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QUÍMICA

QUÍMICA líquida e da fase líquida para a fase gasosa,


respectivamente.
INTRODUÇÃO À QUÍMICA Ponto de ebulição e de liquefação – são as
temperaturas onde a matéria passa da fase líquida
01- PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES DA para a fase gasosa e da fase gasosa para a
MATÉRIA. líquida, respectivamente.
Calor específico – é a quantidade de calor
Matéria é tudo o que tem massa e ocupa espaço. necessária para aumentar em 1 grau Celsius (ºC)
Qualquer coisa que tenha existência física ou real a temperatura de 1grama de massa de qualquer
é matéria. Na natureza, há uma variedade de substância. Pode ser medida em calorias.
matéria e isso acontece por causa da grande Densidade absoluta – relação entre massa e
possibilidade de combinações químicas, como volume de um corpo. d = m / V
também pelos diversos arranjos moleculares. O Propriedade magnética – capacidade que uma
estudo da matéria, suas leis, características substância tem de atrair pedaços de ferro (Fe) e
composicionais e transformações ocorridas níquel (Ni).
são o foco de estudo da Química. Maleabilidade – é a propriedade que permite à
matéria ser transformada em lâmina.
1.1. PROPRIEDADES GERAIS E ESPECÍFICAS Característica dos metais.
DA MATÉRIA. Ductibilidade – capacidade que a substância tem
de ser transformada em fios. Característica dos
O que define a matéria são suas propriedades. metais.
Existem as propriedades gerais e as propriedades Dureza – é determinada pela resistência que a
específicas. As propriedades gerais são comuns superfície do material oferece ao risco por outro
para todo tipo de matéria e não permitem material. O diamante é o material que apresenta
diferenciar uma da outra. São elas: maior grau de dureza na natureza.
Tenacidade – é a resistência que os materiais
Massa – medida da quantidade de matéria de um oferecem ao choque mecânico, ou seja, ao
corpo. Determina a inércia e o peso. impacto. Resiste ao forte impacto sem se quebrar.
Inércia – resistência que um corpo oferece a
qualquer tentativa de variação do seu estado de a. PROPRIEDADES QUÍMICAS.
movimento ou de repouso. O corpo que está em
repouso tende a ficar em repouso e o que está em As propriedades químicas são as responsáveis
movimento tende a ficar em movimento, com pelos tipos de transformação que cada substância
velocidade e direção constantes. é capaz de sofrer. Estes processos são as
Peso – é a força gravitacional entre o corpo e a reações químicas.
Terra.
Elasticidade – propriedade onde a matéria tem de 1.2. SUBSTÂNCIAS.
retornar ao seu volume inicial após cessar a força
que causa a compressão. Uma substância possui uma composição
Compressibilidade – propriedade onde a matéria característica, determinada e um conjunto definido
tem de reduzir seu volume quando submetida a de propriedades.
certas pressões.
Extensão – propriedade onde a matéria tem de SUBSTÂNCIA PURA.
ocupar lugar no espaço.
Divisibilidade – a matéria pode ser dividida em Uma substância pura são todas as espécies de
porções cada vez menores. A menor porção da matéria formadas por
matéria é a molécula, que ainda conserva as suas átomos/moléculas/aglomerados iônicos
propriedades. quimicamente iguais entre si. As principais
Impenetrabilidade – dois corpos não podem características das substâncias puras são:
ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.
▪ Ter composição química fixa,
PROPRIEDADES ESPECÍFICAS ▪ Podem ser representadas por fórmulas e tem
nomenclatura específica,
As propriedades específicas são próprias para ▪ Tem constantes físicas (ponto de fusão e
cada tipo de matéria, diferenciando-as umas das ebulição) bem definidas,
outras. Podem ser classificadas em ▪ Formam-se por transformações químicas.

Propriedades organolépticas: podem ser TIPOS DE SUBSTÂNCIAS.


percebidas pelos órgãos dos sentidos (olhos,
nariz, língua). São elas: cor, brilho, odor e sabor. Elas podem ser classificadas como
Propriedades físicas: são ponto de fusão e ponto
de ebulição, solidificação, liquefação, calor Simples: quando é formada por só um elemento
específico, densidade absoluta, propriedades químico. Exemplos de substância simples: ouro
magnéticas, maleabilidade, ductibilidade, dureza e (Au), mercúrio (Hg), hidrogênio (H2), hélio (He). As
tenacidade. formas alotrópicas (VER 2.4) também são
Ponto de fusão e ebulição – são as temperaturas exemplos de substâncias simples. Estas não
onde a matéria passa da fase sólida para a fase podem ser decompostas em substâncias
diferentes por processos químicos.
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QUÍMICA
Composta: quando é formada por vários
elementos químicos. Exemplos de substância
composta: água (H2O), açúcar (C6H12O6), cloreto
de sódio (NaCl). Estas podem ser desdobradas
em duas ou mais substâncias diferentes por
processos químicos.

A atomicidade de uma substância pura simples


é dada pela quantidade de átomos que forma uma
molécula dela. Alotropia do enxofre

A alotropia do enxofre decorre da organização


Substância Nº de átomos Atomicidade atômica, ou seja, a forma como os átomos se
He 1 Monoatômica dispõem geometricamente.
H2 2 (Di)Biatômica
O3 3 Triatômica Alotropia do Oxigênio
P4 4 Tetratômica
S8 8 Octatômica Existem dois alótropos: o gás oxigênio (O 2) e o
gás ozônio (O3). Pelo fato de ser formado de
(Fe)n n Poliatômica átomos de oxigênio em número de dois a dois,
formam moléculas biatômicas. Quanto aos átomos
b. ALOTROPIA de ozônio, eles se unem de três em três, formando
moléculas triatômicas.
Alotropia é a propriedade química que permite a
formação de uma ou mais substâncias simples
diferentes a partir de um mesmo elemento
químico. As variedades alotrópicas podem ocorrer
devido a quantidade de átomos presentes nas
moléculas ou do arranjo da sua estrutura, ou seja,
na forma como os átomos se dispõem Alotropia do oxigênio: gás oxigênio (acima) e
geometricamente. gás ozônio (abaixo).

Alotropia do Carbono A alotropia do oxigênio acontece em função do


número de átomos presentes nas moléculas, o
As variedades alotrópicas do carbono mais que é chamado de alotropia por atomicidade.
comuns são o grafite e o diamante, mas há outros
alótropos de carbono. São exemplos fulereno, Alotropia do Fósforo
nanotubo de carbono e diamante lonsdaleíta. A
alotropia do carbono decorre da organização As formas de alotropia do fósforo mais conhecidas
atômica, ou seja, a forma como os átomos se são o fósforo vermelho e o fósforo branco.
organizam geometricamente. Enquanto o fósforo vermelho não tem uma
estrutura definida (Pn), o fósforo branco é formado
pela estrutura tetraédrica, ou seja, por quatro
átomos de fósforo (P4).

Alotropia do fósforo.

Alotropia do carbono: diamante (à esquerda) e A alotropia do fósforo, tal como a do oxigênio, é


grafite (à direita). feita por atomicidade, o que significa que ela
depende do número de átomos presentes nas
Alotropia do Enxofre moléculas.

O enxofre possui várias formas alotrópicas (S2, S4, c. MISTURAS E PROCESSOS DE


S6). Dentre as mesmas se destacam o enxofre SEPARAÇÃO DE MISTURAS.
ortorrômbico, ou rômbico, e o enxofre monoclínico,
ambas representadas por S8, mas agrupadas de 1.3. MISTURA
formas diferentes.
São duas ou mais substâncias agrupadas que não
reagem entre si. A composição química de uma
mistura é variável e suas propriedades também.
As principais características das substâncias puras
são:
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QUÍMICA
▪ Não ter composição química fixa, Coloides ou soluções coloidais: São misturas
▪ Não podem ser representadas por fórmulas e heterogêneas em que o disperso apresenta um
tem nomenclatura específica, tamanho entre 10 e 1000 A, tamanho esse que
▪ Não tem constantes físicas (ponto de fusão e possibilita a visualização apenas com um
ebulição) bem definidas, ultramicroscópio. Além disso, o disperso só pode
▪ Formam-se por fenômenos físicos. ser sedimentado (decantado) em uma
ultracentrífuga ou separado do dispersante em um
Os tipos de misturas (união de duas ou mais ultrafiltro. A gelatina é um exemplo de coloide.
substâncias diferentes) estão relacionados com os
materiais envolvidos e, de forma geral, Mistura Eutética: São aquelas misturas que
apresentam um disperso e um dispersante. apresentam ponto de fusão constante. A solda é
Disperso é a substância que é dissolvida ou um exemplo de mistura eutética por apresentar os
espalhada em outra, sendo essa outra materiais sólidos estanho e chumbo nas
substância o dispersante. Dependendo do tipo proporções 63% e 37%, respectivamente. Além de
de mistura, o disperso pode estar ou não apresentarem o ponto de fusão constante e o
dissolvido no dispersante, fator esse determinante ponto de ebulição variável, ainda tem uma
para a classificação das misturas. Exemplo de proporção específica de cada material.
misturas: sangue, leite, ar, madeira, granito, água
com açúcar. Mistura Azeotrópica: São aquelas que
apresentam temperatura de ebulição constante.
Fases de uma mistura: Fase, ou aspecto visual, Misturas azeotrópicas são a mistura homogênea
é a forma como a substância está apresentada na que possui apenas componentes no estado
mistura. Essa forma pode ser o estado físico líquido, apresentando uma proporção
(sólido, líquido ou gasoso), coloração etc. Se (porcentagem) específica de cada um deles. O
adicionarmos em um recipiente madeira e água, álcool 96 é um exemplo de mistura eutética por
por exemplo, podemos identificar que existem apresentar álcool e água nas proporções 96% e
duas fases, já que um dos materiais apresenta 4% respectivamente. Além de apresentarem uma
uma cor e está sólido, e o outro apresenta outra proporção específica de cada material, as misturas
cor e está líquido. azeotrópicas possuem ponto de fusão variável e
ponto de ebulição constante.
TIPOS DE MISTURAS
d. DIAGRAMA DE MUDANÇA DE FASE.
Misturas homogêneas: São misturas formadas
pela dissolução de um material (soluto) em outro Para substância pura:
(solvente), resultando em um sistema formado por
uma única fase, ou seja, apenas o solvente pode
ser visualizado. Elas vão apresentar as mesmas
propriedades em qualquer parte de sua extensão.
Água e sal é um exemplo clássico de mistura
homogênea. As misturas homogêneas também
podem ser chamadas de solução. Misturas
gasosas são sempre homogêneas.

Misturas heterogêneas: São misturas formadas


por materiais que não se dissolvem um no outro, Para mistura homogênea:
ou seja, ao olharmos para o recipiente onde eles
estão, podemos visualizá-los facilmente. Essas
misturas apresentam duas ou mais fases. Se em
um recipiente adicionarmos areia, água e óleo,
observaremos as três fases. Vale ressaltar que
nem sempre é possível visualizar a olho nu as
fases da mistura heterogênea. Em alguns casos,
apenas a visualização com um microscópio
permite a identificação das fases da mistura.

Tipos de misturas heterogêneas. Para mistura eutética:

Suspensões: Suspensões, ou misturas


heterogêneas grosseiras, são aquelas em que
podemos visualizar a olho nu os dispersos, além
de poder separá-los por meio de métodos simples
de separação de misturas, como a decantação e a
filtração. Vale ressaltar que, em uma suspensão, o
dispersante apresenta as partículas do disperso
com um tamanho superior a 1000 A (A significa
angstron, o qual corresponde a 1 nanômetro ou
10-10 m). A mistura formada por areia e água é Para mistura azeotrópica:
uma suspensão.
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Peneiração: método em que uma mistura
heterogênea formada por sólidos ou por um sólido
e um líquido atravessa uma peneira.

Ventilação: método que utiliza a força do vento


para separar o componente de maior densidade
de uma mistura heterogênea formada por sólidos.

Levigação: método que utiliza a força de um


líquido para separar o componente de maior
densidade de uma mistura heterogênea formada
1.4. INTERAÇÃO ENTRE MATÉRIA E ENERGIA. por sólidos.
SISTEMA
Flotação: método em que um gás é adicionado a
Sistema é uma porção limitada do universo uma mistura formada por um sólido e um líquido
considerada como o todo para objeto de estudo. para haver interação entre um deles e as bolhas e,
posteriormente, a separação.

