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21 – N

ROTEIRO — CELEBRAÇÃO DIACONIA - 18/08/2023

19ª SEMANA DO TEMPO COMUM

RITOS INICIAIS

- AMBIENTAÇÃO

- CANTO INICIAL

Antífona da entrada
- Considerai, Senhor, vossa aliança, e não abandoneis para sempre o vosso povo. Lembrai-vos,
Senhor, defendei vossa causa e não desprezeis o clamor de quem vos busca (Sl 73,20.19.22s).

- SAUDAÇÃO E ACOLHIDA
- Em nome do Pai † e do Filho e do Espirito Santo
- A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espirito Santo
Esteja convosco.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo

- ATO PENITENCIAL
Presid.: Irmãos e irmãs, reconheçamos as nossa culpas para celebrarmos dignamente os
santos mistérios.

Senhor tende piedade de nós


Todos: Senhor tende piedade de nós

Cristo tende piedade de nós


Todos: Cristo tende piedade de nós

Senhor tende piedade de nós


Todos: Senhor tende piedade de nós

CANTO PENITENCIAL
- ORAÇÃO DO DIA

Presid.: - Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez
mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança prometida. Por nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Amém

LITURGIA DA PALAVRA
- I LEITURA – Js 24,1-13

- Leitura do livro de Josué:


Naqueles dias, 1Josué reuniu em Siquém todas as tribos de Israel e convocou os anciãos,
os chefes, os juízes e os magistrados, que se apresentaram diante de Deus. 2Então Josué
falou a todo o povo: “Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Vossos pais, Taré, pai de Abraão
e de Nacor habitaram outrora do outro lado do rio Eufrates e serviram a deuses estranhos.
3
Mas eu tirei Abraão, vosso pai, dos confins da Mesopotâmia, e o conduzi através de toda a
terra de Canaã, e multipliquei a sua descendência. 4Dei-lhe Isaac, e a este dei Jacó e
Esaú. E a Esaú, um deles, dei em propriedade o monte Seir; Jacó, porém, e seus filhos,
desceram para o Egito. 5Em seguida, enviei Moisés e Aarão e castiguei o Egito com
prodígios que realizei em seu meio, e depois disso vos tirei de lá. 6Fiz, portanto, que
vossos pais saíssem do Egito, e assim chegastes ao mar. Os egípcios perseguiram vossos
pais, com carros e cavaleiros, até o mar Vermelho. 7Vossos pais clamaram então ao
Senhor, e ele colocou trevas entre vós e os egípcios. Depois trouxe sobre estes o mar, que
os recobriu. Vossos olhos viram todas as coisas que eu fiz no Egito e habitastes no deserto
muito tempo. 8Eu vos introduzi na terra dos amorreus que habitavam do outro lado do rio
Jordão. E, quando guerrearam contra vós, eu os entreguei em vossas mãos, e assim
ocupastes a sua terra e os exterminastes. 9Levantou-se então Balac, filho de Sefor, rei de
Moab, e combateu contra Israel, e mandou chamar Balaão, filho de Beor, para que vos
amaldiçoasse. 10Eu, porém, não o quis ouvir. Ao contrário, abençoei-vos por sua boca, e
vos livrei de suas mãos. 11A seguir, atravessastes o Jordão e chegastes a Jericó. Mas
combateram contra vós os habitantes desta cidade – os amorreus, os ferezeus, os
cananeus, os hititas, os gergeseus, os heveus e os jebuseus. Eu, porém, entreguei-os em
vossas mãos. 12Enviei à vossa frente vespões que os expulsaram da vossa presença – os
dois reis dos amorreus – e isso não com a tua espada nem com o teu arco. 13Eu vos dei
uma terra que não lavrastes, cidades que não edificastes, e nelas habitais, vinhas e olivais
que não plantastes, e comeis de seus frutos.

Palavra do Senhor.
Todos: Graças a Deus.

- SALMO RESPONSORIAL – Sl 135(136),1-3.16-18.21-22.24

R.: Eterna é a sua misericórdia!


Demos graças ao Senhor, porque ele é bom: Porque eterno é seu amor!
Demos graças ao Senhor, Deus dos deuses: Porque eterno é seu amor!
Demos graças ao Senhor dos senhores: Porque eterno é seu amor! R.

