidenciado que, aqui, estão praticamente todos os
assuntos relevantes na sociedade, inclusive as áreas principais do Direito e da
Economia. Com essas disposições, esvaziou-se, em muito, as competências das
Assembléias Legislativas e das Câmaras Municipais. Os municípios tiveram suas
competências enumeradas ao longo do artigo 30, dentre as quais a de legislar sobre
assuntos de interesse local, sem precisar qual a abrangência desse conceito, o que tem
gerado discussão e controvérsias com os Estados, como a questão da titularidade dos
serviços de água e de saneamento. 
Avançou-se na descentralização das receitas tributárias. Foi imposta à União, a divisão
de parte dos impostos arrecadados com os estados e os municípios. Mas houve um
aumento sensível da tributação que incide sobre a sociedade e o setor produtivo. O
aumento da prestava de serviços públicos não veio acompanhado por melhorias na
qualidade de gestão, de eficiência e de profissionalismo. Consequentemente, temos,
hoje, um federalismo caro, que onera em demasia o contribuinte, mas que oferece muito
pouco em troca e está longe de conseguir atender as necessidades da sociedade.      

 5. CONCLUSÃO  
A divisão clássica de formas de estado, presente em muitas obras e doutrinadores, hoje,
está a demandar uma revisão e atualização. Os conceitos de federação, confederação e
estado unitário mostram-se mais teóricos do que práticos. O Brasil é, nos exatos termos
do artigo 1º, Constituição Federal, uma República Federativa.  Nossa Carta Magna fixa,
em seu § 4º, art. 60, que a forma federal de Estado é uma cláusula pétrea, que sequer
pode ser submetida a propostas tendentes a aboli-la. Certamente há muito o que se
debater nessa área. Por exemplo, o porquê do Distrito Federal na condição de ente
autônomo, com receitas próprias elevadas, fruto de arrecadar tanto impostos estaduais,
quanto municipais, ainda hoje ser destinatário de elevados recursos e subvenções
federais. É uma distinção federativa enorme, injustificável e desprovida de
razoabilidade, até mesmo pelo fato de que estamos a favorecer um ente com mais
condições, em detrimento de entes com mais necessidades e menos orçamento próprio. 

Não há também uma discussão sobre a eficiência do atual modelo para a promoção do
desenvolvimento nacional e da redução das desigualdades sócio-econômicas. Não
conseguimos precisar em que medida o federalismo assimétrico contribuiu e contribui
para o progresso, ou qual o seu grau de culpabilidade para as graves deficiências que
ainda possuímos, como nas áreas da educação, saúde e saneamento. Podemos concluir
que temos um federalismo estável, mas de discutível proveito para a sociedade. Quanto
a todo esse acervo de discussões necessárias, apesar da alta relevância, por enquanto
não há perspectiva de se desenvolverem, pelo menos não no médio prazo. Ou seja,
ficarão para uma agenda futura, talvez muito futura, no Congresso Nacional.  

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federativosEstados-membros

Sobre o autor

Antonio José Teixeira Leite


Advogado em Brasília (DF). Especialista em Direito Público pelo IDP, MBA em
Direito e Política Tributária pela FGV, Especialista em Políticas Públicas, pela Escola
Nacional de Administração Pública e Pós graduado em Direito Societário pela FGV-
Law. Professor em cursos de graduação, pós-graduação e extensão universitária.
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O Estado – Sociedade Politicamente Organizada

1.     Elementos do Estado
·        Povo
·        Território
·        Poder político

Povo – Todas as pessoas que à comunidade política estejam


ligadas de modo duradouro e efectivo (por vínculos de cidadania ou
nacionalidade) e que possuam direitos perante o Estado.

O povo é um conceito jurídico e político.

Território – (Terrestre – Aéreo e Marítimo)


Poder Político – Faculdade exercida por um povo de, por
autoridade própria, instituir órgãos que exerçam com relativa
autonomia a jurisdição sobre um território, nele criando e
executando normas jurídicas, usando para o efeito os necessários
meios de coacção.
Associado ao Poder Político está a noção de soberania. A
soberania caracteriza-se por ser um poder político supremo e
independente.
Supremo – porque não está limitado por nenhum outro na ordem
interna
Independente – porque na ordem internacional não tem de acatar
normas que não sejam voluntariamente aceites e está ao mesmo
nível dos poderes supremos dos outros Estados.

2.     Poderes e Funções do Estado


Funções não jurídicas serão aquelas actividades que, muito
embora possam estar sob a alçada das normas legais ou adoptar
em certos casos formas jurídicas, não contem em si mesmas
criação nem execução de direito positivo.
Funções do Estado:
·        Função política ou governativa – (prática de actos em que se
concretiza a política geral do país), esta há de ser a actividade dos
órgãos do Estado cujo objecto directo e imediato é a conservação
da sociedade politica e a definição e prossecução do interesse
geral, mediante a livre escolha dos rumos ou das soluções
consideradas preferíveis.
Ex: A proclamação da Independência (o Estado começa por exercer
a função politica e depois a jurídica); a organização do poder
soberano; A criação da própria fonte do Direito, fundada no Direito
natural; as negociações internacionais e nas relações diplomáticas
para a defesa dos interesses nacionais e celebração de tratados.

·        Função técnica é a função dos agentes do Estado cujo objecto


directo e imediato consiste na produção de bens ou na prestação de
serviços destinados à satisfação de necessidades colectivas de
caracter material ou cultural, de harmonia com preceitos práticos
tendentes a obter a máxima eficiência dos meios empregados. (a
actividade dos professores, artistas, engenheiros, médicos,
agricultores, etc).
·        Função legislativa – (actividade pela qual o Estado cria o seu
Direito Positivo) a actividade dos órgãos do Estado que tem por
objecto directo e imediato estatuir normas de carácter geral e
impessoal, inovadoras da Ordem jurídica.
·        Função administrativa/ executiva – (execução das leis e a
satisfação das necessidades colectivas), a actividade dos órgãos do
Estado que tem por objecto directo e imediato promover e
assegurar o cumprimento das leis e aplicar sanções aos infractores
delas. Ex: a actividade policial,
No processo de exercício da função executiva, por um lado a lei
exige perfeita imparcialidade do órgão de execução (o qual não
deve estar de modo nenhum interessado no conflito, e muito menos
resolver sem ouvir todos os interessados) e por outro lado
a passividade, no sentido de o executor não agir sem que seja
solicitado pelas partes.
Já no processo Administrativo de execução vigora a parcialidade e
a iniciativa, no caso do Estado.
·        Função jurisdicional – (actividade exercida pelos tribunais no
sentido de dirimir conflitos de interesses públicos ou privados, bem
como a punição da violação da Constituição e das leis)

