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Caderno Direito Tributário IV - Paula Ladeira Vidal
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CPIV C 2022.2
PAULA LADEIRA VIDAL
LEGISLAÇÃO: Cada ente federativo tem autonomia para legislar sobre o processo administrativo
tributário. Trata-se de matéria de competência concorrente.
No âmbito federal (União), o processo administrativo tributário é regulado pelo Decreto nº
70.235/72, recepcionado pela CRFB/88 como lei ordinária e regulamentado pelo Decreto nº
7.574/2011, o qual fez uma consolidação das leis tributárias esparsas então vigentes.
No Estado do Rio de Janeiro, a matéria é regulamentada pelo Código Tributário do Rio de
Janeiro, Decreto-lei nº 5/75, a partir do artigo 205.
OBS: SIMPLES Nacional (art. 33 da LC 123/2006) - competência comum entre Estados e União -
pagamento conjunto de tributos federais e estaduais - arrecadação e fiscalização.
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ADMINISTRAÇÃO ATIVA E JUDICANTE: Ora o fisco exerce sua função administrativa preponderante,
ora exerce a função judicante, similar à jurisdição, sem, contudo, a definitividade da coisa julgada
processual. Releitura do princípio da separação de poderes, como separação de funções, em cada
Poder exerce todas as funções estatais, sendo que uma delas de maneira típica e as outras de
maneira atípica. Ex: O Poder Executivo exerce tipicamente a função de administrar, mas
atipicamente as funções de legislar e de julgar.
CONTAGEM DE PRAZOS:
Esfera federal- dias corridos; exclui o dia do início e inclui o do vencimento; início e vencimento
devem ser em dias úteis; não há hipótese de levantamento de perempção, salvo caso fortuito e força
maior. Regra do CPC/73.
Esfera estadual (RJ)- contagem em dias úteis a partir de 12/09/2022 (Lei nº 9.789/22), semelhante
ao CPC/2015; levantamento de perempção por complexidade da matéria, caso fortuito e força maior
ou relevância dos argumentos do interessado.
Perempção- intempestividade, esgotamento do prazo. Na esfera estadual, ela pode ser
relevada/levantada em determinados casos.
Antes de prosseguir, convém esclarecer que onde aparece a legenda FED. é que vale só para a União
e onde aparece EST. significa que vale só para o Estado do Rio de Janeiro. FED. EST. vale para ambos.
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PRAZO DE FISCALIZAÇÃO:
FED. 60 dias prorrogáveis sucessivamente por igual período, exceto despacho aduaneiro, que não
possui prazo máximo (art. 7o, § 2o, do Decreto nº 70.235);
EST. 60 dias prorrogáveis pelo prazo máximo de 180 dias (art. 218 do Código Tributário Estadual).
TÉRMINO DO PROCEDIMENTO:
FED. EST. Termo de Encerramento da Ação Fiscal (TEAF);
FED. EST. Auto de infração - veículo de constituição do crédito tributário, do lançamento.
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Súmula 436 do STJ- A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o
crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.
IMPUGNAÇÃO:
FED. EST. Prazo de 30 dias da notificação do lançamento.
D70235, Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se
fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em
que for feita a intimação da exigência.
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FED. EST. A impugnação deve conter as razões de fato e direito, o pedido de perícia e os quesitos, e,
só no PAT federal, a cópia da petição inicial de eventual ação judicial (art. 16. V, do Decreto nº
70.235/72).
D70235, Art. 16. A impugnação mencionará:
I - a autoridade julgadora a quem é dirigida;
II - a qualificação do impugnante;
III - os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e
provas que possuir;
IV - as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que
as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso
de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito.
V - se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da
petição.
PROVA DOCUMENTAL: Em regra, deve instruir a impugnação, mas pode haver prova superveniente,
em caso de força maior, como contraprova ou com base na verdade real.
