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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO

CURSO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

SEGURANÇA ESTRUTURAL DA BARRAGEM DE CAHORA BASSA


DURANTE A ÉPOCA CHUVOSA 2013/2014

AUTOR:
Carlos Pedro Guambe

SUPERVISOR:
Eng.º Ezequiel Fernandes Carvalho

Songo, Julho de 2014


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO

CURSO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

SEGURANÇA ESTRUTURAL DA BARRAGEM DE CAHORA BASSA


DURANTE A ÉPOCA CHUVOSA 2013/2014

AUTOR:
Carlos Pedro Guambe

SUPERVISOR:
Eng.º Ezequiel Fernandes Carvalho

Songo, Julho de 2014


TERMO DE ENTREGA DO RELATÓRIO

CURSO DE ENGENHARIA_________________

TERMO DE ENTREGA DE RELATÓRIO DO ESTÁGIO PROFISSIONAL

Declaro que o estudante ________________________________entregou no


dia__/__/201__ as cópias do relatório do seu Estágio Profissional com a
referência:_________intitulado:______________________________________
_______________________________________________________________

Songo,_________ de___________de 201__

O chefe da Secretaria
________________________________________
Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Pedro Hamane Guambe e Terezinha Taiela Massuanganhe, que me
deram educação, e ensinamentos que me ajudaram a enfrentar todas as dificuldades
ao longo desta formação.
Aos meus queridos irmãos e primos, que me apoiaram e entenderam quando não
podia estar com eles e conviver em vários momentos familiares.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe I


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

AGRADECIMENTOS

O desenvolvimento do presente relatório de estágio profissional, não seria possível


sem o apoio de todos aqueles que, de forma directa ou indirecta, deram o seu
contributo para que tivesse sido dado este importante passo na minha formação
académica. A sua realização foi possível graças às colaborações e apoios que
reconheço indispensáveis e fundamentais, os quais, de forma particular, desejo
agradecer.

Gostaria de agradecer a Deus, pela oportunidade de viver e resistir a todas dificuldades


durante este percurso.

Manifesto gratidão, à Hidroeléctrica de Cahora Bassa, pela oportunidade que


proporcionou para a realização do presente estágio.

Ao meu supervisor, Eng.º Ezequiel Carvalho, por toda a orientação, conhecimento


transmitido e disponibilidade para ajudar no desenvolvimento do presente trabalho e no
esclarecimento de dúvidas que me foram surgindo; o meu agradecimento especial.

Também quero agradecer ao Eng.º José Matola, pela disponibilidade permanente para
discutir soluções das dificuldades que sucederam em algumas etapas do
desenvolvimento deste trabalho.

Manifesto o meu profundo agradecimento também aos técnicos do Departamento de


Observação de Estruturas, e aos restantes trabalhadores da Hidroeléctrica de Cahora
Bassa, pelo apoio e ajuda no decurso dos trabalhos experimentais durante o estágio
profissional.

Sinto que a amizade e o carinho dos amigos, particularmente, o Osvaldo, e o afecto e o


apreço dos meus pais e irmãos, fundamentalmente da minha mãe Terezinha, são os
grandes suportes e impulsionadores da minha dedicação e sucesso no curso. Para
estes, um agradecimento especial e particular.

Por fim um agradecimento a todos que de uma ou doutra forma colaboraram para a
minha formação.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe II


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

RESUMO

A análise da segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa é feita com base na


realização de diversas actividades, tais como, recolha, validação, tratamento e arquivo
de dados e de resultados do sistema de observação, e ainda a exploração de
resultados, a comparação com valores expectáveis, análise e interpretação desses
resultados. A realização das inspecções visuais complementa a avaliação da
segurança, pois permite apurar o que os instrumentos não podem detectar.

Paralelamente à exploração do sistema de observação, é feita a respectiva


manutenção preventiva e, ocasionalmente, a correctiva. A manutenção é suportada por
um plano cujos roteiros têm sido integrados no sistema de informação SAP/R3, que
emite as respectivas ordens de manutenção de acordo com a periodicidade
estabelecida; estes roteiros contemplam também os equipamentos de recolha de
dados.

No presente relatório, que é o culminar do programa de Estágio Profissional, cadeira do


8º Semestre do Curso de Licenciatura em Engenharia Hidráulica, ministrado pelo
Instituto Superior Politécnico de Songo, é feita a avaliação da segurança estrutural da
barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014 (01-Out.-13 a 31-
Mar.-14), período que foi escolhido como o caso de estudo, por ter coincidido com uma
parte do período de realização do estágio (Fevereiro à Julho de 2014).

As conclusões obtidas com base na análise de grandezas representativas, mostram


que a barragem de Cahora Bassa, teve um comportamento estrutural satisfatório
durante a época chuvosa 2013-2014 e as manutenções foram devidamente feitas e
que o sistema de observação, encontra-se em boas condições.

PALAVRAS - CHAVE: Barragens. Segurança estrutural. Sistema de observação.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe III


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

ÍNDICE

DEDICATÓRIA................................................................................................................. I

AGRADECIMENTOS ...................................................................................................... II

RESUMO ........................................................................................................................ III

LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS ................................................................ VII

LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... X

LISTA DE TABELAS ................................................................................................... XII

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1

1.1 Generalidades .................................................................................................... 1

1.2 Importância da segurança estrutural .................................................................. 2

1.3 Formulação do problema e justificativa .............................................................. 3

1.4 Objectivos do trabalho ........................................................................................ 3

1.4.1 Objectivo geral ............................................................................................. 3

1.4.2 Objectivo específico ..................................................................................... 3

1.5 Metodologia de pesquisa .................................................................................... 3

1.6 Actividades realizadas durante o estágio profissional ........................................ 4

2 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO EMPREENDIMENTO DE CAHORA BASSA


6

2.1 Barragem e obras anexas .................................................................................. 6

2.1.1 Barragem e albufeira ................................................................................... 6

2.1.2 Fundação ..................................................................................................... 7

2.1.3 Encostas ...................................................................................................... 7

2.1.4 Obras Subterrâneas..................................................................................... 8

2.2 A subestação do Songo e as linhas de transmissão de energia ........................ 8

3 SEGURANÇA ESTRUTURAL DA BARRAGEM DE CAHORA BASSA DURANTE


A ÉPOCA CHUVOSA 2013/2014 ................................................................................. 10

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe IV


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

3.1 Caracterização da época chuvosa 2013/2014 na Sub-bacia de Cahora Bassa


10

3.1.1 Generalidades............................................................................................ 10

3.1.2 Previsão de precipitação para a época chuvosa 2013/2014 ...................... 12

3.1.3 Precipitações e escoamentos (caudais afluentes) registados na barragem


de Cahora Bassa na época chuvosa 2013/2014 .................................................... 14

3.2 Observação de estruturas da barragem de Cahora Bassa .............................. 17

3.2.1 Objectivos da observação de estruturas .................................................... 17

3.2.2 Inspecções visuais ..................................................................................... 17

3.3 Sistema de observação da barragem de Cahora Bassa e obras anexas ......... 18

3.3.1 Generalidades............................................................................................ 18

3.3.2 Sistema de observação da barragem e fundação...................................... 19

3.3.3 Sistema de observação das obras subterrâneas ....................................... 30

3.3.4 Sistema de observação dos encontros da barragem ................................. 32

3.3.5 Plano de observação da barragem de Cahora Bassa ............................... 33

3.4 Recolha e Processamento de dados ................................................................ 35

3.5 Análise e interpretação de resultados .............................................................. 37

3.5.1 Generalidades............................................................................................ 37

3.5.2 Constatações das inspecções visuais durante a época chuvosa 2013-2014


37

3.5.3 Caracterização das acções sobre a barragem (cota da albufeira,


temperatura do ar e supressão) .............................................................................. 40

3.5.4 Comportamento da Barragem e fundação ................................................. 42

3.5.4.1 Caudais drenados ............................................................................... 42

3.5.4.2 Deslocamentos horizontais da barragem observados por fios de prumo


43

3.5.4.3 Deslocamentos verticais da barragem observados por extensómetros


de barras no bloco central da barragem .............................................................. 45

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe V


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

3.5.4.4 Deslocamentos no maciço rochoso da fundação ................................ 46

3.5.4.5 Extensões do betão e do maciço rochoso da fundação ...................... 48

3.5.5 Comportamento das encostas ................................................................... 49

3.5.5.1 Caudais drenados nas encostas ......................................................... 49

3.5.5.2 Deslocamentos observados nas encostas .......................................... 50

3.5.6 Comportamento das obras subterrâneas ................................................... 52

3.5.6.1 Deslocamentos observados no maciço rochoso das obras


subterrâneas ........................................................................................................ 52

3.6 Manutenção do sistema de observação ........................................................... 54

4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÃO ................................................................... 56

5 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 57

5.1 Referências bibliográficas ................................................................................ 57

5.2 Outra bibliografia consultada ............................................................................ 58

ANEXOS ....................................................................................................................... 59

Anexo 1 - Actividades realizadas durante o estágio profissional ................................ 60

Anexo 2 - Empreendimento de Cahora Bassa ........................................................... 62

Anexo 3 - Localização de aparelhos de observação na barragem ............................. 65

Anexo 4 - Localização de aparelhos nas obras subterrâneas .................................... 70

Anexo 5 - Localização de aparelhos nas encostas .................................................... 73

Anexo 6 - Sistema e aparelhos de observação da barragem de Cahora Bassa ........ 75

Anexo 7 - Dados e resultados do sistema de observação ......................................... 82

Anexo 8 - Roteiro de Manutenção de fio de Prumo invertido. .................................. 100

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe VI


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

SÍMBOLOS

Símbolo Designação Unidade


Leituras do lado 1 da base na época 1 mm
Variação da leitura radial ao cone cm
Variação da leitura tangencial ao cone cm
Convergência mm
Leitura do invar na época inicial mm
Leitura do invar na época n mm
Leitura da vara na época inicial mm
Leitura da vara na época n mm
Subpressão observada no manómetro instalado no piezómetro bar
Volume da medida de capacidade utilizada l
Leitura duma base padrão (barra de invar) na época 1 mm
Leitura duma base padrão (barra de invar) na época n mm
Leitura do lado 1 da base na época n mm
Leitura do lado 3 da base na época 1 mm
Leitura do lado 3 da base na época n mm
Tempo de enchimento da medida de capacidade utilizada s
Deslocamento na época n mm
Variação da leitura radial ao fio cm
Variação da leitura tangencial ao fio cm
a Abertura da junta mm
C Coeficiente de correlação da temperatura -
CA Cota da albufeira na época n m
CM Cota do manómetro em metros m
D Deflectómetro mm
d Deslizamento da junta mm
F Furo -
Variação de extensão, em 106, correspondente à variação da
K1 -
relação das resistências de 100000, à temperatura constante.
Variação de extensão, em 106, correspondente à variação de
K2 1ºC da temperatura, quando a relação de resistências é °C-1
constante

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe VII


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Símbolo Designação Unidade

Variação de temperatura, em °C, correspondente à variação da


K3 °C/ Ω
resistência total de um ohm.
Variação da tensão em kgf/cm2 correspondente a uma variação
K6 da relação das resistências de 10000, para temperatura kgf/cm2
constante.
Variação da pressão, em kgf/cm2, correspondente à variação
K7 kgf/cm2
da relação das resistências de 10000.
L1n Leitura radial ao fio de prumo cm
L2n Leitura radial ao cone cm
L3n Leitura tangencial ao fio de prumo cm
L4n Leitura tangencial ao cone cm
M Marca -
Pc Percentagem de carga no piezómetro %
R0 Resistência total a 0 °C Ω
Rn Resistência total na época n Ω
Tn Temperatura do betão na época n Ω
Caudal na época n l/min
Deslocamento radial mm
Deslocamento tangencial mm
Extensão -
Variação da relação das resistências, em 10000,
°C-1
correspondente a uma variação da temperatura de 1ºC.

Ls Limite superior do modelo -


Li Limite inferior do modelo -

Desvio padrão da série histórica -

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe VIII


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

ABREVIATURAS

Abreviatura Significado
ARA Administração Regional das Águas
DEM Direcção de Engenharia de Manutenção
DGE Galeria de drenagem da margem esquerda
EB Extensómetro de barras
ECMWF European Center for Medium Range Weather Forecast
EF Extensómetro de fundação
EFMD Extensómetro de fundação da margem direita
EFME Extensómetro de fundação da margem esquerda
EMA Escoamento Médio Anual
G Galeria
GAC Galeria de ataque sul à central
GD Galeria de drenagem
GE5 Galerias na encosta esquerda
GEODAS Geophysical Data System
HCB Hidroeléctrica de Cahora Bassa
HVDC High Voltage Direct Current
INAM Instituto Nacional de Meteorologia
LNEC Laboratório Nacional de Engenharia Civil
MD Margem Direita
ME Margem Esquerda
NMC Nível de Máxima Cheia
NME Nível Mínimo de Exploração
NPA Nível de Pleno Armazenamento
NWS-CPC National Weather Service – Climate Prediction Center
OE Observação de Estruturas
P1D Fio de prumo direito 1
P1I Fio de prumo invertido 1
P2-1CS Piezómetro 2 Câmara Superior
P6-1CS Piezómetro 6 Câmara Superior
RAS Reacções Alcali Sílicas
RDC República Democrática de Congo
Ri Intervalos de confiança
SACODA Safety Control of Dams
SARCOF Southern Africa Regional Climate Outlook Forum
Sig Sistema de informação geográfica
TGD5 Galeria transversal à galeria da margem direita

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe IX


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Barragem de Cahora Bassa .................................................................................... 9

Figura 3.1- Sub-bacias do Zambeze......................................................................................... 12

Figura 3.2 - Precipitação normal para Cidade de Tete (1971-2000) ......................................... 13

Figura 3.3 - Previsão de chuvas para os períodos OND 2013 e JFM 2014 para a SADC. ........ 13

Figura 3.4 - Precipitação acumulada de cada mês (valores observados na barragem) ............ 14

Figura 3.5 - Caudal afluente e efluente na época chuvosa 2013-2014 e cota da albufeira ....... 15

Figura 3.6 - Caudais afluentes (épocas chuvosas 2013-2014 e 2006-2007) ............................ 16

Figura 3.7 - Caudais afluentes mensais (época chuvosa 2013-2014 e 2006-2007) .................. 16

Figura 3.8 - Acções (cota da albufeira, temperatura do ar e subpressão) - Médias dos valores
mensais observados ................................................................................................................ 41

Figura 3.9 - Caudal Drenado Total (Barragem + Fundação) ..................................................... 43

Figura 3.10 - Deslocamento Radial do Bloco 0-1 à Cota 296 m ............................................... 44

Figura 3.11 - Deslocamento Radial do Bloco 7-9 à Cota 326 m ............................................... 44

Figura 3.12 - Deslocamento Radial no Bloco 13-15 à Cota 296 m ........................................... 44

Figura 3.13 - Deslocamento Radial do Bloco 8-10 à Cota 326 m ............................................. 45

Figura 3.14 - Deslocamento Radial do Bloco 14-16 à Cota 296 m ........................................... 45

Figura 3.15 - Deslocamentos verticais do betão da barragem observado nos extensómetros de


barras ....................................................................................................................................... 46

Figura 3.16 - Deslocamentos verticais do maciço rochoso da fundação da barragem observada


por extensómetros de fundação ............................................................................................... 47

Figura 3.17 - Extensões no betão da barragem (Ref. 08/12/2006) ........................................... 48

Figura 3.18 - Extensões médias no maciço rochoso da fundação (Ref. 08/12/2006) ................ 49

Figura 3.19 - Extensões no betão à meia espessura do bloco central da barragem, observadas
através de extensómetros carlson (data de ref. 27/12/2006) .................................................... 49

Figura 3.20 - Caudais totais nas encostas (média mensal dos valores observados) ................ 50

Figura 3.21 - Deslocamentos na encosta esquerda à jusante da barragem ............................. 52

Figura 3.22 - Deslocamentos na encosta direita à jusante da barragem .................................. 52

Figura 3.23 - Deslocamentos do maciço rochoso à montante da Central Sul ........................... 53


Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe X
Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura 3.24 - Deslocamentos do maciço rochoso à jusante da Central Sul .............................. 54

Figura 3.25 - Deslocamentos do maciço rochoso envolvente das chaminés de equilíbrio ........ 54

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe XI


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 - Cronograma de actividades .................................................................................... 5

Tabela 3.1 - Sistema de observação da barragem e fundação ................................................. 30

Tabela 3.2 - Sistema de observação das obras subterrâneas .................................................. 32

Tabela 3.3 - Sistema de observação das encostas .................................................................. 33

Tabela 3.4 - Grandezas observadas e frequências de observação .......................................... 34

Tabela 3.5 - Temperatura do ar, subpressões e cota da albufeira (Média Mensal dos Valores
Observados)............................................................................................................................. 41

Tabela 3.6 - Caudal total drenado (barragem + fundação) ....................................................... 42

Tabela 3.7 - Deslocamentos horizontais da barragem observados por fios de prumo .............. 43

Tabela 3.8 - Deslocamentos verticais da barragem .................................................................. 46

Tabela 3.9 - Deslocamentos verticais no maciço rochoso da fundação .................................... 47

Tabela 3.10 - Caudais totais drenados nas encostas da barragem .......................................... 50

Tabela 3.11 - Deslocamentos observados no maciço rochoso das encostas direita e esquerda à
jusante da barragem ................................................................................................................ 51

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe XII


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

1 INTRODUÇÃO
1.1 Generalidades

O presente trabalho, insere-se no programa de Estágio Profissional, cadeira do 8º


Semestre do curso de Licenciatura em Engenharia Hidráulica, ministrado pelo Instituto
Superior Politécnico de Songo, e parte integrante do processo de formação do
estudante, como forma de culminação dos estudos.

O Estágio Profissional a que se refere no parágrafo anterior, foi realizado na empresa


Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), Direcção de Engenharia de Manutenção
(DEM), Departamento de Observação e Segurança de Estruturas (DEM-OE), no
período compreendido entre 10 de Fevereiro a 10 de Julho de 2014, e tem como tema
“Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013-
2014”.

Foi muito gratificante ter realizado o Estágio Profissional na Hidroeléctrica de Cahora


Bassa, onde se teve a possibilidade de poder assimilar e aplicar grande parte dos
conhecimentos adquiridos ao longo da formação.

Este estágio permitiu alargar os horizontes e testar as limitações e dificuldades em


aplicar a teoria adquirida aos casos reais que iam surgindo. Graças aos ensinamentos
e experiências transmitidas pelos vários profissionais da área de observação e
segurança de estruturas, foi possível perceber muitos pormenores importantes sobre o
controle de segurança estrutural de barragens.

O presente relatório é subdividido em quatro capítulos, correspondendo o presente, ao


capítulo inicial, em que trata da parte introdutória, importância do tema e justificativa.
Neste capitulo também se abordam as metodologias usadas no desenvolvimento do
presente trabalho e os objectivos a serem alcançados, assim como das actividades
realizadas durante o estágio.

No segundo capítulo descreve-se a barragem de Cahora Bassa, bem como as obras


anexas, no que se refere às características técnicas do empreendimento.

O terceiro capítulo é dedicado ao estudo e análise da segurança estrutural da


barragem de Cahora Bassa, durante a época chuvosa 2013-2014, e a finalizar, no
quarto capítulo, apresentam-se as conclusões e recomendações sobre o
comportamento estrutural da barragem.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 1


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

1.2 Importância da segurança estrutural

Apesar da evolução técnica e da grande experiência adquirida nos domínios do


projecto, construção e observação permitirem garantir um alto grau de segurança na
maioria das barragens existentes em todo o mundo, tem-se desenvolvido uma
consciencialização da existência dum risco potencial. Esta consciencialização tem sido
reforçada pela evidência de risco efectivo em resultado de acidentes ocorridos nos
últimos anos em barragens, tanto recentes como antigas.

A segurança das barragens resulta da eliminação de todas as condições que possam


conduzir à sua deterioração ou à sua destruição. Contudo, o facto de não serem
detectadas anomalias durante um longo período numa determinada barragem, não
significa necessariamente uma prova de segurança.

É importante observar que o grau de risco pode-se alterar com o tempo (por exemplo,
por uma nova ocupação do terreno a jusante da barragem nomeadamente pela
instalação de populações) e que as condições de segurança evoluem com o tempo em
resultado do envelhecimento das estruturas. Este último aspecto diz respeito não só
aos materiais de construção (em particular o betão) mas também aos equipamentos.
As regras de segurança não devem ser consideradas imutáveis.

A segurança estrutural de uma barragem é importante porque permite avaliar o


comportamento da obra, caracterização do cenário e de fenómenos em que está
sujeito, visando controlar o seu desenvolvimento ou progresso para evitar a rotura da
barragem, pois a rotura de uma barragem, pode originar vários prejuízos e perdas
significativas de vidas humanas e de bens materiais.

Uma vigilância contínua e rigorosa, com verificação dos dados de projecto e a


inspecção, constituem uma base segura com vista à protecção da barragem contra os
riscos de rotura.

O objectivo das barragens é de reter e armazenar água com segurança. Desta forma é
de extrema importância a análise do comportamento estrutural da obra e dos
equipamentos de observação, para permitir o conhecimento adequado do estado da
barragem, identificação das anomalias que decorrem ao longo do tempo, devido a
influência de vários factores, e para poder se tomar medidas correctivas, visando a
manutenção da obra assim como de instrumentos de observação.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 2


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

1.3 Formulação do problema e justificativa

Antes do início da época chuvosa é preciso garantir um volume de encaixe de água


necessária para as finalidades da barragem (produção de energia eléctrica, controlo de
cheias, etc.), sem no entanto colocar em risco a segurança da barragem.

