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SIMPÓSIO MULTIDISCIPLINAR DO ASSOALHO PÉLVICO

IMPACTO CLÍNICO DOS SINTOMAS


INTESTINAIS EM MULHERES COM
DISFUNÇÃO DO ASSOALHO PÉLVICO
Dra Liliane Vizotto
INTRODUÇÃO
 POP 15-30% DAS MULHERES COM IDADE ACIMA
DE 50 ANOS (LUBER; BOERO;CHOE, 2001)
 12% MULHERES SERÃO SUBMETIDAS A PELO
MENOS UM PROCEDIMENTO CIRÚRGICO (OLSEN ET
AL 1997)

 29% COM NECESSIDADE DE UM NOVO


PROCEDIMENTO POR VOLTA DOS 79 ANOS (OLSEN
ET AL 1997)
POP -Q
SISTEMA DE QUANTIFICAÇÃO DO PROLAPSO
 • Aa e Ap são pontos que se situam na linha média da parede
vaginal, 3cm proximal anterior e posterior respectivamente
às carúnculas himenais.
 • Os pontos Ba e Bp representam as posições mais distais da
porção superior das paredes vaginais anterior e posterior do
fórnice vaginal anterior e posterior ao ponto Aa e Ap,
respectivamente.
 • Avaliação do compartimento apical (ponto C): mensura-
se, sob manobra de Valsalva, a distância (em centímetros)
entre as carúnculas himenais e o colo uterino.
 • Avaliação do compartimento apical (ponto D): mensura-se,
sob manobra de Valsalva, a distância (em centímetros) entre
as carúnculas himenais e a Inserção dos ligamentos
uterossacros.
 • Hiato genital (HG): Medida, sob Valsalva, entre a
metade do esfíncter uretral e a fúrcula vaginal.
 • Corpo perineal (CP): Medida, sob Valsalva, entre a
fúrcula vaginal e a metade do esfíncter anal.
 • Além dessas medidas dinâmicas, mensura-se o
comprimento vaginal total (CVT) em repouso.
CLASSIFICAÇÃO
 Estadio III: o ponto de maior prolapso está a mais de 1
centímetro para fora do hímen, porém sem ocorrer
eversão total.
 Estadio IV: eversão total do órgão prolapsado. O ponto
de maior prolapso fica no mínimo no comprimento
vaginal menos dois centímetros
Defeitos do compartimento
posterior
 Constipação
 mais comuns em mulheres com prolapso da parede
posterior
 Controverso com relação a gravidade vs. Sintomas
intestinais
 Avaliar a associação clínica dos sintomas defecatórios em
mulheres com disfunção do assoalho pélvico
 Avaliar relação entre prolapso de parede vaginal posterior
quantificado pelo POP-Q e a presença de constipação e
incontinência anal
 Correlacionar prolapso da parede posterior (ponto Bp) com a
gravidade da constipação e incontinência anal
 Correlacionar as medidas HG, CP e HG+CP com a gravidade
da constipação e da incontinência anal
 Analisar a relação entre prolapso de parede vaginal posterior
e qualidade de vida (SF-36)
 Analisar a relação entre HG, CP e HG+ CP e qualidade de vida
(SF-36)
 Estudo caso-controle
 Pacientes que relatavam sintomas de DAP
 Grupo controle (sem prolapso da parede vaginal
posterior) - Bp<=-1
 Grupo caso - Bp >=0 (com prolapso da parede vaginal
posterior)
 Avaliação da constipação (CCCS) – Constipadas com
pontuação maior ou igual a 7
 Avaliação da incontinência anal CCIS – incontinência
anal com escore maior ou igual a um
 Avaliação da qualidade de vida SF-36
RESULTADOS
RESULTADOS
DISCUSSÃO
 Mulheres que buscam consultas uroginecológicas,
apresentam uma alta taxa de sintomas intestinais
(relacionados à evacuação obstruída e à continência
fecal)
 Constipação mais frequentemente em mulheres com
prolapso da parede vaginal posterior (COLLINS;
O’SULLIVAN; LASALA, 2012, MOURITSEN; LARSEN, 2003, FIALKOW
et al., 2002)

 Contudo, outros descrevem associações


estatisticamente fracas (KAHN et al., 2005, DIETZ, 2009)
DISCUSSÃO
 Mulheres que buscam consultas uroginecológicas,
apresentam uma alta taxa de sintomas intestinais
(relacionados à evacuação obstruída e à continência
fecal)
 Constipação mais frequentemente em mulheres com
prolapso da parede vaginal posterior (COLLINS;
O’SULLIVAN; LASALA, 2012, MOURITSEN; LARSEN, 2003, FIALKOW
et al., 2002)

 Contudo, outros descrevem associações


estatisticamente fracas (KAHN et al., 2005, DIETZ, 2009)
 POP-Q : Avalia apenas parte anatômica dos prolapsos
vaginais ,não estuda a função do assoalho pélvico nem
de esfíncter anal
 existem críticas quanto à acurácia deste método no
diagnóstico de retoceles verdadeiras (DIETZ, 2009).

 Dietz (2009) e Guzman et al. (2016) evidenciaram que a


retocele clínica estava fracamente associada a sintomas
de prolapso vaginal
 Digitação vaginal, para auxiliar a defecação, foi o único
sintoma significativamente associado com a verdadeira
retocele
 A incontinência anal e a urgência fecal não estavam
associadas à presença de POP posterior. Esses achados
confirmam os de outros autores (FIALKOW et al., 2002, SAKS
et al., 39 2010, BRADLEY et al., 2006, GROENENDIJK et al., 2012)

 A qualidade das fezes influenciaria muito mais em


relação aos sintomas de defecação obstruída do que a
própria presença do prolapso de parede posterior (DIETZ,
2009)

 Os resultados na literatura são controversos quanto à


avaliação da correlação entre POP posterior e sintomas
intestinais
 Não se observou neste estudo associação clinicamente
significativa, confirmando o que outros autores
também demonstraram (GRIMES; LUKACZ, 2012, TAN et al.,
2005, KLINGELE et al., 2005, ELLERKMANN et al., 2001, DA SILVA et al.,
2006; WEBER et al., 1998, MIEDEL et al., 2008)

 Sintomas intestinais e o prolapso vaginal posterior


comumente coexistem, mas não necessariamente têm
uma relação causal.
 A mensuração de HG+CP pode ajudar a identificar
mulheres com avulsão dos músculos elevadores do
ânus, as quais estão em maior risco de desenvolver
prolapso
 Avulsão do elevador parece ser um fator de risco
independente para a recorrência do prolapso após o
tratamento cirúrgico (GERGES et al., 2013,
VOLLOYHAUG et al., 2013).
 Prognóstico do sucesso cirúrgico
 Há múltiplas disfunções que afetam o compartimento
posterior da mulher e que podem contribuir para os
sintomas
 prolapso,

 Incontinência

 Esforço excessivo para defecação,

 sensação de evacuação incompleta,

 Fezes endurecidas,

 Sensação de obstrução anorretal e

 Manobras manuais para facilitar a defecação.

 Muitas destas disfunções necessitam de exames


complementares para seus diagnósticos

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