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‘A NOBREZA PORTUCALENSE DOS SECULOS IX A XI” por Fr. José Mattoto, O. 5 Quando se lem os nossos nobilidrios dos séculos xu © xiv, nfo se pode deixar de notar que a maiovia das grandes familias neles mencionadas tem origens recentes ou entio lendarias, © sem ligagao com os magnates que efectivamente dominavam em Portugal nos séculos 1x ¢ x, Tais linhagens no se podem documentar para além do principio do séeula x1, Esta falta de documentacio coincide singularmente com 0 pro= Jogo do Livro veilo 1, que comega por enunciar os infangées ¢ ricos-homens que viviam no «tempo delrey D. Alfonso 0 que ganhou Toledo»(!) © a partir dos quais estabelece as suas genealogias. Ao estudar documentalmente as familias nobres portue guesas do fim do século x1, e sobretudo as que colaboraram na fundagto da nossa nacionalidade, verifica-se que as mais importantes sto as mencionadas nos nobilidrios, © que as fontes documentais corroboram, em grande parte, as linhagens af estabelecidas. Todavia, para além do século x: deixam de merecer confianga: O Lioro Velho 1 nfo ultrapassa a época de Afonso VI, e nos outros as geracSes mais antigas tem um nitido aspecto lendario @). Por outro lado, partindo das grandes familias que se fixam em Portugal durante 0 repovoamento de Afonso III, encontra-se uma nobreza de grande importaneia social, estrei- tamente aparentada com os reis de Lexo, detentoza de altos cargos administrativos e curiais e senhora de vastes riquezas fundidrias. Estas familias ndo sto numerosas ¢ os seus mem bros casam entre si, Mas nfo se encontra ligagio entre elas © as que mais tarde ocupam os melhores lugares na escala EEE EEE 36 re, Jost aarToso social. Hl portanto um histo entre a nobreza portucalense do eculo x ea dos séculos x1 © 2 que coincide eronologiea- mente com a erise da monarguia leoneza, antes de ser substi- | tuida pela dinastia de Navarea, com Fernando Magno. | Eis, portanto, © panorama geral. As impressoes de con- junto temos, porem, de acrescentar algumas distingses, © Considerar 03 diversos aspectos do. problema. Vejamos, em rimeiro Togas, o que caracteriza as familias da alta nobreza fo século 2, € depois como se formou a nova aristocracia da epoca seguinte ‘A alta nobreza do séeulo x estabelece-se no terrtério préximo do Douro e na regito de Coimbra durante o reinado Ee Afonso Ill, Os seus ciefes sfo 08 principais iniciadores do Sepoveamento. Uns, coiro 0 conde Ododrio, que repovoa Chaves ¢ 0 territério do alto Lima(), nfo deixam descen- Gentes conhesidos no Entre-Douro-e-Minho, Outros, como Vie tara Peres, 0 repovoador do Porto, ¢ Hermenegildo Guterres, Ode Coimbra, esto na origem de linhagens bem conheetdas, Bicctivamente, 0 filho de Vimara Peres, Lucidio Vimares, teve descendentes que apsrecem durante o século x e prin- Ciplos do. seguinte, na regito de Coimbra e ao norte do Douro( ‘Um pouco mais tarde que Vimara e Hermenegildo apa rece no Ocidente da Peninsula Diogo Fernandes ®, poderoso magnate galego que provavelmente acompankow o principe Bermiudo Osdonhes durante a sua dominagao em Coimbra, depois da morte de Afonso IIl(. Diogo Fernandes ¢ o ante- passado dos mais importantes nobres que aparecem em Por- Tapal no século x: sua filha Momadona Dias, a fundadora do fnaateiro de Guimaries cason com o conde Hermenegildo Gongalves ¢ foi a mie do conde Gongalo Mendes, que tants importaneia teve na monarquia ieonesa até 985; sew filho Ximeno no teve menos importancia, entre 928 © 061; Lede- gandia casou talver com Rodrigo Tedones, neto de Lucidio Vimares e fot certamente a mae de Chamoa Rodrigues, cuja fortuna fabulosa fot por ela deixada a Guimartes, em 9000); finalmente, Monia deve ter sido esposa de outro filho de Lucidio Vimares, Alvito Luctdes(). 4A NODREZA PORTUCALENSE DoS SEcULOS 1x 4 xt 37 Ero Fernandes, provavelmente irmio de Diogo (19), esta nna origem de outra familia que teve também descendentes poderosos no nosso territério, O seu nome nao aparece em documentos portugueses. Mas tinham grandes propriedades em Portugal seus filhos Gondesendo Eriz, casado com Inder- quina Pala Mendes, filha do conde Hermenegildo Guterres(!); Godo Eriz, provavelmente casada como Munio (%); Ilduara Eriz, mae ‘de S. Rosendo(!8); e Teresa Eris, mie do conde Hermenegildo Gongalves e portanto sogra da condessa Mu- madona(!), Quanto a Hermenegildo Guterres, 0 repovoador de Coimbra, encontramos os seus descendentes igualmente fi- xados no nosso territério ¢ senhores de avultados bens. Nao as suas filhas Aldonga, mulher de Guterre Osores, nem Elvira que casou com 0 rei Ordonho II: segundo parece vivem ambas fora de Portugal(!9). Mas certamente outra filha, En- derquina Pala, de que ja faldmos a propésito de seu marido Gondesendo Friz, e 0s dois filhos Guterre e Arias. O primeiro foi o pai de S. Rosendo e 0 segundo sucedeu ao conde Herme- negildo no governo de Coimbra(!). Deste conhece-se apenas uma filha, Elvira que desposou seu primo direito, Munio Guterres, um dos mais importantes personagens das lutas entre Afonso IV ¢ Ramiro IL(1). Os outros filhos de Guterre Mendes tinham também propriedades em Portugal(!