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Apostila ECS 3.5 Ônibus
Apostila ECS 3.5 Ônibus
COMPETÊNCIAS
ECS 3.5
T099/1
Ônibus
Apostila do Instrutor
Prefácio
Este pacote de treinamento contem uma descrição geral do sistema ECS 3.5 para as
versões de ônibus de dois e três eixos. Ônibus articulados são descritos através do uso de
figuras especiais.
Por favor, observe que as informações contidas neste pacote de treinamento são destinadas
somente ao propósito de treinamento.
Índice
Introdução 4
Componentes do sistema 5
Sistema de dois-eixos, pneumático 6
Sistema de dois-eixos, eléctrico 7
Unidade de Controle Eletrônico (ECU) 9
Comunicação, J1939 e J1708 10
Instalação do sensor de nível 12
Sensor de nível 13
ECS, partida 14
Descrição do sistema, altura normal 15
Descrição do sistema, aumento do nível 16
Descrição do sistema, redução do nível 18
Descrição do sistema, ajoelhamento 19
Sistema de três-eixos, ônibus articulado 21
Sistema de três-eixos, eixo tag 22
Descrição do sistema, ajoelhamento do eixo tag 23
Descrição do sistema, redução da pressão no eixo tag 24
Programação, calibração e testes 25
Anotações do aluno 27
Introdução
A figura mostra a localização dos componentes do ECS 3.5 – Suspensão Controlada Eletronicamente, versão
3.5.
O sistema ECS consiste de uma unidade de controle, dois blocos de válvulas solenoides,
três sensores de pressão dos foles e três sensores de nível de efeito Hall. Os foles do eixo
dianteiro tem em comum um único sensor, enquanto que o eixo traseiro tem um sensor para
cada lado.
A ECS 3.5 está totalmente integrada no sistema BEA, o que significa que a sua unidade de
controle pode trocar informações com as outras unidades de controle no ônibus. Outra
vantagem é que os diagnósticos e os códigos de falhas podem ser lidos no IC (Painel de
Instrumentos) ou com a TT2. Toda programação do ECS 3.5 é feita com a TT2, via conector
de 16 pinos no ônibus.
O sistema é controlado a partir do controle de nivelamento e do interruptor de ajoelhamento
no painel de controle.
Toda vez que uma função é ativada, a lâmpada branca de informações se acende e um
símbolo será mostrado no monitor do ônibus. Sinais de alerta do sistema são mostrados
através das lâmpadas amarela ou vermelha da central de alerta no painel de instrumentos,
com os respectivos símbolos no monitor.
Componentes do sistema
A B
C D
Um sensor de nível na frente e dois sensores de nível atrás leem continuamente a altura do
ônibus.
Cada um desses sensores de nível envia, por sua vez, sinais para a unidade de controle,
que recebe todas as informações.
A tarefa da unidade de controle é de comparar os valores dos sensores de nível com
aqueles programados na unidade de controle.
Quando uma diferença é registrada entre os valores de nível programados na unidade de
controle e o nível de várias alterações na carga, a unidade de controle irá compensar a
diferença através do funcionamento do bloco de válvulas solenoide que aumenta ou diminui
ar comprimido da suspensão em fole, conforme for necessário. Quando os valores
armazenados na unidade de controle se igualam aos dos sensores de nível; ou seja, quando
a unidade de controle detecta que o ônibus está em sua altura normal, cabe ao sistema
manter essa altura e monitorar quaisquer alterações na altura da suspensão.
Isto significa que o ônibus está sempre numa altura de deslocamento constante. Pode existir
a situação onde o peso colocado somente em uma lado do veículo seja extremo e a
suspensão do veículo forneça o máximo de pressão e não compense excesso de carga.
O sistema verifica o seu próprio funcionamento e, caso uma falha seja registrada, o condutor
é informado pela unidade de controle que envia dados para o monitor do painel de
instrumentos.
Para cada canal da suspensão existe também um sensor de pressão, muito importante para o
sistema ECS.
