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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Transformação Entre Discurso Direto e Discurso Indireto


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TRANSFORMAÇÃO ENTRE DISCURSO


DIRETO E DISCURSO INDIRETO

RELEMBRANDO
No vídeo anterior, falamos dos tipos de discurso: discurso direto, indireto e indireto livre.
Compreendeu-se as diferenças entre esses tipos de discurso e depois foram feitas algu-
mas questões de provas para praticar.

Agora, será visto como transformar uma frase em discurso direto para o discurso indi-
reto e vice-versa. Essa transformação é importante, pois é cobrada pelas principais bancas,
e também porque esse processo é utilizado nas questões de reescritura e reformulação de
estruturas. Essa é uma tendência geral nas cobranças de Língua Portuguesa atuais.
Existe uma lógica que está na base de todas as mudanças que serão mostradas: dis-
curso direto significa estar ouvindo o que uma pessoa está falando, ouvir diretamente de
alguém; mas, sair da presença da pessoa e contar a uma terceira pessoa o que ouviu, impõe
uma distância no tempo. Essa distância no tempo será a base de todas as transformações
que serão vistas agora.
ANOTAÇÕES

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Discurso direto: discurso presente, atual, pessoa próxima ou diante de quem ouve/fala.
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Discurso indireto: distância no tempo, passado.
A transformação só atinge a fala do personagem. A fala do narrador apenas será repetida.
A parte inicial, antes dos dois-pontos, corresponde à fala do narrador, após os dois-pontos é
a fala do personagem.
No discurso direto, a fala está no presente do indicativo. A regra é que, no discurso indi-
reto, a fala vá para o Pretérito Imperfeito do Indicativo. Os dois-pontos e o travessão são reti-
rados no discurso indireto, em vez deles, utilizam-se os conectivos, principalmente a palavra
que ou a palavra se.
O verbo muda para o passado quando conta-se a outra pessoa, porque há um distan-
ciamento no tempo, a pessoa não está mais no momento presente falando, virou um evento
do passado.
Outra transformação é ter o verbo no Pretérito Perfeito do Indicativo e passar para o Pre-
térito Mais-que-Perfeito do Indicativo. Por exemplo: escuta-se de alguém “Não tomei banho.”
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Daí, ao contar para outras pessoas o que se ouviu, fala-se: “Felipe assumiu que nem tomara
banho/nem tinha tomado banho.”. Assim, na presença da pessoa, ela já fala no passado,
então, para distanciar no tempo, é preciso ir para o mais-que-perfeito. Se essa lógica for
decorada, nem é preciso decorar as regras.
Futuro do Presente transforma-se em Futuro do Pretérito.

ATENÇÃO
O tempo verbal muda, mas o sentido, não. Por isso, a mudança de discurso direto para
indireto, é uma mudança que pode ser feita na reescritura de textos, e perguntar se se
conserva o sentido. Quando essa mudança é feita respeitando essas regras, ela está pre-
servando o sentido.

Imperativo vira Pretérito Imperfeito do Subjuntivo. O Imperativo origina-se da conjuga-


ção dos verbos no Presente, copia o Presente. No modo presente, a transformação é para o
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Pretérito Imperfeito do Indicativo. O Imperativo, por sua vez, equivale a um pedido, não é um
fato. Para demonstrar que aquilo não é um fato, utiliza-se o Subjuntivo. Com isso, utiliza-se
o Imperfeito do Subjuntivo.
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Pronomes de 1ª/2ª pessoa transformam-se em Pronomes de 3ª pessoa. Isso se dá devido


ao distanciamento temporal, também.
Este(a)(s)/esse(a)(s) vai virar aquele(a)(s), aquilo, com a mesma base do distanciamento.
Por exemplo: uma pessoa está conversando com outra e segurando uma caneta. Para a
pessoa que está em sua frente, a caneta é “essa”. Se a pessoa toma distanciamento e vai
conversar com uma terceira, a caneta vira “aquela”.
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Advérbio de proximidade torna-se Advérbio de distanciamento. “Hoje” vira “naquele dia”;
1ª pessoa do plural vira 3ª pessoa do plural. Prevalece a noção de manter o sentido con-
textual. Estas são as regras gerais e a base é sempre manter o distanciamento. Porém,
acima de tudo, é preciso levar em conta como o texto está organizado. Somente julgar uma
cobrança pela regra “seca”, o candidato corre muito risco de errar.

DIRETO DO CONCURSO
1. (FCC/TRF3/ANALISTA JUDICIÁRIO) 1 Nosso cérebro é uma complexa estrutura for-
jada pela evolução. Por outro lado, é também primitivo. É curioso pensar que o mais
erudito dos moradores deste planeta tenha o mesmo hardware que um caçador coletor
que passou a vida errando em uma pequena área em busca da sobrevivência.
2 Estou sendo injusto em minha descrição. Nosso ancestral era capaz de tecer, realizar
pequenas cirurgias, fazer ferramentas de pedra. Tente criar algo assim em casa e você
verá que somos menos autônomos do que um coletor do Paleolítico. Mas estou sendo
preciso quando comparo nossos cérebros.
Estou sendo injusto em minha descrição. (2º parágrafo)
Transposto para o discurso indireto, o trecho transcrito acima assume a seguinte reda-
ção Leandro Karnal afirmou
a. que vai estar sendo injusto em sua descrição.
b. estar sendo injusto em minha descrição.
c. que estava sendo injusto em sua descrição.
d. ter sido injustiçado em sua descrição.
e. que fora injusto em minha descrição.
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COMENTÁRIO
A frase está na primeira pessoa porque é como se fosse a fala na hora em que foi dita dire-
tamente para o leitor. O verbo está no Presente do Indicativo “estou”, vai para o Imperfeito
e fica como “estava”.
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2. (FGV/MPE/AL/TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO) No segmento a seguir, a pergun-


ta é feita em discurso indireto.
“No caixa, outras freguesas perguntaram se ela tinha restaurante.”
Assinale a opção que apresenta a forma dessa pergunta em discurso direto.
a. A senhora tinha restaurante?
b. A senhora tinha tido restaurante?
c. A senhora teria restaurante?
d. A senhora teve restaurante?
e. A senhora tem restaurante?

COMENTÁRIO
• Pergunta indireta não tem interrogação, pois se trata de apenas contar para alguém. A
pergunta que tem interrogação é a pergunta feita com travessão (discurso direto).
• “Perguntaram” é um verbo declarativo (verbo de fala). A fala do personagem vem depois
do verbo de fala, o qual pertence ao narrador.
• “ela” vira “eu”; “tinha” vira “tenho”. É preciso entender a lógica: são freguesas pergun-
tando, no caixa, para uma das pessoas. Perguntando para ela, eu vou me dirigir com “se-
nhora” ou “você”, e não “eu”. Transforma-se, agora, para a 3ª pessoa na conjugação no
presente: A senhora tem / Você tem.

GABARITO
1. c
2. e

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Márcio Wesley Ferreira Dias.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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