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PROJETO POLÍTICO

PEDAGÓGICO

INSTITUTO
EDUCACIONAL DENTE
DE LEITE

O Projeto Político Pedagógico da escola Instituto


Educacional Dente de Leite, apresentado como
documento norteador da prática pedagógica construído
coletivamente pela escola e comunidade escolar,
encaminhado à secretaria do município de Santa
Luzia/MG em 29/11/2021como requisito de análise e
aprovação.
Relator do documento: Thais Lourenço de Souza
Mendes.

SANTA LUZIA
2023
O Projeto Político Pedagógico é um caminho traçado
coletivamente, o qual se deseja enveredar para alcançar
um determinado objetivo. Deste modo, ele deve existir
antes de tudo porque se define como ação que é
anteriormente pensada idealizada. É tudo aquilo que se
quer em torno de perspectiva educacional: a melhoria da
qualidade do ensino através de reestruturação da
proposta curricular da escola, de ações efetivas que
priorize a qualificação profissional do educador, do
compromisso em oportunizar ao educando um ensino
voltado para o exercício da cidadania “...
(Autor desconhecido)
A Construção desse projeto é fruto da síntese dos estudos coletivos da Equipe
do Instituto Educacional Dente de Leite. Ele tem como objetivo direcionar o
trabalho pedagógico desenvolvido em nossa instituição, a partir do estudo da
Base Nacional Comum Curricular BNCC, do RCNEI, da legislação e outros
documentos que amparam a Educação Infantil, além da realidade vivenciada
no cotidiano de nossa instituição. Para que o mesmo se tornasse realidade
contamos também com a colaboração e a participação de toda comunidade
escolar.

Agradecemos a todos que contribuíram para a elaboração do mesmo.

Equipe do Instituto Educacional Dente de Leite


1. A INSTITUIÇÃO DE ENSINO

1.1. Apresentação

O Projeto Político-Pedagógico (PPP) do Instituto Educacional Dente de Leite


expressa ideias e princípios do trabalho educativo realizado com nossas
crianças. Esta escola, como instituição de ensino, concebe a educação como a
base para as transformações no âmbito individual e coletivo, com uma proposta
pedagógica pautada na formação humana, baseada nos princípios da
autonomia, responsabilidade, solidariedade e respeito às diferenças.

O Projeto Político-Pedagógico do Instituto Educacional Dente de Leite tem


como objetivo principal proporcionar ao educando a formação para o
desenvolvimento de suas potencialidades e preparação para o exercício da
cidadania e prosseguimento de estudos.

A necessidade de um eixo norteador do trabalho dessa instituição veio motivar


a escola para construir seu PPP. Os aspectos cognitivos, afetivos e
sociointeracionais são importantes para lidarmos com as diferentes dimensões
envolvidas na tarefa de educar, priorizando a qualidade do processo de ensino-
aprendizagem.

Este projeto não representa apenas um documento, mas um meio de viabilizar


uma escola democrática para todos. Nossa intenção é construir ações
educativas de acordo com o objetivo geral da Lei de Diretrizes e Base da
Educação Nacional (LDBEN), Lei nº 9.394/9: “preocupa-se essencialmente

com a formação do ser humano, para que possa enfrentar os desafios


emocionais e profissionais que encontrará ao longo da vida”. Todo o trabalho
será desenvolvido em um ambiente que valorize a identidade cultural e as
experiências dos integrantes da comunidade escolar, facilitando as interações
sociais, promovendo o respeito e a tolerância mútua.

Nosso objetivo é educar para a vida em parceria com a família, promovendo o


crescimento do estudante em todos os sentidos. Expressamos, também, o
compromisso de construir uma vivência educacional, na qual a escola e a
família possam se empenhar em ações efetivas, para a busca de uma maior
qualidade do processo de ensino-aprendizagem.

Acreditamos que é no esforço conjunto, escola-família, entendido aqui como


um trabalho de parceria entre esses dois polos da vivência educacional, que
conseguiremos ações coerentes e comprometidas de nossos alunos. Tem-se
como propósito a educação para a vida em sociedade, mediante um forte laço
da escola com a família, fazendo com que o aluno cresça em todos os
sentidos. A escola não é colocada apenas como um espaço formal de
aprendizagem, mas sim onde se adquire o conhecimento por meio de
experiências coletivamente vividas e construídas. Os professores empenham-
se tanto em construir conhecimento quanto em ensinar valores que são a base
para que, no futuro, o aluno seja um adulto feliz, capacitado e consciente de
seu papel na sociedade.

1.2 Histórico

A escolha do nosso nome, um nome que fosse um divisor de águas na historia


da nossa escola, a principio o nome seria “INSTITUTO EDUCACIONAL
AQUARELA” de acordo com uma das fundadoras, mas não foi aceito, não
achamos que era um nome que descreveria a nossa escola. 
Na época da abertura do nosso espaço, já quase tudo pronto precisávamos decidir
definitivamente o nome da nossa escola e ainda não tínhamos nada em mente, foi
quando uma criança sorriu para mim e ele já estava perdendo os dentinhos de leite, e
na hora tive a idéia de chamar nossa escola de “DENTE DE LEITE”, foi muito
emocionante, e que testificou no coração de todos que estavam trabalhando na
escolha do nome da escola. 