*); Ausenda foi mulher de Ximeno Dias, de que ja falamos; Ermesenda, de Paio Gongalves (cunhado da condessa Mumadona), eujos descendentes nao aparecem muito no nosso pais, com excepeio de Ilduara Pais, esposa do conde Gongalo Mendes(); Froila foi o pai de Tutadomna, esposa do conde Gongalo’ Moniz, que durante tanto tempo governou o territério ao Sul do Douro(*); finalmente, S. Rosendo percorren incansavelmente a Galiza ¢ 0 Norte de Portugal, no seu aft de restaurar a vida monastica. A estes nobres pode-se acrescentar outro irmio de Diogo Fernandes, Godesteu, possivel ascendente de Ansur Godesteis, que tinha valiosas propriedades no territério de Arouca © af fundou 0 mosteiro do mesmo nome(*!). Nesse caso seria sobrinho de Ansur © Bermudo Afonso que, em ‘trocou varias propriedades com sua tia, a condessa Muma- 88 re, José atarToso dona. Mas Bermudo cedeu precisamente as propriedades situadas em Portugal para ficar com outras na Galiza. Nao volta a aparecer a0 Sul do rio Minho. Sao estes os grandes personagens de que descendem as principais familias portucalenses do século x. Percorrendo os diplomas que ainda nos restam dessa epoca, nio encontramos muitas outras pessoas a que se possam atribuir alta nobreza, poder politico ou poder econmico, Eis as poucas excepgies: 1) O eonde Oveco Garcia, um navarro, decerto, que casou com Godinha Gongalves, filha, talvez do conde Gongalo Moniz(), Ignora-se, porém, a sua descendencia. 2) Nepu- zanus Dias, que figura em varios documentos entre 91 ¢ 969(2, mas que € provavelmente outro estrangeiro ¢ ndo parece ter deixado posteridade em Portugal(®). 3) Olide ‘Tedones, que tem bens importantes no territorio Gironzo ¢ pode ser filho de Tedon Lucides(), 4) Galindo Gongalves, progenitor de Trutesendo Galindes, 0 fundador de Pago de Sousa), 5) Froila Eneguiz, marido de D. Trastina «Tras- talos, que tinha bens na regito da Maia e cuja neta, Unisco Mendes, veio a casar com Trutesendo Osoredes, rico senhor da regio © patrono do mosteiro de Lega). O patronimico de Froila, como 0 nome de Oveco Garcia, esto a denotar a ‘sua origem navarra ou alavesa. E possivel tivessem vindo para o Ocidente com 0 grupo de gascos ow navarros que apa~ recem no século x A volta de Diogo Fernandes, e de que falaremos mais adiante. ‘Quer isto dizer que se reduzam a estas as familias nobres do norte de Portugal no século x? Certamente que nao, ‘Assim, por exemplo, no interessante documento sobre a fun- Gagtlo de Sto Salvador da Torre, junto do rio Lima, encon- tra-se uma referencia a0 presor Paio Bermudes, e é-Ihe dado «6 titulo de dux. Mencionam-se os seus descendentes, e pode-se portanto, seguir a sua linhagem até 1068, Todavia, os nomes ali apontados nfo aparecem noutros documentos, com ex- ceprio, talvez, de Paio Mendes(#). Podemos interpretar este facto como provavel falta de relevo social. Encontramos outro exemplo no caso de Fromarico Cendoniz, que em 910 ¢ 911 desempenhou as fungSes de previsor na determinacso dos li- mites de Braga e de Dume(), Tinha uma willa na regio do A KOBREZA FORTUCALENSE B08 SECULOS 1 A xt 39 Neiva, onde os seus descendentes construiram mais tarde 0 mosteiro de S, Romo do Neiva. Poder-se-iam talvez encon- trar alguns parentes seus nas geragbes posteriores; mas a construgio € hipotétiea, e de qualquer maneira nio fornece- ceriam nomes suficientemente conhecidos através da do- cumentagio (1), Estamos, portanto, diante de familias secundérias, certa- mente de infangdes. Ora no fim do século x, e sobretudo no principio do seguinte, comecam a aparecer outras familias de infangdes que, nfo tendo nunca desempenhado cargos pala- cianos, nem obtido titulos nobilirquicos, aumentam pouco a pouco os seus bens, ¢ vém a impor-se na sociedade portuea- ense do século x1, Qualquer que fosse a sua origem, ou o terri- torio donde procediam (®), as suas primeiras riquezas derivam, sem diivida, de terras de prestiria, que ocupavam sob controle dos condes com autoridade real). Sem nos ocuparmos agora de estabelecer os respectivos parentescos, trabalho que fizemos noutro lugar para as principais