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Recorte Rve CHC
Recorte Rve CHC
EM RESGATE VEICULAR
2o Edição
MANUAL DE CAPACITAÇÃO
EM RESGATE VEICULAR
2ª edição atualizada e ampliada
Florianópolis 2019
@ 2019. TODOS OS DIREITOS DE REPRODUÇÃO SÃO RESERVADOS AO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA. SOMENTE SERÁ PERMITIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL DESTA
PUBLICAÇÃO, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Nos últimos anos temos acompanhado e participado de uma revolução na atividade de Resgate Veicular. O
presente manual foi atualizado e alinhado ao profícuo trabalho realizado pelos nobres profissionais que ao
longo dos anos escreveram a história do resgate veicular catarinense. Como principal novidade citam-se a
alteração e inserção de novas etapas na Rotina de Resgate Veicular, sendo que, algumas já eram realizadas
pelas guarnições e estavam implícitas na rotina. Entretanto, pela importância das ações esperadas foram
elevadas ao nível de etapa.
Todas as mudanças em desenvolvimento e aquelas já validadas tem como escopo alinhar o protocolo do Corpo
de Bombeiros Militar de Santa Catarina aos preceitos da Organização Mundial de Resgate, propiciando assim
uma atuação operacional ainda mais integrada entre as guarnições de Resgate Veicular e as de APH. Como
destaque citamos, por exemplo, o desenvolvimento da rotina de RVE. Na prática, foi inserido um capítulo to-
talmente novo, denominado Protocolo de Resposta Operacional em Resgate Veicular. Com a aplicação direta
deste protocolo o que se pretende é deixar claro o cada um dos componentes da guarnição deverá fazer no
atendimento da ocorrência.
Por fim, com base na matriz curricular nacional para ações formatıvas dos profıssıonaıs da área de segurança
públıca, foram inseridas as habilidades operativas e cognitivas necessárias aos componentes da guarnição
de resgate veicular. Lembrando sempre que o objeto final a ser perseguido diariamente é aplicar nossa
ação/conhecimento para contribuir na redução do número de mortes e sequelas decorrentes dos acidentes
de trânsito no Estado de Santa Catarina
Bons estudos!
Hilton de Souza Zeferino
Organizador
COMO UTILIZAR ESTE MANUAL
Este manual contém alguns recursos para que você possa facilitar o processo de aprendizagem e aprofundar seu conhecimen-
to. Sugerimos que você clique nos links indicados para acessar materiais complementares aos assuntos propostos.
Bom estudo!
www Este manual é interativo, para acessar os links basta Glossário: explicação de um termo de conhecimen-
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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
importante que sejam gerenciadas por meio de um do se as ações executadas propõem melhorias e
SCO preestabelecido, propiciando o emprego se- adequações à atual POP. Glossário
guro e racional dos recursos envolvidos. No CBMSC Incident Command System (ICS) é
o sistema preconizado é o SCO, cuja base é o Sis- ABORDAGEM INTEGRADA uma abordagem hierárquica de pro-
tema de Comando de Incidentes (ICS, do inglês – cedimentos para gerenciar inciden-
Incident Command System) norte-americano. Uma das formas de se reduzir o tempo per- tes temporários, de qualquer tama-
dido na cena do resgate é o uso de uma abor- nho, incluindo procedimentos para
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS dagem do problema em equipe. O planejamento selecionar e hierarquizar a gestão
prévio, a pré-designação de responsabilidades e temporária de fundos, de pessoal,
Todas as unidades de bombeiros devem pos- o treinamento das principais atividades desem- de instalações, de equipamentos e
suir procedimentos padronizados para as suas penhadas em uma operação de resgate veicular de comunicações. O ICS é um siste-
principais atividades, os quais são conhecidos aumentarão a capacidade de resposta rápida e ma projetado para ser usado ou apli-
como Procedimentos Operacionais Padronizados eficiente da equipe. Segundo a filosofia da abor- cado a partir do momento em que
(POP). Estes estabelecem as estratégias, as táticas dagem em equipe, cada integrante envolvido no ocorre um incidente até que o requi-
e as técnicas a serem utilizadas na operação, prin- resgate deverá ter uma tarefa previamente desig- sito de gerenciamento e operações
cipalmente nos momentos iniciais, garantindo a ra- nada e treinada, a fim de que múltiplas tarefas se- não exista mais.