O mais incrível é que pegou muito rápido, e já ouvíamos falar da nossa escola por
toda a comunidade. As crianças se identificaram com o nome da escola, pelo fato das
trocas de dente de leite pelos permanentes ser nessa idade, na qual é a que a escola
atende, e fazemos parte desse momento tão especial para as nossas crianças.

O “INSTITUTO EDUCACIONAL DENTE DE LEITE” nosso nome querido, nossa


identidade, que não é simples e nem qualquer, revela nossa essência e nosso amor
pela Educação Infantil.  

1.2.1 Proposta Pedagógica

A proposta pedagógica desta escola, é contribuir com a educação das famílias


atendidas e oferecer as crianças uma aprendizagem significativa através do
trabalho pedagógico que articule conhecimento, cultura, educação ambiental e
a formação do sujeito de forma integral para o convívio em sociedade de
maneira leve e divertida, oferecendo ainda, uma linda parceria com as famílias
com o intuito de colaborar para o desenvolvimento e progresso de cada
realidade e contexto, reforçando também as relações e laços afetivos.

Identificação

Hoje o Instituto Educacional Dente de Leite atende 54 crianças


distribuídas da seguinte maneira:

Número de
Etapa do processo de ensino Faixa etária
alunos
Berçario I 6 meses a 1 ano 5
Maternal I 1 ano 5
Maternal II 2 anos 12
Maternal III 3 anos 12
Pré - escola 4 anos 10
Pré- escola 5 anos 10
54

1 - Denominação da instituição: Instituto Educacional Dente de Leite LTDA


Código:2026 – Sociedade Empresária Limitada
2- Endereço Completo: Rua Guimarães Rosa, 29.
3- Bairro\Distrito: Londrina, (São Benedito) 4- Município: Santa Luzia- MG 5- Cep: 331154
6- DDD: 31 7-Telefone Institucional: 9 8- E
8551- 7328 institucional:
9- Entidade mantenedora: Privada 10-CNPJ\MF:21.415.530∕0001- 11- Sit
70 Funcional:
(Educação In
Creche
8511200
12- Zona: Urbana 13- Local de Funcionamento da Escola:
escolar
14- Entidade Proprietária do Imóvel:

15: Forma de ocupação:

Nome da instituição Instituto Educacional Dente de Leite


Rua Guimaães Rosa, 29, bairro Londrina, (São
Endereço
Benedito) Santa Luzia MG,cep 33115400, Brasil
Telefones (31) 8551- 7328
Público atendido (Educação Infantil ) creche CNAE 8511200
Natureza Jurídica Sociedade Empresária Limitada- código 2026

QUADRO DEMONSTRATIVO DE PESSOAL

1 – DIREÇÃO E VICE-DIREÇÃO (RESPONSÁVEIS PELA DIREÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR)


NOME RG HABILITAÇÃO Nº REGISTRO DO HORARIO DE
DIPLOMA TRABALHO
Thais Lourenço de MG Superior Pedagoga Integral
Souza Mendes 13.822.427 Completo

2 – EQUIPE TÉCNICA ADMINISTRATIVA (SECRETARIA, AUXILIARES DE SECRETARIA ECOORDENAÇÃO


ADMINISTRATIVA)
NOME RG FUNÇÃO ESCOLARIDADE HORARIO DE
TRABALHO
Estefânia Lais MG Secretaria Superior em Gestão de 8:00 à12:00
Costa Silva 15.091.973 Recursos Humanos 13:00 à17:00

3 – EQUIPE TÉCNICA PEDAGÓGICA (PEDAGOGOS, MONITORES, COORDENADORES PEDAGÓGICOS,


SUPERVISORES )
NOME RG FUNÇÃO HABILITAÇÃO HORARIO DE
TRABALHO
Thais Lourenço MG Professora Maternal Pedagoga 6:00 as 11:00
2e3
de Souza Mendes 13.822.427
Maria do Socorro Professora 2° período Pedagoga 7:00 à11:00
Lourenço de 13:00 à17:00
Souza
Andréia da Professora 1° Pedagoga 1300 as 17:00
Cunha de Souza período 7:00 as 11:00
Sales
Patrícia Vilde Professora Maternal Magistério 7:00 á 11:00
2e3 Psicopedagoga 13:00 á 17:00
Lopes
Maria Aparecida Professora Magistério 13:00 á 17:00
Berçário/Maternal
Leila Costa
4 – DOCENTES (PROFESSORES REGENTES, PROFISSIONAL DE APOIO )
NOME HABILITAÇÃO FUNÇÃO TURMA RESP. HORARIO DE
TRABALHO
Jorrainy Kelvilin 2° grau Auxiliar de Berçário 9:00 à
Ribeiro completo berçário 13:00/14:00 à
18:00

5 – OUTROS PROFISSIONAIS (EDUCAÇÃO, SAÚDE, ASSISTENCIA SOCIAL, SERVIÇOS DE APOIO


EDUCACIONAL E OUTROS)
NOME HABILITAÇÃO FUNÇÃO PUBLICO ATENDIDO HORARIO DE TRABALHO

6 – ESTAGIÁRIOS (SE HOUVER)


NOM CURSO FACULDADE TURMA ESTAG. HORARIO DE ESTAGIO
E

7 – PROFISSIONAIS DE SERVIÇOS GERAIS (MANUTENÇÃO, ALIMENTAÇÃO, LIMPEZA, SEGURANÇA


E OUTROS)
NOME RG FUNÇÃO ESCOLARIDADE HORARIO DE
TRABALHO
Nayara Mendes da 12.379.394 Serviços 2° grau 7:00 á 11:00
Silva Gerais completo 13:00 á 17:30