Como se sabe em épocas chuvosas, há um aumento de caudais afluentes na albufeira,


e consequentemente aumenta a cota da albufeira; durante a estiagem, ocorre o
processo inverso (redução da cota da albufeira).

A pressão hidrostática, caracterizada pela cota da albufeira, é a acção de maior


impacto no comportamento estrutural da barragem, daí a razão de se saber como é
que ela se comportou durante o período de maior ocorrência no ano hidrológico e como
é que as obras se comportaram durante este período.

1.4 Objectivos do trabalho


1.4.1 Objectivo geral

O presente trabalho tem como objectivo geral apreender a fazer a observação e


controlo da segurança estrutural de barragens, tomando como caso de estudo a
barragem de Cahora Bassa.

1.4.2 Objectivo específico

O objectivo específico do presente trabalho é avaliar a segurança estrutural da


barragem de Cahora Bassa e respectivas obras anexas (encostas e obras
subterrâneas associadas à central hidroeléctrica durante a época chuvosa 2013/2014;

1.5 Metodologia de pesquisa

Para a elaboração do presente trabalho recorreu-se à pesquisa da bibliografia física e


electrónica, e ainda a realização de actividades nas obras do empreendimento
hidroeléctrico de Cahora Bassa.

A pesquisa da bibliografia física consistiu na consulta de documentação impressa,


nomeadamente, livros, artigos e revistas técnicas, desenhos, etc..

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 3


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

A consulta electrónica consistiu em pesquisar informação relevante ligada ao tema em


questão, através de livros e manuais disponíveis na internet, recorrendo a motores de
busca como o Google, cade, Altavista, 4shared, scribd e ebah.

Durante as actividades nas obras foi possível fazer a recolha de informação que não
está registada em documentos, mas que está disponível na experiência dos Técnicos
em serviço HCB.

Para a análise do comportamento da obra são utilizados resultados de observação


recolhidos com recurso a um conjunto de aparelhos instalados na obra. Estes
aparelhos são submetidos a um plano de exploração e de manutenção preventiva de
modo a garantir a fiabilidade exigível. Não obstante a este facto, a fiabilidade é
reforçada utilizando um computador de bolso que faz a validação e o registo de dados
no local da leitura, para posteriormente “descarrega-los” no computador central, onde o
tratamento é feito usando o programa SACODA.

1.6 Actividades realizadas durante o estágio profissional

Durante o período de 5 meses correspondente ao estágio profissional, foram realizadas


diversas actividades na área de engenharia de barragens e paralelamente foram
realizadas actividades de outras áreas do saber que agregadas contribuíram na
inserção do estudante na vida profissional. Neste período, o estudante esteve afecto na
Direcção de Engenharia de Manutenção (DEM), no Departamento de Observação de
estruturas (DEM-OE); o estágio teve a supervisão do Eng.º Ezequiel Carvalho.

As actividades realizadas durante o estágio, obedeceram ao cronograma apresentado


na tabela 1.1, e são pormenorizadas na tabela A1-1 (em anexo).

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 4


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Tabela 1.1 - Cronograma de actividades

Actividade Mês da realização

Nº Designação Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul.

Enquadramento nos Serviços: i) Receber o


equipamento de protecção individual; ii) Ler
o regulamento geral da Empresa HCB; iii)
1 X
Conhecer o Arquivo Técnico (Biblioteca) e
iv) Receber senhas para o acesso à rede
informática da HCB.

Leitura da bibliografia sobre exploração e


2 X X X X
manutenção do sistema de observação.

Integração nas equipas de exploração e


3 X X X X X
manutenção do sistema de observação.

Leitura da bibliografia sobre segurança de


4 X X X X
estruturas.

Acompanhamento das actividades de


5 X X
controlo da segurança estrutural

6 Redacção do relatório do estágio X X X X X

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 5


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

2 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO EMPREENDIMENTO DE CAHORA BASSA


2.1 Barragem e obras anexas
2.1.1 Barragem e albufeira

A barragem de Cahora Bassa (figura 2.1), situa-se em Moçambique,150 km a Norte da


Cidade de Tete, num trecho que separa o médio do baixo Zambeze.

A barragem está implantada numa estreita garganta com vertentes verticais na parte
superior e em forma de V na parte inferior.

A barragem é uma estrutura em abóbada de dupla curvatura, de betão convencional,


aproximadamente simétrica com encontros nas margens praticamente verticais e
fortemente encaixados; as características fundamentais são:

 Altura máxima no centro do vale (desde a fundação): 170m


 Espessura da barragem: 23 m (na base) e 4 m (no topo, à cota 326 m)
 Cota da base da barragem (centro do vale): 165 m
 Cota do coroamento: 331 m
 Comprimento do coroamento: 303 m
 Relação corda-altura: 1.54
 Número de blocos: 23, separados por juntas de construção verticais, numeradas
do centro para as margens; pares para a margem direita (0 a 22) e ímpares para
a margem esquerda (0 a 19); constituem os 2 blocos extremos destas margens
os encontros (22-MD e 19-ME), respectivamente.
 Galerias, geralmente espaçosas e de fácil acesso a partir do exterior pelo
coroamento ou pela galeria coberta da margem direita e ainda pela galeria
coberta da margem esquerda.
 Galeria aberta no coroamento, à cota 326 m, interrompida nos blocos centrais
pelo descarregador de superfície.
 Galerias horizontais às cotas 296 m, 271 m, 248.5 m, 224.75 m, 203.5 m, 183 m
e 171 m.
 Galeria periférica, unindo as galerias horizontais, entre a cota 326 m e a 171 m
na margem direita, e entre a cota 296 m e a 171 m na margem esquerda. Esta
galeria é servida por escadas em betão e por escadas metálicas nos troços
verticais das duas margens, entre as cotas 248.5 m e 296 m [5].

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 6


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

O controlo de cheias é feito através dos órgãos de descarga da barragem, oito


descarregadores de meio fundo e um de superfície, com a capacidade total de
escoamento de 14.000 m3/s, quando o nível de água a montante estiver ao nível de
máxima cheia (329 m) [5].

A albufeira tem uma área de 2660 km2, comprimento de 270 km desde a barragem até
à fronteira entre Moçambique, Zâmbia e Zimbabwe, onde, na Vila de Zumbo, recebe as
águas provenientes das barragens de Kariba e do Kafué e do rio Aruângua e largura
máxima de 30 km, uma capacidade útil de 52 km3, capacidade máxima total de 65 km3,
nível de pleno armazenamento (NPA) de 326 m, nível de máxima cheia (NMC) de 329
m e nível mínimo de exploração (NME) de 295 m [8].

2.1.2 Fundação

A fundação da barragem é constituída por um maciço rochoso granito-gnáissico de boa


qualidade em que predominam os granitos e os granitos gnáissicos de tendência
porfiróide e porfiroblástica que é atravessado por alguns veios de aplito, de pórfiro e de
pegmatito, bem como por filões gábricos e lamprofíricos [5].

No encontro esquerdo predominam o granito gnáissico que é atravessado na base da


encosta por um veio espesso de granulito, com fracturação pouco intensa.

No fundo do vale ocorre também, predominantemente, granito gnáissico regional que é


atravessado por alguns filões de gabro olivínico e de lamprófiro, sendo estes
acompanhados a tecto e muro por faixas de granito gnáissico granular.

No encontro direito é, ainda, o granito gnáissico que predomina, sendo a base da


encosta atravessada por filões e veios de lamprófiro encaixados por faixas gnaisse
granular [5].

2.1.3 Encostas

As encostas na zona envolvente da barragem até cerca de 7 km a montante


apresentam declives acentuados, por vezes escarpadas com paredes verticais. As
rochas com maior expressão local são de tendência granítica, com amplas
características textuais e petrográficas, frequentemente gnáissicas. Ocorrem alguns
veios e filões gábricos, aplíticos, porfíricos, pegmatíticos e lamprofíricos, na
dependência ou não de falhas que contribuem para a modelação do terreno por erosão
diferencial [5].

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 7


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

2.1.4 Obras Subterrâneas

O complexo hidroeléctrico de Cahora Bassa é constituído por uma central subterrânea


na margem sul, situada a uma profundidade que varia de cerca de 130 m na
extremidade Sul e 230m na extremidade Norte, com 216.7 m de comprimento, 28.9 m
de largura e alturas mínima e máxima de 24 e 57 m, respectivamente; a jusante da
central existem duas chaminés de equilíbrio de grandes dimensões, 82.5 m de
comprimento, 19.0 m de largura e 72.0 m de altura para a chaminé Norte, e 87.7 m x
19.0 m x 70.3 m para a chaminé Sul [1].

De cada chaminé de equilíbrio sai uma galeria de fuga com 15 m de largura e 18 m de


altura; A galeria de fuga Norte tem 242 m de comprimento e a Sul tem 342 m. É por
estas galerias que se faz a restituição ao rio da água turbinada [5].

Na central estão instalados 5 grupos geradores. Cada um destes grupos geradores é


formado por uma turbina Francis de 415 MW, directamente acoplada a um alternador
trifásico de 480 MVA, totalizando uma potência de 2075 MW para um caudal turbinado
máximo de 2250 m3/s; a montante desta situa-se a sala de transformadores [5].

Para a constituição das obras subterrâneas, foram escavados um total de 2.534 m de


galerias, túneis e cavernas, correspondendo a um total aproximado de cerca de
1.545.599 m3 de rocha [5].

O acesso à central faz-se por um túnel escavado na rocha, com 12 m de largura e 10 m


de altura e 1.600 m de comprimento com uma inclinação de 10% [5].

2.2 A subestação do Songo e as linhas de transmissão de energia

O complexo hidroeléctrico de Cahora Bassa é constituído por uma subestação


transformadora localizada na Vila de Songo, há cerca de 10 km da barragem e central,
da qual partem duas linhas de transmissão de 533 KV cada em HVDC para a
subestação de Apollo, da ESKOM, na África do Sul, numa extensão de 1414 km e
linhas em HVAC, uma para a rede nacional da EDM (220 KV) e outra para a rede da
ZESA no Zimbabwe (400 KV) [1].

A subestação cobre uma área aproximada de 125.000 m 2, e inclui 5 edifícios:

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Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

 Edifício principal onde se situam as salas de comando, controlo dos


equipamentos de corrente contínua e alterna, controlo de válvulas, serviços
auxiliares e 1º grau;
 Edifício da central de emergência onde se encontram instalados dois grupos
moto-geradores à diesel de 4000 KVA;
 Edifício de compressores;
 Edifício do 2º grau onde se situa os quadros de 20 KV;
 Edifício de descubagem.

O parque exterior está dividido em:

 Parque de corrente alterna onde estão instalados os equipamentos de


corrente alternada a 220 KV, incluindo o banco de filtros A.C.;
 O Parque de corrente contínua onde se encontram os equipamentos das
pontes conversoras e as saídas das duas linhas de corrente contínua e do
eléctrodo de terra.

Figura 2.1 - Barragem de Cahora Bassa


(Fonte: HCB 2008)

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Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

3 SEGURANÇA ESTRUTURAL DA BARRAGEM DE CAHORA BASSA DURANTE


A ÉPOCA CHUVOSA 2013/2014
3.1 Caracterização da época chuvosa 2013/2014 na Sub-bacia de Cahora Bassa
3.1.1 Generalidades

Uma das principais acções sobre a barragem é a pressão hidrostática, que é


representada pelo nível de água na albufeira, água esta que é derivada dos
escoamentos superficiais devidos à precipitação atmosférica, daí a relevância da
caracterização da época chuvosa.

A época chuvosa em Moçambique compreende o período de 01 de Outubro de um


determinado ano a 31 de Março do ano seguinte. A área em estudo, para a
caracterização da referente época chuvosa, é a sub-bacia de Cahora-Bassa, que se
localiza na bacia hidrográfica do rio Zambeze.

O rio Zambeze nasce nas montanhas de Kalene na fronteira entre a República


Democrática de Congo (RDC) e Zâmbia, a cerca de 1.500 m de altitude, perfazendo
um percurso de aproximadamente 2.700 km para o seu delta, desaguando no Oceano
Índico. A área total da bacia do Zambeze é aproximadamente igual a 1.380.000 km2 e
ocupa porções de 8 países, nomeadamente, Zâmbia, Angola, Namíbia, Botswana,
Zimbabwe, Tanzânia, Malawi e Moçambique. A bacia do Zambeze, subdivide-se em
três sub-bacias importantes: bacia do alto Zambeze, bacia do médio Zambeze e bacia
do baixo Zambeze [2].

A bacia do Alto Zambeze estende-se desde a nascente até às quedas de Victoria


Falls, numa área de 510.000 km2, incluindo áreas em Angola, Botswana, Namíbia,
Zâmbia e Zimbabwe. No alto Zambeze o rio tem como principais tributários os rios das
sub-bacias de Cuando/Chobe, Barotse, Luanginga, Lungue Bungo, Alto Zambeze e
Kabompo, com a precipitação média anual a variar entre 760 e 1200 mm que gera um
escoamento médio anual (EMA) na ordem de 1.218 m3/s [2].

A bacia do Médio Zambeze estende-se por uma área de 490.000 km2 e compreende
as sub-bacias própria de Kariba, a jusante de Victoria Falls, sub-bacia do Kafue e a
sub-bacia própria de Cahora Bassa, que inclui a sub-bacia do Luangwa-Lusemfwa. Na
bacia do médio Zambeze o rio tem como principais tributários os rios Kafue e Luangwa
[2].

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 10


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

A Precipitação média anual na bacia do Médio Zambeze é da ordem de 891 mm, que
gera um escoamento médio anual da ordem de 1.127 m3/s, em que a contribuição mais
significativa para este escoamento é dada pela sub-bacia do Luangwa com um valor da
ordem de 118 mm. A precipitação anual varia entre 600 mm, a Sul da albufeira de
Cahora Bassa e 1.300 mm no alto Kafue [10].

O Baixo Zambeze é um troço de 650 km, desde a barragem de Cahora Bassa até ao
Oceano Índico, onde em quase toda a sua extensão o rio é navegável, embora seja
pouco profundo em algumas regiões, sobretudo na estação seca. Aos poucos o rio
entra num leito plano onde ocupa largas áreas, e mantém-se com este aspecto até
desaguar no Indico. Apenas na garganta de Lupata, a 350 km da foz, o rio confina-se
entre altas colinas. No baixo Zambeze o rio tem como principais tributários os rios Luia,
Revubué, Luenha e Chire. A Precipitação média anual é da ordem de 1.019 mm, que
gera um escoamento médio anual da ordem de 929 m3/s [10].

As afluências na albufeira de Cahora Bassa, resultam do escoamento produzido na


bacia do Alto Zambeze, controladas pela barragem de Kariba, e do escoamento na
bacia do Médio Zambeze, sobretudo nas bacias drenadas pelos rios Lusemfwa e
Luangwa, afluentes da margem esquerda situados em território Zambiano, e nas bacias
drenadas pelos rios Manyame, ou Panhame em Moçambique, e Messenguezi,
afluentes da margem direita situados predominantemente em território Zimbabweano.
Acrescem a estas afluências, as resultantes do escoamento produzido em território
Moçambicano, pelos rios, geralmente torrenciais, que desaguam entre o Zumbo e
Cahora Bassa [9]. A bacia própria de Cahora Bassa recebe uma grande contribuição
das sub-bacias do rio Kafue e do rio Luangwa.

Na sub-bacia do rio Kafué a precipitação média anual varia entre 850 e 1.200 mm,
enquanto na sub-bacia do rio Luangwa/Aruângua varia entre 900 e 1.100 mm. Nas
bacias dos rios directamente afluentes à albufeira de Cahora Bassa originários no
Zimbabwe (rio Messenguezi, Manyame/Panhame) varia entre 700 e 900 mm e nas
bacias dos rios originados em território nacional (rios Mucanha/Muze, Vuzi, Luangua e
Metamboa, a Norte, e Daque, a Sul) varia entre 1.400 mm a Norte e 600 mm a Sul [10].

Na figura 3.1 apresenta-se a bacia do Zambeze com as respectivas sub-bacias:

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 11


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura 3.1- Sub-bacias do Zambeze


(Fonte: HP 2002)

3.1.2 Previsão de precipitação para a época chuvosa 2013/2014

Periodicamente, com 1 a 3 meses de antecedência em relação à época chuvosa, são


emitidas, por várias entidades, entre elas o SARCOF (Southern Africa Regional Climate
Outlook Forum), o NWS-CPC (National Weather Service – Climate Prediction Center –
USA) e o ECMWF (European Center for Medium Range Weather Forecast), as
previsões meteorológicas para a região em que se insere a bacia do Zambeze.

A “matéria-prima” de base para a elaboração das previsões climáticas sobre a estação


chuvosa são as séries de dados históricos de observações meteorológicas; determina-
se as probabilidades de chuvas acima e abaixo da normal por cada área, em períodos
trimensais, Outubro-Novembro-Dezembro (OND) e Janeiro-Fevereiro-Março (JFM) e
são usadas as seguintes definições:

 Precipitação Normal - Precipitação média de 30 anos (segundo a definição


da Organização Mundial de Meteorologia);
 Precipitação Abaixo do Normal – Precipitação abaixo da média;
 Precipitação Acima do Normal – Precipitação acima da média;
 Anomalia – Afastamento ou desvio em relação a média.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 12


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Para a elaboração de mapas de previsão meteorológica em Moçambique, são usados


os dados históricos das precipitações observadas nas principais estações
meteorológicas provinciais. Assim para a bacia do Zambeze, no território nacional, são
usados pelo SARCOF, via Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), como base para
a previsão, os valores da precipitação mensal observados no período de 1971-2000
(figura 3.2), na estação meteorológica da cidade de Tete.

200 166,7
Precipitação (mm)

150
100
50
0
Out Nov Dez Jan Fev Mar
Mês
Precipitação acumulada de cada mês

Figura 3.2 - Precipitação normal para Cidade de Tete (1971-2000)


(Fonte: www.inam.gov.mz)

Segundo o SARCOF, para o período Outubro-Novembro-Dezembro (OND) de 2013,


previa-se uma maior probabilidade de ocorrência de chuvas normais com tendência
para acima do normal na sub-bacia de Cahora Bassa, e para o período Janeiro-
Fevereiro-Março (JFM) de 2014, previa-se também uma maior probabilidade de chuvas
normais com tendência para acima do normal, conforme ilustrado na figura 3.3.

Figura 3.3 - Previsão de chuvas para os períodos OND 2013 e JFM 2014 para a SADC.
(Fonte: SARCOF 2013)

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 13


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

3.1.3 Precipitações e escoamentos (caudais afluentes) registados na barragem


de Cahora Bassa na época chuvosa 2013/2014

Na figura 3.4, estão apresentados graficamente os valores da precipitação acumulada


observados na barragem de Cahora Bassa e os respectivos desvios ou anomalias de
precipitação em relação a normal, referentes a época chuvosa, de onde se pode notar
que os meses de Janeiro e Fevereiro tiveram maiores registos de precipitação com
218.4 mm e 126.6 mm, respectivamente.

250 218,4
200
Precipitação (mm)

150 126,6
100
50
0
Out Nov Dez Jan Fev Mar
-50
-100 Mês
Época chuvosa 2013/2014
Precipitação Normal
Anomalia em relação a normal

Figura 3.4 - Precipitação acumulada de cada mês (valores observados na barragem)

Para a estimativa do caudal afluente, procede-se ao cálculo do balanço hídrico da


albufeira, depois de serem estimadas as restantes variáveis hidrológicas que fazem
parte do sistema.

A gestão da albufeira de Cahora Bassa é feita diariamente na Direcção de Gestão da


Operação (Departamento de Gestão Hidráulica), e os dados de caudais afluentes e
efluentes são enviados a várias entidades com destaque para a ARA ZAMBEZE. Na
figura 3.5 apresentam-se graficamente os caudais afluentes e efluentes na albufeira de
Cahora Bassa, durante a época chuvosa 2013-2014.

Na referida época chuvosa, o caudal máximo diário afluente à sub-bacia de Cahora


Bassa, verificou-se no dia 02 de Março de 2014 (6.706,5 m3/s) e o caudal mínimo
afluente no dia 05 de Outubro de 2013 (313,4 m3/s).

Em termos de caudal médio mensal, o mês de Fevereiro registou o maior caudal


afluente da época chuvosa 2013-2014, com o valor de 3.754,6 m3/s, enquanto o menor
foi registado no mês de Outubro com o valor de 1.286,0 m3/s.
Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 14
Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Quanto aos caudais efluentes na barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa
2013-2014, o mês de Outubro registou um caudal efluente mensal maior, no valor de
3.376,3 m3/s, enquanto no mês de Fevereiro registou-se o menor caudal (1.729,5
m3/s).

A época chuvosa 2006-2007, é uma época de referência na bacia do Zambeze, por ter
sido caracterizada por chuvas normais e uma distribuição uniforme temporalmente
assim como espacialmente; por estas razões, pode servir para a comparação da época
2013-2014 à aquela. Na figura 3.6 ilustram-se graficamente os caudais afluentes
diários à Cahora Bassa durante as épocas chuvosas 2006-2007 e 2013-2014, donde
nota-se que, a época chuvosa 2013-2014, teve caudais inferiores aos de 2006-2007
em toda a época chuvosa; excepção ocorreu no dia 02 de Março de 2014, em que uma
onda de cheia causou um pico de 6.706,5 m 3/s. Em termos de caudais médios
afluentes mensais, o maior valor da época 2006-2007 foi de 10.029,1 m3/s contra
6.706,5 m3/s da época 2013-2014. Nas figuras 3.6 e 3.7 estão apresentadas
graficamente as variações diárias dos caudais afluentes das épocas chuvosas 2006-
2007 e 2013-2014.

