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“Um curso é tudo aquilo que fica quando acaba.


APRESENTAÇÃO

Estrutura do Curso

Dinâmica de estudo ► o Curso Brigada de incêndio e Emergência é auto instrucional. Sua concepção
permite ao aprendiz cumprir os objetivos do curso de acordo com disponibilidade e ritmo próprios.
Duração do curso ► a duração estimada para o Curso Brigada de incêndio e Emergência pode ser de
8 a 60 horas de duração.

Meta de Aprendizagem

Ao concluir o curso, o participante deverá ser capaz de identificar os meios de prevenção contra incêndio e
os procedimentos básicos de primeiros socorros, conforme normas e legislações relacionadas.

Dicas de Aproveitamento
Estudar a distância exige disciplina. Em um curso você é o responsável pela
construção do seu conhecimento!
• Reserve um momento para se dedicar aos estudos;
• Organize-se para que esse momento seja agradável e produtivo;
• Leia com calma e atenção as informações para entendê-las corretamente.;
• Anote os pontos que considerar relevantes.
• Se surgirem dúvidas, não hesite em consultar o conteúdo novamente.

Agora você pode iniciar o Curso Brigada de Incêndio e Emergência.

Bons estudos!

“Um curso é tudo aquilo que fica quando acaba.”


BRIGADA DE INCÊNDIO E EMERGÊNCIA

Objetivos de Aprendizagem
▪ Relatar objetivos, definições e requisitos da Brigada.
▪ Identificar comportamentos, perfis e funções do Brigadista.
▪ Descrever os parâmetros mínimos para composição, formação, implantação e reciclagem
da Brigada.

Composição da Brigada de Incêndio e Emergência


Ao ouvir falar em brigada de incêndio, a primeira coisa que vem à mente são bombeiros e profissionais
altamente treinados na atividade de combate ao fogo. Mas não se engane: a brigada de incêndio não é só um
grupo de pessoas que combatem princípio ou incêndios, e sim uma superliga muito bem treinada para atuar
onde e quando houver a necessidade de agir em uma emergência.
Por muito tempo, heróis sem capa têm avançado na segurança e na prevenção contra
incêndios, com o objetivo de proteger a vida e o patrimônio, reduzir as consequências sociais
e os danos ao meio ambiente.

Referências Normativas
Você conhece as normas mais importantes na área de proteção contra incêndios?
Confira:
-Portaria do Ministério do Trabalho nº 3214, de 08 de junho de 1978,
em sua Norma NR23
-ABNT NBR 14608:2000 – Bombeiro profissional civil.
-ABNT NBR 14277:2005 – Instalações e Equipamentos para
Treinamento de Combate a Incêndio.
-ABNT NBR 15219:2005 – Plano de emergência contra incêndio.
-ABNT NBR 14276:2020 – Programa de Brigada de Incêndio.
-Regulamentadora nº 6 – Dispõe sobre uso, distribuição, guarda e
manutenção dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).

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COMPOSIÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO E EMERGÊNCIA

Segundo a NBR 14.276/2020, a Brigada de Incêndio e Emergência é um grupo organizado de pessoas


capacitadas para atuar em prevenção, abandono de área e combate a um princípio de incêndio e também
prestar os primeiros socorros a possíveis vítimas.
A composição da Brigada de Incêndio de cada pavimento, compartimento ou setor leva em conta:
▪ a população fixa;
▪ o grau de risco;
▪ os grupos/divisões de ocupação da planta;
▪ a participação de pessoas de todos os setores.
A Brigada de Incêndio possui um papel estratégico no plano de emergência de cada planta.

Requisitos mínimos para ser um brigadista

Veja a seguir os requisitos básicos para se tornar um brigadista:

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Seleção e Formação da Brigada

Quando ocorre uma emergência o medo evolui para sentimento de pânico e contagia todos. Fobia é algo
normal do ser humano e não desabona o profissional, porém não é recomendado que alguém com fobia de
qualquer das situações apresentadas na imagem acima não deve participe da Brigada de Incêndio. As
características de pessoas aptas e necessárias em uma Brigada de Incêndio são: proatividade, calma, saudáveis
e tenham afinidade real com esse tema.

Para a reciclagem, o brigadista pode ser dispensado de participar da parte teórica do treinamento de incêndio
e/ou primeiros socorros, desde que seja aprovado em pré-avaliação em que obtenha 70% de aproveitamento.

Avaliação teórica ► É realizada na forma escrita, podendo ser de múltipla escolha.


Avaliação prática ► É realizada de acordo com o desempenho do aluno nos exercícios
realizados.

