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CASAMENTO DOS PADRES

Argumentos

1. Segundo o artigo 16º da declaração universal dos direitos humanos diz na sua íntegra:
«A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm direito de casar e de constituir
família sem restrição de alguma raça, nacionalidade ou religião. Durante o casamento
e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais»

2. Originalmente os primeiros sacerdotes não precisavam de seguir o celibato, só se


casavam se quisessem, sendo que o primeiro celibato foi em 1123 e o segundo
celibato foi em 1139. NOTICIA 1

3. Uma das outras razões para a igreja impor o celibato, é quando os padres
eventualmente falecerem, a herança vai para a igreja e não para os filhos, porque
estes não os podem ter. Pu seja para não correr o risco de perder bens para os
herdeiros dos membros do clero, o melhor mesmo era impedir que esses herdeiros
existissem, porque a igreja quando proibiu o casamento dos padres, não era por
questão de fé, mas uma forma de alcançar mais riquezas.

4. Além disso, o celibato não faz parte da doutrina cristã, mas da disciplina da própria
igreja. A disciplina pode ser mudada/alterada.
 «A disciplina que existe deve ser tomada na sua devida consideração. É um
elemento importante, mas não é fundamental, porque se a disciplina não
ajudar a que o núcleo evangélico seja conhecido, a disciplina torna-se
obstáculo, mais uma barreira do que uma ponte»

5. A igreja afirma que o celibato é necessário porque os padres têm de estar disponíveis
24 horas para servir os seus fiéis, para servir Deus. Os médicos têm de estar 24 horas
disponíveis, fizeram um juramento de salvar qualquer vida independentemente se
tiverem em horário de trabalho ou não, e podem ter uma família.

 Por outro lado, “os padres tiram férias e têm dias de folga. Ainda que estejam
disponíveis para emergências, a maioria deles trabalha relativamente sete
horas diárias” relato de um padre católico casado.

6. Há cada vez menos padres, e provavelmente as pessoas não querem ir para padres
porque esperam no futuro ter uma família. Se os padres pudessem ter família, seria
uma forma de trazer mais pessoas para exercer essa mesma função. NOTICIA 1 e 2
 Que oportunidade fantástica para uma paróquia lembrar os ensinamentos da
Igreja e testemunhar a bênção das crianças! Um padre jovem com uma
família grande seria uma fonte de vida e energia para a paróquia, e a
comunidade inteira iria aprender a viver pela fé e dar de modo mais generoso
para apoiar o dom das crianças e da vida.
 Uma casa repleta de filhos assim poderia ser uma fonte de bênção abundante.
Talvez mais casais veriam o exemplo e estariam abertos a famílias numerosas.
As escolas da paróquia ficariam cheias novamente, e haveria mais vocações
ao sacerdócio e à vida religiosa.

7. Os padres deviam poder de se casar e de construir família, com a finalidade de por


exemplo diminuir a taxa de pedofilia que existe nos dias de hoje. Um lugar de
comunidade, não é suposto incutir esse tipo de atos, claro que por exemplo não é
suposto um pai abusar de uma filha ou qualquer outra pessoa que não tenha nenhuma
relação com a igreja ou algum grau de parentesco com as vítimas. Mas seria uma
forma de diminuir, ou de dar um certo exemplo à própria comunidade. A ação má
desses padres pode ser levada como um exemplo para a comunidade e não é isso que
se pretende. NOTICIA 3

CONTRA-ARGUMENTOS

1. Se os padres fossem casados, as mulheres queixavam-se de serem deixadas em


segundo plano. Primeiro deus, depois a esposa e os filhos.

 “Eu poderia competir com uma outra mulher”, chorava, “mas não posso competir
com o Deus Todo-Poderoso!”.
 Exige-se uma mulher forte, de mentalidade independente, para ser esposa de um
padre.
 Além disso, as relações pastorais próximas que se desenvolvem entre um padre e o
seu povo podem levar ao ciúme, a relações extraconjugais e ao divórcio. Aqueles e
aquelas que defendem a existência de padres casados deveriam estar melhor
preparados para receberem esposas infelizes, aceitar casamentos rompidos e prover
sustento a padres e esposas quando o matrimônio termina em divórcio. Devem
também considerar como manter as viúvas e filhos dependentes. A infraestrutura
diocesana típica não possui um modo de lidar com tais necessidades.

