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Exame Neurológico inferiores, mas há casos nos quais se

observam flexão dos joelhos e


Pescoço e coluna cervical expressão fisionômica de sensação
dolorosa.
Carótidas
Palpação e ausculta de ambas as
carótidas, separadamente, verificando
se há frêmito e/ou sopro.

Região supraclavicular
Limitação dos movimentos
Auscultar a artéria vertebral
Solicita-se ao paciente executar
Limitação dos movimentos movimentos de flexão, extensão,
rotação e lateralização da coluna e
Lateralização, flexão, extensão, rotação
observa-se a eventual existência de
e lateralização da cabeça doenças
limitação na amplitude dos movimentos
osteoarticulares, musculares,
e em que grau.
meningites, radiculopatias e hemorragia
subaracnóidea. Provas de estiramento da raiz
Rigidez da nuca nervosa
Estando o paciente em decúbito dorsal, Prova de Lasegue
o examinado coloca uma das mãos na
Com o paciente em decúbito dorsal e os
região occipital e, suavemente, tenta
membros inferiores estendidos, o
fletir a cabeça do paciente. Se o
examinador levanta um dos membros
movimento for fácil e amplo, não há
inferiores estendido. A prova é positiva
rigidez nucal, ou seja, a nuca é livre.
quando o paciente reclama de dor na
Caso contrário, fala-se em resistência,
face posterior do membro examinado,
defesa ou simplesmente rigidez.
logo no início da prova (cerca de 30° de
Prova de Brudzinski elevação)

Com o paciente em decúbito dorsal e Prova de Kernig


membros estendidos, o examinador
Consiste na extensão da perna, estando
repousa uma das mãos sobre o tórax do
a coxa fletida em ângulo reto sobre a
paciente e, com a outra colocada na
bacia e a perna sobre a coxa. Considera-
região occipital, executa uma flexão
se a prova positiva quando o paciente
forçada da cabeça. A prova é positiva
quando o paciente flete os membros
sente dor ao longo do trajeto do nervo arterial periférica e em lesões do
ciático e tenta impedir o movimento. aparelho locomotor.

Essas provas são utilizadas para o Marcha de pequenos passos


diagnóstico de meningite, hemorragia
subaracnóidea e radiculopatia ciática. É caracterizada pelo fato de o paciente
dar passos muito curtos e, ao caminhar,
arrastar os pés como se estivesse
dançando "marchinha'~ Aparece na
paralisia pseudobulbar e na atrofia
cortical da senilidade.

Marcha vestibular
O paciente com lesão vestibular
(labirinto) apresenta lateropulsão
Marcha ou equilíbrio quando anda; é como se fosse
empurrado para o lado ao tentar
dinâmico.
mover-se em linha reta. Se o paciente
A todo e qualquer distúrbio da marcha, for colocado em um ambiente amplo e
dá-se o nome de disbasia. A disbasia lhe for solicitado ir de frente e voltar de
pode ser uni ou bilateral, e os tipos mais costas, com os olhos fechados, ele
representativos são determinados a descreverá uma figura semelhante a
seguir. uma estrela, daí ser denominada
também marcha em estrela.
Marcha parkinsoniana
O doente anda como um bloco,
Equilíbrio estático
enrijecido, sem o movimento Terminado o estudo da marcha, solicita-
automático dos braços. A cabeça se ao paciente continuar na posição
permanece inclinada para a frente, e os vertical, com os pés juntos olhando para
passos são miúdos e rápidos, dando a frente. Nessa postura, ele deve
impressão de que o paciente "corre permanecer alguns segundos. Em
atrás do seu centro de gravidade" e vai seguida, ordena-se a ele que feche as
cair para a frente. Ocorre nos pálpebras. A isso se denomina prova de
portadores da doença de Parkinson. Romberg.

