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publicações waldorf

Capítulos de
História antiga

compilado por Dorothy Harrer


Capítulos de
História antiga
compilado por
Dorothy Harrer

INSTITUTO DE PESQUISA PARA Waldorf EDUCAÇÃO


Impresso com o apoio do Waldorf Curriculum Fund

Publicado por:
Publicações Waldorf no
Instituto de Pesquisa para Educação Waldorf
38 Main Street
Chatham, NY 12037

Título: Capítulos da História Antiga


Autor: Dorothy Harrer
Editor de texto / revisor: Meg Gorman
Layout: Ann Erwin
Imagem de capa: Vila dos Mistérios, afresco, Pompéia

© 2016 Waldorf Publications


ISBN # 978-1-936367-89-4
Conteúdo

Índia Antiga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

Canção da Criação do Rig Veda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10


A Criação e o Dilúvio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . As Leis 12
de Manu. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A história 15
de Rama. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Gautama 17
Buddha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

Pérsia Antiga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

Os poderes da luz e os poderes das trevas. . . . . . . . . . . . 32


Zaratustra. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

Mesopotâmia . . . ........ ........................... 37

Gilgamesh. . . . . . . ........ ........................... 40


Mesopotâmia . . . . . . . . . . . . . ........................... 46
Enheduanna. . . . . . . . . . . . . . ........................... 48
A estrela do Natal. . . . . . . . . ........................... 52
Senaqueribe e o Assírios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Esarhaddon. . . . . . . . . . . . . . . ........................... 57

Antigo Egito . . . . . . . . . . ......................... 61

O vento e a luz. . . . . . . ......................... 64


Osiris. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ......................... 64
A Biografia do Rio Nilo. ......................... 66
Khufu. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ......................... 69
O Povo do Egito. . . . . . . . . ......................... 73
Vida e morte . . . . . . . . . . . . . ......................... 76
Antiga e precoce Grécia. . . . . . . . . . ............ 77

Orfeu. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Os deuses ............ 80


gregos e o início de todas as coisas Rei Minos de ............ 84
Creta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............ 85
Teseu. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Os heróis do ............ 87
Egeu. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Heinrich ............ 90
Schliemann. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Os Doze Trabalhos ............ 95
de Hércules. . . . . . . . . . . . . . . Jogos ............ 97
Olímpicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O Oráculo ............ 100
Delphic. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Mão da ............ 103
Grécia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Licurgo de ............ 104
Esparta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Educação em ............ 105
Esparta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Atenas mais ............ 107
antiga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sólon de ............ 109
Atenas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O Tirano, ............ 110
Pisístrato. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............ 112
Temístocles. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............ 114
Péricles. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Educação ............ 124
em Atenas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sacerdotes do ............ 126
Belo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Leste e ............ 128
oeste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............ 129
Sófocles. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............ 129
Phidias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O ............ 130
nascimento da filosofia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Depois de ............ 131
Péricles. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Filipe da ............ 134
Macedônia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Alexandre o ............ 135
grande . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............ 137

Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
Índia Antiga
Todo o Veda é a primeira fonte da lei
sagrada. Qualquer lei que tenha sido
ordenada para qualquer pessoa por
Manu, isso foi totalmente declarado
no Veda.


Rico em valor real e valor, Rico em
sagrada tradição védica,
Dasaratha governou seu império
Nos dias felizes de outrora - Como
o antigo monarca Manu, Pai da
raça humana,
Dasaratha governou seu povo com
a graça amorosa de um pai -
Homens nascidos duas vezes eram livres de

paixão, luxúria de ouro e ganância impura,

Fiel a seus ritos e escrituras, Verídicos em


suas palavras e ações - Kshatriyas se
curvou aos sagrados Brahmans, Vaisyas
aos Kshatriyas se curvaram, Sudras
trabalhadores viviam pelo trabalho, De seu
dever honesto orgulhoso.
- O Rig Veda


Esta é a nobre verdade
Quanto ao caminho que
leva à destruição da dor:
Verdadeiramente! É o nobre caminho
óctuplo; Quer dizer:
Discriminação correta, julgamento correto,

discurso correto, ação correta,

Relacionamento correto, esforço correto, pensamentos

de memória correta, equilíbrio correto.

- Gautama Buda

8
Na Índia antiga
homens olhavam
este mundo como

irreal ou maya.
Eles ansiavam por
voltar ao mundo real
do céu
onde tudo era
real e eterno,
e eles consideraram
vida na Terra
ser um tempo

no qual se preparar para

um retorno

para Brahma.

9
Canção da Criação
de rig veda
(Sânscrito, três versos e inglês)

nasad asin, na sad asit tadanim: nasid


Não era inexistente nem existente: não

rajo no vioma paro yat. kim avarivah?


havia reino de ar, nenhum céu além dele.

kuha? kasya sarmann? amba kim asid,


O que é coberto e onde? E o que deu abrigo? A água

gahanam, gabihiram?
estava lá, profundidade insondável da água?

na mrytur asid, amritam matachi, na


A morte não era então, nem havia nada imortal, Nenhum

ratria ahua asit praketra. anid avatam


sinal estava lá, o divisor do dia e da noite. Aquela única

svadhaya tad ekam, tasmad dhanyan


coisa, sem fôlego, respirada por sua própria natureza, Além

naparah kim canasa.


disso, não era absolutamente nada.

tama asit tamasa gulham concorda;


Escuridão existia; a princípio escondido na escuridão; Tudo

aprakitam salikam sarvam a idam.


isso era um caos indiscriminado.

tuchyenabhu apihitam yad asit,


Tudo o que existia então era vazio e sem forma,

tapasas tan mahinajayat aikam.


Pelo grande poder do calor nasceu aquele Único.

10
Quem realmente sabe, e quem pode declarar aqui, de
onde nasceu e de onde vem esta criação? Os deuses são
posteriores à produção deste mundo, quem sabe, então,
de onde surgiu pela primeira vez?

Ele, a primeira origem desta criação, quer ele


formou tudo, ou não, Cujos olhos controlam este
mundo no céu mais elevado, ele realmente sabe
disso, ou talvez não saiba.

Ajuda com as palavras sânscritas e sua pronúncia foi recebida de


UMA . Bhadkamkar de Bombaim. TudoUMAs são pronunciados "ah". OHs depois de
consoantes soam como em "d-ha-yan" e "tuchyena-b-hu." OGs estão em "bom" ou "grande".
Esta tradução em inglês é tirada deEscrituras hindus, editado por
Nicol Macnicol e publicado pela Everyman's Library, E .P. Dutton, Nova York.

11
A Criação e o Dilúvio
No começo não havia vida, sem vida, sem ar, sem céu, nenhum sinal que separava
o dia da noite. O universo existia na forma de escuridão, totalmente imerso, por assim
dizer, em sono profundo. Então, o divino Auto-existente apareceu com poder irresistível,
dissipando a escuridão. Aquele que contém todos os seres brilhou por sua própria
vontade.

Desejando produzir seres de muitos tipos, Ele criou as águas e soprou seu
calor nelas. Ele colocou Sua semente neles, e essa semente se tornou um ovo
dourado mais brilhante que o sol. E naquele ovo, Ele mesmo nasceu como
Brahma, o progenitor de todo o mundo.

Ele descansou no ovo por um ano inteiro. Então, por seu pensamento, Ele
dividiu o ovo em duas metades. Destas duas metades, Ele formou o céu e a
terra, entre eles a esfera do meio, a morada eterna das águas.

Pela respiração de sua boca, Ele criou os deuses que entraram no céu. E
ao respirar para baixo Ele criou os demônios, separando assim o bem do mal, a
luz das trevas. Pois com a criação dos deuses brilhou o dia, e com a criação dos
demônios veio a escuridão.

Então, para o bem da prosperidade dos mundos, Ele fez com que os sacerdotes saíssem
de Sua boca, os guerreiros de Seus braços, os mercadores de Suas coxas e de Seus pés os
homens que trabalhariam como servos de outros.

Ele então dividiu Seu próprio corpo em duas partes, masculino e feminino, e
deu à luz um filho, Virag, que se tornou o pai de Manu, que foi chamado de O Filho
do Sol, o Primeiro Rei dos Homens, pois Brahma revelou a ele as Leis Sagradas
sobre como os seres humanos deveriam viver na terra.

Quatro grandes eras, ou épocas de tempo, seguiram a criação do mundo e da


humanidade. No Krita Yuga, ou Idade Perfeita, todos os homens eram santos e sem
medo, sem orgulho ou ódio. Suas mentes estavam constantemente repletas de
deleite, pois eles podiam ver o céu e os seres espirituais que guiavam o mundo. E
eles se sentiam irmãos, os filhos de Brahma, seu Criador. Eles disseram: “Nós
vivemos e fazemos parte da Brahma”. O tempo não estava nem muito quente nem
muito frio. Não havia casas de nenhum tipo. Nem havia plantas.

12
Todas as necessidades da humanidade foram supridas sem que ele precisasse fazer nenhum
esforço. Os homens nunca envelhecem, embora tenham vivido quatro mil anos. Eles nunca
ficaram doentes, nem sofreram acidentes prejudiciais. Uma vez na vida, os filhos nasceram
aos pares, fora de seu pensamento. Quando finalmente morreram, outros homens desceram
do céu para ocupar seus lugares.

Então começou uma nova era, a Treta Yuga, que era menos perfeita. Os homens se sentiam menos

próximos do céu. Suas necessidades eram supridas por uma árvore celestial chamada Household Kalpa

Tree, uma árvore da vida. Fornecia roupas, enfeites, frutas e mel tão cheios de um aroma, sabor e cor

adocicados que eram altamente fortalecedores. Os homens viviam desse mel não feito por abelhas; mas

com o passar do tempo, eles começaram a sentir um desejo ganancioso de tomar posse das Árvores Kalpa

para si. Isso foi um pecado e então todas essas árvores foram destruídas e todas as coisas que estavam

crescendo foram engolidas pela terra. O tempo mudou e estava muito quente ou muito frio. Os humanos

tiveram que encontrar abrigo em cavernas ou construir casas, e quase morreram de fome e sede. Então

Brahma deu aos homens a habilidade de trabalhar com as mãos para cultivar a terra e produzir suas

próprias colheitas.

Nesta era, o Treta Yuga, viveu Manu, o filho de Virag. É dito que Manu chamou à
existência dez grandes sábios que, por sua vez, criaram sete outros sábios, ou Rishis Sagrados,
e com sua ajuda Manu ensinou aos seres humanos as leis sagradas de Brahma que
conduziriam a humanidade para longe das trevas e do mal. Ainda assim, o mal teve que
aumentar na terra, para que os homens pudessem aprender a diferença entre o bem e o mal.

Finalmente chegou um momento em que, lideradas pelos demônios, as forças do


mal capturaram tantos homens que a bondade do mundo diminuiu pela metade. Este foi
o Dwapara Yuga, durante o qual a doença, a calamidade e o desejo pelas coisas deste
mundo fizeram a falsidade superar a verdade, e os homens tiveram que sofrer porque
pecaram.

Manu, cujo nome significa “Saber”, ainda vivia, e muitas vezes ia sozinho para
a floresta, ficando lá por longos períodos de tempo, voltando seus pensamentos
para Deus, silenciando todos os outros pensamentos. Um dia, parado perto de um
riacho, um peixe subiu do riacho e pediu sua proteção contra os peixes maiores que
desejavam engoli-lo, e ao mesmo tempo prometendo recompensá-lo. Manu colocou
o peixe em uma jarra e cuidou dele até que ficasse maior. Então ele colocou

13
um grande tanque. Os peixes cresceram além do tanque e pediram para serem levados para o rio.

Depois de algum tempo, o peixe voltou a falar com Manu dizendo que tinha ficado muito grande

para o rio, então Manu o levou para o oceano.

Então o peixe sorriu e disse: “Sabe, Senhor, meu protetor, que a


destruição do mundo está próxima. Chegou a hora de o mal ser tirado
da face da terra. Portanto, direi-te o que deves fazer para ser salvo.
Construa uma arca forte e maciça e forneça-a com uma longa corda.
Então entre com os Sete Rishis e leve com você todas as diferentes
sementes que crescem na terra e as preserve com cuidado.

“As nuvens multicoloridas e brilhantes se acumularão no céu, parecendo


rebanhos de elefantes enfeitados com coroas de relâmpagos. De repente, eles
explodirão, e a chuva cairá sem parar por doze anos, até que o mundo inteiro
esteja coberto de água.

“Então as nuvens desaparecerão. O Senhor Auto-criado, a Causa


Primeira de tudo, respirará os ventos e irá dormir. A Terra ficará coberta
de água. Sem minha ajuda, você não pode se salvar deste terrível dilúvio.
"

Então aconteceu como o peixe havia dito. Manu fez como ele foi aconselhado
e partiu no mar revolto com os Sete Rishis e as sementes que ele havia colhido. Ele
pensou no peixe e ele surgiu das águas como uma ilha, disfarçado de animal com
chifres. Manu fez um laço com a corda e lançou-o sobre os chifres do animal, e o
peixe rebocou a arca sobre o mar bravo. Sacudida pelas ondas, a embarcação
cambaleou como se fosse tombar. Nenhuma terra estava à vista. Havia água por
toda parte e nada além de Manu, os Sete Rishis e os peixes podiam ser vistos.

Depois de muitos anos, o navio foi rebocado até o pico mais alto do Himavat,
que ainda é chamado de Naubandhana (o porto), e foi feito rapidamente lá. O peixe
então falou e disse: “Eu sou Brahma, o Senhor de todas as criaturas. Não há
ninguém maior do que eu que te salvou do cataclismo. Manu criará novamente
todos os seres. Ao praticar austeridades severas, ele adquirirá este poder. ”

Então o peixe não foi mais visto. Quando as águas afundaram, Manu desceu a
montanha, oferecendo às águas o que tinha comido: manteiga, leite azedo, coalhada e
soro de leite. A comida tornou-se sólida e dela surgiu uma mulher que disse que

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era sua filha. Depois disso, muitas pessoas renasceram na terra e Manu e os
Sete Rishis ensinaram-lhes as leis de Brahma.

De acordo com as escrituras, vivemos na quarta grande era da vida do


homem na terra, a Kali Yuga. Resta apenas um quarto da bondade original. Os
homens se voltam cada vez mais para a maldade, e o mundo sofre grandes
problemas, embora haja homens apontando o caminho para isolar o mal do mundo.

As Leis de Manu
“Todo o Veda é a primeira fonte da lei sagrada; qualquer lei que tenha sido
ordenada para qualquer pessoa por Manu, que tenha sido totalmente declarada no
Veda. ” Nesse sentido, a humanidade foi dividida em quatro castas: Brahman, Kshatriya,
Vaisya e Sudra.

Como os brâmanes surgiram da boca de Brahma, eles são os primogênitos;


eles possuem o Veda e são por direito os senhores de toda a criação. O próprio
nascimento dos brâmanes é uma encarnação eterna da lei sagrada, pois eles
nasceram para cumprir a lei sagrada e se tornar um com Brahma. Tudo o que existe
no mundo torna-se propriedade dos brâmanes devido à excelência de sua origem.
Eles são os padres e os professores. Um Brahman erudito deve estudar
cuidadosamente as leis de Manu e instruir seus alunos nelas. Ninguém mais deve
fazer isso.

Nascidos dos braços de Brahma, os Kshatriyas nascem para proteger o povo;


eles são os guerreiros e os guardas. Os Vaisyas, surgindo das coxas de Brahma, são
os homens de negócios e comerciantes qualificados; eles cuidam do gado, cultivam
a terra, fazem comércio e emprestam dinheiro. Dos pés de Brahma surgiram os
Sudras, a classe trabalhadora, e é seu papel servir mansamente às outras castas.

Quatro etapas na vida são estabelecidas pelas leis de Manu: Iniciação,


Estudante, Família e Hermitismo.

Antigamente, assim que um menino de qualquer uma das três castas superiores
atingia uma certa idade, ele passava por uma Iniciação que o iluminava quanto ao objetivo de
sua vida na terra. Ele então recebeu o conhecimento de que, embora ao nascer ele tivesse
entrado em um mundo de trevas e irrealidade, ele poderia viver sua vida de tal maneira

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para ter certeza de seu retorno ao mundo divino e real de Brahma, onde ele encontraria
novamente aquela luz que não pode ser escurecida pelas sombras e a bem-aventurança que
nunca pode ser perturbada pelo prazer ou pela dor.

Após sua iniciação, o menino escolheu um professor. Para ele, seu


professor era a imagem de Brahma e merecia a maior reverência. Como
estudante, o menino aprendeu algumas regras de conduta: “Não responda
nem converse com seu Guru reclinando-se na cama, nem sentado, nem
comendo, nem falando com o rosto voltado para o lado oposto. Deixe-o
fazer de pé quando o Guru estiver sentado. À vista de seu professor, o aluno
não deve sentar-se descuidadamente à vontade. Que ele não pronuncie o
mero nome de seu Guru, mesmo nas costas, sem adicionar um título
honorífico, e que não imite seu andar, fala ou comportamento. Sempre que
as pessoas censuram ou difamam com justiça um professor, o aluno deve
tapar os ouvidos ou partir para outro lugar. ” Depois de aprender como se
purificar, realizar a adoração do fogo e as devoções do crepúsculo,

Tendo completado sua bolsa de estudos, o jovem poderia se casar, mas


apenas com uma jovem de sua própria casta. Ao longo de sua vida de casado, o
fogo sacrificial que foi aceso em seu casamento foi mantido aceso. Seus deveres
como chefe de família incluíam o estudo diário do Veda, ofertas queimadas diárias
no fogo a todos os seres do mundo e aos deuses, e dar presentes aos pobres, aos
doentes e aos animais.

Quando um homem cumpriu sua vida como chefe de família e quando seus filhos
cresceram, ele deixou sua casa e foi viver como um eremita na floresta. Vestido com
casca de árvore e comendo raízes, frutos silvestres e bagas, ele vivia em uma caverna ou
nas raízes de uma árvore. Ele carregou o fogo doméstico com ele e continuou a fazer
sacrifícios aos deuses. Ele meditou no Veda, preocupou-se cada vez menos com seu
conforto corporal e se preparou para a morte, para que depois da morte pudesse seguir
o caminho mais direto até Brahma, seu Criador.

16
TheStory of Rama
Valmiki era um eremita da floresta. A ele veio um Rishi que lhe contou
a história de Rama. Um dia depois disso, Valmiki foi ao rio tomar banho e
encontrou duas garças brincando juntas na margem do rio. De repente, um
caçador que passava atirou no pássaro macho, que imediatamente caiu
morto em uma poça de sangue. Grande foi a dor da mulher, e o coração de
Valmiki foi tão comovido por seus gritos de angústia que ele começou a falar
o que sentia em um medidor maravilhoso. Tão musical e poético era seu
discurso que o deus Brahma se aproximou dele e ordenou que ele
compusesse a história que ele tinha ouvido do Rishi nesta métrica. Então,
Valmiki obedeceu a Brahma, sentou-se em um tapete de grama, bebeu água
benta e ficou absorto em pensamentos até que visões da história foram
reveladas diante de seus olhos. Então, versículo por versículo, ele cantou o
Ramayana;

Em Lanka (Sri Lanka), Rahvana, Rei dos Demônios, tinha sua morada. Ele cresceu
em poder até se tornar mais poderoso do que Yama, o deus da morte; do que Agni, o
deus do fogo; do que Vayu, o deus do vento; e ainda mais poderoso do que Surya, o deus
do sol. Agora Rahvana estava incomodando Indra, o deus do trovão. Então Indra apelou
a Brahma, o criador dos deuses, demônios e homens, para libertar os deuses das garras
de Rahvana. Mas Brahma estava desamparado, pois havia prometido a Rahvana no início
de todos os tempos que nunca poderia ser destruído por homens mortais. Então Brahma
conduziu Indra e os outros deuses até Vishnu, o preservador, e eles oraram a Vishnu
para salvá-los do rei demônio.

Vishnu disse: “Não tenha medo. Rahvana não pode resistir a macacos ou a
mim. Ide, pois, ó deuses, para a terra e assumi os corpos de macacos; e vou me
dividir em quatro partes e nascer como os quatro filhos de Rajah Dasaratha. Quando
eu batalhar contra Rahvana, você se apressará em me ajudar. "

O Maha Rajah Dasaratha governou o antigo reino de Ayodhya nas


margens do rio Gogra. Ayodhya era uma bela cidade de ruas, templos, bosques
e jardins, palácios e lagos de água. Banners voaram com a brisa. Os brâmanes
cantavam os Vedas e os músicos tocavam música em homenagem ao Maha
Rajah. As muralhas, torres e portões da cidade eram todos guarnecidos por
arqueiros e armazenados com armas. Brahman Rishis estavam ensinando seus

17
alunos nas têmporas. Os guerreiros Kshatriya estavam treinando suas tropas no uso de
espadas, lanças e arcos. Vaisyas, os mercadores, estavam vendendo mercadorias nos
mercados. Nos campos da cidade, os Sudras cultivavam o solo. Homens de outras castas
inferiores aos Sudras estavam ocupados com seus negócios: joalheiros, ferreiros de latão,
homens que cantavam, mulheres que dançavam, condutores de carruagens, vendedores de
flores. Cada filho, do mais alto ao mais baixo, seguiu no chamado de seu pai para que não
houvesse confusão.

O Maha Rajah morava em seu palácio no centro da cidade e era amado e


elogiado como o maior Rajah em todo o mundo. Ele tinha oito conselheiros para
assuntos de estado e dois brâmanes como seus sacerdotes e conselheiros
espirituais. Ele tinha três rainhas e, com o passar do tempo, elas lhe deram quatro
filhos. Rama, o mais velho, era filho de Kausalya, o bom. Bharata era filho de Kaikeyi,
o perverso. Os gêmeos, Lakshmana e Satrughna, eram filhos de Sumitra, a doce.

Rama era o mais bonito. O Brahman, Vasishtha, viu em Rama as marcas de Vishnu.
Quando bebê, ele chorou pela lua. Nem leite, nem joias, nem orações o impediriam de
chorar; mas quando um espelho que refletia a lua foi colocado em sua mão, ele pensou
que a lua havia recebido e ficou quieto. À medida que cresceu com seus irmãos, ele se
elevou bem acima deles, como uma bandeira que tremula acima de uma cúpula alta, em
tudo o que ele aprendeu: gramática, música, pintura, dança, o uso de arcos e lanças,
cavalgando cavalos e elefantes, e dirigindo carruagens.

Quando Rama tinha dezesseis anos, o Rajah de um reino vizinho proclamou


que daria sua filha em casamento ao Kshatriya, que poderia dobrar o arco de Shiva,
um grande arco nunca antes dobrado ou amarrado. Rama e Lakshmana foram à
corte do Rajah e o arco foi trazido diante deles em uma carruagem de ferro de oito
rodas. Com um sorriso, Rama ergueu o arco, amarrou-o e dobrou-o com tanta força
que ele se partiu em dois com um barulho terrível como um trovão. A terra
estremeceu, as montanhas ecoaram como se tivessem sido atingidas por um dos
raios de Indra, e todos caíram atordoados, exceto Janaka, o Rajah, Rama e
Lakshmana. Assim, Rama ganhou Sita, uma jovem muito bonita, como sua noiva.
Grande foi a alegria no reino de Dasaratha.

Conforme o Rajah Dasaratha estava envelhecendo, seus conselheiros queriam que


Rama fosse instalado como o Jovem, ou Yuvarajah, para assumir o governo do reino para que
Dasaratha pudesse passar seus últimos anos se preparando para sua morte. Todos os sábios

18
e os chefes guerreiros concordaram. Dasaratha, que amava Rama, ficou muito feliz e isso
foi proclamado. Grandes celebrações foram preparadas durante a noite. A cidade foi
iluminada com tochas. Bandas de música tocavam nas ruas. O trono dourado foi erguido
sob o guarda-chuva real. Os templos estavam enfeitados com guirlandas. As estradas
foram regadas e cobertas com tapetes de pétalas de flores. De todo o campo, as pessoas
se aglomeraram na cidade para participar da festa.

Kaikeyi, a mãe de Bharata, foi persuadida por uma serva malvada que odiava
Rama de que se Rama se tornasse o Rajah, ela e seu filho se tornariam seus
escravos. Uma vez, há muito tempo, Kaikeyi salvou a vida de Dasaratha e prometeu
a ela que, se ela pedisse, ele lhe concederia dois favores. Agora Kaikeyi, ameaçando
se envenenar, pediu esses favores. Uma era que Bharata deveria se tornar o
Yuvarajah, e a outra era que Rama fosse enviado para a floresta por quatorze anos.
Com grande tristeza, Dasaratha teve que cumprir sua promessa.

Rama foi chamado perante o trono e foi informado de seu destino por Kaikeyi.
Ele não demonstrou desânimo, fez ao pai a promessa de permanecer na floresta e
voltou a Sita para se despedir; mas Sita e Lakshmana insistiram em ir com ele. Todos
os três caminharam para o palácio descalços para se despedir de Dasaratha
enquanto o povo chorava e chorava. Quando os três deixaram a cidade, muitos
tentaram seguir Rama, mas na manhã seguinte, ele os deixou para trás e entrou na
fronteira do reino de onde foram carregados em uma carruagem. Então Rama e
seus companheiros, Sita e Lakshmana, vagaram para o sul em direção ao rio Ganges.

Dasaratha morreu e Bharata foi convocado para assumir o trono. Ele perguntou por
Rama e, pela primeira vez, ouviu a história da astúcia de sua mãe. Bharata jurou nunca se
sentar no trono de Rama e partiu com um grande exército em busca dele. Quando ele
encontrou Rama, ele implorou que ele voltasse para Ayodhya. Rama não quebraria sua
promessa de ficar longe por quatorze anos. Bharata se ofereceu para ficar e deixar Rama
retornar para governar, mas Rama recusou. Então Bharata pediu a Rama para calçar um par
de sandálias douradas. Rama o fez, mas depois os devolveu a Bharata, que tristemente voltou
a Ayodhya com as sandálias de Rama. Então Bharata se vestiu de casca de árvore e morou
fora da cidade, na selva, e colocou as sandálias de Rama sob o guarda-chuva real como um
sinal de que Rama governava e que ele, Bharata, estava guardando o reino até o retorno de
Rama. Lá,

19
Nesse ínterim, Rama, Sita e Lakshmana vagaram pela Índia, cruzaram as
montanhas Vindhya e construíram uma cabana perto da foz do rio Godavari.
Treze anos e meio se passaram em amor, paz e sossego.

Um dia, Surpanakha, a irmã do demônio Rahvana, vagou até o eremitério. Ao


ver Rama, ela se apaixonou por ele. Ela se transformou de um demônio feio em uma
bela donzela; ela disse a ele quem ela era e que o havia escolhido para seu marido.
Rama recusou sua oferta e sugeriu que ela se casasse com Lakshmana, que zombou
dela, então ela saltou em Sita. Rama a empurrou para trás e Lakshmana cortou suas
orelhas e nariz para que ela fugisse, gemendo como uma tempestade. Ela fugiu para
os outros demônios da vizinhança e contou-lhes o que havia acontecido. Eles foram
capturar Rama e Lakshmana, mas foram todos mortos, exceto o líder que escapou.
Surpanakha convocou mais quatorze mil demônios, mas Rama e Lakshmana
mataram todos eles. Então a donzela demônio fugiu para Lanka e contou a seu
irmão, o rei demônio Rahvana, o que havia acontecido.

Não muito depois disso, um lindo cervo passou pelo eremitério. Era dourado com
manchas de prata e tinha chifres nas pontas com safiras e olhos azuis como flores de
lótus. Sita implorou a Rama que o pegasse como animal de estimação. Ele foi atrás do
cervo, deixando Lakshmana para guardar Sita. Depois de uma perseguição, Rama atirou
uma flecha que perfurou o coração do cervo. O irmão demônio Rahvana saltou do corpo
do cervo, gritando na voz de Rama: "Sita, Sita, salve-me." Sita ouviu o chamado e enviou
Lakshmana para ajudar Rama. Enquanto ela estava sozinha e desprotegida, Rahvana
apareceu e a carregou para Lanka em sua carruagem, que voou pelo ar como um grande
pássaro, puxado por burros com cabeças de demônio.

Quando Rama e Lakshmana retornaram e encontraram Sita desaparecida, eles


ficaram angustiados. Eles vagaram em busca dela pelas colinas florestadas, chamaram
por ela em cada montanha e colina, e pediram a todos os pássaros e animais que
contassem aos irmãos se a tivessem visto passar. Eles encontraram o rei dos abutres que
tinha visto Rahvana carregando Sita em direção ao sul. Eles encontraram um demônio
com um olho e dentes longos que ansiava por carne humana e os envolveu com seus
longos braços. Eles o venceram, o mataram e o queimaram. De suas cinzas ergueu-se
uma dançarina dos deuses que estava sob um feitiço. Ele disse a Rama para ir a Lanka,
mas que primeiro ele deveria procurar a ajuda do rei dos macacos.

20
A história de como Hanuman (filho do deus do vento, Vayu) e Sugriva (filho de
Surya, o deus do sol) ajudaram Rama a superar Rahvana e resgatar Sita é
apresentada no Ramayana:

Hanuman, o macaco, e Sugriva concordaram em estar na terra quando


Vishnu, o preservador e protetor, decidiu no céu vir em auxílio de Rama para
resgatar Sita. Quando Rama chegou ao limite da terra e pôde ver a ilha para a qual
Sita havia sido sequestrada e não pôde ir mais longe, Hanuman convocou milhares
de macacos que fizeram uma ponte para Rama usar para chegar à ilha. Rama
encontrou Sita ilesa, protegendo-se com seus pensamentos sobre seu amor por
Rama. Ela não conseguia ver o mal ao seu redor; tudo o que ela viu foi Rama.

Então Rama enfrentou Rahvana em uma batalha séria. Cheio de


arrogância, Rahvana pensou que nunca poderia ser destruído por um
homem mortal, presumindo que derrotaria seu oponente facilmente,
como havia feito tantas vezes antes. A luta foi tão feroz, tão intensa, que
se ergueu da terra e continuou até as estrelas. Rama puxava uma flecha
após a outra de sua aljava: a flecha da esperança, a flecha da luz, a flecha
da coragem, a flecha da fortaleza. Todas as flechas falharam nem
mesmo em perfurar o corpo de Rahvana. No entanto, quando Rama
puxou a flecha da verdade de sua aljava e a lançou pelos céus até o
coração de Rahvana, a flecha atingiu o coração do demônio. Rahvana
percebeu imediatamente que não era Rama, mas Vishnu aparecendo
como Rama. Uma vez que Rahvana viu que seu coração foi perfurado,

Os deuses ficaram tão impressionados com a realização de Rahvana que o


honraram com o funeral de um deus. Com a morte de seu rei, os demônios
foram vencidos. Sita foi libertada e sua pureza confirmada, ao se reunir com
Rama para o deleite de todos ao seu redor.

Os quatorze anos de exílio de Rama terminaram e ele voltou para Ayodhya com
Sita. Bharata e Satrughna ainda estavam guardando seu reino, e as sandálias douradas
estavam esperando por ele. Grande foi a alegria em toda a terra, pois Rama finalmente
se tornou o Maha Rajah, governando com sabedoria e bem pelo resto de sua vida.

21
GautamaBuddha 563-483 aC
Certa vez, um chefe de família saiu pela manhã após seu banho e se
curvou para a terra, para o céu, para o norte, sul, leste e oeste, enquanto ele
jogava arroz, vermelho e branco, de ambas as mãos. Veio um homem de rosto
resplandecente, vestido com uma túnica amarela, que viu o dono da casa e
perguntou: “Por que te inclinaste, irmão?”

O chefe de família respondeu: "Grande senhor, é a maneira que nossos pais nos
ensinaram, a cada amanhecer antes de nosso trabalho começar, a afastar o mal do céu
acima e da terra abaixo e de todos os ventos que sopram."

Então falou o que brilha,

Não espalhe arroz, mas, em vez disso, ofereça pensamentos amorosos a todos -

Aos pais como no Oriente, onde nasce a luz -


Para professores como no Sul, de onde vêm ricos presentes -
Para esposa e filhos como no Ocidente, onde cores de amor
e calma brilham com o passar dos dias -
Para amigos e parentes e todos os homens como no Norte -
Para as coisas vivas mais humildes abaixo -
Para Santos e Anjos e os abençoados Mortos acima -
Assim, todo o mal será eliminado e os seis quartos principais mantidos com segurança.

Quem era este homem com rosto brilhante e manto amarelo que disse ao chefe de
família para enviar pensamentos e ações amorosas em todas as direções, em vez de arroz? Ele
nasceu na Índia em 563 aC. Vou lhe contar a história dele:

O reino do rei Suddhodana ficava sob a sombra das montanhas do


Himalaia. Ele era rico, justo e poderoso, mas sua esposa, a rainha Maya, não lhe
dera nenhum filho.

Abaixo do céu mais elevado, quatro anjos governantes estão sentados e sob eles está
um reino mais próximo da terra, onde se reúnem os espíritos mais santos que desejam nascer
na terra. O Senhor Buda foi um desses santos que esperou lá. Os quatro anjos viram cinco
sinais nele que significavam que ele logo iria para a terra. “Buda irá novamente para ajudar o
mundo!” eles disseram .

22
E ele respondeu: “Sim! Agora vou ajudar o mundo pela última das
muitas vezes. Depois desta vida que agora procuro, não terei de voltar ao
mundo. ”

Naquela noite, a Rainha Maya sonhou que uma estrela de seis pontas disparou
pelos céus, brilhou dentro dela e entrou em seu lado direito. Ela acordou com um
sentimento de maior bem-aventurança. Embora ainda fosse noite, uma luz adorável
brilhou sobre metade da terra, as colinas tremiam, o mar ficou calmo e todas as flores
que só desabrocham de dia abriram seus botões. Quando ela contou seu sonho aos
leitores dos sonhos do rei, eles disseram: “É um bom sonho. A Rainha terá um filho, um
filho sagrado de sabedoria maravilhosa, que, se quiser, libertará os homens da
ignorância ou, se quiser, governará o mundo ”.

Aconteceu como os leitores dos sonhos disseram que aconteceria. No dia do


nascimento da criança, a rainha Maya estava no jardim do palácio sob uma falsa árvore,
alta e reta como a torre de um templo, com suas folhas brilhantes e flores em flor.
Sabendo que havia chegado a hora - pelo que todas as coisas sabiam - a árvore curvou
seus galhos para protegê-la. A terra produziu mil flores repentinas para espalhar um
tapete, enquanto uma pedra próxima soltou um fluxo claro de água para o primeiro
banho da criança. Assim ele nasceu. A notícia foi levada ao palácio, e um palanquim
brilhante veio para levar o pequeno príncipe para casa. Foi carregado pelos quatro anjos
disfarçados de servos do rei. E outros deuses vieram à terra e caminharam com os
homens naquele dia, embora os homens não soubessem disso, pois todo o Céu estava
feliz por causa da terra, sabendo que o Senhor Buda havia nascido de novo.

O rei Suddhodana ordenou grandes celebrações pelo nascimento de seu filho.


De todas as partes do reino, as pessoas vinham saudar seu príncipe com alegria.
Entre eles estava um Rishi de cabelos grisalhos que, em seu eremitério na floresta,
tinha ouvido os anjos cantando canções no nascimento de Buda. O rei e a rainha
procuraram colocar seu filho aos pés desse homem santo, mas ele clamou contra
isso, dizendo: “Não é assim! Ó bebê, eu te adoro, pois tu és Ele, o Buda, que pregará
a Lei da Sabedoria e do Amor. Ai, eu nunca vou ouvir isso, porque vou morrer muito
cedo; mas eu pelo menos te vi! " Então o Rishi disse ao Rei que quando seu filho
visse quatro sinais - velhice, doença, morte e um eremita - ele iria desistir de seu
reino na terra por um reino celestial.

O príncipe foi nomeado Siddartha Gautama. Quando ele tinha oito anos, seu
pai adquiriu um Brahman como seu professor. Logo o Brahman descobriu

23
que o Príncipe sabia mais do que seu professor. No entanto, o aluno era humilde e obediente,
gentil e de maneiras suaves. O menino era um excelente cavaleiro, era um bom condutor de
carruagem e mostrava mais habilidade do que seus companheiros em todos os jogos.

Em um dia de primavera, seu pai o levou para ver o campo onde os homens
estavam ocupados arando os campos e semeando grãos, onde os pássaros voavam e
cantavam na floresta, onde os matagais sussurravam com lagartos e besouros e
formigas e outras criaturas rastejantes que gostavam de a primavera. Todas as coisas
pareciam ocupadas e felizes, e o Príncipe Siddartha se alegrou. Mas quando ele olhou
mais fundo, viu como os lavradores tiveram que trabalhar duro para que o suor
escorresse de suas sobrancelhas. Ele viu os aguilhões, com pregos nas pontas, que
cravaram nos flancos dos bois para fazê-los ir. Ele viu como os lagartos se alimentavam
das formigas e como os pássaros comiam as borboletas. Ele viu a vida vivendo na morte.
O príncipe suspirou e disse ao pai: "É este o mundo feliz que você me trouxe para ver?"

Então ele deixou seu pai e sentou-se sob uma macieira e voltou sua mente
para o que tinha visto. Tão grande era a pena que o enchia, tão grande o desejo de
ajudar todos os seres sofredores, que cinco santos anjos, que voavam alto sobre a
macieira, sentiram a força divina e a sagrada presença de um ser puro e pararam
em seu vôo. . Eles ouviram uma voz clamando: “Este é Ele quem ajudará o mundo.
Desça e adore-o. ” Então os brilhantes vieram, dobraram suas asas diante dele e
cantaram uma canção de louvor. No final da tarde, o príncipe ainda estava sentado
sob a árvore quando os servos do rei vieram à sua procura. O sol estava se pondo e
todas as sombras haviam se movido, exceto as da roseira, cuja sombra permanecia
enquanto o príncipe estava sentado ali. Os servos do rei ouviram uma voz das flores
da árvore dizer: “Deixe o filho do rei em paz. Até que a sombra saia de seu coração,
minha sombra não mudará. "

Conforme Siddartha crescia, seu pai ansiava pelo dia em que o príncipe se
tornaria rei. Quando ele viu essa tristeza pensativa no menino, ele temeu o que
o Rishi havia dito em seu nascimento, que quando Siddartha visse a velhice,
doença, morte e um eremita que havia se retirado da vida, ele abandonaria o
trono.

