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MARIA CHRISTINA CHAGAS FERREIRA

ATIVIDADE COMPLEMENTAR 05

Síntese e questões para debate referentes


aos textos “O desafio da integralidade
segundo as perspectivas da vigilância da
saúde e da saúde da família”, “Integralidade
da atenção e integração de serviços de
saúde: desafios para avaliar a implantação de
um "sistema sem muros”, Integralidade,
formação de saúde, educação em saúde e as
propostas do SUS: uma revisão conceitual” e
“Cuidado, integralidade e atenção primária:
articulação essencial para refletir sobre o
setor saúde no Brasil.” apresentados na
disciplina de Saúde e Diversidade
Sociocultural na Amazônia em Saúde do
Curso de Mestrado Profissional em Ciências
da Saúde, da Universidade Federal de
Roraima - UFRR, para complementação da
avaliação do semestre.

Professor: Prof.ª Dr.ª Marcos Antonio


Pellegrini

BOA VISTA, RR
2023

RESUMO

A integralidade, proposta por força constitucional na criação do SUS, é um


princípio fundamental que envolve diferentes dimensões e abordagens.

Campos (2003) ressalta a relação entre a formulação de políticas, construção


do conhecimento e implementação das práticas no setor saúde. Destaca-se a
integralidade da atenção à saúde como um princípio constitucional relevante,
que busca eliminar fragmentações e proporcionar uma atenção integral às
necessidades da população. Essa integralidade é limitada pela dificuldade de
alocar os recursos necessários para promover sua implantação efetiva, assim
como na dificuldade em nortear as ações com ênfase na prevenção.

Já em Harlz e Contandriopoulos (2004), a integralidade da prestação de


serviços de saúde também implicaria em integração dos múltiplos entes.
Através de redes interorganizacionais de cuidados, que articulam diferentes
dimensões, seria possível superar as limitações de uma única organização,
garantindo uma abordagem mais abrangente e integrada aos problemas de
saúde de uma população. Os autores abordam sua experiencia em integração
de sistemas de informação em saúde, apontando dificuldades na implantação,
organização financeira, planejamento e troca de informações entre os diversos
níveis de gestão e formação efetiva de uma rede de atendimento integral.

Em Machado et al (2007), destaca-se a importância das ações de educação


em saúde como estratégia para promover a integralidade visto que o sujeito
das ações em saúde deve opinar nas decisões de saúde para o cuidado de si,
de sua família e da coletividade. A integralidade subentenderia novos modelos
de atenção e também mudanças importantes na formação dos profissionais de
saúde de forma a torna-los aptos a promover saúde, onde todos seriam co-
responsáveis dentro do processo.

Por fim, Canut (2017), aponta a articulação dos conceitos de cuidado,


integralidade e Atenção Primária à Saúde na estruturação do sistema de saúde
no Brasil. Esses conceitos são considerados um eixo estrutural do Sistema
Único de Saúde, porém ainda não puderam ser implementados em sua
totalidade. A integralidade, quando integrada à Atenção Primária, possibilita
uma abordagem mais ampla e centrada no paciente, considerando suas
necessidades físicas, psicológicas, sociais e culturais. No entanto, são
apresentados também os desafios dessa articulação destacando a importância
de buscar soluções que fortaleçam a integralidade do cuidado mesmo diante
de dificuldades.

Portanto, a partir dos textos, pode-se argumentar que a integralidade no


cuidado em saúde é essencial, e para tal é necessário unir todos os atores,
capacitando os indivíduos a serem protagonistas em suas decisões de saúde e
garantindo uma resposta mais efetiva às necessidades da população. Embora
existam desafios e limitações, é fundamental buscar soluções e fortalecer a
integralidade no sistema de saúde para proporcionar cuidados mais
abrangentes e holísticos.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CAMPOS, C. E. A.. O desafio da integralidade segundo as perspectivas da vigilância


da saúde e da saúde da família. Ciência & Saúde Coletiva, v. 8, n. 2, p. 569–584,
2003.

HARTZ, Z. M. DE A.; CONTANDRIOPOULOS, A.-P.. Integralidade da atenção e


integração de serviços de saúde: desafios para avaliar a implantação de um "sistema
sem muros". Cadernos de Saúde Pública, v. 20, p. S331–S336, 2004.

MACHADO, M. DE F. A. S. et al.. Integralidade, formação de saúde, educação em


saúde e as propostas do SUS: uma revisão conceitual. Ciência & Saúde Coletiva, v.
12, n. 2, p. 335–342, mar. 2007.

CARNUT, L.. Cuidado, integralidade e atenção primária: articulação essencial para


refletir sobre o setor saúde no Brasil. Saúde em Debate, v. 41, n. 115, p. 1177–1186,
out. 2017.

QUESTÕES:

1. Será que o custo da integralidade é alto demais para que o estado


possa suportá-lo, face à demanda por serviço e direitos trabalhistas?
2. Qual seria o custo de integrar informações em uma efetiva rede de
atendimento, de forma a evitar a duplicidade ou repetição dos mesmos
procedimentos em diferentes níveis de gestão?

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