8000 330
6706,5
7000 328
6000 326

Cota da albufeira (m)


Caudal (m3/s)

5000 324
4000 322
3000 320
2000 318
1000 316
0 314
01/10/2013

16/10/2013

31/10/2013

15/11/2013

30/11/2013

15/12/2013

30/12/2013

14/01/2014

29/01/2014

13/02/2014

28/02/2014

15/03/2014

30/03/2014

Dias da época chuvosa 2013-2014


Caudal afluente(Época chuvosa 2013/2014)
Caudal Efluente-HCB
Cota da albufeira
Curva Guia

Figura 3.5 - Caudal afluente e efluente na época chuvosa 2013-2014 e cota da albufeira

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 15


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

11000
10029,1
10000
9000
8000
7000 6706,5
Caudal (m3/s)

6000
5000
3916,8
4000
3000
2000
1000
0

13/fev

28/fev
14/jan

29/jan
1/out

15/dez

30/dez
16/out

31/out

15/mar

30/mar
15/nov

30/nov

Dias da época chuvosa

Caudal afluente(Época chuvosa 2013-2014)


Caudal afluente(Época chuvosa 2006-2007)

Figura 3.6 - Caudais afluentes (épocas chuvosas 2013-2014 e 2006-2007)

7000,0
5902,7
6000,0
5000,0
Caudal (m3/s)

3754,6
4000,0
3000,0
2000,0
1000,0
0,0
Out NovDez Jan Fev Mar
Mês
Caudal médio afluente da época chuvosa 2013-2014
Caudal médio afluente da época chuvosa 2006-2007

Figura 3.7 - Caudais afluentes mensais (época chuvosa 2013-2014 e 2006-2007)

Perante o exposto acima e de acordo com os desvios ou anomalias de precipitação em


relação à precipitação normal, pode-se concluir indirectamente que com a excepção do
mês de Janeiro, com um desvio positivo que traduz chuvas normais com alguma
tendência para acima do normal, as precipitações ocorridas na sub-bacia de Cahora
Bassa para os restantes meses, tiveram desvios negativos de precipitação o que traduz
Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 16
Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

uma tendência para abaixo do normal, contrariando as previsões que indicavam


probabilidades para precipitações normais com tendência para acima do normal.

3.2 Observação de estruturas da barragem de Cahora Bassa


3.2.1 Objectivos da observação de estruturas

A observação de estruturas tem como objectivo, a avaliação do comportamento


estrutural da barragem, através dos resultados de observação, das inspecções visuais
e dos modelos de previsão de comportamento.

A avaliação permanente do comportamento da obra permite caracterizar os cenários


de comportamento da obra e adaptar os critérios às especificidades dos fenómenos
que lhes estão subjacentes e controlar o seu desenvolvimento e progresso.

Todas as actividades de exploração e de manutenção do sistema de observação das


obras concorrem para a obtenção do conhecimento do seu comportamento, o qual se
for comparado com comportamentos padrão para este tipo de estruturas ou com
comportamentos esperados através de modelos estruturais e estatísticos devidamente
calibrados com as propriedades da estrutura, dos materiais e das acções, vai permitir
avaliar o grau de segurança estrutural. Este grau depende do desvio entre o
comportamento observado e o comportamento esperado admissível.

3.2.2 Inspecções visuais

Todo tipo de barragem requer uma regular inspecção para assegurar a sua integridade
e bom estado de operacionalidade. Os sistemas de observação por muito eficientes
que sejam, apenas fornecem valores pontuais. Deste modo é perfeitamente admissível
que alguns fenómenos sejam apenas detectados nas inspecções visuais, em particular
as situações não previstas no plano de observação ou que não incidam nos locais e
nas grandezas sob controlo.

As principais anomalias que usualmente são detectadas no decurso das inspecções


visuais da barragem relacionam-se fundamentalmente com a ocorrência de
movimentos diferenciais entre blocos, fissuração significativa, percolação não
controlada (ressurgências) e vegetação [20].

No geral na barragem de Cahora Bassa são efectuadas, regularmente, três tipos de


inspecções visuais a saber:
Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 17
Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

 Inspecção visual de rotina;


 Inspecção visual de especialidade;
 Inspecção visual geo-referenciada.

A inspecção visual de rotina, tem como objectivo detectar fissuras e a sua evolução,
infiltrações e materiais carregados pela drenagem, corrosão e danos no betão e nos
equipamentos metálicos fixos, incluindo os órgãos de exploração e segurança. Este
tipo de inspecção destina-se a detectar sinais ou evidências de deterioração ou
sintomas de envelhecimento e, no que se refere ao sistema de observação, a detectar
nele a ocorrência de eventuais anomalias. São locais habituais deste tipo de inspecção
visual, o paramento de jusante e de montante da barragem, o interior das galerias da
barragem, as estruturas de betão na central, as chaminés de equilíbrio e os túneis e
galerias no maciço rochoso das obras subterrâneas [5].

A inspecção visual de especialidade tem como objectivo, a avaliação do estado de


fissuração da barragem, detecção de ressurgências, infiltrações e incrustações de
produtos sólidos (carbonato de cálcio e outros) e detecção de anomalias no sistema de
observação. Este tipo de inspecção envolve a deslocação à obra de especialistas em
segurança estrutural de barragens que podem ser os responsáveis pela exploração da
obra, especialistas internos e/ou externos e da entidade governamental da tutela.

A inspecção visual geo-referenciada consiste na realização de um conjunto de


registos fotográficos, com uma máquina digital, a partir de pontos devidamente
identificados e que obedece a um conjunto de características que servem de referência
para a comparação entre as campanhas. As principais características de referência são
o estado das rochas, o deslizamento de blocos rochosos e a vegetação. A campanha é
feita nas encostas, galerias da barragem, margens da albufeira e nos paramentos de
montante e jusante da barragem, donde são tiradas fotografias [6].

3.3 Sistema de observação da barragem de Cahora Bassa e obras anexas


3.3.1 Generalidades

O sistema de observação da barragem e obras anexas visa o controlo das acções, a


caracterização das propriedades térmicas e hidráulicas dos materiais e o controlo da
resposta das estruturas.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 18


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

As acções a controlar são as relativas ao efeito da água, nomeadamente a pressão


hidrostática, as subpressões, as pressões no corpo da barragem, acções químicas e as
relacionadas com o clima (temperatura do ar, humidade relativa e precipitação
atmosférica) e acções de natureza dinâmica (sismos ou decorrentes do funcionamento
dos equipamentos, tais como comportas e grupos geradores).

O controlo da resposta estrutural é feito através da medição de deslocamentos


horizontais e verticais da estrutura, movimentos diferenciais entre blocos (movimento
de juntas), movimentos ao longo da superfície de contacto barragem-fundação,
extensões e tensões no betão, caudais drenados, infiltrações, temperatura do betão,
pressão nos poros do betão, fluência do betão, convergências, deslocamentos no
maciço rochoso, pré-esforço nas ancoragens de 240T, deslocamentos dos contrafortes
de betão, caudais ressurgidos nas cavernas, temperaturas no maciço rochoso
envolvente à central e chaminés de equilíbrio, deslocamentos no maciço rochoso
envolvente à central e chaminés de equilíbrio, convergências entre hasteais da central
e das chaminés de equilíbrio, deslocamentos entre os maciços de betão envolventes
dos grupos geradores e pré-esforço nas ancoragens de 50T.

3.3.2 Sistema de observação da barragem e fundação1

Na barragem de Cahora Bassa o nível da albufeira é controlado através de um


limnígrafo, que permite registar a evolução da cota da albufeira ao longo do tempo.

a) Piezómetros

A subpressão, considerada uma das principais acções que actua na base da barragem,
é monitorada através de uma rede de piezómetros hidráulicos munidos de manómetros
instalados na fundação e ao longo da galeria periférica. Existem grupos de piezómetros
segundo alinhamentos montante-jusante, com tomadas de pressão a 3 níveis de
profundidade, e piezómetros simples, perfazendo um total de 49 aparelhos, que são
identificados com a designação PZn (ver a figura A3-2, em anexo).

A medição de pressões é efectuada em manómetros instalados na extremidade do


respectivo tubo piezómetrico, ou através de uma fita graduada nos casos em que a
superfície da água no tubo piezométrico não ultrapassa a extremidade.

A percentagem de carga no piezómetro na época n é obtida da seguinte expressão:

1
Extraído dos referências [5] e [13]
Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 19
Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

(3.1)

Em que:

- subpressão observada no manómetro instalado no piezómetro em kg/cm 2;

CA - cota da albufeira em metros na época n;

CM - cota do manómetro em metros;

- percentagem de carga (%).

Quando a superfície da água no tubo piezométrico não ultrapassa a extremidade, o


manómetro não regista subpressão. Neste caso a subpressão é negativa e é obtida
medindo a profundidade entre a extremidade do tubo piezométrico e a superfície da
água no furo, usando para tal uma sonda piezométrica constituída por uma fita
graduada composta por dois fios condutores que terminam em dois eléctrodos. Quando
os eléctrodos estão em contacto com a água, a sonda acciona um sistema luminoso. O
comprimento da fita introduzido no furo (altura de água à boca), representa a
subpressão observada no piezómetro, numa determinada época ou campanha de
observação.

b) Drenos

O sistema de drenagem da fundação da barragem é constituído por 2 redes com um


total de 163 drenos. Uma rede partindo da galeria periférica, com furos formando um
plano a jusante da cortina de impermeabilização; a outra rede partindo da galeria de
fundação G145, é constituída por dois planos de furos, um ascendente dirigido para a
base da barragem e para o terço de jusante, o outro descendente, dirigido para a
fundação e para montante, seguindo a cortina de impermeabilização (figura A3-1, em
anexo). Existem bicas totalizadoras em alguns locais que permitem sectorizar o volume
drenado quer nas galerias horizontais (geralmente resultante de infiltrações pelas
juntas ou outros locais do betão) quer nas galerias periférica e de fundação, num total
de 28 bicas (figura A3-3, em anexo).

A medição do caudal debitado em cada dreno é efectuada com recipientes de


diferentes volumes (medidas de capacidade), consoante o débito verificado. O tempo
de enchimento é medido com um cronómetro, obtendo-se assim o caudal.

O cálculo de caudal na época n é obtido pela expressão:

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 20


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( ) (3.2)

Em que:

- volume da medida de capacidade utilizada (l);

- tempo de enchimento da medida de capacidade utilizada (s);

- caudal na época n (l/min).

c) Acções químicas e térmicas

Relativamente às acções químicas, estas são controladas através de análises


efectuadas à amostras da água da albufeira recolhidas mensalmente e da água dos
drenos da barragem recolhida de dois em dois anos, com objectivo de determinar as
características físicas e químicas da água.

No que se refere às acções térmicas, a medição da temperatura do ar e humidade no


local da barragem de Cahora Bassa é feita através de dois termohidrógrafos situados
aproximadamente à cota do coroamento da barragem, um em cada margem.

d) Aparelhagem eléctrica

No interior do betão do corpo da barragem foi instalado durante a construção um


conjunto de aparelhos de resistência eléctrica que permitem medir temperaturas (124
termómetros), extensões (294 extensómetros Carlson), tensões (11 tensómetros
Carlson), pressões intersticiais (6 medidores de pressão Carlson), fluência (4 células de
fluência para betão crivado e integral) e movimentos de juntas de contracção (5
medidores de juntas Carlson). Na figura A3-8 (em anexo), indicam-se as localizações
destes tipos de aparelho.

O valor da extensão entre a época inicial (época 1) e uma época de leitura da relação
das resistências rn e da resistência total Rn é dado pela expressão:

( ) ( ) (3.3)

Em que:

K1 - variação de extensão, em 10-6, correspondente à variação da relação das


resistências de 100000, à temperatura constante;

K2 - variação de extensão, em 10-6, correspondente à variação de 1 ºC da


temperatura, quando a relação de resistências é constante (ºC-1);

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Rn - resistência total (Ω).

O valor da temperatura do betão na época de leitura da resistência total R n, é dado, em


graus Celsius, pela expressão:

( ) (3.4)

Em que:

K3 - variação de temperatura, em °C, correspondente à variação da resistência


total de um ohm (Ω);

R0 - resistência total a 0 °C (Ω).

O valor da tensão, entre a época inicial (época 1) e uma época de leitura da relação
das resistências rn e da resistência Rn, é dado pela expressão:

( ) ( ) (3.5)

Em que:

K3 - variação de temperatura em °C, correspondente à variação da resistência


total de um ohm (°C/Ω);

K6 - variação da tensão em kgf/cm2 correspondente a uma variação da relação


das resistências de 10000, para temperatura constante;

C - coeficiente de correlação da temperatura – variação da tensão em kgf/cm2


correspondente à variação da temperatura de 1 ºC, quando a relação de
resistências não varia. O valor deste coeficiente varia com o módulo de
elasticidade do betão, e daí tem valores diferentes conforme a idade de betão.

O valor da pressão da água nos poros entre a época inicial (época 1) e uma época de
leitura da relação das resistências rn e da resistência total Rn, em kgf/cm2, é dado pela
expressão:

( ) ( ) (3.6)

Em que:

K3 - Variação de temperatura, em °C, correspondente à variação da resistência


total de um ohm (°C/Ω);

R0 - Resistência total a 0 °C (Ω);

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K7 - Variação da pressão, em kgf/cm2, correspondente à variação da relação das


resistências de 10000;

- Variação da relação das resistências, em 10000, correspondente a uma


variação da temperatura de 1ºC.

e) Alongâmetro

Para a medição dos movimentos de juntas, adicionalmente aos medidores de juntas


eléctricos instalados no interior do betão conforme acima referido, foram colocadas 169
bases de alongâmetro nas superfícies expostas das juntas de contracção ao longo dos
pavimentos e das paredes de 5 galerias horizontais às cotas 326, 296, 271, 203 e 183
m. Estas bases permitem medir as componentes tridimensionais do movimento das
juntas num dado ponto, por conjugação de uma base vertical (na parede) e de uma
base horizontal (no piso). Estas bases colocaram-se por forma a permitirem determinar
o movimento de abertura da junta e as duas componentes do movimento de
deslizamento.

O valor da abertura da junta em mm, entre uma época de leitura designada por época n
e a época inicial, designada por 1 é dada pela expressão:

( ) ( ) (3.7)

O valor do deslizamento da junta, em mm é dada por:

( ) ( ) ( ) (3.8)

Onde:

, - leituras do lado 3 da base nas épocas 1 e n (mm);

- leituras duma base padrão (barra de invar) nas épocas 1 e n (mm);

- leituras do lado 1 da base nas épocas 1 e n (mm).

f) Fios de prumo

A observação de deslocamentos horizontais da estrutura é feita através de 5 conjuntos


de fios de prumo, instalados nos blocos 14–16, 8–10, 0–1, 7–9 e 13–15. O fio de prumo
instalado no bloco 0-1 está associado a um fio de prumo direito que parte da cota 326
m até a cota 296 m, onde interliga com o fio de prumo invertido, devido a curvatura da
barragem. Os restantes fios de prumo são invertidos e estão ancorados no maciço de

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 23


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fundação à profundidades da ordem de 30 m. Com eles medem-se os deslocamentos


horizontais nas direcções radiais e tangenciais em 28 estacões de recolha de dados
(bases de coordinómetros). A localização dos fios de prumo é apresentada na figura
A3-4 (em anexo).

As convenções de sinais usados são as seguintes:

 São positivos os deslocamentos radiais para jusante e negativos os


deslocamentos para montante;
 São positivos os deslocamentos tangenciais para a margem esquerda e
negativos os deslocamentos para a margem direita.

Em cada época de observação, referenciada genericamente pelo índice n, faz-se, em


cada base de coordinómetro, quatro leituras, que se designam por:

L1n - leitura radial ao fio de prumo (cm);

L2n - leitura radial ao cone (cm);

L3n - leitura tangencial ao fio de prumo (cm);

L4n - leitura tangencial ao cone (cm).

Para calcular as componentes do deslocamento dum ponto da barragem, onde está


colocada uma base de coordinómetro, entre duas épocas de observação, é necessário
calcular, ΔX, ΔX’, ΔY e ΔY’, variações estas que correspondem, respectivamente, as
variações das leituras radial ao fio, radial ao cone, tangencial ao fio e tangencial ao
cone, entre as épocas para as quais se pretende determinar o deslocamento.

No caso da figura A6-2 (em anexo), posição A (P1D - base 326), quando, entre as
épocas 1 e n a barragem se desloca para jusante (sentido positivo dos deslocamentos
radiais), segundo a convenção adoptada, o valor da leitura na escala do coordinómetro
aumenta. As variações dos deslocamentos radiais entre as épocas 1 e n, serão
calculadas pelas expressões:

, (3.9)

Em relação aos deslocamentos tangenciais, como a convenção considera positivos os


deslocamentos no sentido da margem esquerda, as variações entre as mesmas
épocas são dadas pelas expressões:

, (3.10)

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 24


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No caso da base de coordinómetro estar colocada na parede do lado da margem


direita, posição B (P1D - base 296), quando a barragem se desloca para jusante, o
valor da leitura na escala aumenta, pelo que as variações dos deslocamentos radiais,
entre as épocas 1 e n, são dadas pelas expressões:

, (3.11)

Em relação aos deslocamentos tangenciais, atendendo a convenção de sinais, as


variações entre as mesmas épocas, são dadas pelas expressões:

, (3.12)

As componentes radial ( ) e tangencial ( ) do deslocamento da barragem em mm,


no ponto de fixação do fio de prumo, em relação ao ponto onde se fazem leituras, são,
em ambos os casos, dadas pelas expressões:

( ) (3.13)

( ) (3.14)

No caso dos fios de prumo invertidos da barragem de Cahora Bassa, em que as bases
de coordinómetro estão colocadas quer na parede de montante, quer na de jusante,
quer ainda nas paredes laterais, como se indica na figura A6-2 (em anexo), haverá a
considerar os seguintes casos:

 Posição C - bases colocadas na parede de montante;


 Posição D - bases colocadas na parede de jusante;
 Posição E - bases colocadas na parede do lado da margem direita;
 Posição F - bases colocadas na parede do lado da margem esquerda.

As variações ΔX, ΔX’, ΔY e ΔY’, são dadas para os diferentes casos pelas seguintes
expressões:

Posição C:

, (3.15)

, (3.16)

Casos:

P1I - base 296,248,171

P3I - base 326

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P4I - bases 271, 248,224

P5I - bases 271, 248

Posição D:

, (3.17)

, (3.18)

Casos:

P1I - bases 271,224,183

P2I - bases 326,271,248,224

P3I - bases 248,224

P4I - bases 296

P5I - base 296

Posição E:

, (3.19)

, (3.20)

Casos:

P5I - base 224

P6I - base 224

Posição F:

, (3.21)

, (3.22)

Casos:

P2I - base 203

P3I - bases 271, 203

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Em todos os casos referidos, as componentes radial e tangencial do deslocamento do


ponto, onde se fazem as leituras em relação ao ponto de fixação do pêndulo, são
dadas pelas expressões (3.13) e (3.14), já referidas.

g) Fios de fundação, Extensómetros de fundação e de barras

Para estudar a deformação da fundação provocada pelas variações das solicitações


correspondentes a construção da barragem e ao armazenamento da água na albufeira,
instalaram-se cinco conjuntos de quatro fios de fundação cada, nos blocos 18-20, 8-10,
0-2, 7-9 e 17-19. Cada conjunto é constituído por 4 fios de aço de alta resistência de
0,6 mm de diâmetro, ancorados às profundidades de 5 m, 10 m, 20 m e 40 m,
aproximadamente. Importa referir que os cinco conjuntos de fios de fundação, nunca
tiveram comportamento satisfatório, tendo a sua observação, sido abandonada.

Os deslocamentos dos maciços rochosos da fundação são observados através de 5


extensómetros de fundação localizados nos blocos 19-ME, 13-15,1-3, 4-2 e 16-14. A
localização destes aparelhos é apresentada na figura A3-4 (em anexo).

A observação de deslocamentos verticais da barragem, é feita através de 8


extensómetros de barras colocados ao longo de toda altura do bloco central da
barragem, desde a cota 326 m até a cota 171 m. Na figura A3-4 (em anexo), indicam-
se os locais onde se encontram estes equipamentos.

O cálculo do deslocamento na época n é obtido pela expressão:

( ) ( ) (3.23)

Em que:

- deslocamento na época n (mm);

- leitura da vara na época n (mm);

- leitura da vara na época inicial (mm);

- leitura do invar na época n (mm);

- leitura do invar na época inicial (mm).

h) Convergências

A medicação de deslocamentos lineares relativos entre dois pontos em zonas abertas é


efectuada através de convergenciómetros. Com este aparelho, na barragem de Cahora

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Bassa efectua-se o controlo de deslocamentos relativos das estruturas de


descarregadores.