Fins do Estado:
·        Segurança (individual e colectiva)
·        Justiça
·        Bem-estar económico-social

3.     Órgãos de Soberania
Órgão de Estado é um centro institucionalizado de poderes e
deveres que participa no processo de formação e manifestação de
uma vontade imputada ao Estado-Colectividade. Marcelo Rebelo de
Sousa
·        O Presidente da República
·        A Assembleia da República
·        O Governo
·        Os Tribunais

Os tribunais – são os órgãos de soberania com competência para


administrar a justiça em nome do povo. Incumbe-lhes:
·        Assegurar a defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos
dos cidadãos
·        Reprimir a violação da legalidade democrática
·        Dirimir os conflitos de interesses públicos e privados

Independência dos tribunais


A independência traduz-se no facto de os juízes não estarem
submetidos a quaisquer ordens ou instruções quanto à maneira de
julgar os casos.

·        O atributo da inamovibilidade:


Os magistrados são nomeados vitaliciamente e não podem ser
suspensos, transferidos, promovidos, aposentados, demitidos ou
por qualquer forma mudados de situação, senão nos casos
previstos na lei.

·        O atributo da irresponsabilidade:


Os juízes não podem ser responsabilizados pelas suas decisões, a
não ser nos casos especialmente previstos na lei. O juiz encontra-
se unicamente vinculado à lei e decide segundo o critério que
considera certo.
A confiança na justiça dos tribunais garante-se também pelo facto
de as audiências destes serem públicas, excepto quando o próprio
tribunal decidir em contrário.

Poderes, funções e órgãos do Estado


Objectivando promover o bem público, como sua meta final, o
Estado desempenha uma série de funções através dos órgãos que
o compõe, determinando um enorme conjunto de actos e serviços
variáveis de um local para outro e de acordo com a época
analisada.
Essa múltipla atividade gerou a teoria sobre os poderes estatais. 
No início concentrado numa pessoa ou coletividade, passou a
distribuir-se numa verdadeira divisão de trabalho e atribuições,
cujas funções exigem os respectivos órgãos com a missão de
exercê-las dentro dos limites das correspondentes competências.
Esse exercício mesmo dentro da unidade estatal obedece a
limitações consagradas, que visam evitar a hipertrofia da
autoridade.
Aristóteles começou a discernir as três partes do governo com as
funções por elas exercidas: a assembleia do povo formada pelos
cidadãos em geral, como corpo deliberante e verdadeiro soberano
do Estado; a segunda composta de magistrados com ordens
especiais encarregados das rendas e defesa do Estado e a terceira
integrada por juízes, encarregados do julgamento e da aplicação da
justiça.
John Locke já falava expressamente nos poderes citando
o legislativo, executivo, federativo do estado e
a prerrogativa.  Não confiante na natureza humana considerava
perigoso confiar a execução das leis àqueles que a tivessem
elaborado, convindo separar o poder legislativo do executivo.  Não
tratou do judiciário com especialidade e o poder federativo por
outros interpretado como confederativo, correspondia ao direito da
paz e da guerra, de formar ligas e alianças e de fazer toda espécie
de negociações com as pessoas e as comunidades estranhas ao
Estado.  A prerrogativa referia-se ao poder discricionário que às
vezes atingia a arbitrariedade indo de encontro ao bem público.
Foi Charles-Louis de Secondat (1689-1755)-Baron de Ia Brède et
de Montesquieu que em 1748 elaborou um verdadeiro tratado de
Teoria do Estado sob o título De I'Esprit des Lois, quando concluiu
que "Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo
corpo de principais, ou de nobres, ou do povo, exercessem os
três poderes, o que faz leis, o que executa as resoluções
públicas e o  que julga os crimes ou as desavenças
dos particulares".
Saint Girons distinguia apenas dois
poderes: legislativo e executivo, sendo a justiça um ramo
autônomo independente do executivo.
Benjamin Constant de Rebecque, escritor e político francês, admitia
cinco poderes: real, executivo, representativo de duração,
representativo de opinião e judiciário.  Ressalte-se, de logo, que o
Brasil na Constituição Imperial, admitiu uma classificação sui
generis com o poder moderador acrescido ao legislativo, executivo
e judiciário quando mais se aproximou deste autor, com relação ao
poder real.
Segundo Silvestre Pinheiro Ferreira, filósofo e estadista português,
que escreveu os Princípios de Direito Público, Constitucional,
Administrativo e das Gentes, os poderes também seriam
cinco: legislativo, executivo, judiciário, eleitoral e conservador.
Francois Dominique de Reynaud, o Conde de Montlosier,
juntamente com Benjamin Disraeli, o Lord Beaconsfield eram
contrários a separação e faziam confusão com esta e o governo
misto, afirmavam que os poderes eram: o rei, a câmara dos pares e
a câmara dos proprietários.
Etienne Vacherot, filósofo francês em La Démocratie, afirmava
serem três os poderdes: legislativo, executivo e
administrativo, estando a autoridade judiciária compreendida no
poder administrativo.
Immanuel Kant, filósofo alemão nos Princípios Metafísicos da
Teoria do Direito, viu nos poderes do Estado as três proposições de
um silogismo prático: a maior que contem a lei de uma vontade; a
menor, a ordem de conduzir-se de acordo com a lei; enfim, a
conclusão, a sentença, que decide o que é direito no caso de agir. 
Estes três poderes são coordenados (completando-se) e
subordinados (independentes).  O legislativo é irrepreensível; o
executivo irresistível e o judiciário é inapelável.
Cada órgão, dentro da sua esfera de ação, exerce a totalidade do
poder soberano.  Em outras palavras: cada acto de governo,
manifestado por um dos três órgãos, representa uma manifestação
completa do poder.
O Legislativo, o Executivo e o Judiciário, são poderes
interdependentes no sentido literal da palavra, já que devem ser
harmônicos e coordenados entre si.  São órgãos de manifestação
do poder de soberania estatal, que é, na sua essência uno e
indivisível.  Cada um, na esfera da sua função específica, exerce a
totalidade do poder.
O Estado manifesta a sua vontade, o seu poder através desses três
órgãos que compõem a sua unidade.  Cada um dos três,
isoladamente, sem a correlação e a integração dos dois outros, não
chegaria a expressar o poder do Estado.
Os três poderes só são independentes no sentido de que se
organizam mutuamente na finalidade essencial de compor os atos
de manifestação da soberania estatal, mediante um sistema de
freios e contrapesos, na expressão dos constitucionalistas norte-
americanos, realizando o ideal de contenção do poder pelo poder.