O rei cercou seu filho de delícias; ele construiu três palácios em meio a belos
jardins e bosques onde o príncipe poderia vagar. Mesmo assim, o príncipe às vezes
ficava pensativo e triste. O rei consultou seus conselheiros que sugeriram

24
que Siddartha deveria ter uma esposa. Isso logo aconteceu quando o Príncipe
conheceu e se apaixonou pela bela Yasodhara. Ele tinha que conquistá-la em um
Swayamwara onde muitos outros príncipes também lutaram. Ele dobrou um arco que ninguém
poderia dobrar e disparou uma flecha mais longe do que qualquer outra. Ele cortou duas árvores

com um golpe de espada tão bem que o corte não pôde ser visto, até que os anjos do ar sopraram

leves respirações do sul e as duas coroas verdes se espatifaram na areia. Ele domesticou e montou

um cavalo selvagem que ninguém mais poderia controlar.

Após o casamento de Siddartha, o rei construiu um palácio do prazer para ele e


sua noiva. Era cercado por um muro alto e portões protegidos. Dentro de casa ninguém
era permitido ser velho, triste ou doente. Ninguém tinha permissão para falar de velhice,
tristeza, doença ou morte. Aqui o Príncipe e a Princesa viviam com maior conforto em
meio a belas coisas, imagens e sons, e dessa forma o Rei esperava conquistar o coração
de Siddartha para seu reino.

Um dia Siddartha pediu para ser levado em sua carruagem, além das muralhas, para
ver aquela terra e aquelas pessoas que ele governaria. O rei concordou, mas enviou
pregoeiros para dizer a todas as pessoas que nenhuma visão infeliz deveria saudar seu
príncipe; nenhuma pessoa doente, velha, cega ou aleijada deve estar nas estradas ou ruas. E
embora o povo varresse e guarnecesse sua cidade para a visita do príncipe, o príncipe ainda
encontrou um homem velho e enrugado vestido em trapos. Suas costas estavam curvadas,
seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, sua boca desdentada. Em uma mão magra, ele
segurava um bastão para sustentá-lo nas pernas ossudas. A outra mão foi pressionada ao seu
lado. Sua respiração era ofegante enquanto ele gritava: "Esmola, boa gente, dê-me esmola,
porque amanhã eu morro!"

Então ele tossiu e engasgou, e as pessoas o empurraram para fora do caminho do


Príncipe, gritando: “O Príncipe! Você não pode ver? Saia da frente dele. ”

Nunca tendo tido permissão para ver uma pessoa idosa, Siddartha voltou-se para
seu cocheiro e exclamou: “O que é essa coisa que se parece com um homem, mas parece
tão curvado e miserável, tão horrível, tão triste? Os homens nascem assim às vezes? O
que significa quando ele diz: 'Amanhã morrerei'? ”

O cocheiro sussurrou: “Este, meu príncipe, é o modo de vida. Antes, esse velho era
tão jovem quanto você, heterossexual e forte, mas agora sua juventude se foi. ”

Assim que o Príncipe sofreu esse choque, viu um mendigo coberto com as
manchas terríveis de uma doença mortal. O cocheiro disse: "Esse também é o modo de
vida."

25
Então apareceu um grupo de pessoas chorando que estavam cantando:
"Rama, Rama, ouça-nos!" Em uma maca de bambu, eles carregavam um que estava
rígido e frio, outro que estava morto. “Isso”, disse o cocheiro, “é o fim da vida”.

Siddartha voltou para casa com lágrimas nos olhos e uma grande pena no
coração, dizendo: “Sempre achei lindo viver, mas agora vejo que a vida não é o que eu
pensava. Como pode Brahma fazer um mundo e permitir tanta miséria dentro dele? Se
ele é todo poderoso e deixa o mundo assim, ele não é bom. Mas se ele não é poderoso
para mudar isso, então ele não é Deus. ”

Naquela noite, Yasodhara teve três sonhos. O primeiro era de um grande


touro branco, usando uma joia de grande valor na testa e caminhando pelas ruas da
cidade em direção aos portões. Uma voz gritou: "Se você deixá-lo sair da cidade,
toda a glória da cidade irá com ele." Mas ninguém poderia detê-lo. Ela agarrou seu
pescoço e tentou, mas ele a jogou de lado e saiu.

No segundo sonho, os quatro anjos governantes com todo o seu séquito entraram
na cidade, e a bandeira dourada de Indra, que tremulava no portão, tremulou e caiu. Um
novo de prata, coberto com rubis, ergueu-se em seu lugar. Da nova bandeira caíram
palavras maravilhosas que trouxeram paz a todos os que as ouviram. Então ela sonhou
que não conseguia encontrar Siddartha, não importa onde procurasse, e uma voz gritou:
"Chegou a hora."

Ela acordou e contou a Siddartha seus sonhos. Ele a confortou e ela dormiu novamente,
mas ele tinha ouvido as palavras, “A hora chegou” em seu próprio coração, e ele se levantou
da cama. Por enquanto ele havia decidido que enquanto a tristeza, a doença e a morte
existissem no mundo, ele iria em busca de uma maneira de entendê-los, para encontrar uma
resposta para sua pergunta sobre por que Brahma havia feito tal mundo.

Ele deixou sua esposa durante a noite e saiu em sua carruagem, cavalgando até o
amanhecer. Então ele desceu, deu suas vestes reais e joias para o cocheiro, cortou seus
longos cabelos com sua espada e mandou tudo de volta para o Rei com esta mensagem:
“Siddartha ora ao Rei para que ele se esqueça dele até que ele volte, tendo vencido
sabedoria de suas buscas solitárias. ”

Ao longo do caminho, ele encontrou alguns eremitas que acreditavam que se


torturassem seus corpos, eles encontrariam suas almas e assim alcançariam Brahma, ou
Verdade. Alguns ficavam dia e noite com os braços erguidos até que os braços murchassem e
enrijecessem. Outros cerraram as mãos por tanto tempo que suas unhas cresceram

26
suas palmas sofredoras. Alguns andavam com sandálias forradas com pregos ou cravavam
espinhos na carne. O príncipe não via como isso era bom, pois eles estavam apenas
adicionando dor a um mundo já muito cheio disso. Então ele deixou sua empresa.

Ele conheceu um pastor levando cordeiros para um sacrifício no palácio de um rei. Siddartha

foi com ele, mas quando ele chegou e viu o fogo sacrificial e as cerimônias de preparação para o

abate dos cordeiros, ele disse ao rei e seus sacerdotes que a vida é algo que todos podem tirar, mas

ninguém pode dar; que todas as criaturas amam e procuram manter a vida maravilhosa, querida e

agradável a cada um, por menor que seja; e aquela humanidade que ora por misericórdia dos

deuses não mostra aqui nenhuma misericórdia para os animais que olham para ele como um deus.

Suas palavras foram faladas com tanta sinceridade e gentileza que o rei ordenou que todos os
sacrifícios parassem, na verdade, todas as matanças de animais. Este rei tentou persuadir Siddartha

a ficar com ele para ensinar a ele e a seu povo sua sabedoria e governar seu reino após sua morte.

Por fim, ele viajou para as montanhas até chegar a um lugar onde uma
grande árvore, a árvore Bodhi, estava. Aqui, foi predito, a verdade seria revelada a
ele. Com passo lento, ele foi até a árvore. Agora todo o mundo se regozijou. Quando
ele se sentou sob a árvore, a grama se curvou para adorá-lo, flores brotaram em
torno de seus pés, os galhos da floresta se curvaram para protegê-lo e a brisa fria
veio para abaná-lo. Animais selvagens vieram olhar para ele, pantera e cervo
parados em paz lado a lado. A cobra abriu o capuz para homenageá-lo e borboletas
voaram sobre sua cabeça. Então Siddartha jurou nunca deixar o lugar até que
descobrisse a verdade.

A noite chegou, trazendo Mara, o Maligno, que veio tentar Siddartha com os sete
pecados capitais: o Pecado do Eu, “Por que pensar nas outras pessoas?”; o Pecado da
Dúvida, “Como você sabe que o que você faz é certo?”; e assim por diante com muitos
outros. Siddartha sentou-se serenamente e descartou cada tentação, uma por uma.

A terra ficou quieta, e o Príncipe viu uma Luz na qual foram reveladas suas
quinhentas e cinquenta vidas passadas na terra. Ele viu que cada vida boa leva a
mais bem, cada vida má leva a mais mal.

Na visão seguinte, ele viu todos os mundos que estão além da terra e
viu as coisas que aconteceram, era após era. Por fim, ele sentiu o Poder que
constrói os mundos, desconstrói e reconstrói, e governa todas as coisas

27
segundo a regra da virtude: beleza, verdade e uso, para que façam bem todos os que servem
a este Poder e façam o mal que o impedem.

No turno seguinte, ele viu como o sofrimento se move onde quer que a vida
esteja, porque os homens pensam que o que vêem e ouvem com a visão e a audição
físicas é real, embora sempre chegue ao fim. Ele viu que os homens devem viver
repetidas vezes até encontrarem o que não tem fim. Quando descobrem isso,
podem entrar no Nirvana onde nada muda porque é eterno. Então os homens são
libertados da roda de vidas repetidas na terra.

Quando essa verdade entrou na alma de Siddartha, ele assumiu seu nome celestial, Buda. O

sol nasceu e todo o mundo se sentiu sagrado. Os homens se sentiam em paz ao acordar, os doentes

pularam de rir de camas de dor, os moribundos sorriram de alegria e, ao longe, o coração triste de

Yasodhara sentiu uma felicidade repentina.

28
AncientPersia
Ó criador do mundo
material, ó tu santo,
Quais são os lugares
Onde a terra se sente mais feliz?

É o lugar onde
Um dos fiéis constrói uma casa
com um padre dentro,
Com gado,
Com uma esposa, com
filhos, e bons rebanhos -

É o lugar onde Um dos


fiéis apascenta Mais
milho, grama e frutas,
Onde rega a terra Que
está seca,
Ou drena o solo muito úmido.

É o lugar onde há
maior aumento de
rebanhos e manadas.

É o lugar onde os rebanhos

e manadas produzem mais

esterco.

30
Na antiga Pérsia
os homens sabiam disso

o mundo físico
não foi
o mundo eterno,
mas eles deveriam
trabalhar na terra
para transformá-lo

e aproxime-o
do mundo real.

31
Os poderes da luz e os poderes das trevas
Zrvan Akaran, aquele único Poder, produziu a Luz Divina. Desta Luz
surgiu o Primogênito, Ahura Mazda, que criou o mundo puro, as fileiras
dos anjos e uma luz que era um reflexo da Luz Divina.

O segundo filho, Ahriman, estava faminto por poder e tentou tirá-lo de


Ahura Mazda. Por isso ele foi banido para os reinos das trevas e da noite. Lá
ele criou os Daêvas, demônios para ajudá-lo a quebrar o poder da Vida que
Ahura Mazda havia colocado na luz.

Dos fragmentos dispersos da vida, Ahura Mazda moldou o primeiro homem e a


primeira mulher; mas Ahriman tentou a mulher com frutas e leite, de modo que, ao
comê-los, ela pecou contra Ahura Mazda. Assim começou a guerra entre o bem e o mal.

Ahura Mazda criou dezesseis terras perfeitas, e contra elas Ahriman


trouxe o inverno com seu gelo e neve, redemoinhos, inundações, serpentes e
vermes. Ahriman lutou contra a bondade, a justiça, a paciência, a piedade e a
paz. Ahura Mazda tinha uma arma que ele sabia que nunca poderia ser
conquistada pelo mal: "o ser humano bom e justo que pensa coisas boas, fala
palavras boas e faz boas ações" e que trabalha no mundo para tirá-lo das trevas
em direção ao luz .

Jemshid era um homem assim. Ele recebeu “a lei” de Ahura Mazda, mas se recusou a ser um

professor da humanidade. Em vez disso, ele se ofereceu para fazer todos os seres na terra

crescerem e crescerem.

Ahura Mazda deu a Jemshid um selo dourado e uma adaga dourada. Com o
corpo brilhando com luz, Jemshid virou-se para o sul em direção ao sol, pressionou o
selo dourado na terra, então arou a terra com a adaga dourada, dizendo: "Ó Espírito
da Terra, abra e aumente gentilmente, para gerar rebanhos, manadas e homens . ”
A terra respondeu e o número de rebanhos e manadas, cães e pássaros e homens
aumentou até não haver espaço para mais nada.

Ahura Mazda avisou Jemshid que um inverno terrível gerado por Ahriman
estava por vir, e ele instruiu Jemshid a construir um Vara (abrigo) duas milhas
quadradas com paredes altas. No Vara deveriam haver tanques de água, casas,
fogueiras e um pouco de todo tipo de planta, animal e ser humano.

32
E assim aconteceu . O inverno maligno desceu sobre a terra e apenas aqueles
dentro dos Vara sobreviveram. Então as neves profundas derreteram e houve uma
inundação que cobriu o mundo. Aqueles a quem Jemshid dera abrigo foram salvos e
geraram uma nova raça.

A luta entre Ahura Mazda e Ahriman continuou incessantemente. Ahura Mazda conquistou

pessoas para viver em paz enquanto Ahriman enchia outras pessoas de desejos malignos e

sentimentos guerreiros que buscavam acabar com todas as formas de vida pacíficas.

O povo de Ahura Mazda orou por ajuda, e Ahura Mazda enviou alguém à
terra que salvaria seu povo de Ahriman. Esse salvador foi Zaratustra. Ele veio à
Terra após o fim do governo de Jemshid.

Zaratustra
Com o nascimento de Zaratustra, toda a natureza se alegrou. As árvores, os
rios e as montanhas cantaram canções de alegria pela vitória de Deus sobre o
Diabo. Uma Luz Divina iluminou o mundo, e quando a criança saiu para a Luz, ela riu
alto.

Os espíritos malignos tentaram causar a morte do bebê. Um tentou torcer a


cabeça enquanto estava deitado no berço, mas sua mão murchava ao se estender.
Outro jogou a criança no caminho de um rebanho de gado, mas um boi, guiado pela
mão de Ahura Mazda, ficou de guarda e salvou-o de ser pisoteado até a morte. Um
terceiro demônio aprisionou a criança em uma cova de lobos, mas os lobos se
recusaram a machucá-la e trouxeram uma ovelha mãe para dar leite à criança.

Quando jovem, Zaratustra andava entre o povo, ajudando os idosos,


curando os enfermos, alimentando os famintos, consolando os aflitos, aliviando
as cargas de bestas de carga. (Em algum lugar foi dito que Manu da Índia foi
seu professor.)

Quando tinha trinta anos, Zaratustra estava meditando em uma caverna,


e de repente ele viu Ahura Mazda cara a cara, e Ahura Mazda permitiu que ele
entrasse no céu e aprendesse os segredos do mundo: a diferença entre a
verdade e o mentira, entre a luz e as trevas. Então Zaratustra voltou a seus
semelhantes para ensinar-lhes o que havia aprendido. Esses ensinamentos
estão noAvesta, o livro sagrado dos persas.

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Zaratustra não foi apenas o primeiro Mestre de seu povo, mas também foi
chamado de primeiro sacerdote e primeiro lavrador. Como sacerdote, ele ensinou
aos persas a glória da Luz que brilha no sol, a glória de Ahura Mazda. Como
lavrador, ele ensinou ao povo como arar a terra, fazer amplos campos e regá-los
canalizando riachos da neve que derrete nas colinas. Ele os ensinou a semear e
cuidar das plantas, a enobrecer as árvores selvagens para que produzissem frutos
doces como ameixas, pêras e maçãs. Ele também ensinou aos homens como domar
animais selvagens para que servissem ao homem justo.

Os espíritos de Ahriman tentaram vencer Zaratustra a cada passo, mas


o jovem conseguiu vencê-los até que sua missão na terra fosse cumprida.
Quando morreu, Zaratustra estava em culto no Templo do Fogo Sagrado,
que havia sido destruído pelos exércitos atacantes. No momento de seu
último suspiro, um arco-íris apareceu no céu acima do Templo.

Zaratustra certa vez perguntou a Ahura Mazda: “O que é o arco-


íris?” E Ahura Mazda respondeu: “O arco-íris é o sorriso das almas no céu
dando coragem às almas tristes na terra”.

ALGUNS ENSINAMENTOS DE ZARATHUSTRA

Tudo o que é bom vem de Ahura Mazda, o ser que vive na luz
por trás da luz do sol. O mundo é criado pela luz e vive nela, mas as
trevas também entraram no mundo físico. Tudo está em luta entre as
forças da luz e das trevas, entre Ahura Mazda e Ahriman.


Infeliz é a terra que ficou sem semeadura e quer um bom lavrador.
Àquele que lavra a terra, a terra diz: “Ó homem, que me lavas com o braço
esquerdo e o direito, a ti trarei toda sorte de alimentos; para ti devo
primeiro trazer milho. "


Quem não come não tem forças para fazer obras de santidade, para fazer
lavouras ou para ter filhos. Ao comer, toda criatura material vive. Por não
comer, ele morre.

34
Ahura Mazda traz plantas medicinais. Muitas centenas, milhares, miríades
crescem para ajudar o homem a resistir a doenças, febre e infecções que
Ahriman criou contra os mortais. Dez mil plantas curativas que ele trouxe do
céu para crescer ao redor da árvore da vida eterna.


Quando o sol, a Luz, nasce todas as manhãs, é hora de as pessoas se
levantarem, orarem à Luz e fazerem seu trabalho à luz do dia. Mas um demônio da
preguiça tenta fazer as pessoas dormirem novamente. O galo canta para afugentar
o demônio. Nenhum demônio pode entrar em uma casa onde há um galo. Ao som
de seu grito, os demônios ficam deslumbrados e fogem.


Nenhuma casa poderia subsistir na terra, exceto para o cão-doméstico e o cão
pastor que velam contra o ladrão e o lobo, os servos de Ahriman. Se um homem
bater ou machucar um cão doméstico ou pastor, será sua punição que, quando ele
morrer, nenhuma alma virá ao seu encontro e ajudá-lo no outro mundo.

ORAÇÃO DA MANHÃ E NOITE


Todos os bons pensamentos, todas as boas palavras, todas as boas ações, eu faço de boa vontade. Todos os

pensamentos maus, todas as palavras más, todas as ações más, eu faço de má vontade.

Todos os bons pensamentos, todas as boas palavras, todas as boas ações chegarão ao Paraíso.

Todos os pensamentos maus, todas as palavras más, todas as ações más chegarão ao Inferno. E

todos os bons pensamentos, todas as boas palavras, todas as boas ações são o emblema

dos justos para o Paraíso.

35
Mesopotâmia
URUK-OF-THE-WALLS
Eis que não é a mais nobre das cidades?
Observe as paredes
Se eles não forem feitos

Todos de tijolos queimados!

Inspecione-os,

Como eles são moldados juntos.


Observe a extensão da cidade, veja
como está organizada,
Um terço sendo casas e moradias, um
terço bosques de árvores,
E um terço no recinto dos templos!

A TERRA DE NÃO RETORNO


A casa das trevas, Os
homens da casa entram,
mas não podem sair, Os
homens da estrada vão
Mas não pode voltar,
A casa de cujos moradores A
luz foi retirada,
O lugar onde o pó é seu
alimento, Seu alimento, barro.
A luz que eles não vêem, nas

trevas eles habitam. Eles estão

vestidos como pássaros, Todas

as asas esvoaçantes.

Na porta e nos postes A


poeira jaz fundo!

38
TEMA DO CURSO DO SOL
Olhe para um homem que anda não

como um barba grisalha,

E não como uma criança,

Quem nem corre muito


rápido Nem anda muito
devagar - E você vai ver
A medida do curso do sol.


A grande missão dos babilônios era
extrair das leis de medida prevalecentes
nos céus tudo o que deveria ser
incorporado à civilização para as
necessidades da vida prática e externa.
Ao mesmo tempo, era sua missão
relacionar tudo com o ser humano.

39
Gilgamesh
Gilgamesh era um rei e descendente de um rei, nascido no palácio real em
Uruk, na margem leste do rio Eufrates, a cem milhas do mar e perto de Ur dos
Caldeus, na terra da Suméria. Ele viveu entre 2.800 e 2.500 aC. Muitos anos
depois, por volta de 2100 aC, um grande poema foi escrito sobre ele. Diz que
Gilgamesh era dois terços deus e um terço homem. Ele era um grande caçador
de leões e touros selvagens. Ninguém poderia igualar sua força. Ninguém
ousou desafiá-lo na luta livre.

Ele vagou pelas ruas de sua cidade, caçou e se gabou até que os anciãos
da cidade não puderam mais suportar e imploraram a Aruru, a deusa de sua
cidade, "Faça outro homem que se pareça com ele!" Eles fizeram muitos
sacrifícios a Aruru, e ela ficou satisfeita e teve pena deles. Ela desceu de seu leito
dourado e, chegando ao rio, juntou barro e modelou um homem com as coxas
e a longa cauda de um touro, mas da cintura para cima sua forma era a de um
homem. Ele voltou à vida quando um vento sul soprou e lhe trouxe fôlego. Ele
se tornou Eabani ou Enkidu. Livre como uma brisa e feliz como um jovem potro,
Enkidu saltou do rio. Ele era ousado e rápido.

O povo de Uruk o admirava tanto que Gilgamesh decidiu capturar


Enkidu, especialmente quando se soube que Enkidu protegia os animais
que Gilgamesh caçava. Salvando-os das armadilhas do caçador, Enkidu
os guiou a lugares seguros no deserto.

Ao pôr do sol, Gilgamesh enviou seu mais corajoso caçador para o bebedouro do
deserto, onde Enkidu geralmente levava seus rebanhos de animais para beber. Com o
caçador foi uma mulher do palácio. Ela era tão bela que atraiu Enkidu para longe dos
animais e contou-lhe sobre a beleza de Uruk, seus confortos e as delícias da companhia
de outros homens. Enkidu se apaixonou pela mulher, foi com ela e passou a viver como
homem no palácio.

Não muito depois disso, Gilgamesh teve um pesadelo terrível que o assustou
mesmo depois de acordar. Foi de um grande guerreiro que veio das estrelas para
lutar com ele e que o conquistou. Quando ele contou a Ninmah, sua mãe, sobre seu
sonho, ela o consolou, dizendo que ele realmente lutaria com aquele estranho, mas
isso resultaria em bem.

40
Uma noite, Gilgamesh deu uma festa e liderou um bando de jovens alegres de
casa em casa, onde quer que pudessem encontrar bebida e entretenimento. Enkidu
pertencia a esse bando e, quando Gilgamesh tentou entrar em uma dessas casas,
Enkidu barrou seu caminho. Esperando derrubá-lo, Gilgamesh desferiu um golpe no
rosto de Enkidu, mas, em vez disso, Enkidu agarrou os ombros de Gilgamesh e lutou
com ele. Foi a primeira vez em sua vida que Gilgamesh sentiu uma força igual à sua.
Enquanto eles lutavam, nenhum deles conseguia mover o outro.

Por fim, Gilgamesh afrouxou o aperto, deu um passo para trás e riu, toda a
sua raiva desaparecendo. A partir daquela época, Gilgamesh e Enkidu foram amigos
inseparáveis todos os dias de suas vidas. Enkidu estava sempre ao lado do rei, e o
rei não mais se gabava e se gabava de sua força. Ele perdeu seus velhos e maus
hábitos, e o povo de Uruk ficou satisfeito.

No entanto, em meio ao conforto do palácio luxuoso, Enkidu estava infeliz. Ele


ansiava pelos lugares selvagens onde passara a juventude. Uma noite ele também
teve um sonho terrível. Em seu sonho, Enkidu viu um monstro negro que se abateu
sobre ele e o carregou para o reino do submundo de Nergal, o rei das trevas. Ali, em
grandes pilhas, jaziam os que haviam morrido, e Enkidu pôde ver que sua única
comida era lama.

Quando informado desse sonho, Gilgamesh convocou intérpretes de sonhos para


ler seu significado. Eles aconselharam que Gilgamesh e Enkidu deveriam fazer um
sacrifício ao deus sol, Shamash. Durante os rituais de sacrifício, o deus falou com os
sacerdotes e com Gilgamesh, dizendo-lhe que ele deveria deixar Uruk e viajar para a
Montanha dos Cedros que era guardada pelo monstro Humbaba. Uma vez lá, ele deve
matar o monstro e livrar todas as terras do mal.

Armados com punhais cintilantes e porretes de guerra, Gilgamesh e Enkidu


partiram em sua grande aventura. Se Gilgamesh estivesse sozinho, ele teria temido
encontrar o monstro Humbaba, mas com Enkidu ao seu lado, ele não temeu.

Por semanas e semanas eles caminharam por uma terra que parecia tão vasta
quanto o oceano. As colinas se estendiam amarelas e sem árvores. Apenas o falcão e a
águia voaram no alto. Sobre todo o deserto havia uma névoa amarelada, através da qual
as nuvens voadoras lançavam sombras que pareciam pilares negros sustentando o céu.

Finalmente, no topo de uma colina, eles viram a magnífica Montanha Cedar. Muito
antes de um deus antigo ter feito de Humbaba o guardião de seu grande e escuro

41
árvores verdes . Com alegria, os dois heróis saudaram a sombra das árvores perfumadas.
Eles seguiram um caminho até o topo da montanha e encontraram lá uma paliçada de
sete árvores mágicas que cercavam o domínio de Humbaba.

Subitamente apavorado, Enkidu implorou a Gilgamesh que não


procurasse o monstro enquanto a escuridão caía, mas Gilgamesh não esperou.
Ele gritou em voz alta, ordenando que Humbaba aparecesse e os enfrentasse na
batalha. Havia apenas silêncio e o som do vento nas árvores. Envolvendo-se em
suas vestes, os dois dormiram.

Perto da manhã, Enkidu acordou e encontrou Gilgamesh inclinado sobre


ele para dizer: “Sonhei que, eis que a terra tremeu e o céu choveu fogo! A minha
volta, a morte caiu das nuvens. ”

Como Enkidu assegurou a Gilgamesh que o sonho certamente previa que eles
destruiriam Humbaba, eles se prepararam para a batalha. Humbaba soprou o vento
de sua respiração, e por todo o caminho montanha abaixo, os elevados cedros
curvaram suas cabeças à tempestade. Gilgamesh e Enkidu mal tiveram tempo de
desembainhar suas adagas antes que Humbaba, rugindo e gritando com o vento,
avançasse contra eles.

A batalha travou-se entre Gilgamesh e Humbaba. Gilgamesh sentiu sua força


crescer dentro de si enquanto balançava sua clava de guerra para finalmente
derrubar o monstro para que Enkidu pudesse se lançar sobre ele e cortar sua
cabeça. Assim, juntos, eles cumpriram a tarefa que havia sido definida para eles por
Shamash: livrar o mundo de tal maligno.

Depois da batalha, os guerreiros se purificaram, vestiram roupas limpas e


fizeram oferendas aos deuses. Foi então que Ishtar, a deusa do amor, apareceu
diante de Gilgamesh para parabenizá-lo por sua vitória.

Gilgamesh parecia tão bonito em seu elmo dourado e túnica branca que
Ishtar tentou atraí-lo para amá-la. Ele respondeu com um pouco de raiva: “Eu sei
o que você fez àqueles que o amavam, Ishtar! O garanhão que te adorava foi
condenado a puxar a pesada carruagem de guerra, os pastores das colinas que
te encantaram foram transformados em leopardos que comiam os
cordeirinhos. E o jovem Tamuz, que te amava, mandaste à casa dos mortos para
que todos os anos depois da colheita, as neves do inverno desçam os vales dos
rios e cubra de gelo as nossas terras ”.

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Assim Gilgamesh rejeitou Ishtar, e ela logo se vingou. Ela
convenceu seu pai Anu a enviar o Touro do Céu para destruir a cidade de
Uruk. Mas Enkidu, em combate, venceu o touro.

Logo depois disso, Enkidu adoeceu, amaldiçoado por Ishtar. Sua doença durou
doze dias, e no décimo terceiro dia ele morreu nos braços de seu amigo.

Incapaz de suportar sua dor, Gilgamesh saiu correndo do palácio como um


homem selvagem. Ele não podia ser consolado, pois ao imaginar Enkidu na Casa da
Morte, com lama como seu único alimento, ele sabia que também morreria algum dia.

Gilgamesh sabia de um homem que recebera o dom da


imortalidade, Utnapishtim, um homem santo de Shurupak, e decidiu
procurá-lo. Talvez Utnapishtim estivesse disposto a divulgar seu segredo,
e talvez Gilgamesh pudesse retornar a Uruk com ele, trazer Enkidu de
volta à vida e salvar toda a humanidade da morte.

Se despedindo de Uruk e de sua mãe chorosa e sem medo dos perigos do


deserto em chamas, ele partiu em direção ao oeste. A jornada foi longa e difícil. Suas
vestes foram arrancadas pelos arbustos espinhosos, e ele teve que lutar com os
leões e usar suas peles para se vestir.

Por fim, ele alcançou a Montanha do Sol. Em suas profundezas havia um túnel
escuro e frio pelo qual ele teria que passar. Era guardado por homens com cabeças
de fogo e caudas de escorpiões. Eles impediram Gilgamesh de entrar, dizendo:
“Somente o sol, no decorrer da noite, faz esta passagem. Nenhum mortal jamais fez
isso. ”

“Abram seus portões!” Gilgamesh rugiu. "Não temo perigo aqui." E os portões
foram abertos.

Por duas vezes onze horas ele caminhou pela escuridão que o fez sentir como se
estivesse descendo para a Casa da Morte. O medo e o terror sacudiram sua alma. De
repente, ele viu um ponto de luz à frente e correu em direção a ele, saindo da escuridão
para um jardim maravilhoso ao lado de um mar verde-azulado. Entre lagos e flores
estava a árvore sagrada dos deuses, a árvore da vida, coberta com todos os tipos de
frutas doces e perfumadas. Seus ramos eram de lápis-lazúli salpicado de ouro. Debaixo
dela, a terra era atapetada com pedras preciosas e brilhantes. Aqui vivia a deusa Siduri,
que perguntou a ele sobre sua desgraça.

43
Gilgamesh contou a ela sobre a morte de Enkidu e sobre seu próprio medo da
morte. “Eu procuro Utnapishtim que venceu a morte. Diga-me como posso alcançá-lo e
aprender o segredo da imortalidade. ”

Siduri respondeu: "A imortalidade que você anseia, você nunca encontrará, pois
quando os deuses criaram o homem, a morte era sua porção e a vida eles mantinham
para si". Mesmo assim, ela disse a ele: “Utnapishtim mora neste mar. Mas essas são as
águas da morte, e nenhum homem, exceto aquele barqueiro, jamais as cruzou. Vá até ele
e ele pode ajudá-lo. ”

Foi assim que, instruído pelo barqueiro, Gilgamesh cruzou o mar e chegou à
ilha de Utnapishtim. Ele encontrou Utnapishtim sentado em um trono com sua
esposa ao lado dele. Quando Gilgamesh perguntou ao imortal como ele também
poderia obter a vida eterna, Utnapishtim respondeu: “Você espera que uma casa
dure para sempre? Um rio fica inundado para sempre? Nada é permanente!"

Gilgamesh não desanimou. “Você, Utnapishtim, recebeu a vida eterna! Me


diga o seu segredo ."

Ao que Utnapishtim respondeu: “Eu o revelarei, embora seja conhecido apenas


pelos deuses e por mim mesmo. Certa vez, há muito tempo, os deuses decidiram destruir
o homem em um grande dilúvio. Se não fosse pelo aviso de Ea, deus das águas, eu
também teria morrido. Mas através dos juncos de minha cabana, Ea sussurrou: 'Construa
um navio, Utnapishtim, e leve sobre ele todas as criaturas vivas que são suas.'

“Fiz o que me foi dito e, certa manhã, quando uma nuvem terrível apareceu,
entrei no navio e o lacrei. Uma escuridão, iluminada apenas por tochas de
relâmpagos, caiu sobre a terra. O vento golpeou, despedaçando a terra como uma
taça, e então as águas caíram, enchendo a terra e, no final, afogando as montanhas.
Até os deuses ficaram apavorados e voaram até o céu de Anu, para se encolherem
como cães.

“Por sete dias, os ventos das enchentes varreram o mundo, e então houve um
fim. Todas as coisas vivas morreram, exceto o que eu salvei. Quando abri uma
escotilha e a luz caiu, fiz uma reverência e chorei.

“O topo de uma montanha apareceu acima das águas e meu navio flutuou sobre
ela. Depois de sete dias, soltei uma pomba, mas ela não encontrou lugar para descansar
e voltou. Enviei uma andorinha e ela também voltou. Por fim, soltei um corvo e ele não
voltou.

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“Levei minha família e os animais ao topo da montanha e ofereci um sacrifício
de agradecimento. Os deuses sentiram o cheiro doce e enxamearam ao meu redor.
Fui levado de volta ao navio. Lá os deuses me mandaram ajoelhar com minha
esposa ao meu lado. E então estas palavras foram ditas sobre nossas cabeças: 'Antes
disso, Utnapishtim era mortal. Deste momento em diante, Utnapishtim e sua esposa
serão como deuses. Longe habitarão, na foz dos rios. '”

Quando Utnapishtim terminou sua história, ele viu que Gilgamesh, cansado de todas as
suas dificuldades, havia adormecido. Utnapishtim o despertou, dizendo: “Você não sabe que
os imortais nunca dormem, ó rei Gilgamesh! Você pode obter o conhecimento da imortalidade
se puder permanecer acordado por seis dias e sete noites. ”

Gilgamesh tentou ficar acordado, mas logo sua cabeça estava balançando, suas
pálpebras fechadas e ele estava dormindo novamente. Utnapishtim então ordenou que sua
esposa fizesse um pão fresco para cada dia que Gilgamesh dormisse. Ela assou sete pães e
colocou-os na cabeça dele enquanto ele dormia.

Quando Utnapishtim o despertou, Gilgamesh negou que tivesse dormido.


"Então conte os pães, ok, um fresco assado a cada dia que você dormiu."

Gilgamesh contou os pães. O primeiro ainda estava fresco e quente, mas


o segundo estava frio. O terceiro já estava velho e o quarto duro. O quinto
estava rachado e seco, o sexto preto e o sétimo começava a mofar.

Agora Gilgamesh sabia que sua busca fora em vão. Ainda assim, Utnapishtim
ofereceu consolo e disse a Gilgamesh que poderia restaurar seu amigo se pudesse
colher a flor da vida e da juventude que crescia no fundo do mar. Gilgamesh não
hesitou. Amarrando pesadas pedras nos pés, ele afundou no fundo do mar e
encontrou a planta. Ele o pegou, soltou as pedras e subiu à superfície.

“Esta é uma possessão inacreditável!” Ele gritou. “Não importa quantos anos, quem quer que coma

dele vai se tornar jovem novamente. Eu mesmo irei prová-lo, mas primeiro vou levá-lo para Enkidu e

depois para Uruk para permitir que os velhos recuperem sua juventude perdida. ”

Gilgamesh voltou através das águas da morte e fez seu caminho através do deserto em
direção a Uruk. Ao se aproximar de sua cidade, cansado e empoeirado, ele chegou a uma
piscina alimentada por uma nascente e decidiu se banhar nela. Ele colocou sua preciosa
planta na margem. Enquanto ele nadava, uma cobra cheirou a planta, deslizou até ela e a
devorou. Gilgamesh chorou. “Agora Enkidu nunca mais viverá, e a morte, o destino de todos
os homens, será meu”, lamentou.

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Mesopotâmia
O nome grego para “A Terra entre os Rios”

Quem eram as pessoas cujo rei era Gilgamesh? Eles são conhecidos como
Sumérios, os primeiros habitantes da Mesopotâmia. Na história da civilização
ocidental, a escrita começou com os sumérios; Os registros escritos sumérios são os
escritos mais antigos conhecidos na terra. A poesia de Enheduanna e o épico de
Gilgamesh estão entre eles. Escritos em argila, outros registros também foram
descobertos no século XX. Milhares de tábuas de argila duras foram encontradas,
cobertas com marcas em forma de cunha que, quando foram decifradas, revelaram
a vida e a história do povo da Suméria, Babilônia e Assíria em tempos muito antes de
Cristo.

Agora chamados de cuneiformes, esses registros de argila falam de muitas coisas.


Alguns são páginas de “livros”, cheios de histórias e crenças, histórias de heróis, de como
o mundo foi feito. Alguns são registros sobre as estrelas, sobre a medicina, sobre a
contagem do tempo. Algumas são as primeiras leis escritas. Algumas são cartas de um
rei a vários governadores e oficiais que serviram sob seu comando. Alguns são histórias
de guerras e conquistas. Algumas são contas de transações de comerciantes. Assim, a
história desta época, desta terra, foi descoberta a partir dos escritos e das esculturas do
próprio povo. Muitos arqueólogos e estudiosos trabalharam durante anos, cavando em
montes, reunindo registros, aprendendo a lê-los, encaixá-los e traduzi-los para nós
lermos. Muitos mais ainda estão sendo traduzidos. Devemos a eles nossos
agradecimentos.

Antes da época dos sumérios, não havia nada escrito. Todo o


conhecimento era transmitido oralmente, como nos Vedas. Os semitas, antigos
povos do deserto, eram nômades sempre em busca de pastagens para suas
ovelhas e cabras. Eles viveram sem limites, sem leis e sem escrita.

Então, os sumérios, montanhistas que desceram das montanhas e tomaram posse da


parte sul da Planície de Shinar, construíram assentamentos de casas de tijolos de barro para
morar e construíram torres chamadas zigurates ou pirâmides de degraus de tijolos queimados
pelo sol. que seus deuses da montanha poderiam morar lá como no topo de uma montanha.
Ao longo das margens baixas do rio Eufrates, eles cavaram valas e trincheiras para permitir
que a água do rio corresse sobre a terra, que eles lavraram para o cultivo de cevada e trigo.
Eles usavam bois para arar, tinham carroças com rodas, faziam panelas e pratos de cobre e
realizavam o comércio.