FED. Direito à requisição de documentos a cargo da Administração Pública (art. 37 da Lei nº 9.784/99
e art. 29 do Decreto nº 7.574/2011).
D7574, Art. 29. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos
existentes na própria administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o
órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas
cópias ( Lei nº 9.784, de 1999, art. 37 ).
PROVA PERICIAL:
FED. EST. De ofício ou a pedido. O pedido pode ser indeferido se a perícia for prescindível,
impraticável ou irrelevante (art. 18 do Decreto nº 70.235/72).
FED. 2 peritos, um indicado pelo sujeito passivo, outro indicado pela Fazenda (servidor). Produzem
dois laudos periciais que, se forem contrastantes, cabe à autoridade coatora decidir em cotejo com
as demais provas. O sujeito passivo arca com os honorários do seu perito.
EST. Servidor perito e assistente técnico do contribuinte (art. 243 do Código Tributário Estadual).
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FED. Laudos emitidos por órgãos públicos federais podem ser usados como provas emrpestadas
automaticamente, sem necessidade de autorização da autoridade administrativa julgadora (art. 30
do Decreto nº 70.235/72). Ex: classificação de produtos.
Em caso de impugnação parcial, deve haver o desmembramento do lançamento (art. 54, §1, do
Decreto nº 7.574/2011). A parte não impugnada deve ser imediatamente cobrada, sob pena de
prescrição, ou seja, não há suspensão da exigibilidade do crédito incontroverso. Embora não haja
previsão semelhante na legislação estadual, o professor entende que também se aplica nessa esfera.
Art. 54. Não sendo cumprida nem impugnada a exigência, a autoridade preparadora declarará a revelia,
permanecendo o processo no órgão preparador, pelo prazo de trinta dias, para cobrança amigável
(Decreto nº 70.235, de 1972, art. 21, com a redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993, art. 1º ).
§ 1º No caso de identificação de impugnação parcial, não cumprida a exigência relativa à parte não
litigiosa do crédito, o órgão preparador, antes da remessa dos autos a julgamento, providenciará a
formação de autos apartados para a imediata cobrança da parte não contestada, consignando essa
circunstância no processo original.
§ 2º Esgotado o prazo de cobrança amigável sem que tenha sido pago ou parcelado o crédito
tributário, o órgão preparador encaminhará o processo à autoridade competente para promover a
cobrança executiva.
Art. 55. Tratando-se de apreensão de mercadoria para fins de aplicação da pena de perdimento ou de
declaração de abandono, em que não tenha sido apresentada impugnação, a autoridade
preparadora, após declarar a revelia, deverá, em observância às normas que regem a matéria e,
mediante o competente ato administrativo, aplicar a pena de perdimento ou declarar o abandono,
para fins de destinação da mercadoria (Decreto nº 70.235, de 1972, arts. 21, § 2º , e 63 ).
RECURSO VOLUNTÁRIO:
FED. EST. Prazo de 30 dias da ciência da decisão. Efeito suspensivo automático.
OBS: Exigência de depósito prévio de 30% do crédito tributário ou apresentação de fiança bancária
como condição de admissibilidade do recurso voluntário - tal exigência foi considerada
inconstitucional pela jurisprudência e, posteriormente revogada pela Lei Federal nº 12.096/2009 e
pela Lei Estadual nº 5.367/2009.
Súmula Vinculante 21 - É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro
ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
Súmula 373 do STJ- É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso
administrativo.
OBS: EST. Previsão de recurso contra decisão da autoridade preparadora que declara a inépcia ou a
perempção da impugnação, a ser interposto no prazo de 5 dias perante a Junta de Revisão Fiscal.
PEREMPÇÃO RECURSAL:
FED. Julgamento pela segunda instância (art. 35 do Decreto nº 70.235/72).
EST. Possibilidade de levantamento da perempção (art. 253 do Código Tributário Estadual).