Marcha claudicante No indivíduo normal, nada se observa,


ou apenas ligeiras oscilações do corpo
Ao caminhar, o paciente manca para um são notadas (prova de Romberg
dos lados. Ocorre na insuficiência negativa). Na vigência de determinadas
alterações neurológicas, ao cerrar as abduzir e elevar o braço, fletir a coxa,
pálpebras, o paciente apresenta fletir e estender a perna e o pé. Durante
oscilações do corpo, com desequihbrio a execução desses movimentos, é
e forte tendência à queda (prova de importante observar se eles são
Romberg positiva). realizados em toda a sua amplitude.

A tendência para a queda pode ser: Nas síndromes piramidais, existe


diminuição da velocidade dos
• Sara qualquer lado e
movimentos.
imediatamente após interromper
a visão, indicando lesão das vias Nas extrapiramidais, como a
de sensibilidade proprioceptiva parkinsoniana, há também diminuição
consciente; da velocidade dos movimentos; porém,
• Sempre para o mesmo lado, após observa-se progressiva diminuição da
transcorrer pequeno período de amplitude dos movimentos com a
latência, traduzindo lesão do realização deles.
aparelho vestibular
Afastadas as condições locais
A prova de Romberg é positiva nas extraneurológicas (abscesso, anquilose,
labirintopatias, na tabes dorsalis, na retração tendinosa), as causas de
degeneração combinada subaguda e redução ou abolição do movimento
na polineuropatia periférica. voluntário são representadas por lesão
dos neurônios motores e/ou de suas
vias (sistema piramidal, colunas ventrais
da medula e nervos).

Força muscular
O paciente procura fazer os mesmos
Motricidade voluntária
movimentos mencionados no exame da
De três tipos são os atos motores: motricidade espontânea, só que, desta
voluntário, involuntário e reflexo. vez, com oposição aplicada pelo
Relacionam-se aos neurônios motores - examinador.
superior e inferior.
Literalmente, anotando-se a graduação
Motricidade espontânea e a sede, assim:

Solicita-se ao paciente executar uma • o Força normal nos quatro


série de movimentos, especialmente membros
dos membros, tais como: abrir e fechar • o Força discretamente diminuída
a mão, estender e fletir o antebraço, na extensão do antebraço direito
• o Força moderadamente significativo na acentuada
diminuída na flexão da perna diminuição do tônus.
esquerda • Palpação das massas musculares:
• o Força muito reduzida na Averígua-se o grau de
extensão do pé direito consistência muscular, a qual se
• o Força abolida na flexão da coxa mostra aumentada nas lesões
esquerda motoras centrais e diminuída nas
periféricas.