AS TRÊS FUNÇÕES BÁSICAS DO ESTADO


Não confundir as funções com as finalidades ou objetivos do
Estado, que são vários e de natureza militar, policial, econômica,
previdenciária, cultural entre outras. Todavia as funções básicas do
Estado, mesmo com outras palavras ou acréscimos por parte de
uns e concentrações por outros permanecem as mesmas
desde Aristóteles aos nossos dias.
O filósofo grego entendia da seguinte maneira as três funções
basilares da “polis”:
·        Consultiva,  que se pronunciava acerca da guerra, da paz e das
leis;
·        Administrativa, através do magistrado incumbido dos restantes
assuntos do governo.
·        Judiciária, solucionando as controvérsias;
Modernamente o Estado consolidou estas três funções que a partir
dos pensadores dos séculos XVII e XVIII, passaram a ser exercidas
por órgãos correspondentes de forma harmônica e interdependente:
Legislativa:  estabelece normas gerais e abstratas que regem a
vida em sociedade, através de manifestação de vontade a ser feita
valer toda vez que ocorre o fato descrito na norma. Exemplo: Quem
importa mercadoria paga o imposto sobre importação. Esta é uma
lei.
Executiva:   traduz num acto de vontade individualizado a
exteriorização abstrata da norma. Exemplo: Cobrar do  importador o
tributo na quantidade prevista na lei é acto executivo.
Judiciária: Dirime as controvérsias que podem surgir na aplicação
da lei. Exemplo: Se o importador dos exemplos acima, considera
indevido o tributo cobrado surge uma lide a ser resolvida
definitivamente pela função jurisdicional.
à(s) fevereiro 18, 2019 

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Etiquetas: Direito constitucional

1 comentário:
1.

Unknown3 de maio de 2020 às 02:41

Muta ciencia
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Quarentena. Isolamento e Distanciamento Social ( Diferenças )


Em tempos de crise humanitária de saúde, muitas dúvidas surgem sobre quais orientações
devem ser seguidas e formas de diferenciar as...
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Norma Jurídica em Moçambique

 by Benney Muhacha

 Maio 6, 2022
Norma jurídica – é uma regra de conduta imperativa, geral e abstrata imposta de forma
coerciva pelo Estado, isto é, comando geral e abstrato, regulador da conduta humana e
cuja violação suscita, tendencialmente uma sanção.

A norma jurídica tem uma estrutura que tem no seu conjunto seguintes elementos:

Previsão ou hipótese
É a parte da regra onde está a situação jurídica, ou seja, consiste na descrição da
situação de facto que, a verificar-se efectivamente produz certas e determinadas
consequencias jurídicas.São, pois, as situações da vida que se espera que venham a
acontecer (previsíveis).

Estatuição ou Consequência
São consequências jurídicas emergentes do facto ocorrido pela situação descrita na
previsão. Dito de outro modo, é a parte da regra que estabelece certo efeito jurídico para
a representação da previsão, ou seja, á consequência legal.

Ex1: art. 227 do CC – “Quem negoceia com outrem para a conclusão de um contrato
deve, (…) sob pena de responder pelos danos que culposamente causar ao outrem.

Previsão – quem negoceia com outrem


Estatuição – responder pelos danos que culposamente causar ao outrem.
Ex2: art. 131 CP – Quem matar outra pessoa é punido com pena de prisão de 8 a 16
anos.

Previsão – quem matar outra pessoa


Estatuição – é punida com pena de prisão de 8 a 16 anos.
Ex3: art. 130 do Código Civil: “Aquele que perfizer 21 anos de idade adquire plena
capacidade de exercício de direito, ficando habilitado a reger a sua pessoa e a dispor dos
seus bens”.

Previsão– Aquele que fizer 21 anos de idade.


Estatuição– Adquire plena capacidade de exercício de direitos, ficando habilitado a
reger a sua pessoa e a dispor dos seus bens.
EX4: nº1 do art.284 da Constituição Portuguesa: “A Assembleia pode rever a
Constituição decorridos 5 anos sobre a data da publicação da última lei de revisão
ordinária”.

Previsão – Se já tiver decorrido 5 anos sobre a data de publicação da última lei de


revisão ordinária
Estatuição – A Assembleia da República pode rever a Constituição.
EX5: art.122 do Código Civil: “É menor quem não tiver completado 21 anos de idade”.

Previsão– Quem não tiver completado 21 anos


Estatuição – É menor
Uma norma jurídica pode ter mais de uma previsão e mais de uma estatuição ou ainda
pode começar com a estatuição e terminar com a previsão.

Ex1: Se a obrigação puder ser liquidada em 2 ou mais prestações a falta de realização de


uma delas importa o vencimento de todas.

Previsão: a falta de prestação mensal numa devida liquidável em 2 ou mais prestações


(…),
Estatuição: quando tal falta de pagamento ocorre o vencimento de todas as prestações.
Ex2: art. 1323 do CC. “Aquele que encontrar animal ou outra coisa móvel perdida e
souber a quem pertence, deve restituir o animal ou a coisa a seu dono ou avisar este do
achado, se não souber a quem pertence, deve anunciar o achado pelo modo mais
conveniente, atendendo ao valor da coisa e as possibilidades locais, ou avisar as
autoridades, observados os usos da terra, sempre que os haja (….) ”.

Previsao1:aquele que encontrar animal ou outra coisa móvel perdida e souber a quem
pertence…
Estatuição1: deve restituir o animal ou a coisa a seu dono ou avisar este do achado.
Previsão2:se não souber a quem pertence
Estatuição2: deve anunciar o achado pelo modo mais conveniente, atendendo ao valor
da coisa e as possibilidades locais, ou avisar as autoridades, observados os usos da terra,
sempre que os haja (….).
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Benney Muhacha
Mestrando Gestão de Projetos, Licenciado em História e Bacharel em Administração.
Jovem moçambicano apaixonado pelas TICs, é CEO e editor de conteúdo dos blogs: Sópra-
Educação, Sópra-Vibes, Sópra-Vagas e Sópra-Educação.com/exames

   

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Norma jurídica
Lexionário
PALAVRAS-CHAVE

abstração ; estatuição ; generalidade ; previsão ; regra de conduta ;