Separação magnética: método que utiliza um ímã


para atrair o componente metálico de uma mistura.

Dissolução fracionada: método em que um


líquido é adicionado a uma mistura heterogênea
de sólidos com o objetivo de dissolver um deles.

Fusão fracionada: método em que aquecemos


Meio Ambiente - é o resto do universo em relação
uma mistura homogênea formada por sólidos para
ao referido sistema.
separar os componentes em razão dos diferentes
Fronteira – separa o sistema do resto do
pontos de fusão;
universo.
Sólido-Líquido
Podem ser classificados quanto as variações de
matéria e energia
Decantação: método que utiliza a diferença de
densidade e ausência de solubilidade para separar
Sistema aberto: troca matéria e energia com o
os componentes de uma mistura heterogênea
meio ambiente. EX: Chaleira.
formada por líquidos ou sólido e líquido.
Sistema fechado ou Quimicamente Isolado:
Centrifugação: é o método que utiliza uma
troca energia, mas não troca matéria com o meio
centrífuga para acelerar a decantação;
ambiente.
Filtração simples: método em que uma mistura
Sistema Isolado: não troca nem matéria nem
heterogênea formada por um sólido e um líquido
energia com o meio ambiente. EX: garrafa térmica.
atravessa um filtro para que haja a separação dos
componentes.
Quanto a constituição.
Filtração a vácuo: método em que uma mistura
Sistema homogêneo: apresenta as mesmas
heterogênea formada por um sólido e um líquido
propriedades em qualquer parte de sua extensão.
atravessa um filtro, caindo em um recipiente com
São formados por misturas homogêneas ou
vácuo.
substâncias puras no mesmo estado físico. São
monofásicos.
Cristalização fracionada: método em que os
diferentes solutos dissolvidos em um solvente são
Sistemas heterogêneos: não apresenta as
separados à medida que o solvente sofre
mesmas propriedades em qualquer parte de sua
evaporação. Esse método baseia-se na diferença
extensão. São formados por misturas
de solubilidade.
heterogêneas ou por substâncias puras em
diferentes estados físicos. São polifásicos.
Líquido-Líquido
1.5. MÉTODOS DE SEPARAÇÃO DE MISTURAS
Destilação simples: método em que aquecemos
HETEROGÊNEAS
uma mistura homogênea formada por sólido e
líquido, sendo o líquido separado do sólido por
Sólido-Sólido
vaporização seguida de condensação.
Catação: método que utiliza as mãos ou um
Destilação fracionada: método em que
artefato para separar componentes de diferentes
aquecemos uma mistura homogênea formada por
tamanhos de uma mistura heterogênea formada
líquidos para separá-los em razão dos diferentes
por sólidos ou sólido e líquido.
pontos de ebulição.

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QUÍMICA
e. TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA compostos", capazes de se decompor,
Fenômeno é qualquer transformação da matéria. durante as reações químicas, em "átomos
As transformações podem ser químicas ou físicas. simples".
c) Todos os átomos de uma mesma
Fenômeno químico ou transformação química: substância são idênticos na forma, no
é uma transformação da matéria com alteração da tamanho, na massa e nas demais
sua composição. propriedades; átomos de substâncias
diferentes possuem forma, tamanho,
Fenômeno físico ou transformação física: é massa e propriedades diferentes. A massa
aquele que não altera a composição da matéria, de um "átomo composto" é igual à soma
ou seja, não forma novas substâncias. das massas de todos os "átomos simples"
componentes.
02- MODELOS ATÔMICOS E DISTRIBUIÇÃO d) Os "átomos compostos" são formados por
ELETRÔNICA. um pequeno número de "átomos simples".

Durante muito tempo, a constituição da matéria O modelo atômico de Dalton também ficou
gerou curiosidade no homem. Desde a conhecido como Modelo da Bola de Bilhar.
Antiguidade, filósofos tentavam descobrir como a
matéria é formada.

Dois filósofos gregos, Demócrito e Leucipo,


sugeriram que toda a matéria era formada por
pequenos corpos indivisíveis.

Chamaram estes corpos de átomo. Em


grego, a significa não, e tomos significa divisível.
Então, átomo era a última partícula, que não podia 2.3. MODELO DE THOMPSON.
ser dividida.
Em 1903, o físico Joseph John Thomson propôs
2.1. O QUE É MODELO ATÔMICO? um novo modelo atômico, baseado nas
experiências dos raios catódicos, o qual chamou
Os modelos atômicos são teorias baseadas na de elétrons.
experimentação feita por cientistas para explicar
como é o átomo. A figura abaixo ilustra o experimento de Thomson
dos raios catódicos e raios canais.
Os modelos não existem na natureza. São apenas
explicações para mostrar o porquê de um
fenômeno.

Muitos cientistas desenvolveram suas teorias.


Com o passar dos tempos, os modelos foram
evoluindo, até chegar ao modelo atual.

2.2. MODELO DE DALTON.

O átomo de John Dalton era uma bolinha maciça e


indivisível. Para ele, a matéria era formada por Para Thomson, o átomo era uma esfera de carga
partículas que não podiam ser divididas, elétrica positiva "recheada" de elétrons de carga
chamadas de átomos. negativa.
Seu trabalho era baseado nas Leis Ponderais de O modelo ficou conhecido como "pudim de
Proust e Lavoisier. Dalton utilizava círculos de passas". Este modelo derruba a ideia de que o
mesmo diâmetro com inscrições para representar átomo é indivisível e introduz a natureza elétrica
os átomos dos diferentes elementos químicos. da matéria.
Assim, ele estabeleceu os postulados a seguir:

a) Todas as substâncias são constituídas de


minúsculas partículas, denominadas
átomos, que não podem ser criados e nem
destruídos. Nas substâncias, eles se
encontram unidos por forças de atração
mútua.
b) Cada substância é constituída de um
único tipo de átomo. Substância simples
ou elementos são formados de "átomos O modelo de Thomson explica alguns fenômenos,
simples", que são indivisíveis. Substâncias como a corrente elétrica, eletrização por atrito,
compostas são formadas por "átomos
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QUÍMICA
formação de íons e as descargas elétricas em
gases.

2.4. MODELO DE RUTHERFORD.

Em 1911, o neozelandês Ernest Rutherford


realizou uma importante experiência. Porém, o átomo de Rutherford tem algumas
falhas. Se o núcleo atômico é formado por
Ele pegou um pedaço do metal polônio (Po), que partículas positivas, por que essas partículas não
emite partículas alfa (α), e colocou em uma caixa se repelem e o núcleo não desmorona?
de chumbo com um pequeno orifício.
Se as partículas são de cargas opostas, por que
As partículas alfas atravessavam outras placas de elas não se atraem? Os elétrons iriam perder
chumbo através de orifícios no seu centro. Depois energia gradualmente percorrendo uma espiral em
atravessavam uma lâmina muito fina (10-4mm) de direção ao núcleo e, à medida que isso
ouro (Au). acontecesse, emitiriam energia na forma de luz.
Rutherford adaptou um anteparo móvel com Mas como os elétrons ficam em movimento ao
sulfeto de zinco (fluorescente) para registrar o redor do núcleo sem que os átomos entrem em
caminho percorrido pelas partículas. colapso?

O físico observou que a maioria das partículas alfa Estas questões foram respondidas em 1932 por
atravessava a lâmina de ouro e apenas algumas James Chadwick. Ele observou que o núcleo do
desviavam, ou até mesmo retrocediam. berílio (Be) radioativo emitia partículas sem carga
elétrica e com massa igual à dos prótons (+).
Chamou esta partícula de nêutrons.

Surgia então, a terceira partícula subatômica.


Agora, sabemos que no núcleo do átomo há
prótons e nêutrons e na eletrosfera há elétrons.
Então estabeleceu-se esta relação:

PARTÍCULA MASSA CARGA


ELÉTRICA
p 1 +1
n 1 0
é 1/1836 -1
A partir destes resultados, concluiu que o átomo Na tabela acima, pode-se verificar que o elétron é
não era uma esfera positiva com elétrons 1.836 vezes menor que a massa de um próton.
mergulhados nesta esfera. Concluiu que:
2.5. MODELO DE BOHR.
a) o átomo é um enorme vazio;
b) o átomo tem um núcleo muito pequeno; O modelo do físico dinamarquês Niels Bohr
c) o átomo tem núcleo positivo (+), já que tentava dar continuidade ao trabalho feito
partículas alfa desviavam algumas vezes; por Rutherford.
d) os elétrons estão ao redor do núcleo (na
eletrosfera) para equilibrar as cargas positivas. Para explicar os erros do modelo anterior, Bohr
sugeriu que o átomo possui energia quantizada.
O modelo atômico de Rutherford sugeriu então um Cada elétron só pode ter determinada quantidade
átomo com órbitas circulares dos elétrons em volta de energia, por isso ele é quantizada.
do núcleo. Comparou o átomo com o Sistema
Solar, onde os elétrons seriam os planetas e o O modelo de Bohr representa os níveis de
núcleo seria o Sol. energia. Cada elétron possui a sua energia. É
comparado às orbitas dos planetas do Sistema
Hoje, sabe-se que o átomo é 10.000 a 100.000 Solar, onde cada elétron possui a sua própria
vezes maior que seu núcleo. Numa escala órbita e com quantidades de energia já
macroscópica, pode-se comparar um átomo com determinadas.
um estádio de futebol.
As leis da física clássica não se enquadram neste
Se o átomo fosse o estádio do Maracanã, o seu modelo. Quando um elétron salta de um nível
núcleo seria uma formiga no centro do campo. menor para um nível mais elevado, ele absorve
Então o átomo é enorme em relação ao seu energia, e quando ele retorna para um nível
núcleo. menor, o elétron emite uma radiação em forma de
luz.

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QUÍMICA
Bohr organizou os elétrons em camadas ou níveis A radiação deve ter um comprimento de onda na
de energia. Cada camada possui um nome e deve ordem da incerteza com que se quer determinar
ter um número máximo de elétrons. esta posição.

Existem sete camadas ou níveis de energia ao Quanto menor for o comprimento de onda, maior é
redor do núcleo: K, L, M, N, O, P, Q. a precisão do local onde está o elétron.

Observe a tabela que mostra o nome das Quando se consegue descobrir o local provável
camadas, o seu número quântico e o número onde está o elétron, este elétron já não estará
máximo de elétrons em cada. neste local.

n° quântico nº máximo de é MODELO ATUAL


K 1 2
L 2 8 Segundo Heisenberg, é difícil se prever a posição
M 3 18 correta de um elétron na sua eletrosfera.
N 4 32 Schrodinger, em 1926, calculou a região mais
O 5 32 provável onde o elétron possa estar. Para essa
região deu o nome de orbital.
P 6 18
Q 7 2
Orbital – região do espaço que está ao redor do
núcleo, onde há máxima probabilidade de se
2.6. MODELO DE SCHRODINGER. encontrar um elétron.
Erwin Schrodinger foi um importante físico
austríaco que desenvolveu uma equação de
grande importância para o campo da Teoria
Quântica, a Equação de Schrodinger.

O físico tentou descrever o movimento de onda, já


que Louis De Broglie havia afirmado que a matéria
se comportava como onda e como partícula
(comportamento dualístico).

Chegou então à famosa equação que tomou seu


nome, vindo a ser a fórmula básica da mecânica
ondulatória, valendo-lhe a obtenção do prêmio
Nobel, juntamente com o físico inglês Paul Dirac,
em 1933.
É importante ressaltar que não se pode ver um
átomo isolado exatamente como foi descrito nos
modelos atômicos. Algumas técnicas utilizadas por
supercomputadores mostram manchas coloridas,
mostrando a localização dos átomos de um
2.7. MODELO DE BROGLIE.
determinado material. Essas imagens são obtidas
por um microscópio de tunelamento, que pode
O cientista francês Louis de Broglie estudou a
aumentar até 28 milhões de vezes.
natureza das ondas dos elétrons.
2.9. A IDENTIFICAÇÃO DOS ÁTOMOS.
Pare ele, a matéria é formada ora por corpúsculos,
as partículas, ora como onda.
Assim temos que os átomos representam os
elementos.
Esta é a teoria da dualidade. Suas teorias foram
baseadas nos estudos de Albert Einstein e
A união entre dois ou mais átomos de elementos
também de Max Planck.
iguais ou diferentes constitui uma molécula.
Ele introduz o conceito da mecânica ondulatória.
Os átomos de elementos diferentes se distinguem
Neste momento o elétron é visto como uma
entre si a partir da quantidade de prótons nêutrons
partícula-onda.
e elétrons.
2.8. PRINCÍPIO DA INCERTEZA DE
Indicamos essa quantidade pelos
HEISENBERG.
NÚMERO ATÔMICO (Z): indica a quantidade de
Segundo Werner Heisenberg, para encontrar a
prótons que existem no núcleo de um átomo. Sua
posição correta de um elétron, é necessário que
carga nuclear.
ele interaja com algum instrumento de medida,
como por exemplo uma radiação.
NÚMERO DE MASSA (A): é o resultado do
somatório do número de prótons e nêutrons que
contém no átomo.
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QUÍMICA
ELEMENTO QUÍMICO: é o conjunto de átomos Essas semelhanças atômicas não se restringem
com o mesmo número atômico (Z). apenas a quantidade de nêutrons, existem
também os isótonos que são átomos que
apresentam a mesma quantidade de nêutrons.