A expressão para o cálculo da convergência na época n é dada por:

(4.24)

Onde:

- convergência (mm);

F - leitura do furo;

M – leitura da marca;

D – leitura no deflectómetro (mm).

i) Sistema de observação por geodesia

O sistema de observação por geodesia de posição é constituído por uma rede


trigonométrica de apoio (considerada fixa, pilares F1 a F4) nas margens a montante da
barragem, cuja base é transposta para a rede trigonométrica de jusante, considerada
móvel (pilares M1 a M7), de onde se visam os pontos objecto fixos na estrutura da
barragem e nos maciços ancorados dos encontros (figuras A3-5 e A3-6, em anexo). Na
barragem, os pontos objecto distribuem-se pelo paramento de jusante imediatamente
abaixo da galeria de coroamento (8 pontos objecto), por cima dos descarregadores (8
pontos objecto) e nas testas das estruturas de suporte das comportas (8 pontos
objecto). As localizações permitem obter deslocamentos em zonas da estrutura
alinhadas com os fios de prumo, podendo assim constituir redundância, e também em
zonas onde não havia qualquer outra medição de deslocamentos, como são dos
descarregadores.

j) Nivelamentos de precisão

A altimetria dos pisos das galerias é medida por recurso ao nivelamento geométrico de
precisão nos pisos das galerias 326, 296 e 224.75 m, num total de 51 estacões (figura
A3-7, em anexo); nas duas últimas, estas grandezas são medidas desde 1977,
enquanto na galeria 326, somente desde 1995.

A leitura e o cálculo de deslocamentos pelos métodos geodésicos e nivelamento de


precisão, são efectuados na Direcção de Apoio e Manutenção (DAM), por uma equipa
de Geómetras, que é especializada nesta matéria; os resultados das referidas

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 28


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campanhas (planimetria e altimetria) são fornecidos ao DEM-OE, para a sua análise e


interpretação. Por estas razões, não são apresentadas no presente relatório as
fórmulas para o cálculo de tais deslocamentos.

k) Sismógrafos

A acção sísmica e a resposta dinâmica da barragem são monitoradas por um “array” de


sismógrafos, encontrando-se um sismógrafo, o que serve de “trigger”, na Galeria GE1,
localizada na margem esquerda à cota 325 m. Os restantes sismógrafos distribuem-se,
nomeadamente, pela galeria do coroamento (2 sismógrafos), um no bloco 0-1 e outro
no bloco 9-11, e os restantes 2 sismógrafos, distribuem na consola central nas galerias
à cota 271 e à cota 203 (figura A3-10, em anexo). O sistema é alimentado a partir de
uma UPS da central, para garantir a sua independência de corrente não estabilizada.
Semanalmente, ou quando ocorrerem eventos perceptíveis, o sistema é visitado e os
registos são descarregados para um computador e geridos pelo sistema de informação
GEODAS/Geosig. Junto ao parque da Subestação existe também um sismógrafo
munido com GPS que permite fazer a sincronização com os sismógrafos da barragem
em situações de eventos significativos para aquela estrutura [5].

Importa referir que a rede acima mencionada foi desmantelada no mês de Abril de
2014, e no mês de Maio foi instalada uma nova rede nos mesmos locais. A nova rede é
constituída por 5 acelerómetros tri-axiais, localizados na barragem, para medir a
resposta da obra quando solicitada por sismos ou outra acção dinâmica, e um geofone
localizado na subestação. Os 5 acelerómetros, estão ligados a um sistema modular
composto por unidades de aquisição e digitalização (junto a cada acelerómetro), que
são controladas por um concentrador de dados, que recebe os dados e os encaminha
por um cabo de fibra óptica até um computador central, localizado na Subestação,
onde toda a informação é processada e armazenada. O geofone instalado na
subestação também encaminha os dados directamente ao computador central mas não
por fibra óptica, mas sim via rádio; a informação é processada em simultâneo com a
captada na barragem.

A constituição do sistema de observação da barragem e fundação, é apresentado na


tabela 3.1

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 29


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Tabela 3.1 - Sistema de observação da barragem e fundação


Pontos
de
Tipo de aparelho/
Obra Grandeza observada colheita
Dispositivo de observação
de
dados
Deslocamento horizontal radial
Fio de prumo 28
Deslocamento horizontal tangencial
Extensómetro de Fundação Deslocamento vertical da fundação 5
Extensão
Extensómetro Carlson 294
Temperatura no betão
Termómetro de resistência
eléctrica Temperatura no betão 124
Movimento das juntas (no interior)
Medidor de juntas 5
Temperatura no betão
Base de Alongâmetro Movimento das juntas (na superfície) 162
Fluência do Betão
Célula de Fluência 4
Temperatura no betão
Barragem e Fundação

Pressão da água nos poros do betão


Medidor de Pressão 6
Temperatura no betão
Piezómetro Subpressão 49
Dreno Caudal Drenado e Infiltrado 451
Deslocamento horizontal radial
Observação geodésica 49
Deslocamento horizontal tangencial
Nivelamento de precisão Deslocamento vertical da barragem 51
Convergência Deslocamento entre os hasteais das estruturas dos 8
descarregadores
Tensão
Tensómetro 11
Temperatura no betão
Pares de bases de
7
alongâmetro Movimento da fissura no coroamento
Infiltração Ocorrência de infiltrações e ressurgências 203
Termómetro de mercúrio Temperatura do ar ambiente (máxima e mínima) 2
Termógrafo Temperatura do ar ambiente (registo contínuo) 2
Limnígrafo Nível da albufeira 1
Pluviómetro Precipitação atmosférica 1
Total 20 27 1463

3.3.3 Sistema de observação das obras subterrâneas2

Nas obras subterrâneas existe um conjunto de equipamentos que constituem o sistema


de monitoramento, composto como a seguir se indica:

Caverna da central:

2
Extraído do referência [5]
Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 30
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 7 Secções de convergenciómetro para medir os deslocamentos relativos entre


as paredes de montante e de jusante, ao nível do caminho de rolamento das
pontes à cota 202.40 m, no piso 4.
 Ainda no mesmo piso, 6 extensómetros múltiplos de varas, 3 dirigidos para
montante e 3 para jusante, à cota 202.40 m.
 Linha de nivelamento de precisão no piso da galeria de drenagem (à cota 174
m), com 14 estacões.
 12 bases de alongâmetro dispostas nas juntas dos maciços de betão
envolventes à turbina (piso à cota 198.80 m) para medir os movimentos de
juntas em 3 direcções ortogonais (1 vertical e 2 horizontais).
 20 extensómetros carlson na abobada de revestimento do tecto da central para
medir extensões e temperatura no betão.
 12 termómetros de resistência eléctrica em 3 perfis dirigidos para montante,
alinhados com as condutas forçadas, para medir a temperaturas do maciço
rochoso.
 193 drenos e 15 integradores de caudal, alguns situados ao longo das galerias
de ataque e túneis de acesso, constituindo a rede de drenagem na envolvente
da caverna da central, para além da já mencionada ao longo da galeria do
encontro direito GD5.

Nas figuras A4-1 e A4-2 (em anexo), indicam-se as localizações desses


equipamentos na caverna da central.

Caverna da sala de transformadores:

 3 secções de convergenciómetros no piso superior das barras blindadas,


alinhadas com as secções da caverna da central, para medir deslocamentos.

Cavernas das chaminés de equilíbrio:

Ao nível dos passadiços metálicos existentes à cota 238,00 m:

 2 secções de convergenciómetro, 5 extensómetros de varas, 2 dirigidos para


montante, no sentido da caverna da central, 2 dirigidos para jusante e 1 vertical
dirigido para cima que servem para a medição de deslocamentos.
 12 termómetros de resistência eléctrica, em 2 perfis divergentes dirigidos para
montante, na direcção da caverna central, e outros 2 dirigidos para jusante, com

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 31


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3 termómetros em cada perfil a profundidades distintas para a medição de


temperaturas no maciço rochoso:

Túneis e galerias de ataque:

 23 secções de convergenciómetro no túnel de acesso à central e 10 secções de


convergenciómetro na galeria de ataque sul à central (GAC); 5 extensómetros
de varas nos 3 contrafortes da GAC para avaliar a evolução da sua
deformabilidade devida a expansão e fendilhacão (figuras A4-3 e A4-4, em
anexo).
 3 ancoragens de controlo de 50 T, munidas de células de corda vibrante, na
galeria de ataque Norte às chaminés de equilíbrio, na zona interessada pelo filão
lamprófiro, para medir tensões no maciço rochoso.
 5 Integradores de caudais ressurgentes no túnel de acesso a central e 8 na GAC
[6].

Na tabela 3.2 são apresentados os dispositivos de observação das obras subterrâneas,


as grandezas observadas e total de pontos de colheita de dados.

Tabela 3.2 - Sistema de observação das obras subterrâneas

Pontos de
Obra Tipo de aparelho/ Dispositivo Grandeza observada colheita
de observação de dados
Extensão do betão da abóbada da Central
Extensómetro Carlson 20
Temperatura no betão da abóbada da Central
Obras Subterrâneas

Movimento das juntas nos maciços dos grupos


Base de Alongâmetro
geradores 12
Extensómetro de barras Deslocamentos no maciço rochoso 26
Dreno Caudal drenado e Infiltrado 194
Convergência Deslocamento dos hasteais 12
Termómetro de resistência
eléctrica Temperatura do maciço rochoso envolvente 29
Ancoragem Pré-esforço nas ancoragens de 50 toneladas 3
Nivelamento de precisão Deslocamento vertical da galeria de drenagem 14
Total 32 40 310

3.3.4 Sistema de observação dos encontros da barragem3

Nas margens, imediatamente a jusante da inserção da barragem, foram instalados um


conjunto de ancoragens pré-esforçadas, 5 ancoragens de controlo de 240 T no
encontro da margem Norte e outras 3 no encontro da margem Sul, encabeçadas em

3
Extraído dos referências [5]
Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 32
Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

espessos muros de betão armado, 3 extensómetros de barras múltiplos (um ancorado


a profundidade de 40 m e outro a 15 m), no encontro da margem Norte e outros 3 no
encontro da margem Sul, para medir os deslocamentos, e 5 marcas de pontaria para
observação geodésica no encontro da margem Norte e outras 9 no encontro da
margem Sul (figuras A5-1 a A5-3, em anexo).

O monitoramento da percolação no interior do maciço rochoso dos encontros é feito


através de 2 redes de drenagem, uma na margem direita, com planos de furos
ascendentes e descendentes ao longo das galerias GD5 e TGD5, e outra na margem
esquerda com furos ascendentes ao longo das galerias GE5 e TGE5. A rede na
margem direita, constituída por 157 drenos e 6 integradores de caudal, foi construída
para drenar o maciço rochoso entre as tomadas de água e as cavernas da central,
evitando a continuação dos fluxos de água para o interior da central e reduzir eventuais
potenciais hidráulicos elevados no maciço envolvente. A rede da margem esquerda,
constituída por 94 drenos e 7 integradores de caudal, foi construída para drenar o
maciço do encontro, onde existem algumas diáclases de elevada condutividade
hidráulica e evitar a geração de pressões intersticiais elevadas [5].

Na tabela 3.3 é apresentado o sistema de observação das encostas, na barragem de


Cahora Bassa.

Tabela 3.3 - Sistema de observação das encostas

Tipo de aparelho/ Pontos de


Obra Grandeza observada
Dispositivo de colheita
observação de dados
Extensómetro de barras Deslocamentos no maciço rochoso 12
Encostas

Ancoragem Pré-esforço nas ancoragens de 240 toneladas 8


Caudal ressurgido na encosta esquerda à
Dreno (bica totalizadora) jusante 4
Furo de sondagem Nível freático na encosta esquerda 3
Total 32 40 27

3.3.5 Plano de observação da barragem de Cahora Bassa

O plano de observação é um documento de carácter vinculativo no qual se baseia o


controlo de segurança estrutural da barragem. Este é entendido como sendo o conjunto
de medidas a tomar nas várias fases de vida da obra, com vista ao conhecimento
adequado e continuado da barragem, à detecção oportuna de eventuais anomalias e a
uma intervenção eficaz sempre que esta se revele necessário [17].

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 33


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Na tabela 3.4 apresentam-se as grandezas que devem ser observadas e as


frequências de observação na barragem de Cahora Bassa e obras anexas. Este plano
de observação é o resultado da actualização efectuada a 03/05/2002.

Tabela 3.4 - Grandezas observadas e frequências de observação


Frequência de
Obra Grandeza observada
observação
Deslocamentos horizontais (observação pendular) Semanal
Deslocamentos horizontais (observação geodésica) Anual
Deslocamentos verticais Trimestral
Deslocamentos da fundação Semanal
Movimento de juntas (à superfície) Mensal
Movimento de juntas (no interior) Mensal
Temperaturas no betão Mensal
Extensões Mensal
Tensões Mensal
Pressão da água nos poros do betão Mensal
Fluência Mensal
Barragem Caudal drenado e infiltrado (parciais) Quinzenal
Caudal drenado e infiltrado (totais) Quinzenal
Supressões Semanal
Controlo de locais de ocorrência de infiltrações Mensal
Controlo das fissuras no interior da barragem
Mensal
(galerias)
Movimento da fissura no coroamento Mensal
Convergências nos descarregadores Mensal
Temperaturas do ar (ambiente) Diária
Nível da albufeira Diária
Qualidade da água da albufeira Quinzenal
Precipitação Diária
Deslocamentos no maciço rochoso Mensal
Pré-esforço nas ancoragens de 240 toneladas Mensal
Encostas
Ressurgências de água na encosta esquerda Semanal
Nível freático na encosta esquerda Semanal
Deslocamentos no maciço rochoso Mensal
Convergências entre os hasteais Mensal
Extensões no betão da abóbada da central Mensal
Central Sul Movimentos das juntas nos maciços dos grupos
Mensal
(obras geradores
subterrâneas) Controlo das fissuras nos maciços dos grupos
Mensal
geradores
Caudal drenado Quinzenal
Pré-esforço nas ancoragens de 50 toneladas Mensal

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 34


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

3.4 Recolha e Processamento de dados

A recolha e processamento de dados (obtenção do resultado a partir do dado), são


actividades de exploração de sistema de observação, preliminares no controlo de
segurança da obra.

Na barragem de Cahora Bassa, a recolha de dados é manual. Os dados são obtidos


mediante medidas directas (como por exemplo, as que se referem às subpressões
medidas nos manómetros que equipam os piezómetros) ou medidas indirectas (como
acontece na generalidade das grandezas), isto é, em que o dado é um valor que
necessita de ser transformado em resultado (o valor da grandeza) [20].

Os dados são registados num computador de bolso (PDA) no qual constam as


identificações dos instrumentos, os dados observados nas duas campanhas anteriores
e os limites de validação dos dados.

Após obtenção do dado segue a respectiva validação, imediatamente a seguir a


recolha. Se a medição tiver sido feita em condições análogas às da medição
precedente, o valor actual deverá diferir muito pouco daquele. Se houve variação
significativa das condições de solicitação, deve-se procurar comparar o valor actual
com valores correspondentes às medições efectuadas em anteriores condições
análogas de solicitação [20].

Da validação dos dados resulta, com alguma frequência (quando as variações dos
valores é maior comparativamente com as épocas precedentes), à necessidade de
repetição da leitura, o que é anotado nos boletins de registo de dados por forma a
conferir à leitura uma fiabilidade acrescida. A eventual constatação, em fase de análise
de resultados, de que ocorreu, uma variação inexplicável em condições normais, não é
simplesmente atribuída a um eventual erro de medição.

O controlo da segurança é eficaz, pois, já foram previamente definidos, para condições


de solicitação representativas, limites que em condições normais não devem ser
ultrapassados (limites de validação). Assim, para além da possibilidade de apreciar a
normalidade relativa dos valores de resultados, a comparação com os referidos valores
limites permite alertar aos Observadores de Estruturas e aos responsáveis pelo
controlo de segurança para a eventual ocorrência de uma situação anómala do ponto
de vista da segurança da obra.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 35


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Os limites de validação são definidos com base no histórico, sendo que os limites
superior (Ls) e inferior (Li), são dados pelas expressões 3.25 e 3.26.

̅ (3.25)

̅ (3.26)

Em que:

̅ - valor médio observado;

- desvio padrão da série histórica.

Existem ocorrências de validação dos resultados que resultam do maior ou menor


desvio do valor da grandeza observada em relação ao seu valor esperado, em função
das condições de solicitação registadas na época de recolha do dado (dia do ano e
nível da albufeira). Os tipos de ocorrências foram definidos em termos de intervalos de
confiança (Ri), de acordo com domínios representados pelas expressões 3.27 a 3.31,
constituídos com base na estimativa do desvio padrão do modelo estatístico usado ou
no seu valor equivalente:

(3.27)

(3.28)

(3.29)

(3.30)

(3.31)

Um valor normal, aceitável, encontra-se no domínio dado pela expressão 3.27. Valores
que requerem investigação, situam-se nos domínios dados pelas expressões 3.28 e
3.29. Um valor inaceitável, situa-se nos domínios 4.30 e 4.31, e implica que a
campanha de dados não seja arquivada na base de dados obrigando a sua apreciação
imediata [5]. Todos dados resultantes da exploração do sistema de observação são
geridos pelo sistema SACODA (Safety Control of Dams).

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 36


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

3.5 Análise e interpretação de resultados


3.5.1 Generalidades

A análise e interpretação dos resultados constituem o corolário das actividades de


observação e visam a avaliação das condições de segurança da obra. Esta avaliação
pode, para as obras de maior dimensão e complexidade, resumir-se à verificação de
que a evolução dos resultados não indica alterações de comportamento. Trata-se, não
de uma interpretação do comportamento da obra, mas antes de análise simplificada, de
carácter qualitativo, mediante a qual se comparam situações análogas anteriores e se
constata que, em princípio, as condições de segurança não se degradam.

Os resultados são apresentados em forma de tabelas e gráficos de modo a observar


com mais clareza as tendências e comparações dos valores observados com valores
de previsão obtidos através de modelos estatísticos.

Dado que o presente relatório é sucinto, a análise do comportamento estrutural do


empreendimento será feita com base em grandezas consideradas representativas,
colhidas em pontos também considerados representativos, à semelhança do que é feito
nos relatórios mensais de segurança de estruturas, que têm sido elaborados pelo
Departamento de Observação e Segurança de Estruturas (DEM-OE).

3.5.2 Constatações das inspecções visuais durante a época chuvosa 2013-2014

As inspecções visuais na barragem de Cahora Bassa e obras anexas durante a época


chuvosa 2013-2014 foram efectuadas segundo 2 modalidades, a de rotina e a geo-
referenciada.

a) Inspecções visuais de rotina

As inspecções visuais de rotina são materializadas por campanhas de periodicidade


mensal, das quais foram assinaladas as seguintes ocorrências importantes para
análise da segurança estrutural em cada obra [7]:

Barragem:

 Existência de várias fissurações na entrada da galeria 326,00 m na margem


esquerda;

 Existência duma fissuração longitudinal na margem esquerda da galeria


periférica, que principia da cota 224,50 até a cota 171,00 m;
Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 37
Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

 Existência de testemunhos fendilhados, na galeria à cota 296,00 m, nos blocos


2-0 e 19-21;

 Necessidade de colocação de novos testemunhos para o controlo das


fissurações na galeria à cota 271,00 m, nos blocos 4-2, 7-9, 8-10, 10-12, 11-13 e
19-21;

 Necessidade de colocação de novos testemunhos para o controlo das


fissurações na galeria à cota 224,50 m, nos blocos 2-4, 1-3, 6-8 e 8-10;

 Necessidade de colocação de novos testemunhos para o controlo das


fissurações na galeria à cota 171,00 m, nos blocos 2-4 e 1-3;

 Presença duma mancha com carbonato de cálcio que acompanha a fissuração


existente, que parte da cota 224,00 até à cota 171,00 m, na galeria periférica da
margem esquerda e direita;

 Presença de mancha no pavimento no bloco 7-9 na galeria 296,00 m;

 Presença de humidade e carbonato de cálcio húmido ao longo da galeria 248,00


m principalmente na zona central entre os blocos 4-6 e 3-5;

 Presença de humidade e carbonato de cálcio de cor acastanha escuro na galeria


à cota 171,00 m, no bloco 0-1;

 Existência de uma fissuração longitudinal nas paredes que formam a caixa de


escadas de entrada da barragem, na galeria à cota 326 m;

 Infiltrações na junta J9, na galeria à cota 224,50 m;

 Betão lasqueado com armadura à vista na galeria à cota 203,50 m no bloco 3-5;

 Infiltrações na junta J6, na galeria à cota 203,50 m.

Encostas:

 Na galeria coberta da margem esquerda, a cobertura em chapa de zinco


encontra-se degradada em alguns pontos, necessitando de substituição;

 O tubo que drena água de infiltração a partir de jusante encontra-se danificado,


na margem direita, zona de inserção;

 Presença de vegetação na zona exterior da galeria DGE5;

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 38


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

 Há registo de humidade e escorrência de água, no encontro esquerdo zona


inserção. Esta ocorrência é devido a fissuras existentes no maciço rochoso do
encontro esquerdo, à cotas superiores a 290 m.

Obras subterrâneas:

 Infiltração nas portas dos lados jusante e montante dos grupos geradores 2 e
3, e na porta montante do grupo gerador 4, no piso 1;
 Humidade no pavimento devido a falta de tubo que canaliza a água para a
drenagem, no piso 1;
 Infiltração na junta 1 da parede de montante, no piso 1;
 Necessidade de colocação de testemunhos nas paredes das estruturas dos
grupos, nos Pisos 4 e 5;
 Infiltração localizada aproximadamente a 10 m do perfil nº 02 de
convergências no túnel de acesso à central.

b) Inspecções visuais geo-referenciadas

Durante a época chuvosa 2013-2014, foi realizada uma campanha de inspecção visual
geo-referenciada, no dia 28/10/2013, onde foi privilegiada a inspecção das margens da
albufeira. A campanha foi realizada com recurso a um barco, em 7 locais distintos
(Pontos 1, 1A, 2, 2A, 3, 3A e 4). No dia da inspecção, a cota da albufeira foi de 320,86
m, inferior à cota da inspecção passada em 0,67 m; nas zonas inspeccionadas nas
margens, não houve registo de deslizamentos de blocos rochosos [7].

c) Consideração sobre as constatações das inspecções visuais

De um modo geral, nas inspecções visuais não foram constatadas fendas importantes
no betão da barragem, se não fissuras antigas que mesmo sendo inexpressivas tem
beneficiado de tratamento adequado.