HISTÓRICO

DECRIÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO, MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTOS DE


INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL 

INSTITUTO EDUCACIONAL DENTE DE LEITE 


1. DESCRIÇÃO
ESPAÇO FÍSICO METRAGEM MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTOS (COM
QUANTIDADEDE)
 1 QUADRO BRANCO
SALA 1  1 MÊS DE PROFESSOR
 1 CADEIRA DE PROFESSOR
21,02 m2  1 UM ARMARIO
 10 MESAS DE ALUNO
 10 CADEIRAS DE ALUNO
 1 VENTILADOR
 1 PRATELEIRA DE LIVROS
 1 QUADRO BRANCO
SALA 2  1 MÊS DE PROFESSOR
 1 CADEIRA DE PROFESSOR
15,76 m2  1 UM ARMARIO
 12 MESAS DE ALUNO
 12 CADEIRAS DE ALUNO
 1 VENTILADOR
 1 PRATELEIRA DE LIVROS
 1 MÊS DE PROFESSOR
SALA 3  1 CADEIRA DE PROFESSOR
 1 UM ARMARIO
9,37 m2  4 MESES DE QUATRO
CADEIRA
 16 CADEIRAS DE ALUNO
 1 VENTILADOR
 1 PRATELEIRA DE LIVROS
DORMITÓRIO  3 CAMAS
12,00 m2  4 BERÇOS
 1 VENTILADOR
BERÇARIO 12,00 m2  1 MESA COMPRIDA
 10 CADIRAS
 CERCADINHO
FRALDÁRIO 13,06 m2  LAVATORIO
 TROCADOR
 ARMÁRIO
 3 BALANÇOS
PATIO DE RECREAÇAO 1 49,56 m2  1 ESCORREGADOR
 1 CAMA ELASTICA
 1 ESCORREGADOR
PATIO DE RECREAÇAO 2 228,22 m2  1 CASINHA
 1 CASTELINHO
6,31 m2  2 ARMARIO
ADMINISTRAÇÃO E  1 COMPUTADOR
SECRETARIA  MESA DE COMPUTADOR
 CADEIRA
 ARQUIVO
DIRETORIA E 5,32 m2  MESA
COORDENADORIA  2 CADEIRAS
W.C. INFANTIL 1,375 M2  VASO
 LAVATORIO EXTERNO
 LIXEIRA
 DISPENSER DE PAPEL
DML 1,335 M2  ARMARIO
 TANQUE
ENFERMARIA 9,39 M2  LAVATORIO
 1 CAMA
 1 BERÇO
 VENTILADOR
REFEITÓRIO 20,45 M2  3 MESAS COMPRIDAS
 6 BANCOS
 1 TV
 LAVATORIO
 DISPENSER DE PAPEL
 DISPENSAER DE ALCOOL
W.C. PROFESORES 1,19 M2  VASO
 LAVATORIO EXTERNO
 LIXEIRA
 DISPENSER DE PAPEL
W.C. ALUNOS 1,01 M2  ARMARIO
 CHUVEIRO
BANHEIRO ALUNOS 5,32 M2  VASO
 LAVATORIO EXTERNO
 LIXEIRA
 DISPENSER DE PAPEL
COZINHA 10,09 M2  GELADEIRA
 ARMARIO
 FOGÃO INDUSTRIAL
 2 PIA

Estrutura de atendimento

Atendemos no 1°turno:

1 TURMA MARERNAL FLEX 2-3 8 CRIANÇAS

4 ANOS 8 CRIANCAS

5 ANOS 8 CRIANCA

Atendimento No 2º turno:

1 TURMA MARERNAL FLEX 2-3 8 CRIANÇAS

4 ANOS 8 CRIANCAS

5 ANOS 8 CRIANCA

Atendimento período integral:

1 TURMA BERÇARIO

1TURMA MATERNAL I

Organização do trabalho
Para melhor atender nossa comunidade, oferecemos o período parcial e
integral. Sendo que, no período matutino são realizadas atividades
extracurriculares, alinhando o educar e cuidar, com atividades externas e
lúdicas que envolvam, música, dança, brincadeiras e atividades artísticas
voltadas para o cuidado pessoal, alimentação e autonomia. Todas as faixas
etárias se interagem neste momento compartilhando os espaços e trocando
experiências. Para maior conforto, após o almoço as crianças tem o momento
de descanso no espaço do dormitório,

Já no turno vespertino , cada segmento é direcionado ao seu espaço específico


(salas) e são oferecidas atividades de acordo com cada etapa de
desenvolvimento respeitando os campos de experiência e habilidades de cada
etapa, neste período foca-se nos estímulos e com mais intensidade,
principalmente para as crianças do 1º e 2º período, o processo inicial com a
alfabetização e a familiarização no processo de leitura e escrita. O momento
do recreio é organizado da seguinte forma, os maternais lancham no espaço
adequado ás e o 1º e 2º posteriormente ás . Neste momento também
são observados nos momentos de interação livre.

Os dois turnos participam de momentos ao ar livre, utilizando do parquinho e


espaço do banho de sol localizados nos pátios de recreação.