TEXTO

A norma jurídica exprime, em termos gerais e abstratos, a representação de uma situação


da vida cuja verificação ou preenchimento determina a emissão de uma valoração ou a
necessidade de um comportamento. A norma jurídica assume-se, portanto, como
parâmetro de qualificação da realidade e, ou, regra de conduta. A estrutura da norma
jurídica completa integra sempre dois elementos: a previsão e a estatuição. A previsão
refere a situação da vida típica cuja verificação em concreto desencadeia o efeito ou a
consequência jurídica estabelecida na estatuição. A norma jurídica estabelece uma
relação de causalidade entre a situação da vida representada na previsão e os efeitos
jurídicos estabelecidos na estatuição. As consequências jurídicas que integram a
estatuição podem consistir na imposição de um comportamento (a norma obriga) na
atribuição de uma qualidade ou de um poder (a norma permite) ou na concessão de um
direito subjetivo. Para além das normas jurídicas completas, cuja estrutura assenta na
previsão e na estatuição, a ordem jurídica acolhe exemplos variados de normas
incompletas, como as definições, as normas interpretativas, as cláusulas gerais, as
enumerações, as ficções, as presunções ou as normas de devolução, entre outras.
Enquanto parâmetro de valoração ou de comportamento, a norma jurídica carateriza-se
pela generalidade e pela abstração: dirige-se a destinatários indeterminados ou
delimitados através de categorias e representa situações da vida indeterminadas ou
delimitadas através de categorias. Inversamente, não parece possível sustentar que a
norma jurídica se carateriza pela imperatividade, porque nem todas as normas impõem ou
proíbem uma determinada conduta

Quais são as características da norma jurídica?

Bilateralidade: O Direito existe sempre vinculado a duas ou mais pessoas, atribuindo poder
a uma parte e impondo dever à outra. Generalidade: É a característica relacionada ao fato
da norma valer para qualquer um, sem distinção de qualquer natureza.
 Direito
 Normas Jurídicas

Características das Normas Jurídicas


CURTIR

Publicado por William Sanvier

há 4 anos

Conflitos sociais são inerentes em qualquer sociedade, por


mais que seja civilizada. As normas jurídicas, portanto, são
essenciais no contexto social, a fim de minimar e apaziguar
divergências populares criadas no seu corpo social. As
principais características das normas são:

BILATERALIDADE: a norma jurídica, geralmente, é


vinculada a duas partes, seja jurídica, seja física. De um lado
temos um sujeito com o poder de agir, de fazer o que está
sendo imposto. Do outro lado, temos um sujeito com o poder
subjetivo de exigir tal conduta. Por exemplo: o empregado com
o seu empregador, o vendendo com o seu cliente, o prestador
de serviço com quem o solicitou;
GENERALIDADE: a norma jurídica é designado a todos,
sem exceção! Essa característica é vinculada ao PRINCIPIO DA
IGUALDADE. Sendo assim, todos serão tratados da mesma
forma, sem distinção de classe, cor e sexo... Portanto, as
pessoas que estiverem inserida no mesmo corpo social
receberão o mesmo tipo de tratamento;
ABSTRATIVIDADE: ninguém tem o poder de prever e
deduzir todos os fatos ocorridos em um contexto social,
portando a norma regula os casos de maneira hipotética, ou
seja, a norma jurídica é abstrata;
IMPERATIVIDADE: aquilo que é posto por alguém (Estado)
de forma obrigatória, designada a uma ou um grupo de
pessoas. Caso não seja cumprida, o mesmo será punido de
alguma forma;
COERCIBILIDADE: trata-se do poder psicológico que a
norma tem aos seus destinatários. A coação pode ser interna e
externa: essa faz com que o sujeito sinta-se com a consciência
pesada em não fazer aquilo que está sendo posto; a outra vem
do exterior, uma coação física vindo de alguém.

William Sanvier

Estagiário de Direito do grupo EVPAR- Participações e Investimentos-, alocado no


departamento jurídico. Acadêmico de Direito pela Universidade Pontifícia Católica de
Goiás. Integrante do projeto de extensão "A MINHA CONSTITUIÇÃO" e membro da
Monitoria Acadêmica da PUC-GO.

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Rui Marques Marques

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 Significado de sanção: entenda o que são sanções
 Sanções são ações punitivas em resposta a violação de uma lei. Por exemplo,
quando um país infringe um acordo que foi legalmente estabelecido, este pode
sofrer sanções por parte da comunidade internacional.

 Neste sentido, as sanções representam uma tática de repressão aos infratores,
uma espécie de “castigo”, principalmente de caráter financeiro e econômico.



 caráter financeiro e econômico.
 Uma sanção também pode significar o ato de aprovação de algo por
vias formais, como leis e decretos. O conceito está relacionado com o
Direito e a Justiça, seja no sentido de “ação punitiva”, como no de
“aprovação”.
 O que é uma sanção penal?
 A sanção penal é a condenação dada a um indivíduo que infringiu
alguma norma estabelecida na legislação da sociedade em que se
encontra, ou seja, cometeu um ato ilícito.
 Para ser determinada a sanção penal, o infrator deve passar por um
processo de julgamento.
 De acordo com o Código Penal Brasileiro, as sanções penais podem
ser de três tipos: restritivas de liberdade, restritivas de direitos ou de
multa.
 O que é uma sanção presidencial?
 A sanção presidencial é quando o chefe do Poder Executivo, ou seja,
o Presidente da República, sanciona (aprova) um projeto de lei que já
foi previamente aprovado pela câmara dos deputados e senadores.
 O presidente tem um limite de quinze dias para sancionar ou vetar o
projeto, caso não se pronuncie, o texto em questão é
automaticamente sancionado.
 Em suma, quando o Presidente da República se manifesta e sanciona
o projeto, este ato é chamado de sanção expresso. No entanto,
quando não se manifesta, chama-se sanção tácita.
 O que significa uma sanção disciplinar?
 As sanções disciplinares, assim como as sanções administrativas,
ocorrem quando há uma infração das normas e leis administrativas,
do serviço público, por exemplo.
 Neste caso, os infratores são submetidos a uma punição para que
possam aprender a respeitar a disciplina interna da instituição,
evitando infrações futuras.
 Entenda também o que é um fato típico.
 O que significa a sanção?
 É a concordância e anuência do presidente da República com projeto de lei
ordinária ou complementar aprovado pelo Congresso. O prazo para ocorrer a
sanção é de 15 dias.

