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17/05/2023

Universidade Federal da Bahia


Departamento de Geologia
Mineralogia Determinativa e Petrográfica

Conoscopia de Minerais
Uniaxiais
Docente: Dr. Jailson Júnior Alves Santos

Período 2023.1

Sistemas de Observação Microscópica


Sistema ortoscópico (polarizador +
analisador) + condensador móvel +
lente de Amici-Bertrand + objetiva
de maior aumento linear 40X a 60X

Fonte: http://www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/mosistemas.html
17/05/2023

Objetivo

Obtenção de figuras de interferência


 Permite avaliar simultaneamente um conjunto de propriedades ópticas:

 caráter uniaxial ou biaxial,


 sinal óptico dos minerais uniaxiais e biaxiais,
 obtenção do valor aproximado do ângulo 2V dos minerais biaxiais
 orientação óptica dos minerais – direções da indicatriz:
-localização das direções E, O, eixo e plano óptico, (minerais uniaxiais)
- localização das direções X, Y, Z , eixos ópticos, BXA, BXO, plano óptico
(minerais biaxiais)
 estimativa da birrefringência,
 dispersão da luz

Generalidades
Ortoscopia e luz natural polarizada  feixe de luz é paralelo e incide
perpendicularmente à face inferior do mineral  raios de luz percorrem uma
mesma espessura no interior do mineral
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Princípios
No sistema conoscópico, o feixe de luz
proveniente do polarizador incidente
sobre a face inferior de um mineral, não é
paralelo, mas sim convergente, de tal
forma que em seu interior se desenvolve
um cone de luz divergente que se dirige
para a lente de Amici-Bertrand.

Com isso, mesmo para um mineral com


espessura constante, os raios de luz percorrem
espessuras diferentes em seu interior, o que
resulta no aparecimento das figuras de
interferência.

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Princípios

Lente de Amici-Berttand

É empregada apenas no sistema


conoscópico e tem como finalidade trazer
a figura de interferência para o plano
focal da ocular. Acha-se localizada entre a
ocular e o analisador e pode ser introduzida
ou retirada do sistema óptico, como mostra a
figura ao lado.

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Princípios

Os minerais isotrópicos não produzem figuras de interferência.

Os minerais anisotrópicos apresentam figuras de interferência de vários


tipos, conforme sua natureza ótico-cristalográfica.

As figuras de interferência recebem nomes relativos a seções


perpendiculares a certos elementos óticos:
Ex: Eixo ótico – seção perpendicular ao eixo ótico;
Bissetriz Aguda – seção perpendicular à bissetriz aguda;
Bissetriz Obtusa – seção perpendicular à bissetriz obtusa;
Normal Ótica – seção perpendicular à direção Y

Observação Conoscópica dos Minerais


Uniaxiais
Os minerais do sistema trigonal/romboédrico, hexagonal e tetragonal
possuem uma direção segundo a qual não se verifica o fenômeno de dupla
refração.
A direção do mineral com essa propriedade é o eixo ótico e é paralelo ao eixo
cristalográfico c.

A indicatriz dos minerais uniaxiais é


um elipsóide de revolução.

O sinal óptico é a relação entre os


índices de refração dos raios
extraordinário (ne) e ordinário (nw).

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Observação Conoscópica dos Minerais


Uniaxiais
Os tipos de figuras de interferência fornecidas por um mineral dependerá
dos elementos ópticos envolvidos nas seções analisadas.

No caso dos uniaxiais, eles podem ter 3 tipos de figuras de interferência:

 eixo óptico centrado {0001};

 eixo óptico não centrado {1011};

 flash ou relâmpago {1010}.

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Observação Conoscópica dos Minerais


Uniaxiais
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Formação das Figuras de Intereferência

Os raios de luz que atravessam o


mineral no sistema consocópico são
divergentes e pode-se considerá-los
formando várias superfícies cônicas
concêntricas em relação ao eixo óptico
do mineral.

Formação das Figuras de Intereferência

O lugar geométrico de igual diferença de


caminhamento (D) dos raios que
atravessam o mineral, é denominada de
superfície de Bertin.
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As superfícies de velocidade de onda e a


formação das isógiras

A superfície de velocidade de onda é a representação inversa


de uma indicatriz.

Representação da superfície de onda de


um mineral uniaxial negativo, mostrando
as superfícies de ondas dos raios
ordinários (superfície esférica) e
extraordinários (superfície elíptica).

As superfícies de velocidade de onda e a


formação das isógiras

Superfícies de Velocidade de onda


de minerais uniaxiais positivos (A) e
negativos (B).