Na maior parte dos casos as fissuras foram observadas nos pavimentos das galerias e
coroamento da barragem, assim como no betão evolvente dos grupos geradores. Estas
fissuras não têm tido progressividade no tempo e a maior parte delas são superficiais.

Subentende-se que as fissuras que têm vindo a ser observadas são decorrentes de um
comportamento esperado do betão, ou seja, da expansão do betão causado pelas
Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 39
Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

variações térmicas ambientais e trocas de calor entre as diversas partes do sistema


estrutural ou até devido às Reacções Alcali Sílicas (RAS) do betão.

É de referir que as vibrações induzidas pelo funcionamento dos grupos geradores


devido aos seus movimentos cíclicos assim como o diferencial térmico entre o interior e
o exterior do grupo podem contribuir significativamente para o surgimento das fissuras
observadas no betão envolvente aos grupos geradores.

A maior parte das anomalias verificadas durante a época chuvosa 2013-2014, foram
devidamente tratadas pela equipa de Observação de Estruturas; é de referir que as
referidas constatações não influenciaram negativamente na segurança estrutural das
obras.

3.5.3 Caracterização das acções sobre a barragem (cota da albufeira,


temperatura do ar e supressão)

A pressão hidrostática, caracterizada pela cota da albufeira, apresentou na época


chuvosa 2013-2014, uma média mensal de 321,50 m. A maior cota média foi
observada em Março (323,70 m) e a menor em Dezembro (320,29 m). A cota média
mensal da albufeira baixou de Outubro (321,82 m) a Dezembro de 2013 (320,29 m), e
voltou a subir de Janeiro (320,40 m) a Março de 2014 (323,70 m).

A acção da temperatura do ar no período em apreciação, caracterizou-se por


apresentar pequenas variações, tendo sido a média mensal da temperatura do ar igual
a 30,18 °C. Em termos de temperaturas médias mensais, o mês de Novembro foi o
mais quente com a máxima de 33,2 °C, enquanto o mês de Fevereiro foi o menos
quente com a temperatura máxima de (28,7 °C).

As subpressões na base da barragem (incluindo as percentagens de carga)


observadas durante a época chuvosa 2013-2014, foram inferiores à subpressão de
referência (30%) para barragens de betão de dupla curvatura fundadas em rocha
granítica; excepções ocorreram nos piezómetros P2-1CS e P6-1CS, localizados
respectivamente nas bases dos blocos 13-15 e 16-18, que tiveram valores da ordem de
40%. No entanto, importa referir que os valores atingidos naqueles piezómetros
consideram-se como não tendo consequências a nível de comportamento estrutural,
pois actuam sob uma reduzida área de influência.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 40


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Na tabela 3.5 e na figura 3.8, são apresentadas os valores médios da cota média da
albufeira, da temperatura do ar e das subpressões observadas na barragem de Cahora
Bassa (em zonas representativas), durante o período em apreciação.

Tabela 3.5 - Temperatura do ar, subpressões e cota da albufeira (Média Mensal dos Valores
Observados)
Subpressão média (%)

Bloco 13-15

Bloco 14-16

Bloco 16-18
Cota

Bloco 2-4
Bloco 1-3
Temperatura Subpressão
média da
Mês média do Ar de refª
albufeira
(º C) (30%)
(m)

Out-13 321,82 29,8 30 40,7 7,1 19,9 2,1 37,8


Nov-13 320,70 33,2 30 39,9 7,1 18,6 1,8 36,9
Dez-13 320,29 30,5 30 40,1 7,1 18,8 1,9 36,5
Jan-14 320,40 29,7 30 40,0 7,1 18,8 1,9 35,9
Fev-14 321,88 28,7 30 39,4 6,7 18,1 2,0 35,4
Mar-14 323,70 29,2 30 37,7 7,0 18,9 2,0 35,5

60 324

50 323
Temp (ºC) / Subpres. (%)

40 322

Cota (m)
30 321

20 320

10 319

0 318
out/13 nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14
Mês
Temperatura média do Ar Subpressão de refª (30%) Subpressão no Bloco 13-15
Subpressão no Bloco 1-3 Subpressão no Bloco 2-4 Subpressão no Bloco 14-16
Subpressão no Bloco 16-18 Cota média da albufeira

Figura 3.8 - Acções (cota da albufeira, temperatura do ar e subpressão) - Médias dos valores
mensais observados

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 41


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

3.5.4 Comportamento da Barragem e fundação

3.5.4.1 Caudais drenados

Durante a época chuvosa 2013-2014, constatou-se que o máximo valor de caudal


drenado da fundação e barragem foi de 32,09 l/min, observado no dia 16 do mês de
Março de 2014, e o mínimo foi de 21,47 l/min, observado no dia 30 de Outubro de
2013. Em termos de caudais mensais médios, o mês de Março de 2014 apresentou o
maior caudal (29,96 l/min) e o mês de Novembro apresentou o menor caudal (21,77
l/min).

O caudal total drenado pela barragem e fundação é satisfatório, pois, encontra-se


abaixo de 60 l/min, limite máximo admissível para barragens do tipo abóbada com
fundação em rocha granítica, que é o caso de Cahora Bassa; porém verifica-se que o
caudal drenado pela fundação da barragem está abaixo do limite inferior do modelo
estatístico, com tendência a se ajustar, facto que está sendo acompanhado pela DEM-
OE, há um ano.

Os valores dos caudais drenados observados no dreno totalizador da barragem de


Cahora Bassa e fundação são apresentados na tabela 3.6. Na figura 3.9 são
apresentados graficamente os caudais drenados na barragem e fundação durante a
época chuvosa em estudo.

Tabela 3.6 - Caudal total drenado (barragem + fundação)


02-10-13

16-10-13

30-10-13

13-11-13

28-11-13

11-12-13

26-12-13

08-01-14

22-01-14

06-02-14

19-02-14

03-03-14

05-03-14

DATA 19-03-14

Caudal
23,4 22,0 21,5 21,9 21,6 22,3 22,4 23,0 23,2 23,0 24,2 28,5 29,3 32,1
(l/min)

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 42


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

45,00 324,00

40,00 323,00

Cota da albufeira (m)


Caudal (l/min)

35,00 322,00

30,00 321,00

25,00 320,00

20,00 319,00

06-02-14
02-10-13

16-10-13

30-10-13

13-11-13

28-11-13

11-12-13

26-12-13

08-01-14

22-01-14

19-02-14

03-03-14

05-03-14

19-03-14
Data de observação
Limite Superior do Modelo Observado
Limite Inferior do Modelo Cota da albufeira

Figura 3.9 - Caudal Drenado Total (Barragem + Fundação)

3.5.4.2 Deslocamentos horizontais da barragem observados por fios de prumo

Na época chuvosa 2013-2014 os deslocamentos horizontais médios observados no


arco superior tiveram a tendência para jusante nos blocos 0-1 e 13-15, sendo o valor
máximo (67,60 mm) observado no bloco 0-1 e tendência para montante nos blocos 10-
8, 7-9 e 16-14, com um valor máximo de 8,6 mm.

Nas Figuras 3.10 a 3.14 está representada graficamente a evolução dos


deslocamentos radias no arco superior, observados através dos fios de prumo
instalados nos blocos, 0–1, 7–9, 13–15, 8–10 e 14–16, durante o período em estudo, e
na tabela 3.7 são apresentados os deslocamentos horizontais da barragem,
observados por fios de prumo.

Tabela 3.7 - Deslocamentos horizontais da barragem observados por fios de prumo


Deslocamentos horizontais observados (mm)
Fios de prumo Média Máximo Mínimo Variação
Base 3, Bloco 0-1, Cota 296m 62,25 67,60 59,70 7,90
Base 10, Bloco 10-8, Cota 326m -3,68 -1,00 -6,80 5,80
Base 15, Bloco 7-9, Cota 326m -3,04 5,70 -7,50 13,20
Base 20, Bloco 16-14, Cota 296m -7,86 -6,50 -8,60 2,10
Base 24, Bloco 13-15, Cota 296m 7,82 11,80 5,80 6,00

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 43


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

80,0

Deslocamento (mm)
70,0

(-) Montante
(+) Jusante 60,0
50,0
40,0

01-10-13

18-10-13

01-11-13

15-11-13

26-11-13

23-12-13

10-01-14

24-01-14

05-02-14

21-02-14

03-03-14

07-03-14

21-03-14
Data da observação

Limite Superior do Modelo Observado Limite Inferior do Modelo

Figura 3.10 - Deslocamento Radial do Bloco 0-1 à Cota 296 m

55,0
45,0
Deslocamento (mm)

35,0
25,0
(-) Montante
(+) Jusante

15,0
5,0
-5,0
-15,0
23-12-13
01-10-13

18-10-13

01-11-13

15-11-13

26-11-13

10-01-14

24-01-14

05-02-14

21-02-14

03-03-14

07-03-14

Data da observação 21-03-14


Limite Superior do Modelo Observado Limite Inferior do Modelo

Figura 3.11 - Deslocamento Radial do Bloco 7-9 à Cota 326 m

25,0
Deslocamento (mm)

20,0
(-) Montante
(+) Jusante

15,0
10,0
5,0
0,0
26-11-13
01-10-13

18-10-13

01-11-13

15-11-13

23-12-13

10-01-14

24-01-14

05-02-14

21-02-14

03-03-14

07-03-14

21-03-14

Data da observação
Limite Superior do Modelo Observado Limite Inferior do Modelo

Figura 3.12 - Deslocamento Radial no Bloco 13-15 à Cota 296 m

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 44


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

45,0
Deslocamento (mm)
30,0
(-) Montante
(+) Jusante

15,0

0,0

-15,0 01-10-13

18-10-13

01-11-13

15-11-13

26-11-13

23-12-13

10-01-14

24-01-14

05-02-14

21-02-14

03-03-14

07-03-14

21-03-14
Data da observação
Limite Superior do Modelo Observado Limite Inferior do Modelo

Figura 3.13 - Deslocamento Radial do Bloco 8-10 à Cota 326 m

5,0
0,0
Deslocamento (mm)

-5,0
(-) Montante
(+) Jusante

-10,0
-15,0
-20,0
01-10-13

18-10-13

01-11-13

15-11-13

26-11-13

23-12-13

10-01-14

24-01-14

05-02-14

21-02-14

03-03-14

07-03-14

Data da observação 21-03-14


Limite Superior do Modelo Observado Limite Inferior do Modelo

Figura 3.14 - Deslocamento Radial do Bloco 14-16 à Cota 296 m

3.5.4.3 Deslocamentos verticais da barragem observados por extensómetros de


barras no bloco central da barragem

No que diz respeito aos extensómetros de barras instalados no betão da consola


central da barragem, a variação dos deslocamentos indicou movimentos ascendentes
(empolamento) nos extensómetros EB326, EB296, EB271, EB248, EB224 e EB203
tendo o valor máximo sido observado no EB326, cujos valores oscilaram entre 6.79 mm
a 7,16 mm, o que implica uma variação de 0,37 mm. Nos aparelhos EB225 e EB171 os
deslocamentos máximos observados foram de 0,54 e 0,58 mm, respectivamente, o que
representou uma variação de 0,02 e 0,11 mm.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 45


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Na figura 3.15 está representada a evolução dos deslocamentos verticais do betão da


barragem de Cahora Bassa, observado nos extensómetros de barras, durante a época
chuvosa em estudo, e na tabela 3.8 são apresentados os deslocamentos médio,
máximo e mínimo e as respectivas variações durante o período em estudo.

Tabela 3.8 - Deslocamentos verticais da barragem


Deslocamentos (mm)
Aparelho Média Máximo Mínimo Variação
EB326 6,98 7,16 6,79 0,37
EB296 3,31 3,45 3,15 0,30
EB271 3,32 3,37 3,28 0,09
EB248 2,02 2,03 2,00 0,03
EB224 1,52 1,55 1,5 0,05
EB203 2,40 2,43 2,37 0,06
EB171 0,50 0,58 0,47 0,11
EB225 0,53 0,54 0,52 0,02

4,00 7,20
3,50 7,10

Deslocamentos (mm)
Deslocamentos (mm)

3,00 7,00
(+) Empolamento
(-) Assentamento

2,50 6,90

EB326
2,00 6,80
1,50 6,70
1,00 6,60
0,50 6,50
0,00 6,40
21-02-14
10-01-14

14-01-14

24-01-14

05-02-14

26-02-14

03-03-14

07-03-14

12-03-14

21-03-14

Data de observação
EB296 EB271 EB248 EB224 EB203 EB171 EB225 EB326

Figura 3.15 - Deslocamentos verticais do betão da barragem observado nos extensómetros de


barras

3.5.4.4 Deslocamentos no maciço rochoso da fundação

Os valores médios dos deslocamentos verticais observados nos extensómetros de


fundação da barragem durante o período em apreciação revelaram empolamento em
todos os aparelhos cujo valor máximo foi observado no aparelho EF5 com
deslocamento de 2,30 mm representando uma variação de 0,06 mm relativamente ao

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 46


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

valor mínimo registado do mesmo aparelho (2,20 mm). O valor mínimo observado
durante a época chuvosa 2013-2014 foi de 0,72 mm, registado no aparelho EF4,
conforme se ilustra na figura 3.16 e na tabela 3.9.

Tabela 3.9 - Deslocamentos verticais no maciço rochoso da fundação

Deslocamentos (mm)
26-11-13

13-12-13

17-12-13

23-12-13

10-01-14

14-01-14

24-01-14

05-02-14

21-02-14

26-02-14

03-03-14

07-03-14

12-03-15

21-03-14

Variação
Data

EF1 1,36 1,36 1,38 1,38 1,38 1,38 1,38 1,39 1,40 1,40 1,40 1,43 1,45 1,40 0,09
EF2 2,03 2,03 2,03 2,02 2,03 2,03 2,03 2,04 2,10 2,06 2,10 2,07 2,06 2,10 0,08
EF3 1,04 1,04 1,05 1,05 1,05 1,06 1,05 1,05 1,10 1,07 1,10 1,08 1,08 1,10 0,06
EF4 0,75 0,75 0,75 0,75 0,76 0,75 0,76 0,75 0,80 0,76 0,80 0,77 0,77 0,72 0,05
EF5 2,22 2,24 2,24 2,23 2,24 2,24 2,24 2,24 2,20 2,25 2,30 2,26 2,26 2,30 0,06
0,3 0,6 0,9 1,2 1,5 1,8 2,1 2,4
Deslocamentos (mm)
(+) Empolamento
(-) Assentamento

24-01-14
01-10-13
08-10-13
18-10-13
01-11-13
15-11-13
20-11-13
26-11-13
13-12-13
17-12-13
23-12-13
10-01-14
14-01-14

05-02-14
21-02-14
26-02-14
03-03-14
07-03-14
12-03-15
21-03-14

Data de observação

EF1 EF2 EF3 EF4 EF5

Figura 3.16 - Deslocamentos verticais do maciço rochoso da fundação da barragem observada


por extensómetros de fundação

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 47


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

3.5.4.5 Extensões do betão e do maciço rochoso da fundação


As extensões do betão e do maciço rochoso da fundação revelam valores moderados
de expansão, embora cumulativamente crescentes, sendo que as maiores parcelas se
verificam no betão. O valor máximo da extensão no betão da barragem foi observado
no aparelho EB326 ( ), e o mínimo no aparelho EB203 ( ).
No maciço rochoso da fundação foram registadas compreensões, sendo os valores
máximos e mínimos registados e 79 , respectivamente, nas
margens direita e esquerda.
Na figura 3.17 e 3.19, ilustra-se a evolução das extensões no betão ao longo da
consola central da barragem, medidos por 2 aparelhos diferentes (extensómetros de
barras e extensómetros carlson), ambos com uma indicação de expansão de betão; na
figura 3.18 ilustra-se a evolução das extensões no maciço rochoso da fundação (nas
rochas à margem esquerda e direita). Os resultados dos 3 gráficos permitem fazer uma
apreciação global do estado de deformação do corpo da barragem e do maciço
rochoso da fundação.

220,00 820,00
200,00 800,00

Extensão total (*10-6)


180,00 780,00
Extensão parcila (*10-6)

160,00 760,00
140,00
740,00
120,00
720,00
100,00
80,00 700,00
60,00 680,00
40,00 660,00
20,00 640,00
26-02-14
03-03-14
07-03-14
12-03-15
21-03-14
01-10-13
08-10-13
18-10-13
01-11-13
15-11-13
20-11-13
26-11-13
13-12-13
17-12-13
23-12-13
10-01-14
14-01-14
24-01-14
05-02-14
21-02-14

Data de observação
EB326 EB296 EB271 EB248 EB224
EB203 EB171 EB225 Total

Figura 3.17 - Extensões no betão da barragem (Ref. 08/12/2006)

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 48


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

0,00

Extensões (*10-6)
-50,00
-100,00
-150,00
-200,00
-250,00

01-10-13
08-10-13
18-10-13
01-11-13
15-11-13
20-11-13
26-11-13
13-12-13
17-12-13
23-12-13
10-01-14
14-01-14
24-01-14
05-02-14
21-02-14
26-02-14
03-03-14
07-03-14
12-03-15
21-03-14
Data de observação
Rocha ME Rocha MD

Figura 3.18 - Extensões médias no maciço rochoso da fundação (Ref. 08/12/2006)

150,00
Extensão (*10-6)

120,00
90,00 Cota 256
60,00
30,00 Cota 182
,00
14-01-14
08-10-13

20-11-13

17-12-13

26-02-14

Data de observação 12-03-14

Figura 3.19 - Extensões no betão à meia espessura do bloco central da barragem, observadas
através de extensómetros carlson (data de ref. 27/12/2006)

3.5.5 Comportamento das encostas

3.5.5.1 Caudais drenados nas encostas

Nas encostas da barragem de Cahora Bassa, constatou-se que o caudal máximo


drenado durante a época chuvosa 2013-2014, foi de 36,59 l/min, verificado no dia 02
de Outubro de 2013, na encosta esquerda; porém, em termos de caudal total médio
mensal, o mês de Março registou um caudal máximo drenado durante a época chuvosa
com cerca de 33,14 l/min, observado na encosta esquerda, representando uma
variação máxima de cerca de 12.49 l/min relativamente ao mês de Janeiro de 2014,
que registou o valor mínimo (20.66 l/min).
Na encosta direita o caudal máximo verificou-se no mês de Março, com cerca de 5.46
l/min, representando uma variação máxima de cerca de 0.53 l/min., relativamente ao
mês de Novembro que registou o valor mínimo (4.93 l/min),

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 49


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

O aumento da média do caudal observado na encosta esquerda está relacionado com


a subida do nível da albufeira e com as descargas, cuja água atomizada atinge os
encontros e devido a existência de falhas na encosta esquerda à cotas superiores a
290 m.
Na tabela 3.10 e figura 3.20 ilustra-se os caudais drenados nas encostas da barragem
de Cahora Bassa, durante o período em estudo.
Tabela 3.10 - Caudais totais drenados nas encostas da barragem
Caudal total drenado (l/min)
02-10-13

16-10-13

30-10-13

13-11-13

28-11-13

11-12-13

26-12-13

08-01-14

22-01-14

06-02-14

19-02-14

05-03-14

19-03-14
Data

M. Esquerda 36,59 34,80 23,42 22,74 22,39 22,35 20,96 20,50 20,80 24,40 27,70 31,00 35,30
M. Direita 5,69 5,47 5,07 4,93 4,93 4,92 5,44 4,87 5,24 5,34 5,52 5,47 5,45

40,0
Caudal (l/min)

30,0
20,0
10,0
0,0
13-11-13

08-01-14
02-10-13

16-10-13

30-10-13

28-11-13

11-12-13

26-12-13

22-01-14

06-02-14

19-02-14

05-03-14

19-03-14
Data de observação
Margem Esquerda Margem Direita

Figura 3.20 - Caudais totais nas encostas (média mensal dos valores observados)

3.5.5.2 Deslocamentos observados nas encostas

Os deslocamentos dos maciços rochosos das encostas são observados através de seis
grupos de extensómetros de barras dos quais três na margem esquerda (ME) e os
restantes na margem direita (MD).

Durante a época chuvosa em estudo, foram observados deslocamentos ligeiros em


todos os aparelhos, sendo que o maior deslocamento foi verificado no extensómetro de
barra EFMD1-2, com valores que variam entre 5,68 a 5,82 mm (tracção); por outro
lado, o extensómetro que menores deslocamentos apresentou foi o EFMD2-1, com
valores a variarem entre -1,62 e -0,71 mm (compressão)

Na margem esquerda o maior deslocamento foi verificado pelo extensómetro de barra


EFME3-1 com valores a variarem entre 1,85 a 2,03 mm (tracção), enquanto o menor foi

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 50


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

observado no extensómetro de barra EFME3-2 com valores a variarem entre -0,07 a


0,02 mm.