pidez no desdobramento das ações preparatórias jam desempenhadas de forma sequencial, lógica
da operação e na sequência a ser seguida. O POP e, quando possível, simultânea.
não conseguirá abarcar todas as possibilidades de
uma ocorrência, razão pela qual a avaliação e a ex- CICLO OPERACIONAL
periência da guarnição de resgate sempre serão
importantes na tomada de decisão. A operação pode ser organizada em quatro fa-
Caso durante o atendimento de uma ocorrên- ses, cada uma delas igualmente importante para o
cia a Guarnição tenha identificado a necessidade sucesso da ação, formando um ciclo: prontidão,
de se executar ações diferentes das previstas no acionamento, resposta e finalização.
POP, esta deverá, via canais de comando, informar A seguir especifica-se cada uma das quatro fa-
à Coordenadoria de Resgate Veicular o ocorrido, a ses do ciclo operacional e suas respectivas etapas.
fim de que essa analise o fato repassado, verifican-
chegar à cena, mas alguns fatores poderão impos- sões e providências já tomadas, uma vez que esta-
sibilitar que continue no comando. Alguns crité- rá na cena desde o início da operação.
rios poderão servir de guia para a resolução desse
problema (mas dificilmente esgotarão a discussão): DIMENSIONAMENTO DE CENA
• comandará a instituição que chegar primeiro;
• comandará a entidade que tiver a obrigação O dimensionamento da cena será um proces-
legal pela operação; so permanente em qualquer operação, que ini-
• comandará quem tiver maior conheci- ciará no momento do acionamento e somente se
mento técnico; concluirá após a finalização da ocorrência. Porém,
• comandará a unidade que tiver a maior quan- há um momento específico em que o dimensio-
tidade de recursos empregados; namento da cena constituirá o esforço principal
• outra possibilidade que poderá ser utilizada da operação, quando se identificarão os riscos e
em operações mais complexas é a adoção do as vulnerabilidades. No resgate veicular, a técnica
comando unificado, composto por representan- utilizada para esse fim é composta por dois círcu-
tes das agências envolvidas. los de avaliação que serão tratados adiante. Logo
após estabelecer o comando, o comandante e os
Transferência do comando demais componentes da guarnição de resgate e
de Atendimento Pré-hospitalar (APH) deverão di-
Nas situações em que outro profissional neces- mensionar a cena, identificando basicamente os
site assumir o comando de uma operação já em seguintes itens:
andamento, será importante que o novo coman- • dinâmica do acidente;
dante procure o anterior para inteirar-se da situa- • riscos na cena;
ção. Posteriormente deverá anunciar formalmente • número de vítimas, estado aparente delas e
na rede de rádio que está assumindo o comando cinemática do trauma;
da operação a partir daquele momento. O coman- • dificuldades para o resgate;
dante substituído poderá assumir a função de ope- • posição e instabilidade dos veículos envolvidos;
rações ou permanecer junto ao novo comandante. • quando possível, tipo de encarceramento da
Ainda, poderá permanecer no posto de comando vítima.
prestando informações importantes sobre as deci-
Círculo interno
• Portas por meios não destrutivos: sempre mentos de Inspeção Interna de Segurança, a
que possível, o acesso deverá ser realizado por qual consiste em: Glossário
meios normais, como a própria porta do veículo. • Acionar o freio de mão do veículo Risco aceitável: trata-se do risco que
• Janelas por meios não destrutivos: se não for • Tentar abrir portas e vidros é compatível com o desenrolar da
possível abrir normalmente uma porta, os socor- • Tentar acionar manípulo do capô e bagageiro atividade que se pretende efetuar.
ristas poderão utilizar a abertura de uma janela, • Identificar a presença e situação dos airbags Operação segura: quando o risco é
sem que haja a necessidade de quebrar o vidro. (se deflagrados ou não) aceitável.