Uma brigada precisa realizar o treinamento anual, determinado por norma. Entretanto, aposte nas
instruções continuadas. Elas são o diferencial para que se tenha uma admirável liga de brigadistas!

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ATRIBUIÇÕES DA BRIGADA DE INCÊNDIO E EMERGÊNCIA

O responsável pela Brigada de incêndio e Emergência e o responsável pela ocupação da planta possuem
atribuições diferentes. Entenda:

Responsável pela Brigada de Incêndio:


Planejar e implantar a Brigada de Incêndio. Monitorar e analisar criticamente o funcionamento da
Brigada de Incêndio, de forma a atender aos objetivos da Norma 14277:2005 que trata da Instalações e
equipamentos para treinamento de combate a incêndio.

Responsável pela ocupação da planta:


Arquivar todos os documentos que comprovem o funcionamento da Brigada de Incêndio, por um
período mínimo de cinco anos. Em caso de alteração do responsável pela Brigada de Incêndio, o responsável
pela ocupação da planta deve documentar essa alteração por escrito.

IMPLANTAÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO

Quando do processo de implantação da brigada de incêndios em qualquer edificação devem ser seguidas
algumas etapas. As cinco primeiras etapas desse processo são de suma importância e suas execuções são de
grande influência para tornar o programa da brigada eficiente.

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Estas etapas, que podem ser classificadas como etapas de Planejamento, são as seguintes:
- Definição de um responsável pela brigada de Incêndio da planta;
- Estabelecer a composição da Brigada de Incêndio;
- Estabelecer o organograma da Brigada de Incêndio;
- Selecionar os candidatos a brigadistas; e
- Definir o nível de treinamento da brigada.

Como agir em situações de Emergência

Procedimentos Básicos de Emergência

A brigada de incêndio deve atuar conforme treinamento realizado e seguir o plano de emergência contra
incêndio da planta, que deve estar de acordo com a NBR 15219 - Plano de emergências Contra Incêndio.

Recomendações em Caso de Abandono

Proceder ao abandono da área parcial ou total, quando necessário, conforme comunicação

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preestabelecida, conduzindo a população fixa e flutuante para o ponto de encontro, ali permanecendo até a
definição final da emergência. O plano deve contemplar ações de abandono para portadores de deficiência
física permanente ou temporária, bem como as pessoas que necessitem de auxílio (idosos, gestantes etc.).

PROTEÇÃO CONTRA INCÊNCIO

Objetivos de Aprendizagem

Como a existência de um incêndio está relacionada à presença de fogo, nosso estudo se inicia com a
compreensão do fogo, seus componentes, fenômenos e inteirações. O controle e a extinção de um incêndio
requerem que os assuntos tratados neste manual, como a natureza física e química do fogo, os dados sobre
as fontes de calor, a composição e característica dos combustíveis e as condições necessárias para a
combustão sejam entendidos e relacionados entre si.

Incêndio podem ocorrer com diferentes tipos de materiais, sendo assim se faz necessário também que os
materiais combustíveis sejam classificados em classes distintas, para que as formas de queima e as
propriedades dos materiais sejam levadas em consideração na escolha das melhores táticas e técnicas de
combate e dos melhores agentes extintores a se utilizar.

CONCEITOS BÁSICOS

Fogo

O fogo nada mais é do que uma reação química de combustão que libera luz e calor. Essa reação química
decorre de uma mistura de gases a altas temperaturas, liberando uma grande quantidade de energia.

Diante disso, pode ser que alguém esteja se perguntando nesse momento:
“Gases!!?? Mas quando eu vou fazer churrasco eu coloco fogo na madeira e a vejo queimando!”

A explicação para isso é simples. Basta entendermos que todo material quando aquecido a
determinada temperatura, libera gases e são esses gases que, de fato, pegam fogo.

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Energias de Reação

Para que um fogo se inicie, é necessário que os reagentes (comburente e combustível) se encontrem em
condições favoráveis para que possa ocorrer a reação. A energia necessária para que a reação se inicie
denomina-se Energia de Ativação, e é fornecida pelas fontes de ignição.

O calor de reação é a energia que se ganha ou se perde quando ocorre uma reação.

Energia de Ativação

É a energia necessária para que ocorra uma reação química. Fontes de ignição: faísca. fósforo, raio, etc.

Elementos do fogo

Triângulo do Fogo

Na busca do entendimento dos fatores necessários para que


houvesse a combustão, durante muito tempo acreditou-se que
apenas três elementos seriam necessários: Combustível,
Comburente e o Calor. Para tanto se buscou uma forma didática para
disseminar este conceito, daí foi criado o triângulo do fogo,
aproveitando a forma geométrica para a associação dos três
elementos básicos para a combustão.