Ele guiou pelo deserto o seu povo: Porque eterno é seu amor!
E feriu por causa dele grandes reis: Porque eterno é seu amor!
Reis poderosos fez morrer por causa dele: Porque eterno é seu amor! R.

Repartiu a terra deles como herança: Porque eterno é seu amor!


Como herança a Israel, seu servidor: Porque eterno é seu amor!
De nossos inimigos libertou-nos: Porque eterno é seu amor! R.

- ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO
- EVANGELHO – segundo Mateus: Mt 19,3-12

Presid.: O Senhor esteja convosco


Todos: Ele está meio de nós
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
Todos: Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo, 3alguns fariseus aproximaram-se de Jesus, e perguntaram, para o tentar:
“É permitido ao homem despedir sua esposa por qualquer motivo?” 4Jesus respondeu:
“Nunca lestes que o Criador, desde o início, os fez homem e mulher? 5E disse: ‘Por isso, o
homem deixará pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne’? 6De
modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem
não separe”.7Os fariseus perguntaram: “Então, como é que Moisés mandou dar certidão de
divórcio e despedir a mulher?” 8Jesus respondeu: “Moisés permitiu despedir a mulher, por
causa da dureza do vosso coração. Mas não foi assim desde o início. 9Por isso, eu vos
digo: quem despedir a sua mulher – a não ser em caso de união ilegítima – e se casar com
outra, comete adultério”. 10Os discípulos disseram a Jesus: “Se a situação do homem com a
mulher é assim, não vale a pena casar-se”. 11Jesus respondeu: “Nem todos são capazes de
entender isso, a não ser aqueles a quem é concedido. 12Com efeito, existem homens
incapazes para o casamento, porque nasceram assim; outros, porque os homens assim os
fizeram; outros, ainda, se fizeram incapazes disso por causa do Reino dos Céus. Quem
puder entender entenda”.

Palavra da Salvação.
Todos: Glória a Vós Senhor.

- HOMILIA

-ORAÇÃO DOS FIÉIS (PRECES ESPONTÂNEA)


- Confiantes em Deus, nosso Pai, elevemos nossas súplicas, dizendo:
- Iluminai-nos Senhor para que sejamos capazes de assumir nosso compromisso de fé na
Igreja e participar da vida de nossa comunidade. Ensinai-nos a viver a Vossa palavra e o
Vosso mandamento de amor, a exemplo da Sagrada Família de Nazaré. Rezemos
- Cumulai de força e coragem as nossas famílias, para poderem superar os obstáculos e
desafios do dia a dia. Rezemos.

- Tudo isso vos pedimos por nosso Senhor Jesus Cristo.


Todos: Amém.
LITURGIA EUCARÍSTICA

- CANTO DAS OFERENDAS


- LAVANDA
- ADORAÇÃO EUCARÍSTICA
Com.: Jesus Cristo está realmente presente no meio de nós. Sua palavra nos reuniu como
irmãos. Esta mesma palavra que recebemos será alimento da semana que iniciamos.
Dentro de mais alguns instantes seremos alimentados pelo Corpo do Senhor, mas antes
disso, nós queremos tomar consciência da presença de Cristo no Sacramento da Eucaristia
aqui no meio de nós. Por isso acolhemos Jesus alimento eucarístico cantando:

- CANTO DE APRESENTAÇÃO DO SANTÍSSIMO


(FAZ ENTRONIZAÇÃO DO SANTÍSSIMO)

- EXPOSIÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO (AJOELHADOS)

Presid.: Graças e louvores sejam dados a todo momento.


Todos: Ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento
Presid.: Graças e louvores sejam dados a todo momento.
Todos: Ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento
Presid.: Graças e louvores sejam dados a todo momento.
Todos: Ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento

Presid.: Senhor Jesus Cristo, Deus de Amor, conduzi-nos ao testemunho do amor acima e
antes de qualquer outra coisa, para que nós como Igreja, sejamos sinal de vida no meio dos
homens, vossos irmãos.

T. Nós vos adoramos presente na Eucaristia.

Presid.: Senhor Jesus Cristo, Deus da Luz, iluminai nossas inteligências para procurarmos
em vós que sois o Verbo da Verdade a segurança de nossa experiência humana.

T. Nós vos adoramos presente na Eucaristia.

Presid.: Senhor Jesus Cristo, Deus da Vida, que nos deste a vida em vossa paixão, morte
e ressurreição, não deixeis que nossas fraquezas e incertezas diminuam a vida que vem de
Vós.