familias da regio do Porto(*), convém mostrar quais foram as suas relagbes com os antigos magnates, € como conseguiram suplanté-los até formarem a classe preponderante desde o fim do século x1 Antes de mais, a distingio entre estas familias e as dos magnates do século x ¢ clara, embora nfo seja total. Nem todos os membros de que faldmos ostentam o titulo de condes(). Mas aparece sempre um conde entre os seus pa- Fentes proximos. Por vezes, embora raramente, ha matrimé= nios entre infangbes ¢ magnates. Esta neste caso a mulher de Gongalo Trastemires da Maia, que devia ser da familia de Gondesendo Eriz, j4 que herdou o mosteiro da Lavra que a ele pertencera(*); e, com mais probabilidades, a de uma filha de Gongalo Trastemires, que devia ter casado com Paio Gongalves, descendente do conde Gongalo Moniz, que habi- tava na regido do Vouga(). Todavia, devemos reconhecer que nesta época jd Palo Gongalves ocupava uma posigtio secundaria, porque seu pai Gongalo Viegas governou Mon- temor sob a dependencia do conde Mendo Luz, durante a ‘ccupagso crists de 1019-1025). Absolutamente certo, porém, € 0 matriménio da dltima representante conhecida da familia 40 vr, Jost MaT7050 condal portucalense, Loba Aurovelido Nunes, com o alvasil ‘Sisnando Davides (), de familia desconhecida, mas certamente nao da alta nobreza, Mas a sua posigao oficial de governador com jurisdi¢ao sobre todo o territério a sul do Douro, cargo {que antes fora desempenhado por condes, explica este matri- ménio, O casamento de Martim Moniz, da familia de Kiba Douro, com uma filha de Sisnando Davides ('®, mostra, final- ‘mente, como, para o fim do século x, ja 08 infangdes governa- dores de terras tinham entrado na sociedade dos magnates, (Os nobilidrioa falam também de ontras easamentos de filhas de condes com infangdes, por exemplo da familia de Sousa. ‘Mas estas fontes nao merecem, precisamente neste caso, con- fianga alguma(*, Por outro lado, ha membros das familias condais que parecem ocupar posigio secundaria na escala social, F talvez ‘9 caso de Galindo Gongalves, se se provar o seu parentosco ‘com Gongalo Betotiz ou com Gondesendo Eriz; ow ainda 0 dos descendentes de Egas Eriz «lala», se se verificar serem da familia de Gongalo Moniz, como dissemos acima. Mas também se encontram entre os membros das familias certamente apa rentadas com os condes, pessoas ou grupos de pessoas com enor relevo. Estio neste caso os fillios e netos de Gonde~ sendo Eriz, cuja riqueza era to vasta em meados do sé- culo x(®), Com efeito, Sandino Soares e Gondesendo Soares, ‘seus netos, nfo sto conhecidos senso por terem possuido 0 mosteiro de Sever e algumas propriedades na mesma re~ giflo(), Nao parecem muito mais ricos os filhos de Sandino Soares, Goldregodo, Soeiro e Fernando(#); mas que # familia nfo havia perdido em consideragio social prova-o o facto de juma filha deste altimo, Ximena, usar o titulo de condesss (), ¢ de outra, frmesenda, ter casado com Gongalo Forjaz, neto do conde Gongalo Moniz (¥), Estd, creio eu, nas mesmas cir~ cunstancias, a familia da condessa Toda Veilaz, irmi do farmiger de Afonso V, Rodrigo Veilaz, que casou com Ramiro Mendes, filo do conde de Portugal, Mendo Gongalves. Nao ‘so muitos os documentos portugueses que Ihes dizem res- peito(). Nem parecem mais ricos os seus filhos Hermene- gildo, Loba © Ordonho, nem os filhos deste tltimo, Gon:rode ¢ Mumadona(*) A SopEZA PORTUCALLNSE DOS SLCULOS Ix A xt aL ‘A. que sera devido este facto? Por maiores que fossem as fortunas dos condes presores, e ainda que os seus descen- dentes casassem frequentemente entre si"), o8 seus dominios nao se podiam manter intactos através da multiplicagio das geragses, das enormes liberalidades para com os mosteiros © das vicissitudes da guerra(®), Alem disso, ainda que 0 filo mais velho nfo tenha automaticamente preeminencia sobre 05 outros, aparece, normalmente, entre os irmaos, um ou outro que se distingue pelo seu valor pessoal ou pelo seu interesse em acumular bens. Os restantes fleam entio na sombra, So provavelmente destes, a que poderiamos chamar filhos segundos» (por oposigho aos primogénitos ou aos que se destacam, ainda que ndo sejam primogénitos)(*), que saem familias como as de Galindo Gongalves, Egas Eriz «lala» ou Sandino Soares. Os magnates fornecem, portanto, alguns ele- mentos as linhagens daqueles que no’século xi, tendo sido infangdes, passam a ocupar o melhor lugar na sociedade portucalense, Nuo ¢ 86 pela partilha hereditaria que a fortuna dos antigos magnates se vai degradando, Uma parte deve ter sido usurpada por fidalgos de menor categoria que, depois de