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Por cerca de trezentos anos, a partir de 3050 aC, as cidades sumérias foram
cidades-reinos, cada uma com sua torre de templo cercada pelas casas do povo e cada
uma com seu sacerdote-governante que cuidava para que as terras ao redor da cidade
fossem irrigadas e que ninguém de outra cidade-reino tomou posse dela. Mas chegou o
momento em que os semitas, liderados por seu chefe guerreiro Sargon, invadiram as
terras dos sumérios e os conquistaram.

Tendo conquistado todas essas terras, os nômades tiveram que se estabelecer e assim,
embora Sargão tenha conquistado os sumérios com armas, os sumérios conquistaram os
nômades por meio de seu modo de vida. Por enquanto, os nômades começaram a viver em
casas de barro em vez de tendas. Aprenderam a cultivar, comercializar, trabalhar com metal e
escrever. Assim, os dois povos se tornaram uma só nação. Este se tornou o mundo de
Gilgamesh.

Os sumérios nos deram os 360 graus de um círculo, o dia de 24 horas, a hora de


60 minutos e o minuto de 60 segundos. Eles entendiam a geometria básica e tinham
uma base numérica de 60, em vez de nossa base numérica de 10.

Mil anos depois, a pequena cidade de Babilônia, sob um rei chamado


Hammurabi, tornou-se a cidade líder, e todas as terras ao redor eram chamadas de
Babilônia. Como aqueles antes dele, Hammurabi foi um rei-sacerdote. Uma haste de
pedra de 2,5 metros, desenterrada por arqueólogos, mostra-o recebendo leis do
Deus-Sol. Cinquenta e cinco de suas cartas, em tábuas de argila para levar ordens
aos oficiais babilônios, revelam eventos da época.

Os zigurates (templos) eram os centros da vida nas cidades da Babilônia, como haviam
sido na época dos sumérios. Os sacerdotes (governantes) possuíam a terra, coletavam e
emprestavam dinheiro para negócios e tinham que manter contas, e assim desenvolveram um
sistema de números. Mas a ordem de vida que eles estabeleceram entre as pessoas na terra
estava relacionada à ordem que eles observaram nas estrelas do céu.

Os babilônios foram os primeiros astrônomos. Por meio de uma observação


estrita e exata das estrelas, sol e lua e seus movimentos rítmicos, eles
desenvolveram medidas terrenas de tempo. A duração de um ano eles derivaram da
posição do sol ao meio-dia em 21 de junho, quando ele brilhou diretamente sobre a
rua principal da Babilônia. Eles observaram o sol retornar a esta posição a cada 365
dias, e esta se tornou a medida do ano. Eles viram que a lua mudou a posição de seu
nascer para retornar à posição original novamente a cada 29 dias, e esta se tornou a
medida do mês. Eles observaram cinco estrelas que também

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mudaram de posição e vagaram pelo céu em um ritmo regular. Esses
cinco “errantes” ou planetas, junto com o sol e a lua, deram-lhes a
medida da semana como sete dias.

Nós, deste dia e época, ainda medimos o ano, o mês e a semana como eles
foram medidos pelos sacerdotes babilônios nos movimentos rítmicos e números
das luzes celestiais. Quando olhamos para o céu estrelado, talvez possamos sentir o
que esses astrônomos sacerdotais fizeram: que as estrelas eram os signos externos
dos poderes divinos que viveram dentro delas e influenciaram a vida dos homens na
Terra.

Em seus zigurates de tijolos secos ao sol, os babilônios projetaram uma


imagem do céu e da terra. O zigurate era quadrado para os quatro cantos da Terra.
Ele subiu em sete degraus, cada degrau um símbolo das sete luzes celestiais: o sol, a
lua e os cinco planetas, e ao mesmo tempo os sete metais terrestres: ouro, prata,
cobre, ferro, mercúrio, estanho e chumbo . A chamou de "El-temen-an-ki", que
significa "A Casa da Pedra Fundamental do Céu e da Terra".

Enheduanna
Muito antes de o épico de Gilgamesh ser escrito, a primeira literatura
conhecida na história do mundo ocidental estava sendo composta por uma
princesa, e seu nome era Enheduanna. Filha única do grande rei semita, Sargon, ela
viveu entre 2285 e 2250 aC e escreveu muitos poemas inflamados.

O rei Sargão deve ter confiado muito nela, porque a colocou no comando da
parte sul de seu reino, incluindo a cidade de Ur, onde Gilgamesh vivera e onde
Enheduanna acabou se estabelecendo. O rei Sargão também fez dela uma alta
sacerdotisa e a enviou de cidade em cidade em seu reino do sul para visitar os
templos, que foram projetados para homenagear os deuses. Enheduanna escreveu
um poema especial para cada um desses templos, a fim de inspirar as pessoas a
honrar seus deuses e a ter uma vida boa.

Enheduanna amava mais uma deusa, Inanna, também conhecida como Ishtar. A
princesa escreveu muitos hinos para Inanna, que não era apenas uma deusa da tempestade,
mas também tinha muitos outros poderes. Enheduanna escreveu sobre ela em um longo
poema chamado “Senhora do Maior Coração”. Aqui estão algumas partes traduzidas por Betty
De Shong Meador:

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Ela é inanna
Portador de felicidade
cuja robusta adaga de
comando na mão
espalha brilho sobre a terra ...

Ela veste
o plano básico esculpido
do céu e da terra

quem busca sua palavra ...

não pode imaginar a execução de seu


plano, ela detém a vida do céu
com sua única mão
feroz dama Wildcat ...
você atrai os homens para uma luta sem fim

ou coroar com fama a vida de uma pessoa favorecida.

No entanto, para Enheduanna, Inanna não era apenas uma deusa poderosa, que
podia transformar homens em mulheres e vice-versa, mas também era responsável por
muitos outros opostos: doença e saúde, bons e maus negócios, guerra e paz. A vida
familiar, o comércio e a cura também faziam parte de seu domínio.

Para suavizar a estrada do viajante

Para limpar o caminho para os

fracos São seus Inanna ...

Para distribuir ternas misericórdias

restaure seu coração para alguém

que é seu Inanna

coração tremendo fraqueza


tremendo cólicas doenças
são suas Inanna ...

ter um marido para ter uma esposa


para prosperar na bondade do amor
são seus Inanna

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para desencadear uma briga

com o prazer luxurioso do


amor é seu Inanna

ser negligente
e cuide com cuidado
são seus Inanna

construir uma casa

construir quartos femininos


e mobiliá-los
beijar os lábios de um

bebê são seus Inanna

para espalhar o passo da perna para a

corrida a pé

ganhar
são seus Inanna

misturar-se

o bruto o forte
os oprimidos os fracos
são seus Inanna ...

Brincar inflamar uma briga

Para contaminar a estima

É sua Inanna ...

Ser onisciente
é seu Inanna

construir um ninho de

pássaro seguro em um galho

sadio torna indestrutível

são seus Inanna ...

para reunir os dispersos

restaura o lugar de vida é

teu Inanna

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Enheduanna continua nessa veia e termina elogiando os muitos humores e
capacidades desta grande deusa: “Só você é sublime / louve o seu nome”. Perto
do final do poema, a poetisa acrescenta:

eu
Eu sou enheduanna
Alta sacerdotisa de Nanna
Com um só coração
Sou dedicado a Nanna.

Em outro de seus poemas, “A Exaltação de Inanna”, ela escreve sobre como


um homem tirou seu poder e como, com a ajuda de Inanna, ela o recuperou:

Aquele homem me jogou para fora do


templo eu que servi triunfante

ele me fez voar


como andorinhas varridas

de seus buracos na parede

ele corrói minha vida


Eu vagueio por arbustos espinhosos nas montanhas que
ele me roubou
da verdadeira coroa da
Alta Sacerdotisa.

Enheduanna está em desespero e sente que está morrendo. Ela não pode mais orar no
templo para pedir ajuda a Inanna, e ela não pode mais interpretar sonhos, um de seus
trabalhos como Alta Sacerdotisa, então ela implora a ajuda de Inanna. Eventualmente,
ela é restaurada como Alta Sacerdotisa, e o resto de seu poema proclama honra e
gratidão a Inanna.

Ao todo, Enheduanna nos deixou 4.500 versos de uma poesia poderosa, que só foi
traduzida no final do século XX. Escrita em cuneiforme, sua brilhante poesia vem antes de
qualquer outro escritor conhecido da literatura. Assim, a primeira escritora literária conhecida
é, na verdade, uma mulher, Enheduanna.

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TheChristmas Star
Muito antes do nascimento de Cristo, os sábios do Oriente haviam sido observadores
das estrelas. O conhecimento das estrelas foi o mais elevado de todos os conhecimentos, e
por meio dele os homens procuraram desemaranhar os fios do mistério da vida, predizer o
que aconteceria na terra.

Os dias e as noites, os meses e os anos eram medidos e marcados pelo


nascer e pôr do sol, lua e estrelas. O momento mais escuro do ano era
quando o sol subia ao seu ponto mais baixo no céu, trazendo assim a noite
mais longa para a terra. Os sábios da Caldéia celebraram esta época do ano
como "a hora da meia-noite" e a noite mais longa como a "Noite da
consagração".

Esses caldeus se reuniam, junto com seus alunos, no início da noite. À


medida que a noite escurecia, eles se sentavam em profundo silêncio até
que, na hora da meia-noite, tons misteriosos soariam para oe fluiriam pela
sala, e uma luz brilharia como se tivesse nascido da escuridão. Eles
chamaram isso de "Vendo o Sol na hora da meia-noite". Eles encontraram a
luz no momento de maior escuridão. Surgiu de dentro da escuridão ou de
seu eu interior?

Para ensinar aos alunos que esta era a Luz da Vida, os sacerdotes os
conduziam a uma caverna onde parecia não haver nada além de rocha nua. Lá eles
viram caules, com espigas de grãos, brotar das pedras para proclamar a vida que
surge para todo o sempre de tudo o que parece morto.

Mais de mil anos depois, viviam os três Magos, assim chamados


porque eram grandes em sabedoria. Velhas histórias falam de sua busca
entre as tábuas de argila dos Caldeus, onde encontraram uma profecia de
que chegaria um tempo, na Hora da Meia-Noite, em que duas grandes
estrelas se uniriam na constelação dos Peixes e que, na escuridão abaixo
deles, uma nova estrela apareceria, “a estrela de Jacó”, para predizer que um
novo e maior Rei nasceria na terra: Christos, o próprio Ser do Sol! Assim, no
roteiro dos caldeus, era anunciada a vinda da Luz para todo o mundo que
eles haviam vivido na celebração da Noite da Consagração.

Conta-se que os Magos passavam três dias por mês, ano após ano, em
uma alta montanha, observando o aparecimento da estrela que havia sido

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predito. Agora, na noite do nascimento de Cristo, uma estrela apareceu junto com a
forma de uma criança maravilhosa com uma cruz de fogo na cabeça, e disse-lhes: “Ide
depressa para a Judéia e lá encontrareis uma criança recém-nascida que é o Rei a quem
você espera. ”

A chuva passou. Com as nuvens passando,


Veja as luzes do céu estrelado.

A floresta está silenciosa na escuridão da noite. Entre as folhas

molhadas brilha uma minúscula luz das estrelas.

Como os espelhos do pirilampo, o que brilha ao longe.

Cinturão de Orion? As Plêiades?

Estrelas tão distantes quanto essas?

Entre a estrela do céu e a centelha do pirilampo, The


Christmas Star ilumina a escuridão do coração.

Os cientistas de hoje agora sabem que a Estrela de Belém foi provavelmente


uma ascensão de Júpiter no início da madrugada (o Leste) entre 17 de abril e 19 de
dezembro do ano 6 aC. Com Saturno próximo em uma constelação associada à
Judéia, isso teria sinalizado um nascimento real que apenas astrônomos sérios da
época (isto é, os Magos) teriam reconhecido. Mais tarde, marcar os anos seria
alterado de bc (antes de Christus) para ad (anno domini, no ano de nosso Senhor),
para reconhecer este momento incrível na história mundial.

Alguns dizem que foi o próprio Menino que conduziu os Magos ao lugar onde
nasceu. Alguns dizem que foi um espírito santo que assumiu essa forma para guiar os
Sábios. Outros acham que foi o anjo, que também apareceu aos pastores. Ainda outros
perguntam: Era um corpo celestial recém-criado que, uma vez que tinha cumprido sua
missão, foi absorvido mais uma vez na matéria do universo?

São Mateus escreveu: “E eis que a estrela que eles viram no leste foi
adiante deles até que veio e ficou sobre onde estava a criança. E quando eles
viram a estrela, eles se alegraram com grande alegria. ”

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Senaqueribe e os Assírios
Ao norte da Babilônia ficava a cidade de Assur. Construído em uma
margem alta do rio Tigre, era fácil de defender. O povo de Assur era chamado
de assírios. Seu deus era Assur, o deus da guerra.

Se nos lembrarmos da descrição dos persas de Ahriman que conduzia as pessoas


à guerra, entenderemos os assírios. Ao contrário dos babilônios, que geralmente eram
fazendeiros e comerciantes pacíficos e cujos reis-sacerdotes pensavam na construção de
um mundo ordenado, os assírios tentaram assumir o controle do que outros haviam
construído.

O primeiro grande líder assírio foi um general que se fez rei e tomou o nome de
Sargão, em homenagem ao rei semita que conquistou os sumérios. Ele liderou seus
exércitos para o oeste, matando todos os que se opunham a ele e trazendo para casa seu
gado, grãos, metais, joias e outros tesouros. Ele construiu uma grande cidade em Nínive
e um grande palácio para si mesmo, mais magnífico do que qualquer outro conhecido, e
então ele encheu a cidade e o palácio com riquezas roubadas.

Senaqueribe era seu filho e, quando Sargão morreu, levou adiante os


objetivos de seu pai de tomar terras, cidades e campos muito além de Assur e
Nínive. O nome de Senaqueribe passou a ser conhecido e temido em todo o
mundo. O povo hebreu, no reino de Israel, foi conquistado por Senaqueribe, seu
reino foi destruído e o povo levado para ser escravo dos assírios.

O povo no Reino de Judá temeu que também seria vencido; eles temiam
que o deus Assur pudesse ser mais forte do que o deus de Israel e da Judéia.
Quando os assírios chegaram aos portões de Jerusalém, o povo lotou as ruas de
medo. O profeta Isaías se colocou diante deles e clamou que seu deus, Jeová,
era o Senhor de todos os povos e maior do que Assur. Isaías profetizou que os
assírios, embora pudessem vencer algumas batalhas, pereceriam no final.
Estranhamente, a doença se apoderou dos soldados dos exércitos de
Senaqueribe, e eles morreram às centenas. Jerusalém foi salva.

Retornando a Nínive, Senaqueribe construiu um exército maior e marchou entre os dois rios

em direção à Babilônia, queimando cidades em seu caminho, matando milhares, capturando ainda

outros milhares. Seus soldados eram arqueiros, lanceiros e escudos. Eles montavam cavalos e

dirigiam carruagens. Eles construíram

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grandes máquinas de guerra sobre rodas, com aríetes capazes de derrubar paredes de
tijolos. Os aríetes, lanças e flechas não eram tudo o que se temia, pois os próprios
soldados eram cruéis e ferozes, desprovidos de sentimentos humanos. Onde quer que
os terríveis exércitos assírios varressem a terra, eles deixavam um rastro de ruína e
morte para trás.

Em torno de montes fumegantes, montes que um dia foram cidades e foram


incendiados com tições assírias, os líderes montaram estacas nas quais prendiam os
corpos de suas vítimas que haviam sido esfoladas vivas. No entanto, outros dos mortos
jaziam em montes e pilhas ao redor para alertar o mundo do que aconteceria àqueles
que não se submetessem aos conquistadores.

Naum, outro profeta de Judá, clamou contra os assírios com estas


palavras: “Ai da cidade sangrenta! Está tudo cheio de mentiras e roubos, o
barulho do chicote, o barulho das rodas, o empinar dos cavalos e os pulos
das carruagens. Os cavaleiros erguem tanto a espada brilhante quanto a
lança brilhante, e há uma multidão de mortos e tropeçam nos mortos. Eis
que eu sou contra ti, diz o Senhor dos Exércitos, e acontecerá que todos os
que te virem fugirão de ti e dirão: Nínive está destruída; quem vai lamentá-
la? "

Assim foi Senaqueribe e seus exércitos até que chegaram à Babilônia e a


destruíram totalmente. Ele permitiu que as águas dos canais, que irrigavam os campos
de cevada, inundassem as ruínas. Assim, os assírios se tornaram senhores da terra entre
os rios e muito além - não por meio da sabedoria, mas pelo poder. Em vez de pacíficas
caravanas de burros serpenteando de cidade em cidade, carregando grãos e lã, as
estradas estavam obstruídas por nuvens de poeira levantadas por grandes rebanhos de
gado, cavalos, jumentos, cabras e ovelhas e longas filas de camelos carregados de ouro e
um tesouro de prata, todos sendo dirigidos para Nínive, cujo rei reivindicou a riqueza do
povo que havia conquistado.

Grande era a riqueza de Nínive, agora o centro do Império Assírio. Os


assírios eram donos da terra entre os rios. Eles construíram grandes palácios e
templos e projetaram jardins maravilhosos com plantas de todas as terras
conquistadas, até mesmo da Índia. Artistas foram trazidos à cidade para decorá-
la com estátuas.

Depois que Senaqueribe morreu, seu neto, Assurbanipal, governou o império. Ele
coletou uma grande biblioteca de tábuas de argila (2.200 das quais foram descobertas séculos

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mais tarde nas ruínas de Nínive) em que foram escritas as histórias dos triunfos
assírios.

Embora por anos esse povo governasse como conquistador, eles tiveram seus
problemas, pois seus súditos se revoltaram e os líderes tiveram que manter grandes
exércitos. Eles tiveram que tirar os fazendeiros de seus campos, os artesãos de seus
negócios, os mercadores de seus negócios e mantê-los em exércitos para subjugar
rebeliões e lutar contra os forasteiros que vinham contra a Assíria do norte e do sul.

Os soldados não cultivam alimentos, não constroem casas ou tecem mantos.


Eles não produzem nada para os outros, apenas usam e comem o que os outros
produzem. Assim, chegou o tempo na Assíria em que os campos foram destruídos,
valas de irrigação quebraram, os negócios foram negligenciados e os negócios
sofreram. Por causa disso, os assírios perderam suas forças. E quando os persas do
norte e os caldeus das terras desérticas ao sul juntaram seus exércitos e marcharam
contra Nínive, eles derrubaram as muralhas da cidade, derrubaram os odiados
assírios, e a profecia de Naum foi cumprida. Todas as nações vizinhas se alegraram
com a queda de Nínive, e ela se tornou a pilha de lixo que é hoje.

Então aconteceu que o rei Nabudodonosor, o caldeu, reconstruiu


Babilônia e a Babilônia tornou-se parte da Caldéia. Foi Nabudodonosor quem
trouxe o povo de Israel cativo para a Babilônia em 586 aC. Seu filho, Belsazar, foi
o último rei da Babilônia antes de ser capturado por Ciro, o Grande, da Pérsia
(538 aC), que permitiu que os cativos de Israel voltassem para sua própria terra.

Os reis caldeus passaram muitos anos cavando em busca de documentos


antigos. Este foi um olhar para trás. Não houve novo impulso. Seu governo durou
apenas 68 anos, de 606 aC a 538 aC.

Nem todos os assírios foram tão cruéis quanto Senaqueribe e seu neto. Aqui
está uma velha história que foi contada e recontada sobre o filho de Senaqueribe,
Esarhaddon:

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Esarhaddon
REI DA ASSÍRIA 681-668 aC (de
uma história de Leão Tolstói)

Esarhaddon, um rei assírio, era filho de Senaqueribe e pai de Assurbanipal. Os


assírios conquistaram o reino do rei Lailie, queimaram todas as cidades, massacraram os
guerreiros e tomaram os habitantes deste reino como escravos. Esarhaddon colocou o
Rei Lailie em uma gaiola para mantê-lo lá até que ele pudesse pensar em uma boa
maneira de matá-lo.

À noite, Esarhaddon estava deitado na cama, pensando em matar o rei


Lailie, quando um velho apareceu diante dele. "Você deseja matar o Rei Lailie?"
perguntou o velho.

"Sim", respondeu Esarhaddon, "mas não posso decidir como


executá-lo."

O velho disse: “Mas você é Lailie”.

“Isso não é verdade”, respondeu Esarhaddon. "Eu sou eu, e Lailie é Lailie."

“Você e Lailie são um,” disse o velho gentilmente. "Só te parece que
você não é Lailie e que Lailie não é você."

“O que você quer dizer com 'parece'? Aqui estou deitado em uma cama macia, cercado por

escravos obedientes, e amanhã farei um banquete com meus amigos; enquanto Lailie se senta

como um pássaro em uma gaiola, e amanhã ele será feito em pedaços pelos meus cães. ”

“Você não pode destruir a vida dele”, disse o velho.

"Se eu puder matar quatorze mil de seus guerreiros e construir uma colina com seus
corpos, posso destruir Lailie também."

“Venha comigo”, disse o velho, e conduziu Esarhaddon a um tanque cheio de


água. Ele encheu uma jarra e disse: “Assim que eu começar a derramar essa água
em você, coloque sua cabeça dentro da piscina”.

Quando ele começou a derramar o jarro sobre a cabeça de Esarhaddon, o Rei fez o
que lhe foi dito. Assim que sua cabeça estava debaixo d'água, ele sentiu que não era
mais Esarhaddon, mas outra pessoa. Antes dele era uma linda mulher que ele

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nunca tinha visto antes, mas ele sabia que ela era sua esposa. Ela se aproximou dele, dizendo:
“Lailie, meu querido, os príncipes esperam por você no grande salão. Vá até eles. ”

Esarhaddon não ficou surpreso com suas palavras e fez o que ela mandou, saindo
para o grande salão onde os príncipes o aguardavam para prestar-lhe seus respeitos.
Eles se curvaram diante dele e, ao seu comando, levantaram-se e sentaram-se para
realizar o conselho. O mais velho dos príncipes falou, dizendo que eles deveriam travar
guerra contra o ímpio assírio, o rei Esarhaddon; mas “Lailie”, como ele agora sabia ser,
não concordava. Ele ordenou que os embaixadores fossem ao rei Esarhaddon, para
suplicar a ele. Então, “Lailie” escolheu príncipes importantes para essa missão e disse a
eles o que dizer.

Tendo dispensado os príncipes, Lailie-Esarhaddon cavalgou para caçar, e depois


de uma caçada bem-sucedida, ele voltou para casa para festejar com seus amigos. No
dia seguinte, ele realizou o tribunal. Muitas pessoas de seu reino vieram a ele com
pedidos e apelos por justiça. Depois de ter dado os julgamentos, ele foi caçar
novamente, e novamente após a caça, ele festejou com seus amigos.

Assim, ele viveu por dias e semanas enquanto esperava o retorno dos
embaixadores. Por fim, eles voltaram, mas sofreram um triste destino: seus narizes e
orelhas foram decepados. Eles trouxeram a mensagem a Lailie-Esarhaddon de que o que
havia sido feito a seus embaixadores seria feito a ele também, a menos que ele,
imediatamente, enviasse um tributo de prata, ouro e madeira de cipreste, e então viesse
pessoalmente para prestar homenagem ao rei assírio .

Lailie, que já foi Esarhaddon, convocou todos os príncipes em conselho e


eles declararam que agora deveriam ir à guerra contra o rei Esarhaddon. Lailie
concordou, assumiu seu lugar à frente do exército e partiu contra os assírios.
Eles marcharam por sete dias, e a cada dia Lailie cavalgava entre seus homens
inspirando-lhes coragem.

No oitavo dia, eles encontraram o exército de Esarhaddon em um amplo vale às


margens de um rio. Enquanto seus guerreiros lutavam, Lailie viu os exércitos de Esarhaddon
enxameando das colinas ao redor. Enquanto os guerreiros de Lailie podiam ser contados às
centenas, os de Esarhaddon estavam aos milhares. Lailie dirigiu sua carruagem de guerra
contra os enxames de soldados inimigos, cortando-os e golpeando-os com sua espada.

De repente, ele sentiu que havia sido ferido e feito prisioneiro. Ele
marchou por nove dias com todos os outros cativos e no décimo dia foi

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trazido a Nínive e colocado em uma gaiola, onde se sentou por vinte dias, sofrendo não
apenas de sua ferida e de fome, mas de vergonha e raiva. Decidiu-se a não deixar que seus
inimigos vissem seu sofrimento e suportou bravamente tudo o que acontecia, sem um
gemido ou murmúrio, enquanto seus amigos e parentes eram conduzidos à tortura, assim
como sua amada esposa também fora conduzida a Esarhaddon como escrava . Ele suportou
tudo isso em silêncio.

Então chegou o dia em que dois soldados destrancaram sua jaula e o levaram a uma
estaca de ponta afiada. Enquanto eles se preparavam para perfurar seu corpo na estaca, ele
esqueceu sua resolução de permanecer calmo e silencioso. Ele começou a soluçar e a orar por
misericórdia, mas ninguém o ouviu. “Isso não pode ser,” ele gritou. “Certamente é um sonho.
Eu não sou Lailie. Eu sou Esarhaddon. ”

Então ele ouviu uma voz dizendo: "Você é Lailie e Esarhaddon."

Como ele sentiu que estava prestes a ser perfurado na estaca, ele gritou
novamente e no mesmo instante levantou a cabeça da poça d'água. O velho
estava de pé sobre ele, esvaziando as últimas gotas de água da jarra. “Oh, como
sofri terrivelmente! E quanto tempo!" disse Esarhaddon.

"Longo?" perguntou o velho. “Você apenas mergulhou sua cabeça na água e a


levantou novamente. Veja, toda a água nem mesmo foi derramada da jarra. Mas
agora você entende que Lailie é você, que você e Lailie são um? Você pensou que a
vida morava apenas em você. A vida está em todos e em tudo, assim como em você,
e eu lhe mostrei que, ao fazer o mal aos outros, você também o fez a si mesmo. Com
a porção da vida que está em você, você pode tornar toda a vida melhor ou pior.
”Dito isso, o velho desapareceu.

Na manhã seguinte, o rei Esarhaddon ordenou que Lailie e todos os


prisioneiros fossem libertados. Então ele convocou seu filho, Assurbanipal, e
entregou o reino em suas mãos. Ele mesmo foi ao deserto para meditar em tudo o
que havia aprendido. Mais tarde, ele percorreu as cidades e vilas, pregando às
pessoas que toda a vida é uma só e que os homens fazem o mal a si mesmos ao
desejar fazer o mal aos outros.

[Nota: Em 1903, Tolstoi foi solicitado a publicar três histórias, a receita para ajudar as
vítimas de um pogrom antijudaico. Esta história de Esarhaddon foi uma das três.]

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Egito
Homenagem a ti, ó Ra, quando tu subires! Tu
stridest nos céus em paz, E todos os teus
inimigos são lançados abaixo.
As estrelas que nunca descansam cantam hinos de louvor a ti, E as
estrelas que descansam e as estrelas que nunca falham Te glorificam
quando tu afundas para descansar no horizonte de Manu, ó tu que
és bela pela manhã e à noite.
- Osiris o escriba Ani


Louvado seja, ó Nilo, que procede da terra
e vir para alimentar os habitantes do Egito,
Aquele que rega os prados que Rá criou para alimentar todo o gado,
Que dá de beber aos lugares desertos que estão longe da água, Que
produz cevada e cria trigo.
Se ele for preguiçoso, as narinas se tapam e todos os homens são abatidos. Quando ele se

levanta, a terra se alegra e todos os homens ficam felizes,

Cada mandíbula ri e cada dente é descoberto.


Portador de nutrição, criando todas as coisas boas.
- Hino ao Nilo


Todo o gado descansa em seu pasto. As
árvores e plantas florescem. Os pássaros
voam em seus pântanos, Suas asas erguidas
em adoração a ti. Todas as ovelhas dançam
em pé. Todas as coisas aladas voam.

Eles vivem quando tu brilhamos sobre eles.


As barcas navegam rio acima e rio abaixo. Cada
rodovia está aberta porque tu amanheces. Os
peixes do rio saltam diante de ti.
Teus raios estão no meio do grande mar verde.
Quão múltiplas são as tuas obras!
Ó único deus, cujos poderes nenhum outro possui.
- seleções de Akhnaton Hino ao Sol

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Para os sacerdotes
egípcios, a terra não era
irreal, nem era má,
mas era obra dos deuses.
Tudo no mundo
era uma pegada dos deuses. Para

eles, a terra se tornou um lugar

muito importante, tão importante

que sentiram tudo o que fizeram

na terra
deve ser e pode ser
levado com eles
para o mundo espiritual

quando eles morreram.

Uma vez que a terra


mostrou o ser dos deuses,
o homem poderia se divertir.

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O Vento e a Luz
Houve um tempo, em que o mundo estava sendo criado, em que ainda
não havia ar e os homens que viviam na terra ainda não precisavam
respirar. A terra estava coberta de vapores nebulosos, dentro dos quais o
poder vivificante do sol estava em ação. O poder do Sol e as brumas eram
um só. Os antigos egípcios imaginaram dois irmãos, Osíris, que era a
potência solar, e seu irmão Set. Chegou o momento em que Set se separou
de Osíris e, como o Vento, trabalhou no elemento do ar que agora apareceu,
a umidade nos vapores que cobriam o mundo encolheu. Osíris permaneceu
no elemento luz.

Através da atividade de Set, o ar entrou no homem como respiração; agora a humanidade

precisava respirar. Antes desse momento, os homens viviam sem conhecimento do nascimento e da

morte. Agora, assim que ele conseguia respirar, o homem chamava a respiração de "vida" e a

interrupção da respiração era "morte".

A história de Osíris e Set era conhecida por todos os egípcios. Vivia em sua
alma e o lembrava de que o momento da morte, a parada da respiração, estava para
vir a ele e que ele deveria aprender durante a vida como entrar na morte.

Osiris
Muito, muito tempo atrás, vivia um rei semelhante a um deus na terra, Osíris, o
deus da luz. Todos o amavam e colocavam seu nome acima de todos os nomes, pois ele
era o doador da vida e ensinava os homens a ser mais do que mendigos e bestas,
mostrando-lhes como usar grãos e uvas, fazendo leis e ensinando os homens a olhe para
os deuses. Sob seu governo, todos os homens viviam em contentamento.

Todos o amavam, exceto aquele que não o amava, e esse era seu irmão Set. Set
era o governante do deserto onde nenhuma planta crescia. Ele foi quem secou a terra e a
tornou inabitável. Ele estava sempre pronto para suas travessuras, pois seu coração ardia
com um vento quente de ódio pelos vales verdes do reino de Osíris e por tudo o que
estava vivo.

Ísis era irmã e esposa de Osíris, e ela era muito vigilante, sempre protegendo
Osíris de todos os perigos. Osíris, no entanto, partiu para viajar por toda a terra, para
civilizá-la, para mudar o modo de vida da humanidade, não pelo uso de armas e

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exércitos, mas por persuasão, raciocínio e canções de todos os tipos. Ele deixou Ísis em casa
em guarda contra Set.

Enquanto Osiris estivesse longe, Set não poderia fazer nada contra ele porque Ísis
estava muito vigilante. Mas quando Osíris voltou, Set formou uma conspiração contra ele para
enganá-lo.

Sem o conhecimento de Osiris, Set mediu a sombra de Osiris, a altura e a largura,


e teve um lindo peito feito para se ajustar à medida. Então ele deu um grande banquete
e convidou a todos. Todos os convidados admiraram o peito bonito e lindamente
ornamentado que tinha a forma de um homem. Set anunciou, como se estivesse
brincando, que daria o baú de presente para quem se deitasse nele e se encaixasse
perfeitamente nele. Muitos tentaram. Alguns eram muito longos, outros muito curtos,
outros muito gordos, outros muito magros. Mas quando Osíris, cheio de alegria, estava
lá, ele se encaixou perfeitamente.

Os setenta e dois amigos de Set, que haviam planejado o truque com ele, correram
rapidamente para o baú, fecharam a tampa e prenderam-no com pregos, soldaram-no com
chumbo derretido e carregaram-no para o rio Nilo e o deixaram flutuar para o mar . Assim
que Isis soube disso, ela cortou uma mecha de seu cabelo e vestiu um manto de luto. Então
ela saiu à procura de Osíris.

Ela vagou pela terra por muito tempo. Por fim, algumas crianças disseram a ela
que viram o baú flutuando em direção à costa de um país chamado Biblos. Perguntando
a todos que conheceu, ela fez seu caminho até lá. Finalmente ela soube que um baú
havia sido carregado pelas ondas até a praia e estava no meio de uma certa planta que
havia crescido tão rápido que envolvia o baú dentro de seu tronco. O rei de Biblos notou
esta árvore incomumente grande e ordenou que ela fosse cortada como um pilar para
sustentar o telhado de seu palácio.

Ísis foi para Biblos e se tornou a babá do filho da Rainha. Com o tempo, ela se
revelou uma deusa e perguntou se ela poderia ficar com o pilar. Quando o rei deu a
ela, ela levou embora em um barco e voltou para sua própria terra. Uma vez em
casa, ela se apressou em cumprimentar seu filho, Hórus, então apenas um bebê, e
deixou o baú desprotegido. Set, caçando pela luz da lua, veio até ele e rasgou o
corpo de Osíris em quatorze pedaços que ele atirou por todo o Egito.

Ouvindo sobre este segundo mal, Ísis novamente partiu em um pequeno barco e fez
seu caminho por todos os muitos pântanos até que ela encontrou todas as partes do corpo de
Osíris e enterrou cada uma no lugar onde ela as encontrou. Ela estabeleceu um

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templo de Osíris em cada cemitério. Assim, passou a haver quatorze reinos no
Egito, em vez de um.

Atingida pela tristeza estava Ísis, e seus gritos despertaram Osíris para o
mundo de todos os que haviam morrido. Posteriormente, os homens na terra foram
consolados ao aguardar a morte, quando eles iriam para Osíris, cuja luz brilhou para
eles no reino dos mortos. E assim os vivos falaram da morte como "o surgimento da
luz".

Agora que Osíris havia deixado a terra, quem governaria seu reino? Set
tentou ganhá-lo para si mesmo e teria feito isso se não fosse por Hórus, o filho
de Ísis e Osíris, que lutou com Set para vingar a morte de seu pai. Diz-se que a
batalha durou de uma ponta a outra do Egito e, após oitenta anos de luta, Hórus
finalmente venceu Set e assumiu o trono.

Cada Faraó do Egito, depois dele, era conhecido como o Hórus Vivo. E quando,
na morte, ele se mudou para a "Terra dos Ocidentais", ele assumiu o nome de Osíris.

A Biografia do Rio Nilo


A oeste da Índia através do Oceano Índico fica o grande continente da África, e
lá, na parte norte, o sol brilha dia após dia em um céu azul claro sobre areias
amarelas que se estendem até onde a vista alcança, para formar o maior deserto do
mundo. Chove tão pouca lá que às vezes passa um ano inteiro sem uma gota d'água
do céu. Um vento seco sopra quente durante o dia com o calor do sol, mas as noites
são muito frias. Poucas plantas crescem no deserto. É principalmente rocha e areia,
areia tão brilhante e leve quanto o sol, areia que é levada pelo vento em colinas que
se movem e mudam como grandes ondas do oceano, mas, é claro, mais lentamente.

Muito tempo atrás, na época em que os sacerdotes babilônios estavam estudando


as estrelas e escrevendo seus registros de tabuinhas de argila, outro povo se estabeleceu
neste deserto. Eles se estabeleceram em um lugar onde havia bastante água por causa
do rio que corria pelo deserto arenoso e seco, um rio que nunca secava. Eles também
construíram suas casas de tijolos secos ao sol e cultivaram a terra no vale do rio. Alguém
poderia perguntar: "Mesmo com toda a água do mundo, como algo pode crescer na
areia?"

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De onde vem o rio em uma terra onde não chove? Por que não secou? Como
as pessoas poderiam fazer tijolos para suas casas com qualquer coisa que não fosse
argila? Como eles poderiam plantar trigo e cevada e fazê-los crescer sem uma terra
boa e rica?

Naqueles primeiros dias, os egípcios não sabiam de onde vinha o rio. Ele fluiu
para o norte do sul. Em seus barcos, as pessoas podiam navegar para o sul apenas
até um determinado lugar - e não mais longe. Lá, o rio estava repleto de grandes
rochas e pedras que se espalhavam como enormes hipopótamos, suas costas
úmidas erguendo-se da água turbulenta para brilhar ao sol.

Se as pessoas viajassem além disso, sem barcos, chegariam a outras


corredeiras rochosas ou cataratas, seis ao todo, e além delas o rio ainda estaria
fluindo mais para o sul, tão longe que naquela época ninguém poderia explorá-
lo. As pessoas diziam que o rio fazia parte da Corrente Celestial que envolve a
terra e que nunca poderia secar.

Ainda mais maravilhoso, o rio trouxe não apenas água para esta terra, mas
também uma rica terra negra. Todos os anos, na mesma estação, altas ondas de água
desciam pelas cataratas em tal inundação que o rio subiria sobre suas margens e a água
se espalharia em ambos os lados para cobrir a terra por quilômetros. As águas da
enchente eram escuras com um lodo fino, preto e lamacento. Após cerca de dois meses,
as enchentes afundariam novamente e deixariam para trás uma nova camada de terra
preta no solo. Assim, esses primeiros povos encontraram, ao longo das margens do rio,
muitas camadas de solo negro e profundo. Quando as sementes eram lançadas na lama
logo após o recuo das enchentes, elas cresciam tão rápido que as pessoas podiam fazer
a colheita apenas dois meses depois de terem sido plantadas.

