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Revisão Geral – Desenho Arquitetônico II

COBERTURA
As coberturas têm como função principal a proteção das edificações, contra a ação das intempéries, atendendo
às funções utilitárias, estéticas e econômicas. Em síntese, as coberturas devem preencher as seguintes
condições:
- funções utilitárias: impermeabilidade, leveza, isolamento térmico e acústico;
- funções estéticas: forma e aspecto harmônico com a linha arquitetônica, dimensão dos elementos, textura e
coloração;
- funções econômicas: custo da solução adotada, durabilidade e fácil conservação dos elementos.
As Coberturas são divididas em:
- PLANAS – lajes e telhados
- CURVAS – abóbadas, cúpulas e cascas

Cobertura em Telhado
Telhamento – telhas
Trama – terças, caibros e ripas
Estrutura de apoio – tesouras, oitões, pontaletes ou vigas
Sistema de captação de águas pluviais – rufos, calhas e condutores verticais

Nomeando as partes de uma cobertura


Ver anexos

Tabela de distâncias entre elementos de uma cobertura:


ELEMENTO MÍNIMA MÁXIMA MÉDIA
TESOURAS x TESOURAS ou TESOURAS x
- 4,00m -
PAREDES

TERÇAS - 2,50m -

CAIBROS - - 0,50m

DEPENDE DO TAMANHO (GALGA) DA


RIPAS
TELHA

Observações importantes sobre telhados:


Ripas – pequenas peças de madeira, apoiadas sobre o caibro para sustentação das telhas;
Galga – distância das telhas para encaixe e apoio entre duas ripas;
Caibros – peça de madeira que sustenta as ripas. Assentam-se nas terças;
Cumeeira – terça da parte mais alta do telhado. Grande viga de madeira, que une os vértices da tesoura e onde
se apoiam os caibros do madeiramento da cobertura;
Terça – viga de madeira apoiada sobre as pernas da tesoura ou sobre paredes, para sustentação dos caibros,
paralela à cumeeira e ao frechal;
Frechal – Terça da parte inferior do telhado, sendo sustentada sobre o topo da parede, servindo de apoio à
tesoura;
Contrafrechal – Terça mais baixa apoiada diretamente sobre a tesoura, onde se assentam os caibros, paralelo
ao frechal;
Chapuz – Pequenas peças de madeira, fixadas sobre as pernas de uma tesoura para garantir o não deslizamento
das terças;
Calço – peças de madeira colocadas sob os pontaletes e pendurais com a função de distribuir o esforço dos
pendurais sobre a laje de concreto. Chamados também de berço;
Pontaletes – peças verticais sobre os calços, que apoiam as terças. Trabalha a compressão;
Tesoura – viga em treliça plana vertical, formada de barras dispostas de maneira a compor uma rede de
triângulos, tornando o sistema estrutural indeslocável;
Oitões – são paredes de formato triangular que substituem as tesouras nos limites da edificação, servindo de
apoio para as terças. Estão sob o telhado;
Platibanda – continuação das paredes externas com o objetivo de esconder as coberturas;
Calhas – captadoras de águas pluviais, colocadas horizontalmente (com pequena inclinação), geralmente em
chapas galvanizadas ou PVC;
Rufos – peças para garantir a estanqueidade à água no encontro do telhado com a alvenaria;
Beirais – partes da cobertura que avançam além dos alinhamentos das paredes externas. Faz o papel das abas
de um chapéu. Protege as paredes contra as intempéries. Geralmente tem largura em torno de 60cm a 100cm;
Tacaniça – são águas de um telhado em formato triangular;
Sambladuras ou entalhes – ligações “práticas” entre peças de madeira, com encaixes precisos;
Ferragens ou cobrejuntas – peças metálicas de reforço nos encontros das peças de madeira dos telhados;
Testeira – peças de acabamento normalmente de madeira ou concreto colocadas nas extremidades de qualquer
beiral;
Espigão - Aresta inclinada delimitada pelo encontro entre duas águas que formam um ângulo saliente, isto é, o
espigão é um divisor de águas;
Rincão ou água-furtada - É uma parte do telhado, constituída por uma aresta inclinada delimitada pelo
encontro de duas águas que formam um ângulo reentrante, ou seja, é para onde convergem as águas que caem
sobre o telhado.

Inclinação de um telhado
A inclinação dos telhados é calculada em PORCENTAGEM.
A melhor inclinação para um telhado depende do tipo da telha a ser utilizada.
i = h/d, sendo “i” a inclinação utilizada, “h” a altura da cumeeira e “d” a distância horizontal.
Importante: para o cálculo da altura de um telhado, sempre utilizar um triângulo RETÂNGULO. Para telhado
de uma água, por exemplo, utilizar toda a largura da edificação. Para um telhado de duas águas com a
cumeeira no meio da edificação, utilizar a metade da largura da edificação. Ver páginas 24 e 25 da apostila.