Horário de funcionamento dos turnos:

1º turno: 7:00 às 11:20

2º turno 13:00 às 17:20 ...........Recreios:

Adaptação e acolhimento
Segundo a BNCC, “ a entrada na creche ou na pré-escola significa, na maioria
das vezes, a primeira separação das crianças dos seus vínculos afetivos
familiares para se incorporarem a uma situação de socialização
estruturada”( Brasil, 2018, p.36). O início deste processo nem sempre é fácil e
pensando nesta fase, construímos algumas estratégias de acolhimento para
que nossas crianças tenham uma boa experiência e aprendam a gostar do
nosso espaço, para nós é de extrema importância respeitar as emoções de
cada um. Como educadores devemos estar preparados para os desafios e
imprevistos que venham a surgir. São feitas reuniões para melhor preparar os
profissionais para este momento, os planejamentos também são adaptáveis a
esta fase, sendo mais flexíveis. A participação da família é essencial para que
possamos vencer as limitações que surgirem, diante disto acolhemos também
os responsáveis, conversamos e os orientamos. É disponibilizado as famílias
com antecedência a anaminese, um documento preenchido pela família,
passando informações específicas de cada criança, é uma ferramenta de
auxílio para conhecermos melhor as preferências de cada uma e definirmos as
estratégias a serem utilizadas.

Oferecemos um ambiente acolhedor e desenvolvemos atividades lúdicas com


jogos, brincadeiras, músicas, histórias, rodas de conversa etc. Respeitamos
também a vontade da criança e seu tempo, sendo assim, o período de
adaptação na escola é realizado em horário reduzido para aquelas que estão
com maior dificuldade.

Transição das faixa etárias e para o ensino fundamental

Contexto sociocultural, situação socioeconômica

Primeiramente descreveremos o caminho construído para obtenção dos dados


que serão expostos neste documento.

Elaboração do questionário e análise dos dados

O questionário foi elaborado em conjunto com o grupo de professores e


coordenação/gestão. Foi apresentado um esboço e a partir dele fizemos
adequações para contemplar as especificidades das famílias que são
atendidas pelo Instituto Educacional Dente de Leite . As famílias receberam o
questionário via rede social whatsapp . A tabulação dos resultados foi realizada
automaticamente após o preenchimento e envio à coordenação . A análise dos
dados ficou a cargo da gestão.

Percentual de retorno dos questionários


Enviamos para as famílias um questionário com uma apresentação
esclarecendo o objetivo da pesquisa. Tivemos o cuidado de garantir que todas

As famílias recebessem o questionário. Foram enviados 30 questionários e


recebemos 27 respostas.
EDUCAÇÃO INFANTIL
A Educação Infantil passou por um processo de grandes mudanças entre o
final da década de 80 e os anos 90. Neste período buscou-se ter um olhar
diferenciado para desenvolver um trabalho adequado para atender a
singularidade de cada criança de zero a seis anos, assim como a preocupação
com a formação dos professores que atuam junto a esta faixa etária. Essas
mudanças são marcadas, pela CF/88; pela LDBEN 9394/96, e também pelas
pesquisas e publicações de profissionais da área. A Resolução CNE/CEB nº
3/2005 apresentou contribuições e avanços para a valorização da criança como
sujeito de direitos que interage com seu meio e tem sua própria cultura. A
Educação Infantil tornou-se, portanto, alvo de debates com intuito de construir
uma identidade própria que atenda as especificidades de seu público com a
preocupação do diferenciamento do atendimento assistencialista até então
ofertado nas instituições.

A LDBEN 9.394/96 definiu pela primeira vez que a Educação Infantil faz parte
da Educação Básica, ao invés de permanecer ligada a órgãos de saúde ou
assistência social. A vinculação da Educação Infantil à Educação Básica foi
uma das preocupações dos pesquisadores da área e já fazia parte das
reivindicações antigas de movimentos sociais preocupados com a educação da
criança pequena.

Aposta-se na qualificação do professor da Educação Infantil, uma vez que este


tem a função de educar e cuidar de forma integrada: educar cuidando e cuidar
educando. Preocupa-se com a valorização deste profissional, no que diz
respeito às condições de trabalho, plano de carreira, remuneração e formação.
Deve-se enfatizar que,

no processo da Educação Infantil, o papel do professor é primordial,


pois é aquele que cria espaços, oferece materiais e participa das
brincadeiras, ou seja, media a construção do conhecimento. O
professor é mediador. Fazendo parte da brincadeira, ele terá
oportunidade de transmitir valores e a cultura da sociedade. O
professor estará possibilitando a aprendizagem da maneira mais
criativa e social possível (ALMEIDA; CASARIN, 2009, s. p.).

O MEC (Ministério da Educação) aponta a matrícula de crianças na pré-escola


a partir dos 4 anos como obrigatória a partir de 2016: A alteração foi realizada
na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) por meio da Lei nº
12.796, de 4 de abril de 2013 tornando a “Educação Básica obrigatória e
gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da
seguinte forma:

a) pré-escola;
b) ensino fundamental;
c) ensino médio.
A criança como foco do processo educativo

As múltiplas infâncias

A concepção de infância sofreu transformações sociais num processo


geográfico e histórico, e esta compreensão torna-se essencial para
entendermos a organização das sociedades no decorrer dos anos. Partimos da
concepção de infância como um grupo social que tem reconhecidas suas
características que vem sendo construída a partir destas transformações
sociais. A compreensão sobre a infância remete-nos ao reconhecimento destes
sujeitos como seres humanos plenos, que estão vivenciando uma fase
específica do desenvolvimento biológico e, em função disso, apresentam
necessidades e características próprias. Acreditamos que estes devem ser
respeitados e compreendidos dentro destas especificidades.