As pessoas disseram que essas duas dádivas de água e solo foram


enviadas a eles pelo Deus do Nilo que, em algum lugar distante ao sul, se
ajoelhou em uma caverna rochosa no subsolo. Eles o imaginaram com um vaso
sagrado em cada mão, derramando as inundações vivificantes de água e nova
terra. Assim, eles podiam cultivar e extrair seu alimento da terra e da lama
moldar tijolos e endurecê-los ao sol quente e construir casas.

Resta outra pergunta: como os egípcios conseguiram regar suas plantações


nos dez meses entre as enchentes, quando os ventos quentes e secos do deserto
levaram toda a umidade, mesmo ao longo das margens do rio?

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O que os deuses deram a eles, eles estimaram e deram graças, mas eles não
deixaram os deuses fazerem tudo. Eles fizeram algo por si próprios. Depois que as
enchentes diminuíram, as pessoas ergueram a água do rio para a terra e a deixaram fluir
através de valas para lagoas e tanques, onde a armazenaram entre margens de terra,
para serem usados quando precisassem. E como eles levantaram a água? Com rodas
d'água, poços e represas.

Hoje podemos seguir o rio Nilo e encontrar suas nascentes. Cerca de


duzentos anos atrás, alguém o fez, mas isso é muito recente, quando pensamos
que por cinco mil anos o povo do Nilo não sabia o que podemos saber
facilmente agora.

Hoje, da foz do rio, teríamos que viajar quatro mil milhas ao sul para
chegar à nascente mais meridional. Se viajássemos no mesmo ritmo que
leva a água desta fonte para chegar ao mar Mediterrâneo, levaríamos
quatro meses (a uma taxa de mil milhas por mês). A distância e o tempo
foram medidos por meio de marcas de cheias à medida que o Nilo se move
para o norte durante a estação das cheias. Este rio é o segundo mais longo
do mundo - e um dos mais interessantes.

Imagine dois irmãos que, ao contrário de Osíris e Set, começam


separadamente e se tornam um. Um deles é quieto, calmo e lento,
paciente e determinado a chegar ao fim da jornada a seu tempo. O
outro é mais selvagem: ele se lança, arrastando tudo consigo
enquanto pula penhascos, corre por entre as rochas aglomeradas,
ruge e grita pelo caminho como se temesse se atrasar. Esses dois
irmãos são as duas fontes do Nilo: O lento e silencioso sobe e começa
a partir de um grande e calmo lago nas terras altas ao sul. O
selvagem desce de entre os picos de antigos vulcões, a nordeste do
primeiro. Enquanto o calmo serpenteia por densas florestas, ele
reúne substâncias vegetais em seu riacho; troncos, folhas, raízes e
frutos velhos flutuam sobre ele e se dissolvem nele.

O calmo flui noite e dia do grande lago, ou mar interior. Tempestades


diárias mantêm o lago cheio. O selvagem desce de seus vulcões apenas em
uma determinada época do ano e em torrentes que pessoas e animais

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têm que fugir para salvar suas vidas, caso estejam vagando perto desta fonte. A
hora de o rio saltar das montanhas chega quando os ventos do sudeste invadem as
encostas das montanhas. Eles estão cheios de umidade do Oceano Atlântico, onde
começaram. Eles acumulam mais umidade enquanto dançam nas selvas quentes e
úmidas da África do Sul por mil milhas. Quando eles alcançam as montanhas e
sobem suas encostas altas para o ar frio entre seus picos, a carga da umidade do
mar e da terra cai em torrentes de chuva. O rio selvagem pega a chuva e ganha vida!
Isso acontece todos os anos em abril e, quatro meses depois, esse ser selvagem
chega ao mar Mediterrâneo. Então, em junho, os ventos secos do nordeste sopram
sobre os desertos e colocam o irmão selvagem para dormir até a próxima primavera.

Ao norte de suas fontes, os dois irmãos se encontram e se tornam um, fluindo


como um por mais 1350 milhas para carregar seus tesouros para o Egito, tesouros
de plantas e substâncias minerais que eles deixarão na terra como uma terra nova e
fina. O irmão calmo, com as águas mais claras, é chamado de Nilo Branco. O irmão
selvagem, com água quase preta, é o Nilo Azul. Depois de se tornarem um, eles são
o Rio Nilo fluindo para o norte para a Terra do Egito.

Assim como os fazendeiros em outras terras olham para o céu em busca de sinais
de chuva, os egípcios olham para a distância em direção ao sul, todos os anos em julho,
em busca da onda de enchente descendo o leito de seu único rio. O Nilo Branco nunca
transbordaria de suas margens sem o Azul, mas sem o Branco, o Nilo Azul deixaria as
plantas do Egito morrerem de sede nos meses entre as enchentes.

Khufu
faraó do egito por volta de 3000 aC

Khufu era um jovem nobre do Egito que possuía muitas terras. Ele passava seus
dias caçando, nadando e supervisionando o trabalho em suas propriedades. Ele havia
aprendido a sabedoria do templo porque, quando menino, havia estudado na escola do
templo.

Nem todo mundo foi à escola no Egito. Aqueles que o fizeram tiveram que mostrar
não o quanto eles sabiam ou quão espertos eles eram, mas se eles tiveram ou não
coragem, se eles poderiam ou não terminar o que começaram, e se eles tiveram ou não

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eles podiam suportar sentir-se sozinhos. Sua coragem, devoção e autossuficiência foram testadas

antes que seus estudos pudessem começar.

As escolas ficavam nos templos, e os professores eram os sacerdotes que eram os


verdadeiros líderes do Egito, pois eles até guiavam e aconselhavam os reis e faraós. As
pessoas comuns - fazendeiros, comerciantes e artesãos - eram, por sua vez, guiadas por
aqueles que haviam sido educados nas escolas do templo. Os templos também eram as
moradas de Rá, o Deus Sol. A imagem de Rá foi colocada em uma sala especial onde
ninguém, exceto os sacerdotes, podiam entrar. Uma vez por ano, ele era retirado da sala
e carregado em um barco no rio Nilo, para abençoá-lo.

Quando Khufu foi para a escola do templo pela primeira vez, ele não sabia que um
dia ele seria o governante das terras ao redor do rio Nilo. Na entrada do templo, ele foi
recebido por um sacerdote que olhou nos olhos do menino, como se procurasse em
cada canto de seu coração e alma para descobrir se havia algum medo ou inverdade,
qualquer egoísmo ou maldade escondidos ali, Khufu olhou diretamente para trás nos
olhos do padre, sem nunca desviar o olhar, para baixo ou para cima, ou para um lado ou
outro. Então o sacerdote conduziu o menino mais para dentro do templo.

Uma vez lá dentro, Khufu enfrentou um portal entre dois pilares. Um pilar era
vermelho e o outro preto. O pilar vermelho marcava "o caminho da luz" e o preto "o
caminho das trevas". Parando com Khufu diante dos pilares, o sacerdote disse, “Agora
você tem que se decidir a dar um passo à frente através deste portal, pois uma vez que
você passou por esses pilares, não há como voltar atrás. Você então terá que permanecer
no templo por três vezes sete anos. Essa é a duração do treinamento no templo. Se,
depois de passar pelo portal, você decidir não continuar seu treinamento, ainda terá que
permanecer aqui como um escravo pelo mesmo período de tempo. ”

Khufu não hesitou em passar entre os pilares. Ele foi levado a uma sala onde
viu uma estátua velada sob a qual estava escrito: “Ninguém jamais levantou o meu
véu”. Diante dessa figura misteriosa, ele teve que jurar que pelos próximos sete dias
não diria uma palavra. Em seguida, ele foi conduzido para outra sala. A porta desta
sala fechou-se pesadamente atrás dele, e ele sabia com certeza que não havia como
voltar. Ele descobriu que agora estava sozinho e enfrentando uma passagem pela
qual poderia e deveria passar - pois era o único caminho adiante.

À medida que ele caminhava ao longo desta passagem, ela ficava mais escura e estreita até

que ele mal conseguia passar. Por fim, ele entrou em uma sala maior novamente. Aqui, ele não

encontrou outra maneira de seguir em frente, exceto descer alguns degraus até um poço.

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Agora ele tinha que entrar na água. Enquanto estava afundando nele, ele descobriu um pequeno

buraco através do qual ele se arrastou para outra sala, onde não conseguia ver nenhum caminho à

frente, apenas o buraco que levava de volta ao poço.

Sabendo que não havia como voltar atrás, ele permaneceu na sala. Agora ele
sentia uma sensação avassaladora de solidão, o tipo de solidão que as pessoas devem
sentir quando estão morrendo sem ninguém para ajudá-las. Ele queria gritar por
socorro, mas lembrou-se de seu voto de silêncio e ficou quieto. Essa foi a escolha certa,
pois, no devido tempo, uma porta se abriu no que parecia ser uma parede sólida, e ele
poderia deixar a sala da solidão. Pela porta aberta, no entanto, ele viu uma sala cheia de
chamas. Sem outra escolha a não ser entrar, quando o fez, ele descobriu que as chamas
não eram reais, mas espelhadas.

Esses testes de sua coragem física foram fáceis em comparação com outros que se
seguiram. Mas ele passou por eles e foi admitido nos estudos na escola do templo e foi
ensinado pelos sacerdotes em muitos campos do conhecimento do mundo:
conhecimento de minerais, plantas, medicina, arquitetura, música, astronomia.

Seus professores dividiam seu tempo entre as instruções que davam e sua
meditação sobre o que haviam ensinado. Ele foi convidado a pensar e viver de acordo
com o que eles ensinaram até que ele realmente entendesse. Freqüentemente, ele se
sentia abandonado e desanimado. A verdadeira sabedoria parecia fora de alcance, e ele
perguntava silenciosamente: "Quando terei permissão para ver a luz de Osíris?" apenas
para obter a resposta: "Trabalhe e ore!" Às vezes, ele recebia ajuda e encorajamento e
gostava de seu progresso, até que chegou o dia em que lhe disseram que estava pronto
para passar pela iniciação que o tornaria um sacerdote de Osíris.

À noite, os sacerdotes, carregando tochas, o acompanharam até uma cripta


nas profundezas do templo. Lá, eles o instruíram a se deitar em um sarcófago de
mármore. Eles o consolaram, dizendo-lhe para não ter medo, pois disseram: “Você já
é um de nossos irmãos”. O sumo sacerdote o abençoou, e então a procissão de
sacerdotes o deixou silenciosamente.

Khufu ouviu vozes cantando um canto fúnebre à distância. Aos poucos, ele
caiu em um sono mortal, durante o qual as imagens de sua vida na Terra passaram
diante dele como em um sonho. Uma linda rosa branca floresceu e desdobrou-se e
assumiu a forma de Ísis. Então uma luz gloriosa brilhou ao redor e dentro dele, pois
ele havia entrado no reino de Osíris e estava cheio da sabedoria pela qual havia
trabalhado e estudado três vezes sete anos.

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Depois de três dias, Khufu despertou e foi capaz de se lembrar e falar sobre o
que havia experimentado no reino de Osíris. Assim, ele se tornou um sacerdote de
Osíris, capaz de ensinar e guiar o povo na terra do Egito. E, no devido tempo, ele foi
escolhido pelos outros sacerdotes como Faraó.

Assim que se tornou Faraó, Khufu começou a construir sua tumba, no alto das
colinas do deserto acima da Cidade Real, a oeste do Nilo, um local agora conhecido como
a cidade velha de Gizé. Cem mil homens trabalharam para ele para extrair e mover as
pedras para omastaba (ou “casa da eternidade”), que deveria ser seu túmulo, junto com
o comissionamento da Grande Pirâmide. Primeiro ele tinha que encontrar pedras, do
tipo certo, mas elas estavam tão distantes que demorou dez anos apenas para construir
a estrada ao longo da qual mover as pedras. A cada três meses, um novo exército de cem
mil homens substituiria o antigo. Como eles moveram as rochas? Como eles os
levantaram sem máquinas como as que temos hoje? Um feitor, com um chicote, estalou
um ritmo; os blocos eram puxados e empurrados sobre roletes, subindo rampas, com
uma grande força que chegava aos trabalhadores através do puxar e empurrar rítmico.
Os operários viviam em cidades provisórias onde o trabalho continuava e eram pagos
apenas em milho e vinho. As rochas foram levantadas até as alturas do deserto e, em
seguida, até as alturas das pirâmides. Isso levou mais vinte anos.

Nenhum edifício como a Grande Pirâmide jamais foi erguido antes ou depois, embora os

faraós posteriores tenham erguido suas pirâmides menores estendendo-se por sessenta milhas em

uma longa linha ao sul. Nenhum era tão grande quanto o de Khufu. Tinha 480 pés de altura,

aproximadamente 755 pés quadrados na base e consistia em cerca de 2,3 milhões de blocos de

calcário e granito. Cobriu 13 acres, ou três quarteirões da cidade. Com seus blocos de pedra, cada

um pesando de 15 a 20 toneladas, uma grande cidade poderia ter sido construída. Esses grandes

blocos foram encaixados tão perfeitamente, sem cimento, que não era possível empurrar a borda

de um pedaço de papel através das rachaduras.

Dentro dessa grande montanha de pedra feita pelo homem, longas passagens
levam a duas pequenas salas no centro da pirâmide. Lá, muitos cientistas pensam agora,
é onde os melhores alunos, por sua vez, estariam no sarcófago de pedra, em meio à
escuridão, até serem despertados como iniciados. A câmara foi nomeada
Khut, que significa “Glória. Luz na escuridão ”!

Que outras maravilhas são conhecidas sobre esta pirâmide? Ele foi construído em um
terreno irregular, então uma medida exata da base de um canto a outro é impossível. Ainda

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os quatro cantos são exatamente quadrados e os quatro lados exatamente do
mesmo comprimento. Quatro triângulos brilhantes e exatos elevaram-se a um
centro exatamente acima do centro da base. As pedras centrais foram cobertas com
calcário polido e com pontas de ouro para captar os raios do sol. Cada face da
pirâmide estava exatamente alinhada com o norte, sul, leste e oeste. As passagens
para a câmara central vieram da superfície no leste e oeste para pegar os raios do
sol nascente e poente para que oKa, ou o espírito do aluno, poderia entrar na
câmara ao nascer do sol e partir para Osíris ao pôr do sol.

O povo do egito
Cada governante do Egito era conhecido como o “Hórus Vivo” e
freqüentemente era representado como um falcão. A palavra egípciaHor significa
“céu”, e as pessoas pensavam no céu como um falcão divino cujos dois olhos eram o
sol e a lua. Os egípcios pensavam em seu Faraó como o filho do Sol. Sempre que um
Faraó aparecia entre seu povo, um grande grito vinha antes dele: "Terra, cuidado,
seu deus vem!" Cada pessoa, de alto ou baixo grau, tinha que se curvar ao chão
quando se aproximava do Faraó sobre qualquer assunto, e beijar o chão onde seus
pés haviam descansado. Os mais favorecidos foram autorizados a beijar o pé do
Faraó.

Esse ser semelhante a um deus tinha muito a ver com a terra, e as pessoas
queriam ter certeza de que, à medida que ele crescia, não haveria fraquezas nele. Após
trinta anos de reinado, ele foi obrigado a provar que ainda tinha força para governar seu
povo. Ele tinha que aparecer perante todos os nobres que representavam os deuses que
atendiam ao Deus supremo, Faraó. Então, aquele que representava Thoth deu ao Faraó
um copo contendo "o elixir da juventude". Depois de beber o líquido, o Faraó faria uma
corrida para provar sua força.

Como ele governou? Ele possuía a terra do Egito, e todos os que viviam e
trabalhavam lá tinham que dar a ele uma parte do que eles colhiam ou faziam. Abaixo
dele estavam aqueles que o ajudaram a governar seu reino. Havia os sacerdotes que
faziam mapas do céu, nomeando as estrelas. Trabalhando com certos instrumentos, eles
demarcaram os campos de acordo com as posições das estrelas no céu, para que os
limites não pudessem ser esquecidos depois que o dilúvio inundasse a terra. Havia os
escribas que escreviam contas e mantinham registros. Havia superintendentes que
cuidavam para que os trabalhadores fizessem seu trabalho diário no edifício

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de tumbas e templos. E acima de todos eles, mais próximo do Faraó, estava
aquele que cuidava para que o reino e os negócios do rei realmente
prosperassem, o vizir.

Em 2900 aC, o Egito era uma terra rica e ocupada com o povo envolvido em muitos
negócios. Coppersmiths fez vasos e ferramentas, especialmente grandes serras para cortar
blocos de pedra. Ourives criaram joias de ouro. Trabalhadores da pedra faziam tigelas de
pedra que eram tão finas que a luz brilhava através delas. Os oleiros faziam potes de vinho.
Tecelões faziam linho fino e transparente como seda. Os fabricantes de papel fizeram o
primeiro papel da história com juncos de papiro. Os construtores de navios fizeram os barcos
para o Rio Nilo. Carpinteiros faziam móveis e estojos para múmias. Os comerciantes
navegavam no rio e carregavam essas mercadorias, mesmo para o mar, para outras terras. E,
claro, havia os fazendeiros, que trabalhavam nos campos, cavavam os canais e valas de
irrigação e os mantinham cheios.

Todos os anos, o Faraó escrevia algo em um rolo de papiro, lembrando o


rio Nilo de seus deveres para com a terra e pedindo que o rio tivesse um bom
humor. Ele jogaria o livro, junto com os sacrifícios, nas águas. E a cada ano,
depois que o dilúvio trouxesse seus presentes para a terra, o Faraó ordenaria
que oApis (touro sagrado) ser trazido e conduzido ao redor das paredes da
cidade para tornar os campos férteis. Então a semeadura começou. As pessoas,
usando cordões de cebolas no pescoço, cantavam enquanto trabalhavam.

Todos os dias, o vizir do Faraó se levantava para ver se os súditos do Faraó


estavam conduzindo bem os negócios do Faraó. Seus servos se apressaram em vesti-lo.
Um colocou cuidadosamente uma peruca na cabeça para que seu rosto tivesse uma
moldura digna. Outro calçou sandálias bordadas. Quatro anões arranjaram sua coleira, o
que era um sinal de sua alta posição. Outros trouxeram-lhe pergaminhos nos quais
estavam escritos os negócios que ele deveria conduzir. E enquanto ele estava sendo
preparado para o dia, músicos próximos tocavam harpas e flautas para deixá-lo de bom
humor. Ele designou o trabalho do dia para aqueles que eram responsáveis por uma
coisa ou outra e então, depois de comer frutas aromáticas, começou a inspecionar o
trabalho dos homens que estavam empenhados em manter os canais e valas em ordem,
ou no corte de grãos, ou cuidando do gado.

O Vizir foi carregado em uma liteira, pois um homem de seu alto cargo não
tinha permissão para tocar suas sandálias bordadas no chão nu. Enquanto eles
labutavam, seus carregadores gritavam: "Preferimos ter a liteira cheia do que vazia."

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É uma vida agitada que encontra o Vizir enquanto ele é carregado em sua ninhada: dois
trabalhadores do campo são pegos secretamente ordenhando uma vaca. Um diz: "Depressa, o
pastor está chegando!" Mas é tarde de mais . O pastor chove golpes em seus ombros. Alguns
marinheiros perto de um canal estão lutando e um deles grita: “Quebre a cabeça dele. De
qualquer forma, não há muito nisso! ” Alguns pastores estão conduzindo seus rebanhos de um
pasto para outro através da lama deixada pelas águas das enchentes e testando o solo
escorregadio com seus cajados. Alguém diz: “É muito apropriado que os pastores visitem os
peixes e perguntem por sua saúde!”

Recitando feitiços mágicos para assustar crocodilos que podem estar à espreita na
água, alguns vaqueiros estão tentando conduzir seu gado por terras alagadas. As vacas não
pensam muito nisso e se recusam a se mover. Então, um homem pega um bezerro nas costas
e entra com dificuldade. A mãe do bezerro salpica atrás de seu bebê, e as outras vacas a
seguem.

Os peixes estão sendo secos, as uvas colhidas, os grãos cortados e trilhados sob os
cascos dos burros. Os carneiros estão sendo empurrados sobre campos recém-semeados para
que seus cascos afiados espalhem a semente para a terra fofa. Os carpinteiros estão serrando
toras. Os pedreiros são blocos de pedra. Os oleiros estão moldando potes em suas rodas.
Algumas criadas estão usando moinhos manuais para moer grãos; um diz: “Um pouco mais
rápido se você puder!” Outro responde: “Estou trabalhando o mais rápido que posso”.

No mercado há muito barulho. Os comerciantes estão chamando seus produtos: “Bolos

quentes, ainda quentes!” “Linho, sandálias, produtos de primeira classe!” “Óleo, óleo! Quanto custa

uma jarra de óleo? ”

O Vizir gosta de toda a agitação e barulho e pensa, É tudo um sinal de


bom governo. Sim,pensa o vizir, em toda parte há um derramamento de vida
como as águas do Nilo.

Por último, ele vê um homem em um barco caçando hipopótamos com um arpão. A


esposa do homem está sentada no barco e segura o marido com firmeza por uma perna, para
que ele não caia no mar ao lançar a arma.

Quando o Vizir retorna para fazer seu relatório ao Faraó, o Rei o lembra: “O
Vizir é a parede de cobre que cerca a casa de ouro do Rei. O seu olho e o seu ouvido
devem ser os mesmos para todos os que se erguem e para aqueles cujas mesas
estão vazias e que possuem apenas um avental. Você está em um lugar público.
Vento e água falam de você. O que você faz não pode permanecer oculto.

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Lembre-se de que um homem vive após sua morte. Suas ações serão amontoadas como
montanhas ao lado dele! "

De onde veio essa história do vizir? A partir de fotos e escritos nas paredes de
seu túmulo. Os egípcios amavam tanto a vida que, antes de morrer, construíram
seus próprios túmulos e contrataram artistas para pintar as histórias de suas vidas
nas paredes de seus túmulos.

Vida e morte
No universo da terra e do sol, da lua e das estrelas, o povo do Egito sentiu a
presença de Seres Divinos. As ricas enchentes do Nilo, o deserto, o crocodilo, a vaca, a
flor de lótus, o falcão - todo o mundo físico era na verdade uma história escrita pelos
deuses. Feliz era a alma que poderia ser ajudada a se lembrar de sua vida maravilhosa na
terra depois que ele morreu. No entanto, somente se ele tivesse vivido corretamente, ele
poderia entrar nos reinos brilhantes de Osíris após a morte.

Guiado por Anúbis, um deus com cabeça de chacal, ao Salão da Verdade, ele
compareceria perante quarenta e dois juízes, cada um tendo o poder de julgar um dos
quarenta e dois pecados. Se a alma pudesse dizer que ele não era culpado de ninguém, ele
seria conduzido por Hórus ao trono onde Osíris o esperava para recebê-lo nos campos de
contentamento. Enquanto a alma respondia a cada uma das quarenta e duas perguntas, o
deus Thoth pesou seu coração contra a pena da verdade do cocar de Maat, a deusa da
verdade. Se a escama mostrasse que o coração não era mais pesado do que a pena, então foi
considerado que ele falava a verdade. Mas um coração pesado era aquele que estava
sobrecarregado de erros na vida.

Os egípcios forneceram ao corpo de alguém que morrera uma tumba


construída para durar para sempre. As paredes de uma rica câmara mortuária
estavam cobertas de escritos e pinturas que retratavam a vida da pessoa morta
na Terra. Suas posses terrenas estavam dispostas em salas vizinhas. Seu corpo
foi embalsamado para não virar pó. Assim, oKa (espírito) da pessoa morta
sempre poderia olhar para a vida terrena e encontrar lembretes de quem ele
tinha sido e o que tinha feito. Foi assim que a biografia de cada nobre foi
mostrada em seu túmulo.

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Grécia Antiga e Primitiva
UMA ORAÇÃO:
Amado Pan,
E todos os outros deuses que assombram este
lugar, Dêem beleza à alma interior,
E que o homem exterior e o interior
sejam um.
- Sócrates

Aqui na terra, entre o nascimento e a morte,


A alma e o espírito devem ser buscados no corpo.
- Rudolf Steiner, Princípios da Educação Grega

O que é belo também deve ser certo e verdadeiro.


- Aristóteles, Ética

Os deuses gregos tinham paixões humanas, defeitos


humanos, simpatias e antipatias humanas.
Os gregos sabiam que seus deuses tinham
a mesma vantagem de derivar da evolução
terrestre que o próprio homem.
- Jâmblico

Os heróis deveriam ensinar o homem

como se tornar um indivíduo por

meio das dádivas da liberdade.

- Ralph Waldo Emerson

Os gregos eram mestres na captura


A harmonia e a beleza da forma humana,
em movimento e em repouso, e ao
transmitir a força e a dignidade do indivíduo.
- de Hegel Estética

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A história do ser humano agora nos leva a
uma época em que habitavam a terra com
muito mais interesse que
o mundo após a morte tornou-se para eles
uma “terra das sombras”, sombria e irreal.
Até os deuses viviam no mundo dos humanos e
tomavam parte em seus assuntos.
Os deuses viviam no topo das montanhas,
nos rios, nas florestas, nos mares, e muitas
vezes se casavam com mortais que
grandes heróis podem nascer para liderar o povo.

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Orfeu
Orfeu com seu alaúde fez árvores E os
topos das montanhas que congelam,
Curvem-se quando ele cantava: À sua
música, plantas e flores Sempre
brotaram; como o sol e as chuvas
Fizeram uma primavera duradoura.
- William Shakespeare. Henry V

Quando a Índia estava entrando no Kali Yuga, e suas antigas glórias


estavam morrendo, a Assíria conquistou a Babilônia e estava pisando na Ásia.
Esta foi a era de Moisés. Os sacerdotes e faraós egípcios eram fortes, mas não
tinham muita influência além do Egito. Na Grécia viveu, por milhares de anos,
uma raça branca, agora mesclada com muitos outros povos da Índia, Egito e
Fenícia. A língua da Grécia era uma mistura de zend, sânscrito e céltico. Imitava
todas as vozes da natureza, desde o chilrear dos pássaros ao rugido do vento
tempestuoso e ao murmúrio das ondas contra as margens da terra.

Ao norte e a leste do Mar Egeu ficava a Trácia, uma terra selvagem e


acidentada. Cadeias de montanhas eram cobertas por carvalhos gigantes e
cobertas por rochas. No alto dessas montanhas havia templos aos deuses:
Cronos, Zeus e Uranos. Lá o Sol era adorado e Apolo, o deus da luz. Os padres
eram homens. Nas profundezas dos vales e florestas entre os picos das
montanhas viviam adoradores de Hécate, a deusa da magia, que, junto com
outros poderes, podia enviar demônios à terra para atormentar os homens. Seu
templo era servido por mulheres, sacerdotisas chamadas Bacantes, e elas eram
inimigas de Zeus e Apolo. Ai do padre que veio espionar as bacantes! Ele seria
feito em pedaços.

Nessa época, um jovem de raça real apareceu na Trácia. Ele era considerado
filho de Apolo. Sua voz musical encantou a todos que a ouviram. Seu cabelo dourado
caia sobre seus ombros, e seus profundos olhos azuis brilhavam com tal poder,
doçura e magia que os ferozes trácios fugiram de seu olhar. Até as bacantes foram
subjugadas por sua beleza e se esgueiraram em torno dele e sorriram de suas
palavras sem serem capazes de entendê-las.

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Orfeu foi o grande herói da Trácia, não um herói por seus feitos guerreiros, mas por
seus dons musicais. Ele tocou a lira e cantou tão maravilhosamente que bestas selvagens
vieram correndo para ouvir “e até mesmo as árvores o seguiriam.” Os espíritos sombrios do
mundo foram acalmados e acalmados por sua doce voz.

Orfeu amou e se casou com uma doce ninfa, uma donzela chamada Eurídice, e eles
viveram juntos em grande felicidade até que, um dia, Eurídice foi picada por uma cobra
escondida na grama e morreu. Sua alma foi para a Terra das Sombras, para onde vão todos
aqueles que morrem. Com o coração partido, Orfeu resolveu ir lá para encontrá-la.

Com sua música, ele foi capaz de encantar Hades, o rei do submundo, e
recebeu permissão para levar Eurídice de volta à terra com a condição de que ele
não voltasse para olhar para ela durante a viagem. Orfeu concordou e, seguido por
sua amada Eurídice, partiu para retornar à terra através de um túnel longo e escuro.
Eles estavam quase chegando ao seu destino e Orfeu podia ver a luz do dia no fim
do túnel, quando ficou ansioso para ver se Eurídice o estava seguindo, e virou a
cabeça, apenas para vê-la desaparecer quando foi levada de volta para o Hades.

Quando o aflito Orfeu desapareceu da Trácia repentinamente, disse-se que ele


havia morrido. No entanto, ele fugiu secretamente para o Egito e entrou na Escola
do Templo em Memphis. Depois de 21 anos ele voltou, tendo passado pelos
ensinamentos egípcios, e tinha um nome que lhe foi dado por seus mestres
egípcios: Orfeu de Arpha, que significa “aquele que cura com a luz”.

Eurídice viva teria me dado felicidade suprema; Eurydice


morto me fez encontrar a verdade.
Foi com amor que vesti o manto de linho, que
busquei o conhecimento divino;
que escalei as paredes das pirâmides e
entrei nas tumbas do Egito. Procurei a
morte para encontrar vida;
Os sacerdotes de Ísis e Osíris me deram seus segredos. Eles

tinham apenas aqueles deuses; Eu tinha Eros!

Através dele falei, cantei e venci!


Por meio dele pronunciei a palavra de Zeus e Apolo!
- trechos de "A Morte de Orfeu", capítulo 29, Os
Grandes Iniciados por Édouard Schuré

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Quando Orfeu voltou para a Trácia, os velhos sacerdotes de um templo na
montanha o acolheram como seu líder, e ele se tornou o sumo sacerdote de Zeus e
Apolo. Mais tarde, a adoração de Orfeu se espalhou por toda a Grécia.

Um dia, enquanto os sacerdotes realizavam seu ritual de sacrifício no templo,


Orfeu levou uma criança grega do templo para ensiná-la sobre os mistérios dos deuses.
Orfeu usava uma túnica de linho branco, um cinto dourado cintilando com cristais
escuros e uma coroa de folhas de murta; ele carregava em uma das mãos um cetro de
ébano com uma cabeça de marfim. O menino, que era aluno do templo, estava pálido e
trêmulo enquanto esperava o ensinamento de seu mestre. Orfeu viu isso e, para
tranquilizá-lo, pôs o braço suavemente em volta dos ombros do menino. Enquanto os
sacerdotes podiam ser ouvidos cantando um hino ao fogo, Orfeu falou ao seu pupilo:

“Ouça o primeiro mistério. Um único Ser governa no céu profundo e no


abismo da terra, o Zeus trovejante, o Zeus etéreo. Ele governa nas profundezas
da terra e nas alturas do céu estrelado. Ele é o próprio sopro das coisas. Zeus é
o fogo criativo e, quando o raio cai, ele explode de sua mão direita.

“Ouça, agora, o segundo mistério. Zeus é o grande Demiurgo. Dionísio é


seu filho, sua Palavra manifestada. Dionísio era o esplendor da habitação de seu
pai, o palácio eterno de éter.

“Um dia, Dioniso olhou nas profundezas do céu através das estrelas e viu, refletido
no abismo azul, sua própria imagem estendendo os braços em sua direção. Fascinado,
ele tentou agarrá-lo, mas a imagem fugiu dele. Ele o seguiu até que, finalmente, se
encontrou em um vale sombrio e perfumado onde, em uma gruta, ele viu a deusa
Perséfone tecendo uma tapeçaria maravilhosa sobre a qual ele podia ver fotos de todos
os seres se movendo de um lado para outro. Enquanto ele olhava extasiado para a bela
deusa, os Titãs o viram.

“Os deuses titãs estavam com ciúmes de sua beleza. Loucamente apaixonadas
por ele estavam as deusas titãs. Então os titãs se lançaram sobre ele, rasgaram-no
em pedaços e distribuíram as partes de seu corpo entre si. Eles queimaram isso e
enterraram seu coração.

“Mas Zeus lançou seus raios e atingiu os Titãs, enquanto sua filha,
Pallas Athena, carregava o coração de Dioniso para as nuvens, onde se
tornou um sol brilhante.

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“Este é o mistério da morte de Dioniso. Agora ouça o mistério de sua
ressurreição. Os humanos são a carne e o sangue de Dioniso: os infelizes são as
partes dispersas do seu corpo, que se procuram, na dor e no amor, ao longo de
milhares de vidas. Da fumaça do corpo de Dioniso vieram as almas dos seres
humanos, e quando eles ascenderem ao céu, eles se reunirão ao coração
flamejante de Dioniso como tochas, e Dioniso estará mais vivo do que nunca nas
alturas do céu. ”

Assim falou Orfeu ao seu pupilo: “Que Zeus e Dioniso sejam amáveis com a
tua juventude e derramem no teu coração o conhecimento dos deuses, pois a hora
da minha morte se aproxima. Mais uma vez devo descer ao Inferno para ascender
ao Céu. ”

Quando Orfeu e seu pupilo se aproximaram da orla da floresta, eles


encontraram uma tropa de guerreiros Bacantes trácias acampados ali. Os
líderes cercaram Orfeu, gritando: “Quem é você? Por que você veio aqui? "

Orfeu respondeu cantando: “Reis, líderes, guerreiros da Trácia, os deuses


do alto falam com vocês através de mim. Boas são as suas obras! Servi o Apolo
divino e o Zeus Etéreo. Então a contenda na Terra será diminuída, os enfermos
serão curados e as sementes do conhecimento produzirão frutos divinos de
vida: alegria, amor e beleza. ”

Enquanto Orfeu cantava, as bacantes saíram das sombras da floresta e se


aproximaram para sentar-se a seus pés como bestas domesticadas, todas exceto
Aglaonice, sua alta sacerdotisa, que se escondia na orla da floresta e se recusava a ouvir
seu canto. Um guerreiro anunciou: “Um deus está falando! O próprio Apolo está
encantando as Bacantes. ”

Aglaonice disparou para a frente, gritando: “Um deus, você diz? Bem, eu digo que
ele é Orfeu, um homem como vocês que está enganando vocês. Um deus, você diz? O
filho de Apolo? Jogue-se sobre ele. Se ele é um deus, deixe-o se defender. ”

Outros guerreiros gritaram: “Deixe-o se defender, se é um deus!” Eles sacaram suas


espadas e o derrubaram. Agora aquele vale gemeu e montanhas e florestas profundas
gemeram como uma grande lira. Os padres então levaram seu corpo para longe do mundo
dos homens para uma pira funerária. E sua alma imortal ascendeu ao seu objetivo
predestinado através das chamas de fogo para o céu. Assim termina a história de Orfeu, que
alegrou a terra por meio do canto.

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TheGreekGods e
o início de todas as coisas
erebus, um ser de trevas, e nyx, um ser da noite, juntos
fizeram um grande ovo do qual Eros, amor, surgiu para criar gaea,
a Terra . Então Gaia criouUrano, céu, para cercá-la e protegê-la.

Urano e Gaia se tornaram os primeiros governantes do céu e da terra.


Eles tiveram doze filhos gigantes, ostitãs, seis filhos e seis filhas. Urano
temeu que usassem sua grande força contra ele, então ele os lançou em um
abismo escuro sob a terra, de onde eles fizeram um clamor hediondo por
liberdade. Gaia implorou a Urano que os libertasse. Quando ele se recusou,
ela desceu ao abismo e persuadiu Cronos, o Titã mais jovem, a derrubar
Urano. Ele fez isso com a ajuda da foice que Gaia fez para ele. Após sua
derrota, Urano amaldiçoou Cronos e profetizou que chegaria o dia em que
Cronos seria vencido por seus próprios filhos.

kronos, o pai do tempo, assumiu o trono de Urano e escolheu


ema, uma irmã Titã, para sua esposa. Ele fez os outros Titãs governantes de
diferentes partes do mundo. Com medo da profecia de seu pai, Cronos engoliu
todos os seus filhos, exceto o mais novo,Zeus, quem Rhea escondeu de Cronos; ela
deu a ele uma pedra em vez disso. Zeus cresceu e derrotou seu pai. Reia preparou
uma bebida para Cronos que o fez vomitar as crianças que havia engolido.

Zeus baniu todos os Titãs que não se submeteram ao seu governo e


então dividiu os reinos da terra entre seus irmãos e irmãs. Ele escolheu
hera, uma irmã sua, para ser sua rainha. Entre os irmãos e irmãs de
Zeus estavam:Poseidon, deus dos mares e rios; hades, deus do
submundo, o reino dos mortos; Demeter, deusa da agricultura e
todos os frutos da terra; ehestia, deusa da lareira e do lar.

Zeus se tornou o governante do céu e da terra. Embora Hera fosse a Rainha do


Céu, ela não era a única esposa de Zeus, pois Zeus “se casou” com muitas outras deusas
e até donzelas mortais, o que deixou Hera muito zangada. Hera vingou seus erros de
muitas maneiras, pois ela tinha ciúmes de todos os que eram favorecidos pelo grande
Zeus. Zeus teve sete filhos, quatro filhos e três filhas:

84
Apolo, deus do sol, da música instrumental, da poesia e de todas as artes;
Hermes, o mensageiro dos deuses; ares, o deus da guerra, que comandava todas as
batalhas; hephaestus, o deus da forja, hábil na arte de trabalhar todos os metais em sua
oficina entre os fogos sempre ardentes nas profundezas da terra; Atenas, deusa da
sabedoria, das artes pacíficas e da guerra defensiva; afrodite, deusa do amor, que zela por
todo amor e casamentos; eArtemis, deusa da lua, que cavalgava os céus à noite e, como
deusa da caça, caçava na terra durante o dia. Outros filhos de Zeus, nascidos de mulheres
mortais, foram os semideuses (ou semideuses) Hércules, Dionísio e Perseu.

No alto do Monte Olimpo viviam os deuses. Eles visitaram a Terra com freqüência
para levar ajuda e proteção à humanidade e, às vezes, dissidência e destruição também.

KingMinos de Creta
Enquanto as grandes pirâmides do Egito estavam sendo construídas, os mercadores
egípcios navegavam em seus navios para a ilha de Creta, que fica do outro lado da entrada do
Mar Egeu. Creta foi considerada o local de nascimento de Zeus, o governante dos deuses, que
com uma mulher mortal teve um filho, Minos, que se tornou o Rei de Creta. O nome Minos
combinava com ele, pois ele tinha uma “mente” própria. Seu palácio ficava na cidade de
Knossos, ou "conhecimento".