Esta ilustração mostra os componentes pneumáticos inclusos num sistema de dois eixos.
O sistema é alimentado pelo tanque de ar comprimido 11 via válvula de alívio 9B, que
prioriza a pressão dos freios à pressão dos foles. Esta pressão é monitorada pelo sensor de
baixa pressão 77B. O ar comprimido é direcionado para os blocos de válvulas solenoides
dianteiro 75 e traseiro 75A.
As válvulas nos blocos de válvulas solenoides regulam a altura dos foles de tal forma que, o
ar comprimido é alimentado através da admissão e liberado através dos silenciadores 33B.
Os sensores de nível (B28, B29) para o eixo dianteiro (fole 73) e para o eixo de tração (fole
73 A) monitoram a altura dos foles. Os sensores 77A monitoram constantemente a pressão
dos foles de ar auxiliando o sistema ESP (Electronic Stability Program) no seu
funcionamento.
Sistema de dois-eixos, elétrico
A B
1 2
Conforme mencionado anteriormente, a Unidade de Controle ECS se comunica através dos links
CAN J1708 e J1939 e, por consequência, pode receber todas as informações no sistema BEA.
Sinais de Saída:
Alimentação para os sensores de nível, lâmpadas de controle, bloco de válvula
solenoide, Painel de Instrumentos, aumento / redução da pressão no eixo de tração
(somente ônibus com eixo tag, ajoelhamento e levantamento / abaixamento).
Os seguintes sinais são utilizados pela Unidade de Controle ECS via CAN
J1708:
Pressão do tanque primário
Freio de estacionamento
Velocidade do veículo
Status do controle de velocidade cruzeiro
J1708 também é usado como um backup para J1939
Todas as programações de diagnósticos e substituições de parâmetros são realizadas com
a Tech Tool via J1708.
A figura mostra um exemplo de como o sensor de nível é montado na suspensão, porém pode variar de veiculo
a veiculo.
O sensor de nível é alimentado com 5,0 volts num ponto de contato externo. Meia volta a
partir daí, a tensão é zero.
O contato deslizante atua como uma ponte entre as superfícies de contato, e sua posição
corresponde a uma determinada voltagem.
A voltagem de saída do sensor de nível será de aproximadamente 2,5 volts na posição
normal. Um sinal de saída é então enviado à Unidade de Controle a partir do contato interno.
A função de sensor de nível pode ser explicada com este diagrama básico. A posição do
sensor de nível durante a condução normal é mostrada no meio. Em princípio, a altura dos
foles difere 0 milímetros da altura normal, o que corresponde a cerca de 2,5 volts no sinal de
saída do sensor. A altura máxima dos foles ocorre no "Levantamento" ao topo. A altura dos
foles é de aproximadamente 80 milímetros maior do que a altura normal. O sinal de saída
muda aqui para cerca de 3,3 volts. O sensor inferior mostra a posição para a altura mínima
das bolsas no "Abaixamento" ou no "Ajoelhamento".
Observação: O sensor tem o mesmo numero de peça, porém varia a tensão durante o
trabalho. Ou seja no eixo de tração quando sobe a suspensão de um lado a tensão do
sensor sobe, e do outro a tensão baixa. Isso acontece devido ao fato dos sensores
trabalharem invertidos. Ao girar o sensor no sentido anti-horário a tensão baixa e ao girar o
sensor no sentido horário a tensão sobe.
Na tração tem que existir essa diferença de tensão dos sensores, um invertido em relação
ao outro, se os dois sensores marcarem a tensão no mesmo sentido quando a suspensão
sobe irá registrar um código de falha. É possível verificar esses sinais através do Tech Tool.
ECS, partida (start-up)
A16 Unidade controle ECS B914/15 Sensor nível, eixo dianteiro S915 Interruptor de ajoelhamento
A17 Unidade controle veículo B29/30 Sensor nível, eixo tração Y25 Bl.válvula solenoide,eixo tração
A03 Monitor K3 Relê Y40 Bl.válvula solenoide,eixo diant.