Na tabela 3.11 são apresentados os deslocamentos observados no maciço rochoso


dos encontros à jusante da barragem e a seguir (figuras 3.21 e 3.22) apresenta-se a
evolução gráfica dos deslocamentos observados no maciço rochoso das encostas
esquerda e direita à jusante da barragem, onde se pode notar que de um modo geral a
tendência foi de descompressão do maciço rochoso.

Importa referir que nem sempre foi possível registar as leituras de todos os
extensómetros devido a existência de algas que tornam o pavimento escorregadio,
situação que é geralmente gerada pela água atomizada na sequência da abertura dos
descarregadores.

Os pequenos deslocamentos observados durante a época chuvosa 2013-2014, devem-


se a variações sazonais que se admite serem devido a influência térmica sobre o
maciço rochoso.

Tabela 3.11 - Deslocamentos observados no maciço rochoso das encostas direita e esquerda à
jusante da barragem

Deslocamentos (mm)
Data 24-10-13 22-11-13 31-12-13 29-01-14 27-02-14 28-03-14

EFMD1-1 - 5,39 5,38 5,46 5,49 5,51

EFMD1-2 - 5,69 5,68 5,74 5,78 5,82

EFMD2-1 - -1,49 -1,49 -1,62 - -0,71

EFMD2-2 - -1,42 -1,43 -1,55 - -0,63

EFMD3-1 - 3,71 3,7 3,73 - 3,79

EFMD3-2 - 2,79 2,78 2,87 - 2,89

EFME1-1 1,58 1,56 1,44 1,49 1,48 1,5

EFME1-2 1,63 1,62 1,51 1,54 1,55 1,55

EFME2-1 - 0,71 0,66 0,72 - 0,82

EFME2-2 - 0,46 0,36 0,41 - 0,47

EFME3-1 - 1,97 1,85 1,91 - 2,03

EFME3-2 - 0,02 0,02 -0,07 - -0,04

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 51


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

2,50

2,00 EFME1-1

Deslocamentos (mm)
EFME1-2
1,50
EFME2-1
1,00
EFME2-2
0,50 EFME3-1

0,00 EFME3-2

-0,50
24-10-13

22-11-13

31-12-13

29-01-14

27-02-14

28-03-14
Data de observação

Figura 3.21 - Deslocamentos na encosta esquerda à jusante da barragem

7,00
6,00 EFMD1-1
Deslocamentos (mm)

5,00 EFMD1-2
4,00 EFMD2-1
3,00
EFMD2-2
2,00
EFMD3-1
1,00
0,00 EFMD3-2
-1,00
-2,00
24-10-13

22-11-13

31-12-13

29-01-14

27-02-14

28-03-14

Data de observação

Figura 3.22 - Deslocamentos na encosta direita à jusante da barragem

3.5.6 Comportamento das obras subterrâneas

3.5.6.1 Deslocamentos observados no maciço rochoso das obras subterrâneas

Os deslocamentos observados no maciço rochoso envolvente à caverna da central e


das chaminés de equilíbrio são medidos através de extensómetros de barras; variações
ligeiras foram registadas em quase todos os aparelhos;

No maciço do lado montante da central, o estado foi de compressão com valor máximo
de 2.08 mm, observado no extensómetro de barras EB5-1; em contraposição no

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 52


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

maciço do lado jusante da central, grande parte dos valores foram de descompressão e
o valor máximo registado foi de 1.89 mm; já na envolvente da chaminé de equilíbrio o
valor máximo de descompressão foi de 3.73 mm, observado no extensómetro de
barras EB8.

Nas figuras 3.23, 3.24 e 3.25, estão apresentadas graficamente as evoluções dos
deslocamentos observados no maciço rochoso à montante e jusante da central e na
envolvente das chaminés de equilíbrio.

0
Deslocamento (mm)

-0,5

-1

-1,5

-2

-2,5
10-10-13

21-11-13

19-12-13

16-01-14

18-02-14

Data de observação 13-03-14

EB1-1 EB1-2 EB5-1 EB5-2 EB9-1 EB9-2

Figura 3.23 - Deslocamentos do maciço rochoso à montante da Central Sul

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 53


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

2
1,8
1,6
Deslocamento (mm)

1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
10-10-13

18-02-14
21-11-13

19-12-13

16-01-14

13-03-14
Data de observação
EB2-1 EB2-2 EB2-3 EB6-1 EB6-2

Figura 3.24 - Deslocamentos do maciço rochoso à jusante da Central Sul

2 3,74

Deslocamento EB8 (mm)


Deslocamento (mm)

1,5 3,72

1 3,7

0,5 3,68

0 3,66

-0,5 3,64
19-12-13
10-10-13

21-11-13

16-01-14

18-02-14

13-03-14

Data de observação
EB3-1 EB3-2 EB4-1 EB4-2 EB7-1 EB7-2
EB11-1 EB11-2 EB12-1 EB12-2 EB8

Figura 3.25 - Deslocamentos do maciço rochoso envolvente das chaminés de equilíbrio

3.6 Manutenção do sistema de observação

Entende-se por Manutenção ao conjunto das acções de gestão, técnicas e económicas


aplicadas aos bens para a optimização dos seus ciclos de vida, isto é, o instrumento
que permite manter o equipamento operacional para o fim a que se destina [17].

O Plano de manutenção indica as datas, as intervenções a efectuar, os serviços


intervenientes, etc. A manutenção pode ser preventiva ou correctiva.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 54


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

A manutenção preventiva é aquela que é realizada em intervalos de tempo pré-


determinados ou de acordo com critérios prescritos, sempre com o objectivo de reduzir
a probabilidade de avaria [17]. A manutenção preventiva caracteriza-se pelo trabalho
sistemático para evitar a ocorrência de falhas procurando a sua prevenção, mantendo
um controle contínuo sobre o equipamento; envolve tarefas sistemáticas tais como
inspecções, substituição de peças, etc.

Entende-se como manutenção correctiva a intervenção num equipamento para a


reparação de uma avaria. É vulgarmente designada por “reparação” e normalmente o
equipamento não necessita de nova intervenção a curto ou médio prazo [17].

A manutenção do sistema de observação na barragem de Cahora Bassa é


administrada pelo sistema de informação SAP/R3, que emite as respectivas ordens de
manutenção de acordo com a periodicidade estabelecida. As ordens de manutenção
obedecem a roteiros específicos de cada aparelho e tipo de equipamento [5]. A título
ilustrativo, no anexo 8 é apresentada o roteiro de manutenção do fio de prumo
invertido.

Na época chuvosa 2013/2014 foram programadas 122 campanhas de manutenção do


sistema de observação, tendo sido realizadas na totalidade.

Importa referir que as campanhas acima mencionadas, são referentes às manutenções


efectuadas pela DEM-OE. A manutenção dos drenos é efectuada pela equipa de
Conservação Civil e Geotecnia, com uma periodicidade semestral. Em geral, o sistema
de observação encontra-se bem mantido e em boas condições de funcionamento.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 55


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÃO

O presente estágio profissional permitiu ter o primeiro contacto com actividades de


observação e o controlo de segurança estrutural de barragens, com enfoque para as
barragens de betão, similares à de Cahora Bassa.

No presente trabalho foi feita a avaliação da segurança estrutural da barragem de


Cahora Bassa durante a época de maior variação da cota de albufeira, que por sua vez
caracteriza a acção pressão hidrostática sobre a barragem, acção esta que tem o maior
impacto na segurança da estrutura. Para a época chuvosa 2013-2014, previa se na
sub-bacia de Cahora Bassa precipitações normais com tendência para acima do
normal, porém as precipitações ocorridas tiveram uma tendência para abaixo do
normal; as afluências há albufeira de Cahora Bassa, foram inferiores comparativamente
com as da época chuvosa 2006-2007, considerada como de referência.

Os resultados das observações, incluindo as inspecções visuais que permitiram fazer a


análise da segurança estrutural, mostraram que a barragem de Cahora Bassa, teve um
comportamento satisfatório durante a época chuvosa 2013/2014; verificou-se que o
comportamento estrutural da barragem é compatível com os padrões admissíveis para
este tipo de obra.

As inspecções visuais não revelaram sinais de comportamento anómalo, a não ser


fissuras antigas que já existiam, mas que tem beneficiado de um tratamento adequado.

O sistema de observação foi bem mantido, tendo na sua totalidade, todas as acções
programadas sido realizadas.

Considera-se que os sistemas de observação instalados nas obras permitem a


obtenção das grandezas, em número adequado e com redundância suficiente, para
avaliação dos efeitos estruturais do betão, do maciço rochoso da fundação e do maciço
rochoso envolvente às obras subterrâneas. Assim, para além do prosseguimento da
observação das obras nos moldes até em vigor, recomenda-se, para um adequado
acompanhamento do comportamento das obras, a instrumentação das fendas mais
significativas utilizando fissurómetros ou, como tem vindo a ser feito no pavimento do
coroamento, utilizando bases de alongâmetro.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 56


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

5 BIBLIOGRAFIA
5.1 Referências bibliográficas

[1] Carvalho, E., Tembe, I. 2008 - Observação dinâmica da barragem de Cahora


Bassa, Moçambique.
[2] COBA. 2011 - Hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa. Estudo de Impacto Ambiental-
versão draft, Moçambique.
[3] HCB. 1999 - Relatório de Observação de estruturas (1º relatório anual), Songo.
[4] HCB. 2002 - Relatório de Segurança Estrutural do Empreendimento de Cahora
Bassa no ano 2001 (3º Relatório anual), Songo.
[5] HCB. 2008 - Normas de exploração da barragem, obras anexas e albufeira.
[6] HCB. 2013 - Comportamento das Obras do Empreendimento Hidroeléctrico de
Cahora Bassa no ano 2013 (Barragem, Encostas e Obras Subterrâneas). Songo-
Moçambique.
[7] HCB. 2014 - Departamento de Observação e Segurança de estruturas; Compilação
de relatórios de inspecções visuais, Moçambique.
[8] HP. 1973 - Navegabilidade do rio Zambeze. Disponibilidade de caudais.
[9] HP. 2002 - Cahora Bassa Central Norte. Actualização do Anteprojecto, 1a Fase.
[10] Jessen G., Silva H. 2008 – Gestão Hidrológica da Albufeira de Cahora Bassa em
períodos críticos, HCB, Moçambique.
[11] LNEC. 1989 - Utilização de Metodologias Hidroquimicas na Observação do
comportamento de fundações de barragens. Aplicação a barragem de Cahora
Bassa, relatório 89/89-NO, Portugal.
[12] LNEC. 2002 - Observação das obras subterrâneas e das encostas. Barragem de
Cahora Bassa, período de 1999-2002, relatório 303/02-NOS,Portugal.
[13] Mascarenhas et al.1979 - Plano piezómetrico da barragem de Cahora Bassa
LNEC, Lisboa.
[14] MATOS, M., Mascarenhas, A., SILVEIRA, A. 1972 - Plano de observação da
barragem de Cahora Bassa, LNEC, Lisboa.
[15] MATOS, M., SILVA, H., FLORENTINO, C. 1978 - Definição dos sistemas de
observação e constantes características da aparelhagem. Barragem de Cahora
Bassa, LNEC, Lisboa.
[16] PHSB, 2001 - Equipamentos de Observação.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 57


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

[17] Quintela et al. 2001 - Curso de exploração e segurança de barragens, Instituto


da água, Lisboa.
[18] RAMOS, C. 1995 - Segurança de barragens. Aspectos hidráulicos e
operacionais, LNEC, Lisboa.
[19] SILVA, H. 2000 – Curso de Segurança de barragens. Tópicos das matérias
relativas a barragens de aterro, Lisboa.
[20] SILVA, H., Carvalho, E. 2003 - Curso de Controlo de Segurança Estrutural,
Songo.
[21] Silva, H.1995 – Gestão da albufeira. Estudo da Rede de Observação
Pluviométrica, Nota técnica Nº5.
[22] Torcida, R. 1973 - Equipa de Observação. Barragem de Cahora Bassa, Songo.
[23] www.inam.gov.mz, 20 de maio de 2014.
[24] www.namibweb.com/SARCOF-2013.pdf, 2 de Junho de 2014.

5.2 Outra bibliografia consultada

[25] HYDROPOWER& DAMS, 2014 - Fifth international Conference on Water


Resources and Hydropower Development, vol. 21, n. 2, p. 25-76.
[26] LNEC. 2009-Curso de Exploração e Segurança de Barragens, legislação.
Divisão de Informação e Tecnologias
[27] Nippon Koei (NK), 2012 - Cahora Bassa North Bank Project. Environmental &
Social impact Assessment. Scoping Report.
[28] Ramos, J. 1993- Observação da barragem de Cahora Bassa - Plano
complementar de observação-Barragem e maciço envolvente a jusante. Relatório
174/93 - NO, LNEC, Lisboa.
[29] World Bank. 2010 - The Zambezi River Basin. A Multi-Sector Investment
Opportunities Analysis, The World Bank, Water Resources Management, Africa
Region, June 2010.
[30] www.4shared.com/get/.../DAM_ENGINEERING, 20 de Março de 2014.
[31] www.scribd.com/water Resources Engineering, 2 de maio de 2014.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 58


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

ANEXOS

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe 59


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Anexo 1 - Actividades realizadas durante o estágio profissional

Tabela A1-1: Cronograma de actividades realizadas durante o estágio profissional


Período Actividades

 Apresentação da empresa e afectação ao Departamento de


Observação de Estruturas.

 Recepção do equipamento de protecção individual.

 Visita ao Arquivo Técnico da HCB.


1º Mês
 Leitura do regulamento geral da empresa.
(10/02 a 30/02/2014)
 Leitura da bibliografia básica sobre a exploração e manutenção
do sistema de observação.

 Visita à barragem de Cahora Bassa, encostas e à central.

 Acompanhamento e realização de campanhas de observação de


estruturas:

 Manutenção de piezómetros, extensómetros de barras nas obras


subterrâneas, fios de prumo e extensómetros de fundação.

 Exploração (leitura) de: pontos de infiltrações na barragem,


drenos na barragem, temperatura do ar e precipitação
atmosférica, convergências na galeria de ataque a central,
monitoramento de expansão de betão, convergências nas obras
º
2 Mês subterrâneas, drenos nas obras subterrâneas, piezómetros, fios
de prumo, Inspecção visual nas obras subterrâneas, bases de
(01/03 a 31/03/2014)
alongâmetro na barragem e coroamento, convergências nos
descarregadores, sismógrafos, inspecção visual do betão
envolvente dos grupos geradores.

 Redacção do relatório do estágio.

 Pesquisa de informação no arquivo técnico da HCB

 Realização de campanhas de observação de estruturas

 Manutenção de ancoragens de controlo de 240 toneladas,


piezómetros na barragem, pares de bases de alongâmetro no
coroamento, temperatura do ar e precipitação atmosférica, fios
de prumo, extensómetros de fundação na barragem e de barras,
º
temperatura do maciço rochoso de obras subterrâneas,
3 Mês extensómetros de barras nas obras subterrâneas, convergências
nas obras subterrâneas, sondas, coordinómetros,
(01/04 a 30/04/2014)
convergenciómetros digital, sismógrafos.

 Exploração (leitura) de: temperatura do ar e precipitação


atmosférica, fios de prumo, extensómetros de fundação na
barragem e de barras, drenos na barragem e nas encostas,
piezómetros na barragem e nas encostas, sismógrafos,
inspecção visual das margens da albufeira, controlo de

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A1.60


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

infiltrações na barragem, monitoramento de expansão de betão,


pares de bases de alongâmetro no coroamento, convergências
no túnel de acesso a central, temperatura do maciço rochoso de
obras subterrâneas, extensómetros de barras nas obras
subterrâneas, convergências nas obras subterrâneas,
sismógrafos.
º
3 Mês(Cont.)  Redacção do relatório do estágio
(01/04 a 30/04/2014)

 Realização de campanhas de observação de estruturas

 Manutenção de piezómetros e drenos da barragem, encostas e


obras subterrâneas, fios de prumo, extensómetros de fundação
na barragem e de barras.

 Exploração (leitura) de: temperatura do ar e precipitação


atmosférica, fios de prumo, extensómetros de fundação na
barragem e de barras, drenos na barragem e nas encostas,
º
4 Mês piezómetros na barragem e nas encostas, controlo de infiltrações
na barragem, monitoramento de expansão de betão, pares de
(01/05 a 31/05/2014)
bases de alongâmetro no coroamento, temperatura do maciço
rochoso de obras subterrâneas, extensómetros de barras nas
obras subterrâneas.

 Redacção do relatório do estágio


 Realização de campanhas de observação de estruturas

 Manutenção de piezómetros e drenos da barragem e encostas,


fios de prumo, extensómetros de fundação na barragem e de
barras nas obras subterrâneas e barragem, aparelhagem
eléctrica na barragem e na central, galerias da barragem,
prensas, sondas, coordinómetro, convergenciómetro digital,
lanternas e aparelhos eléctricos de recolha de dados.
º
5 Mês  Exploração (leitura) de: temperatura do ar e precipitação
atmosférica, fios de prumo, extensómetros de fundação e de
(01/06 a 10/07/2014)
barras na barragem, drenos na barragem, encostas e obras
subterrâneas, piezómetros na barragem e encostas, controlo de
infiltrações na barragem, monitoramento de expansão de betão,
pares de bases de alongâmetro na barragem, temperatura do
maciço rochoso de obras subterrâneas, extensómetros de barras
nas obras subterrâneas.

 Redacção do relatório do estágio

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A1.61


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Anexo 2 - Empreendimento de Cahora Bassa

Figura A2-1: Alçado frontal da barragem

Figura A2-2: Acessos e galerias no corpo da barragem

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A2.62


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura A2-3: Perspectiva esquemática da central sul e anexos

Figura A2-4: Central-piso 6

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A2.63


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura A2-5: Subestação de Songo

Figura A2-6: Encostas a jusante

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A2.64


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Anexo 3 - Localização de aparelhos de observação na barragem

Figura A3-1: Esquema do sistema de impermeabilização e drenagem da fundação da barragem

Figura A3-2: Rede de drenagem e rede piezométrica na galeria periférica

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A3.65


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura A3-3: Rede de drenagem na galeria de fundação G145

Figura A3-4: Tipos de aparelho 1 (fios de prumo) e 6 (extensómetros de varas instalados na


barragem

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A3.66


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura A3-5: Rede trigonométrica de observação geodésica

Figura A3-6: Localização dos pontos objecto de observação geodésica no paramento de


jusante da barragem

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A3.67


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura A3-7: Localização das linhas de nivelamento nas galerias da barragem

Figura A3-8: Aparelhos de Resistência eléctrica embebidos no betão da barragem

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A3.68


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura A3-9: Localização das bases de alongâmetro colocadas nas juntas no interior das
galerias da barragem

Figura A3-10: Localização dos sismógrafos da barragem

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A3.69


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Anexo 4 - Localização de aparelhos nas obras subterrâneas

Figura A4-1: Localização dos tipos de aparelho instalados nas cavernas da central Sul, 5
termómetros de resistência, 6 extensómetros de varas e 20 convergenciómetros.