Tetraedro do Fogo

Os processos de combustão, embora muito complexos, eram representados por um triângulo, em que cada
um dos seus lados representava um dos três fatores essências para a deflagração de um fogo: combustível,
comburente e calor. Esta representação foi aceita durante muito tempo, contudo vários fenômenos anormais
não podiam ser claramente explicados com base neste triângulo. Para poder explicar tais fenômenos, foi
necessário incluir um quarto fator: a existência de reações em cadeia.

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Por essa razão, foi proposta uma nova representação em forma de tetraedro que compreende as condições
necessárias para que se dê origem ao fogo. A razão para empregar um tetraedro e não um quadrado é que
cada um dos quatro elementos está diretamente adjacente e em conexão com cada um dos outros três. Ao
retirar um ou mais dos quatro elementos do tetraedro do fogo, este ficará incompleto e, por consequência o
resultado será a extinção.

Vamos entender um pouco mais sobre cada um destes elementos

Combustível
É toda substância sólida, líquida ou gasosa capaz de queimar e alimentar a combustão.
A maioria dos combustíveis entram em combustão em fase gasosa ao evaporar. Quando o combustível é
sólido ou líquido, é necessário um fornecimento prévio de energia térmica para que este desprenda vapores
inflamáveis.

Combustíveis Sólidos

Quanto maior a superfície exposta, mais rápido será o aquecimento do material e, consequentemente, o
processo de combustão. A madeira, o papel, os cereais e o algodão são exemplos de combustíveis sólidos.

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Combustíveis Líquidos

Os líquidos inflamáveis têm algumas propriedades físicas que podem dificultar a extinção do fogo,
aumentando o perigo a quem venha o combater. Uma propriedade a ser considerada
é a volatilidade, que é a facilidade com que os líquidos liberam vapores. Quanto mais volátil for o líquido,
maior a possibilidade de haver fogo, ou mesmo explosão.

Classificação quanto a volatilidade:

Voláteis – são os que desprendem gases inflamáveis à temperatura ambiente.


Ex.:álcool, éter, benzina, etc.

Não Voláteis – são os que desprendem gases inflamáveis à temperaturas maiores do que a do ambiente.
Ex.: óleo, graxa, etc

Combustíveis Gasosos

Diferentemente dos líquidos e sólidos em que há a necessidade de transformação do estado físico, os


combustíveis gasosos permanecem no mesmo estado. Esse combustível se incendeia quando estão em
contato com o oxigênio e uma faísca. São combustíveis que se inflamam de forma rápida e consomem o
combustível de forma rápida também

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Os combustíveis gasosos são, na maioria, as frações mais leves do petróleo. Outros gases combustíveis mais
conhecidos que não derivam do petróleo são: hidrogênio, o monóxido de carbono, amônia, dissulfeto de
carbono.

Acidentes domésticos com vazamento de gás de cozinha são muito comuns


e dependendo da quantidade de combustível disponível para a queima, na
presença de oxigênio, e uma faísca, pode causar explosões, por isso os
fabricantes misturam, na sua composição, a metil mercaptana, para alertar
vazamentos de GLP (gás liquefeito de petróleo) uma vez que este gás não
tem cheiro. Outros exemplos de combustíveis gasosos são butano,
propano, etano e o acetileno.

PONTOS DE TEMPERATURA

A combustão acontece quando o calor transforma os combustíveis possibilitando a combinação deles com o
comburente. Esta transformação acontece de forma diferente para cada combustível e sempre na medida em
que ele vai sendo aquecido. Para que se possa entender como ocorre esta transformação, três pontos
distintos são destacados, de acordo com suas diferenças em relação à manutenção e à autonomia da chama
produzida.

Ponto de Fulgor
É a temperatura mínima em que um combustível desprende vapores em quantidade suficiente para que, na
presença de uma fonte externa de calor, se inflamem. No entanto, nesta temperatura, a chama não se manterá
uma vez que for retirada a fonte de calor.

Ponto de Combustão
É a temperatura em que um combustível desprende vapores em quantidade suficiente para que, na presença
de uma fonte externa de calor, se inflamem e mantenham-se inflamando, mesmo na retirada da fonte externa
de calor.

Ponto de Ignição

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É a temperatura em que um combustível desprende vapores em quantidade suficiente para que, em contato
com um comburente, se inflamem e mantenham-se inflamando, independentemente da existência de uma
fonte externa de calor.