• Janelas por meios destrutivos: se não for • Verificar se o movimento dos bancos é ma-
possível acessar por um método não destruti- nual ou elétrico Ameaça: fato ou situação que pode
vo, a primeira opção será quebrar o vidro que • Verificar se os bancos reclinam provocar lesões ou danos em pes-
esteja mais distante das vítimas, permitindo o • Desligar a chave, retirá-la e entregá-la ao Co- soas, propriedades ou sistemas.
acesso dos socorristas. mandante Exemplo: vazamento de combustí-
• Portas por meios destrutivos: se não for vel, incêndio no veículo, tráfego, pos-
possível utilizar a abertura de uma janela, o AVALIAÇÃO PRIMÁRIA te danificado, rede elétrica energiza-
resgatista deverá desobstruir uma porta por da, produtos perigosos, entre outros.
meios destrutivos. A avaliação primária do paciente compreende
• Teto: se uma porta não puder ser utilizada os procedimentos destinados a identificar e corri- Vulnerabilidade: fator que deter-
para o acesso, uma alternativa será o rebati- gir os problemas que ameaçam a vida. Esta ava- mina o quanto pessoas, proprieda-
mento ou a retirada do teto. liação será feita pelos socorristas (normalmente), des ou sistemas podem ser afetados
• Outros meios: em situações extremas pode- conforme a sequência apresentada na figura 2. por uma ameaça. Exemplos: presen-
rá ser necessário recorrer a outros meios, como ça de uma pessoa fumando próximo
a abertura da completa da lateral do veículo ou à cena com vazamento de combustí-
até mesmo a abertura do assoalho. vel; combate a incêndio no veículo
sem a utilização do equipamento de
INSPEÇÃO INTERNA DE SEGURANÇA proteção individual (EPI).
Fonte: CBMSC
Figura 3 - Cartão de triagem - sistema START Figura 4 - Sistema de análise das vítimas - START
DEAMBULA
NÃO SIM
RESPIRA Prioridade 3
pode aguardar
NÃO SIM
Posicionar via
aérea
FREQUÊNCIA
Prioridade 1
crítico
RESPONDE
ORDENS SIMPLES
NÃO SIM <2 seg
Prioridade 1 ENCHIMENTO
SIM
crítico CAPILAR
Prioridade 4 Prioridade 1 Prioridade 2
irrecuperável crítico >2 seg urgente
Prioridade 1
crítico
Fonte: SOSSUL
Fonte: CBMSC
nervosa e principalmente, que perca a confiança confirmar o seu status. Caso permaneça como
em seu comandante. potencialmente instável, sua avaliação secundá- Atenção
ria será completada antes de seu transporte. Se É importante que todos os resgatis-
EXTRAÇÃO o seu status tiver sido agravado para instável ou tas tenham atenção com o EPI para
crítico, a avaliação dirigida é feita no interior do manuseio do paciente, destacando-
Após o desencarceramento terá início a extra- ASU, a caminho da unidade hospitalar. -se as luvas de procedimento.
ção. Para a etapa haverá o repasse momentâneo • Paciente estável: a avaliação será efetuada
do comando da operação ao socorrista líder da no interior do veículo antes da sua extração.
guarnição de APH. Assim que a extração for concluída, o paciente
Em determinadas ocorrências pelas dificulda- deverá ser reavaliado a fim de se confirmar o
des envolvidas, a guarnição de resgate deverá seu status. Caso permaneça como estável ou
auxiliar na extração. potencialmente instável, a avaliação será com-
pletada antes de seu transporte. Se o status ti-
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA ver sido agravado para instável ou crítico, a ava-
liação secundária será feita no interior do ASU a
A avaliação secundária será feita em comple- caminho da unidade hospitalar.