Quando a chave de ignição energiza a linha +15, o fusível F26 na caixa de fusíveis será
ativado para aplicar uma voltagem no pino B4 na unidade de controle ECS (A16), o que fará
com que a unidade de controle entre em modo de espera. Quando o motor é ligado, a
pressão no sistema ECS é suficientemente alta e o freio estacionário é liberado (ou o
controle ECS é pressionado), o pino B5 na unidade de controle será ativado, fato que ativa o
relê K3 e assim energiza a unidade de controle através dos pinos B2 e B12, via fusível F1.
O sistema realiza então um auto-teste e a lâmpada de informação branca se acende. Desde
que o sistema esteja funcionando corretamente, a lâmpada se apagará em cerca de dois
segundos.
Descrição do sistema, altura normal
O chassis conta com um bloco de válvulas solenoides à frente e outro atrás. O bloco de
válvulas solenoides no eixo dianteiro tem quatro válvulas e o eixo de tração três. A razão
para que o bloco de válvulas solenoides do eixo dianteiro tenha quatro válvulas solenoides é
que as bolsas do eixo dianteiro são unidos por um orifício restrito e, se de outra forma,
significaria um tempo demasiado longo para aumentar / liberar a pressão.
O bloco de válvulas solenoides do eixo de tração ajusta a altura dos foles individualmente
nas rodas, enquanto o bloco de válvulas solenoides no eixo dianteiro ajusta somente para
cima ou para baixo.
O sistema mantem o ônibus numa altura constante quando o interruptor da ESC está na
posição do meio.
A figura mostra a posição das válvulas solenoides para a altura normal. Observe que nesta
posição, nenhuma das válvulas solenoides está ativada.
Se, por exemplo, o ônibus receber mais carga na roda de tração direita e a unidade de
controle receber do sensor de nível da roda desse lado a informação de 2 volts, ao invés de
2,5 volts, esta informação chegará à unidade de controle no pino A26.
A unidade de controle irá então energizar as seguintes válvulas solenoides no bloco de
válvulas solenoides traseiro:
Através do pino A3 a válvula solenoide 41 que abre para enchimento, e através do pino A5,
que abre a válvula solenoide 43 para enchimento para a roda de tração direita.
Como a pressão nos foles aumenta, a altura da carroceria sobre a roda de tração direita do
ônibus irá aumentar até que o sensor de nível mostre outra vez 2,5 volts; por meio do que as
válvulas solenoides 42 e 43 fecharão novamente, conforme descrito anteriormente.
Um ajuste de nível foi agora executado.
Este modo é útil quando o ônibus tem que ficar muito elevado, como por exemplo, ao
adentrar numa rampa de um ferry boat.
A parte superior do botão de controle de nível é pressionada e o pino A2 na unidade de
controle é aterrado.
O pino A8 da unidade de controle ativa a válvula 41 no bloco de válvulas dianteiro, e B10 a
válvula 41 na traseira (três nos ônibus articulados) e abre a passagem de ar comprimido (1).
O pino A3 ativa as válvulas 42 e 42a no bloco de válvulas dianteiro, que abre os canais para
o enchimento das bolsas de ar dianteiros (21) e (22).
O pino A5 ativa a válvula 43 no bloco traseiro e os foles (23) são enchidos conjuntamente.
O pino A4 ativa a válvula 42 no bloco traseiro e os foles (22) são enchidos conjuntamente.
Quando o ônibus atingir a altura desejada, cada um dos sensores de nível irá informar à
unidade de controle para desligar o enchimento com ar dos respectivos foles.
As duas válvulas 42 e 42a fecham ao mesmo tempo para cessar o enchimento de ambos os
foles de ar dianteiros.
Eles estão ligados por uma passagem de ar, de forma que essa equalização pode ser feita.