Tabela 1Pontos de Temperatura de alguns combustíveis

Comburente

O segundo elemento do fogo que iremos estudar é o comburente. O Comburente é o elemento que, durante
a combustão, dá vida às chamas e as torna mais intensas e brilhantes, além disso, a presença do comburente
permite a elevação da temperatura e a ocorrência da combustão.

O fogo só acontecerá, a depender da porcentagem oxigênio existente no ambiente. Nosso ar atmosférico é


composto por 21% de Oxigênio, 78% Nitrogênio e 1% por outros gases. Por isso, quando riscamos um
fósforo ele se acende, o ar atmosférico possui a quantidade suficiente de oxigênio para iniciar uma combustão.

Veremos que a porcentagem de oxigênio presente na combustão é muito importante e dela é que saberemos
se a combustão estará em sua plenitude, incandescência ou não haverá fogo.

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Sempre que a porcentagem de oxigênio estiver a níveis abaixo de 13%, o mesmo já não alimentará mais a
combustão.

Outros comburentes também são conhecidos, como o Cloro para determinadas situações, entretanto sua
aplicação é específica e ele não abrange todo o espectro de situações e combustíveis dos quais o Oxigênio é
capaz de possibilitar a combustão.

Calor

No estudo da teoria do fogo, o calor é a energia capaz de iniciar, manter e propagar a reação entre o
comburente e o combustível. A faísca, a chama, o superaquecimento de equipamentos, a sobrecarga em
aparelhos energizados são exemplos de calor.

Fontes de calor

O calor é gerado pela transformação de formas de energia:


• Energia química (quantidade de calor gerado pelo processo de combustão);
• Energia elétrica (O calor gerado pela passagem de eletricidade através de um condutor);
• Energia mecânica (O calor gerado pelo atrito de dois corpos);
• Energia nuclear (O calor gerado pela fissão (quebra) do núcleo do átomo).

Reação em Cadeia

O último e mais recém estudado componente do “Tetraedro do Fogo” é a reação em cadeia. Depois de
observar que a queima, em certo momento, torna-se autossustentável, observamos que o calor irradiado das
chamas promove a decomposição do combustível em partículas que, combinadas com o comburente,
queimam, irradiando calor novamente, que iniciará novamente este ciclo, que chamamos de reação em
cadeia. Sinteticamente, trata-se do desencadeamento de reações, que acontecem durante o fogo, que
originarão, novamente, o calor que ativará a queima do combustível na presença do comburente, em um
processo auto sustentável, enquanto houver todos estes componentes à disposição.

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PROCESSOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

Meio de Propagação do calor


O equilíbrio térmico de qualquer ambiente pressupõe a transferência de calor entre objetos de maior para
os de menor temperatura e, para que isso aconteça, o mais frio dos objetos deverá absorver calor até que
esteja com a mesma quantidade de energia do outro. Esta transferência de energia ocorrerá por condução,
convecção e/ou irradiação.

Convecção
É a transferência de calor pelo movimento ascendente de massas de gases ou de
líquidos dentro de si próprios. Quando a água é aquecida num recipiente de vidro,
pode-se observar um movimento, dentro do próprio líquido, de baixo para cima. À
medida que a água é aquecida, ela se expande e fica menos densa (mais leve),
provocando um movimento para cima. Da mesma forma, o ar aquecido se expande
e tende a subir para as partes mais altas do ambiente, enquanto o ar frio toma lugar
nos níveis mais baixos. Em incêndio de edifícios, essa é a principal forma de propagação de calor para andares
superiores, quando os gases aquecidos encontram caminho através de escadas, poços de elevadores, etc.

Condução
Condução é a transferência de calor através de um corpo sólido de
molécula a molécula. Colocando-se, por exemplo, a extremidade de uma
barra de ferro próxima a uma fonte de calor, as moléculas desta
extremidade absorverão calor; elas vibrarão mais vigorosamente e se
chocarão com as moléculas vizinhas, transferindo-lhes calor.

Irradiação
É a transmissão de calor por ondas de energia calorífica que
se deslocam através do espaço. As ondas de calor propagam-
se em todas as direções, e a intensidade com que os corpos
são atingidos aumenta ou diminui à medida que estão mais
próximos ou mais afastados da fonte de calor.

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MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

Considerando a teórica básica do fogo, concluímos que o fogo só existe quando estão presentes, em
proporções ideais, o combustível, o comburente e o calor, reagindo em cadeia. Calcado nesses
conhecimentos, concluímos que, quebrando a reação em cadeia e isolando um dos elementos do fogo,
teremos interrupção da combustão.