 A sanção é uma aplicação de algum tipo de pena ou castigo a um


indivíduo diante de um determinado comportamento considerado
inapropriado, perigoso ou ilegal. Neste sentido, o conceito de sanção
pode ser entendido de duas maneiras diferentes, embora similares e
conectados entre si. Estes dois sentidos são, basicamente, o jurídico e o
social, cada um contando com elementos particulares.
 Em primeiro lugar, a sanção é um dos principais elementos da área
jurídica e foi criada para representar a pena ou o castigo que um
indivíduo pode receber como consequência do cometimento de algum
tipo de delito ou ato ilegal. Neste espaço, as sanções estão fixadas por
lei e aparecem como resultado de todo um sistema de categorias e
hierarquias que faz com que cada fato receba um tipo específico e
particular de sanção. Por exemplo, tanto um ladrão como um homicida
recebe a sanção de ir para prisão, porém em cada caso será diferente a
quantidade de anos de prisão que cada um receberá pelo crime
cometido.
 Por outro lado, a sanção também pode sair do espaço meramente
jurídico quando se fala de sanções sociais. Elas têm a ver com a
combinação de costumes, tradições, comportamentos e atitudes
aprovadas por cada cultura que constroem em conjunto sua estrutura
moral e ética. Entendida assim, a sanção pode tornar-se um elemento
muito mais indefinido, pois não é a que rege uma lei, mas o sentido
comum na maioria dos casos. Então, a sanção pode ser representada por
um desafio, por um olhar de desaprovação, discriminação e até
indiferença de parte dos demais indivíduos diante de um fato cometido.
Como no caso de uma pessoa que joga lixo em via pública em um lugar
que não é penalizado por lei; a sanção social faz com que as pessoas o
vejam mal e desaprovem seu comportamento sem que necessariamente
receba um castigo.
 Referencia autoral (APA): Editora
A+ A- 

 Webmail 
+ Links úteis
Portal do Governo
de Moçambique
Menu


































































Processo Disciplinar
O Processo Individual

Determina o artigo 93 das Normas de Funcionamento dos Serviços da Administração


Pública, aprovadas pelo Decreto nº 30/2001, de 15 de Outubro, que: Os processo
individuais dos funcionários devem conter todos os dados e documentos que a eles
digam respeito, devendo os mesmos dados constar do Subsistema de Informação de
Pessoal (SIP )Os processos serão numerados e descritos em ficheiros, por ordem
alfabética. 

Ler mais

Organização do Processo

Nos termos do disposto no artigo 28 do Estatuto Geral dos Funcionários do Estado, a


qualidade de funcionário adquire-se pela posse, equivalente ao acto de assinatura de
contrato. Sendo assim, o processo individual organiza-se a partir da posse. Mas há
necessidade que dele constem os elementos de identificação e demais requisitos
legais exigidos para ingresso no aparelho de Estado pelo artigo 24 do EGFE. Terá o
sector de recursos humanos de fazer retirar tais elementos do processo de admissão
a concurso, constituído por:

Ler mais

Legislação Aplicável

Normas de Funcionamento dos Serviços da Adminstração Pública, aprovadas pelo


decreto Nº 30/2001, de 15 de Outubro.

Ler mais

Procedimentos

Abertura do Processo

Ler mais

Actualização do Registo Biográfico

Actualização 
Averbamentos Antes de proceder ao arquivo no processo individual de documentação
que altere ou modifique a situação funcional ou civil do funcionário, o responsável
deve fazer a respectiva anotação no registo biográfico e no SIP. Estão neste caso, entre
outros: promoções, progressões, distinções e prémios, licenças, faltas, contagem de
tempo, penas disciplinares, alteração do estado civil e das habilitações literárias, etc.

Actualização de dados biográficos Periodicamente as unidades orgânicas de recursos


humanos aos diversos níveis deverão remeter ao sector de nível hierárquico superior
a ficha de actualização do registo biográfico (modelo 8) acompanhado da
documentação comprovativa das alterações. O original da documentação ficará
arquivado no órgão central ou provincial caso de trate de funcionário do quadro geral
ou provincial, respectivamente.

Ler mais

Transferência do Arquivo Corrente para o Intermediário

Transferência 

Numeração do processo transferido Quando se verifique qualquer das situações que


impliquem a cessação da relação de trabalho com o Estado (exoneração, rescisão ou
denúncia de contrato, expulsão, aposentação ou morte) o processo individual deverá
ser transferido para o arquivo intermediário. No arquivo intermediário o processo
receberá número próprio. Para a atribuição do número segue-se o critério utilizado no
arquivo corrente devendo igualmente ser preenchida ficha de identificação do
processo. Nesta ficha deve-se indicar o número que o processo tinha no arquivo
corrente.

Acesso ao arquivo intermediário Os dirigentes das áreas de recursos humanos devem


definir quais os funcionários autorizados a requisita os processos ou documentos do
arquivo intermediário, que poderão ser os que têm acesso ao arquivo corrente.