Corroboramos com os dizeres de Gouvêa (2003, p.16) quando afirma que “não
existe a infância no singular, mas diferentes vivências de ser criança em nossa
cultura”. Não se tem uma única infância, mas diferentes infâncias, uma vez que
diferentes são os modos de vivenciar essa experiência, que se reorganiza, se
multiplica cada vez mais nas sociedades complexas.

Para isso, buscamos utilizar estratégias pedagógicas significativas e eficientes


de forma a contemplar o atendimento a este público. Utilizamos em nosso dia a
dia ferramentas como ficha de matrícula, ficha de anamnese, reuniões
individuais e coletivas para conhecermos o contexto familiar de cada criança.
Procuramos também observar e atender as ações das crianças e famílias para
buscar contribuições para o enriquecimento da aprendizagem e
desenvolvimento das mesmas de modo a ampliar, qualificar e promover
situações de trocas significativas com os adultos, com seus pares e as outras
crianças de idades diversificadas.
O cuidar e o educar na Educação Infantil

No Instituto Educacional Dente de Leite, os professores e demais funcionários


envolvidos na educação mantém um olhar diferenciado com relação as
crianças que são atendidas neste espaço. Acreditamos que essa etapa é
primordial para o seu desenvolvimento e, desta forma desmitificar a Educação
Infantil como uma etapa inferior às demais da educação escolar.

Os debates em nível nacional e internacional apontam para a necessidade de


que as instituições de Educação Infantil incorporem de maneira integrada as
funções de educar e cuidar. Em 1994, O Ministério da Educação e Cultura
(MEC) aprovou a Política Nacional de Educação Infantil que apresenta
diretrizes pedagógicas relacionadas à caracterização da Educação Infantil.
Este documento define que o trabalho realizado com as crianças de zero a
cinco anos deve cumprir duas funções complementares e indissociáveis: cuidar
e educar, complementando os cuidados e a educação realizados na família.
(RCNEI, 1998).

Entendemos que cuidar e educar implica reconhecer que o desenvolvimento, a


construção dos saberes e a constituição do ser não ocorrem em momentos
estanques e compartimentados, pois a criança é um ser completo, tendo sua
interação social e construção como ser humano permanentemente
estabelecido em tempo integral.
O cuidar educando

Ao cuidar da criança na Educação Infantil é necessário que o professor tenha


além de conhecimentos, cuidados, vivências que extrapolem sua prática
pedagógica. Ao planejar as atividades deve priorizar as singularidades de cada
idade a ser atendida. Para isto propomos em nosso trabalho um educar
cuidando e um cuidar educando permanente e adequado, através dos cuidados
relacionais, que envolvem a dimensão afetiva, os aspectos biológicos, assim
como a qualidade da alimentação e a promoção da saúde.
Entendemos que, embora as necessidades humanas básicas sejam comuns,
as formas de identificá-las, valorizá-las e atendê-las são construídas
socialmente. Isso dependerá do olhar do professor e de como ele irá interagir
com a criança.

Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. O


cuidado é um ato em relação ao outro e si próprio, que possui uma
dimensão expressiva e implica em procedimentos específicos
(SIGNORETTE, 2002, p. 23).

Em nossa percepção, cuidar vai além dos cuidados primários como higiene,
alimentação e sono, é imprescindível o entendimento de que a dimensão do
cuidado nas atividades educativas realizadas diariamente contribui para o
desenvolvimento pleno dos sujeitos na infância.

2.2.2 O educar cuidando

Em nosso trabalho compreendemos que as funções para a educação infantil


devem estar associadas aos padrões de qualidade, pois em nossas atividades
pedagógicas possibilitamos à criança o acesso a cultura, a construção da
identidade através das diversas situações interativas e inserção na
comunidade.

Corroboramos com o significado de educar citado no RCNEI quando aponta


que

educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados,


brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que
possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis
de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude
básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças,
aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural
(RCNEI-V.1, 2008, p. 23).

Estimularemos em nossas crianças de forma divertida diariamente ,dentro da


rotina escolar de forma interdisciplinar, noções de autocuidado,
desenvolvimento da autonomia no que diz respeito a noções higiênicas como,
escovar os dentes, lavar as mãos, limpar-se após utilizar o banheiro, comer
sozinho, vestir-se, cuidar de seus pertences pessoais etc. Tais tarefas, são
algumas que uma criança aprende a desenvolver sem o auxílio de um adulto.
Nossos projetos para atingir os vários objetivos envolverão musicas, jogos,
brincadeiras, histórias e diversas outras estratégias para alcançar as
habilidades que se fazem necessárias .

2.3 A criança como sujeito competente e de direitos

A política educacional assumiu a responsabilidade de efetivar dentre outros, o


direito à educação, compreendendo que essa responsabilidade não é um
benefício, mas a devida resposta do poder público aos direitos que as crianças
têm como seres humanos, a fim de garantir sua dignidade e seu
desenvolvimento. Destacamos a importância de que a criança como qualquer
cidadão tem os seus direitos garantidos na Constituição Federal de 1988.