Baseados nisso temos 4 métodos de extinção do fogo:


Extinção por resfriamento, extinção por abafamento, extinção por isolamento e extinção química.

EXTINÇÃO POR RESFRIAMENTO


Este método consiste na diminuição da temperatura e, consequentemente, na diminuição do calor. O objetivo
é fazer com que o combustível não libere mais gases e vapores inflamáveis e, finalmente, se apague. O agente
resfriador mais comum e mais utilizado é a água.

EXTINÇÃO POR ABAFAMENTO


Este método consiste em impedir que o comburente (geralmente o oxigênio), permaneça em contato com o
combustível, numa porcentagem ideal para a alimentação da combustão. Para as combustões alimentadas
pelo oxigênio, como já observado, no momento em que a quantidade deste gás no ar atmosférico se encontrar
abaixo da proporção de aproximadamente 13%, a combustão deixará de existir.

Para combater incêndios por abafamento podem ser usados os mais diversos materiais, desde que esse
material impeça a entrada de oxigênio no fogo e não sirva como combustível por um determinado tempo.

EXTINÇÃO ISOLAMENTO
O isolamento visa atuar na retirada do combustível da reação. Existem duas técnicas que contemplam esse
método:
• através da retirada do material que está queimando;
• através da retirada do material que está próximo ao fogo e que deverá entrar em combustão por meio de
um dos métodos de propagação.

EXTINÇÃO QUÍMICA
O processo da extinção química visa a combinação de um agente químico específico com a mistura
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inflamável (vapores liberados do combustível e comburente), a fim de tornar essa mistura não inflamável.
Logo, esse, método não atua diretamente num elemento do fogo, e sim na reação em cadeia como um
todo.

CLASSES DE INCÊNDIO

Para se combater um incêndio usando os métodos adequados (extinção rápida e segura), há a necessidade de
entendermos quais são as características que definem os combustíveis. Existem cinco classes de combustíveis
reconhecidas pelos maiores órgãos voltados ao estudo do tema, sendo elas:

Em outros países temos a classe K – óleos e gorduras, e fala-se também em uma nova classe, a Classe E, que
representa os materiais químicos e radioativos. Como essas não são reconhecidas no Brasil, não nos
aprofundaremos nela.

CLASSE A

Definição: são os incêndios ocorridos em combustíveis sólidos.


Características: queimam em razão do seu volume, isto é, em superfície e profundidade. Esse tipo de
combustível deixa resíduos (cinzas ou brasas).
Exemplos: madeira, papel, borracha, cereais, tecidos etc.
Extinção: geralmente o incêndio nesse tipo de material é apagado por resfriamento.

CLASSE B

Definição: são os incêndios ocorridos em combustíveis líquidos ou gases combustíveis.


Características: a queima é feita através da sua superfície e não deixa resíduos.

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Exemplos: GLP, óleos, gasolina, éter, butano etc.
Extinção: método do abafamento.

CLASSE C

Definição: são os incêndios ocorridos em materiais energizados.


Características: oferecem alto risco à vida na ação de combate, pela presença de eletricidade. Quando
desconectamos o equipamento da sua fonte de energia, se não houver nenhuma bateria interna ou dispositivo
que mantenha energia, podemos tratar como incêndio em classe A ou classe B.
Exemplos: transformadores, motores, interruptores etc.
Extinção: agentes extintores que não conduzam eletricidade, ficando vedados a água e o gás carbônico.

CLASSE D

Definição: são os incêndios ocorridos em metais pirofóricos.


Características: irradiam uma forte luz e são muito difíceis de serem apagados.
Exemplos: rodas de magnésio, potássio, alumínio em pó, titânio, sódio etc.
Extinção: através do abafamento, não devendo nunca ser usado água ou espuma para a extinção desse
tipo de incêndio.

Agora, depois de entendermos que os agentes extintores são as substâncias que


dispomos dentro do equipamento móvel ou fixo de combate ao incêndio para a
extinção dos incêndios, vamos analisar e entender como são os extintores, como
utilizá-los, as normas atuais sobre extintores e como analisá-las. Antes de falar sobre
os extintores, vamos inserir uma tabela resumo do que estudamos até agora sobre
agentes extintores.

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EXTINTORES DE INCÊNDIO

A finalidade do extintor é realizar o combate imediato e rápido em pequenos focos de incêndio. Sendo assim,
o extintor não deve ser considerado como substituto de sistemas de extinção mais complexos, mais sim,
como equipamento adicional.