T. Nós vos adoramos presente na Eucaristia.

Presid.: Senhor Jesus Cristo, Deus da Verdade, guiai nossos corações para que possamos
testemunhar vossa presença em nosso meio arrancando de nós o egoísmo que não nos
deixa crescer.
T. Nós vos adoramos presente na Eucaristia.

(em pé)

- RITO DA COMUNHÃO

Presid.: Antes de participarmos da Eucaristia, sinal de reconciliação e vínculo de união


fraterna, rezemos juntos a oração que Cristo nos ensinou:

Todos: Pai nosso...

Presid.: Felizes os convidados para a Ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo.
Todos: Senhor eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma
palavra e serei salvo.

Presid.: Que o corpo de Cristo nos guarde para a vida eterna.


Todos: Amém

- COMUNHÃO

RITOS FINAIS

- ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Presid.: Ó Deus, o vosso sacramento que acabamos de receber nos traga a salvação e
nos confirme na vossa verdade. Por Cristo nosso Senhor.

- AVISOS

- BENÇÃO FINAL
- O Senhor esteja conosco!
T: Ele está no meio de nós!
Que o Senhor Deus nos abençoe, guarde-nos de todo o mal e nos conduza à vida
eterna.
Pai e Filho † e Espírito Santo
Vamos em paz e que o Senhor nos acompanhe.
- CANTO FINAL

HOMILIA
O amor de Deus por nós não muda e jamais mudará! Deus é fiel à Sua aliança — a
aliança que Ele fez conosco, Ele é fiel, Ele permanece fiel. Mesmo que nós sejamos
infiéis à essa aliança, mesmo que sejamos inconstantes, mesmo que, por muitas vezes,
não correspondamos com esse amor, Deus permanece fiel.
E é justamente para manifestar esse amor fiel que o Criador fez o homem e a mulher
para que, vivendo em união, pudessem manifestar o amor sempre fiel de Deus.
A união matrimonial é símbolo do amor de Deus por nós, que é um amor indissolúvel, um
amor que não acaba, um amor que nada nem ninguém pode separar, ou seja, então, a
união matrimonial é sinal do amor de Deus por nós também.
O Criador, ao criar o homem e a mulher, os abençoou com a união do casamento
justamente para a felicidade dos esposos, dos filhos e para o bem de toda a comunidade
humana. A sacralidade do matrimônio está justamente no fato de ser esse sinal visível do
amor e da união de Cristo com a Sua Igreja.
É justamente para manifestar esse amor fiel que o Criador fez o homem e a mulher
Cristo é o Esposo que ama a sua esposa ao ponto de dar a sua vida por ela. Esse
também deve ser o amor entre os esposos!
Jesus respondeu: “Moisés permitiu despedir a mulher, por causa da dureza do vosso
coração. Mas não foi assim desde o início”. Ou seja, o matrimônio sempre foi e sempre
será uma vocação divina. E por ser divina, uma graça de Deus, vai exigir, antes de tudo,
discernimento, preparação e uma vontade determinada de procurar o bem um do outro e
de toda a família.
Por isso, a necessidade de se preparar bem para o matrimônio, de viver bem o tempo do
namoro, o tempo do conhecimento um do outro, o tempo do discernimento e do
conhecimento, porque só assim, com esse preparo, o casal poderá manifestar o amor
divino, o amor de Deus por nós, que é indissolúvel e que persevera, mesmo em meio às
lutas, dificuldades, mesmo em meio ao fracasso.
É com a ajuda divina sim, é Deus quem nos dá a graça de viver a fidelidade a Ele
primeiramente. Mas o amor entre os esposos manifesta também esse amor que vem de
Deus.
Peçamos a graça da fidelidade a Deus, a graça da fidelidade a esse amor que Ele
derrama sobre nós.