Figura A4-2: Secção instrumentada S1

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A4.70


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura A4-3: Referências de perfis de medição de convergências no túnel de acesso a central

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A4.71


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura A4-4: Secções de convergenciómetro e condução da drenagem na GAC

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A4.72


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Anexo 5 - Localização de aparelhos nas encostas

Figura A5-1: Localização esquemática dos pontos objecto para observação geodésica nos
maciços ancorados dos encontros da barragem.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A5.73


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura A5-2: Localização dos extensómetros de barras nos maciços ancorados dos encontros

Figura A5-3: Localização das ancoragens de controlo nas encostas

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A5.74


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Anexo 6 - Sistema e aparelhos de observação da barragem de Cahora Bassa

Fio de prumo Coordinómetro

Figura A6-1: Fio de prumo invertido e coordinómetro

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A6.75


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura A6-2: Posição da base de coordinómetro

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A6.76


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura A6-3: Alongâmetro

Figura A6-4: Base de alongâmetro

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A6.77


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura A6-5: Posição das bases de alongâmetro em relação às juntas

Figura A6-6: Extensómetro de barra

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A6.78


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura A6-7: Deflectómetro

Figura A6-8: Central de leitura

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A6.79


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura A6-9: Caixa kyowa

Figura A6-10: Dreno e piezómetro

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A6.80


Segurança Estrutural da Barragem de Cahora Bassa durante a Época Chuvosa 2013/2014

Figura A6-11: Abrigo (temperatura do ar)

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A6.81


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Anexo 7 - Dados e resultados do sistema de observação

Demonstração dos cálculos efectuados


Subpressões
Obra: barragem
Data de observação: 20 de Março de 2014
Código do aparelho 44
Pressão=2,80 bar = 2,80kg/cm2
Cota da albufeira (CA=323,87 m)
Cota do manómetro (CM=175,63)
Percentagem de carga:

Altura da água:

Caudais drenados
Obra: barragem
Data de observação: 19 de Março de 2014
Código 98
Volume = 10l
Tempo = 18,7s
Caudal:

( )

Deslocamentos horizontais da barragem observados por fios de prumo


Obra: barragem
Código - 3-FPI1
Tabela A7-1: Leituras iniciais
Leituras iniciais (cm)
Fio Cone
RF TF RC TC
12,14 7,14 2,44 3,67

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.82


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Leituras do dia 21-03-2014


RF=8,2 cm
TF=6,7 cm
RC=4,69 cm
TC=3,0 cm
Posição: C

Deslocamentos radiais e tangenciais:


( ) ( )
( ) ( )

Deslocamentos verticais da barragem observados por extensómetros de barras


Obra: barragem
Código do aparelho:10, EB224, BLOCO: 0-1
Leituras iniciais:
Invar = 23,98 mm
Vara = 22,2 mm

Leituras do dia 21 de Março de 2014:


Invar = 23,98 mm
Vara = 20,65 mm
Deslocamento:
( ) ( ) ( ) ( )

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.83


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-2: Precipitação diária


ÉPOCA CHUVOSA 2013-2014
Precipitação diária observada na barragem (mm)
DIA/MES Out-13 Nov-13 Dez-13 Jan-14 Fev-14 Mar-14
1 3,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
2 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,40
4 0,00 0,00 0,00 0,00 3,00 0,00
5 0,00 0,00 0,00 0,00 4,50 0,00
6 0,00 0,00 0,00 47,50 6,30 0,00
7 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00
8 0,00 0,00 0,00 7,10 0,00 0,00
9 0,00 0,00 0,00 26,20 0,00 0,00
10 0,00 0,00 0,00 0,00 45,70 0,00
11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
13 0,00 0,00 15,50 36,60 0,00 0,00
14 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 12,00
15 0,00 0,00 0,00 1,70 0,00 0,00
16 0,00 0,00 26,50 0,00 0,00 0,00
17 0,00 0,00 7,70 0,00 16,00 0,00
18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,10 0,00
19 0,00 1,45 0,00 0,00 0,00 2,00
20 0,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00
21 0,00 0,00 0,00 0,00 18,70 0,00
22 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
23 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
24 0,00 0,00 0,00 22,00 17,00 0,70
25 0,00 0,00 0,00 0,00 9,50 0,00
26 0,00 0,00 16,70 0,00 0,00 3,30
27 0,00 0,00 0,00 58,00 4,70 0,00
28 0,00 0,00 0,00 4,10 1,10 0,00
29 0,00 0,00 0,00 0,00 - 0,00
30 0,00 0,00 29,70 15,20 - 0,00
31 0,00 - 8,20 0,00 - 0,00
Total 3,00 3,45 104,30 218,40 126,60 19,40
Média 0,10 0,12 3,36 7,05 4,52 0,63
Máxima 3,00 2,00 29,70 58,00 45,70 12,00
Mínima 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.84


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-3: Caudais afluentes


3
Caudais Afluentes (m /s)
Dia/Mês Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março
1 626,2 2081,1 1330,8 2097,2 3552,6 4128,3
2 954,7 1868,3 996,9 2026,6 4068,1 6706,5
3 1108,2 1194,9 1656,3 2317,7 3791,8 3604,7
4 1410,5 1313,8 1548,4 2306,5 2463,7 4747
5 313,4 1578,6 994,6 3204,4 4090 3620,3
6 1830,8 2095,9 1510,7 2926,4 2998,3 3029,1
7 1677,07 1810,1 1492 2726,2 4102,9 3515,9
8 1443,81 1543,1 1237,9 2431,2 4741,7 3087,4
9 1174,2 1231,7 1373,9 2189,4 3270,2 2786,5
10 958,4 1427,3 1713,7 1775,6 3320,7 2551,4
11 951,6 969,2 1713 2245,3 4803,9 1962,7
12 1228,3 1243,6 1974,3 1450,7 3976,6 2395
13 1224,8 1871,2 1384,7 2752 4127,8 2710,6
14 1251,4 1352,8 1387,2 988,9 3684,5 2051
15 989,5 1875,6 1945,1 2361,4 4853,4 2066,2
16 1257,6 1120,3 2202 2556,2 4351,3 3338,7
17 1443,9 2247 2202 3108,1 3854,3 2648,8
18 1575,4 1147,9 1614,6 2613,4 3608 1490,7
19 997,5 1174,5 1390,8 2000,9 2600,8 3709,8
20 962 2105,6 1147,6 2114,3 3190,6 1453
21 2375,7 1910,8 1675,9 1865,3 3375,3 1815,4
22 1202,6 1099,1 1922,2 1615,7 3881,5 2226,6
23 926,5 2089,8 1417,8 2100,6 3881,4 2810
24 659,6 971,6 1194,7 2235,2 3894,4 1564,1
25 2106,8 1043,2 1428 2429,9 3602,8 2422,4
26 1723,5 1122,4 1679,5 2101,6 3300,2 2649,2
27 1255 1105,6 927,1 1930 4146,6 1803,9
28 1035,9 801,9 2203,5 3523,9 3595 2100,3
29 1322 995,2 1961,1 3231,3 - 2468,3
30 1798,6 1597,1 1865,4 4544 - 2970,4
31 2081,1 - 2208 4069,8 - 2194,5
Máximo 2375,7 2247 2208 4544 4853,4 6706,5
Mínimo 313,4 801,9 927,1 988,9 2463,7 1453
Média 1286,0 1466,3 1590,3 2446,4 3754,6 2794,5

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.85


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-4: Caudais efluentes


Caudais Efluentes (m3/s)
Dia/Mês Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março
1 3464,9 1817,2 1855,3 1837,6 1958,2 1866
2 3502,4 1337,8 1783 1587,5 1937,8 1881,4
3 3367,1 1725,3 1918,2 1537,6 1923,5 1896
4 3382,7 2108,9 1548,4 1525,6 1929,2 1892,4
5 3684,9 1843,5 1518,1 1640,5 1948,7 1903,5
6 3792 1831,1 1510,7 1882,2 1925,7 1882,9
7 3913,43 1810 1492 1942,2 1953,8 1794,1
8 3953,37 1807,9 1506 1908,2 1238,4 1650,2
9 3954,8 1761,1 1896,9 1927,8 1107,5 1635,2
10 4007,4 1691,9 1975,1 1775,6 1695,2 1687,1
11 3990,7 1762,6 1974,3 1983,5 1816,2 1674,4
12 3982,4 1772,1 1974,3 1974 1797,6 1818,2
13 3970,7 1871,1 1906,8 1966,8 1943,6 1844,8
14 3989,1 1881 1909 1774,1 1495 1763,2
15 3991,5 1875,6 1945 1838 1284,3 1777,4
16 3706,5 1911,9 1941,1 1770,5 1320,4 1603,9
17 3615,2 1719,3 1941,1 1797,1 1920,4 1200,8
18 3470,9 1675,6 1950 1825,8 1670,1 1780,5
19 3428,8 1701,9 1912,3 1738,2 1214 1679,5
20 3656,4 1578,2 1929,2 1851,5 1245,7 1743,3
21 3719,9 1647 1936,2 1865,3 1705 1815,4
22 3617 1626,6 1922,2 1878,5 1929 1936,3
23 3601,4 1562,3 1938,3 1837,8 1924,9 1938,6
24 3592,7 1762,8 1974,8 1972,4 1933,8 1854,7
25 2639,1 1833,6 1947,7 1904 1919,1 1841,2
26 2521,3 1912,1 1939,2 1838,5 1894,8 1776,8
27 2582,9 1894,6 1965,2 1930 1893,6 1803,9
28 2096,9 1852,8 1944,1 1943,7 1901,8 1809,3
29 1852 1520,1 1961,1 1912,2 - 1886,1
30 1798,6 1859,4 1865,4 1899,7 - 1805,1
31 1817,2 - 1948,5 1948,6 - 1902,9
Máximo 4007,4 2108,9 1975,1 1983,5 1958,2 1938,6
Mínimo 1798,6 1337,8 1492 1525,6 1107,5 1200,8
Média 3376,26 1765,18 1862,24 1839,19 1729,55 1785,33

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Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-5: Caudais drenados (Barragem + Fundação)


Código 98
Data Leituras Caudal
Volume (l) Tempo (s) (l/min)
02-10-2013 10,00 25,67 23,37
16-10-2013 10,00 27,31 21,97
30-10-2013 10,00 27,95 21,47
13-11-2013 10,00 27,37 21,92
28-11-2013 10,00 27,75 21,62
11-12-2013 10,00 26,87 22,33
26-12-2013 10,00 26,76 22,42
08-01-2014 10,00 26,06 23,02
22-01-2014 10,00 25,91 23,16
06-02-2014 10,00 26,10 22,99
19-02-2014 10,00 24,83 24,16
03-03-2014 10,00 21,03 28,53
05-03-2014 10,00 20,50 29,27
19-03-2014 10,00 18,70 32,09

Tabela A7-6: Piezómetros


Piezómetro Bloco Código Cota
P2-1CS 13-15 5 225,45
PZ-13 1-3 42 179,37
PZ-15 2-4 44 175,63
PZ-19 14-16 48 223,64

Tabela A7-7: Piezómetros (altura e percentagem de carga)


Código 5 Código 42
Data Leituras Resultados Leituras Resultados
Pressão Altura água % Pressão Altura água %
(bar) (m) Carga (bar) (m) Carga
03-10-2013 4,00 40,00 41,00 1,00 10,00 6,96
17-10-2013 3,90 39,00 40,52 1,00 10,00 7,03
31-10-2013 3,83 38,25 40,12 1,00 10,00 7,07
14-11-2013 3,80 38,00 39,90 1,00 10,00 7,08
29-11-2013 3,80 38,00 39,98 1,00 10,00 7,09
12-12-2013 3,80 38,00 40,02 1,00 10,00 7,09
27-12-2013 3,80 38,00 40,11 1,00 10,00 7,10
09-01-2014 3,80 38,00 40,02 1,00 10,00 7,09
23-01-2014 3,80 38,00 39,98 1,00 10,00 7,09
07-02-2014 3,80 38,00 39,69 0,90 9,00 6,35
20-02-2014 3,80 38,00 39,20 1,00 10,00 6,99
03-03-2014 2,10 21,00 21,48 1,00 10,00 6,95
06-03-2014 3,80 38,00 38,80 1,00 10,00 6,94
20-03-2014 3,40 34,00 34,54 1,00 10,00 6,92

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.87


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-8: Piezómetros (altura e percentagem de carga)


Código 44 Código 48

Data Leituras Resultados Leituras Resultados


Pressão Altura água % Pressão Altura água %
(bar) (m) Carga (bar) (m) Carga
03-10-2013 2,95 29,50 20,02 0,19 1,90 1,91
17-10-2013 2,95 29,50 20,20 0,23 2,30 2,35
31-10-2013 2,70 27,00 18,60 0,23 2,25 2,32
14-11-2013 2,70 27,00 18,61 0,18 1,75 1,80
29-11-2013 2,70 27,00 18,64 0,18 1,80 1,86
12-12-2013 2,70 27,00 18,65 0,18 1,80 1,86
27-12-2013 2,75 27,50 19,02 0,18 1,80 1,86
09-01-2014 2,75 27,50 19,00 0,20 2,00 2,07
23-01-2014 2,75 27,50 18,98 0,20 2,00 2,06
07-02-2014 2,70 27,00 18,55 0,20 2,00 2,05
20-02-2014 2,60 26,00 17,71 0,20 2,00 2,03
03-03-2014 2,80 28,00 18,97 0,20 2,00 2,01
06-03-2014 2,80 28,00 18,95 0,15 1,50 1,50
20-03-2014 2,80 28,00 18,88 0,24 2,40 2,39

Tabela A7-9: Fios de prumo (leituras iniciais)


Leituras iniciais (cm)
Localização do aparelho
FIO CONE
Bloco Fio Cota (m) Código/Base FR FT RF TF RC TC
0--1 FPI1 296 3 -1 1 12,14 7,14 2,44 3,67
7--9 FPI3 326 15 -1 1 14,01 3,97 4,92 6,89
13--15 FPI5 296 24 1 -1 19,21 6,68 9,71 7,14
10--8 FPI2 326 10 1 -1 6,92 8,14 0,14 5,05
14--16 FPI4 296 20 1 -1 9,19 2,28 4,38 6,49

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.88


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-10: Fios de prumo (dados e resultados)


Código 3 Código 10
Deslocamentos Deslocamentos
Data Leituras (cm) Leituras (cm)
(mm) (mm)
RF TF RC TC DR DT RF TF RC TC DR DT
01-10-2013 7,64 6,55 4,70 2,97 67,60 1,10 9,08 8,99 2,40 4,30 -1,00 -16,00
18-10-2013 7,78 6,66 4,70 3,00 66,20 1,90 9,00 8,96 2,40 4,32 -1,80 -15,50
01-11-2013 8,00 6,60 4,70 3,00 64,00 1,30 8,80 9,05 2,40 4,35 -3,80 -16,10
15-11-2013 8,16 6,62 4,69 2,96 62,30 1,90 8,50 9,10 2,40 4,35 -6,80 -16,60
26-11-2013 8,20 6,64 4,70 2,92 62,00 2,50 8,60 9,05 2,37 4,30 -5,50 -16,60
13-12-2013 8,20 6,64 4,70 2,92 62,00 2,50 8,60 9,05 2,37 4,30 -5,50 -16,60
24-12-2013 8,34 6,67 4,70 2,97 60,60 2,30 8,66 9,04 2,35 4,30 -4,70 -16,50
10-01-2014 8,37 6,73 4,70 3,05 60,30 2,10 8,76 9,00 2,42 4,37 -4,40 -15,40
24-01-2014 8,43 6,67 4,70 2,98 59,70 2,20 8,70 9,02 2,40 4,30 -4,80 -16,30
05-02-2014 8,37 6,59 4,71 2,91 60,40 2,10 8,94 8,99 2,40 4,24 -2,40 -16,60
21-02-2014 8,33 6,64 4,70 2,96 60,70 2,10 9,00 9,00 2,40 4,30 -1,80 -16,10
03-03-2014 8,20 6,62 4,68 2,91 61,80 2,40 8,90 9,00 2,38 4,23 -2,60 -16,80
07-03-2014 8,19 6,70 4,67 2,95 61,80 2,80 8,92 9,00 2,40 4,25 -2,60 -16,60
21-03-2014 8,20 6,70 4,69 3,00 61,90 2,30 8,79 9,09 2,40 4,32 -3,90 -16,80

Tabela A7-11: Fios de prumo (dados e resultados)


Código 15 Código 20
Deslocamentos Deslocamentos
Data Leituras (cm) Leituras (cm)
(mm) (mm)
RF TF RC TC DR DT RF TF RC TC DR DT
01-10-2013 11,48 4,06 2,95 5,44 5,60 15,40 6,44 1,40 2,28 5,14 -6,50 -4,70
18-10-2013 11,48 4,10 2,96 5,47 5,70 15,50 6,44 1,28 2,28 5,15 -6,50 -3,40
01-11-2013 11,48 4,10 2,92 5,47 5,30 15,50 6,40 1,35 2,25 5,20 -6,60 -3,60
15-11-2013 12,65 4,20 2,95 5,50 -6,10 16,20 6,30 1,25 2,27 5,07 -7,80 -3,90
26-11-2013 12,69 4,18 2,95 5,40 -6,50 17,00 6,28 1,23 2,28 5,10 -8,10 -3,40
13-12-2013 12,79 4,19 2,94 5,44 -7,60 16,70 6,28 1,23 2,28 5,10 -8,10 -3,40
24-12-2013 12,80 4,20 2,96 5,46 -7,50 16,60 6,26 1,30 2,29 5,16 -8,40 -3,50
10-01-2014 12,78 4,24 2,96 5,51 -7,30 16,50 6,25 1,37 2,28 5,15 -8,40 -4,30
24-01-2014 12,72 4,12 2,92 5,38 -7,10 16,60 6,25 1,35 2,30 5,10 -8,60 -4,60
05-02-2014 12,55 4,13 2,95 5,43 -5,10 16,20 6,25 1,35 2,28 5,06 -8,40 -5,00
21-02-2014 12,48 4,10 2,94 5,48 -4,50 15,40 6,28 1,36 2,28 5,12 -8,10 -4,50
03-03-2014 12,40 4,00 2,96 5,40 -3,50 15,20 6,26 1,29 2,26 5,08 -8,10 -4,20
07-03-2014 12,40 4,06 2,93 5,43 -3,80 15,50 6,25 1,30 2,26 5,09 -8,20 -4,20
21-03-2014 12,50 4,20 2,94 5,50 -4,70 16,20 6,23 1,29 2,27 5,14 -8,50 -3,60

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.89


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-12: Fios de prumo (dados e resultados)


Código 24
Data Leituras (cm) Deslocamentos (mm)
RF TF RC TC DR DT
01-10-2013 18,28 4,55 7,60 5,75 11,80 7,40
18-10-2013 18,20 4,60 7,60 5,89 11,00 8,30
01-11-2013 18,10 4,60 7,60 5,90 10,00 8,40
15-11-2013 17,93 4,60 7,59 5,78 8,40 7,20
26-11-2013 17,87 4,60 7,57 5,73 8,00 6,70
13-12-2013 17,87 4,60 7,57 5,73 8,00 6,70
24-12-2013 17,77 4,68 7,60 5,84 6,70 7,00
10-01-2014 17,73 4,66 7,57 5,99 6,60 8,70
24-01-2014 17,70 4,56 7,60 5,78 6,00 7,60
05-02-2014 17,74 4,59 7,60 5,73 6,40 6,80
21-02-2014 17,76 4,63 7,60 5,78 6,60 6,90
03-03-2014 17,77 4,64 7,59 5,80 6,80 7,00
07-03-2014 17,78 4,64 7,58 5,86 7,00 7,60
21-03-2014 17,83 4,62 7,59 5,83 7,40 7,50

Tabela A7-13: Extensómetros de barra e de fundação (leituras iniciais)

Localização do aparelho Leituras iniciais (mm)

Bloco Extensómetro Cota (m) Código Invar Vara


ME EF1 296 1 45 23,26
13-15 EF2 326 2 45 23,11
1-3 EF3 296 3 45 23,5
2-4 EF4 326 4 45 22,53
14-16 EF5 296 5 45 22,72
1-3 EB326 326 6 23,98 25,26
0-1 EB296 296 7 23,98 22,97
0-1 EB271 271 8 23,98 24,97
0-1 EB248 248,5 9 23,98 23,55
0-1 EB224 224,75 10 23,98 22,2
0-1 EB203 203,5 11 23,98 25,34
1-3 EB171 171 12 23,98 24,9
14-16 EB225 224,75 13 23,98 25,72

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.90


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-14: Dados e resultados de Extensómetros de barra e de fundação

Código 1 Código 2 Código 3


Leituras
Data Desl. Leituras (mm) Desl. Leituras (mm) Desl.
(mm)
(mm) (mm) (mm)
Invar Vara Invar Vara Invar Vara

01-10-2013 45,00 21,94 1,32 45,00 21,10 2,01 45,00 22,48 1,02

08-10-2013 45,00 21,93 1,33 45,00 21,10 2,01 45,00 22,47 1,03

18-10-2013 45,00 21,94 1,32 45,00 21,10 2,01 45,00 22,48 1,02

01-11-2013 45,00 21,93 1,33 45,00 21,09 2,02 45,00 22,46 1,04

15-11-2013 45,00 21,91 1,35 45,00 21,08 2,03 45,00 22,45 1,05

20-11-2013 45,00 21,90 1,36 45,00 21,08 2,03 45,00 22,45 1,05

26-11-2013 45,00 21,90 1,36 45,00 21,08 2,03 45,00 22,46 1,04

13-12-2013 45,00 21,90 1,36 45,00 21,08 2,03 45,00 22,46 1,04

17-12-2013 45,00 21,88 1,38 45,00 21,08 2,03 45,00 22,45 1,05

24-12-2013 45,00 21,88 1,38 45,00 21,09 2,02 45,00 22,45 1,05

10-01-2014 45,00 21,88 1,38 45,00 21,08 2,03 45,00 22,45 1,05

14-01-2014 45,00 21,88 1,38 45,00 21,08 2,03 45,00 22,44 1,06

24-01-2014 45,00 21,88 1,38 45,00 21,08 2,03 45,00 22,45 1,05

05-02-2014 45,00 21,87 1,39 45,00 21,07 2,04 45,00 22,45 1,05

21-02-2014 45,00 21,90 1,36 45,00 21,06 2,05 45,00 22,43 1,07

26-02-2014 45,00 21,86 1,40 45,00 21,05 2,06 45,00 22,43 1,07

03-03-2014 45,00 21,85 1,41 45,00 21,04 2,07 45,00 22,42 1,08

07-03-2014 45,00 21,83 1,43 45,00 21,04 2,07 45,00 22,42 1,08

12-03-2014 45,00 21,81 1,45 45,00 21,05 2,06 45,00 22,42 1,08

21-03-2014 45,00 21,83 1,43 45,00 21,06 2,05 45,00 22,44 1,06

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.91


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-15: Dados e resultados de Extensómetros de barra e de fundação

Código 4 Código 5 Código 6


Leituras
Data Leituras (mm) Leituras (mm)
(mm) Desl. Desl. Desl.
(mm) (mm) (mm)
Invar Vara Invar Vara Invar Vara