ÍONS.

Um átomo, em seu estado normal, é eletricamente


neutro, ou seja, o número de elétrons na
eletrosfera é igual ao número de prótons no
núcleo, em consequências suas cargas se
anulam.
ISOELETÔNICOS
Quando um átomo perde elétrons ele se torna um
íon positivo, chamado de cátion. São átomos que possuem os mesmos números de
elétrons.
Quando um átomo ganha elétrons ele se torna um
íon negativo, chamado de ânion.

Veja a figura abaixo:

2.10. DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA.

De acordo com o modelo de Rutherford-Bohr, o


átomo apresenta níveis de energia ou camadas
energéticas, onde cada nível possui um número
máximo de elétrons. O número do nível representa
o número quântico principal (n).

Distribuição eletrônica por níveis de energia.


ISÓTOPOS.

É muito comum encontrar átomos de um mesmo


elemento com massas diferentes, isso ocorre
porque o núcleo apresenta o mesmo número de
prótons, mas, diferentes quantidades de nêutrons.
Esses átomos são chamados de isótopos.

.
Cada nível está dividido em subníveis de energia
ISÓBAROS. s, p, d, f. Representam o número quântico
secundário ou azimutal (l).
Isóbaros são átomos que apresentam o mesmo
número de massa. SUBNÍVEL s p d f
NÚMERO 0 1 2 3
QUÂNTICO
NÚMERO 2 6 10 14
MÁX DE é

O subnível indica a forma da região no espaço


onde está o elétron. As siglas s, p, d, f vem das
palavras em inglês sharp, principal, diffuse e fine,
respectivamente.

ISÓTONOS. Número máximo de elétrons em cada subnível de


energia:

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QUÍMICA
encontrar semelhanças entre eles e organiza-los
tendo, como base, essas semelhanças.
Antes da tabela periódica atual, muitos trabalhos
relevantes foram produzidos. Vejamos alguns
deles.

Tríades de Döbereiner

Este foi um dos primeiros a tentar realizar a tarefa


de organizar os elementos conhecidos. Ele,
conhecendo a massa atômica dos elementos,
O esquema acima mostra a notação utilizada para observou que o Bromo tinha propriedades
indicar o número de elétrons em um nível e em um parecidas com o Cloro e o Iodo. Além disso,
subnível. observou também que a massa do Bromo era,
aproximadamente, a média da soma das massas
Exemplos: do Cloro e do Iodo.
1s² - 2 é no subnível s do nível 1 (K)
2p3 - 3 é no subnível p do nível 2 (L) Na época, eram conhecidos 54 elementos, e
5d6 – 6 é no subnível d do nível 5 (O) Döbereiner percebeu que essa coincidência se
repetia em outros grupos de elementos, como o do
Os orbitais são identificados pelo número quântico Estrôncio (entre o Bário e o Cálcio) e o grupo do
magnético (m). Indica a orientação desse orbital Selênio (entre o Enxofre e o Telúrio). Ele nomeou
no espaço. Para cada valor de “l” (subnível), m esses grupos de tríades, sendo assim chamado o
assume valores inteiros que variam de – l ..., O,... seu modelo: Tríade de Döbereiner.
+l
Assim: Este modelo de organização não se aplicava a
todos os elementos, portanto não se consolidou na
comunidade científica.

Parafuso telúrico de Chancourtois.

Outra tentativa de realizar essa organização ficou


Cada orbital é representado simbolicamente por conhecida como parafuso telúrico. Em meados de
um quadradinho. Então eles podem ser assim: 1862, Alexandre Chancourtois, colocou os
elementos conhecidos em uma linha espiral em
-3 -2 -1 0 +1 +2 +3 volta de um cilindro, em ordem crescente de
massa atômica. Em torno do cilindro foram feitas
Cada orbital pode conter no máximo dois elétrons. 16 linhas, onde os elementos se organizavam
Mas, se os elétrons são cargas negativas, por que pelas semelhanças.
eles não se repelem e se afastam?
Essa proposta não recebeu muita atenção pois
Se os elétrons giram no mesmo sentido ou em não se aplicava para todos os elementos.
sentido contrário, eles criam campo magnético que
os repelem ou os atraem. Essa rotação é
chamada de SPIN, palavra em inglês derivada do
verbo to spin, que significa girar.

03- TABELA PERIÓDICA E PROPRIEDADES


PERIÓDICAS.

3.1. BREVE HISTÓRICO.

A procura por um jeito de organizar os elementos


químicos foi um dos objetivos da química/alquimia
durante muito tempo. Em meados de 1800, cerca
de 60 elementos químicos já tinham sido
descobertos e catalogados, bem como algumas de
suas propriedades. Os pesquisadores tentavam Lei das Oitavas de Newlands.

205
QUÍMICA
John Newlands, um cientista e músico inglês, número atômico. A tabela é organizada de acordo
propôs a organização dos elementos em linhas com a distribuição eletrônica, segundo o Diagrama
horizontais, se acordo com a ordem crescente das de Linus Pauling.
massas atômicas. Cada linha tinha sete
elementos, que estavam relacionados com notas
musicais. Pela lógica de Newlands, o oitavo
elemento teria propriedades semelhantes ao
primeiro.

Essa sequência de repetições ficou conhecida


como Lei das Oitavas. Essa proposta foi muito
criticada pelos membros da Sociedade de Química
de Londres.

3.3. CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS.

Distribuição eletrônica - a Tabela periódica atual é


dividida em dois grandes grupos: os elementos
representativos e elementos de transição (externa
e interna).

Elementos representativos: São todos os


elementos que apresentam em sua distribuição
eletrônica o subnível s ou p como o mais
Lei Periódica de Dmitri Mendeleev. energético. As famílias 1, 2, 13, 14, 15, 16, 17 e 18
fazem parte desse grupo.
Mendeleev organizou os elementos em ordem
crescente de massa atômica, mas também Elementos de transição externa: são todos os
considerando suas semelhanças de propriedades, elementos que apresentam em sua distribuição
colocando na mesma coluna, elementos que eletrônica o subnível d como o mais energético.
apresentassem essas semelhanças. As famílias 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12 fazem
parte desse grupo.
Além disso, Mendeleev deixou espaços vazios em
sua tabela, prevendo que, no futuro, elementos Elementos de transição interna: são todos os
novos ocupariam esses espaços. Uma das provas elementos que apresentam o subnível f como o
de que um modelo científico é de qualidade, ele mais energético. A série dos lantanídeos e
deve ter um poder de previsão. Em 1886, o actinídeos fazem parte desse grupo.
alemão Clemens Winkler, chamou de germânio
um elemento que Mendeleev tinha previsto. 3.4. PROPRIEDADES DOS ELEMENTOS.

A versão aprimorada da tabela de Mendeleev foi Outra maneira de classificar os elementos


publicada em 1871 e ordenava os elementos em químicos é agrupá-los segundo as suas
12 linhas e oito colunas. propriedades físicas e químicas, em metais,
ametais (não-metais) e gases nobres.
Lei Periódica de Moseley: a lei periódica atual.
Metais: Dois terços dos elementos químicos até
Utilizando como base as descobertas e então descobertos são metais, ou seja, dos 115
contribuições de Mendeleev e considerando o elementos existentes, 86 são metais. Veja
trabalho de Van den Broek, que acreditava que o algumas de suas propriedades principais:
número de prótons é o que determinava a
periodicidade dos elementos, Moseley i. Todos os elementos desse grupo, com
desenvolveu e comprovou, usando espectros de exceção do mercúrio (Hg), são sólidos a
emissão de vários elementos, que Van den Broek temperatura ambiente e, em geral, são duros;
estava correto. Com base nessa comprovação, ii. Apresentam facilidade de formar cátions.
Moseley publicou o que conhecemos como Lei iii. Eles possuem um brilho metálico
Periódica atual: característico dos metais;
iv. São bons condutores de eletricidade e de
As propriedades químicas e físicas dos calor;
elementos químicos variam conforme a ordem v. São densos;
crescente do número atômico. vi. Possuem pontos de fusão e ebulição altos;
vii. São maleáveis, podendo ser transformados
3.2. FORMA DA TABELA PERIÓDICA. em lâminas;
viii. São dúcteis, podendo ser transformados em
A tabela periódica atual é dividida em 18 famílias fios, como os fios de cobre usados para
(as linhas verticais) e 7 períodos (as linhas conduzir eletricidade;
horizontais), organizadas em ordem crescente de
206
QUÍMICA
ix. Os metais são amplamente utilizados em determinado pelo nível energético mais alto de sua
nossa sociedade, como na produção de joias, distribuição eletrônica.
moedas, fios elétricos, panelas, talheres, na
produção de ligas metálicas como o aço, em Período Número de Camadas (Nível Energético)
decorações de edifícios e de lojas, caldeiras, 1 1-K
reatores industriais, cabos de elevadores etc. 2 2–KeL
3 3 – K, L e M
Ametais: correspondem a onze elementos 4 4 – K, L, M e N
químicos (carbono (C), nitrogênio (N), fósforo (P), 5 5 – K, L, M, N e O
oxigênio (O), enxofre (S), selênio (Se), flúor (F), 6 6 – K, L, M, N, O e P
cloro (Cl), bromo (Br), iodo (I) e astato (At)). Suas 7 7 – K, L, M, N, O, P e Q
propriedades físicas e químicas são exatamente o
oposto das propriedades dos metais:
Famílias - Existem 18 colunas na tabela periódica,
• Não possuem um brilho metálico, com as quais chamamos de famílias ou grupos. Na
exceção do iodo e do carbono na forma de classificação IUPAC, as famílias são numeradas
grafite; de 1 à 18, da esquerda para a direita.
• São isolantes térmicos, não sendo
condutores de calor e nem de eletricidade; Família 1: também conhecida como a família dos
metais alcalinos. Pertencem a essa família os
• A maioria está no estado gasoso à
elementos lítio (Li), sódio (Na), potássio (K),
temperatura ambiente;
rubídio (Rb), césio (Cs) e frâncio (Fr).
• Possuem pontos de fusão e ebulição
baixos;
Família 2: também conhecida como a família dos
• Fragmentam-se; metais alcalinos terrosos. Pertencem a essa
• São usados na fabricação de pneus, para família os elementos berílio (Be), magnésio (Mg),
se produzir pólvora, entre outras cálcio (Ca), estrôncio (Sr), bário (Ba) e rádio (Ra).
finalidades.
Família 3 até a 12: Nessas famílias estão
Semimetais: Esses elementos são apenas sete incluídos os elementos de transição externa, os
(boro (B), silício (Si), germânio (Ge), arsênio (As), que tem o subnível mais energético sendo o d, e
antimônio (Sb), telúrio (Te) e polônio (Po)). Eles os de transição interna, os que tem o subnível
são assim chamados porque apresentam mais energético sendo o f.
propriedades intermediárias entre os metais e os
ametais: Família 13: também conhecida como a família do
boro. Pertencem a essa família os elementos boro
a. Apresentam brilho metálico como os metais; (B), alumínio (Al), gálio (Ga), índio (In) e tálio (Tl).
b. Sua condutibilidade elétrica e térmica é
pequena; Família 14: também conhecida como a família do
c. Não são maleáveis, mas fragmentam-se como carbono. Pertencem a essa família os elementos
os ametais; carbono (C), silício (Si), germânio (Ge), estanho
d. Alguns semimetais, como o silício, são usados (Sn) e chumbo (Pb).
na fabricação de transistores, de chips e de
células solares. Família 15: também conhecida como a família do
nitrogênio. Pertencem a essa família os elementos
Gases Nobres: Esses são os sete elementos nitrogênio (N), fósforo (P), arsênio (As), antimônio
pertencentes à família 18 da Tabela Periódica (Sb) e bismuto (Bi).
(hélio (He), neônio (Ne), argônio (Ar), criptônio
(Kr), xenônio (Xe) e radônio (Rn)). São colocados Família 16: também conhecida como a família dos
num grupo à parte porque eles são bastante calcogênios. Pertencem a essa família os
estáveis, sendo os únicos elementos químicos que elementos oxigênio (O), enxofre (S), selênio (Se),
ocorrem na natureza na forma isolada. Eles telúrio (Te) e polônio (Po).
possuem pouquíssima afinidade com outros
elementos químicos, não tendo a tendência de Família 17: também conhecida como a família dos
doar nem receber elétrons. Mas, ainda assim, halogênios. Pertencem a essa família os
existem alguns compostos de gases nobres feitos elementos flúor (F), cloro (Cl), bromo (Br), iodo (I)
em laboratório. e astato (At).
Hidrogênio: é o elemento mais abundante da Família 18: também conhecida como a família dos
natureza (cerca de 90%) e é altamente inflamável. gases nobres. Pertencem a essa família os
É o gás mais leve. Por causa da sua distribuição elementos hélio (He), néon (Ne), argônio (Ar),
eletrônica, pertence a família 1, mas não pode ser criptônio (Kr), xenônio (Xe) e radônio (Rn).
classificado como metal.
3.6. PROPRIEDADES PERIÓDICAS E
3.5. PERÍODOS E FAMÍLIAS DOS ELEMENTOS. APERIÓDICAS.
Períodos - A tabela periódica é formada por 7 As propriedades dos elementos podem ser
linhas chamadas de períodos. O número do classificadas como periódicas ou aperiódicas. A
período ao qual um elemento pertence é
207
QUÍMICA
distinção entre elas é feita por meio da análise de 2. Quando o átomo perde elétrons e se
um gráfico da variação dessa propriedade com transforma em um cátion, há redução no
relação a um parâmetro. Enquanto propriedades tamanho do raio devido a maior força de
periódicas, em seus gráficos, apresentam atração entre o núcleo e os elétrons.
oscilações ascendentes e descendentes as 3. Quando o átomo ganha elétrons e se
propriedades aperiódicas apresentam curvas transforma em um ânion, há aumento no
ascendentes ou descendentes. tamanho do raio devido a menor força de
atração entre o núcleo e os elétrons.