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OBS2: Avocatória- Secretário de Fazenda pode avocar para si o julgamento (art. 232 do Código
Tributário Estadual).
CTE, Art. 232. O Secretário de Estado de Economia e Finanças poderá avocar processo administrativo-
tributário, para efeito de decisão ou de novo encaminhamento.
Parágrafo único - Sem prejuízo do disposto neste artigo, o processo administrativo-tributário
considerado de relevante interesse para a Fazenda Estadual, segundo critérios estabelecidos em ato
normativo do Secretário de Estado de Economia e Finanças, terá tramitação prioritária.
2ª instância- Órgãos colegiados e paritários. Sua composição é par, metade dos integrantes são
indicados pela Fazenda e metade é indicada pela sociedade civil.
FED. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), o qual se subdivide em Turmas, Câmaras,
Seções Especializadas e Câmara Superior de Recursos Fiscais.
Juntou os antigos Conselhos de Contribuintes da Fazenda. Seus integrantes possuem
mandato de 2 anos.
EST. Conselho de Contribuintes do Estado do Rio de Janeiro.
Instância especial
FED. Câmara Superior de Recursos Fiscais, órgão fracionário do CARF composto por todos os
presidentes (representantes fazendários) e vice-presidentes (representantes dos contribuintes) das
Turmas que o compõem. Possui competência para sanar divergências de interpretação da lei
tributária entre demais órgãos fracionários do CARF ou entres esses e a própria Câmara Superior (art.
37 do Decreto nº 70.235/72).
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EST (art. 266 do CTE). Conselho Pleno, em caso de recurso contra decisão de Câmara não unânime ou
divergente de precedentes, ou Secretário de Fazenda, em caso de recurso contra decisão de Câmara
ou de menos de ¾ do Conselho Pleno desfavorável à Fazenda, contrária à lei ou à prova.
CTE, Art. 266. Das decisões do Conselho cabe recurso:
I - para o Conselho Pleno, quando a decisão de Câmara não for unânime ou divergir de decisão
proferida por outra Câmara ou pelo Conselho Pleno, relativamente ao direito em tese.
II - para o Secretário de Estado de Fazenda, quando a decisão de Câmara, ou a decisão acordada por
menos de ¾ (três quartos) do Conselho Pleno, desfavorável à Fazenda, for contrária à legislação
tributária ou à evidência da prova constante no processo, e não couber o recurso previsto no inciso
anterior, mantido o princípio do contraditório.
§ 1º Os recursos referidos neste artigo serão interpostos no prazo de 15 (quinze) dias, contados da
data da ciência do acórdão.
§ 2º Para os fins do inciso I, não serão considerada divergente a decisão que tenha sido reformada
em grau de recurso, ainda que especial, bem como aquela que contrariar orientação do Conselho
consubstanciada em súmula.
§ 3º A súmula a que se refere o parágrafo anterior deverá ser publicada depois de aprovada pelo
Conselho Pleno e pelo Secretário de Estado de Fazenda.
DECISÃO DEFINITIVA:
Cobrança amigável ou inscrição em Dívida Ativa.
CONSULTA (FED. Lei nº 9430/96 e EST. arts. 274 a 282 do CTE): Uniformiza os critérios de
interpretação da legislação tributária. Generalizável. Eficácia normativa perante todos.
Efeitos: Impede a fiscalização, salvo no caso do art. 89, § 1o, do Decreto nº 7.574/2011, na esfera
federal; suspende a mora na sua pendência; mantém a possibilidade de denúncia espontânea para o
sujeito passivo. Esses efeitos aplicam-se somente ao contribuinte que consultou.
D7574, Art. 89. Nenhum procedimento fiscal será instaurado, relativamente à espécie consultada,
contra o sujeito passivo alcançado pela consulta, a partir da apresentação da consulta até o
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trigésimo dia subsequente à data da ciência da decisão que lhe der solução definitiva. (Decreto nº
70.235, de 1972, arts. 48 e 49 ; Lei nº 9.430, de 1996, art. 48, caput e § 3º ).