01-10-2013 45,00 21,81 0,72 45,00 20,51 2,21 23,98 18,40 6,86

08-10-2013 45,00 21,81 0,72 45,00 20,50 2,22 23,98 18,44 6,82

18-10-2013 45,00 21,81 0,72 45,00 20,51 2,21 23,98 18,40 6,86

01-11-2013 45,00 21,79 0,74 45,00 20,49 2,23 23,98 18,42 6,84

15-11-2013 45,00 21,77 0,76 45,00 20,48 2,24 23,98 18,54 6,72

20-11-2013 45,00 21,77 0,76 45,00 20,48 2,24 23,98 18,63 6,63

26-11-2013 45,00 21,78 0,75 45,00 20,50 2,22 23,98 18,69 6,57

13-12-2013 45,00 21,78 0,75 45,00 20,48 2,24 23,98 18,67 6,59

17-12-2013 45,00 21,78 0,75 45,00 20,48 2,24 23,98 18,69 6,57

24-12-2013 45,00 21,78 0,75 45,00 20,49 2,23 23,98 18,66 6,60

10-01-2014 45,00 21,77 0,76 45,00 20,48 2,24 23,98 18,47 6,79

14-01-2014 45,00 21,78 0,75 45,00 20,48 2,24 23,98 18,45 6,81

24-01-2014 45,00 21,77 0,76 45,00 20,48 2,24 23,98 18,47 6,79

05-02-2014 45,00 21,78 0,75 45,00 20,48 2,24 23,98 18,37 6,89

21-02-2014 45,00 21,78 0,75 45,00 20,48 2,24 23,98 18,29 6,97

26-02-2014 45,00 21,77 0,76 45,00 20,47 2,25 23,98 18,22 7,04

03-03-2014 45,00 21,76 0,77 45,00 20,46 2,26 23,98 18,16 7,10

07-03-2014 45,00 21,76 0,77 45,00 20,46 2,26 23,98 18,10 7,16

12-03-2014 45,00 21,76 0,77 45,00 20,46 2,26 23,98 18,10 7,16

21-03-2014 45,00 21,79 0,74 45,00 20,46 2,26 23,98 18,16 7,10

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.92


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-16: Dados e resultados de Extensómetros de barra e de fundação

Código 7 Código 8 Código 9


Leituras
Data Desl. Leituras (mm) Desl. Leituras (mm) Desl.
(mm)
(mm) (mm) (mm)
Invar Vara Invar Vara Invar Vara

01-10-2013 23,98 19,61 3,36 23,98 21,72 3,25 23,98 21,70 1,85

08-10-2013 23,98 19,66 3,31 23,98 21,72 3,25 23,98 21,69 1,86

18-10-2013 23,98 19,61 3,36 23,98 21,72 3,25 23,98 21,70 1,85

01-11-2013 23,98 19,61 3,36 23,98 21,71 3,26 23,98 21,71 1,84

15-11-2013 23,98 19,62 3,35 23,98 21,71 3,26 23,98 21,71 1,84

20-11-2013 23,98 19,63 3,34 23,98 21,59 3,38 23,98 21,54 2,01

26-11-2013 23,98 19,77 3,20 23,98 21,59 3,38 23,98 21,53 2,02

13-12-2013 23,98 19,80 3,17 23,98 21,59 3,38 23,98 21,53 2,02

17-12-2013 23,98 19,82 3,15 23,98 21,61 3,36 23,98 21,52 2,03

24-12-2013 23,98 19,83 3,14 23,98 21,66 3,31 23,98 21,53 2,02

10-01-2014 23,98 19,82 3,15 23,98 21,66 3,31 23,98 21,53 2,02

14-01-2014 23,98 19,75 3,22 23,98 21,66 3,31 23,98 21,54 2,01

24-01-2014 23,98 19,82 3,15 23,98 21,66 3,31 23,98 21,53 2,02

05-02-2014 23,98 19,72 3,25 23,98 21,69 3,28 23,98 21,55 2,00

21-02-2014 23,98 19,71 3,26 23,98 21,69 3,28 23,98 21,54 2,01

26-02-2014 23,98 19,64 3,33 23,98 21,67 3,30 23,98 21,55 2,00

03-03-2014 23,98 19,52 3,45 23,98 21,66 3,31 23,98 21,53 2,02

07-03-2014 23,98 19,54 3,43 23,98 21,64 3,33 23,98 21,52 2,03

12-03-2014 23,98 19,56 3,41 23,98 21,62 3,35 23,98 21,52 2,03

21-03-2014 23,98 19,57 3,40 23,98 21,60 3,37 23,98 21,53 2,02

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.93


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-17: Dados e resultados de Extensómetros de barra e de fundação


Código 10 Código 11 Código 12 Código 13
Leituras Leituras Leituras
Data Leituras (mm) Desl. Desl. Desl. Desl.
(mm) (mm) (mm)
Invar Vara (mm) Invar Vara (mm) Invar Vara (mm) Invar Vara (mm)
01-10-2013 23,98 20,77 1,43 23,98 22,95 2,39 23,98 24,44 0,46 23,98 25,23 0,49
08-10-2013 23,98 20,77 1,43 23,98 22,97 2,37 23,98 24,46 0,44 23,98 25,23 0,49
18-10-2013 23,98 20,77 1,43 23,98 22,95 2,39 23,98 24,44 0,46 23,98 25,23 0,49
01-11-2013 23,98 20,76 1,44 23,98 22,93 2,41 23,98 24,41 0,49 23,98 25,23 0,49
15-11-2013 23,98 20,74 1,46 23,98 22,93 2,41 23,98 24,43 0,47 23,98 25,24 0,48
20-11-2013 23,98 20,72 1,48 23,98 22,93 2,41 23,98 24,42 0,48 23,98 25,25 0,47
26-11-2013 23,98 20,72 1,48 23,98 22,95 2,39 23,98 24,43 0,47 23,98 25,22 0,50
13-12-2013 23,98 20,71 1,49 23,98 22,94 2,40 23,98 24,44 0,46 23,98 25,21 0,51
17-12-2013 23,98 20,70 1,50 23,98 22,92 2,42 23,98 24,44 0,46 23,98 25,20 0,52
24-12-2013 23,98 20,71 1,49 23,98 22,98 2,36 23,98 24,43 0,47 23,98 25,21 0,51
10-01-2014 23,98 20,70 1,50 23,98 22,95 2,39 23,98 24,43 0,47 23,98 25,20 0,52
14-01-2014 23,98 20,70 1,50 23,98 22,94 2,40 23,98 24,43 0,47 23,98 25,20 0,52
24-01-2014 23,98 20,70 1,50 23,98 22,95 2,39 23,98 24,43 0,47 23,98 25,20 0,52
05-02-2014 23,98 20,69 1,51 23,98 22,93 2,41 23,98 24,43 0,47 23,98 25,20 0,52
21-02-2014 23,98 20,69 1,51 23,98 22,93 2,41 23,98 24,41 0,49 23,98 25,20 0,52
26-02-2014 23,98 20,69 1,51 23,98 22,94 2,40 23,98 24,38 0,52 23,98 25,20 0,52
03-03-2014 23,98 20,68 1,52 23,98 22,97 2,37 23,98 24,40 0,50 23,98 25,19 0,53
07-03-2014 23,98 20,68 1,52 23,98 22,94 2,40 23,98 24,39 0,51 23,98 25,19 0,53
12-03-2014 23,98 20,66 1,54 23,98 22,95 2,39 23,98 24,36 0,54 23,98 25,19 0,53
21-03-2014 23,98 20,65 1,55 23,98 22,91 2,43 23,98 24,32 0,58 23,98 25,18 0,54

Tabela A7-18: Drenos da Margem esquerda (DTGE5 e DTTGE5)


Código 95 Código 96
Data Leituras Caudal Leituras Caudal
Volume (l) Tempo (s) (l/min) Volume (l) Tempo (s) (l/min)
02-10-2013 5,00 8,37 35,84 0,25 20,03 0,75
16-10-2013 5,00 8,63 34,76 0,10 197,03 0,03
30-10-2013 5,00 12,81 23,42 0,00 60,00 0,00
13-11-2013 5,00 13,19 22,74 0,00 60,00 0,00
28-11-2013 5,00 13,40 22,39 0,00 60,00 0,00
11-12-2013 5,00 13,42 22,35 0,00 60,00 0,00
26-12-2013 5,00 14,31 20,96 0,00 60,00 0,00
08-01-2014 5,00 14,62 20,52 0,00 60,00 0,00
22-01-2014 5,00 14,43 20,79 0,00 60,00 0,00
06-02-2014 5,00 12,28 24,43 0,00 60,00 0,00
19-02-2014 5,00 10,85 27,65 0,10 67,03 0,09
05-03-2014 5,00 9,97 30,09 0,25 16,88 0,89
19-03-2014 5,00 8,97 33,44 0,50 16,15 1,86

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.94


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-19:Drenos da margem direita (DGD5/NOR e DGD5/SUL)


Código 234 Código 235
Data Leituras Caudal Leituras Caudal
Volume (l) Tempo (s) (l/min) Volume (l) Tempo (s) (l/min)

02-10-2013 2,00 30,56 3,93 1,00 30,41 1,97


16-10-2013 2,00 32,82 3,66 1,00 31,12 1,93
30-10-2013 2,00 34,06 3,52 1,00 31,03 1,93
13-11-2013 2,00 31,00 3,87 1,00 30,44 1,97
28-11-2013 2,00 32,35 3,71 1,00 30,37 1,98
11-12-2013 2,00 31,78 3,78 1,00 30,72 1,95
26-12-2013 2,00 30,91 3,88 1,00 29,95 2,00
08-01-2014 2,00 30,50 3,93 1,00 30,72 1,95
22-01-2014 2,00 31,94 3,76 1,00 31,03 1,93
06-02-2014 2,00 32,41 3,70 1,00 29,90 2,01
19-02-2014 2,00 31,62 3,80 1,00 30,10 1,99
05-03-2014 2,00 33,96 3,53 1,00 28,66 2,09
19-03-2014 2,00 33,94 3,54 1,00 29,09 2,06

Tabela A7-20: Extensómetros de barras nas encostas (valores iniciais)

Localização do aparelho Leituras iniciais (mm)

Bloco Extensómetro Cota (m) Código Invar Vara

JUS EFMD1-1 230,7 1 45 32,80

JUS EFMD1-2 230,7 2 45 30,01


JUS EFMD2-1 265,7 3 45 30

JUS EFMD2-2 265,7 4 45 29,87

JUS EFMD3-1 295 5 45 30,01


JUS EFMD3-2 295 6 45 30

JUS EFME1-1 246,8 7 45 30,02

JUS EFME1-2 246,8 8 45 30,03


JUS EFME2-1 266,7 9 45 30,02

JUS EFME2-2 266,7 10 45 30

JUS EFME3-1 291,7 11 45 29,93


JUS EFME3-2 291,7 12 45 29,98

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.95


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-21: dados e resultados de extensómetros de barras nas encostas

24-10-2013

22-11-2013

31-12-2013

29-01-2014

27-02-2014

28-03-2014
Código
Designação/Data

Invar 45 45 45 45 45 45
1 Vara - 27,41 27,42 27,34 27,31 27,29
Deslocamento - 5,39 5,38 5,46 5,49 5,51
Invar 45 45 45 45 45 45
2 Vara - 24,32 24,33 24,27 24,23 24,19
Deslocamento - 5,69 5,68 5,74 5,78 5,82
Invar 45 45 45 45 45 45
3 Vara - 31,49 31,49 31,62 - 30,71
Deslocamento - -1,49 -1,49 -1,62 - -0,71
Invar 45 45 45 45 45 45
4 Vara 31,29 31,3 31,42 30,5
Deslocamento -1,42 -1,43 -1,55 -0,63
Invar 45 45 45 45 45 45
5 Vara 26,3 26,31 26,28 26,22
Deslocamento 3,71 3,7 3,73 3,79
Invar 45 45 45 45 45 45
6 Vara 27,21 27,22 27,13 27,11
Deslocamento 2,79 2,78 2,87 2,89
Invar 45 45 45 45 45 45
7 Vara 28,44 28,46 28,58 28,53 28,54 28,52
Deslocamento 1,58 1,56 1,44 1,49 1,48 1,5
Invar 45 45 45 45 45 45
8 Vara 28,4 28,41 28,52 28,49 28,48 28,48
Deslocamento 1,63 1,62 1,51 1,54 1,55 1,55
Invar 45 45 45 45 45 45
9 Vara 29,31 29,36 29,3 29,2
Deslocamento 0,71 0,66 0,72 0,82
Invar 45 45 45 45 45 45
10 Vara 29,54 29,64 29,59 29,53
Deslocamento 0,46 0,36 0,41 0,47
Invar 45 45 45 45 45 45
11 Vara 27,96 28,08 28,02 27,9
Deslocamento 1,97 1,85 1,91 2,03
Invar 45 45 45 45 45 45
12 Vara 29,96 29,96 30,05 30,02
Deslocamento 0,02 0,02 -0,07 -0,04

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.96


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-22: Extensómetros de barras nas obras subterrâneas (valores iniciais)

LEITURAS
LOCALIZAÇÃO DO APARELHO
INICIAIS(mm)
Bloco EXTENSÓMETRO Cota(m) Código INVAR VARA
S1 EB1-1 204 1 45 24,2
S1 EB1-2 204 2 45 23,61
S2 EB5-1 204 10 45 25,1
S2 EB5-2 204 11 45 24,5
S3 EB9-1 204 18 45 23,66
S3 EB9-2 204 19 45 23,92
S1 EB2-1 204 3 45 23,82
S1 EB2-2 204 4 45 24,09
S1 EB2-3 204 5 45 24,1
S2 EB6-1 204 12 45 22,13
S2 EB6-2 204 13 45 24,22
S2 EB6-3 204 14 45 23,98
S3 EB10-1 204 20 45 24,17
S3 EB10-2 204 21 45 23,97
S3 EB10-3 204 22 45 23,25
S1 EB3-1 238,28 6 -1 42,37
S1 EB3-2 238,28 7 -1 38,93
S1 EB4-1 238,74 8 -1 45,61
S1 EB4-2 238,74 9 -1 41,17
S2 EB7-1 238,34 15 -1 43,23
S2 EB7-2 238,34 16 -1 39,57
S2 EB8 244,96 17 45 23,36
S3 EB11-1 238,26 23 45 22,96
S3 EB11-2 238,26 24 45 20,82
S3 EB12-1 238,74 25 45 22,99
S3 EB12-2 238,74 26 45 23,36

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.97


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-23: Dados e resultados de extensómetros de barras nas obras subterrâneas

Data/Código

10-10-2013

21-11-2013

19-12-2013

16-01-2014

18-02-2014

13-03-2014
Designação/Data

Invar 45 45 45 45 45 45
1 Vara 26,12 26,13 26,13 26,13 26,15 26,15
Deslocamento -1,92 -1,93 -1,93 -1,93 -1,95 -1,95
Invar 45 45 45 45 45 45
2 Vara 24,47 24,47 24,48 24,49 24,53 24,54
Deslocamento -0,86 -0,86 -0,87 -0,88 -0,92 -0,93
Invar 45 45 45 45 45 45
3 Vara 22,81 22,8 22,8 22,81 22,83 22,83
Deslocamento 1,01 1,02 1,02 1,01 0,99 0,99
Invar 45 45 45 45 45 45
4 Vara 22,88 22,85 22,86 22,88 22,88 22,89
Deslocamento 1,21 1,24 1,23 1,21 1,21 1,2
Invar 45 45 45 45 45 45
5 Vara 22,68 22,68 22,69 22,7 22,69 22,7
Deslocamento 1,42 1,42 1,41 1,4 1,41 1,4
Invar 45 45 45 45 45 45
6 Vara 23,25 23,22 23,23 23,23 23,22 23,22
Deslocamento -0,18 -0,15 -0,16 -0,16 -0,15 -0,15
Invar 45 45 45 45 45 45
7 Vara 19,67 19,66 19,67 19,67 19,66 19,65
Deslocamento 1,23 1,24 1,23 1,23 1,24 1,25
Invar 45 45 45 45 45 45
8 Vara 23,85 23,95 23,96 23,92 23,94 23,96
Deslocamento 1,03 0,93 0,92 0,96 0,94 0,92
Invar 45 45 45 45 45 45
9 Vara 22,26 22,26 22,27 22,26 22,26 22,27
Deslocamento 0,83 0,83 0,82 0,83 0,83 0,82
Invar 45 45 45 45 45 45
10 Vara 27,15 27,14 27,16 27,17 27,17 27,18
Deslocamento -2,05 -2,04 -2,06 -2,07 -2,07 -2,08
Invar 45 45 45 45 45 45
11 Vara 25,65 25,64 25,66 25,69 25,7 25,72
Deslocamento -1,15 -1,14 -1,16 -1,19 -1,2 -1,22
Invar 45 45 45 45 45 45
12 Vara 21,8 21,8 21,78 21,8 21,8 21,82
Deslocamento 0,33 0,33 0,35 0,33 0,33 0,31

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.98


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Tabela A7-24: Dados e resultados de extensómetros de barras nas obras subterrâneas

10-10-2013

21-11-2013

19-12-2013

16-01-2014

18-02-2014

13-03-2014
Código
Designação/Data

Invar 45 45 45 45 45 45
13 Vara 23,58 23,58 23,58 23,58 23,58 23,59
Deslocamento 0,64 0,64 0,64 0,64 0,64 0,63
Invar 45 45 45 45 45 45
14 Vara 23,09 23,09 23,1 23,09 23,09 23,09
Deslocamento 0,89 0,89 0,88 0,89 0,89 0,89
Invar 45 45 45 45 45 45
15 Vara 23,91 23,91 23,92 23,93 23,93 23,93
Deslocamento -0,35 -0,35 -0,36 -0,37 -0,37 -0,37
Invar 45 45 45 45 45 45
16 Vara 21,56 21,55 21,57 21,57 21,58 21,59
Deslocamento -0,09 -0,08 -0,1 -0,1 -0,11 -0,12
Invar 45 45 45 45 45 45
17 Vara 19,63 19,63 19,63 19,65 19,69 19,68
Deslocamento 3,73 3,73 3,73 3,71 3,67 3,68
Invar 45 45 45 45 45 45
18 Vara 25,44 25,43 25,42 25,44 25,44 25,46
Deslocamento -1,78 -1,77 -1,76 -1,78 -1,78 -1,8
Invar 45 45 45 45 45 45
19 Vara 24,68 24,68 24,71 24,72 24,73 24,75
Deslocamento -0,76 -0,76 -0,79 -0,8 -0,81 -0,83
Invar 45 45 45 45 45 45
20 Vara 22,31 22,3 22,3 22,3 22,29 22,28
Deslocamento 1,86 1,87 1,87 1,87 1,88 1,89
Invar 45 45 45 45 45 45
21 Vara 22,37 22,31 22,33 22,33 22,35 22,37
Deslocamento 1,6 1,66 1,64 1,64 1,62 1,6
Invar 45 45 45 45 45 45
22 Vara 21,42 21,43 21,44 21,44 21,45 21,45
Deslocamento 1,83 1,82 1,81 1,81 1,8 1,8
Invar 45 45 45 45 45 45
23 Vara 22,78 22,77 22,77 22,76 22,79 22,78
Deslocamento 0,18 0,19 0,19 0,2 0,17 0,18
Invar 45 45 45 45 45 45
24 Vara 20,28 20,28 20,27 20,29 20,3 20,29
Deslocamento 0,54 0,54 0,55 0,53 0,52 0,53
Invar 45 45 45 45 45 45
25 Vara 22,79 22,78 22,8 22,8 22,82 22,8
Deslocamento 0,2 0,21 0,19 0,19 0,17 0,19
Invar 45 45 45 45 45 45
26 Vara 22,01 22 22,01 22,03 22,03 22,02
Deslocamento 1,35 1,36 1,35 1,33 1,33 1,34

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A7.99


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

Anexo 8 - Roteiro de Manutenção de fio de Prumo invertido.

EQUIPAMENTO: Flutuador, Balde, Pêndulo, Fixação do fio, Cone de referência, Base


de Coordinómetro, nicho do fio de prumo e tampa de protecção de cotas inferiores.

0010 - FLUTUADOR:

- Verificação da mobilidade do flutuador. Periodicidade mensal.


- Caso haja indícios de degradação, por exemplo um furo que admita água, o
flutuador deverá ser removido para a reparação. Periodicidade: nenhuma.

0020 - BALDE E TAMPA:

- Verificar o nível da água no balde. Periodicidade mensal.


- Verificar a existência de material em suspensão ou depositado no fundo,
remoção desse material, e ainda, o desentupimento do tubo indicador do nível
da água. Periodicidade mensal.
- Pintura do balde e da tampa. Periodicidade anual.

0030 - SISTEMA DE FIXAÇÃO DO FIO:

- Verificação do aperto dos parafusos, possível redução da secção do fio por


esmagamento e oxidação do conjunto de fixação-suspensão. Periodicidade
mensal.

0040 – PÊNDULO:

- Verificar a mobilidade. Periodicidade mensal.


- Limpeza na zona de leitura (visada). Periodicidade mensal.
- Verificação do estado de conservação do fio (oxidação e outro tipo de
degradação). Periodicidade mensal.

0050 - CONE DE REFERÊNCIA:

- Limpeza do cone de referência. Periodicidade mensal.


- Pintura da cantoneira de fixação do cone de referência. Periodicidade anual.

0060 - BASE DE COORDINÓMETRO:

- Limpeza da base de coordinómetro. Periodicidade mensal. Pintura da cantoneira


de fixação da base de coordinómetro. Periodicidade anual.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A8.100


Segurança estrutural da barragem de Cahora Bassa durante a época chuvosa 2013/2014

0070 - NICHO DO FIO DE PRUMO:

- Limpeza do nicho (varrer, remover teias de aranha, etc.). Periodicidade mensal.


- Pintura das paredes à tinta branca. Periodicidade anual.

0080 - TAMPA DE PROTECÇÃO DO FURO PARA AS COTAS INFERIORES:

- Remoção de resíduos sólidos (por exemplo carbonato de cálcio) que podem


dificultar o escoamento da água. Periodicidade mensal.
- Pintura da tampa. Periodicidade anual.

Relatório de Estágio Profissional Carlos Pedro Guambe A8.101

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