terem feito prestirias sob a autoridade dos condes, vao acrescentando, pedago a pedago, mais elementos aos seus dominios, Sucede {sto sobretudo na passagem do século x para o xi, € até meados deste. Por meios licitos ¢ ilicitos. Nao ha época em que os pleitos judiciarios scjam tAo frequentes (). Num ou noutro conseguimos descobrir a rivalidade entre duas camadas da classe nobre: assim, a questo entre Lovesendo Aboazar, casado com uma filha de Egica Honoriques, e 08 senhores de Guimaries (DC 183); outra entre estes mesmos e Ordonho Sentariz (DC 226); entre Goncalo Viegas e 0s filhos de Froila Osoredes sobre a posse de Viariz (DC 884); entre Patrina, descendente de Vimara Mendes, ¢ Godinho Viegas (LF 189); mais tardiamente, entre Paio Viegas ¢ o alvasil Sisnando Davides (DC 549). E talvez seja ainda uma questo do mesmo género a que opée Trutesendo Guimires e Rodrigo Forjaz, este ultimo parente, decerto, de Onega Lueides (®), De resto, a antiga nobreza contal nfo consegue resistir as presses politicas externas. Muitos dos seus membros _. ©. — 42 FR, Jost marT0s0 perdem os seus bens ao revoltarem-se contra os reis. O caso | de Galindo, que combateu Bermudo TIT e fugiu para o sul do Douro, € pouco seguro(, Mas pode-se apontar com toda a erteza a confiscagio dos bens de Froila Gongalves, depois de se ter aliado aos mugulmanos e de ter sido derrotado pelo conde Mendo Lua() e a des dominios do conde Nuno Mendes, depois de vencido © morto na batalha de Pedroso pelo rei | Garcia @*, E todos aqueles que tinham bens ao sul do Douro ‘05 perderam também depois das Incursoes de Almangor, a nto ser quando voltaram as suas terras, como Egas Eriz slala» (DC 884). Perante as ameagas de invasio moura no fim do séeulo x, muitos oferecem os seus bens aos mosteiros retiram-se para 0 norte), Nao menos grave deve ter sido a decadéncia eausada pela morte sucessiva dos representantes méximos da familia condal portucalense entre 1008 ¢ 1071, sendo a maior parte, provavelmente muito novos. Em 1008, foi assassinado o conde Mendo Gongalves, nfo se sabe em que circunstancias(*), A sua vidva Toda Gongulves parece, desde ent2o, governar © condado(), sosinha ow associada ao conde Alvito Nunes (®), que tem de ‘combater ou pactuar com os Normandos em 1016 @, O fitho deste conde, Nuno Alvites, nio governa durante muito tempo, porque morre em 1028, no mesmo ano fem que uusre lauben v ri Afonso V, em Viseu(®). Governa entéo 0 condado a vitiva de Nuno, Ilduara, com seu filko Mendo, que decerto era ainda uma erianga(®), © que foi talver assassinado, pouce depois de 1050 @). Foi tambem de morte violenta que morzen, vinte anos depois, seu filho, © conde Nuno Mendes, conforme ja referimos. Sem rivais, ou com rivals eniraquecidos, os infangdes portuealenses podem aunentar as suas riquezas mais facil- Inente. Fazem novas presirias e conguistas ao sul do Douro, como a de Montemér, por Gongalo Trastemires em 1034() e talver as conquistas dos senhores de Riba-Douro, na regio do Paiva(@), O rei Femando Magno apoia-os, nomeando entre eles governadores de terras (mas sem titulos de condes) ¢ até mesmo, possivelmente, um triunvirato para administrar 0 condado portuealense, pelo menos em 1063-1065(), No de~ sempenho destas fungdes devem enriquecer rapidamente: [A NOBREZA PORTUCALENSE DoS SicUIOS 1X A XI 43 apoderam-se, em seu nome ou no do rei, de propriedades de deliquentes(®), apoderam-se também, ow tentam apoderar-se de mosteiros (, chegam mesmo a abusar do poder contra alguém tho poderoso como oarcebispo de Compostela (DC 437) Embora o rei nto tenha sanclonado todos os abusos(), nto deixa de apoiar a maioria deles, e é, decesto, entre eles que seu filho Garcia encontra apoio para veneer conde Nuno Mendes(7). Quem sabe até se nfo tinham resultado de lutas com infangoes 08 assassinates dos condes Mendo Gongalves € Mendo, a que ja nos referimos. Assim, parece que, depois de 1070, os infangées dominam sem oposigto no condado pertucalense, com o apoio do poder real. Mais tarde, nfo parecem ter dificuldade em accitar 0 governo dos estrangeiros Raimundo ¢ Henrique de Borgonka, cuja politica de apoio sobre 0 mesmo grupo social continua claramente a dos reis de Leto) Cremos, portanto, que 28 conelusses se impiem. O grupo dos magnates do século x extingue-se progressivamente du- ante 0 século x1, merce das adversidades da guerra, das par- tilhas hereditarias, da oposigao dos reis de Ledo e da rivali- dade dos infang6es. Ao mesmo tempo, algumas familias de finfang6es, aproveitando a crise dos anos 80-1037, e obtendo depois cargos de administiag%o territorial, conseguem au- montar 0 seu