mento à avaliação primária do paciente, e poderá
ser executada de diferentes maneiras: TRANSPORTE E TRANSFERÊNCIA DO
• Paciente crítico: assim que extraído, será PACIENTE
reavaliado aplicando-se o protocolo de parada
cardiorrespiratória. O transporte e transferência do paciente para
• Paciente instável: assim que extraído e imo- a unidade hospitalar de referência será feito pelo
bilizado na maca rígida, a avaliação será feita no ASU. Deverá respeitar o protocolo local ou deter-
interior do ASU, a caminho da unidade hospitalar. minação da central de operações ou ainda, segun-
• Paciente potencialmente instável: a avalia- do regulação médica. Havendo suporte avançado
ção será realizada no interior do veículo antes da na cena, o paciente deverá ser repassado à equipe
sua extração, sendo as lesões principais preser- médica que assumirá o atendimento.
vadas durante a retirada. Assim que a extração As informações necessárias para transferência
for concluída, deverá ser reavaliado a fim de se do paciente serão abordadas na Lição VII.
Riscos
2. DIMENSIONAMENTO DE CENA (360˚) • Veículos (Quantidade, áreas de colapso e instabilidade);
• Vítimas (quantidade e localização; cinemática do trauma e
prováveis lesões;
Identificação e Comunicação dos riscos • Necessidade de recursos adicionais (solicitar ou dispensar).
• Posicionamento da Viatura
(Barreira de sacrifício)
• Sinalização da rodovia;
• Isolamento da cena;
• Vazamento de Combustí- 3. GERENCIAMENTO DE RISCOS
vel (líquidos deslizantes);
• Princípio de Incêndio;
• Produtos Perigosos;
• Energia Elétrica; 4. ESTABILIZAÇÃO VEICULAR
• Bateria e airbags (existên-
cia e condições atuais);
• Superfícies aquecidas/cor- Estabilização primária - Estabilização secundária
tantes;
• Instabilidade do veículo. • portas por meios não destrutivos
• janelas por meios não destrutivos
• janelas por meios destrutivos
5. ACESSO AO VEÍCULO
• portas por meios destrutivos
• teto
• outros meios
• abertura de portas e vidros;
• freio de mão; manípulo do capô e 6. INSPEÇÃO INTERNA DE SEGURANÇA
bagageiro;
• airbags (existência e condições
atuais);
• bancos (elétricos/manuais e 7. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
possibilidades de reclinar) e
• chave do veículo.
XABCDE, Tipo de encarceramento e possível extração.
8. REUNIÃO TRIPARTIDA
Fonte: CBMSC
RECAPITULANDO
Nesta lição foram abordados os princípios de
atuação em resgate veicular (Sistema de Comando
em Operações - SCO, procedimento operacionais
padronizados e abordagem integrada) e os con-
ceitos que regem o atendimento de uma ocorrên-
cia desta natureza. Vimos as quatro fases do ciclo
operacional e as doze etapas da rotina de resgate.
Cumpre mencionar que todo ocorrência de res-
gate veicular deverá seguir as seguintes etapas:
1. Estabelecimento do comando
2. Dimensionamento da cena
3. Gerenciamento de riscos
4. Estabilização veicular
5. Acesso ao veículo
6. Inspeção interna de segurança
7. Avaliação primária
8. Reunião tripartida
9. Desencarceramento
10. Extração
11. Avaliação secundária
12. Transporte e transferência do paciente
Fonte: CBMSC
Para prosseguir com a capacitação, se houver
dúvidas quanto à análise de risco potencial, re-
comenda-se a revisão dos conceitos apresenta- FATORES HUMANOS NO GERENCIAMENTO
dos na Lição 1”. DE RISCOS
CBMSC é utilizada a roupa de aproximação a in- Figura 3 - Fragmentos lançados no ar durante a quebra
cêndios, embora em outros sistemas seja utilizado dos vídros Saiba mais
um macacão de mangas longas. A sinalização do local, bem como
outras condutas podem evitar tra-
Luvas gédias como a que ocorreu em Ou-
tubro de 2007 na BR-282, na qual
As luvas precisam proteger as mãos contra o ca- foram a óbito 27 pessoas incluindo
lor, a abrasão, a perfuração e a penetração de líqui- bombeiros. Para saber mais sobre o
dos, sem comprometer a destreza do resgatista. acidente acesse clique aqui.