REFUTAR O CONTRA ARGUMENTO- ARGUMENTO 4


1. Embora estas dificuldades sejam reais, é também verdade que a esposa de um padre é
o seu maior sustento e auxílio. Quando o casamento é forte e a fé os vincula, o padre
casado e sua esposa e família fornecem um exemplo brilhante do matrimônio cristão.
2. Em vez de uma distração as suas esposas podem encoraja-los e apoia-los a dedicar se
ao ministério da igreja.
2º CONTRA-ARGUMENTO

 Um homem casado com uma família vai exigir não só uma casa grande, mas pagar
escola, atendimentos odontológicos, faculdade e outras despesas.

REFUTAR O CONTRA ARGUMENTO

  A esposa do padre pode conseguir um trabalho para contribuir na renda da família


 A maioria dos padres em países desenvolvidos contam com moradia, serviços públicos,
seguro saúde, benefícios trabalhistas e aposentadoria.

 Neste momento, os padres têm um ordenado pago pela Igreja. Não fazem descontos,
não pagam impostos. Se a disciplina da Igreja mudasse, ser padre poderia ser uma
profissão tal como outra qualquer, com direitos e deveres civis (pagamento de
impostos e direitos por parte da segurança social).

3º CONTRA-ARGUMENTO

 O celibato não é uma questão em debate, como a indissolubilidade do matrimónio não


está em debate. É uma questão fundamental que tem a ver com a essência da Igreja
Católica. É uma questão de fidelidade a si própria. Portanto, a Igreja não pode ir ao
sabor das modas ou dos temas que são debatidos na praça pública, por mais urgentes
e atuais que sejam. Não é uma questão em debate. Tem a ver com a essência do
ministério da Igreja Católica.
 REFUTAR O CONTRA ARGUMENTO
A igreja tem um pensamento retrograda, não evolui, talvez seja por isso que não atraia
tantas pessoas e jovens, eu por exemplo achava que as missas eram uma seca. A igreja
deve ir pelos temas que são debatidos na praça publica, porque a igreja tem o dever
de servir e ouvir essa mesma praça publica ou comunidade. A comunidade é quem
constitui a igreja e a sua essência não deve mudar, apenas evoluir.

 Citando o Papa Francisco “ o Celibato não é um dogma para a igreja”, pois se


este não é um dogma, ou seja, uma verdade absoluta para a igreja é apenas
uma regra pode ser questionada pela própria sem afetar a sua   essência como
já fizeram anteriormente por outras situações que eram retrógradas para a
atualidade. 
 As regras podem ser mudadas. 
4º CONTRA-ARGUMENTO

 D. Nuno Brás discorda e aponta outros motivos para justificar esta nova tentativa de
alteração da disciplina do celibato. O prelado fala de uma «hipervalorização da
dimensão sexual na nossa vida». «A publicidade, a música, os filmes, as notícias, tudo
hipervaloriza a dimensão sexual. O que é perigoso, porque se está a hipervalorizar uma
dimensão que, sendo importante e essencial, não é tudo. Nós reduzimos tudo na vida
à economia e ao sexo. Assim como parece impossível que pessoas ofereçam parte da
sua vida voluntariamente sem ganhar nada, há quem ache impossível uma pessoa ser
celibatária, porque “é impossível resistir” a esta dimensão sexual. Mas é importante
percebermos que assim como há gente que faz verdadeiro voluntariado, também há
quem faz verdadeiro celibato», explica, acrescentando que «lamenta» que alguns
 antigos sacerdotes que pediram a dispensa tenham estes «motivos de batalha», que
caracteriza como «autojustificações pessoais de pessoas que foram ordenadas e que a
um dado momento pediram a dispensa do celibato».

REFUTAR O CONTRA ARGUMENTO

 Mas nem sempre os padres estão à procura de algo que lhes dê prazer, claro que os
casos de pedofilia podiam contradizer o que digo, mas por vezes só querem uma
companhia para não se sentirem sozinhos, para chegarem a casa e terem alguém para
contar como correu o dia por exemplo. Sim os filmes, música, a cultura em geral,
fazem esse tipo «propaganda», mas o prazer não é tudo, acho que o amor é mais
valorizado e acho que toda a gente espera e quer receber amor e sentirem-se amados,
porque é que os padres têm que ser diferentes?