poder material e aleangar uma posigto social de destaque. E um grupo dintmico, aberto as influencias religiosas e culturais estrangeiras, e detentor de mosteiros pujantes de vida, como Santo Tirso, Pago de Sousa, Cete, Pendorada, Pombeiro e Pedroso. Esta em plena ascenstio quando D. Teresa tenta ajoiar-se noutro grupo social. As consequencias desta tentativa sho o agrupamento dos pri cipais infangSes para a expulsar do nosso territério e eleger tum novo chefe, D. Afonso Henriques () A mutagfo dindstica do século x, corresponde uma mutaplo social. E a nova nobreza assim eriada que incarna © sentimento de autonomia formado de elementos muito variados, e que, em 1128-14, se encontra madura para cons- tituir a’ minorla dirigente de uma nova naglo que poude, desde esse momento, escolher 0 seu préprio destino. 4 a, Jost MaTTOso NOTAS © Comanicagio ao congresto Luso-Espankol de Estudos Medievais, Porto, 1698 de Jano de 1868 ‘Siglas wanda neste artigo: AHDE-Anwariode historia del derecho espafiol (Madrid, 1994 88, “HB — Aequivo Historica de Portagal (Lisbou 1951 € #8). APY — Annales portueatences veteres (ed, °. Davin in Etudes historiques, ete, Lisboa}. Pars (1817) 291-912, DC Portagaliae monumenta histories (Lisboa, 1867). "DP— Documentos medievsis portugueses, Documentos particu lates 1 (Lisboa, 1940), ESI, FLonkz e M RIsco, Espaiia sagrads (udrid, 1147 e 98). LF Liber fidel sanctne Bracarensis ecclesae (ed. A. de J. dx Costa) (Braga, 1908). “LL. 1 Livros de lnhagens. Livro velho 1. (Ed, do Gabinete de Estudos herildicos © genealogieos) (Lisboa 1961). TLL 2 — Livros de lithagens. Livro velho 2 (bid. 1900) LL §— Livros de linhagens, Livro velbo 3 (iti. 199). LL 4— Livro das liahagens do conde D. Pedr» (ed, nos SS 230-308), KPH — Revista portuguesa de historia (Coimbra 1911 © ss.) ‘55—-Portugaliae monumente hlatoriea. Seriptores (Lasboy, 1999) () EL 3h ©) Comparar, por exemplo, a inhagem dos Sous no LE. 1:2 com 112% EE 3 ihe LL 288; 4 dos senbores de Balto no ZL £86 com L481; eos senbores da Mala no LL £70-com L/.2 28 © LLd ¥. () Le Gude Azuvupo, Historia de Porbygal Ul (Lisboa, 1880) 89; M. R. Ganeta Acvautz, Culilogo de documentos rates de ia alta efad media referents Gali, 3, 258. (@) Te de Sousa SoanES, 0 repovoanento do norte de Portugal wo sieuto 1%, in Bibs 18 (199) 196-20), Fate autor di a Hermeneyilio o pate hiinico Mendes, Trath-se, porem de Hermenegildo Guterres: E. Sat, Los lascentiones de San Rosendo (sep. de Hispania 0) 1-16. (6) Sobre deseendencia de Lucidlo Vimares, ver F. Sarz, Reuniro LT ny de Portugal de 226 a 230, in RPH 8 (1347) 285-286, Se € verdade que Seu neto Rodrigo Tedones etsox com Ledegindia Dias (Fr. Manuel da Rocka, Portug! rewescido, Lisboa 1730, 2; L. G. de AZEVE50, 0c. 11101 hota 11 Er Sarz, Lae ascondioies 68 nota TH) © fol o pat de Chamoa odsigues, tinha grande fortana em Portagal (DC 1}. Outro acto de Titetiio Vimares, fot Telo Alvtes, que tinba bens em Ribe-Lima (doc. Diplomate et chartae A NouREZA PORTUCALENSE DOS SHCULOS IX A Xt 45 publieado pelo Marques de Sampayo em o Archeologo portugues 21,1880, 149), Onegn Lacides, provavelmente biencta de Luclaio Vimares, por intermedio de Lucido Alvites ¢ Alvito Lacides, dev a Lorvio varios bens de avoenga (DC 15; ef, 0 also DC # € LF 23). (©) O Prof. Paulo Mexca Histiria ¢ divtita. Escritos dispersos 1 (Colmabra, 1967) 188 nota 21, e184, slime, sem eontudo apresentar provas, que 2 condessa Onege, mulher de Diogo Fernandes, era filha de Luctdio Vimares. Ignoramos se confunde esta Onega com Onega Lucides que vive centre $78 © 1025, de que lalamos na nota anterir, ¢ que ctsou com 0 onde Guterra Rodrighes (MR-Ganets Atwants, 21 abigpa omupastllann Pelayo Rodrigues, in Composellanian 1 (1958) 895-595). O mals provavel pporém @ que tenha aproveitado Inadvertidamente o falso da doagho de Onega Laeldes « Lorvso, datado de $18 (DC 22). Sobre a falsdade deste ocumento, ver R. de AzEvEDo, O mosteivo de Loraio na reconguista ‘ristt; in AHP 2 (8883) 19; P. Davero, Beudes historique 88. J. PEREZ DE Unni, Jimenos 9 Velas en Portugal, in RPH § (1951) 450-481 sugere, pelo contrario, gue Onegs seria filha de Ximeno e da prineasa navarra edegindin; E. Satz, Loe ascendientes 62.63 admit esta hipotese como possivel. () LG. de Azevxo0, Histiria 1 88.87; J. Pnez oe Ua, art lt. ‘Sax, Loe ascendientes 8. (6) DC SL. Sobre # identifieagso do pat de Chamoa com Rodrigo ‘Tedones, ver om autores citador na nota 5. Alem de Rodrigo Tedones aparecem outro Rodrigos em Portugal; R. Lacides no falso de Crestuma, DC ¥% © em DC % de 994; R. Guterces em M2 (%, Sakz, Notas al epise copologio