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Treinamento de Segurança na Operação de Página

CALDEIRAS Módulo 7.0 1/7

7.0 - RISCOS E PREVENÇÕES CONTRA EXPLOSÃO DE CALDEIRAS


7.1 – Riscos de acidentes
O acidente de trabalho com visão prevencionista pode ser definido como sendo: “Uma
ocorrência, não programada, inesperada, que interrompe ou interfere no processo
normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos
trabalhadores e/ou danos materiais”.

Como podem observar essa definição é muito ampla, pois, o acidente (conseqüência) não
precisa ocorrer para caracterizar o mesmo. Daremos um exemplo para melhor
entendimento.
“Um veículo transita em uma rua molhada, de repente uma pessoa atravessa sua frente e o
motorista freia bruscamente seu carro e derrapa, felizmente não atropela a pessoa”.
Qual foi a ocorrência, não programada, inesperada que interrompeu o transitar do veículo?
Essa resposta será o acidente. Piso molhado é de se prever que tenhamos. Uma pessoa
atravessar a frente do veículo também é esperado. O fato de frear bruscamente não era
esperado, não programado, portanto, o acidente é “a freada brusca”. Causas do acidente:
piso molhado, pessoa atravessar a frente do veículo. Conseqüência: é tudo aquilo que vem
após o acidente, ou seja, derrapagem do veículo.
Do ponto de vista legal só fica caracterizado acidente do trabalho se existir lesão ao
trabalhador, portanto pelo lado prevencionista o conceito de acidente é mais amplo.

Uma casa de caldeiras deve ser construída visando permitir o perfeito funcionamento dos
equipamentos e com a máxima segurança. Ela atender basicamente o seguinte:
§ Tamanho: deve ser ampla – uma casa de caldeiras reduzida, que não permita fácil
deslocamento acarreta riscos adicionais, entre eles citamos:
Ventilações deficientes, acarretando aumento da temperatura no seu
interior;
Dificuldade nas operações e manutenções dos equipamentos;
Dificuldades de providencias em situações de emergência;
Maior incidência de acidentes.
§ Ventilação: a boa ventilação será benéfica para a saúde soa operadores da caldeira
e do próprio equipamento que não deve ter temperatura elevada em seu
exterior.
§ Iluminação: Não podemos admitir a operação de caldeiras em local com pouca
iluminação. A caldeira possui diversos instrumentos de controle e proteção que
precisam estar bem visíveis ao operador para que o mesmo tome as devidas
providencias necessária.
§ Drenagem: Uma boa drenagem da água dos pisos permite uma boa limpeza no
ambiente de trabalho. Ambiente sujo é ambiente inseguro. Na casa de caldeiras
a sujeira age como um potencial de risco para incêndio.
§ Construção: a casa de caldeiras deve ser construída em alvenaria, tendo o teto
estrutura leve ou no caso de lajes ela deve ser simplesmente apoiada. Esses
objetivos são para direcionar a formação de choques para cima em caso de
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explosão.

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7.2 – Riscos para a saúde
Poluição do ar: causada pelas caldeiras está relacionado com as emissões no ar
atmosférico de poluentes provenientes da queima de combustíveis. As caldeiras que
utilizam gás natural produzem um menor índice de poluentes, quando estão bem
reguladas. Caso estejam desreguladas produzem tanto quanto combustíveis líquidos.

Os óxidos de enxofre podem causar danos à saúde dos trabalhadores, as plantas e aos
materiais. Portanto, é mais indicada a utilização de combustíveis isentos de enxofre.
O monóxido de carbono (CO) também é um poluente que provoca doenças respiratórias.
Outro fator que contribui contra a saúde dos trabalhadores é o alto nível de ruído nas
salas de caldeiras, sendo necessário o uso de protetores auriculares quando expostos.

7.3 – Riscos de explosões


As principais medidas para se evitar explosão em caldeiras são:

7.3.1 - Antes da operação:


§ Siga rigorosamente os testes das válvulas de segurança (PSV);
§ Assegure-se que os dispositivos de segurança estejam testados e em boas
condições de funcionamento;
§ Verifique o sistema de alimentação de água, abaixando o nível da caldeira, e
aguarde para que o mesmo se restabeleça para as condições normais;
§ Dar as purgas de gás antes de reacender o queimador, em situações que os
mesmos se apagaram;
§ Nas caldeiras que possuem superaquecedor, antes de acender o primeiro
queimador, abra a descarga do mesmo para a atmosfera para a entrada de
vapor;

7.3.2 - Durante a operação:


§ Não exceda nunca a PMTP da caldeira;
§ Não reacenda nenhum maçarico utilizando o calor da parede do
refratário;
§ Nunca deixe os maçaricos parados dentro dos queimadores;
§ Teste a drenagem dos aquecedores de óleo periodicamente,
§ Drene toda a água dos tanques de óleo antes de usar;
§ Não use óleo de algum tanque com suspeita de água presente;
§ Se for perdida a pressão de aspiração da bomba de óleo, feche a
descarga de vapor rapidamente;
§ Ao parar a caldeira, feche a válvula principal do óleo antes de parar a
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bomba, exceto numa emergência;


§ Enquanto a caldeira estiver produzindo vapor, o suprimento de água não
deve ser interrompido;

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§ Deve ser sempre lembrado que uma queda de pressão sem razão aparente
pode ser devido a nível baixo de água;
§ Drene os indicadores de nível (uma vez por turno) e sempre que houver
alguma dúvida quanto à posição do nível;
§ Caso ocorra o desaparecimento do nível nos visores, apague a caldeira,
feche a alimentação de água e saída de vapor, não permita que ninguém
abasteça a caldeira antes de uma vistoria interna;
§ No caso de queda de refratários, desligue a caldeira imediatamente, para
reparos;
§ Não permita que se acumule óleo no interior da fornalha, teste a
estanqueidade dos queimadores periodicamente;
§ Quando os queimadores se apagarem acidentalmente, corte o óleo e
ventile antes de reacender;
§ Evite a fumaça branca ou negra;
§ Quando estiver apagando uma caldeira com superaquecedor, abra a
drenagem do superaquecedor antes de cortar o vapor para ele;
§ Ao apagar uma caldeira com superaquecedor, apague primeiro os
queimadores ao lado do mesmo.