Ler mais

Pesquisa
 
Pesquisa avançada

 Gabinete do Primeiro-Ministro

 Conselho de Ministros

 Secretários de Estado

 Ministérios
 Governos Provinciais

 Governos Distritais

 Função Pública

 Documentos

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Artigo

Relações Jurídica Fiscal e Obrigações Fiscal em Moçambique

Ernesto Ismael Sitoe

06/07/2022 às 11:33

Índice

PARTE INTRODUTÓRIA 2

1.1 INTRODUÇÃO 2

1.2 OBJECTIVOS 2
1.2.1 Objectivo geral 2

1.2.2 Objectivos específicos 2

PARTE FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3

2.1 Relação Jurídica 3

2.1.1 Relação Jurídica Fiscal 3

2.2 Teoria da relação e do facto jurídico 3

2.3 Relação jurídica e obrigação fiscal 4

2.4 Objecto da relação jurídica fiscal 4

2.5 Imposto 4

2.5.1 Objectivos Fiscais 4

2.5.2 Objectivos sociais 4

2.5.3 Objectivos Económicos 4

2.6 OBRIGAÇÃO FISCAL EM MOÇAMBIQUE 5

2.7 Elementos da relação jurídica no âmbito fiscal 6

2.7.1 Sujeitos da relação jurídica fiscal 6

2.7. 2 Capacidade tributária activa: 6

2.8 Relação de obrigação e o Codigo Civil moçmbicano 7

2.8 Obrigação Fiscal 8

2.8.1 Formação da obrigação fiscal 8

2.8.2 Tipos de obrigação fical 8

2.8.3 Elementos da Obrigação Fiscal 9

2.8.4 Constituição da obrigação de imposto 9

2.8.5 Extinção da obrigação fiscal 10

2.8.5.1 Formas de extinção de obrigação tributária 10


TERCÉIRA PARTE: CONCLUSÓRIA 11

3.1 Conclusão 11

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 11

PARTE INTRODUTÓRIA

1.1 INTRODUÇÃO

Como parte introdutória, dizer que é nesta parte que fixarei ou narrarei como será o
andamento deste trabalho. Em primeiro dizer que o mesmo, tem como fonte da sua
constituição a: fundamentação teórica, conclusão e referência bibliográfica. Na
fundamentação, é onde que irei tratar de decifrar o tema: Relações Jurídica Fiscal e
Obrigações Fiscal em Moçambique, para trazer a luz aspectos ligados ao tema de uma
forma delimitada; e na conclusão, onde que irei de uma forma breve relatar a
constituição sintetizada localizada na fundamentação teórica e que posteriormente as
referencias bibliográficas onde constarão os nomes dos autores consultados. E em
segundo e último, dizer que o tema é de relevância para o conhecimento humano
generalizado, porque visa incutir os visados sobre o que é e ou qual é a relação /
obrigação jurídica fiscal em moçambique.

1.2 OBJECTIVOS

1.2.1 Objectivo geral

 Falar das Relações Jurídica Fiscal e Obrigações Fiscal em Moçambique.

1.2.2 Objectivos específicos

 Conseptualizar e interpreitar palavras chave,


 Fazer conhecer os sujeitos, objecto e teoria da relação jurídica,
 Fazer saber a formação, tipos, elementos, extinção e forma de extinção da obrigação
fical.

PARTE FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Relação Jurídica

Para CAMPOS (1995) cit Muhacha (2021) relação jurídica é uma relação da vida
disciplinada pelo direito, vinculado o titular do direito subjectivo e obrigado, e o
obrigado, relativamente ao objecto ou bem jurídico.

2.1.1 Relação Jurídica Fiscal

O cerne da relação jurídica fiscal e constituído pela obrigação fiscal ou de imposto que,
apesar de ser uma obrigação ou direito de crédito tem características especiais que
diferenciam das demais, citou Muhacha (2021).
2.2 Teoria da relação e do facto jurídico

A relação jurídica e a relação entre pessoas tuteladas pelo ordenamento jurídico, BEM
(2004). Nessa perspectiva, e importante ressaltar que dois requisitos são essências para
que se perceba a tutela pelo direito, sendo um de ordem material a ligação
intersubjectiva, e outro de certeza formal, a hipótese normativa ou laço entre as partes,
necessariamente previsto por normas. As relações do direito privado são classificadas
em quatro categorias:

 Familiares;
 Sucessórias;
 Obrigacionais.

Essas, que representam uma semelhança em relação aos elementos externos que nelas
estão inseridos: sujeitos, factos jurídicos, objectos e garantias.

 Sujeito de direito 

É aquele que participa na relação jurídica como sujeito activo, o titular do direito ou
passivo, o titular do dever. O objecto da relação é o bem, ou a prestação em que incide o
poder jurídico, com a intenção de favorecer sujeito activo.

 O facto jurídico 

É todo e qualquer acontecimento gera uma relação jurídica contribuindo com criação,
modificação ou extinção de direitos.

Para DINIZ (2002), o facto jurídico é um acontecimento previsto em que a norma do


direito, em razão do qual nascem, se modifica, suscitem ou se extinguem as relações
jurídicas.

Os factos jurídicos em sentido estrito representam todos os fenômenos actuantes sobre o


mundo exterior que, não obstante gerem efeitos jurídicos, não são frutos da vontade
humana, segundo Muhacha (2021).

Os factos jurídicos, em sentido estrito ou factos naturais independem da vontade


humana, mas apenas da natureza humana, e podem ser classificados como factos,
trazem em si uma posição jurídica, produzindo efeitos como a aquisição e a extinção de
direitos, como é o caso do nascimento e da morte que são os termos iniciais e finais da
personalidade.

2.3 Relação jurídica e obrigação fiscal

Prata (2009), define a relação jurídica, num sentido restrito, como a relação inter
privada que o direito regula através da atribuição a um sujeito de um direito privado e a
imposição de outro de um dever ou sujeição. Por seu lado a obrigação fiscal, respeita
somente aquela que e a principal obrigação do sujeito passivo na relação jurídica fiscal,
ou seja, a obrigação e pagar o imposto.
2.4 Objecto da relação jurídica fiscal

Segundo Waty (2004), o objecto da relação jurídico fiscal é a prestação a que o devedor
de imposta esta a distrito para com o sujeito activo.

A prestação é, em regra precedida de uma actividade para a sua concretização


lançamento e determinada pela aplicação de ma taxa a matéria colectável, liquidação.

O facto jurídico é a constituição da obrigação fiscal.

2.5 Imposto

Para tal, trago a visão do Muhacha (2021), para tratar:

2.5.1 Objectivos Fiscais

De acordo com este objectivo os impostos visam a obtenção de receitas para


financiamento de despesas públicas, isto é, satisfação das necessidades financeiras do
Estado.

2.5.2 Objectivos sociais

Os impostos visam a repartição justa da riqueza e dos rendimentos, a diminuição das


desigualdades, tendo em conta as necessidades e rendimentos do agregado social,
operando-se uma verdadeira reatribuição de riqueza.

2.5.3 Objectivos Econômicos

Os impostos podem combater a inflação (reduzindo o rendimento disponível e,


consequentemente, o consumo), obter a selectividade do consumo (tributando mais
pesadamente os consumos nocivos e supérfluos, como o tabaco, o jogo, certas bebidas e
as antiguidades), proteger as indústrias nacionais (estabelecendo direitos aduaneiros
protectores durante um certo período), incentivar a poupança e o investimento
(indirectamente através dos desagravamentos fiscais).

2.6 OBRIGAÇÃO FISCAL EM MOÇAMBIQUE

Assim, WATY (2004), considera a obrigação fiscal como parte da relação jurídica, pós
esta e amais vasta e complexa. Para ele, a obrigação fiscal inclui todas as relações de
diferente objecto e conteúdo que resultam daquela obrigação central, na qual os sujeitos
passivos são o contribuinte e outras pessoas estranhas a essa obrigação de imposto.

A relação jurídica para Muhacha (2021), é composta de um núcleo constituído pelo


contribuintes e pelos terceiros que, de algum modo , estão ligados aos pressupostos do
facto de tributação, que podem ser designados de obrigação ou deveres tributários
acessórios:

 A primeira obrigação
Nuclear, é a obrigação fiscal que se traduz no pagamento do imposto.