É fundamental que o brigadista entenda a diferença entre os tipos de extintores e saiba como deve utilizá-los
em situações de incêndio.

ATENÇÃO! Cabe ressaltar que a aplicação dos extintores em princípio de incêndio não deve justificar
qualquer demora no acionamento no sistema de alarme geral e na mobilização de maiores recursos, mesmo
quando perecer que o fogo pode ser dominado rapidamente.

Na sequência serão expostos os tipos mais comuns de extintores, relacionando-os à finalidade a que se
destinam e explicando como devem ser operados.

Sistema de Segurança

Todo extintor possui dois sistemas de segurança, o lacre, que tem a finalidade de demonstrar que o extintor
ainda não foi utilizado, e o pino de segurança, que trava o gatilho do extintor, impossibilitando que o extintor
seja utilizado acidentalmente.

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LACRE
TRABA DE SEGURANÇA

Extintores de Água
Extintor de incêndio do tipo carga de água é aquele cujo agente é a
água expelida por meio de um gás. Quanto à operação eles podem
ser:

Os extintores de água, são aparelhos destinados a extinguir pequenos


focos de incêndio de Classe “A”, como por exemplo em madeiras,
papéis e tecidos.

Observação: Este tipo de extintor não pode e não deve ser usado em eletricidade em hipótese alguma. Coloca
em risco a vida do operador. O alcance do jato é de aproximadamente 08 (oito) metros.

Extintor de espuma química


Pouco convencional, com utilização bem restrita, ele é Indicado para princípios de incêndio na Classe “B”,
também podendo ser utilizado para combater um incêndio de Classe “A”, porém com menor eficácia.

Neste tipo de aparelho extintor contém uma solução de água com bicarbonato de sódio
mais o agente estabilizador. A solução de sulfato de alumínio é colocada em um outro
recipiente que vai internamente no cilindro, separando a solução de bicarbonato de
sódio e alcaçuz.

Esse tipo de extintor também pode ser encontrado com uma solução pressurizada de
água potável com LGE AFFF 3%-/6% polivalente.

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Equipado com esguicho formador de espuma na mangueira para aplicação do produto. Indicado para
princípios de incêndio CLASSE AB, com extrema eficiência em líquidos inflamáveis.

Extintor de Gás Carbônico


É um gás inerte, sem cheiro e sem cor. Devido à sua capacidade condutora ser praticamente nula, o CO2 é
muito usado em incêndios de Classe “B e C”. A sua forma de agir é por abafamento, podendo também ser
utilizado nas classes A (somente no seu início), porém deve-se resfriar os materiais logo após a extinção.

Observações: Não encoste o difusor no equipamento

Extintor de pó químico
Os extintores com pó químico, utilizam os agentes extintores bicarbonato de sódio (o mais comum) ou o
bicarbonato de potássio. Especialmente indicado para princípios de incêndio das Classes B e C. O extintor de
pó químico pressurizado utiliza como propelente o nitrogênio, que, sendo um gás seco e incombustível, pode
ser acondicionado com o pó no mesmo cilindro.

Extintor de pó multiuso (abc)

Os extintores com pó químico multiuso são à base de Monofosfato de Amônia siliconizado como agente
extintor. É indicado para princípios de incêndio das Classes A, B e C.

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Extintor de pó́ químico especial

É o agente extintor indicado para incêndios da Classe D. Ele age por


abafamento.

Princípio de funcionamento: o pó químico seco é expelido pela mangueira


através do gás inerte.

A figura acima mostra o exemplo de um extintor sobre rodas (tipo carreta), para combate a incêndios em
metais pirofóricos, como lítio, sódio, potássio de sódio, magnésio e outros, com carga de 50 kg de agente
extintor classe D. O segundo é um extintor portátil da classe D, equipamento portátil com carga de 9 kg.

Figura 1Principais extintores e suas classe de incêndio

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PARTES DOS EXTINTORES

Manômetro

O manômetro dos extintores de incêndios permite que


saibamos qual pressão está no interior do extintor. Nos
extintores de CO2, que não possuem manômetro, é
necessário que esse extintor seja pesado a cada 6 meses para
que saibamos se o peso continua o mesmo ou está vazando
gás. Já os extintores de água e PQS possuem manômetros.

No manômetro caso a seta esteja na parte vermelha do lado esquerdo, é necessária a recarga do extintor,
pois a pressão está abaixo da recomendada. Se a seta estiver no verde, o extintor está com a pressão correta,
e se estiver na parte vermelha do lado direito, é necessária a recarga, pois está com uma pressão superior a
recomendada.