Tônus muscular
O tônus pode ser considerado como o
estado de tensão constante a que estão
submetidos os músculos, tanto em
repouso (tônus de postura), como em Movimentos passivos
movimento (tônus de ação).
Imprimem-se movimentos naturais de
O exame do tônus é realizado com o flexão e extensão nos membros e
paciente deitado e em completo observam-se:
relaxamento muscular, obedecendo-se
• a passividade, ou seja, se há
à seguinte técnica:
resistência (tônus aumentado) ou
• Inspeção: Verifica-se a existência se a passividade está aquém do
ou não de achatamento das normal (tônus diminuído).
massas musculares de encontro • a extensibilidade, isto é, se existe
ao plano do leito. É mais evidente ou não exagero no grau de
nas coxas e só tem valor extensibilidade da fibra muscular.
Assim, na flexão da perna sobre a parkinsonismo e em outras
coxa, fala-se em diminuição do doenças do sistema
tônus quando o calcanhar toca a extrapiramidal.
região glútea de modo fácil.
• Balanço passivo: O examinador,
Coordenação
com as suas duas mãos, segura e Na execução dos movimentos, por mais
balança o antebraço do paciente, simples que sejam, entram em jogo
observando se a mão se mecanismos reguladores de sua
movimenta de forma normal, direção, velocidade e medida
exagerada (na hipotonia) ou adequadas, que os tornam econômicos,
diminuída (na hipertonia). O precisos e harmônicos. Não basta,
mesmo pode ser observado, portanto, que exista força suficiente
aplicando-se a manobra nos para a execução do movimento; é
membros inferiores, segurando a necessário que haja coordenação na
perna e observando o balanço atividade motora.
dos pés.
Coordenação adequada traduz o bom
• A hipotonia é encontrada nas
funcionamento de, pelo menos, 2
lesões do cerebelo, no coma
setores do sistema nervoso: o cerebelo
profundo, no estado de choque
(centro coordenador) e a sensibilidade
do sistema nervoso central, nas
proprioceptiva. À sensibilidade
lesões das vias da sensibilidade
proprioceptiva cabe informar
proprioceptiva consciente, das
continuamente ao cento coordenador
pontas anteriores da medula, dos
as modificações de posição dos vários
nervos, na coreia aguda e em
segmentos corporais.
algumas encefalopatias
(mongolismo). A perda de coordenação é denominada
• A hipertonia ocorre nas lesões ataxia, a qual pode ser de três tipos:
das vias motoras piramidal e cerebelar, sensorial e mista.
extrapiramidal.
Prova dedo-nariz
• A hipertonia piramidal,
denominada espasticidade, é Com o membro superior estendido
observada comumente na lateralmente, o paciente é solicitado a
hemiplegia, na diplegia cerebral tocar a ponta do nariz com o indicador.
infantil, na esclerose lateral Repete-se a prova algumas vezes:
amiotrófica e na mielopatia primeiro, com os olhos abertos e,
compressiva. depois, fechados. O paciente deve estar
• A hipertonia extrapiramidal, de preferência de pé ou sentado.
denominada rigidez, ocorre no
reação pode ser motora ou secretora,
dependendo da modalidade do
estímulo e do órgão estimulado.

Para nosso estudo, têm interesse os


Prova calcanhar-joelho reflexos motores.
Na posição de decúbito dorsal, o
Reflexo cutâneo-plantar
paciente é solicitado a tocar o joelho
oposto com o calcanhar do membro a Estando o paciente em decúbito dorsal,
ser examinado. A prova deve ser com os membros inferiores estendidos,
realizada várias vezes, de início com os o examinador estimula superficialmente
olhos abertos; depois, fechados. Nos a região plantar, próximo à borda lateral
casos de discutível alteração, e no sentido póstero anterior, fazendo
«sensibiliza-se" a prova mediante o um leve semicírculo na parte mais
deslizamento do calcanhar pela crista anterior.
tibial, após tocar o joelho. Diz-se que há
A resposta normal é representada pela
dismetria (distúrbio na medida do
flexão dos dedos. A inversão da
movimento) quando o paciente não
resposta normal, ou anormal é a
consegue alcançar com precisão o alvo.
extensão do hálux. A abolição desse
reflexo ocorre quando há interrupção
do arco reflexo e, algumas vezes, na
fase inicial da lesão da via piramidal.
Constitui o sinal de Babinski, um dos
Prova dos movimentos mais importantes elementos
alternados semiológicos do sistema nervoso, que
indica lesão da via piramidal ou
Determina-se ao paciente que realize
corticoespinal. Lesão cerebral.
movimentos rápidos e alternados, tais
como: abrir e fechar a mão, movimento
de supinação e pronação, extensão e
flexão dos pés.

Reflexos
De modo genérico, pode-se afirmar
que a toda ação corresponde uma
reação. Assim é o reflexo: trata-se de
uma resposta do organismo a um
estímulo de qualquer natureza. A
Sensibilidade
Os estímulos, de qualquer natureza,
atuando sobre os órgãos receptores da
Sinal de Babinski superfície corporal ou na profundidade
do corpo, são conduzidos por sistemas
especiais (vias aferentes ou aferências
sensoriais) até o sistema nervoso
central.
O estudo semiológico da sensibilidade
diz respeito aos receptores, `as vias
condutoras e aos centros localizados no
encéfalo. Essas vias sensoriais estão em
Reflexos proprioceptivos, estreita e contínua ligação com as vias
motoras, configurando, em seu
profundos, musculares ou
conjunto, o arco reflexo que representa
miotáticos a unidade anátomo funcional do
Reconhecem-se os tipos fásicos ou sistema nervoso. Para melhor
clônicos, e os tônicos ou posturais. Na compreensão da propedêutica da
pesquisa dos reflexos miotáticos fásicos sensibilidade e das alterações em seus
ou clônicos, o estímulo é feito pela vários níveis.
percussão com o martelo de reflexos do
Sensibilidade superficial
tendão do músculo a ser examinado.
Para a sensibilidade tátil, utiliza-se o
De rotina, são investigados os reflexos
pedaço de algodão ou o pequeno
aquileu, patelar, flexor dos dedos,
pincel macio, os quais são roçados de
supinador, pronador, bicipital e tricipital.
leve em várias partes do corpo.

