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Resumo

Resumo de Fisiologia da Mastigação e Deglutição Voluntária 0

Fisiologia da
Mastigação e
Deglutição Voluntária

Lara Frangiotto Lopes


Universidade Federal do Paraná

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1. Mastigação
1. Definição

A mastigação é a ação triturar e cortar os alimentos, reduzindo-os à partículas


menores, para que assim possam ser deglutidos. Essa ação motora é obtida através dos
músculos da mastigação.

2. Dentes

São adaptados para mastigação, com funções gerais de cortar, reduzir e misturar
o alimento à saliva. Participam também, da articulação possibilitando a fala e protegem
e auxiliam o desenvolvimento dos tecidos que os sustentam.

São classificados e possuem funções especificas:

• Incisivos (anteriores) → ação de cortar os alimentos


• Caninos → cones proeminentes únicos
• Pré-molares → bicúspides
• Molares (posteriores) →três ou mais cúspides → ação de trituração

Podem ser classificados ainda em decíduos (primários) e permanentes


(secundários). Cada dente tem coroa, colo e raiz. A coroa é a parte que se projeta da
gengiva (a parte que vemos). O colo está situado entre a coroa e a raiz. A raiz está fixada
no alvéolo dental pelo periodonto.

3. Articulação Temporomandibular (ATM)

É uma articulação sinovial do tipo gínglimo, que permite o deslizamento, um


pequeno grau de rotação, a flexão e a extensão da mandíbula.

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Articulação temporomandibular. FONTE: Anatomia Orientada para Clínica, Moore - 7ª edição.

4. Músculos da mastigação

Os movimentos da ATM são produzidos principalmente pelos músculos da


mastigação, sendo eles: m. Temporal, m. Masseter, m. Pterigóideo lateral e m.
Pterigóideo medial.

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São inervados pelo ramo motor do quinto nervo craniano (Trigêmeo), e o processo
de mastigação é controlado por núcleos no tronco encefálico:

- Áreas reticulares especificas do centro do paladar do tronco cerebral gera


movimentos de mastigação rítmicas.

- Áreas no hipotálamo, na amigdala e no córtex cerebral podem causar a


mastigação.

Figura 1 Músculos que atuam na mandíbula/ATM. FONTE: Anatomia Orientada para Clinica, Moore.

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MÚSCULO INERVAÇÃO AÇÃO SOBRE A MANDÍBULA

Tronco anterior do nervo Eleva a mandíbula, fechando a boca; suas fibras


Temporal motor mandibular via ramos posteriores são as primeiras retratoras da mandíbula.
temporais profundos.

Tronco anterior do nervo Eleva a mandíbula, fechando a boca;


Masseter motor mandibular via nervo
masseter.

Tronco anterior do nervo Age lateralmente, protrai a mandíbula e abaixa o


motor mandibular via nervo queixo. Quando age unilateralmente balança a
Pterigóideo
pterigoideo lateral. mandíbula para o outro lado; também promove a
lateral
contração unilateral alternada produzindo maiores
movimentos laterais da mastigação

Tronco anterior do nervo Atua sinergicamente com o musculo masseter


Pterigóideo
motor mandibular via nervo elevando a mandíbula e contribui para a protrusão.
medial
pterigoideo medial.

Além dos músculos próprios da mastigação, os músculos supra-hióides e infra-


hióides estão localizados de cada lado do pescoço (figura 2). Eles elevam e abaixam o
hioide e a laringe, respectivamente (isso ocorre durante a deglutição, por exemplo).
Indiretamente, também podem ajudar a abaixar a mandíbula, em especial ao abrir a
boca subitamente, contra resistência ou quando invertidos (p. ex., de cabeça para
baixo). O músculo plastisma pode ser usado de modo semelhante.

O reflexo de mastigação é causado pela presença de bolo alimentar na boca,


desencadeando a inibição reflexa dos músculos da mastigação, permitindo que a
mandíbula inferior se abaixe. Tal mecanismo inicia o reflexo de estiramento dos
músculos mandibulares que leva a contração reflexa, elevando a mandíbula e causando
o cerramento dos dentes. Concomitante há a compressão do bolo contra a parede da
cavidade bucal, o que inibe, mais uma vez os músculos mandibulares, permitindo que a

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mandíbula desça e suba mais uma vez. Esse processo é um ciclo repetitivo e permite um
processo adequado de mastigação.

5. Funções da mastigação

A mastigação é um processo importante para a digestão dos alimentos,


principalmente de muitas frutas e verduras que possuem membranas de celulose
indigeríveis e que precisam ser rompidas para que as porções dos nutrientes sejam
liberados e, então, digeridos. Ademais, as enzimas digestivas só agem nas superfícies
das particular de alimentos, portanto, quanto maior a área de superfície total exposta,
maior a intensidade da digestão.