NOTICIA 1

"O ESTAR DISPONÍVEL PARA TODOS NÃO PODE LEVAR A DECRETAR O CELIBATO COMO
UMA OBRIGAÇÃO"
Depoimento de José Nunes, sacerdote dominicano, teólogo e professor associado da
Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa 
Como lei da igreja, como lei eclesiástica, o celibato só aparece no século XII, no primeiro e
segundo Concílios de Latrão. Só em 1123 e 1139 é que aparecem as primeiras leis obrigatórias
para o celibato do Ministério Ordenado, para os padres e bispos. Só isto já nos dá uma chave
de entrada e compreensão neste assunto muito importante, pois significa que até ao século XII
não era obrigatório ser-se célibe para se ser padre, mas também não significa que antes do
século XII não houvesse já pessoas que se dedicassem ao serviço da Igreja e que escolhessem
ser celibatárias. Tanto quanto sabemos, o próprio Jesus foi celibatário. 

Quais são as razões que se podem dar para que haja opção pelo celibato?

Uma pessoa celibatária está um pouco mais disponível para um serviço mais intenso e "a
tempo inteiro", digamos assim, da Igreja e, portanto, isso pode ter o seu sentido. Mas também
o voto de castidade pelo celibato pode ser no sentido em que dizem que decidiram ser
celibatários para viver um amor mais universal e não tão focalizado
numa pessoa, em nome dessa dedicação a tudo e todos, desse amor a
tudo e a todos. 

Há certamente razões que são muito compreensíveis e aceitáveis. Já outro tipo de razões, que
historicamente terão sido dadas, hoje já ninguém aceitaria de bom grado, como dizer que o
celibato é importante e obrigatório para o Ministério Ordenado porque
com o celibato evitam-se relações sexuais, relações corporais e tudo o
que é do domínio do corpo, tudo o que é do domínio da matéria é do
domínio do mal, do pecado, cria mancha e a pessoa pura, digamos
assim, não se pode dar a relações sexuais.

Essa ideia hoje não a podemos aceitar, evidentemente. Sabemos que vem de um
neoplatonismo, de uma filosofia dualista que considera que há um princípio do bem e
do mal, o do bem é espiritual e o do mal é material. O celibato pode ter as suas
razões e uma pessoa pode querer optar por isso - aliás, muitas pessoas escolhem ser célibes
sem ser da Igreja, como ateus ou de outras religiões.

O estar mais disponível para todos e aberto ao acolhimento não nos pode levar, do meu ponto
de vista, a decretar o celibato como uma obrigação. Nesse aspeto, temos muitos
séculos de história na Igreja que provam isso, em que padres e bispos
eram casados e não vinha mal nenhum ao mundo por isso. Temos o caso das
nossas igrejas irmãs protestantes, que têm pastores casados, até têm pastoras, mulheres que
são ministros ordenados, e que constituíram família, e daí não veio nenhum mal ao mundo. E
até há pessoas que dizem, talvez com alguma razão, que o conhecimento
da vida familiar habilita mais as pessoas, os padres, para o conhecimento
da vida familiar dos outros, da família em geral e da vida social. Isto são
razões que podem levar uma pessoa a desejar ser padre e casar ao mesmo tempo. Não vejo
porque é que isso não possa acontecer, como de resto já aconteceu na história da Igreja.
Mas tudo isto leva a outra questão que me parece fundamental: nós, hoje no mundo, em cada
vez mais lugares, temos um problema muito grande que é não haver padres
suficientes para as comunidades cristãs.

Ora, durante séculos, os padres e os bispos eram escolhidos pelas comunidades para o serviço
dessa comunidade e eu sou muito a favor disso. O que acho muito relevante é que as
comunidades tenham uma palavra importante acerca da escolha do seu ministro ordenado.
Acham que é alguém com maturidade de fé cristã, com maturidade humana e que é casado?
Pronto, é casado, não tem problema algum. Acham que é uma senhora que tem as qualidades
que a comunidade defende como importantes? Muito bem, é uma mulher. Não sou partidário
nem do presbiterado do Ministério Ordenado só para homens, nem sou partidário do
Ministério Ordenado só para celibatários. 

O que acho é que tem de haver uma vontade mais expressa, mais explícita e mais ouvida das
comunidades que essas pessoas vão servir - e depois logo se vê se é alguém casado, se são
homens ou mulheres, depois têm é de ter uma aprovação e uma formação, têm de ser
avaliadas e autorizadas. Tudo isso é decorrente dessa primeira escolha, do reconhecimento da
comunidade.
NOTICIA 3

NOTICIA 3
NOTICIA 2

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