Energia de Ionização: é a energia necessária


para retirar um elétron de um átomo (ou íon).

1ª energia de ionização - é a energia


necessária para retirar o elétron mas
distante do núcleo.
Na(g) → Na+(g) + e- e1= 496 kJ/mol
PROPRIEDADES PERIÓDICAS.
2ª energia de ionização - é a energia
As propriedades periódicas são: raio atômico, necessária para retirar o segundo elétron.
energia de ionização, afinidade eletrônica, Na+(g) → Na+2(g) + e- e2= 4560 kJ/mol
densidade, pontos de fusão e ebulição, volume
atômico, eletronegatividade e eletropositividade. 3ª energia de ionização - é a energia
Raio atômico: é calculado como sendo a metade necessária para retirar o terceiro elétron.
da distância entre dois núcleos do mesmo Na+2(g) → Na+3(g) + e- e3= 6913 kJ/mol
elemento.
O aumento considerável de energia é justificado
pelo aumento da força exercida pelo núcleo sob os
elétrons à medida que outros elétrons vão sendo
retirados.

Nas famílias, o raio atômico aumenta de cima para


baixo. Isso se explica devido ao aumento de
camadas eletrônicas nos átomos da família, que Afinidade Eletrônica: é definida como a
ocorre de cima para baixo. quantidade de energia liberada quando um átomo
neutro, isolado e gasoso, ganha um elétron. O
Nos períodos, o raio atômico aumenta quando se valor da afinidade eletrônica está relacionado ao
analisa os elementos da direita para a esquerda. tamanho do átomo, ou seja, quanto maior for o
Isso se justifica pela força de atração que os raio, mais distante o elétron está do núcleo e
prótons exercem sob elétrons, chamada de carga menor será a sua afinidade eletrônica. Em
nuclear efetiva, Zef. resumo: quanto maior o raio atômico, menor a
afinidade eletrônica.
Carga nuclear efetiva é a carga sofrida por um
elétron em um átomo polieletrônico (que tem mais
de um elétron). essa carga pode ser calculada por:

Zef = Z – B

onde, Z = número atômico e B =constante de


blindagem. Quanto maior o valor de Zef, maior
será o raio atômico.
Eletronegatividade: é definida como a tendência
de um átomo atrais elétrons em uma ligação
química. Esta propriedade está relacionada ao raio
atômico, pois quanto maior for o raio atômico,
menor será a força de atração, visto que a
distância núcleo-elétron da ligação é maior. Os
valores de eletronegatividade são valores
arbitrários (ou seja, foram dados, não obtidos
experimentalmente) atribuídos em comparação do
1. Quando o átomo perde ou ganha elétrons, há flúor, o elemento mais eletronegativo, que teve o
mudanças no raio atômico. valor de 4 atribuído para a sua eletronegatividade.

208
QUÍMICA

Eletropositividade (ou Caráter Metálico): é


definida como a tendência de um átomo em perder PROPRIEDADES APERIÓDICAS.
elétrons. Essa propriedade é mais acentuada para
os metais, que apresentam elevadas A propriedades aperiódicas são: massa atômica e
eletropositividades. calor específico.

• Massa atômica: é uma propriedade


aperiódica. O seu gráfico em relação ao
número atômico mostra uma curva
ascendente.

Densidade (ou massa específica): é calculada


pela razão entre massa (m) e o volume (V)
ocupado por uma substância.

• Calor específico: é a quantidade de calor


necessária para aumentar em 1ºC 1g de
uma substância.

Volume atômico: é definida como o volume


presente em 1 mol de um elemento no estado
sólido.

04- LIGAÇÕES QUÍMICAS E HIBRIDIZAÇÃO.

Durante o desenvolvimento de algumas pesquisas


envolvendo a natureza e a busca por novos
elementos, foi sendo consolidada a hipótese de
que os átomos dificilmente ficam sozinhos na
Ponto de Fusão e Ebulição: define-se como natureza. A tendência dos átomos é que eles se
unam, uns aos outros, formando assim todas as
a. Ponto de fusão: a temperatura na qual a substâncias que existem. Esta união é chamada
substância passa de sólido a líquido, sob de ligação química.
pressão constante.
b. Ponto de ebulição: a temperatura na qual a Alguns átomos são pouco reativos. Já outros são
substância passa de líquido a gasoso, sob bastante reativos, demonstrando a real
pressão constante. necessidade que tem de precisar se ligar a outros
elementos. Quando átomos estabelecem ligações
químicas, fazem isso usando as suas eletrosferas,
com os elétrons da última camada (também
conhecida como camada de valência). Esse fato é
determinante, pois a partir dele podemos afirmar
que a última camada de um átomo é que
determina as condições nas quais ele irá formar as
ligações químicas.
209
QUÍMICA
valência, que também pode ser associada à
Como em qualquer ciência, surgiram várias teorias família da tabela periódica, como podemos ver na
sobre os motivos que levariam aos átomos sempre tabela abaixo:
existirem ligados a outros e que explicassem como
as ligações aconteciam na natureza. Vejamos A regra do octeto não pode ser aplicada em todos
algumas os elementos, visto que existem alguns que se
estabilizam com outras quantidades de elétrons
4.1. REGRA DO OCTETO. em sua eletrosfera, maior ou menor que oito. Para
tornar mais abrangente as teorias explicativas das
Uma das primeiras teorias a ser lançada para a ligações químicas, foi necessário a criação de
comunidade química do século XIX. Escrita por novas, como a Teoria da Ligação de Valência -
Gilbert Lewis, a regra do octeto serve para explicar TLV.
as ligações dos elementos localizados nas famílias
dos elementos representativos (1, 2, 13, 14, 15, 16 4.2. TEORIA DA LIGAÇÃO DE VALÊNCIA – TLV.
e 17) até o segundo período da tabela periódica.
Ou seja, ela não é uma teoria universal, mas, pela Em 1927 foi desenvolvida a TLV como uma
sua importância histórica, precisamos nos inteirar interpretação da teoria de Lewis sob outro ponto
dela. de vista, o da mecânica quântica. A TLV explica a
formação da ligação química como a formação de
Observando a família 18, também conhecida como pares eletrônicos de valência, sem que ocorra
a família dos Gases Nobres, percebeu-se que eles perda das características de cada elétron
não eram elementos que reagiam com outros. compartilhada por meio dos orbitais atômicos.
Mesmo em condições extremas, quase não se
conseguia realizar reações químicas com esses Em linhas gerais, essa teoria explica que dois
gases. Como explicação, Lewis e Kossel, átomos que possuem um orbital com elétron
propuseram que os elementos dessa família desemparelhado aproximam-se de outro até que
eram inertes (pouco reativos) devido ao ocorra uma sobreposição, ou interpenetração,
número de elétrons em sua camada de desses orbitais. Então, surge uma região entre os
valência, que a deixavam completamente núcleos (desses dois átomos que estão se
preenchida. Vejamos a distribuição eletrônica da ligando) onde o par de elétrons, um de cada
camada de valência dessa família. átomo, vai coexistir nas duas eletrosferas ao
mesmo tempo.

Na representação de como as ligações acontecem


segundo essa teoria, os únicos elétrons
representados são os que estão nos orbitais que
se ligam.

4.3. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS.


Qntd. de e-
Famíli na camada Tendência Valência
a de valência
1 1 Perder 1 e- Monovalente
2 2 Perder 2 e- Bivalente
13 3 Perder 3 e- Trivalente
Compartilhar 4
O que fica nítido, analisando a imagem acima, é 14 4 Tetravalente
e-
que todos os gases nobres possuem a quantidade
15 5 Ganhar 3 e- Trivalente
de elétrons exata, na sua camada de valência,
16 6 Ganhar 2 e- Bivalente
para preencher os últimos subníveis da sua
distribuição eletrônica - s e p. Como foi visto no 17 7 Ganhar 1 e- Monovalente
tópico de distribuição eletrônica, os subnível s Não realiza
18 8 -
recebe até 2 elétrons e o p recebe até seis. Para ligação.
completar, então, os dois subníveis são
necessários oito elétrons - exceto no caso do Hélio A ligação química ocorre para que os átomos
que, por ter apenas subnível s, se estabiliza com obtenham uma estabilidade eletrônica, esteja ela
apenas dois elétrons. de acordo com a Regra do Octeto ou a Teoria da
Ligação de Valência. As ligações químicas podem
Seguindo essa ideia, Lewis escreveu que os se iônicas, covalentes ou metálicas.
elementos realizam ligações químicas para
tornar suas eletrosferas parecidas com as Ligações Iônicas - são as ligações onde há
eletrosferas dos gases nobres, ou seja, transferência de elétrons entre os elementos da
portando oito elétrons em sua camada de ligação. Acontece entre átomos de metal e ametal
valência. Para isso eles poderiam ceder elétrons ou metal e hidrogênio.
que estivessem em excesso ou receber elétrons
de outros átomos para completar a quantidade Ligações Covalentes - são as ligações onde há o
desejada. Para a quantidade de elétrons, cedidos compartilhamento de pares eletrônicos entre os
ou recebidos, pelos átomos, deram o nome de elementos da ligação. Acontece entre átomos de
210
QUÍMICA
ametais (ametal+ametal), hidrogênio e ametal ou • Conduzem eletricidade quando em estado
hidrogênio e hidrogênio. de fusão, ou dissolvidos em água;
• Possuem elevados pontos de fusão e
Ligação Metálica - são as ligações onde os ebulição.
cátions metálicos estão envoltos em uma nuvem • Apresentam brilho.
eletrônica. Acontece entre átomos de metal.
Ligação Covalente
Ligação Iônica ou Eletrovalente
Na ligação covalente os átomos compartilham
Esta ligação é uma ligação que ocorre entre íons seus elétrons presentes na camada de valência.
de cargas opostas. Pode-se generalizar que essa Cada um dos átomos envolvidos contribui com um
ligação acontece entre metais (que são elementos (ou mais) elétrons para formar o par
com alta eletropositividade, tendo alta tendência compartilhado. Essa ligação acontecerá entre
de doar elétrons, transformando-os em cátions) e elementos do grupo dos ametais e o hidrogênio.
ametais (que são elementos com alta
eletronegatividade, tendo alta tendência de A aproximação das eletrosferas de dois átomos e
receber elétrons, transformando-os em ânions). o compartilhamento de um par de elétrons entre
Em um composto iônico, a soma das cargas dos esses dois átomos gera a ligação covalente.
íons deve ser igual a zero.
Uma ligação covalente unindo dois átomos é
Abaixo podemos observar a formação da ligação chamada de ligação simples. Duas ligações
entre sódio (Na) e cloro (Cl). O sódio, inicialmente, covalente unindo dois átomos é chamada de
possuía 11 prótons e 11 elétrons. Após a ligação a ligação dupla. Três ligações unindo dois átomos é
quantidade de prótons não se altera, mas a chamada de ligação tripla.
quantidade de elétrons passa a 10, formando um
cátion de carga +1. O átomo de cloro, inicialmente
com 17 prótons e 17 elétrons, após a ligação, tem
sua quantidade de elétrons aumentada em uma
unidade, formando um ânion com a carga de –1.
As cargas opostas dos dois íons tem, sobre si,
estabelecida uma força eletrostática de atração,
formando a ligação iônica, que dá origem ao
composto iônico.