7.3.3 - Após a operação:


§ Remova os maçaricos dos queimadores tão logo eles sejam apagados;
§ Feche todas as aberturas da fornalha assim que os queimadores estejam
apagados;
§ Abaixe o nível de água a três quartos do indicador de nível, quando estiver
apagando a caldeira;
§ Antes de remover qualquer acessório ou porta de visita sujeita a pressão,
assegure-se de que não há mais pressão dentro da caldeira, abrindo os
drenos e suspiros, inclusive os do superaquecedor.

7.3.4 - Outros cuidados:


Alem dos cuidados já citados, podemos citar outros dependendo do tipo de caldeira:
§ Inspecionar diariamente a garrafa de nível dando a descarga das torneiras de
prova. Esta operação permite constatar se as partes responsáveis pela
indicação do nível interno não estão entupidas. Às vezes sucedem que os tubos
de comunicação do corpo de nível com a caldeira ficam obstruídos por excesso
de incrustação, impedindo que se constate o nível real no seu interior;
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§ Manter os vidros dos indicadores de nível e de aparelhos indicadores em geral,


perfeitamente limpos, a fim de evitar erros de leitura;
§ Extrair uma amostra de água de alimentação e de descarga para controle
do tratamento;
§ Para caldeira que tem este sistema, limpar os eletrodos indicadores de nível.
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7.3.5 - Cuidados durante a limpeza:
§ Para impedir a abertura acidental de alguma válvu1a, trave-a com cadeado de
segurança;
§ Proíba o uso de lâmpadas desprotegidas dentro de caldeiras. Os cabos
elétricos das lâmpadas portáteis devem estar com o isolamento em bom
estado (máximo 24 volts) e os aparelhos de iluminação devem ser do tipo
estanque, sendo preferível usar lanternas portáteis durante o trabalho;
§ Evite a aplicação de grande quantidade de produto de limpeza, de modo que
possa ficar acumulado em local sujeito à alta temperatura;
§ Antes de fechar uma caldeira verifique se não foi esquecida nenhuma
ferramenta internamente;

7.3.6 - Precauções de segurança:


§ Não permita que se trabalhe no interior de uma caldeira sem que a
ventilação tenha sido providenciada. Cuidado com os gases tóxicos, que
podem se formar inclusive dentro do tubulão de vapor;
§ Assegure-se de que todos os suspiros e drenos dos tubulões e coletores
estão abertos, antes de abrir uma porta de visita. Não fique na frente de
portas de visita quando for abri-las pela primeira vez;
§ Não permita o uso de chamas desprotegidas tais como as de maçaricos,
velas, fósforos, etc. em tanques de óleo ou nas proximidades dos suspiros
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destes tanques;
§ A temperatura do óleo combustível não deve nunca estar acima do ponto de
fulgor em nenhuma parte do sistema, exceto entre os aquecedores e os
maçaricos;
§ Testar os dispositivos de segurança, manômetros e termômetros a intervalos
regulares.

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7.3.7 - Principais causas de explosão:
Pelas estatísticas internacionais 2/3 dos acidentes em caldeiras (explosão) ocorrem
em flamotubulares e 1/3 em aquatubulares.

As causas predominantes resultaram o seguinte quadro:


§ Projeto ou construção inadequada foram responsáveis por 4,2%
§ Instalações inadequadas 5,6%
§ Corrosão ou fragilidade no metal 10,8%
§ Falhas humanas 64,5%
§ Outros fatores 14,9%

Dentre as principais causas destacamos

Superaquecimento:
§ Escolha inadequada de materiais no projeto;
§ Dimensionamentos incorretos;
§ Queimadores mal posicionados;
§ Incrustações;
§ Ocultamento (“hide out”);
§ Operação em marcha forçada;
§ Falta de água em regiões de transmissão de calor;

Choque térmico

Falhas em soldas

Mudança na estrutura metalúrgica do metal

Corrosão

Elevação da pressão

Explosão
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A experiência demonstra que a segurança em caldeiras depende de 3 linhas de


atuação:
§ Planejamento e construção adequados;
§ Manutenção e inspeção criteriosa e periódica;
§ Operação correta.

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Medidas adequadas para amenizar o risco humano nas operações de caldeira


devem considerar o seguinte:

§ Utilizar somente pessoal qualificado e bem treinado na operação de caldeiras;

§ Nunca permitir que alguém efetue qualquer operação para o qual não estiver
capacitado;

§ As ordens e instruções aos operadores devem ser claras e completas;

§ Prevenir riscos em potencial (um bom operador investiga diariamente suas condições
de trabalho para detectar possíveis falhas);

§ Preparar um plano de emergência, mantendo sob controle qualquer acidente;

§ Operar com normas de segurança e levar ao conhecimento do pessoal essas normas;

§ Insistir no cumprimento das normas;

§ Promover o treinamento dos operadores de caldeiras;

§ Atualização dos conhecimentos;

§ Nunca improvisar em manutenção e reparos em caldeira.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


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