Calçados
res, equipamentos, ferragens, vítimas etc., a fim de Figura 4 - Sistema de sinalização da cena
garantir uma área organizada e livre para os resga-
tistas trabalharem e circularem.
No momento em que a unidade de resgate che-
ga ao local, a guarnição desembarca com seguran-
ça, e o operador e condutor da viatura (LOG) deve:
• Posicionar corretamente a viatura, tomando
o cuidado para não bloquear o acesso dos de-
mais recursos, interpondo a viatura entre a cena
e o fluxo principal de veículos em uma distância
de cerca de 15 metros do acidente, formando
45º em relação à estrada, de modo a maximizar
o uso de equipamentos refletivos e sinalizado-
res luminosos.
• Sinalizar a via com cones, de preferência lu-
minosos, seguindo a orientação de dispor dez
cones, distantes 10 metros um do outro, a par-
tir da zona quente. Outra opção de sinalização
é colocar o primeiro cone a uma distância cor-
respondente em metros à velocidade da via. Fonte: CBMSC
Por exemplo, se a velocidade da via for de 100
km/h, o primeiro cone deverá ser colocado a ORGANIZAÇÃO DAS ZONAS DE TRABALHO
100 metros de distância da zona quente. Os de-
mais cones (de acordo com a quantidade dispo- A cena deve ser organizada em zonas es-
nível) deverão ser dispostos entre a zona quen- pecíficas de trabalho, conforme apresenta em
te e o primeiro cone, segundo ilustra a figura 4. mais detalhes a figura 5.
Fonte: CBMSC
RISCOS NO LOCAL DO RESGATE VEICULAR O GNV é o gás natural utilizado em veículos au-
tomotores, sendo armazenado e transportado sob
VAZAMENTO DE COMBUSTÍVEIS alta pressão, em cilindros especiais de aço sem
costura, alimentando os motores dos veículos.
Muitas vezes, os resgatistas descobrirão que o Existem milhares de veículos convertidos no Bra-
combustível está vazando sob o veículo, mas não sil, principalmente veículos particulares, além de
está queimando. O vazamento é mais comum em táxis, vans para transporte de passageiros, frotas
colisões traseiras e capotamentos, mas pode ocor- cativas de empresas e veículos a diesel, que são con-
rer em todos os tipos de acidentes. vertidos para permitir o uso do GNV, tornando, as-
Os pontos de vazamento mais comuns são: sim, o veículo bicombustível. No caso de conversão
• Ponto de injeção de combustível no motor. de um veículo originalmente bicombustível (movido
• Bocal de abastecimento. a álcool e a gasolina) para GNV, este se torna um veí-
• Conexão dos condutores de combustível culo tricombustível. O GNV, como combustível alter-
com o tanque. nativo, pode ser utilizado em qualquer veículo com
• Tanque de combustível. carburador ou com sistema de injeção eletrônica.
Vazamento com fogo em veículos movidos a GNV estiver recebendo o jato. Nesse caso, configura-se
uma situação em que o cilindro está carregado de
No caso de incêndio no veículo, há na válvula GNV e nenhum dos dispositivos de segurança an-
de segurança o plugue fusível, que se rompe a teriormente descritos foi eficaz.
uma temperatura entre 80ºC e 110ºC, e existe
também o disco de ruptura, que se rompe a uma Figura 8 - Cilindro GNV instalado
pressão de aproximadamente 300 bar. Para ca-
sos em que o incêndio ocorra na válvula de se-
gurança, o agente extintor mais recomendado é
o pó químico seco (PQS).