Esta fórmula de representação é chamada de


Fórmula de Lewis ou Fórmula Eletrônica e deixa
explícito apenas os elétrons da camada de
valência de cada elemento. Abaixo, tomando
como exemplo a molécula do gás hidrogênio,
vejamos outras formas de representação. Na
fórmula estrutural, cada traço representa um par
De maneira análoga temos a formação do de elétrons.
composto iônico Fluoreto de Alumínio. O átomo de
alumínio tem 3 elétrons na camada de valência e
perde os 3, formando o cátion trivalente Al+3. Ao
mesmo tempo, o Flúor tem 7 elétrons na camada
de valência, precisando de mais um para garantir
a estabilidade desejada virando o ânion fluoreto F -.
Após formados os íons, há a aproximação
Vimos que uma ligação covalente é estabelecida a
eletrostática (ou atração) e formação do composto.
partir do compartilhamento de 2 elétrons. A ligação
covalente normal acontece quando cada átomo
compartilha 1 elétron para a formação do par.
Mas, em algumas moléculas, pode acontecer de
um dos átomos contribuir com a ligação
compartilhando dois elétrons de sua eletrosfera,
formando uma ligação chamada de Covalente
Dativa ou Covalente Coordenada. Observando a
Propriedades dos compostos Iônicos fórmula eletrônica da molécula de ácido sulfúrico.
• São sólidos à temperatura ambiente;
• São solúveis em água;
• Liberam íons quando em estado de fusão
ou dissolvidos em água;

211
QUÍMICA

• Fórmula Estrutural ou Constitucional - é uma


estrutura que determina como os átomos
estão dispostos na molécula, onde apenas os
elétrons usados nas ligações são explícitos.
Abaixo, a representação da molécula de
Há algumas regras que podem ser úteis para a
glicose.
identificação da necessidade da utilização de
ligações coordenadas, como:

• Determinar os elétrons das camadas de


valência de todos os elementos;
• Realizar as ligações covalentes normais até
completar o octeto, utilizando ligações
simples, duplas e triplas; • Fórmula Molecular - é a fórmula que indica o
número de átomos de cada elemento na
• Quando não houver mais possibilidades,
molécula. É possível obtê-la através da
estabilizar os átomos com ligações covalentes
fórmula estrutural.
coordenadas;

• Fórmula Mínima ou empírica - é a menor


relação de proporção entre as quantidades
dos elementos de um composto. Representa a
relação entre as quantidades, não as
quantidades reais.

Propriedades dos compostos Covalentes

• Baixos ponto de fusão e ebulição (em


comparação aos compostos iônicos);
• Apresentam baixa dureza;
• Apresentam alta tenacidade (resistência)
quando comparados a um composto iônico;
• Apresentam baixa capacidade de condução de
corrente elétrica e de calor;
• Em temperatura ambiente, os compostos
covalentes podem ser encontrados nos
estados físicos sólido, líquido e gasoso. Polaridade das Ligações Covalentes

Representações de Fórmulas As ligações covalentes podem ser classificadas


em polares e apolares. Essa característica vai
• Fórmula de Lewis ou Fórmula Eletrônica - depender de quais átomos estão participando da
Mostra o arranjo dos elétrons da camada de ligação: caso sejam do mesmo elemento, a
valência e explicita as ligações como traços, ligação será classificada como apolar; caso sejam
onde cada traço representa 2 elétrons. de elementos diferentes, a ligação será
classificada como polar (caso a diferença de
eletronegatividade entre os elementos seja muito

212
QUÍMICA
diferente). Vejamos abaixo a formação da Hibridização significa a fusão de orbitais
molécula de hidrogênio. atômicos em orbitais hibridizados, com
características dos orbitais que os formaram,
tendo menor energia que os iniciais.

Para ilustrar essa situação, vejamos a hibridização


do carbono.

Na formação dessa molécula observa-se a


distribuição uniforme da nuvem eletrônica, porque
os átomos que estabelecem essa ligação são do
mesmo elemento, portanto apresentam a mesma De acordo com o estado fundamental para o
eletronegatividade. Por causa disso, esta se átomo de carbono, podemos concluir que o
classifica como Ligação Covalente Apolar. carbono deveria realizar 2 ligações covalentes,
porque possui dois elétrons desemparelhados. No
De outro modo, analisemos a molécula de ácido entanto, não é isso que se observa na realidade.
clorídrico.
Por pertencer a família 14 e, usando a Regra do
Octeto, o carbono precisaria fazer 4 ligações. Para
isso, a explicação dada era de que os orbitais do
átomo se reorganizavam para um estado excitado,
tornando possível a realização das quatro ligações
necessárias.

HIBRIDIZAÇÃO sp3

Segundo a teoria da Hibridização, na verdade, o


que ocorre é que há a fusão do orbital s com os
três orbitais p, formando quatro orbitais sp3, cada
um com um elétron desemparelhado, permitindo a
formação de quatro ligações simples.

É sabido que a eletronegatividade do cloro é maior


que a do hidrogênio. Isso causa uma distorção na
nuvem eletrônica da ligação, aproximando os
elétrons compartilhados do núcleo do cloro,
criando um polo negativo deste lado da molécula e
gerando no outro lado, um polo positivo.

Quanto maior for a diferença de eletronegatividade


entre os elementos da ligação, maior será a
polarização da ligação covalente.

4.4. HIBRIDIZAÇÃO.

A teoria da hibridização explica o que acontecem


com determinadas átomos presente e diversas
moléculas que apresentam comportamento
diferente daquele previsto pela configuração
eletrônica dos átomos de determinado elemento.
213
QUÍMICA

Já as ligações C – H são do tipo sp2 - s, sendo


estas, ligações sigma.

Resumindo, o carbono, quando hibridizado em sp2


• faz 3 ligações do tipo (σ) e 1 ligação do tipo
(π).
• Possui geometria trigonal plana ou triangular.
• Tem o ângulo ente os orbitais híbridos de
120º.

HIBRIDIZAÇÃO sp

A hibridização sp é a fusão de um orbital s com


um orbital p, formando dois orbitais sp. Eles
formam entre si um ângulo de 180º, dando a
molécula a geometria linear. Vejamos o exemplo
A representação acima é da molécula de metano - do acetileno:
CH4 - onde o carbono estabelece 4 ligações sigma
do tipo sp3 – s, onde cada orbital sp3 do carbono
interage com o orbital s dos hidrogênios ligantes.

Resumindo, quando está com 4 orbitais


hibridizados em sp3 o carbono

• faz quatro ligações do tipo (σ)


• Possui Geometria tetraédrica
• Tem o ângulo entre os orbitais híbridos de
109º28’.

HIBRIDIZAÇÃO sp2

A hibridização sp2 é a fusão de um orbital s com


dois orbitais p do mesmo átomo. Os três orbitais
sp2 localizam-se no mesmo plano, formando entre
si um ângulo de 120º. Observemos a constituição
do etileno - C2H4.

Cada átomo de carbono faz uma ligação C – C sp


– sp sigma e duas p – p π, e com o hidrogênio
cada átomo faz uma ligação sp - s. Para isso é
necessário que a hibridização do átomo de
carbono passe por uma alteração, ficando

Resumindo, quando em hibridização sp o carbono

• faz 2 ligações do tipo sigma (σ) e 2 ligações


do tipo pi (π).
No etileno temos a formação de uma ligação entre • Se organiza em geometria linear.
os carbonos C – C, do tipo sp2 - sp2, a ligação • Tem o ângulo ente os orbitais híbridos de
sigma (em verde na imagem), e outra p – p, a 180º.
ligação π (em vermelho, na imagem). Para a
formação da ligação pi, os orbitais do carbono se Sendo uma nuvem eletrônica o mesmo que um
reorganizam de forma que é gerado um orbital p par de elétrons ou ligação (simples, dupla ou
que possibilita a formação dessa ligação. tripla) temos que, a relação entre hibridização e

214
QUÍMICA
geometria (o próximo tópico de aula) encontra-se 4.6. TEORIA DE REPULSÃO DOS PARES
resumido no quadro abaixo ELETRÔNICOS DA CAMADA DE VALÊNCIA.

Ao redor do átomo central, os pares eletrônicos


ligantes e os não ligantes se repelem, tendendo a
ficar tão afastado o quanto possível.

O afastamento máximo diminuirá a repulsão entre


os pares eletrônicos.

4.7. POLARIDADE MOLECULAR

A polaridade nas ligações é resultado de uma


diferença de eletronegatividade entre os átomos
que a compõem, resultando assim na formação de
4.5. GEOMETRIA MOLECULAR polos elétricos (positivo e negativo).
Eletronegatividade: é a tendência que um átomo
Entender como se distribui as ligações entre os de um determinado elemento apresenta para atrair
átomos no espaço tridimensional é de fundamental elétrons. Num contexto em que se encontra ligado
importância para a compreensão de algumas a outro(s) átomo(s)
propriedades das substâncias. As ligações entre
os átomos são formadas por pares de elétrons, Vimos anteriormente (propriedades periódicas)
que possuem carga elétrica negativa e tendem a que cada elemento químico possui seu valor de
se repelir uns dos outros. Essa repulsão entre os eletronegatividade. A partir desses valores
elétrons gera uma repulsão entre as ligações em podemos construir uma fila com alguns dos
uma molécula, influenciando na geometria elementos que aparece frequentemente no estudo
molecular, que se explica pela Teoria da Repulsão da química:
dos Pares de Elétrons. Veja abaixo as principais
geometrias. F > O > N ~ Cl > Br > I ~ S ~ C > P ~ H > Metais

Sentido crescente de eletronegatividade.

Ligações polares e ligações apolares: as


ligações de caráter polar e apolar estarão
diretamente relacionadas às ligações do tipo
covalente e a eletronegatividade dos átomos
presente na ligação.

Ligação covalente polar: átomos com diferentes


eletronegatividades.

Ligação covalente apolar: átomos com


eletronegatividade iguais.

Podemos representar a polarização por um vetor


chamado de Momento de dipolo (µ), que
representa a polarização de uma ligação
covalente, orientada sempre para o átomo de
maior eletronegatividade da ligação.

A polaridade de uma molécula com mais de dois


átomos é expressa pelo vetor Momento dipolo
resultante (µR): se for nulo, a molécula será
apolar, caso contrário será polar.

215
QUÍMICA
Veja abaixo o momento dipolo para a molécula de
água.

Moléculas polares: Possuem momento dipolo µR


≠ 0.
Molecular apolares: Possuem momento dipolo µR
= 0.

Vejamos mais exemplos:

Mais exemplos:

4.8. POLARIDADE E SOLUBILIDADE

As polaridades presentes nas ligações químicas


constituem de um fator importante na predição da
solubilidade. Ao misturamos duas ou mais
substância, podemos prever se o produto formado
por essa mistura será homogêneo ou
heterogêneo.