Quando Poseidon, o deus do mar, enviou a Minos um touro branco especial para matar

como um sacrifício a todos os deuses, Minos o guardou para si, como se tivesse o pensamento,
Por que devo dar os poderes do touro aos deuses? Eu vou mantê-los.

Poseidon descobriu que Minos havia desconsiderado os deuses e, para puni-


lo, enviou-lhe o Minotauro, um monstro com cabeça de touro, um monstro das
trevas que se alimentava de seres humanos. Com a ajuda do inteligente Dédalo, que
projetou um labirinto de passagens misteriosas, o Rei Minos aprisionou o Minotauro
nele e alimentou o monstro, não o povo de Creta, mas os da cidade conquistada de
Atenas.

O rei Minos estava interessado nas invenções da mente humana e empregou


Dédalo de Atenas que, além de criar o labirinto, projetou e construiu reservatórios,
teatros, ferramentas para construção de navios e mastros para velas em

85
navios. Desafiando Poseidon, Minos construiu uma frota de navios, por meio da
qual conquistou Atenas e todas as ilhas do Mar Egeu.

Creta fica entre o Egito e a Grécia, tanto em sua localização quanto em seu lugar na
história. Foi um ponto de encontro de um velho e um novo tempo. A marinha de Minos
mantinha comércio com o Egito e também com a Grécia.

Do Egito, os cretenses obtinham cobre e estanho e os combinavam para obter um


metal mais duro do que o cobre - o bronze, com o qual fizeram as armas e o machado de
bronze usado na construção de navios. No Egito, eles também aprenderam a fazer jarros
e vasos de barro e os decoraram tão lindamente com formas de plantas que os egípcios
procuraram comprá-los para colocar nos túmulos de seus reis. Os cretenses também
aprenderam a fabricação de vidro com os egípcios.

Para a Grécia, os navios cretenses transportavam obras de arte cretense e egípcia,


cerâmica, azulejos, lã, joias, armas de bronze e armaduras. A cidade grega de Micenas,
uma fortaleza no topo de uma colina construída em torno dos palácios de seus príncipes,
estava repleta de tesouros de Creta e do Egito: portas e estátuas de ouro; móveis
incrustados com ouro, prata e marfim; copos e bacias de ouro e prata para beber; e
tecidos finos.

Knossos, a cidade do Rei Minos, foi escavada por Sir Arthur Evans no final do
século XIX. Wall painting in the palace of Minosimagem a vida dos cretenses antes de
Minos ser rei. O trono do rei foi encontrado e o palácio desenterrado e parcialmente
restaurado. Parecia um labirinto de salas com apenas três entradas. Muitos escritos em
tabuletas de argila foram encontrados. Alguns em uma linguagem chamada Linear B
foram traduzidos; essas tabuinhas são um registro do comércio de Creta. Outros tablets
têm escrita chamada Linear A; ninguém ainda foi capaz de decifrar esta escrita. Em uma
tabuinha redonda, chamada de disco Phaiston, a escrita ou pequenas imagens são
dispostas em espirais em ambos os lados; essa escrita também ainda é um grande
mistério para os arqueólogos!

A partir de descobertas arqueológicas, sabemos agora que a Creta primitiva era

provavelmente um matriarcado. As pinturas nas paredes mostram homens trazendo presentes para

uma mulher chamada Deusa Serpente. Além disso, a arte de Creta está repleta de curvas e flores,

que alguns acham que indicam uma forte influência feminina. Homens e mulheres praticavam o

esporte de pular sobre touros correndo. O Palácio de Knossos também tem muitas imagens

simbólicas de machados de chifre de touro por toda parte, indicações de que Minos provavelmente

conquistou Creta.

86
A “história oculta” que conhecemos do rei Minos pode ser contada da seguinte
maneira: Minos era obstinado. Ele pensou por si mesmo. Ele era parecido com uma
águia, mas queria ter o poder do touro também. Ele marcou uma época em que os seres
humanos estavam começando a sentir poderes divinos dentro de si, e Minos tentou
exercer mais poder do que os deuses. No entanto, ele não manteve seu poder. Foi
porque ele foi desafiador?

Um novo povo, os gregos dóricos, ocupou o lugar de destaque dos egípcios e


cretenses no mundo mediterrâneo. Seus deuses eram importantes para eles;
frequentemente eram pais ou mães de humanos, que emprestavam ao povo uma
parte de sua natureza divina para que se tornassem divinos ou mais heróicos.
Muitos foram os heróis da Grécia: parte deus, parte mortal. Os deuses favoreciam
seus filhos mortais, emprestavam-lhes poder na batalha, lutavam atrás deles e uns
contra os outros através dos humanos. Os assuntos dos deuses estavam
intimamente ligados aos assuntos das pessoas na terra, pois a terra havia se
tornado um lugar importante.

Teseu
O Mar Egeu é como um grande lago, e a ilha de Creta fica ao sul como um
guardião na entrada do Mar, a meio caminho entre o Egito e a Grécia. O Mar
Egeu é tão cheio de ilhas que se navega pelo Mar com alguma ilha sempre à
vista. Leva apenas uma ou duas horas para navegar de uma ilha para outra.
Aqui, em volta do Mar, o mundo é lindo. As ilhas emergem da água azul como
joias brilhando ao sol. Os litorais são profundamente recortados com muitas
baías e portos. As montanhas e promontórios elevam seus picos cobertos de
nuvens no céu azul.

Como o Mar Egeu recebeu esse nome? Na Idade Heróica da Grécia, houve uma vez um
rei chamado Aegeus. Quando ele era jovem, ele viajou para uma terra distante e se casou com
uma linda e jovem princesa chamada Aethra, e para eles um filho nasceu. Eles o chamaram de
Teseu. Enquanto Teseu ainda era um bebê, o rei Aegeus teve que retornar ao seu reino.
Debaixo de uma grande pedra, ele escondeu sua espada brilhante e sandálias douradas, e
disse a Aethra que quando seu filho fosse adulto e forte o suficiente para levantar a pedra, ele
deveria pegar a espada e as sandálias debaixo dela e trazê-las para seu pai em Atenas.

87
Depois de um tempo, Teseu se tornou um grande e forte jovem com cabelos
dourados e porte de herói. Sua mãe o levou até a rocha secreta e ele foi capaz de
erguê-la. Lá ele descobriu a espada e as sandálias de ouro de seu pai, ainda
brilhando com a mesma glória do dia em que estavam escondidas ali. Então Etra
disse a Teseu para ir até seu pai, o Rei de Atenas, e se dar a conhecer por meio
dessas preciosas fichas.

Teseu estabeleceu. Ele decidiu seguir o caminho mais perigoso, por terra e a pé. Ele
conheceu muitos gigantes monstruosos e cruéis e teve que lutar contra eles. Em cada batalha,
Teseu foi o vencedor. Onde quer que ele fosse, ele libertava o povo do medo dos gigantes do
mal que governavam suas terras, e assim conquistou seu amor e gratidão.

Por fim, ele foi a Atenas para a corte do rei Egeu, que estava sob o poder
da feiticeira Medéia. Ela sabia, antes do rei, quem era Teseu, e sabia que o herói
iria vencê-la, a menos que ela o matasse primeiro. Fingindo amizade, ela
ofereceu a ele uma taça de vinho que continha um veneno mortal. Mas Teseu
viu que, apesar de sua beleza, seus olhos eram como os olhos de uma cobra;
então ele pediu que ela bebesse primeiro do copo. Ela empalideceu, dizendo
que estava doente e não podia beber vinho. Então ele olhou dentro daqueles
olhos de cobra e gritou: "Beba o vinho ou morra!" e ele ergueu sua espada para
golpeá-la.

Ela gritou e deixou cair a xícara. Quando o vinho caiu no pavimento de mármore, a
pedra borbulhou, sibilou e se desfez no veneno, e um pobre cachorro, sobre quem
também caiu, morreu instantaneamente. Então, montada em seu carro dragão mágico,
Medeia fugiu e nunca mais voltou.

Quando Aegeus viu a espada de Teseu, ele sabia que este era seu filho.
Sua alegria foi grande, pois agora ele sabia que a realeza cairia sobre ombros
dignos.

Um dia, Teseu viu que todo o povo de Atenas chorava de grande tristeza.
Ele perguntou a seu pai a causa disso e foi informado que naquele dia o terrível
tributo seria enviado ao rei Minos de Creta. Desde a conquista de Atenas, Minos
exigia que os atenienses pagassem um tributo anual de sete jovens e sete
donzelas para servir de alimento ao Minotauro, o monstro que tinha corpo de
homem, mas cabeça de touro e dentes de leão. Foi guardado no palácio de
Minos, em um labirinto de passagens tão sinuosas que, uma vez no centro,

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nenhum homem poderia encontrar o caminho de volta e estava condenado a ser destruído e
devorado pelo Minotauro.

O navio que transportaria os infelizes jovens e donzelas para a ruína


estava no porto, com as velas negras abertas. Todos os amigos e parentes
dos jovens da cidade se reuniram em uma multidão para o sorteio que
decidiria quem seriam as vítimas. Insistindo em ir como um dos jovens,
Teseu prometeu matar o Minotauro. Seu pai protestou, mas não conseguiu
influenciá-lo. Se Teseu prevalecesse e tudo estivesse bem, o rei fez Teseu
prometer içar velas brancas no navio para voltar para casa.

Quando o navio chegou a Cnossos, os rapazes e moças foram


levados à presença do rei. Teseu disse a Minos quem ele era e pediu
para ser o primeiro a entrar no labirinto. O rei concordou.

Ariadne, filha de Minos, viu Teseu e se apaixonou por sua coragem.


Ela se aproximou dele secretamente e deu-lhe uma espada e um novelo
de linha. Ela o fez prometer tirá-la de Creta se tivesse sucesso em matar
o Minotauro.

Teseu entrou no labirinto e continuou, à medida que avançava,


desenrolando o fio que amarrara a uma pedra na entrada. Rondando as
passagens, o Minotauro se deparou com Teseu, rugiu como um leão e
avançou em direção ao herói. Teseu escapou do monstro e o deixou passar
por cima, então o atacou por trás para matá-lo. Então ele encontrou o
caminho para sair do labirinto seguindo o fio.

Levando Ariadne com eles, Teseu e os alegres atenienses navegaram para longe
de Creta durante a noite, mas, na pressa e entusiasmo, esqueceram de mudar as velas
para brancas. O velho Aegeus, olhando os mares ansiosamente, viu o navio finalmente,
mas com suas velas negras, e em sua tristeza mergulhou no mar. Desde então, tem sido
chamado de Mar Egeu.

Teseu foi coroado rei de Atenas. Ele foi o rei que mais fez por Atenas nos
primeiros tempos. Por meio de seus atos heróicos do passado, ao matar os
gigantes, e por ter libertado Atenas de pagar tributo ao rei Minos, ele ganhou a
gratidão de muitos povos dispersos e foi capaz de uni-los todos em um estado,
Ática, sob o liderança de Atenas.

89
TheAegeanHeroes
À medida que a civilização se movia do Oriente para o Ocidente, um novo
tempo nasceu. A sabedoria do Oriente, onde os sacerdotes e sacerdotes-reis haviam
sido os líderes do povo, foi esquecida pouco a pouco. Tendo descoberto as belezas
da terra, a humanidade estava se preparando para viver à luz de seu próprio
pensamento. Entre a velhice e a nova era o tempo dos heróis, homens que
venceram monstros e gigantes do mal. Por seus feitos poderosos, os heróis
mostraram aos homens como ser corajosos e fiéis à sua palavra. Esses heróis se
tornaram os novos líderes do povo que vivia ao redor do Mar Egeu.

Na planície de Argos, em Micenas e Esparta, em Tirinas perto do mar e em


Atenas ergueram-se enormes fortalezas com pesadas fundações e paredes de
pedra. Algumas delas foram construídas em colinas à vista do mar, para melhor
proteger as cabanas dos pastores e jardineiros fora das muralhas, que dependiam
da proteção dos príncipes ou reis cujos palácios estavam lá dentro. Mais a oeste e ao
norte estava Ítaca, cujo rei se juntou aos Egeus em seus atos de coragem.

A leste, do outro lado do mar Egeu, ficava a cidade de Tróia, a maior das cidades
dos homens. Suas paredes eram tão fortes e altas que os inimigos não conseguiam
escalá-las ou rompê-las. Troy tinha torres altas e grandes portões. Em suas cidadelas
havia homens fortes e bem armados. Em seus tesouros havia depósitos de ouro e prata.

Cada cidade ocidental tinha seu rei: Agamenon, rei de Micenas, era um
homem poderoso e valente. Ele era uma cabeça mais alto do que todos os outros
heróis. Seu irmão, Menelau, era rei de Esparta. Odisseu, rei de Ítaca, era o mais
sábio dos reis do Ocidente. O rei de Tróia era Príamo. Ele era um homem velho, mas
tinha filhos que eram bons capitães, e o mais nobre deles era Heitor, o Protetor de
Tróia. Outro dos filhos de Príamo não foi contado entre os capitães. Paris era seu
nome.

Quando Paris era bebê, uma cartomante disse a Príamo que esse filho traria
problemas para Tróia. Então Príamo mandou Paris para longe da cidade para ser criada
pelos camponeses como pastor.

Ora, aconteceu que todos os deuses foram convidados para o casamento de Peleu,
outro rei herói, com Tétis, uma ninfa do rio. Todas as deusas foram convidadas, todas

90
exceto Eris, ou Discord, que veio sem ser convidado. Depois do casamento, houve jogos,
e Eris jogou, entre os convidados, uma maçã dourada na qual estavam escritas as
palavras: “Para as mais belas”.

Três deusas começaram a discutir sobre quem deveria ficar com a maçã, cada uma
se considerando a mais bela: Afrodite, Atenas e Hera. Mas ninguém se atreveu a julgar
quem era a mais bela até que o pastor, Páris, apareceu e os convidados lhe pediram para
ser o juiz.

Hera disse: “Se você me der a maçã, eu farei de você um rei”. Atena

disse: "Se você me der, farei de você o mais sábio dos homens".

Afrodite disse: "Eu vou te deixar bonita, e a mulher mais bonita do


mundo será sua esposa."

Páris olhou para Afrodite, e aos olhos dele ela era a mais bela, então ele
deu a maçã para ela e ela foi para sempre sua amiga.

Então Paris se tornou a mais bela de todos os jovens. Ele viajou pela
Grécia até chegar a Esparta, onde governou o rei Menelau, cuja rainha Helena
era a mulher mais bela em todo o mundo. Paris se apaixonou por ela, e Afrodite
inspirou Helen a se apaixonar por Paris, que então a levou para Tróia.

O rei Menelau enviou a Tróia exigindo que Helena fosse devolvida a ele. O rei
Príamo e Heitor sabiam que um erro fora cometido e que Helena deveria ser mandada
de volta; mas no conselho de Tróia havia homens vaidosos que pensaram que seria uma
ostentação orgulhosa poder dizer que a mulher mais bela do mundo estava em sua
cidade, e eles prevaleceram contra Príamo e Heitor, dizendo que nenhum pequeno rei
grego poderia faça-os desistir dela.

Quando Agamenon, rei de Micenas, soube que Tróia se recusou a desistir da


esposa de seu irmão, ele jurou punir Tróia. Ele convocou todos os príncipes e reis da
Grécia e os exortou a se unirem e navegar contra Tróia, tomar a cidade e vingar o
dano feito a Menelau. Ele prometeu a eles grande glória e riquezas para eles
próprios.

Os reis da Grécia perceberam sua própria força e estavam ansiosos para


guerrear contra Tróia, então eles se comprometeram a tomar a cidade. Então
Agamenon enviou mensagens aos heróis cujas terras estavam distantes - a
Odisseu de Ítaca, a Aquiles, filho de Peleu, e muitos outros - e pediu-lhes

91
também entrar na guerra. Em dois anos, os navios de todos os reis e
príncipes foram reunidos com seus líderes, Agamenon, Odisseu e Aquiles, e
navegaram para a costa de Tróia.

Passaram-se muitos anos antes que eles retornassem à Grécia, e de seus líderes,
muitos nunca mais voltaram. Embora tenham capturado muitas cidades ao redor de Tróia,
eles não puderam facilmente conquistar a própria Tróia, pois suas altas muralhas a protegiam.
Por muitos anos os gregos sitiaram a cidade. Eles construíram seu acampamento à beira-mar,
abaixo das muralhas de Tróia, e construíram uma muralha para proteger o acampamento e
seus navios que foram puxados para a praia. Embora os troianos estivessem seguros atrás de
suas muralhas poderosas, ainda assim não podiam ir e vir, nem podiam expulsar as hostes
dos gregos.

Aquiles, filho de Peleu (que era filho de Aeacus, um filho de Zeus) e Thetis
(uma ninfa do mar), trouxeram com ele para a guerra seu exército guerreiro
especial, os mirmídones. Ele também tinha os dois cavalos imortais dados a Peleu
por Zeus. Aquiles carregava uma grande lança (dada a Peleu por Quíron), que
ninguém, exceto ele, podia empunhar. Aquiles foi o mais poderoso dos guerreiros
gregos quando se dignou a lutar; mas ele também era teimoso e às vezes lutava e às
vezes não.

Entre os troianos, só Heitor teve a grandeza de liderança. Além de ser


corajoso, Hector era generoso e gentil com todos e pensava em seu povo antes
de si mesmo. Após anos de cerco aos gregos, Heitor decidiu levar seu exército
para fora da cidade para lutar na planície e expulsar os gregos de seus navios.

Exatamente nessa época, Aquiles e Agamenon discutiram sobre o amor da


donzela Briseida. Na verdade, Aquiles teria matado Agamenon com raiva se a deusa
Atena não tivesse intervindo. Agora Aquiles se recusou a lutar, mas Heitor e os
troianos estavam acampados na planície, preparados para a batalha. Mesmo assim
Aquiles se recusou a lutar. Quando Agamenon liderou a batalha até as muralhas de
Tróia, ele foi ferido. Hector esperou até que Agamenon recuasse, então liderou um
ataque e teria alcançado a muralha grega, mas Odisseu liderou um contra-ataque e
repeliu os troianos.

E assim a batalha se desenrolou de um lado para outro, noite e dia. Muitos heróis foram
feridos. Heitor foi ferido por uma grande pedra, mas foi revivido pelo deus Apolo.

92
No meio da batalha, uma Águia e uma Serpente vermelho-sangue lutaram por cima.
Os troianos finalmente atravessaram o grande portão da muralha grega e correram
para incendiar os navios gregos. Mais uma vez os gregos lutaram contra eles.

Mesmo assim Aquiles se recusou a lutar, e seu querido amigo Patroklos, que fora
irmão de Aquiles por toda a vida, o convenceu a deixá-lo entrar na batalha vestido com a
armadura de Aquiles e liderar os guerreiros de Aquiles na carruagem puxada pelos dois
imortais cavalos . Patroklos inspirou coragem aos gregos e, com os mirmidões, levou os
troianos de volta às muralhas de sua cidade.

Então, Patroklos foi atingido nas costas por uma pedra. Alguns dizem que foi
Apolo quem atirou a pedra para derrubar Patroklos, e que Apolo o fez porque não queria
que Tróia fosse tomada dessa forma. Enquanto Patroklos estava atordoado, Heitor o
matou e tomou a armadura de Aquiles para si.

Quando Iris, a deusa do arco-íris, informou Aquiles da morte de Patroklos,


Aquiles finalmente concordou em lutar. Ele se mostrou sem sua armadura na parede
grega e gritou para que os troianos o ouvissem e o vissem com uma chama de fogo
ao redor de sua cabeça. Eles ficaram com medo e pararam; dessa forma, os gregos
puderam resgatar o corpo de Patroklos e levá-lo de volta ao acampamento, onde
Aquiles sofreu amargamente por seu amigo perdido.

Tétis, a mãe de Aquiles, pediu a Hefesto que fizesse para seu filho uma nova
armadura. Usando esta armadura brilhante, Aquiles entrou na batalha para vingar
Patroklos. Ele sabia que também perderia a vida. A armadura não o protegeria? Isso
não aconteceria, pois quando Aquiles era apenas um bebê, Tétis procurou torná-lo
imortal através das águas do Rio Estige, o rio sagrado do submundo que deve ser
atravessado pelas almas dos mortos em seu caminho para o reino de Hades. Ela o
segurou pelo calcanhar enquanto o mergulhava de cabeça no rio. Apenas seu
calcanhar estava intocado e, portanto, vulnerável.

Não se pode falar da coragem dos heróis mortais nesta luta terrível
sem falar dos feitos dos deuses. Alguns dos eventos fatídicos aconteceram
por homens e não foram desafiados pelos deuses, enquanto outros
aconteceram por meio da intervenção de deuses e deusas. Do lado dos
gregos, Atena interveio na disputa entre Aquiles e Agamenon. Apollo lutou
pelos troianos ajudando Hector. Afrodite resgatou Paris da flecha de
Menelau. Atenas guiou a lança do guerreiro grego Diomedes para matar um

93
Trojan. Então Afrodite protegeu seu filho Enéias, um troiano, de Diomedes, mas recebeu
um ferimento de lança. “O sangue dos deuses fluiu!” e Afrodite fugiu. Apolo ocupou o
lugar dela e carregou Aeneas para um lugar seguro. Ares, o deus da guerra, se opôs a
Diomedes, mas Atena montou na carruagem de Diomedes e a conduziu em Ares, e então
guiou a lança de Diomedes diretamente e direto para a barriga de Ares. Com um rugido
de dez mil homens, Ares voou para Zeus.

Agora Zeus ordenou aos deuses que parassem de interferir, não para
ajudar os gregos ou os troianos. Ele próprio se encarregou do curso da guerra.

No final, Heitor e Aquiles morreram em batalha. Aquiles sabia exatamente


onde atacar Heitor, que usava a armadura de Aquiles. Aquiles sabia onde havia uma
pequena abertura naquela armadura e a ponta de sua lança a encontrou, no
pescoço de Heitor. Mas foi o deus Apolo que soube onde atacar Aquiles. Apesar de
Zeus, Apolo guiou uma flecha disparada por Páris no calcanhar de Aquiles, e assim
entregou o ferimento fatal.

Mais de nove anos de guerra não trouxeram a vitória aos gregos ou aos
troianos. Por quanto tempo a guerra duraria? Os troianos receberam a ajuda da
maioria dos deuses e deusas, e os gregos foram ajudados principalmente por
Atenas, a deusa da sabedoria. No entanto, foi Odisseu, sábio em si mesmo, que
arquitetou o truque que por fim levou à queda de Tróia.

Certa manhã, quando os troianos olharam de suas altas muralhas, não viram nenhum
acampamento grego, nenhum navio grego - os gregos haviam desaparecido. No campo de
batalha vazio estava um tremendo cavalo de madeira e, depois de algum tempo, os troianos
foram dar uma olhada mais de perto. Feito de tábuas, o cavalo carregava uma inscrição que
dizia: “Os gregos deixam isso como uma oferenda a Atenas”.

Agora havia muita disputa entre os troianos. Alguns queriam empurrar o


cavalo de volta para o mar. Outros queriam levá-lo como troféu para o templo de
Atena na cidade. Laocoön, um sacerdote de Tróia, insistia que o cavalo era um
truque, que escondia soldados gregos. Helena de Esparta, por quem a guerra havia
começado, contornava o cavalo chamando cada herói grego com a voz de sua
esposa, mas havia apenas silêncio. Laocoön arremessou uma lança na lateral do
cavalo, mas houve apenas um som oco como o de uma caverna vazia. Então, uma
coisa terrível aconteceu. Duas grandes cobras marinhas surgiram das ondas e
envolveram-se em Laocoön e seus dois filhos pequenos. Aperto

94
suas bobinas, as cobras esmagaram as vidas dos três. Então as cobras seguiram
para o templo de Atena e desapareceram.

Os troianos acreditavam que Laocoön havia sido punido por Atenas por sua
ofensa à deusa. Eles estavam tão certos que abriram uma brecha nas muralhas de
Tróia para levar o grande cavalo para a cidade.

Naquela noite houve festa e alegria entre os troianos e, por fim, eles
adormeceram sem medo da presença de um inimigo no meio deles. No silêncio da
cidade adormecida, uma abertura apareceu na lateral do cavalo e dela emergiu
Odisseu, que havia desenhado todo o plano, e ele foi seguido por vários gregos. Um
farol foi aceso e respondido por um sinalizador do navio de Agamenon, enquanto
conduzia os outros navios gregos para fora do esconderijo de volta às praias abaixo
de Tróia.

Antes que os cidadãos de Tróia acordassem, as ruas fervilhavam de


gregos. Eles incendiaram as casas e procuraram homens, mulheres e crianças
para matá-los. O rei Príamo não teve misericórdia, o filho de Heitor foi atirado
das muralhas de Tróia e Menelau procurou Helena para matá-la, mas sua beleza
o dominou e ele a levou cativa, eventualmente, de volta para Esparta. Tróia foi
reduzida a cinzas, seu povo massacrado ou tomado como escravo.

A ira de Atenas foi grande quando uma de suas sacerdotisas foi arrastada
do altar do templo. A deusa prometeu destinos infelizes para os líderes gregos,
Menelau, Agamenon e Odisseu, e chamou Poseidon para ajudá-la. No entanto, a
Guerra de Tróia terminou. Mais tarde, um poeta chamado Homer escreveu toda
a história emA Ilíada.

HeinrichSchliemann
Heinrich Schliemann nasceu em 1822, muitos séculos após a queda de Tróia. Ele
era filho de um pastor alemão, que lhe contou todas as velhas histórias gregas, incluindo
a história da Guerra de Tróia.

Quando menino, Heinrich viveu em um bairro romântico. Atrás do jardim de seu


pai havia um tanque de onde, dizia-se, uma donzela rosa segurando uma tigela de prata
na mão. Histórias semelhantes foram contadas em relação às colinas e florestas vizinhas.

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Aos quatorze anos, Heinrich teve que trabalhar como ajudante de recados para um
dono da mercearia. Certa noite, um homem entrou na loja e pediu um lanche, depois sentou-
se e começou a recitar poesia grega. Heinrich não conseguia entender grego, mas as palavras
melodiosas o mexeram profundamente e ele pediu ao homem que as repetisse várias vezes.
Depois disso, o desejo mais profundo de Heinrich foi aprender grego.

Alguns anos depois, ele foi trabalhar como mensageiro em uma casa de negócios
em Amsterdã. Aonde quer que fosse, mesmo na chuva, ele carregava um livro de
Homero com ele, lendo e memorizando passagem após passagem.

Schliemann se saiu bem. Logo ele tinha seu próprio negócio e, finalmente,
teve tempo de aprender grego. Ele leu tudo o que pôde encontrar sobre os gregos
antigos. Ele acreditava que as histórias de Tróia eram verdadeiras, embora todos
rissem dessa ideia. Ele até sonhou durante o sono com o lugar onde encontraria as
ruínas de Tróia.

Em 1870, assim que acumulou dinheiro suficiente para financiar uma


expedição, dirigiu-se àquele local e lá encontrou nove cidades, enterradas uma em
cima da outra. Mais tarde, os arqueólogos descobriram que a sexta cidade foi a
Tróia de HomeroIlíada.

Um dos livros que Schliemann havia lido era de Pausânias, um antigo viajante grego
que descreveu Micenas e a tumba de Agamenon. Buscando a verdade da lenda, Schliemann
foi a Micenas e lá encontrou, nas profundezas da terra, não apenas uma tumba linda e
principesca, mas também as ruínas de um grande palácio fortificado, como havia sido descrito
emA Ilíada. A tumba mostrou
que o rei havia sido enterrado em grande magnificência. Uma coroa de ouro, diademas,
pingentes, colares, ornamentos e pratos e vasos de ouro puro estavam empilhados no
túmulo. Em outra tumba, ele encontrou 870 objetos feitos do ouro mais puro. Heinrich
pensou ter encontrado a tumba de Agamenon. Mas pesquisas posteriores revelaram que
isso não era verdade; ao contrário, a tumba era de um período de várias centenas de
anos antes da época de Menelau.

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Os Doze Trabalhos de Hércules
Héracles era filho de Zeus e Alcmena, uma princesa mortal. Por ciúme,
Hera enviou duas cobras para matar a criança, mas o menino as estrangulou.
Hera decidiu que não conseguiria tirar a vida dele, então fez Zeus decretar que
Hércules deveria ser um escravo e servir a seu primo Euristeu, Rei de Tirinas,
por um certo número de anos.

Enquanto ele crescia, Hércules foi educado por Quíron, um sábio e bom
centauro, que o ensinou como usar todas as armas, como lutar e dominar todos os
outros em uma luta e como dominar a si mesmo. Chegou o dia em que Hermes
apareceu e disse a Hércules que ele deveria ir para servir a Euristeu, que exigiu que
ele realizasse dez grandes trabalhos antes de poder ser novamente livre.

O LEÃO NEMEAN
Um enorme leão teve sua toca na Floresta de Neméia. Todas as pessoas viviam
com medo, pois a besta não lhes dava paz, carregando-os para devorá-los e levando
embora seu gado e ovelhas também. Ninguém se atreveu a lutar contra o leão. Heracles
foi enviado para encontrá-lo e destruí-lo. As pessoas o avisaram para não tentar, mas
sem medo ele rastreou o leão e o matou. Desde então, ele usou a pele do leão como
manto.

A HIDRA DE LERNA
Nos pântanos de Lerna se escondia uma serpente de sete cabeças, a Hydra, que
devorava homens e feras, e por causa de seu hálito venenoso, os homens que se
aproximavam dela adoeciam e morriam. Armado com uma grande espada, Hércules
atacou a serpente e cortou uma de suas cabeças, mas sete novas cabeças surgiram para
tomar o lugar de uma. Hércules continuou a lutar e, ao cortar mais cabeças, queimou
cada toco com um tição flamejante, destruindo assim a Hidra. Sabendo que depois disso
suas flechas infligiriam ferimentos fatais, ele mergulhou suas flechas em seu sangue
venenoso.

O ESTÁGIO DE CERYNEA

O terceiro trabalho de Hércules foi perseguir e capturar um veado de chifre


dourado e pés de bronze, que corria tão velozmente que seus pés mal tocavam o solo.
Héracles finalmente pegou o cervo em uma das terras no extremo norte, jogando-o em
um enorme monte de neve.

97
O PORCO ERIMÂNTICO
Seu quarto trabalho foi trazer de volta vivo um javali que assombrava a
montanha de Erymanthus. Hércules capturou o javali e o trouxe de volta para
Euristeu, que estava com tanto medo do javali que pediu a Hércules que o levasse e
se desfizesse dele.

OS ESTÁVEIS AUTÔNICOS

Em seguida, Hércules foi enviado para limpar, em um único dia, os imensos estábulos onde o rei

Augeas mantinha um rebanho de mais de mil cabeças de gado. Como os estábulos não eram limpos há

mais de trinta anos, o trabalho parecia impossível. Héracles encontrou um rio fluindo nas proximidades e o

desviou de seu curso para fluir pelos estábulos e lavar a sujeira. Então ele devolveu o rio ao seu curso

original.

OS PÁSSAROS ESTIMÁFICOS

Para o sexto trabalho, Hércules foi enviado para pôr fim a uma ninhada perigosa e
terrível de pássaros carnívoros com bicos de bronze e penas de metal que poderiam cortar
qualquer um que se aproximasse deles. Seu guano (fezes de pássaros) era venenoso e criava
gases letais, então Hércules não podia se aventurar no pântano dos pássaros para matá-los.
Atena teve pena de Hércules e fez com que Hefesto fizesse um chocalho especial. Quando
Héracles sacudiu o chocalho, os pássaros ficaram apavorados e voaram para o alto. Héracles
atirou na maioria deles com suas flechas envenenadas; o resto voou para longe, para nunca
mais voltar.

O CRETAN BULL
O belo touro dado ao rei Minos de Creta por Poseidon, deus dos mares e rios,
deveria ser oferecido como um sacrifício aos deuses. Mas Minos manteve o touro e
sacrificou outro. Zangado, Poseidon enlouqueceu o touro que se apressou matando
e destruindo colheitas e todos que cruzaram seu caminho. Heracles o pegou e
amarrou. Ele o trouxe para Euristeu, que, temeroso mais uma vez, se escondeu em
uma grande jarra e quis sacrificar o touro a Atenas. Quando Atena se recusou, o
touro foi solto para se afastar.

TEMAS DE DIOMEDES
Diomedes, rei da Trácia, mantinha alguns cavalos excelentes, que alimentava com carne

humana. Ele capturaria e mataria todos os estranhos para alimentar suas éguas, o que as tornava

bastante selvagens. Hércules capturou o estábulo e alimentou o corpo de Diomedes para o seu

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cavalos. Em seguida, ele amarrou a boca dos cavalos e os enviou a Euristeu. Os cavalos
ficaram calmos e agiram como éguas normais, uma vez que pararam de comer pessoas.

A CORREIA DE HIPPOLYTE
Hipólita, Rainha das Amazonas, tinha um lindo cinto enfeitado com joias. A
filha vaidosa do rei Euristeu queria esse cinto, então Hércules foi enviado para pegá-
lo. Ele se apresentou à rainha Hippolyte e disse a ela o que queria. Impressionada
com sua reputação, ela provavelmente teria lhe dado o cinto, se Hera, disfarçada de
amazona, não tivesse espalhado um boato falso entre as outras amazonas de que
Hércules realmente viera sequestrar sua rainha. Então eles voaram para as armas!
Héracles lutou contra eles sozinho, matou Hipólito, ganhou o cinto e o trouxe de
volta para a princesa, a filha de Euristeu.

O GADO DE GERYONES
Em seguida, Hércules foi enviado para capturar um rebanho de gado divino
pertencente ao gigante Geryones, que vivia em Erythea. Quando Héracles estava voltando
para casa com este belo rebanho, outro gigante roubou algumas das vacas. Héracles forçou
seu caminho para dentro da caverna do gigante, o atacou e matou, e então levou todo o gado
de volta para Euristeu.

Mesmo assim, o rei não ficou satisfeito. Ele deu a Hércules mais duas tarefas porque

Eurystheus disse que dois dos dez trabalhos concluídos realmente não contavam.

AS MAÇÃS HESPERIANAS
As maçãs de ouro das Hespérides, filhas de Hesperus (deus do Vento Oeste),
foram confiadas a eles por Hera. As maçãs tinham sido um presente de casamento
para Hera. Heracles foi enviado para buscá-las, mas ele nem sabia onde encontrar
as Hespérides. Depois de fazer várias viagens, ele descobriu que as filhas haviam
levado as maçãs para a África, pendurado-as em uma árvore e colocado um dragão
para protegê-las dia e noite. Héracles ainda não sabia que parte da África. Aonde
quer que fosse, ele questionava ninfas e deuses e finalmente subia à montanha
onde Prometeu, um filho do titã Iápeto, estava acorrentado e ainda sofrendo como
há muito tempo. Hércules libertou Prometeu que, em agradecimento, disse a
Hércules onde as maçãs seriam encontradas.

Finalmente Héracles encontrou Atlas, que sustentou os céus em seus ombros


largos. Hércules tomou seu lugar e ergueu o céu enquanto Atlas foi buscar

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as maças . Quando Atlas voltou com as maçãs, ele tentou persuadir Hércules a
continuar segurando os céus enquanto levava as maçãs para Euristeu. Héracles
concordou, mas pediu a Atlas para segurar os céus por um momento enquanto
colocava uma almofada em seus ombros. Assim, Hércules enganou Atlas de volta ao
seu fardo e levou as maçãs para Euristeu.

CERBERUS
Para a décima segunda e última tarefa, Hércules foi enviado para capturar
Cérbero, o temível cachorro de três cabeças que guardava os portões do submundo.
Hércules dominou Cérbero com as próprias mãos e jogou a fera sobre suas costas. Ele
trouxe Cérbero a Euristeu que, quando viu o cachorro, ficou com tanto medo que,
novamente, se escondeu em uma grande jarra e se recusou a sair até que Hércules
devolvesse o cachorro ao submundo.

Completados seus doze trabalhos, Hércules era agora um homem livre.


Certamente, o caminho para a liberdade de cada homem é cumprir as tarefas da vida,
por mais difíceis que sejam. Existem muitas outras histórias sobre a vida de Hércules e,
quando ele morreu, Zeus desceu do Monte Olimpo e carregou sua alma para viver com
os deuses e com a bela Hebe, a deusa da juventude, como sua noiva.

Jogos Olímpicos
Depois que Hércules completou seus doze trabalhos, ele viajou para Olímpia
para o Oráculo de Zeus. Ele reuniu os jovens de todas as partes da Grécia e os
convidou a mostrar suas habilidades em vários jogos. Ele mesmo participou e os
inspirou a mostrar grande força, velocidade e graça. Depois disso, esses jogos eram
celebrados a cada cinco anos, e os gregos mediam seu tempo em olimpíadas
(períodos de cinco anos) em vez de anos. Os primeiros jogos foram registrados
oficialmente em 776 aC, mas Homer os descreve também emA Ilíada e A odisseia .

Os jogos foram realizados em agosto ou setembro e duraram cinco dias, durante os


quais toda a guerra teve que parar e todos os negócios normais. Para as pessoas que
viajavam de todas as partes da Grécia para e da Olímpia, todas as estradas eram declaradas
seguras e qualquer pessoa que ousasse atacar os viajantes era punida.

Os visitantes lotavam todas as estradas e vinham não apenas de toda a Grécia, mas também

das longínquas colônias da Ásia; vestidos com vestes ricas, eles trouxeram um oriental

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esplendor em seus trens. Outros vieram da Itália para o oeste, e outros homens morenos
e de sangue quente vieram da África. Havia ricos montados em camelos e cavalos,
acompanhados por seus escravos que traziam tudo para o conforto de seus senhores.
Havia pobres que caminhavam a pé, que se esqueciam dos pés cansados pensando nas
alegrias dos jogos que estavam por vir.