A figura mostra que os raios


ordinários se propagam segundo
uma circunferência, com velocidade
igual a VO enquanto que os raios
extraordinários, segundo uma elipse,
com velocidades que variam
segundo a direção considerada.
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Figura de Eixo Ótico Centrado

Um mineral uniaxial, com seu eixo


ótico perpendicular à platina do
microscópio durante a sua rotação,
apresenta-se extinto, quando
observado ortoscopicamente.

Esse cristal quando é observado


conoscopicamente, apresenta uma
figura de interferência tipo eixo
ótico centrado.

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Figura de Eixo Ótico Centrado


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Figura de Eixo Ótico Centrado

Influência da espessura da seção nas linhas isocromáticas

calcita

e= 30 μm 1 mm 2 mm

Figura de Eixo Ótico Centrado

"Com a rotação da platina a cruz aparentemente não se move.


"Cristais de um mesmo mineral que apresentarão esta figura serão os com ∆=0=
seção circular
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Figura de Eixo Ótico não-centrado

http://www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/mofiunin.html

Quando o eixo ótico do mineral não é exatamente perpendicular


à platina do microscópio, obtém-se uma figura de eixo ótico não
centrado

Figura de Eixo Ótico não-centrado

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Deve-se observar que quanto maior for a inclinação do corte em relação à seção
circular, mais afastado do centro da figura estará o melatopo, podendo inclusive,
estar fora do campo de visão do microscópio.
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Figura de Eixo Ótico não-centrado

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Com a rotação da platina do microscópio, o melatopo descreve uma trajetória


circular em relação ao centro dos retículos, permanecendo os braços da cruz
paralelos aos planos de vibração do polarizador e analisador

Figura de Eixo Ótico não-centrado

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Figura do tipo Relâmpago ou Flash


Quando um cristal de mineral apresenta
seu eixo ótico paralelo à platina do
microscópio, obtém-se uma figura de
interferência do tipo flash.

Esta figura, consiste em uma cruz escura


larga e de contornos não muito nítidos.

http://www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/moflashuni.html

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Figura do tipo Flash

http://www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/moflashuni.html

Geralmente, uma rotação da platina de cerca de 7 a 10°, no máximo, é suficiente


para que os dois ramos escuros desapareçam completamente do campo do
microscópio.
Durante a rotação da platina, os ramos escuros se dirigem para os quadrantes,
onde se dirige o eixo ótico ou eixo cristalográfico c.

A formação da figura de interferência do tipo


relâmpago ou "flash" e a localização dos raios
"E" e "O":
Os raios de luz que
atravessam o mineral
procedentes do cone de
iluminação conoscópica
caminham segundo um
número infinito de
planos principais que
contém o eixo óptico.
Estes planos emergem
do plano da figura de
interferência como uma
série de traços paralelos
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Determinação do Sinal Ótico

A determinação do sinal óptico dos minerais uniaxiais através de


figuras de interferência pode ser feita com o auxílio dos
compensadores.

 se o mineral tiver caráter uniaxial positivo, ne > nw e


portanto o raio "E" será o lento e o raio "O" o rápido.

 se o mineral tiver sinal óptico negativo, teremos ne <


nw e então, "E" será o raio rápido e "O" o lento.

Determinação do Sinal Ótico


 Utilizando a placa de Gipsita (atraso 1λ= 550 m)

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Determinação do Sinal Ótico


 Utilizando a placa de Gipsita (atraso 1λ= 550 m)

Determinação do Sinal Ótico


 Utilizando a placa de Gipsita (atraso 1λ= 550 m)
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Determinação do Sinal Ótico

Mineral: Berilo - Sinal óptico negativo

Determinação do Sinal Ótico


 Figura de Eixo Ótico Não-centrado:

http://www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/modetein.html

Para se determinar o sinal óptico é necessário determinar a posição do


melatopo e os quadrantes presentes na figura de interferência. Para isto,
gira-se a platina do microscópio e verifica-se a movimentação das isógiras.
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Uniaxial - Uniaxial -
+1 click para inserir compensador Uniaxial -
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Determinação do Sinal Ótico


Determinação do Sinal óptico Figura tipo Relâmpago ou Flash

Se mineral for +  n > n e E= L, O=R  -1


Se mineral for -  n < n e E= R, O=LR  +1

Determinação do Sinal Ótico


Para o compensador de mica (atraso = l/4λ):
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Determinação do Sinal Ótico


Para a cunha de quartzo

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