Para que este compromisso se concretize, faz-se necessário que as práticas


pedagógicas realizadas nas instituições educativas reconheçam, de fato, a
criança como sujeito competente e de direitos.

A criança é considerada competente porque interroga o mundo, seus


elementos, suas relações, busca compreendê-los, reelabora-os e atribui
significado a todo esse processo. A criança é um ser curioso e ao tecer sua
relação com o meio onde vive, com o desenvolvimento de sua autonomia,
torna-se sujeito de suas ações e mostra competência para atuar como
protagonista de sua própria história.

A criança é um sujeito de direitos que traz consigo conhecimentos prévios que


devem ser valorizados e reconhecidos por se constituírem sua identidade. Tê-
la como centro de nossa prática educativa pressupõe identificar, em nosso
trabalho, os saberes e as habilidades de cada criança, organizando
intencionalmente experiências e atividades que proporcionarão o
desenvolvimento e ampliação destes conhecimentos que elas trazem para
nossa instituição. Dessa forma, estaremos considerando-a competente ao
entender que tudo isso é resultado das elaborações mentais que realizou, a
partir das diversas experiências que vivenciou desde seu nascimento.

Essas identidades são marcadas pelos conhecimentos que trazem


das linguagens, das ciências, das relações sociais, dos valores, dos
costumes construídos nas interações em seu contexto social e
cultural. Entretanto, para que esse cidadão possa exercer plenamente
sua cidadania é necessário que seus conhecimentos e saberes sejam
reconhecidos e ampliados (Proposições Versão Preliminar, p. 23,
2009).

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é o documento norteador para que


a aprendizagem seja oferecida de forma igualitária para todos. O Instituto
Educacional Dente de Leite, se norteia por este documento, garantindo que a
criança seja protagonista de seus próprios aprendizados. A BNCC cita os Seis
Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento que asseguram as condições para
que as crianças aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo
nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural:

 Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes


grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o
conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e
às diferenças entre as pessoas.
 Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes
espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos),
ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais,
seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas
experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas,
cognitivas, sociais e relacionais.
 Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do
planeja- mento da gestão da escola e das atividades
propostas pelo educador quanto da realização das atividades da
vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos
materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens
e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.
 Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores,
palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias,
objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando
seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as
artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.
 Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas
necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses,
descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes
linguagens.
 Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e
cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos
de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados,
interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição
escolar e em seu contexto familiar e comunitário.

Destacam-se ainda, de acordo com a BNCC, os Campos de experiência e


objetivos de aprendizagem, estes estão inseridos durante todo tempo em
nossa prática pedagógica, a fim de alcançar os objetivos propostos: O eu, o
outro e o nós, Corpo, gestos e movimentos, Traços, sons, cores e formas,
Escuta, fala, pensamento e imaginação, Espaços, tempos, quantidades,
relações e transformações.

Nossa meta como instituição, é alcançar todos os objetivos dos Campos de


experiência citados acima respeitando cada etapa de desenvolvimento.

Identidade e autonomia

A criança é um ser sócio histórico e cultural, traz consigo experiências


internalizadas e que serão ou não compartilhadas e/ ou aprimoradas no dia a
dia do Instituto Educacional Dente de Leite . cada uma delas possui
singularidades e diferenças. A observação, a compreensão e o reconhecimento
destas marcas servirão como ponto de partida para que o professor realize o
seu trabalho buscando desenvolver a identidade e autonomia da criança.

Nessa construção é fundamental que o professor seja mediador e estimulador


das vivências e experiências da criança na instituição. Compete a ele,
organizar, sistematizar e conduzir situações e atividades em que a criança seja
ativa no processo. Ele deve oportunizar a criança momentos de escolhas e
decisões, como por exemplo, colocar brinquedos e objetos escolares ao seu
alcance de forma organizada que facilite na sua decisão na escolha do material
a ser utilizado em suas atividades. Deve ainda, possibilitar situações para que
as crianças prestem ajuda umas as outras. O professor não deve centralizar as
decisões, mas permitir que as crianças participem do como, do que, o como e
quando realizar determinadas atividades. A criação da rotina é fundamental
para antecipação da sequência dos acontecimentos garantindo a construção
da independência e autonomia.

A progressiva independência na realização das mais diversas ações, embora


não garanta a autonomia, é condição necessária para o desenvolvimento da
criança. Esse processo valoriza o papel do professor como aquele que
organiza, sistematiza e conduz situações de aprendizagem.

A disposição dos materiais e utensílios pedagógicos é outro fator que interfere


diretamente na autonomia da criança sem a interferência do adulto.
Acreditamos que algumas estratégias e ações propiciam o desenvolvimento da
autonomia das crianças:

 Construção da rotina com as crianças;


 Organização da rotina;
 Trabalho em pares;
 Propiciar momentos de socialização com crianças de idades diferentes.

2.3.2 Missão
Promover a mediação do conhecimento através do cuidar e brincar,
despertando o interesse pela aprendizagem de forma interdisciplinar e
satisfatória, garantindo os direitos de uma educação prazerosa de qualidade.

2.3.3 Visão
Ser a institucional regional privada, referenciada qualidade do ensino e do
cuidar, crescendo de forma gradual e gratificante anualmente .