minduoiense de siglo %, in Héspania 6 (048) Esquema 4). Tem ‘de ne exeluir o regundo, porgxe 0 pal de Chamoa deve ter moreido antes de 960 (DCS!) () Com efeito Onega Lucides era neta de Alvito e de Munta (DC 145), O seu patronimico orients para a familia do conde Vimara. De facto existia um Lucidio Alvites que vive imediatameate antes de Onega © ‘confirma documentos de Gulmardes em 385, S50)» $08 (DC 81,96, 8); ¢ lum Alvito Lueldes que confirma documentos de Guimaries, Lorvio e Coimbra entre S15 © 873 (DCM, 38,8, 0, 6, 7, 99; ¢ 107, feo ou inter- polado). E, certamente, 0 que casou com Muniae tha propriedades em Gondelim (DC 189, 145 e tambem o falso DC 99 datado de 919), Que Al- in RPH § (1047) 285.988, Enfin Munia, avo de Caega Lucides, deve-se fdentilear com a irmi da condessa Mumadona, que vinha a ger sobrinha de Alvito Lucides, a admitle a hipotese de M, R Gancia ALvanez, La batalla de Aguioncha, in Bracera Angusta 0 (1966)esquema junto Ap. 382 () Segundo E, Saxz, Notas, esquema 9; 1D, Los ascendienes $8. Contestado nem provas por J. PER Dr URBEL, Jisewoe y Velas 417,478 (i) DCI; E. Sarz, Notas, Esquemas Le 3. (2) Godo Eriz deixa algumas propriedades a Chtmoa Rodrigues, jt ‘mencionada (DC 81) © as ‘neta Ledegindia Eriz (DC 153). Esta é, com. 46 vr, Jost sexr70s0 ‘erte#a, filha de Exo Monlz, e portanto Godo teria exsado com am Manto Satz, Los ascendiontes 58 nota 121), Nesse ‘que 108 € desconhecilo (F. tis (DC 138, ‘caso setiam ceriamente frmios de Ledegéndia Belz, Soeiro 185) ¢ Gongalo Fete (DC 136). (0 F802, Notas, Eaguome 5. (2) hia, Esquema 2 (2 Ibid, Esquema 1. (5) P, Mensa, Historia ¢ Diveto L185; B. Sakzy Los ascendientes, By (8) E. Sanz, Notas 2 (G8) Vera sta lista em F. Sasz, Les axtendienles 17 note 2 (0) E Sars, Noles, Eaquema 2 (0) Ver a lista dow documentos que a ele ae referem em SarZ, Los cascondicntes 107, nota 1o4, E possivel que Gonealo Moniz fosse filho de unio Guteress, como ja sugeriu L. G. de AzsvEDO, Histiria It 62 nota} (2) FE. Sahzy Las ascondientes 68 nota 149. Klectivamente Godestes Fernandes tuba proprieiades entze o Douro e 0 Paiva (DCW (CDC oy el. DCW, p. At. Ver KE SA82, Loe ascendionts 6. (2) Assim o aliema, sem peovas, J- Peiez DE Uist, Jmenes Valas ist. 0 nome da conscrte encontris, de fata em DC ISL, A sia svendéncia pode-re spresentar como posstvel, dado o paironimico © 0 Taco de 0 conde Oveco Ure aparecer na regito de Coimbra. DC 3 85 84,22, 90, 100. (5) Ch Ee Satz, Los ascents TO (05) Ver a sun carta de arran para Ausenda Gormiri em 946 (DC36). porenteseo eom Tedon Luciles serla mals provivel se se demoustrasse fque o pai de Chimoa Rodrigaes era Kodeigo Tedones (ver, mals acl, 9 otas Se 8) (0) Ver a sun descendeneia no nosso trabalho a nobrece rival por- uonse ns sictas i ¢ St & publicar em beeve, esquema 1 Entre as pemsoas de nome Gongala que aparecem no séeulo X,e de que Galindo posse ser lho, encontrimes apents Gonealo Betotiz, conde de Deza (very obre ele, E- Sarz, Notas dll), Mas o facto de entre os descendentes de Galindo Goncalves aparceer, varias vevem, o nome de Patrina indiea ama relacao possivel com om deseendenten do cone Gaton, que tinha ama fithe chamada Patrina (SAEZ, Noes, Eaquema 1), Nada impede, porém, {que este nome tiveme entrada na descendeacla de Galindo Goncalves por fntermedio de soa mulher Vistrezin, cujo patronimice nfo conhecemos. E posstvel ainda, que Galindo Gongalves tenha alum parenteseo com Galindo Dias que, no fim do séealo x, we eevoltow contra Bermudo ILL (L. Gre AveviD0, Histirie C113). (8) Je Matrtos0, Nodreon rurah esquema I, Uma das tems de Kya Erie dala’, que devia serneto do eontle Gonealo Moniz (bid. Esquema 1X), ‘cason com Froila Osoredes, sete, provavelmente de Unisco Mendes (bids fesguema It). ‘A NOMREZA PORTUCALENSE DOS SECULOS IX A XL a (©) Ver a arvore genealogiea elaborada por R. de AZEVEDO, A pre: stiria ¢ 0 repovoamento entre Minko « Lima no siculo sin RPH 8 (1941) 358. Palo Mendes era neto, por sua me Cods, de Palo Bermudes. HA um senhor do mesmo nome que confirma e sive de testenvenha em do- ccumentos de Guimaries $85, Leea 384 ¢ Gulmarses 1014 (DC 138,170, 228), datas que correspondem, talver 4 epoca em qut o nosso Palo Mendes viven. Todavia os nomes de Paio © de Mendo sfo demasindo comune nesta epoca para dar mais firmera a tal identleagio, () DEAT; LPS, com a data corrighds na ed. de A. de J.da Costa: (0) 0 DC" 6s0 de 1087 da como cescendentes de Fromarica Cen donis, Ermiglo Peres, exsado com Elvira Bermuses, que jt tinham filhos quando © mosteiro foi fandado, Devem viver no prineiplo do secu x, Porque a igceia foi sagrad pelo bispo