Cobertura em águas interligadas


Ver página 26 da apostila

Planta de Cobertura
Informações que obrigatoriamente devem constar nas plantas de cobertura:
- tipo de telha;
- inclinação adotada;
- dimensão dos beirais;
- setas indicativas dos caimentos (águas);
- subprojeção da edificação em linha tracejada;
- marcação dos cortes e fachadas;
Para o desenho de um telhado tradicional com o número máximo de águas, deve-se observar primeiramente a
maior cumeeira, dividir o telhado em vários “sub-telhados” menores e depois interligá-los formando um
desenho com cumeeiras, espigões e rincões.
Ver método na apostila, páginas 29 e 30

Caixa d’água
Pode ser instalada embaixo da cobertura ou ser construído volume específico para abrigá-la. Deve-se observar
as alturas mínimas de instalação, sendo 50cm entre a laje e o fundo da caixa e 40cm entre a cumeeira e a
tampa da caixa (para residências unifamiliares)
Para o cálculo do volume da caixa d’água para residências unifamiliares, utiliza-se o número de quartos da
edificação, considerando 2 moradores por quarto. Além disso, o cálculo deve prever 150l/dia/pessoa e
considerar o volume para 2 dias.
PROJETO ARQUITETÔNICO
O Projeto Arquitetônico, de acordo com a NBR 6492/1994, possui algumas “fases”, como o Estudo
Preliminar, o Projeto Básico ou Anteprojeto e o Projeto Executivo.
Na nossa disciplina, desenvolvemos um Anteprojeto, que é a fase de projeto utilizada para aprovação em
prefeituras.
Um anteprojeto deve conter no mínimo, os seguintes documentos: Planta de Situação, Quadro de Índices
Urbanísticos, Planta de Implantação (ou Locação), Planta Baixa, Planta de Cobertura, Cortes e Fachadas.

Notas sobre Projetos Arquitetônicos:

Planta de Situação deve conter basicamente:


- a planta do loteamento com a indicação do lote do projeto, lotes e quadras vizinhas e o desenho do
loteamento até a esquina mais próxima;
- nome das ruas;
- Norte;
- contorno da edificação hachurado;
- cotas;
- título e escala;

Planta de Implantação deve conter basicamente:


- o desenho do terreno com muros, portões, pisos e demais elementos que compuserem a implantação;
- contorno da edificação ou das edificações hachurado;
- área total construída;
- níveis;
- cotas;
- Norte;
- indicação de calçada e o nome da rua em frente;
- indicação de esquadrias;
- quadro de esquadrias;
- indicações e notas diversas;
- indicação dos cotes e fachadas;
- título e escala;

Planta Baixa da edificação deve conter basicamente:


- todo o desenho da edificação em planta, como se fizéssemos uma seção horizontal a uma altura aproximada
de 1,20 a 1,50m, indicando os elementos “cortados” e em vista;
- projeções;
- hachuras de águas molhadas;
- indicação de esquadrias;
- quadro de esquadrias;
- níveis;
- indicações e notas diversas;
- desenho de elementos normalmente fixos, como pias, bacias sanitárias, chuveiro, tanques etc;
- linhas de desnível de piso;
- nome e área de cada cômodo;
- indicação dos cotes e fachadas;
- Norte;
- cotas;
- demais informações pertinentes;
- título e escala;
Planta de Cobertura da edificação deve conter basicamente:
- tipo de telha;
- inclinação adotada;
- dimensão dos beirais;
- setas indicativas dos caimentos (águas);
- subprojeção da edificação em linha tracejada;
- marcação dos cortes e fachadas;
- indicação de altura de platibandas;
- indicação de rufos e demais elementos;
- título e escala;

Cortes da edificação devem conter basicamente:


- linha de piso;
- elementos cortados e em vista;
- níveis;
- hachura de concreto cortado;
- hachuras nas áreas molhadas;
- cotas;
- título e escala;

Fachadas da edificação devem conter basicamente:


- linha de piso;
- todos os elementos em vista;
- título e escala;

Plano Diretor Municipal


O Plano Diretor Municipal (PDM) é um instrumento que define as diretrizes de desenvolvimento de uma
cidade. A ausência de um planejamento territorial que antecipe a ocupação gera impactos negativos,
especialmente com relação à infraestrutura urbana que ocorre posteriormente, ao processo de ocupação. Daí a
importância do PDM como instrumento orientador do desenvolvimento local sustentável. Essa Lei Municipal
estabelece a estratégia de desenvolvimento territorial e tem como principal objetivo a melhoria da qualidade
de vida, com desenvolvimento econômico e inclusão social.
O Estatuto da Cidade e a Resolução 25/2005 do Conselho das Cidades estabeleceu a obrigatoriedade de
elaboração do PDM, para o município que se enquadre em qualquer uma das seguintes condições:
 Possua mais de 20 mil habitantes segundo o Censo 2000 IBGE;
 Esteja inserido em aglomerado urbano ou região metropolitana.

Tabela de Índices Urbanísticos


Um dos principais itens estabelecidos pelo Plano Diretor Municipal são os índices urbanísticos. O Plano
“divide” a cidade em várias áreas com características e vocações distintas, as Zonas Urbanísticas.

De acordo com a Zona Urbanística, vários índices limitadores de ocupação são estabelecidos, dentre eles:

- Atividade Permitida e/ou Tolerada: tipo de uso, por exemplo, residencial, comercial, serviço, industrial etc;
- Coeficiente de aproveitamento: área computável / área total do terreno;
- Taxa de ocupação: área de projeção / área do terreno x 100 (dado em porcentagem);
- Taxa de permeabilidade: área permeável / área do terreno x 100 (dado em porcentagem);
- Gabarito: número máximo de pavimentos;
- Altura máxima da edificação: altura do terreno até o ponto mas alto da edificação;
- Afastamentos mínimos: afastamentos da edificação em relação aos limites do terreno ou ao elemento que
possa desfavorecer a ventilação/iluminação;
- Limites de parcelamento de solo: testadas e áreas mínimas para lotes num projeto de loteamento.

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