Mercadores vinham com mercadorias ricas e raras para vender e havia escultores
com estátuas para os templos, poetas querendo recitar seus poemas, músicos tocando
seus instrumentos e professores de ginástica vindo para aprender algo novo para seu
ensino. As mulheres foram deixadas em casa; era uma jornada muito longa e difícil, e
uma ocasião muito pública para eles.

Mas um ano algumas mulheres de Esparta vieram competir nos jogos. Eles
venceram alguns dos homens e venceram vários eventos. Depois disso, todas as
mulheres foram banidas dos jogos.

Não havia cidade em Olímpia, apenas campos e estádios de competição e os templos,


entre eles o grande templo de Zeus, que abrigava a maravilhosa estátua do deus esculpida em
ouro e marfim por Fídias, estátua que se tornou uma das Sete Maravilhas do mundo antigo.
Os gregos gostavam de dizer: “Qualquer pessoa em frente a esta estátua esquece todos os
seus problemas e fica repleta de alegria”. As pessoas montaram tendas como abrigo e
barracas para os mercadores. Ao redor, surgiu um grande acampamento onde amigos se
reuniam para conversar sobre tudo o que havia acontecido com eles desde a última vez que se
encontraram. Anúncios públicos foram feitos por arautos sobre os assuntos entre as várias
cidades-estado: guerras, tratados, novas colônias.

Todos os atletas chegaram ao Olympia para um treinamento especial trinta dias


antes dos jogos. Tendo treinamento especial, apenas homens de puro sangue grego
podiam competir. Ninguém culpado de qualquer crime ou desrespeito aos deuses
poderia entrar nos jogos. Cada candidato teve que provar que tinha treinado dez meses
antes de vir para o Olympia. Os nomes dos candidatos eram escritos em um quadro
branco e, se um homem se retirasse após sua publicação, era considerado covarde. Um
javali foi então sacrificado a Zeus enquanto cada atleta fazia um juramento de que ele
era um cidadão grego completo e que seguiria todas as regras da competição e jogaria
limpo. Em mais de mil anos, apenas seis ou sete nomes de concorrentes foram
considerados culpados de quebrar seus juramentos.

No primeiro dia dos jogos, os competidores fizeram sacrifícios e realizaram


procissões nas quais apareceram, cavalgando em bigas e levando presentes caros para

101
colocar no templo, os representantes das diferentes cidades-estados. As verdadeiras disputas
aconteceram nos três dias seguintes no grande estádio, onde todos os assentos estavam
ocupados, e as colinas ao redor estavam lotadas de espectadores que trouxeram sua comida
com eles e se sentaram de sol a sol com medo de perder seus lugares. O sol forte brilhava
sobre as cabeças nuas, pois Zeus estava presente em todos os lugares, e ninguém ousava
entrar em sua presença com a cabeça coberta.

As competições do primeiro dia incluíram corridas a pé de 200 jardas a três milhas


de distância, e o pentatlo que consistia em cinco eventos diferentes: lançamento de
disco, lançamento de dardo, corrida, salto e luta livre. Os mesmos competidores
participaram de todos eles. O vencedor teve que vencer três das cinco competições. Os
juízes deram atenção especial à graciosidade de cada movimento. O lançamento do
disco e da lança eram geralmente acompanhados por música de flauta.

No segundo dia, e o mais emocionante de tudo, foram as corridas de carruagens


de quatro cavalos. De acordo com Homero, "Os quadrigários todos juntos levantaram o
chicote acima de seus corcéis e os feriram com as rédeas e os chamaram avidamente
com palavras, e eles imediatamente dispararam pela planície, com a poeira subindo
como uma nuvem ou redemoinho sob seus peitos , e suas crinas ondulavam com o
vento. As carruagens às vezes corriam pela terra abundante e outras vezes saltavam
pelos ares. Os motoristas estavam nos carros, e o coração de cada homem batia de
desejo pela vitória, e eles chamavam cada homem para seus cavalos que voavam em
meio à poeira pela planície. ”

Depois de uma noite de festa e celebração, o terceiro dia das Olimpíadas


começou com o sacrifício muito solene a Zeus. O resto do dia foi dedicado a eventos
para meninos maiores de 17 anos e menores de 20 anos; esses eventos eram
semelhantes aos de atletas mais velhos: a corrida de estádio epankration, uma
combinação de boxe e luta livre. Por fim, no quarto dia de jogos, veio a mais dura e
feroz de todas as lutas, as lutas de boxe e luta livre.

O quinto dia foi para a entrega dos prêmios. Eles eram muito simples, mas mais
valiosos do que presentes ricos. Os prêmios foram coroas de oliveiras cortadas de uma
oliveira sagrada por um menino com uma faca de ouro, um menino especialmente
escolhido. Seus pais deviam estar vivos. As coroas foram colocadas em uma mesa à vista
de todas as pessoas. Um arauto anunciou o nome do vencedor, o nome de seu pai e a
cidade de onde ele veio. Então, um dos juízes colocou a coroa em sua cabeça. Este foi o
momento de maior orgulho de sua vida! Depois que os prêmios foram reconhecidos,

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sacrifícios eram feitos a Zeus, seguidos de banquetes, que duravam até tarde da noite.
Todo tipo de homenagem era concedida aos vencedores: os poetas escreviam odes
sobre eles. Os escultores fizeram estátuas deles, pois cada atleta que conquistou três
vitórias foi homenageado por ter sua estátua colocada em um espaço aberto fora do
templo de Zeus.

Um vencedor também se orgulhava da honra que trouxe à sua cidade natal e, ao


retornar, a cidade declararia feriado. O povo cantou canções de triunfo para saudá-lo. A
estrada em que foi levado para a casa de seu pai estava repleta de flores. Em Atenas, os
vencedores tinham permissão para jantar às custas do governo nos lugares onde os
conselheiros e grandes homens da cidade faziam suas refeições.

Inspirados pela ideia de que o treinamento atlético conferia beleza, graça e força
ao corpo humano, os gregos consideravam que correr graciosamente era tão importante
quanto correr veloz e, por isso, não registravam quem corria mais rápido ou quem
lançava o disco o mais longe. Píndaro, o poeta grego, colocou estas palavras em uma
canção sobre os vencedores olímpicos: “Aquele que vence tem, por causa dos jogos, uma
doce tranquilidade por toda a sua vida para sempre”.

TheDelphicOracle
Poucas histórias da Grécia antiga podem ser contadas sem ouvir sobre os
oráculos. Em certos lugares, longe das habitações dos homens, havia santuários onde as
pessoas podiam ir e pedir a orientação dos deuses e receber seus conselhos por meio
dos sacerdotes ou sacerdotisas que serviam aos deuses nesses santuários ou oráculos.

O maior oráculo de toda a Grécia foi o oráculo de Apolo em Delfos. Os gregos


contam a história de um grande dilúvio após o qual a superfície da terra permaneceu
coberta de limo e água lamacenta. Do lodo nasceu uma serpente monstro, a Python, que
trouxe medo e morte para a raça dos homens. Ninguém se atreveu a se aproximar do
Python para matá-lo, mas, de sua carruagem solar no céu, Apolo ouviu as orações dos
homens pela libertação da serpente. Destemidamente, Apolo se aproximou do ser
horrível e o matou com suas flechas douradas. Então ele escolheu o lugar onde havia
matado a Píton como um lugar onde ele poderia morar, às vezes, para fazer sua vontade
conhecida pelos homens. Isso foi na Delphi.

103
Um templo de Apolo foi então construído sob os penhascos rochosos do
Monte Parnaso. Dentro do templo morava uma sacerdotisa-profetisa, a Pitonisa,
que servia a Apolo e buscava suas respostas para as perguntas feitas pelo povo
por muitas gerações. Quando as pessoas vinham pedindo ajuda e conselho ao
deus, a pitonisa apresentava a pergunta a Apolo. Um vapor nebuloso surgiria de
uma fenda no chão da rocha e envolveria a sacerdotisa enquanto o deus, Apolo,
falava; ela, por sua vez, falaria suas respostas às perguntas.

Por meio desse oráculo, Apolo desempenhou um grande papel nos assuntos
dos gregos e de outros povos, às vezes dando respostas diretas, às vezes enigmas
que precisavam ser ponderados para o significado correto. Na parede do santuário
de Delfos foram esculpidos dois enigmas: "Conheça a si mesmo" e "Nada em
excesso".

A mão da Grécia
A Grécia é uma terra de ilhas, mar e montanhas. Baías profundas e golfos
se estendem entre os dedos de terra que se estendem até o Mar Egeu. Pode-se
contar cinco dedos nesta mão de terra que parece se estender para o Oriente
como se para receber seus dons. O Golfo de Corinto, quase cortando a
península em dois, traz o mar para o meio das montanhas. E essas montanhas e
ilhas dividiram a Grécia antiga de tal forma que muitas cidades-estado se
desenvolveram.

Os heróis-reis do Egeu que derrubaram Tróia foram gradualmente suplantados por


nômades invasores, primeiro os aqueus do oeste, depois os dórios do norte. Durante um
período de trezentos anos, esses povos tomaram posse da Península Grega, de todas as ilhas
do Egeu e de Creta. Essa mistura de povos - Egeus, Aqueus e Dóricos - tornou-se o povo grego.
Suas cidades se desenvolveram ao longo da costa e, é claro, eles se tornaram um povo
navegante.

Desde os primeiros tempos, quando os pastores (moradores de tendas vestindo


casacos de pele de carneiro e conduzindo gado e ovelhas) vagavam nas "mãos" da
Grécia, o chefe de cada família tinha o poder de vida ou morte sobre aqueles que
pertenciam à família, e cada família era independente em si mesma.

À medida que se estabeleceram em pequenas aldeias em torno das quais começaram a cultivar a

terra, bem como a criar gado, várias famílias se agruparam como fratiae

104
(clãs). Então, os grupos de fratiae se combinariam como pequenos reinos para servir
e ser protegidos por um rei. O povo vivia lado a lado ao redor da fortaleza do rei, e
uma cidade cresceria para ser governada pelo rei. Quando ele morreu, seu filho
tornou-se rei em seu lugar. Embora o rei geralmente fosse considerado um dos
deuses, ele só podia governar o povo com o consentimento de um conselho de
líderes, e eles geralmente eram escolhidos pelo povo porque eram bons guerreiros
e líderes.

Fossem eles vereadores ou não, todos os homens de uma cidade seriam


convocados para ouvir o que o rei e seu conselho haviam decidido e dar sua
aprovação. Essa reunião foi chamada de “assembléia”. Assim, uma cidade era
governada e, portanto, também governava o país circundante como uma cidade-
estado. Cada cidade-estado ou reino tinha sua própria forma de governo.

De todas as cidades-estado da Grécia, duas desempenharam papéis importantes na


história grega: Esparta e Atenas. Eles se governavam de maneira tão diferente quanto dois
indivíduos diferentes. Em Esparta, esperava-se que os cidadãos servissem ao estado; em
Atenas, o estado procurava servir aos seus cidadãos. E seus primeiros líderes, dois indivíduos
muito diferentes, foram Licurgo de Esparta e Sólon de Atenas.

Licurgo de Esparta (Século 9 aC)


Esparta, o antigo reino de Menelau, foi conquistado por invasores. Tendo crescido
como uma cidade a partir de um grupo de aldeias, Esparta não tinha fortaleza. Perguntou-se a
um sábio de Esparta se deveria ou não ser construída uma muralha ao redor da cidade. Ele
respondeu: "A cidade é bem fortificada e tem uma muralha de homens em vez de tijolos." Esse
homem sábio era Licurgo, irmão de um rei espartano que morreu deixando uma criança como
herdeira. Licurgo se ofereceu para governar enquanto o filho do rei fosse muito jovem. Muitos
descreram de Licurgo e conspiraram contra sua vida, então ele deixou Esparta para visitar
Creta e a Ásia Menor.

Em Creta, as pessoas eram sóbrias e temperantes, levando uma vida simples. Na


Ásia Menor havia muita riqueza, conforto e busca de prazer. Licurgo decidiu que a
riqueza não trazia felicidade nem eram os estados ricos os mais bem governados.

Os espartanos sentiram sua falta e o chamaram de volta. Ele voltou para casa
acreditando que uma vida simples era melhor alcançada por uma nação de guerreiros que
seriam disciplinados e altruístas, e que cada cidadão nasceu para não agradar a si mesmo em

105
vida, mas para servir ao seu estado. Ele pretendia estabelecer certas leis para criar
uma nação que apoiasse esse tipo de vida. Antes de ir para Esparta, ele visitou um
lugar especial. Ele foi a Delfos para consultar a Sacerdotisa e receber a orientação de
Apolo. Lá ele foi informado de que suas orações haviam sido ouvidas, e a cidade que
cumprisse suas leis seria a mais famosa de todo o mundo. Licurgo não se tornou o
rei, mas sim o legislador de Esparta.

Quando voltou a Esparta, encontrou alguns espartanos ricos e outros pobres. Ele
decretou que todos deveriam compartilhar a riqueza igualmente e dividiu a terra em lotes,
dando a cada cidadão uma parcela igual. Tendo recuperado todas as moedas de ouro e prata,
ele distribuiu enormes moedas de ferro. Esse dinheiro tinha pouco valor, pois era pesado e
difícil de manusear. Ninguém acumulava e ninguém podia comprar luxos do Oriente, pois
nenhum comerciante vinha a Esparta em busca de dinheiro de ferro.

Licurgo proibia a maioria dos espartanos de viajar, para não ver os luxos que ele vira e
preferi-los à vida simples. Cada chefe de família deveria fazer e construir o que precisava para
viver usando apenas as ferramentas mais simples, o machado e a serra. Casas e móveis,
portanto, eram construídos de maneira grosseira e simples, e as leis governavam o que os
espartanos podiam comer, que eram apenas alguns alimentos simples e saudáveis.

O cidadão de Esparta era aquele que vivia na cidade. Fora da cidade viviam os
homens livres, súditos dos reis espartanos. Os Egeus, conquistados pelos invasores,
eram escravos dos espartanos. Eles foram chamados de hilotas. Havia dois reis, sempre
sucedidos por seus filhos. Os reis lideravam os exércitos, sentavam-se em assentos de
honra, recebiam porções duplas de comida e tinham guarda-costas dos melhores
soldados. O Conselho que governava era composto pelos dois reis e por outros vinte e
oito homens com mais de sessenta anos de idade, os senadores, eleitos vitaliciamente.

Essas eleições ocorreram em salas trancadas, onde os escribas ouviam e


anotavam a extensão dos gritos dos cidadãos do lado de fora à medida que os
candidatos apareciam diante deles. A maioria dos gritos, é claro, sinalizou o vencedor,
que foi então guarnecido com guirlandas e conduzido em procissão ao templo para
agradecer aos deuses. Todos os homens que eram cidadãos de Esparta e com mais de
trinta anos tornaram-se membros da assembleia. A assembleia pode rejeitar as decisões
do conselho quanto à guerra ou paz; mas os membros da assembléia não tinham
permissão para tomar parte nas discussões do conselho. Foi a assembleia que elegeu os
senadores. As mulheres não podiam ser cidadãs ou participar do governo.

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Cada espartano tinha que estar pronto a qualquer minuto para lutar bem por sua
cidade. Os hilotas faziam todo o trabalho de lavoura, construção e pastoreio, enquanto os
guerreiros espartanos davam todo o seu tempo à guerra, para se tornarem bons tijolos na
“muralha dos homens” que protegia a cidade.

Education inSparta
A infância e a escolaridade de um espartano da classe guerreira já eram o início da vida
militar. Um menino recém-nascido foi julgado pelos Anciões da cidade para saber se ele ou ela
parecia forte e saudável o suficiente para ter permissão para viver. O primeiro banho do bebê
foi em vinho, para aumentar as forças. As primeiras professoras foram, na infância, as
enfermeiras espartanas que treinavam os corpos das crianças por meio de exercícios
vigorosos, que as faziam comer a comida que lhes era servida, que as ensinavam a ser
corajosas no escuro ou quando deixadas sozinhas, e que exigiam que fossem. de bom humor
o tempo todo, sem reclamar, reclamar ou demonstrar mau humor.

Aos sete anos, as crianças saíram de casa e foram para uma escola como um
acampamento do exército. Os meninos iam para um quartel e as meninas para outro. Cada
menino foi alistado em uma companhia em que o menino mais velho com mais coragem era o
capitão e deu ordens para serem obedecidos. As meninas tinham um arranjo semelhante.

Os alunos das escolas espartanas deviam aprender o seguinte: obediência


perfeita, como, por exemplo, andar pelas ruas com as mãos dentro das dobras do
manto e os olhos fixos no chão, e em silêncio; para suportar a dor; para ganhar
competições de corrida, salto, luta livre e boxe; suportar privações: ter permissão
para apenas um casaco por ano, ter que fazer suas próprias camas com juncos que
eles tinham que pegar na beira de um rio e aceitar uma cota de comida muito
pequena para que aprendessem a roubar sua comida ou ficar sem. Os meninos
eram obrigados a aprender apenas a ler e escrever o suficiente para honrar os
deuses e servir às suas necessidades como soldados. A única música que eles
treinaram foram canções de batalha e orações aos deuses. As meninas foram
treinadas em todos os esportes espartanos e aprenderam a administrar uma casa e
a administrar escravos. Elas também aprenderam a fazer agulhas,

Homens e mulheres mais velhos estavam sempre por perto para ver se as crianças
estavam preparadas para se tornarem guerreiros espartanos ou mães de guerreiros e puni-
los se falhassem em alguma tarefa. Se crianças fossem apanhadas no ato de roubar, eram
chicoteadas, não por roubar, mas por se permitirem ser apanhadas. Meninos mais velhos

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eram frequentemente açoitados publicamente diante do altar de Ártemis para que
aprendessem a suportar a dor sem gritar.

Todas as noites os capitães reuniam os meninos antes dos oficiais mais velhos e as
meninas eram chamadas aos diretores de suas escolas. Foram feitas perguntas como:
"Quem é o padrinho da cidade?" ou “O que você acha de tal e tal ação?” Isso era para
ensinar o julgamento, e as respostas deveriam incluir razões no mínimo de palavras
possível. Meninos que não conseguiam fazer isso bem tinham seus polegares mordidos
por seus capitães. Esperava-se que as meninas desenvolvessem o mesmo nível de
julgamento para poder cuidar de suas famílias.

Um homem espartano foi autorizado a se casar aos vinte anos, mas não poderia morar
em casa com sua esposa até os trinta. Ele teve que cumprir o serviço militar e morar no
quartel adulto masculino. Aos trinta, ele terminou o treinamento e tornou-se um soldado-
cidadão e podia viver em casa, mas isso não acontecia com frequência. Todos os homens
comiam em refeitórios ou tendas comuns, para as quais contribuíam com sua parte de
cevada, queijo, vinho e figos. “Homens que comiam juntos em paz lutaram juntos na guerra”,
pensou Licurgo. Após a refeição da noite, os homens voltaram para casa no escuro. Nenhuma
luz era permitida, pois os espartanos precisavam ser capazes de marchar corajosamente no
escuro.

As esposas e mães espartanas foram educadas para serem fisicamente fortes e prontas
para sacrificar seus maridos e filhos por seu país. A despedida deles quando seus soldados
partiram para a batalha foi: “Volte para casa vitorioso com seus escudos ou morto sobre eles.”
Isso reconheceu que o escudo pesado tinha que ser jogado de lado se um espartano estava
fugindo de um inimigo - uma desgraça! Se morto em batalha, o soldado era levado para casa
com seu escudo.

Em tempo de guerra, os soldados se vestiam com roupas finas e armaduras caras,


os cabelos cacheados. Eles marcharam para a batalha ao som de música. Um historiador
grego escreveu: “Foi uma visão magnífica e terrível vê-los marchar ao som de suas
flautas, sem qualquer desordem em suas fileiras, com mentes imperturbáveis e rostos
inexpressivos, movendo-se com calma e alegria com a música para a luta mortal. . . ”

O estilo de vida espartano surgiu por meio das leis de Licurgo. Embora achasse
que as leis e os costumes estavam firmemente estabelecidos, ele temia que, quando
morresse, eles pudessem ser mudados. Ele convocou uma assembléia especial e disse
aos cidadãos que precisava ir a Delfos para consultar o Oráculo sobre algum assunto.

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Ele fez os Reis, o Conselho e a Assembleia prometerem não mudar as leis que
haviam sido estabelecidas até que ele voltasse.

Ele foi a Delfos e, novamente, o Oráculo anunciou que as leis de Licurgo


tornavam sua cidade muito famosa. Licurgo enviou este oráculo por escrito a
Esparta. Ele ofereceu um sacrifício a Apolo em Delfos, então acabou com sua própria
vida, garantindo assim que os espartanos guardariam suas leis, de acordo com sua
promessa, para sempre.

Licurgo fizera bem o seu trabalho. O sistema que ele estabeleceu durou
muitos anos e produziu os maiores guerreiros do mundo antigo.

Atenas mais antiga

Atenas era a cidade mais bonita da Grécia. Perto do mar estendia-se uma planície,
rodeada para o leste por colinas onde viviam as cabras selvagens. As colinas estavam
roxas de tomilho e cheias do murmúrio das abelhas. Ao norte erguia-se uma grande
montanha famosa por seu mármore branco brilhante, que brilhava em um vermelho
rosado quando o sol se punha.

Erguendo-se da planície havia uma grande rocha oval, no topo da qual


ficava a Acrópole, o centro da cidade. Antigamente era a fortaleza do rei,
mas depois foi transformada em um grupo de templos para as divindades.
O maior era o templo de Atenas, o Partenon.

Da Acrópole, o terreno descia suavemente para o mar. A planície


era regada pelo rio Cephisus, o único riacho da Ática que não secava no
verão. Em suas margens havia olivais, dando um toque de verde-
acinzentado escuro à paisagem. No centro da planície, aos pés da
Acrópole, ficava Atenas.

A Acrópole tinha paredes muito fortes e havia nove portões antes da entrada
principal. Isso tornou quase impossível para um inimigo tomar a fortaleza. Dentro
das muralhas havia um poço, então sempre havia água para quem defendia a
Acrópole.

A história não nos disse quase nada sobre os homens poderosos que construíram
a Acrópole ateniense. Só em uma lenda ouvimos que um dos primeiros governantes

109
de Atenas foi um rei chamado Cecrops. Todo tipo de história envolve seu nome,
e acreditava-se que ele não era totalmente humano, mas um ser que cresceu da
terra, meio homem, meio serpente.

Enquanto ele era rei, a cidade ficou tão animada e bela que os deuses a
observaram com grande interesse. Dois deles, Poseidon e Athena, competiam
entre si pelo nome da cidade. Para dirimir a discussão, Zeus decretou que a
cidade teria o nome daquele que criaria o objeto de maior valor para o uso do
ser humano.

Então, Poseidon ergueu seu tridente e atingiu o solo com ele, e daquele solo
surgiu um nobre cavalo. Os deuses vigilantes ficaram muito encantados quando
Poseidon explicou a eles as nobres qualidades do cavalo.

Atena, por sua vez, produziu uma oliveira. Os deuses riram com desprezo ao vê-lo
em comparação com o cavalo animado, até que ela lhes contou sobre os muitos usos
que a madeira, as folhas e os frutos podiam ser dados e explicou que a oliveira era um
sinal de paz e prosperidade - muito mais desejável do que o cavalo que representava
guerra e miséria. Os deuses tiveram que concordar que seu presente era o melhor,
então a cidade de Atenas foi batizada em sua homenagem.

Sólon de Atenas (c. 639 – c. 559 aC)


Cerca de duzentos anos depois que Licurgo viveu e morreu, o ateniense Sólon
desempenhou um papel muito importante nos assuntos de Atenas. Seus objetivos e o
espírito de sua liderança eram novos na história do mundo.

Como outras cidades gregas, Atenas foi governada em monarquia


hereditária por reis que se tornaram reis porque eram filhos de reis. Esses reis
tinham total poder sobre o exército, a religião e as leis do estado.

Então chegou um momento em que os nobres tiraram o poder dos reis e o deram a
alguns de seus líderes. Os nobres elegeram seu melhor general para assumir o comando do
exército e colocaram outro homem como encarregado de fazer cumprir todas as leis. Um
terceiro homem tinha autoridade sobre todos os sacrifícios religiosos e cerimônias de estado.
Esses três eram chamados deArcontes (governantes), e seis homens adicionais foram eleitos
para ajudá-los a governar. Apenas homens da classe dos nobres poderiam ser eleitos como
Arcontes, homens que eram os mais educados e mais ricos. Este tipo de governo foi
denominado oligarquia (governo de poucos).

110
Embora, por causa de sua educação e experiência, os Arcontes devessem ser
adequados para governar o povo, eles começaram a cobiçar o poder e a buscar riquezas
além do que tinham. Então veio um momento de grande descontentamento entre as
pessoas. Houve guerras, as colheitas foram ruins e a comida era tão escassa que as
pessoas estavam morrendo de fome. Os nobres ricos haviam emprestado dinheiro à
classe trabalhadora e aos fazendeiros. Mas quando a guerra e a fome tornaram
impossível para o povo pagar suas dívidas, leis foram feitas que os forçaram a vender a
terra e mais tarde a si mesmos como escravos. Quando, de fome, roubavam comida,
podiam ser punidos com a morte.

O povo começou a questionar a justiça de seus governantes e perguntar: "Qual é a


diferença entre um homem rico e um homem pobre, entre o homem nobre e o homem
comum, o homem livre e o escravo?" “Por que um é melhor do que o outro?” “Quem são
os cidadãos e o que significa ser cidadão?” Quanto mais essas perguntas eram feitas,
mais cruéis e injustos os governantes se tornavam. As condições ficaram muito ruins em
Atenas, e as pessoas disseram entre si: “Não obedeceremos para sempre”.

Foi nessa época que Sólon mostrou pela primeira vez sua liderança. Ele era um nobre
de nascimento, mas por ser um homem pobre, ele se tornou um comerciante. Isso o permitiu
viajar por terras distantes e ver o mundo, e estar sempre aprendendo algo novo. Ele também
era um poeta, e alguns versos que compôs o levaram à sua primeira fama!

A Ilha de Salamina ficava perto do porto de Atenas e a cidade queria possuí-la. O


estado vizinho de Megara, do outro lado do golfo, também desejava possuir esta ilha, e
os dois estados entraram em guerra por causa dela. A guerra durou tanto tempo e foi
tão cara e malsucedida para Atenas que os atenienses decidiram desistir a luta . Solon
achou que isso era uma vergonha. Sabendo que muitos homens ficariam felizes em
seguir um líder corajoso, ele compôs alguns versos inflamados e os recitou noAgora, ou
mercado. Convocando os atenienses a não serem covardes vergonhosos, mas a
prosseguir na luta por Salamina, seus versos foram tão inspiradores que os atenienses
decidiram tentar novamente. Desta vez, eles ganharam a ilha.

Sólon era tido em tão alta honra agora que os nobres pediram a ele para se tornar
o Arconte preocupado com as leis da cidade. Ele consentiu e assim se tornou um dos
primeiros grandes legisladores de Atenas. A primeira coisa que ele fez foi libertar todos
os devedores de suas dívidas. Da mesma forma, ele libertou todos os escravos por causa
de dívidas. Isso deixou muitos dos atenienses tão felizes que celebraram o evento por
muitos anos em um festival chamado “A rejeição dos fardos”.

111
Sólon amava Atenas e queria que seu povo fosse tratado com justiça, então mudou o
governo do estado de tal forma que até os cidadãos mais pobres pudessem votar na
Assembleia. Ele também fez uma lei segundo a qual quanto mais rico o homem, mais dinheiro
de impostos ele teria para pagar ao estado. Ele estabeleceu um limite para a quantidade de
terra que qualquer pessoa poderia possuir, evitando assim que alguém se tornasse muito
rico. A mudança mais importante que Sólon trouxe foi colocar os tribunais de justiça nas mãos
do povo, em vez dos nobres. Assim, embora os cidadãos mais pobres não pudessem se tornar
Arcontes, eles poderiam ser eleitos para os tribunais para servirem como juízes. Sólon
também determinou que o Conselho de Atenas deveria consistir de homens eleitos pela
Assembleia de todas as quatro tribos da Ática; assim, essas tribos estariam todas
representadas no governo.

Embora as pessoas comuns se beneficiassem das leis de Solon, muitos dos nobres
não gostavam delas. Muitas brigas e lutas violentas aconteceram antes de Atenas se
tornar uma democracia limitada. No entanto, Sólon foi o primeiro a mudar o estado de
ser governado por "poucos" para ser governado por "muitos".

Que Sólon era um líder que não pensava em si mesmo, mas apenas em seu povo,
era demonstrado especialmente por uma de suas ações. Depois de estabelecer as leis
que trouxeram mudanças tão úteis para o povo, ele decidiu que funcionariam melhor se
ele próprio fosse embora, então deixou a Grécia por dez anos. Ele foi chamado de volta
porque alguns nobres estavam violando leis. Ele voltou, endireitou as coisas e depois se
retirou da vida pública.

TheTyrant, Pisistratus (c. 605-527 bc)


Ainda havia homens na Grécia que buscavam o poder para si próprios. Aqueles
que tiveram sucesso foram chamados de tiranos. O tirano mais famoso de Atenas foi
Pisístrato. Ainda general no exército, ele enganou o povo fazendo-o pensar que seu
único desejo era servir ao estado. Na realidade, seu único desejo era se tornar o único
governante de Atenas.

Para conseguir seus objetivos, ele pregou algumas peças nos atenienses. Um dia ele apareceu na

ágora em sua carruagem. Ele o tinha e ele próprio aspergido com sangue. Ele parecia estar gravemente

ferido e, quando questionado sobre o que havia acontecido, exclamou que seus inimigos o haviam

atacado. Seus amigos então se aglomeraram em uma reunião da Assembleia e insistiram que ele deveria

ser votado como um

112
guarda-costas de cinquenta homens que poderiam protegê-lo de novos ataques.
Quando isso foi feito, Pisístrato organizou a guarda-costas e rapidamente tomou
posse da Acrópole. Mas quando ele tentou se tornar o senhor do estado, ele foi
expulso de Atenas.

Pisístrato não desistiu. Ele inventou outro truque. Desta vez ele escolheu o evento
de um grande festival e apareceu no meio da multidão, novamente em sua carruagem.
Ao seu lado estava uma mulher alta e bonita vestida como Atenas e carregando o escudo
e a lança de Atenas. As pessoas foram enganadas; eles pensaram que a deusa tinha
descido do Monte Olimpo para mostrar que ela favorecia Pisístrato, então ele foi
recebido como um governante, mas mais uma vez foi expulso e desta vez ficou afastado
por dez anos.

Na terceira vez, ele voltou com um forte exército de soldados pagos que tiveram
sucesso em tomar o poder para ele. Então ele se tornou Tirano e governou Atenas por
dez anos antes de morrer.

Apesar de tudo isso, Pisístrato fez algumas coisas construtivas enquanto era
Tirano. Ele mandou construir um aqueduto para levar água à cidade e construiu
novas estradas. Ao longo dessas estradas, perto de fontes e fontes, foram colocadas
pequenas estátuas de Hermes, e nos pedestais foram gravados versos para alegrar
os viajantes em seu caminho. Ele fez uma lei que os homens feridos em batalha e as
famílias dos mortos devem ser cuidados pelo estado. Ele construiu um novo templo
para Atena na Acrópole e outro para Dionísio, no sopé da Acrópole, onde o antigo
drama grego era encenado. O templo para Zeus que ele começou era tão grande
que nunca foi concluído em sua vida. Embora ele fosse um bom governante, o povo
foi privado do direito de governar a si mesmo e ninguém se opôs a ele.

Após a morte de Pisístrato, seus dois filhos o sucederam, mas eles eram tão
desagradáveis que dois jovens atenienses tramaram uma conspiração para tirar
suas vidas na época de um certo festival. O dia chegou e um filho foi morto; o outro
escapou. Os dois conspiradores foram presos e condenados à morte. Hípias, aquele
que escapou, continuou a governar Atenas. Ele se tornou cada vez mais cruel e
tratava tão mal seus súditos que o povo se curvou sob sua opressão.

Durante este tempo, os espartanos receberam um comando muito estranho do


Oráculo em Delphi. Cada vez que alguém de Esparta ia consultar o Oráculo sobre
qualquer assunto, a resposta era sempre: “Primeiro, liberte Atenas”. Enfim, cansado de

113
sem receber respostas mais úteis, Esparta enviou um exército a Atenas e expulsou o
tirano Hípias.

Esparta não era amigo da democracia. Assim que Hípias foi deposto, o rei
espartano Cleomenes tentou forçar outro homem ao poder em Atenas. Amigo
do ex-tirano, seu nome era Iságoras. Os atenienses então se levantaram e
lutaram contra os espartanos. Eles bloquearam o rei Cleomenes na Acrópole, e
ele foi forçado a se render. Por fim, Atenas libertou-se do domínio dos tiranos.

Temístocles e as Guerras Persas (c. 525 – c. 460 aC)


O sol está brilhando fortemente sobre uma grande praça ao ar livre em Atenas.
Este lugar é a Ágora, o ponto de encontro dos homens. Nos dois lados da praça erguem-
se belos edifícios e templos de mármore branco. Nos outros dois lados estão alpendres
cobertos onde as pessoas podem ficar em pé e caminhar, protegidas do sol ou da chuva
e dos ventos frios. A praça aberta está cheia de gente. Muitos deles estão ocupados
comprando e vendendo nos estandes e barracas de uma parte da Ágora. Na outra parte,
muitos homens estão andando aqui e ali e conversando. Suas vozes aumentam e
diminuem, e seus movimentos e gestos estão sempre em direção um ao outro.

Suas vestes brancas brilham como as colunas de mármore dos edifícios. À medida
que cada homem fala, outro escuta, então ele, por sua vez, fala, e assim, muitos falam e
ouvem. Ao todo, o som é como um grande rio colidindo com as rochas em seu curso. A
Ágora é o lugar mais importante de Atenas porque lá o espírito que habitava em cada
homem podia falar com outros homens, cada um desfrutando do que ouvia e tendo algo
para diga em troca. Todas as manhãs, a Ágora ficava cheia de pessoas, na maioria
homens, que queriam ouvir as notícias do dia, discutir os assuntos de Estado, fazer
perguntas, dar respostas. No mercado, os camponeses e mercadores vendiam seus
produtos aos escravos de diferentes famílias que faziam as compras para seus senhores.

Um meio-dia, os homens da Ágora estavam se dispersando para ir ao


ginásio para assistir os jovens praticarem suas habilidades para os jogos olímpicos. Um
menino estava a caminho, com seu pedagogo, para a Palaestra para receber instruções
de luta livre, lançamento de disco, salto e corrida. Um músico tocou sua lira. Através da
Ágora, serpenteia uma procissão de homens e mulheres. Seus escravos eram

114
carregado com potes, trouxas, móveis, tigelas de frutas e grãos. Era incomum
ver mulheres na Ágora.

Os espectadores conversaram e o pequeno Temístocles ouviu. Disseram que se


tratava de um grupo de gregos que estavam deixando Atenas e navegando naquele dia
pelo Mar Egeu até a Jônia, para se estabelecerem em novas casas. O Oráculo de Delfos
havia prometido a eles sucesso em encontrar boas terras para trigo, uvas, azeitonas e
água. A procissão seguiu para o Hall da Cidade, onde os líderes da expedição receberiam
um braseiro de brasas do fogo sagrado de Atenas para acender as fogueiras em suas
novas casas.

Muitas dessas empresas navegaram para o leste em direção ao continente


asiático. Cidades gregas cresceram onde as pessoas estabeleceram estados autônomos,
independentes de sua cidade-mãe. Mesmo assim, essas pessoas olhavam para a sua
pátria com carinho. Aonde quer que fossem, eles ainda eram gregos, falando grego e
adorando os deuses gregos.

Não era nada novo ver tais colonos surgindo, mas Temístocles estava
maravilhado. O leste! Ele tinha idade suficiente para ouvir as conversas dos adultos e
se maravilhar com isso. Pelo que disseram, o Oriente estava cheio de luz e
sabedoria. Muitas pessoas da Grécia foram para o Oriente para aprender a
sabedoria antiga. A luz do sol nascente, amarelo dourado no céu, colorindo o leste,
parecia a Temístocles ser a própria Luz que os homens iam encontrar. Enquanto a
oeste, onde o mar azul se estendia, tudo era desconhecido, embora alguns falassem
de um mundo perdido afundado abaixo das águas quando os deuses enviaram um
dilúvio para purificar a terra. Dos adultos, Temístocles ouvira dizer que no norte
havia uma terra de geada e gelo, além da qual viviam os hiperbóreos, uma raça de
seres que viviam em perfeita felicidade. Alcançá-los através das neves brancas não
era possível, tão grandes eram os perigos. Brancura ao norte, azul ao oeste, amarela
ao leste! Quando Temístocles imaginou uma cor ao sul, onde o grande calor do sol
inundava a Terra, era vermelha. Mas foi o Oriente que o atraiu. Talvez ele fosse para
lá quando se tornasse homem. Mal sabia ele que, quando fosse homem, o Oriente
viria até ele.

Que tipo de vida Temístocles teve quando menino, e que tipo de menino ele era?
Seus pais eram pessoas humildes. Sua casa ficava em uma rua tranquila e suja de
Atenas, entre as paredes sem janelas de outras casas. Apenas as portas trancadas das
casas davam para a rua e atrás de cada uma estava sentado o escravo cujo

115
dever era abrir a porta aos convidados. Dentro da casa de um ateniense havia um
pátio, um átrio, rodeado pelos cômodos da casa. O fogo sagrado era sempre
mantido aceso na sala de jantar, mas não havia fogões, apenas panelas de carvão
para aquecer os quartos no inverno. As pessoas dormiam em camas sem molas ou
lençóis. Os atenienses não achavam que os bens materiais eram importantes. Eles
não tinham relógios, bússolas, botões, eletricidade ou meias. Eles estudaram poesia
sem livros, geografia sem mapas, política sem jornais. Todas as casas particulares
eram iguais, fossem dos ricos ou dos pobres. A riqueza foi gasta em belos edifícios
públicos que todos pudessem desfrutar. Nas casas, os cômodos eram pequenos e
escuros, exceto pela luz do pátio.