2.3.4 Valores

O cenário de mudanças repentinas nos valores construídos pela sociedade nos


fazem refletir sobre nossa prática pedagógica. Estamos atentos a esses
sujeitos diante de nós com suas histórias e diversidades. Observamos nessas
construções a criança atual e não aquela definida por nossos padrões ou por
padrões universais. Nossos valores norteadores são:
Amor, vida, conhecimento, igualdade, empatia, respeito, honestidade e
solidariedade.

2.4 A criança e o brincar

O brincar constitui como um espaço em que as crianças fazem-se


capazes não somente de imitar a vida como também agir sobre ela e
transformá-la (RCNEI, v. 2, 1988, p. 22)..

2.4.1 O brincar

O brincar é a linguagem essencial da infância e é uma forma espontânea


de educar, desenvolvendo habilidades importantes como atenção,
imitação, memória e imaginação. Conforme Debortoli (1999), as crianças
podem ser conhecidas em suas brincadeiras, pois nelas se identificam e
identificam o outro. Nesse sentido, as experiências proporcionadas pelo
brincar são muito importantes para a formação do sujeito. Se a criança
traz marcas da cultura que a cerca, se a sociedade influencia em sua
formação, sua forma de brincar também vem carregada de impressões
socioculturais.

O ato de brincar possibilita o desenvolvimento da identidade e da


autonomia da criança. Procura-se valorizar, dentro de nossos espaços, o
brincar, de forma a desenvolver a socialização mediante a interação, a
utilização e a experimentação de regras e papéis sociais. Vale ressaltar
que, ao brincar de faz de conta, a criança desempenha vários papéis
sociais e personagens, constrói sua identidade e amplia suas percepções
sobre as coisas e as pessoas. O brincar desenvolve as habilidades
motoras, sociais, cognitivas e culturais.

Por meio do ato de brincar, a criança significa o mundo, lançando um


olhar próprio sobre os elementos da cultura, apropriando-os de forma
singular. Esse olhar possibilita a ela interagir consigo mesma, com os
outros e com os artefatos culturais ressignificando, criando cultura.

Desse modo, torna-se fundamental que, em nossa prática educativa, os


elementos do brincar sejam compreendidos em sua profundidade, para
que as ações a ele relacionadas estejam coerentes à posição de eixo
estruturador do currículo. Assim constituído, o brincar torna-se um
caminho para compreender o trabalho educativo a ser realizado com as
crianças e deve ser um dos elementos fundamentais do processo de
educar e cuidar. Exige ter clareza do lugar e do papel do professor nessa
etapa da vida da criança. Para isso, buscamos implementar práticas de
planejamento e de preparação dos momentos de brincar, assumindo uma
postura investigativa e observadora em relação às crianças e estando
atentos às suas reações, falas e atitudes. No ato de brincar, as crianças
também podem internalizar e elaborar suas emoções e sentimentos,
desenvolvendo um sentido próprio de moral e justiça.

No momento da brincadeira, devemos oportunizar à criança contextos


que possibilitem que elas aprendam a conviver com os diferentes
processos de construção do sujeito, permitindo que cada uma possa
afirmar seus desejos.

O brincar é interação e é pelas interações que se aprende a brincar. As


situações de interação social possibilitam à criança representar e
compartilhar sentimentos que visam diferenciar e afirmar seu “eu”. Dessa
forma, possibilitamos à criança o desenvolvimento de diversos temas de
oposição, os quais tendem a diferenciar-se com a idade. Como exemplo,
podemos citar a disputa por um mesmo brinquedo, “brigas” por um lugar
específico, desentendimento por uma ideia, entre outros.

Para Wajskop (1995), a criança desenvolve-se por meio de sua


experiência social, nas interações que estabelece, desde cedo, com o
mundo adulto e sua experiência sócio histórica. Dessa forma, a
brincadeira é considerada como uma “atividade social específica e
fundamental que garante a interação e construção de conhecimentos da
realidade pelas crianças”.

Torna-se, portanto, fundamental que em nosso trabalho os elementos do


brincar sejam compreendidos em sua profundidade, para que as ações a
ele relacionadas estejam coerentes à posição de eixo estruturador do
currículo. Assim constituído, o brincar se efetiva como a base que
sustenta todo o trabalho educativo a ser realizado com as crianças. Para
isso, buscamos implementar em nosso planejamento um olhar
diferenciado para o brincar. O brincar é interação e é por meio dela que
se aprende a brincar.

2.4.2 Brinquedos e brincadeiras

Destaca-se o papel do professor ao considerar as vivências das crianças


enquanto sujeitos sócio históricos e culturais. Portanto, ao introduzir os
brinquedos e as brincadeiras, o professor deve ter um olhar diferenciado
sobre a criança: quem é ela? Como brinca?

Kishimoto (2010) afirma que a criança, mesmo pequena, sabe muitas


coisas: toma decisões, interage com pessoas, expressa o que sabe fazer
e é capaz de compreender o mundo. O brincar é uma ação livre, iniciada
e conduzida pela criança; permite a ela o prazer, não exige como
condição um produto final; relaxa, envolve, ensina regras, linguagens,
desenvolve habilidades e introduz a criança no mundo imaginário.

O brincar não deve se constituir apenas como um instrumento de


aprendizagem, mas também como a maneira de a criança se expressar,
de compreender e ser compreendida e de experimentar o mundo. As
brincadeiras são imprescindíveis ao desenvolvimento cognitivos, motor,
criativo e afetivo. Por isso, devem constituir parte importante da rotina na
Educação Infantil.