Afonso. Ore, durante o scculo Xt, 1d noticia de dois nicos bispos deste name, que vivem na mesma época! a subserigao de Afonso uo D338 de 1018, supoado-se que reria bispo de Coimbra, apesar de nto Indicar a se; e as indleagoex vages acerea de Alonso ile ‘Tuy, provivelmente antes de 1022 (A, PALOMEQUE Tonnes, Episcopologion de tas sedes de! rena de Leis, Leon 1966, 48-449), Seno Ermigio Peres ou sua mulher netos de Fromarico, este devia ter ui filho chamado Pedro ou Berimudo. Eieetivamente [4 um Bermad Fromariques, mas vive ma regito de Colmbra em 89 (DC 8); to se deve tesla por tanto, da mesma pessoa, Quanto a Pedro Fromerigtes, fol enaade com Senior Aboazar e teve uma filha, Odrocta, mie de Socio Forjez ou de sua esposa Boa Honorigues, que vivism em 1089 (DC 901), Couea fama venda da condessa Ximena Fernandes em 1037 (DC 24) 9) Consideramos permancaeia de uma populagto mumerosa © estratarada por quadros estavels, no norte de Portogal, como uma hips tese no provada, Sem querer negar que tivessem fieado no pale alguns habitantes, pensamos, todavie, que nfo sio de considerar, do ponto de vista social, perante os que ocupam a partir de S60-S90, O mals provavel € que tenham ficado em condigses de inferiridade a partir do repovoa- mento, Entre os estrangeiros ha certamente pessoas de todas aa cond giles. O conte Oveco Garcia e a condessa Oniga cram navarroe. Com eles devem ter vindo muitos outros, no seu séqcito, on rimplesmente na sua companhia. A abundancia de nomes como Vaseo, Enego, Oncgs, Ximeno, Garcia, Oreco, Vela Surracino, a partir de meados do século s, mostra Preclsamente este facto. Muitos deles nfo parecem desempenbar fangdes importantes (ct. J. Prez DE Unnist, Jimenos y Veins 415499; E. Saez, Los ascondientes 101 nota 182). ©) 1 de la Concua Mantinz, La presuria,in ADE 14 (1949-43) sa1-440, 09) A nobreea rural portuense nos siculos x1 ¢ x14 a publicar em breve. (©) Sobre este titulo, ver I. GARCIA nk VALDEAVELLANO, Historia te Espasia 1 (Madeid 1952) 518.579, C*) DC 12, 971 Unisco Sisnandes podia, no entanto, ter recebido 0 ‘mosteiro de um pareate que se tivesse apoderado dele depols das depre: 48. rr, Jost 4aTTOSO Atagdes dos normandos, que axrolavam este regio em 1015-1016, Todavia Shiputese que apreseatamos no texto € conlirmada por apsrecerem na ua descendéncia os nomes de endo € Gongaio, frequents nas familias fexaminadas em primeiro lugar. (2) Ver J. MATTos9, a nobresa rural, esquemas VI € IX. (9 DC Ba. (9 LEAT (= DP I 128), 202, (9 DC (8) EL 1 L8H; LL 2 2; LL 9 98; LL £ 280.0 primeira parte de gas Gomes de Sousa e alo menclona os seas ascendentes. Estes apa: tree jf no LL.2 com pormenores de aspecto lendério, 14 na vida mais {ardin de Santa Senhorinha pormenores que earrespondem, mais 0% menos, no LE. 2, mas que ato evidentemente trades de um nobiligrin,tlves pre: thsamente de outra versio de LL 2 0x do LL 4. (3) DEW de [OM (°) DC Si, 138, 22, (°) DC 388, 195, 2165, 919; R. de AzxveD9, O mostra de Loreto, in AHP (i955) 280981; DC 210, 95, 995, 4085 Marques de Sw1rAvo, in 0 sarcheatogo portugues 21 (1930) 49. (©) Aimena tinha pelo menos duax irmés, Sarracina e Ermesenda: DC 885, 994,509, 810,853, 6365 DC ITD; DC 295 (9) DC 295, (9) DC 359 (el, DC 407), 812, 374, 8985 TT, CR, Rio Tinto, mago ty doc. 1, Destes documentos, +0 0 tltime € uma doagio; em dois deles @ ‘condessa vende proprledades em Paramos e em Rial, (i) Hermenegildo s6 aparece a contirmar o DC 259; Loba confirma 0 DC 29, 215 B18 TT, CR, Rio Tinto, mage I, n. 1; Ordonho ¢ respon ‘evel por ama tentativa para se apoderar da villa de Taboadelo, ave per~ ence ao mostero de Goimaries (DC 340); Goutrode dis mesma etla a Goimardes em 1045 (Ibid). (0) Sto vulgares ox easamentos de dois irmics com dues irmis, de primes com primos ¢ até de Hos com eobrinhas: Gaterre Mendes © Inder- {puina Mendes casaram sespestivamente com Gondesendo Friz¢ fidaara Hire; Palo Gongalves com sa prima Ermesenda Guterre; Munio Gaterse com sus prima Elvira Arias; Godesten Fernandes, provavelmente com Sor sobrinha Gogina Fria; Alvite Lueldes provivelmente com sua so- Drinks Mania Dias; et. (Gh) Os descendentes de Egax Exiz lala regressaram ao vale do \Vougs para recaperarem a tesras aeupadas pelox mugalmanos (DC 884). Mas oatros, deeerta, tendo fetirado de ao sul do Douro, néo voltaram para Ta depots da Feconquiata de Coimbra, Até a moctelro de Guimaries fue tinh reeebido tantos bens na Belea por doacio de Chemoa Rodrigues {DCS}, os abandonou, Multas doagdes ao mosteiro de Lorvto ato de- Vilas, provivelmente fuga das proprletarios para © Noste (ver nots 57) 5) Cha hipotese de Sancher Albornoz, segundo a qual os fan agen seriam descendentes dos full primate risigodos (cit por L, GaRcia Be VaLDEAventase, Historia de Esparia I, Maid, 1952 64). A NOBREZA PORTUCALENSE DOS SECLLOS IX A Xt 49 (9) Vela-se a seguinte proporgo, ealalada apense a partir dos DC, f feitas a8 devides coreessdes noe ducumentos falsos ou mal datedos. anos Joveaumeros Tora " 70. 