A mãe de Temístocles ficava em casa a maior parte do tempo supervisionando


os escravos que faziam o trabalho doméstico. Ela contou a Temístocles as histórias
de deuses e heróis e da Batalha de Tróia. A ocupação de seu pai não é conhecida,
mas todos os atenienses tinham algum trabalho relacionado ao governo da cidade,
como ser responsável por uma frota, ou jurado, dirigir um coro, ou construir e
esculpir.

Temístocles tinha espírito para fazer coisas, certos tipos de coisas. Ele não
estava interessado em ser educado ou gracioso e não aprendeu a tocar lira. Em
Atenas, a marca de um homem sem instrução era "aquele que não sabe tocar a
lira". Mas quando Temístocles foi chamado de inculto, ele respondeu: "Embora
eu não toque a lira, ainda trarei grandeza e glória para minha cidade." Quando
ele tinha férias da escola, ele não as gastava brincando, mas inventando
grandes orações sobre sua cidade.

À medida que crescia, prestava cada vez mais atenção ao que se discutia
na Ágora e às notícias que passavam de homem para homem sobre todo o
mundo grego, agora espalhado em muitas colônias em todo o Mar
Mediterrâneo. Ele ouviu falar da maior cidade da Jônia, Mileto, e de um sábio
grego chamado Tales, que morava em Mileto.

Tales, que havia aprendido com os babilônios a ciência das estrelas,


acrescentou ele mesmo um novo conhecimento a partir de seus próprios estudos
das leis do movimento dos corpos celestes. A partir desse conhecimento, ele
afirmou que a lua às vezes se coloca entre o sol e a terra e sombreia o sol. Ele previu
um eclipse, quando o dia estaria escuro com esta sombra. Algumas palavras de
Tales que podem ter chegado aos ouvidos de Temístocles, e que ele pode

116
pensaram, foram: “Deus é a mais antiga de todas as coisas, pois Ele não tem nascimento.
O mundo é o mais belo de todas as coisas, pois é obra de Deus. O tempo é o mais sábio
de todas as coisas, pois ele descobre tudo. ”

Em 538 aC, talvez doze anos antes do nascimento de Temístocles, o rei persa Ciro
conquistou a Babilônia e permitiu que os hebreus cativos voltassem para sua própria
terra. Em seguida, ele liderou seus exércitos para o oeste, até o mar Egeu, e tomou posse
de todas as terras ao longo da costa oriental desse mar, incluindo Miletus, uma das
muitas cidades gregas naquela parte do mundo. Como parte do Império Persa, as
colônias gregas eram governadas por oficiais persas. Os gregos tinham que servir nos
exércitos persas e abastecer os persas com navios e marinheiros. No entanto, Cyrus foi
um conquistador bom e justo.

Em 529 aC, quando Ciro morreu, seu filho Dario tornou-se o novo governante
do Império Persa. Isso ainda aconteceu alguns anos antes do nascimento de
Temístocles, mas, quando já era adulto (499 aC), chegaram a Atenas notícias de que
a cidade de Mileto havia se revoltado contra o domínio persa e queria ajuda do
continente grego. Esparta recusou ajuda, mas Atenas enviou vinte navios
carregados de guerreiros. Quando chegaram à Jônia, os gregos marcharam para o
norte, até Sardis, uma grande cidade persa na Lídia, e a incendiaram. O enfurecido
Dario jurou vingança contra os atenienses e começou queimando Mileto e
destruindo-o inteiramente (494 aC). Quando esta notícia chegou a Atenas, todos
ficaram pasmos. Um poeta escreveu um drama, “A captura de Mileto”, e quando foi
encenado, todos choraram.

Dario enviou mensageiros ao continente exigindo doações de terra e água como um


sinal de que os atenienses se submeteriam a ele. Dizendo-lhes para obter a terra e a água
para si, Esparta e Atenas jogaram os mensageiros em um poço e uma cova. Ao saber disso,
Dario ordenou que seus exércitos embarcassem em navios que cruzassem o Egeu para punir
todos os que se recusassem a se submeter, escravizando-os e trazendo-os para Susa, na
Pérsia. Ao longo de todo o caminho, através do canal a leste da Ática, os persas incendiaram e
destruíram todas as cidades que resistiam a eles.

Os atenienses se reuniram na Ágora e enviaram um mensageiro a Esparta para


obter ajuda. Ele correu dois dias e duas noites sem parar. Os espartanos prometeram
ajuda em cinco dias, depois que pudessem fazer um sacrifício a Apolo na lua cheia. Antes
que os cinco dias terminassem, a frota persa ancorou na baía de Maratona (490 aC), 26
milhas ao norte de Atenas, e 26.000 soldados persas acamparam em

117
a planície que era cercada por colinas, com outros 100.000 persas em barcos como
tropas de reserva.

Liderados por Miltíades, um general que havia lutado contra os persas na


Jônia e que conhecia seus costumes, 9.000 guerreiros atenienses, mais 1.000
guerreiros da cidade vizinha de Platéia, marcharam para enfrentá-los e
agruparam suas forças nas colinas ao redor da planície. Miltíades sabia que a
linha de ataque persa era sempre mais forte no centro, então ele organizou sua
defesa de forma que sua linha fosse forte nas laterais e mais fina no centro.
Quando os persas atacaram no centro, as fortes asas atenienses avançaram,
cercaram os persas. Apenas 192 gregos foram mortos para 6.400 persas. Os
sobreviventes fugiram para seus navios e partiram. Embora seus guerreiros
estivessem cansados da batalha, Miltíades os conduziu diretamente de volta a
Atenas, pois imaginou que os persas estavam indo para lá para tomar a cidade
indefesa. Com certeza,

Uma vez que os atenienses enviaram ajuda a Esparta, agora dois mil soldados
espartanos chegaram a Atenas. Quando os persas viram o mesmo exército ateniense
esperando para lutar novamente, junto com reforços espartanos, eles finalmente
partiram para sempre.

A vitória em Maratona veio em um momento em que Temístocles tinha cerca de


35 anos. Ele se gloriava nos grandes feitos de Milcíades, mas tinha certeza de que não
era o fim da guerra com a Pérsia. Ele falou, persuadindo os atenienses de que deveriam
construir mais navios, melhorar o porto de Atenas e estar prontos para futuros
problemas com os persas. Sua voz começou a ser ouvida e, quando chegasse, ele teria
um grande papel em enfrentar esse problema.

Dario, irritado com a derrota em Maratona, chamou homens de todo o Império


Persa às armas. Todos os dias depois disso, e mesmo após sua morte, Dario tinha um
homem que ficava ao lado do trono persa e dizia as palavras: "Lembre-se de Maratona".
Por dez anos as tropas se reuniram e fizeram preparativos, mas antes que a grande
expedição estivesse pronta, Dario morreu e seu filho Xerxes subiu ao trono. Xerxes
seguiu em frente com os planos de seu pai para conquistar a Grécia: “Não vou parar até
que tenha conquistado Atenas e queime-a com fogo”.

Esta foi uma época em que todo o mundo grego estava decidindo qual seria
seu futuro. Atenas estava pronta, graças a Temístocles, cuja voz havia sido

118
ouviu falar de construir uma marinha melhor e um porto melhor para Atenas, e foi nomeado
almirante da marinha ateniense.

Por volta de 480 aC, os persas estavam prontos para partir de Sardes. O plano era
que os exércitos marchassem até o Helesponto (um grande e forte rio cuja foz ficava
perto da antiga Tróia) e o cruzassem para a Trácia (a leste da Grécia), depois se
movessem através da Macedônia para o sul até a Grécia. A grande multidão teve que ir
por terra, em parte porque a força era muito grande e em parte porque seus soldados
eram homens da terra com medo do mar e não estavam dispostos a viajar de navio. Os
fenícios, entretanto, eram marinheiros e sua frota deveria se juntar ao exército no
Helesponto e de lá navegar perto da costa para abastecer o exército e mantê-lo em
contato durante sua marcha. Havia talvez 1.200 navios na frota e 200.000 homens no
exército.

Na frente da marcha estavam os carregadores de bagagem, homens e cavalos.


Então vieram os soldados de infantaria em suas fileiras. Atrás deles foi mantido um
espaço para serem seguidos por mil cavaleiros e mil lanceiros, todos eles nobres persas.
Dez cavalos sagrados, usando enfeites ricos, seguiram em seguida. Então veio a
carruagem sagrada do grande deus persa. Era puxado por oito cavalos com o cocheiro a
pé, pois nenhum ser humano tinha permissão para subir nesta carruagem. Depois veio o
Grande Rei Xerxes, acompanhado por lanceiros dos melhores e mais nobres de todos os
persas. Eles foram chamados de Imortais, dos quais sempre houve 10.000 homens,
porque se um morresse, ele era substituído. Eles eram a flor do exército persa: 9.000
carregavam lanças terminando em maçãs de prata ou romãs, 1000 seguravam lanças
com pontas de maçãs de ouro. De todas as nações que marcharam com Xerxes, os
persas usavam as melhores roupas e muito ouro e portavam como armas: escudos,
adagas, arcos e flechas. As fileiras dos persas foram seguidas por aquelas provenientes
dos confins do Império Persa.

Os assírios, usando capacetes de bronze e couraças de linho, carregavam porretes de

madeira cravejados de ferro. Os citas, com gorros pontudos de pele de carneiro, tinham machados

de guerra. Os Cáspios, vestidos com peles, portavam espadas curtas. Os árabes em seus mantos

soltos carregavam longos arcos. Os etíopes estavam vestidos com peles de leopardo e leão, mas na

batalha cada homem pintou metade de seu corpo de vermelho e metade de branco. Em suas

cabeças eles usavam couro cabeludo de cavalo com orelhas e crina ainda presas, e eles lutavam com

uma variedade de armas: arcos longos com flechas de pontas afiadas, lanças e clavas.

119
Quando o exército encontrou a frota fenícia no Helesponto, Xerxes mandou
construir um trono de mármore branco para ele. Lá ele se sentou para dirigir a
construção de uma ponte de barcos através do estreito, mas antes que pudesse ser
cruzada, uma grande tempestade surgiu e a destruiu. Xerxes, com raiva feroz, ordenou a
seus soldados que açoitassem o mar com 300 golpes de chicote, dizendo: "Ó, água
amarga, teu mestre impõe-te esta penalidade porque o fizeste mal, e Xerxes, o Rei,
passará por cima de ti quer você queira ou não. "

Todos os engenheiros que construíram a ponte foram decapitados e uma


nova ponte foi construída. Ao nascer do sol, Xerxes orou ao Sol enquanto derramava
uma oferenda de uma taça de ouro no mar. Ele orou para que nenhum acidente
acontecesse com ele antes de ter conquistado todas as terras do Oeste. Então o
exército começou a cruzar a ponte e levou sete dias e sete noites sem pausa.

A expedição então prosseguiu, e a frota e o exército se encontraram novamente


em Therma, à vista do Monte Olimpo e das montanhas da Tessália. Todas as cidades
pelas quais o exército passou foram forçadas a fornecer comida e bebida para homens e
animais.

Enquanto isso, os gregos, liderados por Atenas e Esparta, realizaram uma conferência
em Corinto. Todos os principais estados, exceto Argos e Tebas, compareceram e concordaram
em servir sob Esparta, para se unirem contra o inimigo comum.

No meio do verão de 480 aC, os gregos marcharam para encontrar os persas


nas Termópilas, a passagem estreita pelas montanhas entre a Tessália e a Grécia. O
rei Leônidas de Esparta, com apenas trezentos homens, preparou-se para defender
o passe. O restante das tropas gregas acampou mais ao sul para defender o istmo
de Corinto.

O exército persa acampou antes da passagem. Um batedor persa viu os


espartanos praticando exercícios atléticos e penteando seus longos cabelos, pois
“sempre que estavam para colocar suas vidas em perigo, cuidavam do arranjo de
seus cabelos”. A frota persa ancorou em Artemisium. Havia quatro vezes mais navios
persas do que gregos. Xerxes planejou atacar por terra e mar ao mesmo tempo;
mas uma tempestade estourou no momento do ataque. Durou três dias e destruiu
quatrocentos navios persas. Quando a tempestade diminuiu, os navios gregos
comandados por Temístocles atacaram os persas e derrotaram a frota persa.

120
Xerxes ordenou que seu exército atacasse a passagem. Os espartanos o
mantiveram por dois dias, e os persas foram rechaçados, muitos deles sendo mortos.
Xerxes assistia à luta de seu trono de mármore. No terceiro dia, um traidor grego, um
hilota, negociou ouro com Xerxes e prometeu conduzir os persas por um caminho de
montanha para que eles pudessem atacar os espartanos pela retaguarda. À noite, os
Imortais partiram com o traidor e o seguiram durante toda a noite pela montanha e além
da linha espartana. Quando os batedores informaram a Leônidas que os persas estavam
na retaguarda, ele soube que o fim havia chegado. Mas ele também sabia que
comandava homens espartanos e que, enquanto um permanecesse vivo, a passagem
não seria tomada.

Os espartanos foram, no entanto, atacados pela frente e avançaram para os


espaços abertos para terem mais espaço para lutar. Eles levaram os persas para o mar,
mas foram contra-atacados repetidas vezes. Quando Leônidas finalmente caiu em
batalha, os espartanos lutaram por seu corpo. Quatro vezes os persas quase o
capturaram e quatro vezes os espartanos os jogaram de volta. Então veio a notícia de
que os Imortais estavam atacando pela retaguarda. Os espartanos restantes colocaram-
se ao redor do corpo de Leônidas em uma colina e se defenderam com adagas, pois suas
lanças estavam quebradas. Aqueles que não tinham mais armas lutaram com as mãos e
os dentes até que todos fossem mortos. Nem um espartano foi deixado vivo. Eles foram
enterrados onde caíram. Apenas alguns escravos espartanos viveram para contar a
história.

Em um pilar, erguido em sua memória, estavam inscritas as palavras: "Estranho,


avise aos espartanos que estamos aqui obedientes a seu encargo." Assim, os persas
tomaram o desfiladeiro nas Termópilas e a estrada para Atenas ficou aberta diante deles.

Os navios atenienses e o bom porto não podiam proteger Atenas do exército de


Xerxes, que agora avançava por terra para a Ática. Os atenienses enviaram emissários a
Delfos para pedir conselhos ao Oráculo. A resposta os encheu de desespero, pois o
Oráculo disse-lhes que o fogo e o Deus da Guerra estavam prestes a trazer a ruína sobre
eles e que deveriam deixar suas casas e se esconder atrás das paredes de madeira.

Houve grande discussão entre os generais gregos quanto ao significado do Oráculo. Alguns

achavam que uma cerca de madeira deveria ser construída ao redor da cidade, outros que “paredes de

madeira” só podiam significar os navios. Temístocles era de

121
Essa opinião e ele persuadiu o povo a abandonar Atenas e se refugiar nos navios
ancorados perto de Salamina, uma ilha ao largo da costa de Atenas. Isso eles fizeram,
deixando alguns homens na Acrópole para defendê-la.

Os persas logo entraram em Atenas e atacaram a Acrópole, então Atenas e a


Acrópole foram capturadas e totalmente queimadas. Temístocles mandou todos os
enfermos, feridos, mulheres e crianças para Salamina. Perto de Salamina, a frota
ateniense foi acompanhada por navios de outros estados gregos, mas, com a notícia
do incêndio de Atenas, todas as outras frotas decidiram abandonar os atenienses e
partir para casa. Temístocles tentou persuadi-los, mas eles apenas zombaram dele e
disseram que a única razão pela qual ele queria ficar e lutar em Salamina era porque
agora ele não tinha país. Ele respondeu que onde quer que haja atenienses e navios
atenienses, aí está Atenas. No entanto, os outros comandantes gregos eram a favor
de fugir dos navios persas.

Foi então que Temístocles enviou uma mensagem a Xerxes, fingindo que
agora era seu aliado. A mensagem dizia que os gregos estavam lutando entre si
e planejando partir, e informava a Xerxes que se ele atacasse os gregos antes
que eles escapassem, ele teria uma grande vitória. Xerxes acreditou em
Temístocles e, ao amanhecer do dia seguinte, enviou sua grande marinha para
atacar os gregos. Mais uma vez, o Grande Rei Xerxes colocou seu trono onde
pudesse observar as manobras dos navios da costa de Atenas.

Quando confrontados com a batalha, o espírito de luta dos gregos se ergueu e


os uniu novamente. Os persas tinham o maior número de navios, mas isso não os
ajudou; pelo contrário, foi um obstáculo, pois os gregos encurralaram a frota persa
no estreito entre Atenas e Salamina, para que não pudessem se virar ou ajudar uns
aos outros. Em um dia de luta feroz, os gregos derrotaram os persas. O mar ficou
tão cheio de navios naufragados e homens se afogando que “quase não se avistou
água”.

Já era quase o fim do verão e Xerxes tinha notícias de uma revolta na Jônia. Após
sua derrota em Salamina, ele navegou para a Ásia, deixando parte de seu exército
acampado na Tessália durante o inverno, para que estivesse pronto para atacar a Grécia
novamente na primavera.

Mas quando a primavera chegou e Xerxes tentou fazer um tratado com Atenas, os
atenienses recusaram. Saber que tal tratado significaria perda de liberdade, os
espartanos e atenienses foram lutar contra os persas em Platéia. A batalha durou

122
dia todo . Mardônio, o general persa, foi morto. Sem seu líder, seu exército fugiu e
foi perseguido pelos gregos, que deixaram poucos persas vivos.

Quando os gregos vitoriosos entraram no acampamento persa, eles olharam


com espanto para as riquezas que lá encontraram. As tendas eram mobiliadas com
camas de ouro e prata, com copos de ouro e tigelas de mistura. Um décimo dessas
riquezas foi enviado para Delfos e o restante dividido entre os soldados gregos.

Os gregos encontraram a tenda de Xerxes, e o rei Pausânias de Esparta ordenou


aos cozinheiros de Xerxes que preparassem uma refeição como o fariam para seu
mestre. Pausânias ficou pasmo ao ver o banquete organizado em meio a móveis de ouro
e prata e cortinas e coberturas ricamente coloridas. Então, para se divertir, ele ordenou
que seus próprios cozinheiros preparassem uma refeição espartana. Ele então reuniu
todos os generais gregos e apontou para a diferença entre as duas refeições, dizendo:
"Helenos, eu os convidei para mostrar a vocês a insensatez deste líder dos medos que,
tendo tal riqueza, veio até nós que têm uma tarifa tão pobre como esta, a fim de tirá-la
de nós. ”

Assim, a Grécia permaneceu livre, o que provou que, pela causa da liberdade, o
mais fraco pode enfrentar o mais forte e prevalecer.

Depois que os persas foram derrotados, Temístocles se tornou, por um tempo, o herói
de toda a Grécia. Onde quer que ele fosse, as pessoas o admiravam e aplaudiam batendo
palmas. Enquanto isso continuava, ele sentia que seus grandes esforços pelos gregos eram
apreciados. Ele estava feliz e renovado em forças para tornar Atenas forte novamente. Sob sua
direção, homens, mulheres e até crianças trabalharam de boa vontade para reconstruir Atenas
e erguer uma forte muralha ao redor da cidade. Eles também construíram um muro para
proteger o porto, que ficava a alguns quilômetros da cidade, e para conectar o porto com a
cidade por uma longa muralha que formava uma estrada fortificada.

Por fim, Temístocles, temendo nenhum novo ataque dos persas, aconselhou os
atenienses que o comércio com os persas beneficiaria e enriqueceria Atenas; mas os
atenienses não podiam aceitar suas idéias agora, e seus sentimentos contra ele se tornaram
cada vez mais amargos, até que finalmente o condenaram ao ostracismo (o expulsaram) e ele
teve que deixar sua terra natal, condenado a vagar de um lugar para outro. Onde quer que ele
fosse, ele era indesejável. Atenas havia se tornado um estado poderoso e nenhuma outra
cidade grega queria ofender Atenas dando abrigo a Temístocles. Por fim, o único refúgio que
conseguiu encontrar foi com o novo governante persa, Artaxerxes, em Susa.

123
Artaxerxes exultou quando Temístocles implorou por sua proteção. O herói
grego agora se tornou seu favorito, mas os cortesãos do rei persa chamavam
Temístocles de “a serpente grega”, pois não confiavam nele.

Estaria Temístocles feliz como o companheiro favorito do rei persa, exilado


de sua amada Atenas? Quando Artaxerxes convocou Temístocles para ajudá-lo
em uma nova guerra contra os gregos, em vez de cometer tal ato vergonhoso,
Temístocles bebeu veneno e pôs fim à própria vida. Ele foi leal aos gregos até o
fim.

Gerações de atenienses olharam para trás, para tudo o que Temístocles havia feito pela
Grécia, reconheceram que ele foi um herói nas Guerras Persas e, com gratidão, trouxeram seu
corpo para descansar em uma tumba ao lado do porto seguro que ele havia feito para sua
cidade.

Péricles (499-429 aC)


Após a guerra persa, a Grécia estava novamente livre, mas muitas colônias gregas
na Ásia ainda estavam sob o domínio persa. Muitos dos líderes gregos se reuniram na
pequena ilha de Delos, local de nascimento de Apolo, e formaram a “Liga de Delos”, cujo
objetivo era libertar os gregos da Ásia e das ilhas da Pérsia. Uma vez que a Liga precisava
de dinheiro para construir navios, cada Estado que se juntou à Liga concordou em
fornecer uma certa quantia de dinheiro a cada ano. Todos esses estados membros eram,
a princípio, livres e iguais. Eles participaram dos trabalhos da Liga e, uma a uma, as
colônias foram libertadas e aderiram à Liga. Atenas era a líder, encarregada do dinheiro,
embora estivesse guardado em um tesouro em Delos, e muitas de suas leis foram
aplicadas aos empreendimentos.

Com o tempo, Atenas adquiriu mais e mais poder, e os atenienses começaram a ver os
outros estados como seus súditos, que deveriam fazer tudo o que os atenienses desejassem.
Finalmente, a maioria dos estados foi quase governada por Atenas e tornou-se parte do que
alguns chamam de "Império Ateniense".

Foi nessa época que um grande estadista foi eleito como Strategus (Planejador)
de Atenas. Seu nome era Péricles. Gracioso e majestoso na aparência, ele era um
nobre cuja preocupação era com as pessoas comuns, tanto os pobres quanto os
ricos. Ele tornou possível para cada cidadão ateniense nascido livre tomar um ativo

124
parte do governo, mas as mulheres e os servos não eram considerados cidadãos. Todos
os cargos eram abertos a todos os cidadãos e todos os funcionários recebiam salários do
Estado. Assim, Atenas tornou-se uma democracia limitada dentro de si mesma, embora
fosse tirânica em relação aos Estados que controlava na Liga de Delos.

Péricles foi um grande orador e recebeu o sobrenome de “O Olimpo”. Ele disse


que falava com trovões e relâmpagos como Zeus. Em um de seus discursos,
descrevendo os atenienses, ele disse: “Somos amantes do belo, mas simples em
nossos gostos, e cultivamos a mente sem perder a masculinidade. Empregamos
riqueza quando há um uso real para ela, e consideramos a pobreza como uma
desgraça. A desgraça é não fazer nada para evitá-lo. ”

Enquanto Atenas estava sendo reconstruída após ser queimada pelos


persas, Péricles inspirou os atenienses a construir alguns dos mais belos
templos e teatros do mundo. Na Acrópole, um novo Partenon foi projetado por
Ictinus e decorado com esculturas de Fídias, que também criou a grande estátua
de Atenas com 46 pés revestida de ouro que ficava dentro do templo. Os
atenienses acreditavam que a própria Atenas fez seu lar no Partenon.

O teatro de Dionísio ficava a sudeste da Acrópole. Nela, as peças eram


encenadas de sol a sol em certas épocas do ano, e os melhores eram
premiados. Péricles possibilitou que pessoas que não podiam pagar a entrada
pudessem entrar no teatro de graça. A maioria das peças foi tirada de lendas
dos deuses e representadas por vários indivíduos junto com um coro. O público
gritou aplausos para mostrar aprovação, ou gemeu e assobiou em
desaprovação das peças ou jogadores. Em um espaço central onde ficava o coro
ficava o altar a Dioniso, o deus do vinho e do drama.

Muitos grandes homens, cujos nomes ainda são reverenciados e cujas obras
ainda são admiradas e executadas em nosso tempo, viveram durante a Era de
Péricles. Alguns desses homens foram os poetas Ésquilo, Sófocles e Eurípides. Os
grandes escultores foram Fídias e Policlito. Também houve filósofos como Sócrates
e Anaxágoras. Cada um viveu uma vida mais fiel à sua própria natureza, e todos
foram encorajados por Péricles a fazê-lo.

O objetivo de Péricles era fazer de Atenas a cidade governante do mundo grego, mas
Esparta não queria nada disso. Esparta sentiu que Atenas havia ultrapassado sua autoridade e
estava ameaçando a tradição grega de cidades-estado independentes. Dois anos

125
antes da morte de Péricles, Esparta iniciou uma guerra contra Atenas que terminou com
a derrota de Atenas.

No final do primeiro ano de guerra, Péricles, em oração fúnebre, fez uma comparação
entre espartanos e atenienses: “No que diz respeito ao nosso treinamento para a guerra,
diferimos de nossos adversários, os espartanos, em vários pontos. Enquanto os espartanos
desde a mais tenra juventude se submetem a um exercício enfadonho para obter coragem,
nós, com nossos hábitos fáceis de vida, não estamos menos preparados do que eles para
enfrentar todos os perigos ... e ganhamos no final por não nos aborrecermos de antemão com
sofrimentos por vir, mas ainda aparecendo na hora da prova não menos ousado do que
aqueles que labutam sem cessar. ” Um ano depois, Péricles morreu durante uma epidemia de
peste.

No final, Atenas foi derrotada por Esparta, e os atenienses nunca foram capazes
de recuperar o poder de que desfrutaram.

Educação em Atenas
Todos os filhos atenienses começaram sua educação em casa, onde as meninas
permaneceram até o casamento. Os meninos começaram a escola aos sete anos, mas
não foram levados para longe de casa. Eles eram colocados sob os cuidados de escravos,
ou pedagogos, que os levavam para a escola, carregavam seus livros e os ajudavam com
as aulas. Os pedagogos também deveriam manter seus alunos em boa ordem, ensiná-los
boas maneiras, responder a todas as suas muitas perguntas e puni-los quando
necessário. As escolas abriam ao nascer do sol e fechavam antes do pôr do sol, para que
os meninos não tivessem que andar para casa pelas ruas escuras e vazias.

Depois de entregar o aluno na escola, o pedagogo ficava a manhã inteira esperando na


ante-sala com todos os outros pedagogos. A sala de aula estava além. Os meninos estavam
sentados em bancos baixos, com as tabuinhas sobre os joelhos. O mestre se sentou em uma
cadeira mais alta na frente deles. Instrumentos musicais pendurados nas paredes.

Havia três matérias principais na escola: letras, música e ginástica, e a aritmética era
ensinada como um bom treinamento para a mente deles. Com relação ao aprendizado dos
números, foi dito: “Aqueles que nascem com talento para a aritmética são rápidos

126
em todo aprendizado, enquanto mesmo aqueles que são lentos nisso têm sua inteligência geral

aumentada ao estudá-lo. ”

A primeira escrita dos alunos foi feita com estiletes com pontas de metal afiadas
em tábuas de madeira cobertas com cera. Quando os alunos conseguiam escrever bem o
suficiente, eles podiam escrever em papiros com juncos mergulhados em uma
substância pegajosa para a tinta. Depois de aprender, por meio da escrita, a entender o
que estava escrito, os alunos receberam obras de grandes poetas para lerem sentados
em seus bancos da sala de aula. Eles tiveram que decorar muitas dessas obras. Ficando
na frente de seus mestres e repetindo as falas depois deles, eles esperavam se tornar
como os heróis antigos. Recitar poesia não era enfadonho, pois, à medida que recitavam,
a encenavam.

Depois das aulas de letras e aritmética, os meninos da escola tinham aulas de


música; aprenderam a tocar lira e flauta e a cantar. Os atenienses achavam que a
música era um bom remédio para todos os males. Um filósofo, quando estava
cansado ou aborrecido, tocava sua harpa. "Estou me acalmando."

À tarde, os meninos eram levados por seus pedagogos para a Palaestra, ou


escola de luta livre, pois era importante ter um corpo bem treinado e gracioso. Eles
passaram as tardes correndo, pulando, jogando o disco e o dardo e lutando. Claro
que havia meninos que preferiam brincar em vez de trabalhar nas aulas. A punição
usual era um açoite dado pelo professor com uma correia na qual estava preso um
rabo de vaca. Isso foi chamado de "ferrão". Quando açoitados, os meninos
atenienses não aceitaram em silêncio, mas gritaram em voz alta e imploraram por
misericórdia.

A escolaridade durou até que um menino fizesse dezoito anos, e durante todo o
tempo ele gradualmente aprendeu a sentir entusiasmo pela grandeza de seu povo e pela
liberdade de sua cidade e a crescer em autocontrole, dignidade e ação graciosa. Aos
dezoito anos, ele deixou a escola e foi para o treinamento militar por alguns anos, após o
qual se tornou um cidadão de Atenas. Em seguida, ele recebeu o escudo e a lança de um
guerreiro, e, no templo de Zeus perante os mais altos magistrados, ele fez o juramento
doefebi (jovens), que era: nunca desonrar suas armas sagradas, nunca abandonar seu
camarada nas fileiras, lutar pelos templos sagrados sozinho ou com outros, para deixar o
país não em pior, mas em melhor estado do que ele encontrou isto, obedecer aos
magistrados e às leis e defendê-los contra ataques e, finalmente, manter em honra a
religião de seu país.

127
A educação das meninas atenienses era muito diferente da educação das meninas
espartanas. Enquanto as meninas espartanas eram treinadas em luta livre, arremesso de
lanças e outras artes da guerra, as meninas atenienses estavam em suas casas aprendendo a
arte de criar um belo lar e uma vida familiar saudável. Entre outras coisas, as meninas
aprenderam a tecer, bordar e cozinhar bem, e a dançar e fazer música. Algumas das famílias
abastadas contrataram professores particulares para suas filhas, para que elas aprendessem
a ler e escrever. Basicamente, as mulheres dirigiam a casa e eram as iguais sociais de seus
maridos em casa. Fora de casa, homens e mulheres operavam em círculos separados.

O resultado da educação ateniense produziu muitos homens de enorme


criatividade e capacidade, de poetas e grandes filósofos a dramaturgos e
escultores, de estadistas a cientistas.

Sacerdotes da Bela
Conhecemos os atenienses por seu amor à liberdade. Também os conhecemos
por seu amor pela beleza. Porque eles reverenciavam a divindade habitando no ser
humano, eles também reverenciavam a beleza do corpo humano como uma imagem da
divindade. A ginástica, as roupas soltas, a vida ao ar livre, tudo ajudou os gregos a se
tornarem a mais bela raça de homens sob o sol. Os homens eram considerados heróis
por causa de sua beleza e, após sua morte, pequenos santuários foram erguidos em sua
memória, como se fossem deuses.

Certa vez, um escravo recebeu o papel de Dioniso em uma peça. Ele era tão
bonito que, assim que apareceu pela primeira vez, a multidão aplaudiu e seu mestre
imediatamente o tornou um homem livre. O filósofo grego Isócrates disse: “A
virtude é honrada apenas porque é uma beleza moral”. E Platão disse: "A beleza é o
esplendor da bondade."

Assim como havia sacerdotes de Apolo e de Zeus, muitas vezes escolhidos por
sua beleza, surgiram na Grécia certos homens que, por servirem à beleza, poderiam
ser chamados de “sacerdotes do belo”. Eram os poetas e dramaturgos, os escultores
e arquitetos , e os pensadores que eram cientistas e filósofos.

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Leste e oeste
Como a ponta dourada da pirâmide de Khufu, o Grande
Rei dos Persas brilhou para seu povo, apoiado por eles
de baixo para cima.
Sua palavra era a lei e todos abaixo dele
o serviam e o apoiavam.

O templo grego é uma imagem do estado


grego, com as colunas lado a lado para apoiar
o telhado inclinado,
assim como os cidadãos ficaram lado a lado
para defender o Estado que os abrigava.

Sófocles (c. 496-c. 406 bc)


Quando os atenienses realizaram um grande festival de ação de graças após a
vitória em Salamina, apareceu um coro de dançarinos que eram jovens de dezoito anos,
ephebi. Entre eles estava um jovem efebo que foi escolhido por sua grande beleza para liderar
o hino da vitória. O nome dele erasofocles. Todos que olharam
sobre ele reverenciavam sua bela beleza e sentiam-se como se estivessem contemplando a imagem de um

deus.

O pai de Sófocles era um artesão, chefe de uma grande ferraria onde


as armas de guerra eram forjadas de ferro. Sua casa ficava entre os olivais
do vale do rio Cephisus, uma parte do país onde os metais eram
abundantes. À medida que crescia, Sófocles costumava ficar no penhasco de
uma montanha íngreme da qual tinha vista para o mar, o porto de Pireu e a
própria Atenas, com seus prédios de mármore branco brilhando ao sol.

Não se sabe muito mais sobre Sófocles até doze anos depois, após o festival
da vitória, quando ele reapareceu diante de seus concidadãos, mas desta vez não
como um efebo ou como um soldado ou por causa de sua beleza corporal. Desta
vez, ele recitou alguns versos de sua autoria em um festival para Dionísio. À medida
que o povo se reunia, eles sabiam que ouviriam um concurso de poesia entre esse
novo jovem poeta e outro que tinha mais de sessenta anos, que havia lutado em

129
Maratona e Salamina e quem já havia ganhado uma coroa de folhas de louro muitas
vezes em outras competições. Ésquilo era o seu nome. Ele havia escrito um
grande poema sobre a guerra com os persas e já era reverenciado como o maior
poeta de Atenas. Nesse festival, então, Sófocles e Ésquilo competiam falando cada
um seu próprio poema, e o povo ouvia ansiosamente pelo melhor. Eles deram o
prêmio a Sófocles, que compôs um poema louvando a Ática como a casa de um
grande povo e como o centro de uma civilização que se espalharia por terras
distantes.

Não foi a única vez que Sófocles conquistou o primeiro lugar em


concursos de poesia. euripides, um poeta mais jovem que Sófocles, era um
terceiro competidor. Esses três - Ésquilo, Sófocles e Eurípides - são considerados
os maiores dramaturgos gregos, e suas obras foram apresentadas aos gregos
muitos anos antes do nascimento de Cristo. Suas peças não foram esquecidas
ao longo dos séculos, desde que viveram. Seus dramas poéticos são sobre a
tragédia das imperfeições humanas, e ainda são reverenciados como uma das
maiores peças já escritas e encenadas. Dos três poetas, Sófocles era o mais
amado pelos atenienses.

Fídias (c. 500 – c. 432 aC)


O maior escultor da Grécia foi Fídias. Quando Atenas foi reconstruída depois
que os persas a incendiaram, Fídias esculpiu as belas formas de deuses para colocar
nos templos que ajudou a construir. Ele fez duas estátuas colossais, a de Atenas,
que foi colocada em seu templo na Acrópole, e a de Zeus, para o templo de Olímpia.
De acordo com os escritores antigos, ele teve a maior influência sobre os escultores
posteriores. Policlito, um de seus muitos alunos, formava figuras de homens nas
mais perfeitas atitudes e proporções. Ele fez estátuas em bronze homenageando
atletas e heróis.

Em suas obras de arte, os gregos estavam principalmente interessados em retratar a


forma humana. As esculturas gregas clássicas são mais humanas do que as estátuas egípcias
mais antigas, que frequentemente eram sobre-humanas em tamanho. As esculturas egípcias
da cabeça e da forma de um homem parecem estar vendo e ouvindo um mundo diferente do
mundo humano. A maioria deles senta em meditação. Em contraste, as estátuas do período
grego clássico são de tamanho humano e sua aparência é dirigida

130
para o mundo, embora seus traços ainda sejam muito bonitos, mas não mostram a
individualidade humana. Ao olhar para uma estátua grega, não se vê nenhuma
característica individual forte moldando o rosto de maneira diferente de outros rostos.
Pode-se especular que nas estátuas gregas se vê a forma ideal do corpo e rosto
humanos, o padrão ou modelo de todas as formas humanas.

Fídias e seus seguidores nunca usaram modelos para suas esculturas. Eles
sabiam por seus próprios sentimentos como os membros e a cabeça eram
formados. Os artistas tinham um forte senso para as formas, movimentos e relações
de todo o corpo. O escultor tinha consciência das forças formadoras dos deuses e
era isso que guiava seu cinzel.

Nas estátuas gregas, descobrimos algo mais do que beleza de forma e proporção, pois elas

expressam um conhecimento dos poderes internos do ser humano - os poderes de pensar, sentir e

querer. Nas estátuas de Zeus, a cabeça quieta e ereta expressa sabedoria. As estátuas de Apolo

retratam um equilíbrio, uma unidade de membros e corpo. Não há movimento, não há respiração,

mas existe o sorriso no qual podemos ver o brilho do coração. Em uma estátua amazônica, o

elemento respiração é mostrado pelo gesto dos braços, enquanto as estátuas de Hermes traduzem

expressões da vontade no movimento dos membros graciosos.

Fídias já era um homem idoso quando esculpiu o Partenos, como


a estátua de Atenas no Partenon foi chamada. Esta estátua tinha 15 metros de
altura, esculpida em marfim e revestida de ouro, que foi fixada para que pudesse ser
removida e emprestada ao tesouro ateniense em caso de necessidade. A figura da
deusa estava em um pedestal de mármore esculpido. A única luz para o interior do
Partenon vinha por uma porta para o leste e, no dia da festa de Atenas, o sol
nascente brilhava diretamente pela abertura para iluminar sua figura. Fídias, junto
com os arquitetos Ictinus e Calicrates, trabalharam no prédio por nove anos, de 447
a 438 aC.