• A sensibilidade térmica requer


dois tubos de ensaio, um com
água gelada e outro com água
quente, com que se tocam pontos
diversos do corpo, alternando-se via piramidal (acidente vascular
os tubos. cerebral, neoplasia, doença
• A sensibilidade dolorosa é desmielinizante, traumatismo). É
pesquisada com o estilete rombo, possível, todavia, obter resposta
capaz de provocar dor sem ferir o diminuída ou aumentada, mesmo na
paciente. A agulha hipodérmica é ausência de doença.
inadequada, sobretudo em mãos
Nos pacientes com lesão do cerebelo, é
inábeis.
comum a resposta em pêndulo do
• A diminuição da sensibilidade tátil
reflexo patelar (reflexo patelar
recebe o nome de hipoestesia;
pendular), consequência da hipotonia.
sua abolição, anestesia; e seu
aumento, hiperestesia.Tais A assimetria nas respostas A assimetria
alterações estão na dependência nas respostas dos reflexos tem grande
da lesão das vias das várias importância, porque evidencia
modalidades sensoriais. anormalidade neurológica, sendo
necessário ser bem analisada
Sensibilidade profunda conjuntamente com os outros
A sensibilidade vibratória (palestesia) é elementos semióticos.
pesquisada com o diapasão de 128
vibrações por segundo, colocado em
saliências ósseas.