Anel de Identificação

Todo extintor, após a primeira recarga deve conter também um anel. Esse anel garante que seu extintor foi
recarregado, comprovará a abertura do cilindro, em seguida, recolocam a válvula. E, por fim, a empresa que
for encarregada da manutenção deverá fornecer um cartão/selo de identificação no qual devem constar os
serviços prestados e o nível de inspeção realizado.

Cronograma para confecções dos anéis

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Forma de Manejo dos Extintores

Retirar o extintor do suporte, ainda no local, rompa o lavre, girando a trava de segurança. Teste levemente
o extintor, uma vez confirmada a carga extintora, dirija-se ao local do princípio de incêndio apontando o
agente extintor para base das chamas;

Manutenção Para que possamos manter o extintor de água em perfeitas condições:

-Inspecionar frequentemente os extintores;


-Recarregar imediatamente após o uso;
-Manter os extintores desobstruído;
-Manter em local apropriado e com sinalização adequada.

IMPORTANTE:
Fabricado conforme norma ABNT NBR 15808 em chapa de aço carbono com pintura interna e externa
aplicada por processo eletrostático.

Instalação e sinalização para os extintores

■ Quando os extintores forem instalados em paredes ou divisórias, a altura de


fixação do suporte deve variar, no máximo, entre 1,6 m do piso, de forma que
a parte inferior do extintor permaneça, no mínimo, a 0,10 m do piso acabado.
■ É permitida a instalação de extintores sobre o piso acabado, desde que
permaneçam apoiados em suportes apropriados, com altura recomendada
entre 0,10 m e 0,20 m do piso.
Os extintores não devem ser instalados em escadas.
■Devem estar desobstruídos e devidamente sinalizados de acordo com o estabelecido na norma de
sinalização de emergência.

Convenciona-se, portanto, que os extintores estejam em seus suportes, fixos na parede ou sobre o piso
acabado, com a altura máxima de 1,6m do piso medido na altura da mangueira, e o mínimo no suporte sobre
o piso acabado, entre 0,10 e 0,20m.

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Suporte para extintores

Os suportes têm como principal função de facilitar o consumidor a utilizar um


extintor de incêndio, e sempre mantendo ele completamente protegido. Existem
alguns tipos de suportes para extintor: suporte de parede, suporte de piso, suporte
para e suporte sobre rodas.

Meios de fortuna

Consideremos que em sua casa se depara com um incêndio Classe K, e não possui um extintor de pó químico
especial. O que pode ser feito?

Vimos na teoria acerca dos métodos de extinção de incêndios e foram entendidos quais são os princípios para
o controle e extinção das chamas. Logo, compreendendo bem essa teoria, pode-se utilizar dos chamados
“meios de fortuna”. Nestes casos, meios de fortuna são aqueles em que improvisamos agentes extintores a
fim de combater um incêndio com base na teoria de extinção de incêndios.

Sendo assim, se nos depararmos com incêndio Classe k, podemos cobrir o combustível com terra, cortando
o comburente (oxigênio) e apagar o fogo dessa forma. Na cozinha, se não houver um extintor específico para
a Classe K, ao visualizarmos gordura em chamas dentro de uma panela, podemos molhar um pano e tampar
a superfície, colocar uma taboa de carnes ou mesmo a tampa da panela, cortando assim o contato das chamas
com o oxigênio.

Desta forma, O CONHECIMENTO DE TODA TEORIA É FUNDAMENTAL, ao passo


que todos os fatores expostos nessa apostila estão relacionados. Somente com todo esse
conhecimento em mente e treinamento, você estará preparado para atuar no combate a
princípio de incêndio.

Inspeção dos extintores

Recomenda-se que os extintores de incêndio sejam inspecionados pelo usuário no máximo a cada 30 dias a
fim de assegurar boas condições de operação. Isso consiste em uma verificação cuidadosa do extintor,
executada por pessoa habilitada, através de exame visual e periódico, de modo a observar se está acessível e

“Um curso é tudo aquilo que fica quando acaba.”


se o mesmo apresenta um nível adequado de confiança de que permanece em condições originais de
operação.

Durante a inspeção, devem ser verificados no mínimo os seguintes itens:


-Lacre de inviolabilidade do equipamento está rompido.
-Se não há dano físico visível que impeça seu funcionamento.
-Se o quadro de instruções está legível e íntegro.
-Se o extintor está limpo e boas condições para uso.
-Se a validade da carga e da garantia está dentro do prazo.
-Se a mangueira se encontra sem rachaduras, trincas e/ou estrangulamentos que impeçam a passagem do
agente extintor.
-Se não está obstruída as boquilha e/ou boca difusora.
-Se a data de validade do ensaio hidrostático está dentro do prazo.
-Inexistência ou dano de componentes, peças e acessórios.
-Indicador de pressão (manômetro) – está acima da faixa verde.