O Evangelho de hoje nos ajuda a compreender qual é a visão do Criador a respeito da


união do homem e da mulher. O casamento não se trata apenas de um contrato civil entre
duas pessoas que resolveram morar juntas e começar uma aventura. Não, não é isso; de
fato, é um compromisso. Primeiramente é um compromisso de um com relação ao outro,
são duas vidas que se unem para constituir uma única vida familiar.
Nós não podemos nos esquecer desse aspecto fundamental que envolve a união do
homem e da mulher. É verdade que, no matrimônio, as personalidades são diferentes e
que cada um conserva sua identidade pessoal. E isso não pode ser confundido; mas é
verdade também que eles constituem uma unidade e formam uma única família. A
Palavra de Deus hoje nos chama a trabalhar pela unidade, a trabalhar para unir aquilo
que Deus abençoou e não para separar aquilo que Ele uniu.
Todos nós sabemos que a vida a dois não é fácil, mas nenhuma vida é fácil. A vida da
pessoa sozinha também não é fácil! Muitos dizem: “Ah! É melhor estar só do que mal
acompanhado“. Nós entendemos que há situações em que a pessoa escolheu viver
solteira, viver uma vida digna sendo solteira. Tudo bem. Mas o lugar da família é na união
entre o homem e a mulher. Não vamos discorrer aqui a respeito das exceções e dos
casos que não deram certo, dos problemas e dos distúrbios que podem haver. Vamos nos
centrar no essencial: no plano de Deus, naquilo que Deus sonhou e quis, naquilo que
está no coração do Criador.
Por causa da ignorância (por falta de conhecimento e maturidade), os antigos, quando
não conseguiam mais viver juntos, se separavam. Contudo, Jesus diz, nesta passagem
bíblica, que não foi isso que o Criador quis. O Criador, no princípio, quando nos criou
homem e mulher disse: “O homem deixará pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e os dois
serão uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe” (Mateus 19, 5-6).
Portanto, ninguém tem o direito de separar aquilo que Deus uniu. Aqui eu chamo
atenção para o cuidado que precisamos ter com os meios de comunicação e com as
pessoas cuja mentalidade seja materialista, mundana e a favor do “descartável”: “Não
deu certo, separa! Não está indo bem, deixa!” Não, este não deve ser o primeiro
pensamento a ser adotado, este não é o trabalho a ser feito! O trabalho a ser feito é o de
tentar salvar e resguardar o casamento.
Eu já vi tantos casamentos que iam por água abaixo e os casais, ao buscar na força da
oração, da reconciliação e da revisão de vida, resgatar o matrimônio. Por isso, eu acredito
que tem jeito! Já vi Deus dando jeito em situações que pareciam impossíveis de ser
resolvidas. Precisamos querer, confiar e acreditar no Senhor!
Por favor, meu irmão, minha irmã, quando você vir um relacionamento que não está indo
bem, o primeiro trabalho e o primeiro conselho a ser dado não é a separação, não é
tentar ver o caminho que não tem mais jeito. O conselho a ser dado é o de tentar de
todas as formas [salvar o casamento], porque para Deus nada é impossível! Até um
casamento e uma família que pareciam não ter mais jeito, Deus pode dar jeito neles!
Creia! Eu já vi muitas graças acontecerem e sei que ainda verei muitas outras com a
graça de Deus!
Deus abençoe você!
Jesus contesta a sociedade permissiva de seu tempo e recorda aos discípulos o desígnio do Criador:
Deus criou o homem e a mulher para um matrimônio indissolúvel. O casamento baseia-se no amor
forte que rompe os laços com os pais e deixa o casal totalmente livre para construir nova família. Se
houve alguma concessão por parte de Moisés, era apenas um remendo no projeto original de Deus,
e a separação era permitida por causa da insensibilidade humana ao amor. Mais que procurar
motivos para se divorciar, o casal cristão deve encontrar motivos para unir-se ainda mais. O não
casar, isto é, o celibato, se justifica quando for assumido em função do Reino de Deus. Em outras
palavras, a pessoa acolhe o celibato como dom de Deus, a fim de entregar-se completamente à
causa da justiça.
No Evangelho de hoje, o Senhor nos fala de duas joias preciosas, o matrimônio e o celibato, que,
apesar do grande valor que têm em si mesmas, não são bem apreciadas nem pelo mundo nem, às
vezes, pelos homens de Igreja. Prova disso é o mesmo Evangelho lido hoje: de um lado, tratam os
fariseus de mostrar, baseados na autoridade da Lei, a licitude do divórcio: “Moisés mandou dar