Regra de solubilidade

• Soluto polar tende a dissolver bem em


solvente polar.
• Soluto apolar tende a dissolver bem em
solvente apolar.

Ligação Metálica

216
QUÍMICA
A ligação metálica é um tipo de interação o cientista que primeiro teorizou e descreveu
interatômica que ocorre entre dois metais, essas interações, de qualquer um dos tipos. São
formando as ligas metálicas. dependentes da polaridade das moléculas.

Quando dois átomos de elementos metálicos se Forças de London ou Dipolo Induzido


ligam há a liberação parcial dos elétrons das Molécula apolar x Molécula apolar
eletrosferas desses átomos, resultando na
formação de cátions que formam uma estrutura São interações que acontecem entre duas
cristalina, podendo ser reduzidas até células moléculas apolares. Como não temos polos
unitárias. As cargas positivas dos cátions são permanentes, os dipolos aparecem apenas
eletricamente neutralizadas pelos elétrons momentaneamente, induzidos por perturbações do
liberados, que ficam rodeando essa estrutura, meio, tornando as interações eletrostáticas muito
formando o que chamamos de nuvem eletrônica, fracas.
que são os elétrons livres. Essa característica dá
ao metal propriedades de ser bom condutor de Na imagem abaixo temos duas moléculas
eletricidade, por exemplo. apolares. Por uma perturbação, uma delas se
polariza; por indução, a outra se polariza também
e surge um dipolo instantâneo. Assim, elas
interagem por forças dipolo induzido-dipolo
induzido. Essas são as interações
intermoleculares mais fracas e momentâneas.

Interação Dipolo-dipolo ou Dipolo permanente


Molécula Polar x Molécula Polar

Essas interações são muito mais fortes do que as


Propriedades dos Metais anteriores. Elas acontecem entre as moléculas
polares: a parte mais negativa é atraída pela parte
• Possuem brilho metálico mais positiva. A interação está representada pela
• são sólidos nas condições ambiente linha pontilhada.
• Possuem altos pontos de fusão e ebulição
• são bons condutores de eletricidade e
calor
• Apresentam ductibilidade (podem ser
moldados em fios)
• Apresentam resistência a tração, ou seja,
existe sempre a possibilidade de esticá-los
• Apresentam maleabilidade (podem ser Ligações de Hidrogênio
moldados em chapas e lâminas muito
finas) São as interações intermoleculares mais
importantes! São interações do tipo Dipolo-Dipolo
05- INTERAÇÕES INTERMOLECULARES que acontecem somente em moléculas polares,
mas que possuam átomos muito eletronegativos –
As interações intermoleculares, ou forças F, O ou N -, ligados diretamente ao Hidrogênio. Já
intermoleculares, são o modo com que as foram chamadas de Pontes de Hidrogênio, mas
moléculas interagem entre si levando em conta a hoje a nomenclatura mais usual é Ligações de
polaridade de quem está interagindo. São elas as Hidrogênio. Abaixo estão as principais moléculas
responsáveis por manter unidas as moléculas de que fazem ligações de hidrogênio, representadas
uma substância. pela linha pontilhada. Estão representadas a Água
(H2O, Ácido Fluorídrico (HF), e Amônia (NH 3).
Além disso, são determinantes das propriedades
físico-químicas das substâncias. Dependendo de
como as moléculas interagem, as substâncias
podem ter diferentes estados físicos, solubilidade,
ponto de fusão e ebulição, densidade e até a
tensão superficial dos líquidos.

5.1. TIPOS DE INTERAÇÕES


INTERMOLECULARES

As Interações Intermoleculares são chamadas


também de Forças de Van der Waals, pois foi ele

217
QUÍMICA
O exemplo mais comum disso é a interação que
acontece com as moléculas de água. Como o
Oxigênio (em vermelho) é o elemento mais
eletronegativo, ele vai atrair os elétrons em sua
direção, deixando os Hidrogênios (em branco)
deficientes em elétrons. Assim, os H parcialmente
positivos interagem com os oxigênios das
moléculas vizinhas, que são parcialmente
negativos.

5.2. IMPLICAÇÕES DAS INTERAÇÕES


INTERMOLECULARES

As interações intermoleculares são responsáveis


por inúmeras propriedades das substâncias nas
CNTP, como estado físico, solubilidade nos meios,
volatilidade, densidade, temperatura de ebulição...
Como essas interações são muito fortes, são elas Vejamos cada uma destas abaixo.
que mantém a água líquida.
Tensão superficial: acontece às moléculas da
Interações Íon-Dipolo superfície de um líquido que são atraídas para o
centro, formando uma camada fortemente unida.
As interações íon-dipolo são interações entre um Quanto mais fortes as interações intermoleculares
íon e uma molécula. Como os íons possuem de uma substância no estado líquido, maior sua
carga, essas interações são as mais fortes entre tensão superficial.
todas as já citadas. É por causa dessas interações
que os sais são capazes de se solubilizar. Estado físico: interações intermoleculares fortes
resultam em estados físicos mais compactos,
Por exemplo, o NaCl, cloreto de sódio, em água, porque as moléculas estão muito fortemente
se dissocia, produzindo íons Cl– e Na+. Como eles unidas. Sólidos têm interações mais fortes que
têm carga, eles atraem os polos da molécula de líquidos, que por sua vez têm interações mais
água. Veja a imagem abaixo. fortes que os gases, nos quais elas são
praticamente inexistentes. Ou seja, quanto mais
forte a interação entre as moléculas de uma
substância, mais ela tende a existir em estados
físicos onde a distância entre elas é menor.

Perceba que a parte positiva da molécula de Água


(Hidrogênios, em branco) são atraídas pela carga
negativa: o íon de cloro. A parte negativa da
molécula de água (Oxigênio, em vermelho), é
atraída pela carga positiva: o cátion de Sódio.
Esse é o processo de dissociação/solvatação dos
íons que acontece quando um sal é misturado a
solventes polares. Densidade: em geral, quanto mais fortes as
interações, maior a densidade da fase. Sólidos
Intensidade das Interações. são mais densos que líquidos, que são mais
densos que gases. Exceto para a água, onde o
É importante saber a intensidade das interações líquido é mais denso que o sólido.
entre as espécies químicas, pois elas são
determinantes das propriedades das substâncias. Temperatura de Fusão e Ebulição: quanto mais
Veja abaixo: as moléculas do líquido interagem fortemente
entre si, mais energia é preciso fornecer para que
as interações sejam quebradas e haja a mudança
de fase (maior temperatura). Ou seja, quanto mais
forte for a interação, maior sua TF e TE
(considerando interações de diferentes tipos).

218
QUÍMICA
OBS: considerando o mesmo tipo de interação, a
molécula que realizar um maior número de
interações terá uma TF e TE maior, como no caso
dos compostos orgânicos que, quanto maior a
cadeia, maior o número de interações e maior as
TF e TE da substância.

Volatilidade: quanto mais fracas as interações


intermoleculares, mais volátil é a substância. (mas • O oxigênio (O), em íons poliatômicos
atenção, essa propriedade também depende do e em substâncias compostas, tem Nox
peso molecular). -2.

Solubilidade: substâncias polares interagem com


outras substâncias polares, bem como as
apolares, que interagem com outras moléculas Exceto em:
apolares. Por isso óleo não se mistura com água, • Nos peróxidos, o oxigênio tem Nox
por exemplo: a polaridade no óleo é quase zero, e médio igual a –1.
na água é altíssima.

06- OXIDAÇÃO E REDUÇÃO.

6.1. NÚMERO DE OXIDAÇÃO (NOX). • Nos superóxidos, o oxigênio tem Nox


médio igual a –½.
Nox é a carga elétrica atribuída a cada átomo ou
íon em compostos. A identificação do Nox nas
diversas substâncias deve passar pela observação
dos elementos e suas ligações. A partir disso,
deve-se seguir algumas regras. Nos fluoretos: o oxigênio tem Nox +1 e +2.

• Para substâncias simples, moleculares e


metálicas: o Nox é igual a zero devido ao seu
equilíbrio elétrico.
• 6.2. DETERMINAÇÃO DO NÚMERO DE
OXIDAÇÃO.

Para os outros elementos (que não foram citados


acima) os números de oxidação são determinados
• Para íons monoatômicos: o Nox considerando os seguintes aspectos.
será igual a carga do íon.
• Nas substâncias compostas: a soma
algébrica dos números de oxidação de todos
os átomos é igual a zero.

• Para substâncias compostas:


a. Metais Alcalinos, pertencentes a família 1,
e a prata (Ag) tem Nox +1.
b. Metais alcalinoterrosos, pertencentes a
família 2, Zinco (Zn) e Cádmio (Cd), tem Nox
+2.
c. Alumínio (Al) tem Nox +3.
• Nos íons poliatômicos: a soma algébrica
d. Halogênios, família 17, quando estão à
dos números de oxidação de todos os átomos
direita da fórmula, tem Nox -1.
é igual a carga do íon.
e. Calcogênios, família 16, quando estão à
direita da fórmula, tem Nox -2.

• O Hidrogênio (H): em substâncias


compostas e íons poliatômicos, tem Nox +1.
A exceção: nos compostos onde o hidrogênio Essa determinação é possível sempre que dois
está ligado a metais, o Nox será -1. átomos, iguais ou diferentes, estão ligados por
ligação covalente.

• Se os átomos são iguais, a ligação é


covalente apolar, significa que não há a

219
QUÍMICA
formação de polos e os átomos permanecem Note que
com Nox zero. • o N perdeu elétrons, logo sofreu oxidação;
• Se os átomos são diferentes, a ligação é • o O ganhou elétrons, logo sofreu redução;
covalente polar, significa que há a formação • o NH3 é o agente redutor, pois provocou a
de polos, um positivo e um negativo. Ao polo redução;
positivo (elemento menos eletronegativo), dá- • o O2 é o agente oxidante, pois provocou a
se o Nox de +1. Ao polo negativo (elemento oxidação.
mais eletronegativo), dá-se o Nox de –1.
07- REAÇÕES INORGÂNICAS.

7.1. NOÇÕES GERAIS.

A matéria, no decorrer de sua existência, pode


passar por transformações. Algumas
transformações vão interferir na matéria em um
nível muito interno – molecular e atômico – que
Quando a química ainda não era uma ciência recebe um nome específico. Reações químicas é
metodizada as observações eram realizadas nos o que acontece quando mudanças acontecem
fenômenos e explicadas de forma que fizesse rearranjando átomos, formando e quebrando
sentido dentro do contexto histórico e social. ligações, nas moléculas. Ao mesmo tempo que
Oxidação era o processo descrito pela reação com acontecem mudanças energéticas – uma reação
o oxigênio, por exemplo nas combustões ou na onde os produtos tem energia menor que os
formação de ferrugem. O contrário disso, quando reagentes acontece espontaneamente e uma
ocorriam reações que liberavam O2 para a reação onde a energia dos produtos é maior que a
atmosfera, o processo era denominado redução. dos reagentes não acontece, por exemplo – dão
um nome a esse tipo de transformação da matéria.
Tempos depois o conceito de oxidação foi
ampliado para descrever todas as situações nas Reações químicas são todo o conjunto de
quais um elemento libera elétrons, sendo a transformações químicas que acontece no
redução o processo contrário: quando um sentido de rearranjar átomos quebrando e
elemento absorve/captura elétrons. Esses formando novas ligações.
processos sempre acontecem juntos e ao mesmo
tempo. Para estudá-los individualmente é Ao contrário de uma transformação física –
necessário separar a oxidorredução em suas duas mudança de estado, dissolução, método de
partes: a oxidação e a redução. separação de misturas – onde não há mudança
das substâncias, a transformação química,
Oxidação: perda de elétrons (e-). O elemento obrigatoriamente, gera coisas diferentes do que o
que passa por esse processo é chamado de que havia inicialmente.
Agente Redutor. A oxidação pode ser
expressa por Todo o processo de transformação deve estar
escrito de uma forma química para que, em
A → A+ + e- qualquer lugar do mundo, um estudante ou
onde o elétron, e- , está como um produto professor consiga entender o processo. A
da reação. linguagem química escreve as reações químicas
como segue abaixo:
• Redução: ganho de elétrons (e-). O elemento
que passa por esse processo é chamado de − Reagentes (ou estado inicial) – são as
Agente Oxidante. A redução pode ser substâncias que estão no início da reação
expressa por e estão localizadas antes da seta. São as
A+ + e- → A que irão reagir, sofrer a transformação.
onde o elétron, e-, está como um reagente − Produtos (ou estado final) – são as
da reação. substâncias resultantes da reação química
e estão localizadas após a seta.
Em ambos os processos o que se observa é uma Exemplo: Duas moléculas de gás
mudança no número de elétrons nas eletrosferas hidrogênio juntam-se com uma molécula
dos elementos participantes, causando uma de gás oxigênio, formando duas
variação no Nox dos elementos, dos reagentes moléculas de água.
aos produtos.