A trituração do alimento também previne escoriações do trato gastrointestinal e


facilita o transporte do alimente pelo tubo digestivo.

2. Deglutição
Ocorre através da faringe, órgão que serve tanto à respiração como à deglutição,
portanto, torna-se um processo complicado. A faringe se converte por apenas alguns
segundos, em trato de propulsão alimentar.

A deglutição é dividida em:

(1) Estágio voluntário → inicia o processo de deglutição

- O alimento é voluntariamente comprimido e empurrado para trás, em direção


à faringe, pela pressão da língua para cima e para trás contra o palato, excitando assim
receptores sensoriais que iniciam a parte involuntária da deglutição.

- Inervação:

Áreas de alta sensibilidade ao redor da abertura da faringe, principalmente nos


pilares tonsilares levam impulsos para porções sensoriais dos nervos trigêmeo e
glossofaríngeo para o bulbo, através do trato solitário, que recebe todos os impulsos
sensoriais da boca.

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Os impulsos motores dirigidos para a faringe e parte superior do esôfago, que


causam a deglutição, são transmitidos pelo 5º, 9º, 10º e 12º nervos cranianos e por
alguns nervos cervicais superiores.

(2) Estágio faríngeo → involuntário, correspondente à passagem do alimento pela


faringe até o esôfago.

- Há estimulação das áreas de receptores epiteliais da deglutição, ao redor da


abertura da faringe, e seus impulsos passam para o tronco encefálico, onde iniciam
séries de contrações musculares faríngeas automáticas. Dura menos que 6 segundos,
interrompendo a respiração nesse período através da inibição do centro respiratório do
bulbo.

- A traqueia se fecha, o esôfago se abre, e onda peristáltica rápida, indiciada pelo


sistema nervosos da faringe, força o bolo de alimento para parte superior do esôfago.

(3) Estágio esofágico → fase involuntária que transporta o alimento da faringe ao


estômago.

- No esôfago estão presentes dois tipos de peristaltismos: primário e secundário.

- O primário é a continuação da onda peristáltica que começa na faringe e se


prolonga para o esôfago. Caso essa onda primária não seja eficaz em conduzir todo o
alimento ao estômago, as ondas peristálticas secundárias (geradas pela distensão que o
alimento causa no esôfago) são deflagradas.

- Como a musculatura do 1/3 proximal do esôfago é constituída de musculatura


estriada, elas sofrem ação das fibras nervosas motoras dos nervos glossofaríngeo e vago.
Em contrapartida, os 2/3 inferiores do esôfago, por possuírem musculatura lisa, são
controlados pelo nervo vago em comunicação com o sistema nervoso mioentérico
esofágico.

- Isso traz a peculiaridade de quando as fibras vagais são cortadas, o plexo


mioentérico fica excitado o suficiente para causar, por vários dias, ondas peristálticas
secundárias, possibilitando, por exemplo, que mesmo com a perda do reflexo de

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deglutição no tronco encefálico, alimentos introduzidos por sonda no esôfago ainda


passem rapidamente ao estômago.

- Todo o estômago e, em menor extensão, até mesmo o duodeno, relaxam


quando as ondas peristálticas, primárias ou secundárias, chegam a porção inferior do
esôfago e assim, se preparam com antecedência para receber o alimento. Este processo
chamado de “relaxamento receptivo” é causado pelas chamadas “ondas de
relaxamento”, que são geradas por neurônios inibitórios do plexo mioentérico. Essas
ondas se antecipam as ondas peristálticas e, dessa forma, diminuem a tensão do
esfíncter esofágico inferior, estômago, principalmente.

- O esfíncter esofágico inferior, ou esfíncter gastroesofágico, situa-se na porção


final do esôfago e é considerado um esfíncter anatômico, visto que é formado pelo
espessamento do musculo circular esofágico. Em condições normais, o mesmo
permanece tonicamente contraído em contraste com a porção media do esôfago que
permanece relaxada. Com a onda peristáltica ocorre o “relaxamento receptivo” do
esfíncter gastroesofágico permitindo a fácil propulsão do alimento para o estômago.
Quando o esfíncter não relaxa temos a condição denominada acalasia. Além disso, a
constrição do esfíncter também evita o refluxo significativo do conteúdo gástrico.

Referências Bibliográficas

1. Anne M. R. Agur e Keith L. Moore. Anatomia Orientada para Clínica. 7ºed – Capítulo
6.
2. Arthur Clifton Guyton e Hall. Tratado de fisiologia médica. 12ª Edição.

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