Porém, quando o incêndio se instala, o comba- • Empregar uma distância para aproximação
te deve ser imediato e agressivo, pois grande par- de até 3 metros do veículo.
te do veículo é composta de material combustível
e com potencial para gerar gases tóxicos. Incêndio no compartimento do motor
do eixo ou pela abertura de um farol quebrado. passeio podem estar levando produtos perigosos
Não utilizar mais PQS do que o necessário, pois tais como GLP, tinta, solventes, agrotóxicos etc.
o que os resgatistas desperdiçarem pode ser
necessário em caso de reignição. REDE ELÉTRICA ENERGIZADA
• Se o capô estiver totalmente trancado: dei-
xar o fogo sob o capô. Deixar a extinção para A eletricidade apresenta riscos diversos nas
a guarnição de combate a incêndio e iniciar a cenas dos acidentes. Os resgatistas devem ter
remoção rápida das vítimas. A divisória do habi- sempre isso em mente.
táculo deve proteger a área de passageiros por Altas voltagens nos postes que margeiam as
tempo suficiente para remover as vítimas com a autoestradas são mais comuns do que as pessoas
técnica de remoção rápida. costumam imaginar. Em muitas áreas, os postes
conduzem correntes superiores a 13,8kV.
Incêndio no compartimento dos passageiros
Figura 9 - Organização dos cabos no poste
Neste caso, a prioridade será utilizar os meios
de extinção para garantir a retirada segura dos pas-
sageiros, e, em um segundo momento, passar ao
controle e extinção do incêndio. Tendo em vista a
grande quantidade de material combustível de ori-
gem sintética, o combate deve ser agressivo desde
o início, e os resgatistas não deverão adentrar o veí-
culo exceto quando houver segurança para tal.
Toda a área deve ser considerada extremamen- dio, esteja em contato com qualquer material
te perigosa. Os condutores podem ter tocado e potencialmente energizado. Atenção
energizado qualquer parte do sistema, incluindo os • Ordenar aos curiosos e ao pessoal de emergên- Deve-se tomar cuidado especial na
cabos telefônicos, de televisão e quaisquer outros cia não essencial que abandonem a zona de risco. aproximação de um local de aciden-
suportados pelo poste, os cabos de sustentação, a • Orientar os ocupantes do veículo acidentado te em uma área escura, como em
área dos fios, o poste propriamente dito e a área ao a não abandonarem as ferragens. uma estrada na zona rural.
redor, além de guard rails e cercas. Orienta-se que • Proibir o tráfego pela zona de risco.
os resgatistas assumam que fios caídos ou de- • Determinar o número do poste mais próximo
sativados podem ser reenergizados a qualquer do qual os resgatistas podem se aproximar com
momento. Salienta-se que os calçados de seguran- segurança e solicitar ao seu despachante para
ça comuns não protegem contra altas voltagens. que avise a companhia de força.
Quando se lida com riscos relacionados à ele- • Não tentar remover fios caídos, a menos que
tricidade, devem-se estabelecer a área de risco e o equipamento adequado esteja disponível.
a área segura. A área de risco só deverá ser aden- Objetos de metal, obviamente, conduzem ele-
trada pelo pessoal responsável por controlar o pe- tricidade, mas mesmo objetos que não aparen-
rigo, como o pessoal da companhia de força ou tam podem ser condutores, como equipamen-
de resgate especializado. A zona segura deve ser tos com empunhadura de madeira ou cordas de
distante o suficiente para assegurar que qualquer fibra natural, que podem ter alta concentração
movimento do fio não possa causar lesões no pes- de matéria condutora, levando um bem-inten-
soal de emergência ou em curiosos. cionado socorrista a ser eletrocutado.
• Permanecer em local seguro até que a com-
Poste quebrado com fios no solo panhia de força torne a área segura.