Observe que o H2 e o O2 são reagentes e H2O é o


produto.

220
QUÍMICA
Nas equações químicas, as substâncias devem para a nossa sorte, as substâncias, quando
aparecer com seus estados físicos: (s) – sólido (l) passam por essas transformações, dão dicas que
– líquido (g) – gasoso. Exemplo: C (s) + O2 (g) → que realmente passaram por elas. Essas dicas
CO2 (g) são chamadas de evidências reacionais e são

Para representar a reação química, utiliza-se uma • Formação de precipitado – Quando, ao


seta apontando para o lado direito, indicando a misturar duas substâncias, há a formação
transformação. Em cima da seta podem ser de um sólido.
utilizados alguns símbolos indicando as condições • Formação de produto menos volátil –
nas quais a reação deve ocorrer. Quando há a transformação de um
reagente menos polar para um mais polar.
a. ∆ - calor HCl(aq) + NaOH(aq) → NaCl(aq) + H2O(l)
b. aq – aquoso (em água, geralmente usado HCl – Substância molecular (volátil) → NaCl –
quando se trata de uma solução) Substância Iônica (não volátil)
c. cat – catalisador
d. λ – incidência de luz a) Formação de gás – Quando, ao misturar
Ainda podem haver os seguintes símbolos: duas substâncias, há a formação de um
gás. Pode ser notada pela efervescência
1. ↑ - desprendimento de gás, ou (g) ou mudança no cheiro. Exemplo: pastilha
2. ↓ - precipitação de um sólido, ou (s) de vitamina C em água.
b) Mudança de cor – Quando os reagentes
Como o número de substâncias químicas é deixam a solução de uma cor e, ao se
imenso, a forma com a qual elas se combinam não transformarem quimicamente, promovem
é apenas um. Para classificar os tipos de arranjo uma mudança de cor na solução.
que as substâncias podem fazer, foram c) Mudança de temperatura do sistema –
estabelecidos 4 tipos gerais. As reações podem Quando uma reação química libera ou
ser de absorve calor e isso pode ser medido
através da mudança de temperatura do
• Análise (ou decomposição) - Quando o sistema. Na liberação de calor, quando
número de produtos é maior que o número acontece de forma muito rápida, leva a
de reagentes. explosão.

2 H2O(l) → 2 H2(g) + O2(g) Existem vários tipos de reação química, cada um


com uma característica específica, que vale a
pena saber identificar pelo nome.

• Síntese (ou adição) - Quando o número de Combustão – Fermentação – Eletrólise – Fotólise


produtos é menor que o número de – Hidólise – Oxidação/Redução
reagentes.
7.2. BALANCEAMENTO DE EQUAÇÕES
2 H2(g) + O2(g) → 2 H2O(l) QUÍMICAS.

Em uma reação química, a estrutura dos átomos,


enquanto elementos químicos, ficam inalterados.
Os átomos de um elemento não se transformam
a) Simples troca (ou deslocamento) - São em átomos de outro elemento. Também não há
reações entre uma substância simples e perda ou criação de átomos novos (Lei de
outra composta, levando à transformação Lavoisier).
da substância composta em simples.
O número de átomos dos reagentes deve ser igual
Zn(s) + CuSO4(aq) → ZnSO4(aq) + Cu(s) ao número de átomos dos produtos. Quando isso
acontece, dizemos que a equação química
está balanceada.
• Dupla troca (ou dupla substituição) - São
reações entre duas substâncias Exemplo de equação balanceada:
compostas que permutam entre si os C + O2 → CO2
elementos químicos, gerando duas novas Exemplo de equação química não balanceada:
substâncias compostas. H2 + O2 → H2O

HCl(aq) + NaOH(aq) → NaCl(aq) + H2O(l) Observe que na 1ª equação há um carbono no


reagente e um carbono no produto. Também há
dois oxigênios no reagente e dois no produto. A
equação está corretamente balanceada.

Mas, você deve estar se perguntando, se eu não Na 2ª equação, há dois hidrogênios no reagente e
consigo ver os átomos sem a ajuda de um dois hidrogênios no produto, porém há dois
equipamento super poderoso como é que eu vou oxigênios no reagente e apenas um no produto.
saber que uma reação química aconteceu? Bem, Então, deve-se balancear esta equação. Há
221
QUÍMICA
alguns métodos para balancear uma equação elementos, se transformando em duas substâncias
química. O mais fácil e simples é o método das também compostas. Exemplos:
tentativas. HCl + NaOH → NaCl + H2O
FeS + 2HCl → FeCl2 + H2S
Para balancear a 2ª equação, podemos colocar o
número 2 na frente do H2 e o número 2 na frente 08- CÁLCULOS QUÍMICOS.
da H2O, assim:
2 H2 + O2 → 2 H2O A quantidade de uma substância no organismo
humano costuma ser dada em grandezas como
O número de átomos, por exemplo, deve ser miligramas (mg) ou em mililitros (mL). Mas, para
mantido sempre. Para esse número damos o medir outras, como massa e volume, de corpos
nome de índice. O número que poderá ser minúsculos, como átomos e molécula, os químicos
colocado na frente do átomo é o coeficiente, no precisam de unidades de grandeza especiais.
caso, também 2.
8.1. UNIDADE DE MASSA ATÔMICA (U)
Então temos agora 4 H no reagente e 4 H no
produto. Também 2 O no reagente e 2 O no Para a massa de átomos, foi necessária a escolha
produto. A reação agora está balanceada. Quando de um padrão compatível com essa massa. A
o coeficiente for 1, ele não precisa ser escrito. IUPAC convencionou que a massa do isótopo
mais estável de carbono, o carbono de massa 12.
Método das tentativas / acerto de coeficientes A ele foi atribuída a massa de, exatamente,
12,00000u. A unidade de massa atômica, u, foi
Para fazer o acerto dos coeficientes das reações escolhida, então, para ser a unidade de grandeza
químicas, utilizamos o método das tentativas, que para representar a massa atômica.
consiste apenas em contar o número de átomos Esquematicamente, tem-se:
dos reagentes e dos produtos.

Para facilitar, podemos começar acertando os


metais. Em seguida os não metais, depois
oxigênio e por último o hidrogênio. Nesta ordem:

1º) Metais
2º) Não metais
3º) Oxigênio
4º) Hidrogênio

7.3. TIPOS DE REAÇÕES QUÍMICAS


Portanto uma unidade de massa atômica (1u)
As reações químicas são classificadas em quatro
tipos: corresponde a 1/12 da massa do carbono-12. Em
gramas, essa grandeza corresponde ao
equivalente a 1 u = 1,66x10-24g.
- síntese ou adição
- análise ou decomposição
Massa de um átomo - Massa atômica (MA)
- simples troca ou deslocamento
- dupla troca
É a massa de um átomo expressa em u. Indica
SÍNTESE OU ADIÇÃO – é a reação onde duas ou quantas vezes a massa de um átomo é maior do
que 1/12 da massa do carbono-12.
mais substâncias reagem para se transformar em
uma. Exemplos:
C + O2 → CO2
Cao + H2O → Ca(OH)2

ANÁLISE OU DECOMPOSIÇÃO – é a reação


onde uma substância se divide em duas ou mais
substâncias de estrutura mais simples. Exemplos:
2AgBr → 2Ag + Br2
2Cu(NO3)2 → 2CuO + 4NO2 + O2 Massa atômica de um elemento

SIMPLES TROCA OU DESLOCAMENTO – é a Na natureza a maioria dos elementos apresenta


reação onde uma substância simples troca de isótopos com diferentes abundâncias relativas. Por
lugar com um elemento de uma substância exemplo: todo cloro na natureza é uma mistura de
composta, se transformando em uma nova seus isótopos 35 e 37, na seguinte proporção
substância simples. Exemplos:
Zn + H2SO4 → ZnSO4 + H2
Fe + CuSO4 → FeSO4 + Cu

DUPLA TROCA – é a reação onde duas


substâncias compostas reagem e trocam seus
222
QUÍMICA
Consequentemente, a massa atômica do elemento − molécula: H2O → MA = 18 u → M = 18
cloro será dada pela média ponderada desses g/mol.
valores.
Hipótese de Avogadro

Tentando justificar certo comportamento dos


gases, Avogadro introduziu a ideia de molécula ao
Tem-se que a massa atômica de um elemento é a lançar uma hipótese que, na época, não passava
média ponderada das massas atômicas dos de uma pressuposição, pois não havia meios de
isótopos naturais desses elementos. provar a existência de moléculas. Mais tarde,
outros pesquisadores conseguiram provar que a
Massa de uma molécula - massa molecular suposição de Avogadro estava correta. Desde
(MM) então, passou a ser lei e, atualmente é conhecida
como Lei de Avogadro, assim resumida
A massa molecular é a massa da molécula de
uma substância expressa em u. Indica quantas
vezes a massa da molécula é maior que 1/12 a
massa do carbono-12. Numericamente é igual a
somadas massas atômicas de todos os átomos.

8.2. CONSTANTE DE AVOGADRO - NA

O cientista italiano Amadeo Avogadro demonstrou


que uma amostra de qualquer elemento químico
possui sempre o mesmo número, N, de átomos
desde que a amostra possua massa, em gramas,
numericamente igual a MA do elemento. Apesar
disso, ele não conseguiu determinar o valor de N.
▪ Os gases estão a mesma pressão e
Ao longo do século XX, muitos experimentos temperatura;
foram feitos para determiná-lo, que foi chamado ▪ Os frascos possuem o mesmo volume;
de Constante de Avogadro. O valor atualmente ▪ Em todos os frascos tem-se o mesmo
aceito para essa constante é de 6,02x1023 mol-1. número de moléculas.

8.3. MOL (n) Desse modo, pode-se concluir que volumes


iguais de gases diferentes, nas mesmas
Mol é a quantidade de matéria que contém condições de temperatura e pressão, contém o
6,02x1023 espécies químicas (átomos, moléculas e mesmo número de moléculas.
íons). Assim:
8.5. VOLUME MOLAR (Vm)
• 1 mol de átomos de H tem 6,02x1023
O volume molar é o volume ocupado por 1 mol de
átomos de H.
qualquer gás ou vapor em uma determinada
• 1 mol de moléculas de H2O tem 6,02x1023
pressão e temperatura. Atualmente, está
moléculas de H2O.
determinado que o volume molar de qualquer gás,
• 1 mol do composto iônico NaCl tem
nas CNTP, é 22,4L.
6,02x1023 de íons Na+ e 6,02x1023 de íons
Cl-.

Sendo dada a massa (m) de uma entidade


química ou número de átomos/moléculas dessa
entidade, tem-se:

8.4. MASSA MOLAR (M)

Massa molar é a massa, em gramas, de 1 mol de


entidades elementares - átomos, íons e moléculas.
Sua unidade é g/mol. Exemplos: 8.6. CÁLCULO DE FÓRMULAS

− átomo: Na → MA = 23 u →M = 23 g/mol. A molécula de uma substância pode ser


representada de muitas maneiras. Cada uma

223
QUÍMICA
dessas maneiras recebe o nome de fórmula. dados como massa, porcentagem em
Observe a imagem a seguir: peso ou número de átomos, deve-se
transformá-los em mols de átomos.
Observemos o esquema a seguir.

• Fórmula mínima em Fórmula


molecular – Lembre-se que

Cada fórmula vai fornecer uma informação


diferente a respeito da molécula informada.

Principais tipos de Fórmulas

• Fórmula Molecular (ou bruta) FM - é a 8.7. LEIS PONDERAIS.


fórmula que vai indicar os elementos
constituintes da molécula, bem como a As reações químicas, como era de se esperar, não
proporção máxima inteira entre os átomos acontecem de qualquer jeito. Existem normas que
de elementos diferentes na substância. regem o comportamento dessas transformações.
Essas normas, também chamadas leis, foram
objeto de estudo há séculos atrás, por volta da
metade do século XVII, desenvolvidos por nomes
como Lavoisier, Proust e Dalton. As leis das
reações químicas podem ser esquematizadas
como

• Fórmula Mínima (ou empírica) fm - é a


fórmula que vai indicar os elementos
constituintes da molécula, bem como a
proporção mínima inteira entre os átomos
de elementos diferentes na substância.