§ 1º A apresentação da consulta:
I - não suspende o prazo:
a) para recolhimento de tributo, retido na fonte ou declarado (autolançado), antes ou depois da data
de apresentação; e
b) para a apresentação de declaração de rendimentos; e
II - não impede a instauração de procedimento fiscal para fins de apuração da regularidade do
recolhimento de tributos e da apresentação de declarações.
§ 2º No caso de consulta formulada por entidade representativa de categoria econômica ou
profissional, os efeitos referidos no caput só alcançam seus associados ou filiados depois de
cientificada a entidade consulente da decisão. (Redação dada pelo Decreto nº 8.853, de 2016)
Art. 90. Em se tratando de consulta eficaz e formulada antes do vencimento do débito, não incidirão
encargos moratórios desde seu protocolo até o trigésimo dia subsequente à data da ciência de sua
solução ( Lei nº 5.172, de 1966 - Código Tributário Nacional, art. 161, § 2º ).
Eventual mudança de entendimento da Administração possui efeitos ex nunc (art. 100 do Decreto nº
7574/2011).
D7574, Art. 100. Se, após a resposta à consulta, a administração alterar o entendimento expresso na
respectiva solução, a nova orientação atingirá apenas os fatos geradores que ocorrerem após ser
dada ciência ao consulente ou após a sua publicação na imprensa oficial ( Lei nº 9.430, de 1996, art.
48, § 12 ).
Parágrafo único. Na hipótese de alteração de entendimento expresso em solução de consulta, a nova
orientação alcança apenas os fatos geradores que ocorrerem após a sua publicação na Imprensa
Oficial ou após a ciência do consulente, exceto se a nova orientação lhe for mais favorável, caso em
que esta atingirá, também, o período abrangido pela solução anteriormente dada.
Competência:
FED. Instância única. COSIT. Decisão irrecorrível (salvo recurso especial de uniformização).
EST. Duas instâncias da Secretaria Estadual da Fazenda. Diferentes daqueles que julgam o PAT.
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Fato Gerador Obrigação Tributária (Ilíquida e Inexigível) Lançamento (art. 142 do CTN)
Crédito Tributário (líquido e exigível) Notificação do sujeito passivo para pagar ou impugnar
De acordo com o entendimento do STJ, a notificação em que não consta o prazo para impugnação é
nula, pois viola o devido processo legal. E mais: não basta a indicação do dispositivo legal que prevê o
prazo. A quantidade de dias deve vir expressa no corpo da notificação.
A declaração da nulidade da notificação pode implicar a decadência e consequente extinção
do crédito tributário.
A impugnação, de acordo com o art. 151, III, do CTN, suspende a exigibilidade do crédito tributário.
Ajuizada demanda perante o Judiciário com o mesmo objeto da impugnação administrativa, esta é
extinta, pois há prejudicialidade (art. 38, § único, da Lei nº 6.830/80).
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ÓRGÃOS JULGADORES:
1ª instância- Coordenadoria de Revisão e Julgamento Tributários (art. 91 do Decreto nº 14.602/96).
2ª instância- Conselho de Contribuintes do Município do Rio de Janeiro (art. 103 do Decreto nº
14.602/96).
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3ª instância- Secretário da Fazenda (pedido de reconsideração das decisões não unânimes) (arts. 104
a 108 do Decreto nº 14.602/96). Atenção! Pegar legislação atualizada, pois houve alteração nesses
artigos, sem, contudo, ser extinto o recurso ao Secretário de Fazenda.
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NULIDADE DAS DECISÕES (art. 40 do Decreto nº 14.602/96): atos praticados por autoridade, órgão
ou servidor incompetente; atos praticados e decisões proferidas com preterição ou prejuízo do
direito de defesa; decisões não fundamentadas.