Se os resgatistas perceberem que o poste está Poste quebrado com os fios intactos
quebrado e os fios estão no solo, devem-se tomar
as seguintes atitudes: Sempre que os fios estiverem intactos, o poste
• Estacionar a viatura fora da zona de risco. ainda é perigoso. Os cabos ou obstáculos que su-
• Antes de sair do veículo, assegurar-se de que portam o poste e fios podem quebrar a qualquer
nenhuma parte deste, inclusive a antena do rá- momento, derrubando o próprio poste e os fios
sobre a cena do acidente. Se os resgatistas encon- que o Comandante possa garantir o acesso do
trarem esta situação, devem imediatamente: socorrista com rapidez e segurança. Contudo,
Estacionar a viatura fora da zona de risco. é importante citar que existem duas formas de
• Notificar o despachante da situação. estabilização: primária e secundária.
• Permanecer fora da zona de risco até que a A estabilização primária pode ser definida
companhia de força desenergize a rede e esta- como o procedimento adotado para cessar o
bilize o poste. movimento do veículo em que há vítima, de-
• Manter os curiosos e outros serviços de emer- vendo ser rápida e efetiva, pois, após sua fina-
gência fora da zona de risco. lização o socorrista já poderá acessar o veículo.
A estabilização secundária diz respeito aos
INSTABILIDADE DO VEÍCULO procedimentos adotados para melhorar a esta-
bilização primária. Ou seja, reforçar a estabiliza-
O grande problema oriundo da instabilidade ção no veículo em que há vítima ou mesmo nos
dos veículos está relacionado com a possibilidade veículos em que não houver vítimas e que haja
de movimentação inesperada que poderá acarre- necessidade e ainda em outros objetos instá-
tar agravamento de lesões nas vítimas e até mes- veis presentes na ocorrência.
mo acometer a equipe.
Antes de iniciar qualquer manobra no veícu- Meios e equipamentos de estabilização
lo acidentado, é necessário que este seja es- convencional
tabilizado a fim de evitar riscos adicionais pela
movimentação inesperada. Esta estabilização Para realizar a estabilização convencional, po-
deve obedecer aos seguintes princípios: manter dem-se utilizar os calços de madeira tipo escada
o veículo seguro, manter o veículo imóvel, ser (step), calços de madeira simples (bloco), hastes
simples, de fácil memorização e de rápida exe- metálicas, fitas com catracas, cabos estáticos, cor-
cução. Na estabilização veicular será primordial rentes, almofadas pneumáticas, guinchos, multipli-
a verificação do possível sentido de movimen- cadores de força, macacos etc.
tação de veículos e obstáculos, em que os res- • Step: estabilizador de madeira ou material
gatistas deverão atuar de forma rápida e lógica. sintético, em forma de escada ou degraus.
A estabilização do veículo é primordial para • Calço: estabilizados em forma de taco (para-
Quando o veículo acidentado está sobre os Quando o veículo está sobre uma das laterais,
quatro pneus inflados, parece estável. Todavia, é existe uma tendência natural das testemunhas em
facilmente movimentado para cima e para baixo, empurrar o veículo acidentado de volta para a po-
para um lado e para outro, para frente ou para trás, sição normal. Elas não conseguem compreender
quando socorristas e resgatistas sobem nele, en- que esse movimento pode causar ou agravar as
tram pelas janelas ou iniciam o desencarceramen- lesões nos ocupantes do veículo. Por isso, o veí-
to. Estes movimentos podem agravar seriamente o culo deve ser estabilizado sobre a lateral. A figura
estado das vítimas, ou mesmo representar perigo 11 demonstra um veículo estabilizado com escoras
para os socorristas e os curiosos. Na Figura 10 o metálicas e calços.
veículo foi estabilizado com calços.
Fonte: CBMSC
teto, com espaço entre o capô e o solo e entre é necessário estabilizar o veículo de cima com
o bagageiro e o solo. escoras de madeira, almofadas infláveis, cilindros
• A frente para baixo, com o friso dianteiro do de resgate, macacos mecânicos ou outros meios,
capô em contato com o solo, e a retaguarda do sempre tomando cuidado para não provocar um
veículo sustentada pela coluna C. aumento da pressão sobre determinada área.