A primeira lei ponderal é também conhecida como


Lei de Lavoisier, ou lei da conservação das
massas, e diz que;
• Fórmula percentual em Massa ou
Composição Centesimal - é a fórmula Ao se realizar uma reação química em um
que vai indicar os elementos constituintes sistema fechado, a soma da massa dos
da molécula, bem como a porcentagem produtos deverá ser igual a soma da massa
em massa de cada elemento em 100g da dos reagentes.
substância.
Para determinar esta lei, Lavoisier realizou o
experimento de combustão do óxido de mercúrio.
Ele verificou que, mesmo tendo a reação
acontecido, a massa dos reagentes e dos
produtos permanecia igual caso a reação
acontecesse em um sistema fechado (onde não
há troca de massa entre o sistema e o meio). O
esquema do experimento de Lavoisier é mostrado
Interconversão de Fórmulas abaixo:

• Fórmula percentual em massa para


Fórmula Mínima - Para determinar a
fórmula mínima de um composto, basta ter
os dados dos elementos que o formam em
mols de átomos. Se forem fornecidos
224
QUÍMICA

Portanto, a composição da água apresentará


sempre a mesma proporção entre as massas de
hidrogênio e oxigênio:

Essa lei ponderal funciona como as medidas de


uma receita. Se você procura uma receita de bolo,
por exemplo, lá estarão constados os gramas e
volume de cada ingrediente para uma quantidade
fixa de pessoas. Se você deseja servir o dobro de
pessoas do que a receita promete servir, é
Esquematicamente, tem-se que
necessário, também, dobrar a quantidade de
ingredientes para fazer a receita. Trocando bolo
por produtos e ingredientes por reagentes teremos
a aplicação em uma reação química.

A terceira lei ponderal é conhecida como lei de


Dalton ou Lei das proporções múltiplas. Vamos
analisar as moléculas abaixo:

O balanceamento é uma técnica de fazer com CO e CO2 / NO, NO2 e N2O / SO e SO2
que as reações químicas tenham a primeira lei
contemplada pois iguala as quantidades dos podemos perceber que elas são formadas pelos
átomos, nos reagentes e produtos, igualando mesmos elementos e a diferença entre eles é a
também, as massas. Tomando como exemplo a quantidades de átomos em cada molécula. Se
reação de formação da água: Massa do pegarmos as moléculas com carbono,
Hidrogênio = 1g/mol ; Massa do Oxigênio = encontramos moléculas com 1 átomo de carbono
16g/mol e 1 de oxigênio, mas também com 1 átomo de
carbono e 2 átomos de oxigênio. Essa
H2(g) + O2(g) → H2O(l) - Reação não balanceada regularidade, de um átomo de um elemento, no
Massa dos produtos = 2 + 16 = 18g caso o carbono, conseguir se ligar a quantidades
Massa dos reagentes = 2 + 32 = 34 g diferentes de outro elemento, no caso o oxigênio,
formando moléculas diferentes, Dalton denominou
2 H2(g) + O2(g) → 2 H2O(l) - Reação balanceada de proporções múltiplas que ele definiu
Massa dos produtos = 2x(2 + 16) = 36 g
Massa dos reagentes = (2x2) + 32 = 36 g Ao se realizar uma reação química entre 2
elementos, A e B, mantendo a massa de A
No exemplo de reação não balanceada temos que constante e variarmos a massa de B haverá a
as massas de produtos e reagentes são formação de moléculas diferentes cujas
diferentes. Depois do balanceamento percebemos quantidades de B estarão relacionadas por
que as massas passam a ser iguais. números inteiros.

A segunda lei ponderal é conhecida como Lei de Esquematicamente, temos


Proust, ou lei das proporções definidas, e diz que;

a massa de uma substância é composta de


proporções fixas de massa entre os elementos
que a compõem.

Usando o exemplo da formação da água,


As duas primeiras leis ponderais são as mais
analisemos a tabela a seguir
utilizadas em questões de estequiometria. É um
conhecimento que será cobrado implicitamente.

Leis volumétricas de Gay-Lussac

225
QUÍMICA
Em 1805, o cientista francês Gay-Lussac tornou geral, com o auxílio das equações químicas
públicas as leis volumétricas que levam o seu correspondentes. Ao se efetuar cálculos
nome e que serviram para contrapor a Teoria estequiométricos é importante prestar atenção e
Atômica de Dalton. seguir três passos. Tomemos como exemplo a
reação de formação da amônia

N2 (g) + H2 (g) → NH3 (g)

como calcular qual será a massa de gás


hidrogênio consumida na produção de 5,6L de
amônia?

1º passo – Escrever a equação da reação química


mencionada.

N2 (g) + H2 (g) → NH3 (g)

2º passo – Verificar se a equação da reação está


devidamente balanceada. Se não, esse passo
inclui o balanceamento da reação. Utilizando o
método da tentativa, chegamos a

N2 (g) + 3 H2 (g) → 2 NH3 (g)

Os enunciados das leis volumétricas podem ser 3º passo - Após realizar o devido balanceamento,
resumidos em: basta utilizar os coeficientes da equação para
montar uma regra de três simples, envolvendo os
Os volumes dos reagentes e dos produtos dados do problema. Qualquer que seja a
gasosos, em reações químicas nas mesmas solicitação do problema, utiliza-se uma regra de
condições de temperatura e pressão, formam três simples, que está resumida no esquema a
uma proporção de números inteiros e seguir
pequenos.

N2 (g) + 3 H2 (g) → 2 NH3 (g)


Utilizando os
coeficientes da
equação: 3x 2g ------ 2x 22,4L
Hipótese de Avogadro Proporção que se m ------ 5,6L
deseja encontrar:
Volumes iguais de gases diferentes tem o
mesmo número de moléculas, medidos nas
Na regra de três, multiplicando os meios pelos
mesmas condições de temperatura e pressão.
extremos, temos;
Com esse princípio, Avogadro desfez a aparente
m * 2x22,4 L = 3x 2g * 5,6L
contradição entre a Teoria atômica de Dalton e as
m = 33,2g / 44,8
Leis volumétricas de Gay-Lussac.
m = 0,75g

que é a massa de hidrogênio necessária para


produzir 5,6L de amônia.

9.1. CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO EM


REAÇÕES SUCESSIVAS

Quando a formação de um produto é dada por


etapas, diz-se que as reações são consecutivas e
se faz necessário o ajuste destas reações e a
formação de uma única reação, realizada pela
soma das reações correspondentes às etapas.
09- CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS. Deve-se estar atento aos seguintes
procedimentos:
Cálculo estequiométrico, ou estequiometria, é o
cálculo das quantidades de reagentes e/ou • Tomar cuidado em ajustar as equações
produtos das reações químicas, feito com base químicas entre si – Todas as substâncias
nas leis das reações químicas e executado, em
226
QUÍMICA
presentes nos reagentes que estarão A necessidade de verificar a existência de excesso
presentes nos produtos deverão ser cortadas, em uma reação ocorre quando são fornecidas as
pois remete à produção e consumo da quantidades de dois reagentes. Ao colocá-los para
mesma. reagir, pode acontecer de suas quantidades não
• Número estequiométrico - Se uma substância se encontrarem em proporções estequiométricas
foi produzida em certa quantidade e está para que não reste nenhuma quantidade das
sendo consumida na reação seguinte em uma substâncias sem participar da reação. Como
quantidade inferior ou superior, a mesma proceder para verificar se existe excesso em um
deverá ser ajustada pelo balanceamento de dos reagentes?
equação química.
• Escolhe-se aleatoriamente um dos
Vejamos no exemplo a seguir, que demonstra a reagentes e, usando sua quantidade,
produção de ácido sulfúrico - H2SO4 calcula-se a quantidade estequiométrica
necessária, usando a proporção da reação
química;
• Se a quantidade calculada for igual a
fornecida, significa dizer que não há
excesso de nenhum dos reagentes.
• Se a quantidade encontrada for
maior/menor que a fornecida, há excesso
de um dos reagentes.

Vejamos o exemplo a seguir.


Percebe-se que para obter o produto de interesse,
é necessário passar por uma etapa intermediária.
Poderia ser perguntado, por exemplo, qual a
massa de ácido sulfúrico seria produzida com 4
toneladas de enxofre. (Dados: Massas molares –
S = 32 g/mol; H2SO4 = 98 g/mol).
Considerando o processo descrito acima,
Tem-se, então, duas maneiras de se resolver esse calculemos a quantidade de nitrato de sódio
problema. O primeiro seria desenvolver formada pela reação de 5,6L de pentóxido de
sucessivas regras de três para calcular a massa nitrogênio e 30g de hidróxido de sódio. A primeira
de SO2, depois de SO3 e, por último, de H2SO4. coisa é identificar se há excesso em algum dos
reagentes. Pode ser escolhida, para comprovar
Porém existe um modo mais simples e rápido de isso, quaisquer dados fornecidos, o no pentóxido
resolve-lo. Ao somar as equações químicas de nitrogênio ou do hidróxido de sódio. Utilizando
dadas, podemos obter uma equação do processo o pentóxido de nitrogênio, temos
geral, que vai nos proporcionar a possibilidade de,
com apenas uma regra de três, resolver o
problema.

Encontramos que, para reagir inteiramente com os


5,6L de pentóxido de nitrogênio são necessários
20g de hidróxido de sódio. Logo, como nos foi
fornecido que haviam 30g de NaOH no meio
reacional, sabemos que este é o reagente em
excesso e que o pentóxido de nitrogênio é o
reagente limitante.

I) Reagente em excesso: aquele que se


encontra em quantidade maior que a
necessária para a reação acontecer.
i. Reagente limitante: aquele que vai
Realizando a multiplicação dos meios pelos determinar o quanto de produto vai ser
extremos, temos que a massa obtida será de m = formado, considerando um rendimento de
12,25 t de H2SO4. 100%.

9.2. CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO EM Assim, para o nosso exemplo, temos


REAÇÕES COM EXCESSO DE UM DOS
REAGENTES

227
QUÍMICA

9.3. CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO EM


REAÇÕES ENVOLVENDO REAGENTES COM
ALGUMA IMPUREZA

Nos problemas estudados até agora, os reagentes 9.4. CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO EM


foram considerados como sendo 100% puros. Na REAÇÕES SEM RENDIMENTO TOTAL
prática, é muito raro que isso aconteça, pois as
substâncias geralmente tem impurezas. Nesse Nos exemplos anteriores, todas as reações
caso é importante s definição do grau de pureza, químicas foram trabalhadas como processos que
p, obtido pela razão entre a massa da substância as massas dos reagentes se transformam
pura e a massa total da amostra totalmente em produtos, o que significa um
rendimento de 100%, também chamado de
rendimento teórico. Na prática, é impossível que
uma reação apresente rendimento teórico. Nesse
caso temos como calcular o rendimento real de
uma reação química, fazendo a razão entre a
Observe que: quantidade de produto experimentalmente obtida e
da quantidade de produto teoricamente esperada.
• O grau de pureza (p) multiplicado por 100
fornece a porcentagem do grau de pureza.

• A massa total da amostra multiplicada pelo


grau de pureza fornece a massa da substância Observe que
pura.
• O rendimento r multiplicado por 100 dá o
rendimento percentual

A pureza só é utilizada para calcular de


quantidade de reagentes, não de produtos. • A quantidade de produto teórico
multiplicado pelo rendimento fornece a
Os problemas podem envolver situações onde o quantidade real obtida.
grau de pureza é fornecido ou ele é a pergunta do
problema. Nos dois casos podemos nos guiar pelo
esquema:
O rendimento só é utilizado para o cálculo de
quantidade de produtos de uma reação, e não
de reagentes.

Os problemas podem envolver duas situações: ou


o rendimento será fornecido e o problema pede a
quantidade realmente obtida, ou a quantidade
obtida é fornecida e é necessário calcular o
rendimento. Em ambos os casos, podemos nos
basear no esquema:
Vejamos no exemplo abaixo, onde o problema é
sobre a obtenção de 11,2L de gás carbônico pela
calcinação de uma massa, que é o que se deseja
saber, de calcário com 80% de pureza.

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