NORMAS TÉCNICAS NECESSÁRIAS À CONSULTA

NBR 15808 - Extintores de incêndio portáteis


NBR 12693 - Sistemas de proteção por extintores de incêndio;
NBR 12962 - Inspeção, Manutenção e Recarga de extintores de incêndio;
NBR 5770 - Determinação do grau de enferrujamento de superfícies pintadas;
NBR 9695 - Pó Químico para Extinção de Incêndio
NBR 13485 - Manutenção de 3° nível (vistoria) em extintores de incêndio.
NBR 12274 - Inspeção em Cilindros de aço, sem costura para gases.
NBR 12639 - Cilindro de Aço Carbono sem costura, para armazenamento e transporte de gases à alta pressão destinados a
instalações contra incêndio;
NBR 12791 - Cilindro de aço, sem costura, para armazenamento e transporte de gases a alta pressão.
ISO 9809-3 - Gas cylinders - Refillable seamless steel gas cylinders - Design, construction and testing - Part 3: Normalized steel
cylinders (Cilindros de gás - cilindros de aço sem costura recarregáveis - concepção, construção e Parte teste-- 3: cilindros de aço
Normalizada).

Sistemas de Hidrantes

O sistema de hidrantes é utilizado para situações de incêndio. Tal sistema é composto por um reservatório
que leva a água até pontos onde podem ser acopladas mangueiras próprias para a extinção do fogo.

“Um curso é tudo aquilo que fica quando acaba.”


Hidrante é uma tomada de água, onde se conectam mangueiras para combate ao fogo. São no mínimo duas
tomadas d’água por hidrante. O abastecimento de água poderá ser por gravidade ou através de bombas que
sugam água de cisternas ou de lagos.

Mangueira de Combate a Incêndio

Mangueiras de Combate a Incêndio são tubos flexíveis, dotados de uniões do tipo engate rápido em suas
extremidades, utilizadas para transportar água pressurizada de uma rede de abastecimento até a área de
descarga. Uma mangueira de incêndio de boa qualidade precisa ser fabricada com as melhores matérias-
primas e deve ser utilizada unicamente para operações de treinamento e combate a incêndio.

“Um curso é tudo aquilo que fica quando acaba.”


São compostas por tubos enroláveis de nylon, revestidos internamente de
borracha , utilizada como duto para fluxo de água tem diâmetro de 1 ½” e 2
½” e comprimento de 5, 20, 25 ou 30 metros.

Esguichos

O esguicho para mangueira de incêndio é um item essencial para ajudar no controle e combate a incêndios.
A função do esguicho para mangueira de incêndio é operar o fluxo das mangueiras de incêndio em
diferentes operações realizadas pelo corpo de bombeiros e mangueiras instaladas em prédios residenciais e
comerciais para atender situações de emergência.

Existem vários tipos de esguicho para mangueira de incêndio, os esguichos reguláveis são os mais utilizados.
Com ele, é possível regular o volume e força dos jatos de água, podendo ser jatos sólidos ou de neblina.
Esses modelos, geralmente, contam com manopla para que o esguicho seja aberto e fechado rapidamente.

“Um curso é tudo aquilo que fica quando acaba.”


Diante dos conceitos apresentados, vamos exercitar os conceitos básicos.

Assinale V ou F para as seguintes questões.


1. O extintor de incêndio AP pode ser utilizado em classe A, que são os materiais elétricos energizados.
( )V( )F

2. O extintor de incêndio de PQS pode ser utilizado em classe B, C e D. Possui vários tipos desse extintor,
ou seja, PQS (ABC), PQS (BC), PQS (especial).
( )V( )F

3. O agente extintor espuma possui sua ação extintora abafamento e resfriamento, dessa forma, pode-se
utilizar em incêndios classe A, B, C. ( ) V ( ) F

4. O extintor de CO2 é preferencialmente mais utilizado em incêndios classe C, pois não danifica os materiais
energizados e não deixa resíduos. ( ) V ( ) F

5. Cite o que precisamos verificar em uma inspeção de extintores, independentemente do tipo de extintor.

“Um curso é tudo aquilo que fica quando acaba.”


“Um curso é tudo aquilo que fica quando acaba.”

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