certidão de divórcio e despedir a mulher”; de outro, espantam-se os próprios discípulos com a
doutrina de Cristo, dizendo que, se o homem tem de ser fiel à esposa até a morte, então “não vale
a pena casar-se”. Passaram-se já dois milênios desde que teve lugar esse episódio, mas pouco
mudou: nem os de fora, simbolizados pelos fariseus, nem os de dentro, figurados nos discípulos,
parecem entender a altíssima vocação do casamento, com suas exigências irrenunciáveis, nem
apreciar o valor de se fazer eunuco “por causa do Reino dos Céus”. Mas Cristo, que sabe da
nossa fraqueza sem lhe fazer concessões, tem a missão de pregar a verdade em sua inteireza, e
por isso condena, sem restrições, o adultério e louva, como expressão de grande amor, a
virgindade por causa do Reino. Pois é justamente nisso, no amor, em que se fundam essas duas
vocações e é daqui que lhe vêm suas grandes, mas lindas exigências: ao matrimônio, a fidelidade
total ao cônjuge, que há de ser amado por amor a Cristo; ao celibato, a renúncia aos prazeres da
carne também por amor a Ele. E seja embora a nossa natureza muito débil e inclinada ao mal, têm
os esposos e celibatários graça suficiente para viverem os compromissos assumidos, sem
egoísmos tacanhos, sem transigências moles, sem desculpas frouxas, pois a ninguém nega Deus
as graças necessárias ao cumprimento dos deveres do próprio estado, e todos nós, sejamos
casados ou consagrados, temos a vocação de viver, onde nos colocou a divina Providência, o
Evangelho do amor e do sacrifício. — Que o Senhor nos ajude a amá-lo de todo coração, a fim de
sermos admitidos um dia naquele Reino eterno, por causa do qual muitos se fazem eunucos e no
qual os que nesta vida foram casados serão como os anjos do céu.
Liturgia comentada
O que Deus uniu... (Mt 19,3-12)
No tempo de Jesus, havia controvérsias entre os rabinos judaicos a respeito da possibilidade de
ser a esposa repudiada pelo marido que nela encontrasse algo de “desagradável”. E foi como uma
arapuca Jesus que os fariseus lhe apresentam a questão. Afinal, Moisés autorizara que dessem à
esposa um documento de repúdio. Eis o comentário de Hébert Roux, pastor da Igreja Reformada e
interlocutor oficial junto à Igreja Católica:
“Quando perguntam a Jesus o que é permitido ou proibido, ele sempre remete à ordem de Deus.
Não há soluções para a vida moral fora desta ordem; não existe moral independente. “Nunca
lestes...?” Jesus faz alusão ao relato da Criação e cita Gênesis 2,24. A ordem do casamento está
inteiramente contida no próprio ato criador: “Deus fez o homem e a mulher”. Logo, é impossível
conceber sua existência sem sua indissolúvel unidade.
‘O homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois já não serão mais que
uma só carne.’ No casamento, não há apenas justaposição, associação, colaboração de dois
seres, mas coexistência, criação de uma unidade viva. Dividir, separar os dois elementos do casal
é destruir a integridade do ser humano tal como Deus a quis e criou. Quem é casado deve saber
que, por seu casamento, ele realiza seu verdadeiro destino de criatura de Deus; ele é plenamente
ele-mesmo. ‘Assim, não separe o homem aquilo que Deus uniu.’
É então que se mostra claramente a sutileza contraditória dos fariseus. Parece que eles tinham
pronta a objeção: ‘Por que, então, Moisés mandou entregar à mulher uma carta de divórcio para
repudiá-la?’
Uma das astúcias de Satã consiste em opor a Escritura à Escritura, a ordem da Criação à ordem
da Lei! Jesus não se deixa prender na armadilha. Por que Moisés legislou sobre o divórcio? Seria
para aprová-lo ou sancioná-lo? De modo algum, declara Jesus, mas foi ‘por causa da dureza de
vosso coração’. Assim, a Lei interveio por causa do pecado (Gl 3,19). Foi por ter havido
transgressão, por ter o homem separado o que Deus havia unido, e porque a ordem do casamento
não escapara à desordem introduzida no mundo pela Queda, que foi dada a Lei, para dar ao
homem o conhecimento de seu pecado.
É claro que a legislação mosaica tem por fim advertir o homem das consequências do repúdio.
Logo, que ele examine duas vezes antes de consumar uma ruptura que será definitiva. Longe de
aprovar ou facilitar o divórcio, o mandamento, ao contrário, tem por fim restringi-lo e sublinhar seu
caráter irreparável, como tudo o que é consequência do pecado. O divórcio não cria a ruptura do
vínculo conjugal; só leva a constatá-la e torná-la pública.”

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