900 - 1 - sot: 959 0 40 54. 880 Ca 7 931-1000 2 6 36 001-1057 0 a 1938 1038-1050, 6 2 19 sns-inzs 6 38 ss (©) DC 216 de 1011 Rodrigo Forjaz confiema uma dougie de Onega Lucldes a Lorvio em 985 (DC 115 (G9) MM. Re Gancia ALVAREZ, La batalla de Agwioncha, in Bracara Augusta 20 (1968) 341-319, Talver rejam veus descendentes Gonzalo, Gon ‘esendo © Anvsenda Galindes, que possuen propriedades em Espinko © zo vale do Vouga no principio do séeulo x1: DC 48, 20, 252, 255,290, 28, 200,825 () DC 2, 38,54. (0) APY era 1108 (ea. P. Davin 986); A. de J. da Costa, O bispo D. Pairo ¢ @ organisarto da dioctse de Braga I (Colmbes 1959), 380-381. (©) B este, eertamente, © motivo que explica as mumerosas doagdes 4 favor de Lorvéo a partir de 75, quer dizer das ineuredes ameagadoras que precederam as de Almangor (L. G. de AZEVEDO, Historia 1113): DE 116, 117, 199, 195, 197,128, 190,131,189, 18, 130, 184) 14, 145, 147, 145, 154, ele. Ver uumbém a’ doagio’ do abade Randalio x Pago de Sousa fem 884: DC 300, (5) APY era 1048 (ed. P. Davin 285). (>) 6. DE995, 51, 31. (9) LP 93 (ei'A. de J. da Cosra 41. (©) APY era 1054 (ed, P, Davin 285), (6) Ibid, (©) DC St, 816, 317, $40, 980, 88h () APY era MLXXIL (ed,'P, Davia 285), data errada, se se trat gui do conde Mendo Nanes, P. Meni, Historia ¢ Direito (Cokmbra 1907} 4193 corrige a data para depols de 1050. Deve-te observa, todavia, que & Jnelusio desta noticia antes de outras que fem a data certa e que so am {erlores a 1060, nfo favorece esta interpretagio. H. Barrilaro Ras pensa tuatar-se antes do conde Mendo Lux (opinize comunicads pessoalimente, © ‘que muito agradecemos). (©) APY eva 1013 (ed. P, Davin 295. (©) Assim o sapomos, dada a quantdade de bens que os Gascos: ppossuem na regio, ainda anter da conguists de Visew ¢ de S, Martinho de ‘ouros, entre 1058 ¢ 1065 (APV’ ed. P. Davio 397): DC 524, 867, 3915 Arge Distr. do Porto, Lira dos tstamentos de Pero de Sousa Yi, ete. 20 x. Jost MATTOS (©) Ver A, de Almeida Fuaxasons, Da Porto orn Portugal 150 es P. Maera, Historia ¢ Divito I (Coimbra 19) 196 nota 81, Sto, com efelto, Snfangies Gomer Citar, que, em 100, ivernava Gulmarses( DC378), Mendo Gonealves que presiée a um juigamento em 103 (DC 281), Godiaho Viegas que. sinha a terra de Portusale om 1062 (/.F 28), conforme relere DP. dienée 0. e198 Sho sinda nfangdex ws enon que governam com autoridade real, Diogo Trutesendes, Sisnando Anes, Tedon Teles, (DCS, bs, 419, 421, 48h, AST; O archeologo portngnes 27 (100) 151) € o vicars 08 dnperator Palo Guterres (LE Is 1, #2). Ver, sobre este ultimo, A. de ‘Almeida Faasaxnis, Do Porto exo Portugal 168-108 © P. MWK, 0.6. 199 ota 67 19) Alana exemplos a0 sesso: Para Muaio Viewas, tonems de Ane- das DC 243, 446, 413; para Paio Gutertes: LE 219 (©) Garcia Moniz tenta apoderat-se de Soalhices: DC 42t; Muni’ Viegas apoderarse le Pensiorada: J. MAT¥os0, Jabbaye de Pendorada 2% Godino. Viegas de S. Potro de Este: L4 189. Resullatalvex de ma ten- fativa este genero-a necersidade que Lega tem de ceder metal da eifa dle Reearei, av porins do mosteira, a Paio Guterres, em 1070; DC 7D 1) Enire os documentos aclma citados, ver DC 491, 497; e tanubém ‘De-a84, 59, para os aburos eontca a familin de Maenel (il) Ver as largas doacies ue 0 rel Carea fer a membros da fie milla de Riba-Douro e « Afonso Ramires (DC 41, {7 43). {Ce Sirvam de exemplo os poderes concedidos « Sosiro Mendes da Maia: DP IL 113; DC 014; APY O01, A. de Juda Costa, O bispo D. Petro cu orgenisaci da dhocisede Bruga IL 413-430; Arg. da Univ. de Coimbra, ‘Senta Cras mig 19, f 189 (3) Os prineipsis nobres que xpolam D. Afonso Henriques sto: os senhores di Alsi flhos de Sueiro Alendes o «ome; os de Riba-Dowr Fas Moniz ¢ seus inmios; on de Marnel, Fernando Gongalves ¢ set {iho endo; u» de Souse, Gencalo e Soeira; of filhas de Palo Guterres da Silva; os de Braganea, ee. (ver alista de A. Botetho da Costa Vsioa; Os combatentes de Ourighe cm documentos weicvats, in Naete portignesa, Erb 19%) 44400} eh LL 425%, Dos que aqui clamos #6 ox senhores fle Mamet podem dascender de aatigos magnates; mas a sua posigto Social jd € inferior Ados maguates em 1017 (ver supra, note 38 © o texto fque Ihe corresponde).

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