A sensibilidade dolorosa profunda é


avaliada mediante compressão
moderada de massas musculares e
tendões, o que, normalmente, não
desperta dor. Se o paciente acusar dor,
é sinal de que há neurites e miosites. De
modo contrário, os pacientes com tabes
Nervos cranianos
dorsalis não sentem dor quando se faz
compressão, mesmo forte, de órgãos Os 12 nervos cranianos têm origem no
habitualmente muito dolorosos, como é tronco encefálico ou se dirigem para
o caso dos testículos. ele, com exceção dos dois primeiros,
que, por sinal, não têm características
A arreflexia ou hiporreflexia são
morfológicas de nervo, e sim de tecido
encontradas comumente nas lesões
cerebral e do ramo externo do XI, cuja
que interrompem o arco reflexo
origem se encontra na medula cervical.
(poliomielite, polineuropatia periférica,
miopatia), e a hiperreflexia nas lesões da
Nervo olfatório denomina avaliação do campo visual ou
campimetria.
As impressões olfatórias são recolhidas
pelos receptores da mucosa nasal e Nervo oculomotor, nervo
conduzidas aos centros corticais da troclear e nervo abducente
olfação, situados nos hipocampos, após
atravessarem os dois lobos frontais. Esses três nervos são examinados em
conjunto, pois inervam os vários
No exame da olfação, empregam -se músculos que têm por função a
substâncias com odores conhecidos: motilidade dos globos oculares. Tais
café, canela, cravo, tabaco, álcool etc. músculos compreendem o reto medial,
De olhos fechados, o paciente deve o reto superior, o reto inferior, o oblíquo
reconhecer o aroma que o examinador inferior (inervados pelo oculomotor), o
colocar diante de cada narina. oblíquo superior (inervado pelo
troclear) e o reto lateral (inervado pelo
Afastadas as condições que impeçam o
abducente). O III nervo inerva também
reconhecimento do odor (resfriado
a musculatura elevadora da pálpebra.
comum, atrofia de mucosa), as
alterações deficitárias (hiposmia e Motilidade extrínseca. A posição do
anosmia) ganham maior significado globo ocular é dada pelo
clínico, pois dependem de distúrbios funcionamento harmônico dos vários
neurológicos, como sífilis nervosa, músculos. Caso haja predomínio de um
fratura do andar anterior da base do deles (por paresia ou paralisia de seu
crânio e neoplasia da goteira olfatória. antagonista), ocorre o que se chama
estrabismo (desvio do olho de seu eixo
Nervo óptico normal), que pode ser horizontal
Acuidade visual: Pede-se ao paciente (convergente ou divergente) ou vertical
que diga o que vê na sala de exame (na (superior ou inferior), e isso vai
parede, na mesa) ou leia alguma coisa. depender se o desvio é em uma ou em
outra direção. Na presença de
Campo visual: Sentado, o paciente fixa
estrabismo, pelo menos na fase inicial,
um ponto na face do examinador,
o paciente reclama de visão dupla ou
postado à sua frente. O examinador
diplopia
desloca um objeto nos sentidos
horizontal e vertical, e o paciente dirá O exame é feito em cada olho
até que ponto está "percebendo" o separadamente e, depois,
objeto nas várias posições. Cada olho é simultaneamente, da seguinte maneira:
examinado separadamente. A isso se estando o paciente com a cabeça
imóvel, o examinador solicita a ele que
desloque os olhos nos sentidos ocular. Em ambiente de pouca
horizontal e vertical. No exame luminosidade, o paciente deve olhar
simultâneo, acrescenta-se a prova da para um ponto mais distante. O
convergência ocular, que é feita examinador incide o feixe de luz em
aproximando gradativamente um uma pupila e observa a resposta nos
objeto dos olhos do paciente. dois lados. Chama-se reflexo foto motor
direto a contração da pupila na qual se
As causas mais frequentes de lesões dos
fez o estímulo, e de reflexo foto motor
nervos oculomotores são traumatismos,
consensual a contração da pupila
diabetes melitus, aneurisma
oposta. Em seguida, aproxima-se dos
intracraniano, hipertensão intracraniana
olhos um objeto, e as pupilas se
e neoplasias da região selar.
contrairão normalmente - é o reflexo da
Motilidade intrínseca. O exame da acomodação.
pupila é feito em seguida ao estudo da
motilidade extrínseca dos globos
oculares.
A íris é formada por fibras musculares
lisas e apresenta uma camada externa,
radiada, inervada pelo simpático
cervical, e uma camada interna, circular,
que recebe a inervação parassimpática.
A pupila é normalmente circular, bem
centrada e tem um diâmetro de 2 a 4
mm. Ressalte-se que o diâmetro pupilar O sinal de Argyll-Robertson consiste
é o resultado do funcionamento basicamente em miose bilateral,
equilibrado entre os dois sistemas abolição do reflexo foto motor e
autônomos - simpático e presença do reflexo de acomodação.
parassimpático. Foi tido por muito tempo como
A irregularidade do contorno pupilar é patognomônico da sífilis nervosa. Na
chamada discoria; quando o diâmetro verdade, sabe-se hoje que ele pode
se acha aumentado, fala-se em depender de várias outras causas. A
midríase; o contrário, miose; a lesão responsável pelo sinal de Argyll-
igualdade de diâmetros denomina-se Robertson situa-se na região
isocoria; e a desigualdade, anisocoria. periaquedutal, no mesencéfalo.

Dinamicamente, a pupila é examinada A síndrome de Claude Bernard-Homer


por meio de um feixe luminoso é caracterizada por miose, enoftalrnia e
(lanterna de bolso) e pela convergência diminuição da fenda palpebral. Decorre
de lesão do simpático cervical • (Ramo mandibular do nervo
(traumatismo, neoplasia do ápice trigêmeo- V par craniano). Ação:
pulmonar, pós-cirurgia cervical). elevação(oclusão) da mandíbula.