Pela diversidade de formas de conceber o brincar, alguns tendem a


focalizá-lo como característico dos processos imitativos da criança,
dando maior destaque apenas ao período posterior aos dois anos de
idade. O período anterior é visto como preparatório para o
aparecimento do lúdico. No entanto, temos clareza de que a opção
pelo brincar desde o início da Educação Infantil é o que garante a
cidadania da criança e ações pedagógicas de maior qualidade
(KISHIMOTO, 2010, p. 1).

Sabe-se que, ao brincar, a criança experimenta o poder de explorar o


mundo dos objetos, das pessoas, da natureza e da cultura, para
compreendê-lo e expressá-lo por meio de variadas linguagens. Porém, é
no plano da imaginação que o brincar se destaca pela mobilização dos
significados.

A brincadeira é a ferramenta fundamental para a criança se expressar,


aprender a se desenvolver. A criança não nasce sabendo brincar, ela
aprende por meio das interações com outras crianças e com os adultos,
por isso é fundamental que o educador esteja atento aos conhecimentos
prévios das crianças acerca de si mesmas e de sua corporeidade. O
professor deve observar as brincadeiras dos educandos, ter um cuidado
especial no momento de intervir nesse mundo imaginário, no faz-de-
conta sem tirar a magia da criança.

Os jogos infantis são considerados estratégias pedagógicas favoráveis


para a construção de diversos conceitos, entre eles, o matemático. De
acordo com Kishimoto (2007), os jogos estão presentes no pensamento
de cada criança, mesmo que ela ainda não os conheça, porque ela cria
suas próprias fantasias mediante brinquedos ligados ao seu cotidiano
familiar. Durante os jogos, utilizam-se diversos jogos com o objetivo de
desenvolver: memorização, ritmo, contagem, percepção (visual, auditiva,
tátil), raciocínio lógico-matemático, lateralidade, esquema corporal,
espaço e forma, entre outros.

É de suma prioridade que estejam introduzidos dentro do planejamento


diário momentos de brincadeiras livres e\ou direcionadas, momentos de
faz de conta, jogos, utilização do parquinho, manipulação de materiais
diversos, caixa tátil, caixa surpresa, histórias coletivas e musicalização
coletiva, entre outras estratégias para que ocorra uma aprendizagem
significativa através do brincar.

DIRETRIZES PEDAGÓGICAS
No Instituto Educacional Dente de Leite, o trabalho tem como foco a criança e o
processo de ensino aprendizagem. As relações interpessoais são valorizadas,
principalmente as interações da criança com o adulto. Acreditamos que esta
forma de trabalho é essencial para o desenvolvimento físico, psíquico e
intelectual da criança
Promoção da Igualdade Étnico Racial

Com a implementação das leis 10.639/2003 e 11.635/2008 tornou-se


obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena. As diretrizes
curriculares nacionais para a Educação infantil em 2009, ficou definido
propostas pedagógicas que proporciona o reconhecimento, valorização e
respeito à cultura e história africana e afro-brasileira combatendo assim
atitudes de discriminação e racismo.

É de suma importância compreender que toda criança é livre de preconceito e


por meio de sua convivência em sociedade é que ela adquirir valores e
conceito. Se a criança já vem com preconceito, o papel do professor é trabalhar
de forma que todos se sintam iguais, independentemente de etnia e gênero.

Desenvolvemos o projeto identidade que nos permite iniciar os trabalhos


pedagógicos explorando, evidenciando e valorizando as características,
diferenças e semelhanças inerentes em cada sujeito. Assumir um trabalho
acolhimento as diferentes expressões e manifestações das crianças e suas
famílias significa valorizar e respeitar as diversidades. Estas trazem em sua
trajetória um vasto repertório que se constitui em material rico e farto para o
exercício do diálogo, aprendizagem com diferença, a não discriminação e
atitudes não preconceituosas.

Inclusão da criança com deficiência


O objetivo da Educação Especial na escola regular é de garantir pleno
desenvolvimento e oportunidade de aprendizagem e experiência,
conhecimento e participação social.

Neste sentido a Educação Inclusiva tem como objetivo garantir o direito à


criança ao acesso a Educação.

A escola inclusiva tem como meta garantir o direito da criança ao acesso à


educação. Portanto cabe à escola garantir o atendimento às necessidades dos
alunos com deficiência, independente da natureza dessas diferenças.

Importante destacar que a perspectiva da inclusão escolar é implementar


estratégias para garantir a aprendizagem associada a autonomia.

Ao longo dos anos, principalmente a partir da Declaração dos Direitos


Humanos em 1498, e depois no Brasil, após a adesão à CF/88 em vigor,
tornou-se lugar comum o discurso que dissemina a democratização e o acesso
à educação de pessoas com deficiências. Segundo Mazzotta (2003), o
surgimento da Educação Especial na política educacional brasileira vem
ocorrer somente no final dos anos 50 e início da década de 60.

A CF/88, afirma: “(…) a educação, direito de todos e dever do estado e da


família, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (Art. 208).

A LDBEN 9394/96 avançou na elaboração do texto quanto aos direitos sociais,


direito à diversidade, garantia de acesso e permanência com qualidade e
atendimento às necessidades especiais.

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