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Acórdão N.º 32-2017 - Processo N.º 34-2016 - Francisco Assumane Yarafi
Acórdão N.º 32-2017 - Processo N.º 34-2016 - Francisco Assumane Yarafi
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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
SEGUNDA SECÇÃO
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1.º
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7.º
8.º
9.º
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actos materiais é indispensável que tenha conhecimento e
intenção de praticar a fraude (...). Sucede que, há nos autos
indícios suficientes que afastam o conhecimento e intenção de
alcançar o resultado proibido ou o animus fraudandi”.
10.º
11.º
12.º
13.º
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B. O despacho recorrido não pode subsistir, por um lado, por
estar inquinado de uma irregularidade que afecta a sua
validade e, por outro, faltar um elemento essencial à imputação
jurídico-criminal;
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reputou mais confortável condenar uma pessoa cujas provas
dos autos indiciam ter sido vítima de um acto fraudulento;
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P. Pelo que, tendo omitido o pedido do memorando ou ter
consentido a emissão da Licença de Importação Temporária por
desconhecimento do procedimento, fica afastada a intenção de
praticar alguma fraude ou de se furtar ao pagamento de
direitos;
“Visto:
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Em resumo, o Recorrente alega que o Tribunal recorrido omitiu
diligências essenciais à descoberta da verdade material,
designadamente, por não ter realizado qualquer investigação
adicional destinada a apurar a veracidade das declarações
prestadas por quem o ajudou a encontrar um despachante, bem
como, se o valor pago por este foi efectivamente depositado em
alguma conta, e que esta diligência seria essencial para saber
quem falsificou os documentos.
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ostentava uma matrícula falsa e consta, ainda, “que aquando
da sua entrada no território aduaneiro moçambicano a mesma
ostentava matrícula estrangeira, tendo sido utilizada uma
licença de importação temporária, o que constitui uma violação
ao plasmado no artigo 2, n.º 1, alínea a), do Regulamento de
Importação Temporária, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º
154/2002, de 30 de Janeiro, tendo em conta que o mesmo não é
elegível aquele regime”, como atesta, por um lado, o Despacho
de Indiciação recorrido.
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Fevereiro de 1944, a omissão de diligências que se considerem
essenciais constituem nulidade processual; no entanto, para o
caso sub judice, as referidas diligências mostram-se
desnecessárias, face aos elementos carreados nos autos, em
particular o facto de ter sido o recorrente que introduziu a
referida viatura no território aduaneiro moçambicano, mediante
“processo de importação temporária, quando se tratava de
importação definitiva”, como bem entende e expressa a
promoção da Digníssima Magistrada do Ministério Público.
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E, no que concerne à tentativa do recorrente imputar toda a
responsabilidade a Tomás Macamo, que alegadamente ofereceu
ajuda para tratar o processo de mudança de matrícula da
viatura descrita nos presentes autos, verifica-se que, no
Despacho de Acusação exarado pelo Ministério Público de fls.
46 a 50, bem como no Despacho de Indiciação ora recorrido,
nada consta relativamente à sua indiciação ou imputação de
qualquer tipo responsabilidade.
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E, no mesmo diapasão, reforça em sua defesa, que a questão
jurídica que deve ser colocada tem a ver com o dolo específico,
nos casos em que alguém omita um procedimento ou adopte
um procedimento inadequado por desconhecimento.
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Destarte, perfilhando com a douta promoção da Digníssima
Magistrada do Ministério Público, os Juízes Conselheiros da
Segunda Secção deste Tribunal acordam em denegar
provimento ao recurso interposto por Francisco Assumane
Yarafi, por carecer de fundamento legal, mantendo-se, in toto, o
Despacho de Indiciação recorrido.
Registe-se e notifique-se.
Fui presente
Procuradora-Geral Adjunta
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