Nervo trigêmeo
O trigêmeo é nervo misto, constituído
de várias raízes:

Raiz motora, representada pelo nervo


mastigador, que inerva os músculos
destinados à mastigação (temporal,
masseter e pterigóideos). Avalia-se a
lesão unilateral da raiz motora pela
observação dos seguintes elementos: o
atrofia das regiões temporais e
masseterinas o a abertura da boca Raízes sensoriais
promove desvio da mandíbula para o
Que compreendem os nervos
lado da lesão o ao trincar os dentes,
oftálmico, maxilar e mandibular. As
nota-se debilidade do lado paralisado,
raízes sensoriais responsabilizam-se
há dificuldade do movimento de
pela sensibilidade geral da metade
lateralização da mandíbula.
anterior do segmento cefálico. O exame
Músculos da mastigação dessas raízes é semelhante ao da
sensibilidade superficial, estudada
• Temporal: inervação - nervo
anteriormente, cabendo apenas
temporal (Ramo mandibular do
acrescentar a pesquisa da sensibilidade
nervo trigêmeo- V par craniano).
corneana, feita com uma mecha de
Ação: elevação(oclusão) e
algodão que toca suavemente entre a
retração da mandíbula.
esclerótica e a córnea. O paciente deve
• Masseter: inervação-nervo
estar com os olhos virados para o lado
massetérico (Ramo mandibular
oposto, a fim de perceber o menos
do nervo trigêmeo- V par
possível a prova. A resposta normal é a
craniano). Ação:
contração do orbicular das pálpebras,
elevação(oclusão) da mandíbula.
daí a denominação de reflexo cómeo-
• Peterigóideo medial-nervo do
palpebral. As alterações do trigêmeo
pterigoideo medial (Ramo
podem ser consequência de herpes-
mandibular do nervo trigêmeo- V
zóster, traumatismo e neoplasias.
par craniano). Ação:
elevação(oclusão) da mandíbula.
Comprometida a raiz sensorial, o
paciente vai referir dor, limitada à área
correspondente à sua distribuição. Em
tais casos, usa-se a designação de
neuralgia do trigêmeo ou de
trigeminalgia.

Nervo facial
Do ponto de vista semiológico,
interessa a parte motora do nervo facial,
a qual se divide anatomoclinicamente
em dois ramos – temporofacial e
cervicofacial – os quais se distribuem
para a musculatura da mímica facial.