 A segunda obrigação (as obrigações acessórias),

Definem-se como aquelas que auxiliam o cumprimento da obrigação central de


pagamento do imposto. Dentro destas encontram-se, assim, as obrigações criadas pelo
legislador a propósito da contabilidade.

Segundo Bem (2004), conceitua a relação jurídica como a ligação entre dois ou mais
sujeito, em razão de um facto previsto no ordenamento jurídico, em que um dos
sujeitos, tem o direito de exigir uma prestação e o outro, o dever de compri-lá.

Para o mesmo autor, a melhor compreensão da relação jurídica fiscal é necessário ter a
noção dos seus pressupostos, que constituem o conjunto de condições de que a lei faz
depender o nascimento da relação jurídica fiscal.

Quanto a sua natureza os pressupostos podem ser:

 Objectivos ou subjectivos.

Quanto ao seu âmbito podem ser:

 Genéricos ou específicos.

No que se refere aos pressupostos genéricos da relação jurídica fiscal pode se apontar a
personalidade jurídica, a capacidade jurídica (subjectivos) e matéria colectável
(objectivo).

2.7 Elementos da relação jurídica no âmbito fiscal

Os elementos da relação jurídica fiscal são:

1. Sujeitos
2. Objectos
3. Facto jurídico e
4. Garantias

Para Muhacha (2021), sujeito activo, é o titular do correspondente direito subjectivo e o


sujeito passivo, que é sobre quem recai o correspondente dever.

2.7.1 Sujeitos da relação jurídica fiscal

Para tal Muhacha (2021), nas suas explanações, de uma forma detalhada, trata de
interpretar:

1. Sujeito activo
Em relação a sujeitos activos da relação jurídica fiscal importa distinguir:

 Poder tributário:

Poder conferido constitucionalmente para a criação, incidência, instituição,


estabelecimento do imposto e a definição do seu regime;

 Competência tributaria:

A administração ou gestão de imposto e que se traduz no lançamento, liquidação e


cobrança dividindo se esta competência entre a administração fiscal e os particulares.

2.7. 2 Capacidade tributária activa:

Qualidade do sujeito activo da relação de crédito em que a relação jurídica fiscal se


consubstancia. Ѐ a titularidade de crédito de imposto e outros direitos tributários e é
inerente a personalidade tributária activa ou susceptibilidade de ser sujeito activo da
relação jurídica fiscal e é imposto;

 Titularidade de receita de imposto:

Verifica se nos casos em que as receitas provenientes de certos impostos estão


consignadas a determinadas entidades que não tenham todas ou algumas das
titularidades fiscais activas.

1. Sujeito passivo

A doutrina costuma distinguir as seguintes: contribuintes, devedor de imposto e sujeito


passivo da relação jurídica fiscal.

 Contribuinte:

É a pessoa em relação em qual se verifica o facto tributário, o pressuposto de facto ou


facto gerador do imposto, isto é, o titular da manifestação na capacidade contributiva
que a lei visa atingir e que por esse efeito ira suportar d desfalque patrimonial que o
imposto provoca.

 Devedor de imposto:

É o sujeito passivo que deve satisfazer perante o credor fiscal a obrigação de imposto.

 Sujeito passivo:

É toda e qualquer pessoa, singular ou colectiva, a quem a lei imponha o dever de


efectuar uma prestação tributária, quer seja a prestação de imposto, quer seja nas
obrigações acessórias.
Entretanto, algumas relações são reguladas pelo direito e outras não, o que cada vez
menor, e bom que ainda haja relações interpessoais imane a autoridade do Estado, não
havendo nenhuma concretização da maldade nesses conceitos, mas dependência em
relação a natureza do pensamento humano citou Muhacha (2021).

2.8 Relação de obrigação e o Codigo Civil moçambicano

O conceito da relação jurídica fiscal, está patente no direito privada.

No Código Civil vigente moçambicano, no Título II das Relações Jurídicas, Secção I,


que versa sobre a personalidade e capacidade jurídica.

O art: 66, Começo da Personalidade

1. Personalidade adquire- se no momento de nascimento completo e com vida.


2. Os direitos que a lei reconhece aos nascituros dependem do seu nascimento.

Art: 67, Capacidade Jurídica

As pessoas podem ser sujeitas de quaisquer relações jurídicas, salvo disposição legal,
em contrário, nisto consiste a sua capacidade jurídica.

Art: 68, termos da personalidade

1. A personalidade cessa com a morte.


2. Quando certo efeito jurídico depender da sobrevivência de uma ou outra pessoa,
pressupõe- se, em caso de dúvida que uma e outra faleceram ao mesmo tempo.
3. Tem se por falecida a pessoa, cujo cadáver não foi encontrado ou reconhecido,
quando desaparecimento se tiver dado, em circunstanciais que não permitam duvidar
da morte dela.

Art: 69, Renuncia a capacidade jurídica

Ninguém pode renunciar, no todo ou em parte a sua capacidade jurídica.

2.8 Obrigação Fiscal

A obrigação pode ser entendida de duas formas, a primeira pela relação jurídica entre
credor (sujeito activo), e o devedor (sujeito passivo), tendo o primeiro o direito ao
recebimento de determinada prestação.

Como preceitua Muhacha (2021), a obrigação fiscal de uma relação jurídica


estabelecida entre as pessoas jurídicas de direito público, competentes para instituir
sobre tributos, e as pessoas, físicas ou jurídicas, que praticam o facto previsto a lei, ou
seja, e um dever de fazer um contribuinte prestar determinada prestação.
Ainda pode ser conceituada a obrigação como, a relação entre pessoas que pode ser
gerada em razão da vontade o em razão da lei, a obrigação fiscal, decorre da lei, sendo
por tanto, exemplos legais, não necessitando da vontade do agente.

O nascimento da obrigação não depende de nenhuma manifestação de vontade das


partes, que passam a ocupar os polos passivos e activos do vínculo jurídico.

2.8.1 Formação da obrigação fiscal

A imposição de pagar o tributo surge do vinculo que se estabelece entre o particular


sujeito passivo contribuinte, quando há ocorrência de um facto gerador, a situação
prevista em lei, que faz com que surja o vinculo, entre o particular e o Estado ( a
obrigação tributaria).

O particular fica determinado a pagar uma prestação de fundo particular prevista na


legislação.

A prestação pode servir para pagar tributo, ou penalidade dependendo de como e


definido pela lei praticado pelo particular.