O Nascimento da Filosofia

No século VI aC, na cidade-estado de Mileto, os homens começaram a fazer


perguntas que nunca haviam sido feitas antes. Eles perguntaram quais eram as
coisas básicas da vida. De onde as pessoas vêm? Como sabemos o que é bondade?
Eles tinham muitas respostas diferentes que discutiam enquanto caminhavam no

131
Agora ou mercado. Alguns pensaram que o material básico da vida era a água, outros
pensaram que era ar ou fogo. Alguns pensaram que um dia fomos peixes que saíram do mar.
Ninguém sabia realmente as respostas, mas eles gostavam de discutir seus pontos de vista
como uma forma de aumentar sua compreensão dos seres humanos e da vida.

Com o passar do tempo, esse tipo de questionamento se espalhou pelo mundo


grego. Um homem, Pitágoras, pensava que os números e a forma eram a base da vida;
outros achavam que as ideias estavam presentes antes mesmo dos números. Esses
homens ficaram conhecidos como filósofos, que significa "amantes da sabedoria".
Alguns dos maiores filósofos vieram de Atenas: Sócrates, Platão e Aristóteles.

Sócrates (469–399 aC) era baixo, feio e pobre e não se importava com o que
as pessoas diziam sobre seus hábitos ou aparência. Ele passava seu tempo na Ágora
e, sempre que falava, as pessoas paravam para ouvir. Andava descalço e tinha
apenas uma capa, tão velha que seus amigos zombavam dela, mas ele ficou muito
contente e disse: “Quantas coisas há que eu não quero!”

Sua esposa, Xantippe, tinha um temperamento violento. Sócrates comentou: “Deve-se


viver com uma mulher inquieta, assim como os cavaleiros precisam lidar com cavalos de
temperamento violento, e uma vez que dominou uma mulher assim, o homem poderia
facilmente lidar com os outros”.

Na Ágora, Sócrates falava com quem parava para ouvir. Ele fazia perguntas
principalmente para demonstrar às pessoas o que eram conhecimentos e
pensamentos reais. Freqüentemente, as pessoas não admitem que não sabem de
algo e, ao lidar com essas pessoas, Sócrates fazia tantas perguntas que elas logo
começariam a se contradizer e terminariam em uma confusão desesperadora.
Alguns deles ficaram com raiva. Outros disseram: “Sócrates me faz admitir que meu
conhecimento não vale nada. É melhor eu ficar calado, pois não sei de nada. ”

Sócrates pode perguntar: “Você tem medo da morte?” A resposta pode ser “Sim”.
Em seguida, ele perguntava: "Você sabe o que é a morte?" A resposta, “Não”. Em seguida,
ele acrescentava: "Como você pode ter medo do que não conhece?" Ele nunca deu
realmente respostas às suas perguntas e nunca escreveu nada sobre suas idéias.

Sócrates acreditava que a verdade era mais importante do que qualquer pessoa, até mesmo

do que ele mesmo. Muitos homens não gostam de ouvir a verdade quando é desagradável; eles

preferem encobri-lo. Esses homens não gostavam de Sócrates. Eles disseram que o seu

132
questionar era perverso e que ele era um inimigo do Estado - e ele foi levado a
julgamento como tal. Ele fez um grande discurso em sua defesa e afirmou que
nenhum medo da morte o faria parar de fazer perguntas em sua busca pela
verdade.

Entre os cidadãos que o julgaram em seu julgamento, 281 votaram que ele deveria
morrer como inimigo do Estado. Apenas 220 votaram que ele era inocente. Por fim,
Sócrates recebeu uma xícara que continha cicuta, uma bebida venenosa, e a tomou com
bastante alegria e calma. Pouco antes de morrer, ele disse suas últimas palavras a um
amigo que estava ao seu lado: “Críton, devo um galo a Esculápio (o deus da morte). Não
se esqueça de pagar. ”

A razão de sabermos tanto sobre Sócrates é por causa de seu aluno,


plato (428 / 427– ou 424 / 423–348 / 347 aC), um dos jovens que seguiram
Sócrates e o ouviram. Platão era um bom anotador. Ele escreveu tudo o que
conseguia se lembrar das perguntas e conversas que Sócrates teve com as
pessoas ao seu redor. Estes são registrados em seuDiálogos.

Platão também fundou uma famosa escola, a Academia, onde os jovens podiam
estudar filosofia. Platão foi um daqueles que pensaram que as idéias surgiram antes que
qualquer outra coisa na terra fosse formada. Posteriormente, ele escreveu outras obras
sobre política, nas quais descreveu o tipo de pessoa que daria um bom líder para o povo,
um “rei filósofo”. Por acreditar tão fortemente no que chamou de formas ideais, Platão
viveu profundamente em sua imaginação e passou grande parte de seu tempo em
contemplação. Ele também escreveu uma obra famosa chamada “A Caverna”, na qual
sugere que existe um mundo inteiro de natureza espiritual que está repleto de
pensamentos e luz. Certa vez, ele disse: “Podemos perdoar uma criança que tem medo
do escuro; a verdadeira tragédia é quando os homens têm medo da luz. ”

Um dos alunos de Platão era um jovem chamado aristóteles (384-322


bc). Na adolescência, foi enviado para Atenas para estudar na Academia, onde ficou vinte
anos. Aristóteles estava interessado em tudo o que pudesse experimentar com seus sentidos.
Ele achava que as idéias vinham da experiência humana: o que as pessoas viam, ouviam e
sentiam de outras maneiras. Ele pensava que quanto mais pudesse experimentar por meio
dos sentidos, mais ricos seriam seus conhecimentos e ideias, então ele partiu para fazer
exatamente isso: experimentar tudo o que pudesse. Ele também gostava de examinar as
coisas de perto, se a coisa era um animal ou uma peça. Ele às vezes fazia experiências para
testar suas idéias sobre o que experimentava. Por este motivo, ele é

133
frequentemente chamado de pai da ciência. Aristóteles era tão talentoso que Filipe, o rei da
Macedônia, o contratou para ser o tutor de seu filho em tudo o que poderia ser conhecido no
mundo. Este jovem cresceu e se tornou Alexandre, o Grande.

Aristóteles também escreveu sobre como se tornar uma pessoa boa, fazendo o melhor em

todos os sentidos. Ele disse: “Nós somos o que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um

ato, mas um hábito. ”

Embora discordasse de muito do que Platão pensava, ele amava profundamente


seu professor e só começou sua própria escola depois da morte de Platão. Então
Aristóteles começou uma nova escola em Atenas, o Liceu. Aqui, ele e seus alunos
pesquisaram o mundo conhecido com o máximo de detalhes que puderam. Aristóteles
nos deu uma incrível riqueza de informações sobre o mundo e a época em que viveu.
Entre as coisas sobre as quais ele escreveu estavam plantas, animais, geografia, política,
clima, literatura, medicina e história.

Sócrates, Platão e Aristóteles deram ao mundo grandes presentes. Seu trabalho ainda é
estudado nas universidades hoje porque é muito estimulante. Todos esses três homens nos
inspiram a ser atenciosos e meticulosos, e a dar o nosso melhor em tudo o que fazemos, para
que possamos ser seres humanos plenos.

Depois de Péricles

“Qualquer um que viesse do exterior e visse a Grécia hoje nos consideraria


grandes tolos, lutando entre nós por ninharias e destruindo nossa própria terra quando
poderíamos, sem perigo, conquistar toda a Ásia.” Estas foram as palavras de Isócrates, o
orador grego. Isócrates tinha nove anos quando Péricles morreu. Quando ele era velho,
ele era um dos vários anciãos que, cerca de setenta anos após a morte de Péricles, ainda
se lembrava de ter visto Péricles quando eram meninos.

Atenas havia mudado. Seus cidadãos estavam agora mais interessados em seus
assuntos privados do que em assuntos públicos. Eles se envolveram em muito comércio
com o Oriente a fim de ganhar dinheiro. Não havia mais um exército de cidadãos, mas
um exército pago ou milícia. O espírito de Atenas estava fraco por causa da derrota em
guerras com outros estados gregos, entre eles Tebas, Corinto e Esparta. Péricles havia
tentado uni-los a Atenas em uma federação de estados, e Esparta fez exatamente isso,
formando a Liga do Peloponeso. Esses outros estados ficaram com ciúmes de

134
Atenas e, liderada por Esparta, fez guerra contra ela. Péricles morreu em uma grande praga logo

após o início da guerra, e Atenas não tinha um grande líder para substituí-lo.

Esparta tornou-se, nos trinta anos seguintes, o líder da Grécia e aliou-se à


Pérsia. Por fim, um grande general, Epaminondas de Tebas, liderou uma revolta
contra Esparta e derrotou os espartanos, mas foi morto. Sem ele, os tebanos não
conseguiriam manter a Grécia unida, e ela se tornou um país dividido em muitos
campos, cada um pronto para lutar contra o outro e indefeso contra qualquer poder
maior. No entanto, os gregos e sua cultura se espalharam por todo o mundo
mediterrâneo. A língua grega, os deuses gregos e seus templos, livros, cerâmica,
arte e móveis gregos se espalharam por todo o mundo.

Quando um líder maior veio, desta vez não era do leste, mas do
norte.

Filipe da Macedônia (359-336 aC)

A Macedônia, país montanhoso ao norte da Grécia, era governado pelo rei Filipe,
que recebeu educação grega e estudou as artes da guerra com professores gregos.
Filipe olhou para a Grécia com o único grande objetivo de uni-la, pois tinha profundo
respeito pelo espírito e pela cultura gregos, especialmente os atenienses. Ele até se
casou com uma sacerdotisa grega. Filipe formou um forte exército de soldados
camponeses e marchou para a Grécia.

Em Atenas, surgiram dois partidos: um para Filipe liderado por Isócrates e outro
liderado por Demóstenes (c. 384-322 aC), que tentaram persuadir as pessoas a resistir aos
macedônios. Seus discursos contra Filipe são conhecidos como as "Filipinas".

Quando criança, Demóstenes gaguejava. No entanto, ele cresceu com


uma paixão pela oratória, ou falar em público. Quando menino, ia ouvir todos
os oradores mais famosos; depois, ele voltaria para casa para praticar sozinho a
arte da oratória. A primeira vez que falou em público, todos riram de sua
gagueira e de sua voz fraca. Ele decidiu superar suas dificuldades e construiu
para si um lugar subterrâneo para trabalhar. Aqui, ele se obrigava a ficar dois
ou três meses seguidos, raspando metade da cabeça para que a vergonha o
prendesse.

135
Ele disciplinou a voz e superou a gagueira falando com pedrinhas na boca e
recitando versos enquanto estava sem fôlego de correr ou escalando enquanto
falava. Ele ficava na frente de um espelho para observar seus próprios gestos. Para
curar-se do hábito de erguer o ombro esquerdo enquanto falava, ele ficou sob a
ponta de uma espada pendurada. Durante as tempestades descia à beira-mar e
procurava fazer ouvir a sua voz por cima da tempestade para se habituar ao barulho
da assembleia pública. Por meio de seu autotreinamento e disciplina, ele se tornou
um dos maiores oradores gregos.

Demóstenes defendia uma cidade-estado livre, enquanto Filipe representava a


monarquia, governada por um rei. Demóstenes comparou Filipe a um lobo e um sugador
de sangue e convocou um exército de cidadãos para se levantar e lutar. Ele liderou seu
exército contra os macedônios, mas Filipe enganou o exército de Demóstenes e foi atrás
dele, derrotou-o e marchou para Tebas. Após essa derrota, os atenienses se voltaram
contra Demóstenes, assobiaram para ele nas ruas e o chamaram de "a cobra".

Como conquistador, Filipe não agiu como os espartanos. Ele convocou um


conselho de todas as cidades gregas em Corinto e formou a Liga Helênica. Cada cidade
poderia ter seu próprio conselho, seu próprio governo, no qual ele não interferiria,
exceto em tempo de guerra. Ele não pediu para ser chamado de Rei da Grécia, mas
apenas de "Capitão-General". A única cidade grega que não aderiu a esta liga foi Esparta,
que se recusou, dizendo: “Estamos acostumados a liderar, a não ser liderados.” Então
Filipe declarou seu verdadeiro objetivo: liderar os gregos e seus próprios macedônios
contra a Pérsia e “ liberte os mares, liberte as cidades gregas na Ásia e restaure a Hélade
[Grécia] à sua verdadeira grandeza. ”Agora todos o recebiam como um grande líder -
exceto Demóstenes, que decidiu deixar a Grécia para sempre em vez de suportar o fim
da democracia no terra que ele amava.

Tendo realizado a união da Grécia como uma liga sob sua liderança, Filipe
voltou à Macedônia para comemorar e dar um descanso às suas tropas antes de
partir em sua planejada expedição contra a Pérsia. Então, quando ele estava mais
triunfante, no meio de suas celebrações, assim que ele saiu de seu grande salão ao
som de trombetas, um homem de cabeça descoberta correu atrás dele, gritando de
ódio, e o esfaqueou nas costas com uma faca para que ele caísse morto.

No dia seguinte, pessoas (mercadores, agentes, mensageiros, espiões) deslizaram para o sul

ao longo das estradas da montanha levando a notícia da morte de Philip para a Grécia. Agora

136
não era como se um navio tivesse perdido seu capitão, mas sim como se um navio, meio construído na

costa, tivesse perdido seu construtor. O que aconteceria a seguir?

Em seus discursos contra Filipe, Demóstenes costumava citar um


versículo que o Oráculo de Delfos lhe dera:

As águias verão, observando desde os céus, O


conquistado chora, enquanto o conquistador morre.

Alexandre o grande (356-323 aC)


O filho do rei Filipe, Alexandre, tinha vinte anos quando seu pai morreu. Ele
tinha a beleza de um jovem deus grego, uma mente brilhante e grande charme
pessoal. O próprio Aristóteles foi um de seus professores. Ele agora sucedeu Philip
no trono.

Os macedônios eram criadores de cavalos. Quando Alexandre era menino,


alguns comerciantes de cavalos da Grécia mostravam a Filipe uma série de potros e
os colocavam à prova. O rei estava selecionando o melhor dos animais para sua
cavalaria.

Alexandre estava observando e percebeu que um dos cavalos causava problemas


constantes. Era preto, exceto por uma marca estrelada branca em sua testa. Ele se sacudiu e
puxou o cabresto e se afastou dos homens que tentaram examiná-lo. Ele rodou e circulou,
mordeu e chutou; não deixaria ninguém montá-lo, empinando e jogando fora todos os que
tentassem. Gritando, os homens se aglomeraram em torno dele. Alexandre percebeu a
angústia e a superexcitação do cavalo. Os inspetores de cavalos de Philip disseram que era
muito selvagem para treinar, mas Alexandre sentia falta disso. Os inspetores rejeitaram, mas
Alexandre correu até eles, gritando: “Vocês não devem perder esse cavalo”. Ninguém prestou
muita atenção ao menino. Novamente ele gritou: "É o melhor cavalo, e você simplesmente não
sabe como manejá-lo."

"Você está me dizendo que os inspetores não podem controlar aquele potro?" perguntou Philip.

Alexandre estava desesperado e disse: “Eu posso controlar este cavalo. Posso
colocá-lo sob minhas mãos. ” E foi o que ele fez! Para espanto do rei e de seus homens,
Alexandre caminhou em silêncio até o cavalo. Falando suavemente, ele virou o cavalo em
direção ao sol, para que não se assustasse com as sombras. Alexandre esperou até

137
o cavalo começou a pastar, depois pulou nas costas dele e o deixou correr sem puxá-lo para
dentro, até que o cavalo ficou tão cansado que não estava mais selvagem. Os espectadores
ficaram impressionados com o fato de Alexandre poder ficar na besta enquanto ela galopava
e tentava afastar o menino. Filipe deu o cavalo a Alexandre. Alexandre o chamou de Bucéfalo
(cabeça de boi) por causa de sua grande cabeça e teimosia.

Bucéfalo foi um dos três amores na vida de Alexandre. Os outros dois eram uma cópia
deA Ilíada e seu professor, Aristóteles, que lhe deu a cópia do A Ilíada.
Alexandre iria ler A Ilíada à noite, embora soubesse a maior parte de cor, e depois
colocava o livro numa caixa dourada, também de Aristóteles, sob o encosto de
cabeça de madeira quando dormia. Ele pensou muito em Aquiles e mais tarde
adotou o apelido de Aquiles.

Aristóteles viera de Atenas para ensinar Alexandre e outros amigos próximos a ele.
Ele ensinou os meninos em um templo deserto. No templo, em vez de figuras de deuses,
havia todos os tipos de coisas: pilhas de vários tipos de pedras, caixas de moluscos,
pássaros empalhados, insetos, uma bacia de peixes vivos, livros de borboletas, folhas
prensadas e coleções de muitos outras coisas vivas e em crescimento. Estes eles
estudaram. Todas as manhãs, ao amanhecer, antes de ir para a Academia de Aristóteles,
Alexandre fazia um sacrifício a Zeus.

Do estudo das coisas próximas, a nova abordagem de estudo que Aristóteles


trouxe ao mundo, os alunos progrediram para um estudo de lugares distantes.
Alexandre descobriu que além do Oriente conhecido havia outras terras
desconhecidas, onde os grandes rios tinham suas origens nas altas montanhas.

Aristóteles não mencionou os deuses nem os negou. Alexandre acreditava que os verdadeiros

deuses poderiam ser encontrados além da Babilônia (que significa “o Portão de Deus”), uma vez que os

viajantes já haviam escalado o Monte Olimpo e não encontraram nada além de rocha nua em seu cume. De

alguma forma, ele imaginou uma parede de montanhas, mais alta do que qualquer outra e em direção ao

leste, além da qual viviam os deuses, os criadores das maravilhas da vida. Alexandre reverenciava

Aristóteles e dizia: “Recebi a vida de meu pai; com Aristóteles aprendi a levar uma vida boa. ”

Como rei da Macedônia, Alexandre queria levar a cabo os planos de seu pai não
apenas de unir a Grécia, mas também todo o mundo conhecido, e tentar encontrar o lar
dos deuses na terra.

138
Quando Tebas se revoltou contra o domínio de Alexandre sobre a Grécia, ele
reprimiu a revolta queimando e destruindo toda a cidade, exceto a casa de Píndaro,
um poeta.

Então ele reuniu um poderoso exército de macedônios e gregos. Este


exército nunca conheceria a derrota, pois, como seu pai, Alexandre era um
grande gênio militar. Com seu exército recrutado, ele enviou uma mensagem ao
rei persa: "Eu, Alexandre, considero meu todo o teu tesouro, toda a tua terra."

O exército contava com 25.000 homens, metade de todos os homens em


Macedon, mais uma divisão paga de soldados atenienses. A cavalaria da Tessália
aumentou o tamanho do exército para 30.000. Além dos guerreiros, havia dois
topógrafos para mapear as viagens, um mineralogista para coletar espécimes de rochas,
um especialista em clima e outros cientistas que deveriam manter um registro de toda a
vida animal e vegetal. Havia líderes políticos gregos e até uma coleção de animais
exóticos. Alexander também carregava um caderno para manter um diário. Seus amigos
perguntaram: “Você está levando um exército ou uma academia? É uma expedição de
exploração ou uma invasão? ” Foi ambos.

Finalmente tudo estava pronto e as longas colunas de soldados e cavaleiros


partiram, com Alexandre caminhando na poeira junto com os soldados de infantaria e
com o cavalo preto, Bucéfalo, atrás dele. Enquanto eles marchavam, a mente de
Alexandre pensava na velha história de Agamenon e dos heróis gregos que, há muito
tempo, haviam marchado contra Tróia. Ele também estava finalmente a caminho de Troy.

Uma vez lá, ele acampou abaixo das torres em ruínas de Tróia, na planície
onde os gregos e troianos travaram suas poderosas batalhas. Lá ele ergueu altares
para Zeus e adorou no templo de Atenas, e sacrificou e orou pelo sucesso de sua
causa. Ao longo dos anos, entre as ruínas, as pessoas juntaram pedaços quebrados
de lanças e armaduras. Os atendentes do templo de Atena mostraram-lhe um
escudo que disseram ter sido de Aquiles. Alexandre levou isso consigo, deixando o
seu em seu lugar. Ele fez uma visita ao túmulo de Aquiles e colocou uma coroa de
flores nele.

Conforme o exército de Alexandre avançava para o leste de Tróia, em direção ao


Rio Granicus, ele se deparou com um exército do Grande Rei Persa: milhares de soldados
gregos fortemente armados contratados entre os gregos asiáticos pelos persas

139
Rei e tropas de cavaleiros persas vestindo calças largas e capas coloridas e carregando
pequenos escudos e feixes de dardos pendurados em seus quadris.

Os macedônios atacaram. Alexandre, à frente de seu exército, foi o primeiro a


mergulhar no rio e no meio da batalha. Os asiáticos se espalharam, mas na batalha
Alexandre foi atingido em seu capacete por uma espada e perdeu a visão por um
momento com o choque. Um chefe persa com armadura dourada atacou-o
novamente e o teria matado se não fosse por Clito, seu guarda-costas, que salvou a
vida de Alexandre cortando o braço do chefe. Os persas foram derrotados e
desapareceram tão rapidamente quanto apareceram.

Esta foi a primeira vitória de Alexandre, a ser seguida por muitos mais. Liderando
destemidamente suas tropas, em cada batalha esteve na frente, nos pontos mais perigosos.
Marchando para o sul, ele libertou as cidades gregas uma por uma. Ele moveu-se ao longo da
costa, depois fez uma volta para o norte novamente e para o leste; então ele foi para o sul
para o Golfo de Issus e libertou toda a Ásia Ocidental do jugo persa. O povo o saudou como
um deus. Mas o principal exército persa ainda não havia aparecido.

Então, em Issus, ele apareceu, liderado pelo Grande Rei, o próprio Dario III.
Alexandre, em Bucéfalo, liderou sua cavalaria em um ataque a uma extremidade da linha
persa para ficar atrás dela e conduzi-la em direção à sua própria infantaria. Os persas
fugiram em desordem através do rio Eufrates, e Dario buscou um acordo para fazer do
Eufrates a fronteira de seu Império. Os conselheiros de Alexandre sugeriram a ele que os
objetivos de Filipe haviam sido alcançados, que já havia conquistado o suficiente. Mas
Alexandre teve outras idéias e avançou para o sul ao longo do Mediterrâneo oriental,
privando assim a frota persa de todos os seus portos.

Ele seguiu para o rio Nilo e o Egito, que não teve problemas para tirar dos
persas que eram seus governantes naquela época. Lá ele ficou para planejar e
iniciar uma cidade na parte mais ocidental da foz do Nilo. Ele o chamou de
Alexandria! Desta cidade, ele estaria em posição de controlar os navios que
navegavam no mar Mediterrâneo.

No Egito, Alexandre visitou os grandes templos construídos milhares de


anos antes de sua época. Ele visitou as pirâmides e as outras tumbas egípcias e
viu a gravura nas paredes de seus aposentos. Ele aprendeu sobre Ammon-Re, o
Deus Sol, e sobre Osíris. Em sua mente, Ammon-Re e Zeus eram os mesmos,
assim como Apolo e Osíris.

140
Alexandre foi para o deserto ocidental a um oásis para visitar o Templo de Ammon-
Re. Os padres deram-lhe as boas-vindas e deixaram-no entrar. Ele estava sozinho no
santuário escuro e, quando saiu, os sacerdotes o declararam “filho de Zeus-Amon” e,
portanto, em parte um deus. Depois disso, ele foi considerado um Faraó do Egito. Aonde
quer que ele fosse, os egípcios se ajoelhavam diante dele, pois para eles o Faraó era um
deus.

Enquanto isso, os planos para Alexandria foram desenvolvidos para incluir não
apenas um porto e farol, mas uma academia, um templo, um ginásio, uma arena de
esportes e uma biblioteca.

Deixando um governador político como seu representante no Egito, Alexandre


mudou-se novamente para o norte em busca do rei persa. Ele cruzou o rio Tigre e, em
uma planície abaixo dos montes que cobriam as ruínas de Nínive, o imperador persa
faria sua última resistência contra Alexandre. Dário equipara seus carros de guerra com
foices e seus soldados eram mais numerosos que os macedônios. Mas eles não podiam
se defender das táticas de Alexandre em batalha e foram facilmente derrotados.
Alexandre perseguiu Dario enquanto ele fugia, mas só o alcançou muito mais tarde,
depois que ele foi assassinado por alguns de seus próprios homens por ser um covarde.

Assim terminou o Império Persa, que agora se tornou o Império de


Alexandre, o Grande, Capitão-Geral da Hélade, Faraó do Egito - e agora o
Grande Rei da Pérsia.

Como o novo Grande Rei, ele marchou para a Babilônia através de jardins
amplos e férteis irrigados com água bombeada do Eufrates. Ele foi recebido por uma
procissão de padres com ricos presentes. Eles o acompanharam pelas ruas e pelas
grandes torres do templo erguidas nos tempos antigos de tijolos queimados pelo
sol, torres que se aproximavam dos deuses babilônios e das estrelas do céu, como a
Torre de Bab-El, "o Portão do Senhor". Aqui na Babilônia, Alexandre encontrou uma
biblioteca cheia de livros feitos de barro e cobertos com escrita em forma de cunha.
Ele fez da Babilônia sua capital e, deixando um governador no comando como fizera
em outros lugares, continuou em direção ao leste até Persépolis, a capital do antigo
reino persa no planalto persa.

Aqui, Alexandre passou a residir no rico palácio dos reis persas. Este era o
palácio de onde o próprio Xerxes havia partido para conquistar a Grécia.

141
Como símbolo de sua vitória, Alexandre ateou fogo ao palácio, como vingança
pelo incêndio de Mileto e Atenas, mas não o destruiu.

Então, enquanto explorava partes da Pérsia, Alexandre encontrou depósitos


de tesouros, incluindo esculturas atenienses, que ele reivindicou e enviou de volta
para a Grécia. Ele descobriu que os templos da Pérsia eram altares de pedra em
lugares altos, onde o fogo queimava dia e noite. Quando ele questionou os
sacerdotes que frequentavam essas fogueiras de altar, eles disseram que eram
adoradores de Ahura Mazda, que compartilhava do poder do Sol e que era
encontrado na luz e nos lugares altos. Os sacerdotes descreveram o ser humano
lutando por toda a eternidade para se erguer das trevas para a luz e para se libertar
do mal e se elevar ao bem.

Então os sacerdotes contaram a Alexandre a lenda de Mitra, filho de Ahura


Mazda, nascido na noite do Solstício de Inverno em uma caverna ou gruta que
estava situada na terra entre as duas constelações de estrelas no céu conhecidas
como o Boi e o Asno . Este nascimento aconteceu no momento em que a
constelação conhecida como a Virgem era a mais alta no céu.

Alexandre podia ver que Ahura Mazda era como o Zeus grego, o Deus-
Pai, e que Mitra era como Dioniso. Pareceu a Alexandre que os magos
persas, ou sábios, haviam tirado sua sabedoria do mesmo conhecimento
dos gregos antigos. Ele notou que Zend, a língua do Santo Avesta, os hinos
sagrados persas, era semelhante à língua grega, e então ele estava
convencido de que em algum momento no passado os gregos e os persas
deviam ser parentes.

Alexandre então visitou os túmulos solitários dos reis persas: de Ciro, que
conquistou Creso, de Dario, que incendiou Mileto, e de Xerxes, que incendiou
Atenas. Essas tumbas ficavam entre as pastagens onde rebanhos de ovelhas
pastavam. Ninguém morava perto. As tumbas eram brancas, decoradas apenas com
um disco solar entre as asas da águia. Havia uma única fogueira de altar com a
presença dos sacerdotes. Eles disseram a Alexandre que aqui, nesta região pacífica,
não havia guerra por duzentos anos. Ele disse-lhes que permanecessem presentes e
prometeu não permitir que fossem atacados ou feridos.

Agora a mente de Alexander preocupava-se com o que estava além do sol nascente. Na
Pérsia, ele viu, em meio ao tesouro, sacos de ouro em pó marcados com “Das terras do Indo”.
Essas terras, ele aprendeu, ficam a leste, onde

142
ergueu-se uma cordilheira de montanhas chamada Grande Muralha, e de cujas neves
corria o rio Indo. Os magos persas lhe disseram que ao longo deste rio moravam outros
descendentes da Pérsia chamados arianos. Eles disseram que se ele continuasse para o
leste, ele se veria no caminho de uma antiga migração ariana que passou para este
desconhecido leste séculos atrás.

A história de como Alexandre conduziu seus homens ao topo da Terra (no


que hoje é o Afeganistão) é a história de sua maior aventura. Ele não apenas
teve que lutar contra montanhistas ferozes, que nunca haviam sido
conquistados antes, mas também contra o frio, a fome, a sede e, mais tarde, o
deserto. Os macedônios subiam mais a cada dia e venceram contra toda a
resistência por um período de dois anos e meio. Então Alexandre passou,
depois de marchar 3.900 milhas desde sua primeira visão das montanhas,
através do Passo Khyber e no vale do Rio Indo. Ele não encontrou o lar dos
deuses na terra, como esperava, mas sim uma imensa terra de grande beleza
que fervilhava de seres humanos.

Ele encontrou pessoas que falavam grego e que diziam ser descendentes daqueles
que seguiram Dioniso em suas andanças pela terra. Ele encontrou bosques de hera e
louro que não via desde que saiu de casa. Ele viu cadeias de montanhas cada vez mais
altas, hoje chamadas de Himalaias, que, segundo os guias, eram as maiores das alturas e
eram guardadas pelo deus Indra, que vivia nas alturas em meio às tempestades. Essas
montanhas eram tão altas que Alexandre sabia que nenhum exército poderia passar por
cima delas, então ele virou para o sul para seguir o rio Indo em direção ao mar.

Muitos homens seguiram Alexandre através dessas dificuldades sem


reclamar. Eles foram muito fiéis a ele, embora muitos já quisessem voltar
atrás. Agora, até os fiéis queriam voltar para o Ocidente. Passaram-se dez
anos desde que seus macedônios viram suas esposas e filhos.

Justamente nessa época, um livro foi trazido para Alexandre da Grécia. Foi escrito
por Aristóteles desde que Alexandre deixou a Macedônia. Alexandre leu ansiosamente.
Aristóteles disse: “Não nesta terra, mas apenas no reino das estrelas mais externas, o
Criador existe. O poder que gira as estrelas ao redor da Terra move todas as outras
coisas. ” E agora, Alexandre admitia para si mesmo que podia ver os deuses e não
encontraria nada além de coisas naturais em sua jornada. Assim, seus seguidores
finalmente conseguiram convencê-lo a voltar atrás.

143
Ele e seus homens navegaram pelo rio Indo até o Oceano Índico. No processo,
ele conquistou muitas pessoas e a certa altura foi atingido por uma flecha no peito.
Mesmo assim, ele continuou a marchar ao longo da costa para voltar para a
Babilônia. Apesar disso, algo do Oriente havia se apoderado dele, assim como ele
havia trazido o povo grego e coisas para o Oriente.

Ele era considerado divino pelos egípcios e persas, mas entre os indianos havia um
velho que o desprezava. Esse velho se juntou à companhia de Alexandre sem nenhum
outro objeto além de uma esteira para sentar e uma tigela de mendigar. Ele disse: “Você
tomou muito e destruiu muito. Olhe para o que você veste nas costas e tenha medo de si
mesmo. Não é pelo que você veste ou possui que viverá daqui em diante. Você tem
perturbado muito a terra, mas você não possui mais dela do que aquilo que cobrirá o seu
corpo quando você morrer. ”

Alexandre levou doze anos para realizar seus objetivos. Agora, como Grande Rei,
ele quase se tornou um persa. Ele tinha uma esposa persa e colocava os persas em
igualdade de condições com os macedônios. As pessoas se curvaram e prostraram-se
diante dele e beijaram seus pés. Ele não era mais o amigo e líder de seus próprios
homens. Eles também tiveram que beijar seus pés. Este não era o jeito grego, e eles não
gostavam dele como Grande Rei. Eles não podiam criticá-lo como nos velhos tempos.

Um por um, seus velhos amigos conspiraram contra ele, e Alexandre os julgou
e executou. Clitus, que uma vez salvou sua vida, criticou-o por essas execuções, e
Alexandre, em uma fúria de bêbado, matou Clitus. Depois disso, Alexandre ficou
sem palavras de tristeza; ele se recusou a comer e seus oficiais tiveram que impedi-
lo de tirar a própria vida. Calistenes, sobrinho de Aristóteles, estava entre os
executados e, portanto, Alexandre também se afastou de seu amado professor.

Em meio a essa estranha mudança de caráter, enquanto planejava acrescentar a seu


império a Arábia e as terras a oeste da Grécia, Alexandre adoeceu com uma febre que piorou
cada vez mais e, por fim, morreu. Ele tinha apenas 33 anos. Enquanto ele estava morrendo,
seus homens passaram por ele em luto. Quando ele foi questionado sobre quem deveria
sucedê-lo como governante, ele respondeu: "O mais forte."

Em menos de doze anos, como explorador-conquistador, Alexandre levou a


civilização grega até o coração da Ásia. A idade que se seguiu à sua morte tornou-se
conhecida como a Idade Helenística, e Alexandria, no Egito, tornou-se a sua

144
cidade líder. A língua grega agora era falada no Egito e na Ásia. A própria Grécia se
enfraqueceu internamente e nunca mais se tornou um grande estado, mas o
“espírito” grego prevaleceu e impregnou a história da civilização ocidental.

Esse espírito incluía: Amor pela Verdade, Amor pela Liberdade e Amor pela Beleza.
A grandeza dos gregos não residia apenas no que faziam ou deixavam de fazer, mas
também no espírito que buscava a liberdade, a verdade e a beleza. Eles lutaram por sua
liberdade contra a Pérsia, mas amavam tanto a liberdade de cada cidade-estado que não
podiam se unir nem mesmo entre si. Seu amor pela verdade foi expresso por pessoas
como Sócrates, Platão e Aristóteles, que estavam entre os maiores pesquisadores gregos
da verdade. Seu amor pela beleza ainda pode ser visto nas obras de cerâmica e arte
gregas, nas estátuas e templos, nos dramas e nas canções que continuam a nos inspirar
até hoje.

Os gregos nos deram os Jogos Olímpicos, a base do nosso alfabeto, as


primeiras explorações da democracia, um novo tipo de pensamento na filosofia, o
nascimento da ciência e da história e o espírito de investigação moral. Tudo isso
continua vivo no mundo ocidental hoje.


As pessoas hoje podem ser muito gratas pelos dons que alguns trazem
para nós da história antiga. Muito do que somos hoje está nas realizações e nas
ideias das pessoas do mundo antigo. Ao estudar a história antiga, podemos
ampliar quem somos e ser inspirados a seguir o exemplo dos grandes
indivíduos que viveram há muito tempo.

145
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151
Lembranças de ElizabethGardner Lombardi de DorothyHarrer:

Tive o privilégio de ter Dorothy Harrer como professora por três anos na Rudolf
Steiner School em Nova York, da quarta à sexta série durante os anos 1940. Sra . Harrer
teve muitas aulas ao longo de oito anos como professora, mas esta era sua primeira
aula, e eu estava muito ciente de que ela estava trabalhando duro para preparar as aulas.
Ela havia ensinado anteriormente em uma região pobre de Appalachia, onde um de seus
alunos confidenciou a ela sobre experiências com elementais. Ela mesma tinha uma
relação genuína com o espírito.

Criada na Índia quando criança, ela tornou os mitos e a história daquele país muito
vivos para nossa classe. Isso também acontecia quando ela compartilhava contos do
antigo Egito e da Grécia. Ela tinha talento para a língua inglesa e um dom para o
desenho. Ela também tinha o talento de valorizar os dons de cada criança, não apenas
nos incentivando, mas também nos desafiando a expandir nossas expectativas.

Dorothy e seu marido William fundaram Camp Glen Brook, 250 acres de terras
agrícolas e florestas nas montanhas de New Hampshire, onde estudantes da cidade puderam
experimentar a influência calmante da natureza sem a mídia. O acampamento incluía
artesanato, música, teatro, esportes e caminhadas. O domínio especial de Dorothy era cuidar
dos animais. Nas manhãs de domingo, todo o acampamento se reunia para cantar e contar
uma história inspiradora.

Os Harrers legaram esta propriedade para a Garden City Waldorf School, NY,
cujos alunos e adultos visitam com frequência, trabalhando lado a lado para cuidar
dos animais da fazenda, manter prédios e jardins e completar todas as tarefas que
esse ambiente rural exige, onde as crianças vêm para apreciar seus imaginação
própria, a companhia de outros e as maravilhas do mundo natural.

Nos anos em que conheci os Harrers, não havia centros de treinamento de professores
nos Estados Unidos e os professores ajudavam-se uns aos outros e estudavam o que havia
sido escrito para os primeiros professores da Escola Waldorf em Stuttgart, Alemanha. Pode-se
dizer que Dorothy Harrer foi uma das professoras pioneiras. Ela foi responsável por grande
parte da literatura publicada em inglês sobre o currículo de Waldorf. Seus livros ainda são
amplamente usados nas escolas Waldorf nos países de língua inglesa.

A própria Sra. Lombardi não teve nenhum treinamento formal quando se tornou professora em Waldorf, um ano
após se formar no Oberlin College, OH, embora naquela época houvesse três escolas nos Estados Unidos
seguindo as indicações pedagógicas de Steiner.
Capítulos da História Antiga
Entre nos mundos de civilizações antigas nas páginas deste livro! Com
uma linguagem clara e colorida, o autor nos leva por todo o berço de

Capítulos de
nossa própria cultura - Índia, Pérsia, Babilônia, Egito e Grécia
- através das mitologias e da história conhecida de cada um. Experimente os
modos de vida nestes dias gloriosos de alta cultura além da história
registrada. Essas culturas penetraram na nossa e a informam até hoje! Este

História antiga
experiente professor Waldorf tem um talento especial para contar histórias
e fazer uma pesquisa completa da história. Uma “leitura obrigatória” para
você e seus filhos e alunos da sétima e oitava séries!

Dorothy Harrer
publicações waldorf

ISBN
compilado por Dorothy Harrer

38 Main Street
Chatham, NY 12037 9 781936 367894

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