• A traseira para baixo, com o bagageiro trasei- • Quando a velocidade faz com que um veí-
ro em contato com o solo, e a maioria do peso culo leve fique sobre o outro. Nesse caso, a
do veículo suportado pela coluna A. solução mais recomendada é estabilizar o que
estiver embaixo e fixar o de cima ao de baixo
Escoras, calços, almofadas e macacos são alter- com fitas ou cabos.
nativas utilizadas para estabilizar veículos capotados. • Nas situações em que um veículo parar so-
Um cuidado na estabilização de veículos posi- bre o outro ou até mesmo quando houver ins-
cionados sobre o teto é a segurança da integrida- tabilidade severa de obstáculos que estejam
de do compartimento dos passageiros, principal- em contato direto com o veículo, a guarnição
mente quando há a retirada de portas e o corte da de resgate veicular deverá optar por um das
coluna B (central) do veículo. seguintes formas de estabilização: compacta-
ção e união Solidária.
Um veículo sobre o outro
SISTEMAS DO VEÍCULO
Ocasionalmente, a colisão fará com que um veí-
culo permaneça sobre o outro. Isso pode ocorrer Vários sistemas do veículo podem constituir
em duas situações: uma ameaça para os resgatistas, os socorristas ou
• Quando um veículo é consideravelmente as vítimas. Dentre esses sistemas, destacam-se:
maior do que o outro, como em situações em bateria e airbag.
que um carro de passeio colide com um cami-
nhão. A prioridade de estabilização nesse caso Bateria
é para evitar qualquer movimento do veículo de
cima, bem como para reduzir a pressão sobre o Muitas unidades de resgate desativam como ro-
veículo embaixo. Para se atingir esses objetivos, tina os sistemas elétricos dos veículos, cortando ou
bags, pois estes são dotados de capacitores A ação em um evento com produtos perigosos
que podem mantê-los energizados por até 90 deve ser conduzida por uma equipe de técnicos, Glossário
segundos após o desligamento da bateria. cabendo às demais agências presentes na cena As distâncias seguras recomendadas
• Desconectar todas as baterias assim que tomar as medidas iniciais de gerenciamento de são 30 centímetros dos airbags de
possível. riscos. Em razão disso, o gerenciamento de riscos joelho e laterais, 60 centímetros do
em acidentes com produtos perigosos segue os airbag do motorista e 90 centíme-
Pré-tensionador de cinto de segurança seguintes passos: tros do airbag frontal do passageiro.
• Identificar, o mais precocemente possível, se há
Os pré-tensionadores, que esticam o cinto de o envolvimento de produtos perigosos no aciden-
segurança logo antes do acionamento do airbag, te, a partir de informações iniciais, sejam estas infor-
também constituem uma ameaça para os resgatis- mais (formato do veículo, logotipos etc.) ou formais
tas. Os pré-tensionadores podem estar embuti- (rótulo de risco e painel de segurança) (Figura 13).
dos no assento, adaptados ao assento, adaptados • Aproximar-se da cena de emergência com
à coluna B ou embutidos na coluna B. Forçando cuidado, tendo o vento pelas costas, tomando
os assentos com pré-tensionadores, os resgatis- como referência o ponto de vazamento do pro-
tas podem ativá-los. Alguns veículos possuem duto perigoso.
pré-tensionadores na coluna B. Alguns carros no- • Evitar qualquer tipo de contato com o pro-
vos possuem dois pré-tensionadores por assento. duto perigoso.
Para neutralizar os pré-tensionadores, deve-se re- • Identificar o produto perigoso.
tirar os cintos das vítimas. • Isolar o local do acidente impedindo a entra-
da de qualquer pessoa.
PRODUTOS PERIGOSOS • Solicitar a presença do socorro especializado.
• Determinar as ações iniciais de emergência, re-
Não é improvável que uma equipe de resga- comendadas no Manual de Emergências da Asso-
te veicular acabe se defrontando com um aciden- ciação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM).
te envolvendo produtos perigosos, afinal grande
parte destes produtos tem no modal rodoviário o
principal meio de transporte.
Fonte: CBMSC
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