Há também uma restrição entre as bolsas dianteiras. Deve ser lembrado então que pode
levar até cinco minutos até que a pressão tenha sido equalizada.
Para retornar dessa posição elevada à posição do nível normal, pressione meio curso a
parte inferior do botão de controle de nível. O interruptor ficará na posição normal,
eliminando a conexão terra no pino A2.
Se o ônibus for conduzido a 20 km/h numa posição elevada, a lâmpada de aviso amarela irá
acender e um alarme soará, e a aceleração do ônibus estará limitada a 20 km/h.
Enquanto o controle de nível estiver ativo, um símbolo no painel de instrumentos irá
aparecer, juntamente com a lâmpada de informação.
Descrição do sistema, redução do nível
Esta função pode ser útil ao conduzir o ônibus sob uma ponte baixa, por exemplo.
A parte inferior do botão de controle de nível é pressionada e o pino A16 na unidade de
controle é aterrado.
O pino A6 ativa a válvula 43 e o A3 as válvulas 42 e 42a, que abrem a passagem para a
saída do ar das bolsas dianteiras através da válvula 41.
O pino A5 ativa a válvula 43 no bloco traseiro e as bolsas (21) são esvaziados através da
válvula 41.
O pino A4 ativa a válvula 42 no bloco traseiro e as bolsas (22) são esvaziados através da
válvula 41.
Para retornar do nível baixo para o nível normal, pressione meio termo a parte superior do
botão de controle de nível para eliminar a conexão terra no pino A16.
Caso o ônibus seja conduzido mais rápido que 5 km/h num nível baixo, a lâmpada de aviso
amarela irá acender no lugar da lâmpada de informação branca e um alarme soar.
Descrição do sistema, ajoelhamento
Se o ônibus estiver equipado com um eixo tag, também é possível fazer com que este eixo
ajoelhe.
O ajoelhamento é executado conforme descrito anteriormente, porém com as seguintes
adições:
O Pino B9 na unidade de controle ativa a válvula solenoide do eixo tag, o que faz com que a
pressão no tanque primário abra a válvula pneumática e evacue a pressão em ambos os
foles do eixo tag por dois segundos.
Após dois segundos, a válvula solenoide e a válvula pneumática irão fechar e a evacuação
cessa. Agora a evacuação do lado esquerdo do eixo tag continuará através da ventilação do
bloco de válvulas solenoides do eixo de tração.
Uma vez que o botão de ajoelhamento tenha retornado a posição normal, ar novo será
alimentado através da ligação com as bolsas do eixo de tração.
Descrição do sistema, redução da pressão no eixo tag
A pressão no eixo de tração será aumentada ao se pressionar o interruptor do bogie lift. Isto
pode ser vantajoso quando o ônibus estiver sendo conduzido em superfícies escorregadias.
A pressão no eixo de tração é aumentada através da evacuação do ar comprimido nos foles
do eixo tag, o que transfere o peso do eixo tag para o eixo de tração.
Pressionando a parte inferior do interruptor ativado por mola fará com que o pino B18 seja
aterrado na unidade de controle. Isto faz com que a unidade de controle ative o pino B9, que
por sua vez ativa a válvula solenoide do eixo tag. Como a válvula solenoide se abre, um jato
de ar comprimido sai do tanque primário e abre a válvula pneumática do eixo tag, de forma
que a pressão dos foles do eixo tag é evacuada através das saídas. Estas saídas consistem
de uma mola operando uma esfera de aço que fecha para evacuações adicionais a 0,8, 1,8
ou 2,5 bar.
O peso sobre o eixo tag é agora transferida para o eixo de tração.
Este valor de peso no eixo de tração continua até que um dos seguintes ocorra:
O ônibus ultrapasse os 30 km/h
A parte inferior do interruptor seja pressionada novamente.
Em ambos os casos, a conexão terra para o pino B18 cessa, a válvula solenoide e a válvula
pneumática cessam a evacuação e os foles do eixo tag são preenchidos através da conexão
com os foles do eixo de tração.