O contribuinte, pode ainda ser Estado a fazer coisas no interesse do fisco, ou deixar de
praticar algum acto de acordo com a Lei.

2.8.2 Tipos de obrigação fiscal

As obrigações em relação a tipicidade se dividem em dois grandes grupos tributárias ou


fiscais a saber:

 Obrigação tributária principal

É a obrigação de pagar o tributo devido (pecuniária).

 Obrigação tributária acessória

Consiste em acção ou missão que facilita a acção do fisco, como por exemplo a
obrigação de emitir nota fiscal, e a de não rasurar os livros fiscais da empresa.

A obrigação principal e acessória, são autônomas, por tanto, diante de uma unidade esta
só atingira a principal, diferentemente de direito civil não desobrigando o seu
cumprimento.

2.8.3 Elementos da Obrigação Fiscal

Constitui se por quatro elementos: Lei, Facto gerador,

 Lei
Acto que cria ou institui o tributo, determina aumento de alíquotas, outorga isenções,
vedações, não incidência, define o fato gerador e tudo mais que for desta obrigação e
estrutura- se pela hipótese, o mandamento e a sanção.

 Fato gerador

Elemento nuclear da obrigação tributaria ou sua própria natureza jurídica, sem o qual
não há que se falar em obrigação;

 Sujeitos:

Sujeito activo: o lado credor da obrigação fiscal;

Sujeito passivo: e o lado devedor da relação obrigacional tributário contribuinte.

 Objecto:

É o valor devido que pode ser definido como principal ou acessório

2.8.4 Constituição da obrigação de imposto

Esta obrigação de imposto, como as demais, resulta de: um facto, uma realidade, um
acto que se subsume integral e precisamente a hipótese de uma norma. Contudo, o que
se pretende analisar e o momento em que a obrigação fiscal se constitui, quando o
rendimento e percebido pelo sujeito passivo ou pelo contrario, no final do ano fiscal.

2.8.5 Extinção da obrigação fiscal

A forma normal de extinção de obrigação fiscal é o comprimento ou pagamento, que


constitui a execução da prestação do imposto. Assim, importa referir que na extinção do
imposto pelo pagamento há necessidade de determinar:

 Por quem deve e pode ser feito autor do pagamento;


 A quem deve ser feito refere se ao destinatário;
 A que deve pagar se refere se ao objecto;
 Como deve pagar se refere se a forma;
 Onde deve pagar se refere se ao lugar; e,
 Quando deve pagar se refere ao tempo.

Desta feita Muhacha (2021), vinca que o comprimento da se com pagamento pontual do
imposto pelo sujeito passivo. No pagamento, pode se apontar o voluntário e o coercivo.

Por outro lado, o imposto pode ser realizado a pronto pagamento ou em prestações.
WATY (2004). Para além do pagamento que é a forma ou norma de extinção de
obrigação fiscal, ha outras formas dignas, de menção pelas quais esta pode se distinguir.
2.8.5.1 Formas de extinção de obrigação tributária

 Doação em comprimento:

A lei pode pode admitir que no lugar da prestação pecuniária seja entregue a outra de
valor idêntico.

 Prescrição:

Conta se do início do ano seguinte aquele em que tiver ocorrido o fato tributário ou a
partir da actuação do processo executivo. No entanto, a reclamação, a impugnação, o
recurso e a execução interrompe a prescrição.

 Compreensão:

Ocorre quando o contribuinte compensa com crédito representando um título que tiver
constituído noutra obrigação do mesmo imposto.

 Confusão:

Quando o sujeito activo em simultaneamente o sujeito passivo do imposto ou quando o


estado é chamado para suceder para um contribuinte.

 Anulação do imposto:

É quando a lei prevê e é feita através de um titulo de anulação WATY (2004). Se o


contribuinte não efectuar o pagamento do imposto dentro do prazo legalmente prescrito,
pratica um acto ilícito, colocando se em situação de não comprimento.

TERCÉIRA PARTE: CONCLUSÓRIA

3.1 Conclusão

Como parte final deste trabalho, dizer que para a sua materialização, foram feitas
consultas bibliográficas em artigos físicos e pesquisas electrónicas. Em priméiro dizer
que a Relações Jurídica Fiscal e Obrigações Fiscal em Moçambique, tem suas diretrizes
e objectivos pretendidos pela pessoa colectiva no objecto que é a satisfação dos
interesses do Estado. Ainda mais dizer que este estas actividades ou esta relação e
obrigação, incide sobre o mesmo sujeito de forma distinta. Em segundo e último, dizer
que a relação jurídica é composta de um núcleo constituído pelo contribuinte que de
algum modo, estão ligados aos pressupostos do facto de tributação, que podem ser
designados de obrigação ou deveres fiscais.

Esta relação jurídica fiscal é pós uma relação abstrata, uma relação obrigacional ,
embora de direito publico e que pode ser chamada a primeira obrigação, nuclear, é a que
se traduz no pagamento do imposto.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BEM, L. S. (2004). Teria da Relação jurídica: análise da parte geral do novo Código
Civil. Corimbo.

Código Civil vigente em Moçambique.

DINIZ, M. H. (2002).Curso de Direito Civil. 18 Ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves,

Muhacha, B. (2021). Relação juridical e Obrigação fiscal. Acesso dia 20 de Maio de


2022. Disponível em: https://sopra-educacao.com/2021/02/26/relacao-juridica-fiscal-e-
obrigacao-fiscal/ 

PRAT, A. (1982). A tutela constitucional da autonomia privada. Coimbra: Almedina

WATY, T A. (2004). Introdução ao Direito Fiscal: Manual da Educação Fiscal e


Aduaneira para disseminadores. 2ºed. Maputo, Ed: W e W; Maputo.

Sobre o autor

Ernesto Ismael Sitoe

Ernesto Sitoe, é um cidadão de nacionalidade moçambicana, nascido em Maputo e que


por força maior encontra-se a residir em Tete. Formações: 2013- Formado como Músico
Instrumentista pela EAM-Maputo 2015- formado como Técnico em Administração e
Gestão de Recursos Patrimoniais com o grau de Técnico Básico pela BRAFORDS-
Brazil 2019- Formado como Técnico de Administração Pública e Autárquica com o
grau de Técnico médio pela CATMOZ-Tete Actualmente cursando Direito na ISCED-
Tete
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A doutrina costuma evidenciar a relação jurídica a partir de três elementos, a saber: os
sujeitos, o objeto e o vínculo jurídico. Quanto aos sujeitos, diz-se que uma relação jurídica só
pode existir entre duas ou mais pessoas.

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