Para fazer o exame do nervo facial,


solicita-se ao paciente enrugar a testa,
franzir os supercílios, fechar as
pálpebras, mostrar os dentes, abrir a Nervo vestibulocodear
boca, assobiar, inflar a boca e contrair o É constituído por duas raízes: a coclear,
platisma ou músculo cutilar do pescoço. incumbida da audição, e a vestibular,
Na paralisia unilateral, observam-se responsável pelo equilíbrio. No exame
lagoftalmia (o olho permanece sempre neurológico de rotina, faz-se apenas
aberto); ausência do ato de piscar; uma exploração mais ou menos
epífora (lacrimejamento); desvio da grosseira das duas raízes, coclear e
boca para o lado normal, sobretudo vestibular, desse nervo.
quando se pede ao paciente que A raiz coclear é avaliada pelos seguintes
mostre os dentes ou abra amplamente dados e manobras: Diminuição
a boca, e incapacidade para contrair o gradativa da intensidade da voz natural,
platisma, assobiar e manter a boca Voz cochichada, Atrito suave das polpas
inflada. digitais próximo ao ouvido
Prova de Rinne, que consiste em aplicar A investigação da raiz vestibular
o diapasão na região mastoide. Quando compreende a pesquisa de nistagmo,
o paciente deixar de ouvir a vibração, desvio lateral durante a marcha, desvio
coloca-se o aparelho próximo ao postura, sinal de Romberg e provas
conduto auditivo. Em condições calórica e rotatória.
normais, o paciente acusa a percepção
O nistagmo consiste em movimentos
do som (Rinne positivo). Transmissão
oculares ritmados, com dois
óssea mais prolongada que a aérea
componentes: um rápido e outro lento.
(Rinne negativo) significa deficiência
O nistagmo pode ser espontâneo ou
auditiva decondução.
provocado e compreende os tipos
As alterações auditivas são horizontal, vertical, rotatório e misto.
representadas por sintomas deficitários
Quando há desvio postura! durante a
(hipoacusia) ou de estimulação
marcha, observa-se lateropulsão para o
(zumbido, hiperacusia e alucinações).
lado da lesão. Se o paciente estiver de
Afastadas as causas de diminuição ou a
pé ou sentado com os olhos fechados e
abolição da acuidade por transmissão
os membros superiores estendidos para
aérea (tamponamento por cerume,
frente e elevados em ângulo reto com o
otosclerose), as causas mais comuns de
corpo, os braços irão desviar-se para o
lesão daraiz coclear são a rubéola, o
lado do labirinto lesado, e o corpo
neurinoma, a fratura do rochedo, a
tenderá a cair para este mesmo lado.
intoxicação medicamentosa e a
síndrome de Méniere. Já os sintomas Sinal de Romberg positivo, com
irritativos (zumbidos) podem estar ou desequilíbrio do corpo para o lado
não associados a déficit de audição, ou lesado.
depender de focos corticais Provas calórica e rotatória. Pelo
(alucinações), ou, ainda, acompanhar a estímulo dos labirintos com água
paralisia facial periférica (hiperacusia). quente e fria (prova calórica) e uma
O acometimento da raiz vestibular é cadeira giratória (prova rotatória), é
reconhecível pela anamnese, quando as possível diagnosticar
queixas do paciente incluem estado comprometimento do nervo vestibular
vertiginoso, náuseas, vômitos e e de suas vias. As causas de lesões da
desequilíbrio. A vertigem corresponde a raiz vestibular são as mesmas
uma incômoda e ilusória sensação de
Nervo glossofaríngeo e nervo
deslocamento do corpo ou dos objetos,
sem alteração de consciência. vago
Pelas estreitas ligações quanto à
origem, ao trajeto e à distribuição, esses
nervos são examinados em conjunto. Investiga-se o hipoglosso pela inspeção
Algumas funções estão imbricadas da língua - no interior da boca ou
entre si; outras, porém, correspondem a exteriorizada -, movimentando-a para
um ou a outro nervo especificamente. O todos os lados, forçando-a de modo
exame do X nervo inclui o ramo interno que vá de encontro à bochecha e, por
do XI, que é motor, tem origem bulbar fim, palpando-a, para avaliação de sua
e se une em curto trajeto ao nervo vago. consistência.

As causas mais frequentes de lesão dos


nervos IX e X, ou de seus ramos, são:
neuropatia diftérica, neoplasia do
mediastino, esclerose lateral
amiotrófica, siringobulbia e
traumatismo. Resumindo os 12 pares
Nervo acessório I- Olfatório
II- Óptico
Essencialmente motor, interessa aqui o
III- Oculomotor
exame do ramo externo, de origem
IV- Troclear
medular cervical, de trajeto ascendente,
V- Trigêmeo
que penetra na cavidade craniana pelo
VI- Abducente
forame occipital e dela sai pelo forame
VII- Facial
jugular, juntamente com os nervos IX e
VIII- Vestibular
X. Inerva os músculos
IX- Glossofaríngeo
esternocleidomastóideo e a porção
X- Vago
superior do trapézio. A lesão do
XI- Acessório
acessório por traumatismo, esclerose
XII- hipoglosso
lateral amiotrófica ou siringomielia tem
como consequência atrofia desses
músculos, deficiência na elevação do
ombro (trapézio) e na rotação da
cabeça para o lado oposto
(esternocleidomastóideo) do músculo
comprometido.

Nervo hipoglosso
Trata-se de um nervo exclusivamente
motor, o qual se origina no bulbo e se
dirige para os músculos da língua.

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