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AÇÃO CAUTELAR DE DEPÓSITO: Tem por objetivo antecipar os efeitos da penhora inerente à
execução fiscal. Só pode ser ajuizada quando o crédito tributário já foi inscrito em Dívida Ativa, mas o
fisco ainda não ajuizou a execução fiscal. Com o depósito, o sujeito passivo evita os efeitos da mora.
Diferentemente da ação de consignação em pagamento, o objetivo desse depósito não é o
pagamento com a extinção do débito. O depósito da cautelar não será levantado pela Administração
Pública. Deposita-se com o objetivo de discutir o crédito tributário no futuro. O fisco ajuizará a
execução fiscal normalmente.
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Modulação dos efeitos- A modulação dos efeitos, inclusive para o futuro, é muito usada pelo STF em
matéria tributária. Ex: DIFAL (diferença de alíquotas do ICMS)- O STF deu prazo até 31/12/2021 para
elaboração de LC, contudo a lei foi sancionada só em 04/01/22. Agora, pelo princípio da
anterioridade, os Estados só podem cobrar a partir de 2023.
Não cabe ação civil pública em matéria tributária (art. 1, § único, da LACP).
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CONCEITO: Ação através da qual se postula a devolução do que foi pago indevidamente ao fisco pelo
sujeito passivo por um suposto crédito tributário. Restituição do tributo recolhido indevidamente.
Luciano Amaro leciona que há erro em falar “repetição de indébito”, porque o tributo nunca
é indevido, já que se trata de obrigação decorrente de lei e compulsória. Quando o fisco
cobra a mais, está cobrando algo a título de tributo, mas que não é tributo.
A ação de repetição de indébito segue o rito do procedimento comum e a sentença nela
proferida tem eficácia condenatória, pois não só declara o direito de restituição, mas obriga a
Fazenda Pública a pagar.
A execução se faz através de precatório (art. 100 da CRFB/88).
FUNDAMENTOS:
● Princípios da legalidade e da tipicidade tributárias - o tributo só é devido se previsto em lei e
cobrado exatamente de acordo com seus ditames;
● Vedação ao locupletamento ilícito do erário;
● Vedação ao empobrecimento indevido do contribuinte;
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CTN, Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto*, à restituição
total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no §
4º do artigo 162, nos seguintes casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo** de tributo indevido ou maior que o devido em face da
legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador
efetivamente ocorrido;
II - erro na edificação (leia-se “identificação”) do sujeito passivo, na determinação da alíquota
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento
relativo ao pagamento;
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. Tanto na esfera
administrativa quanto na esfera judicial.
*Antes do CTN, vigorava a cláusula solve et repete e a necessidade de o sujeito passivo manifestar
seu inconformismo no momento do pagamento do tributo. Assim, para o ajuizamento da repetição
de indébito, o sujeito passivo necessariamente tinha que pagar o tributo antes e manifestar
expressamente que iria pedir a devolução. O CTN acabou com esse sistema.
** Antes do CTN, o pedido de repetição só podia ser formulado quando a Fazenda Pública cobrava
efetivamente o tributo. Se o contribuinte errasse o cálculo de tributo lançado por homologação, por
exemplo, quando se paga espontaneamente o débito, não poderia pedir a restituição. O CTN
também foi um avanço nesse sentido.
OBS: Compensação de ofício na esfera federal (arts. 114 e 115 da Lei nº 11.196/2005) - A Receita
Federal do Brasil, nos requerimentos administrativos de repetição de indébito, deve verificar a
existência de débitos do mesmo contribuinte, e, caso existam, deverá ser feita a compensação com o
crédito decorrente do indébito.
Se o débito identificado pela RFB estiver sob questionamento em processo administrativo ou
judicial, com exigibilidade suspensa, não será possível a compensação de ofício. A
compensação só será possível se não houver causa de suspensão exigibilidade do débito
(AgRg no REsp 1172000 STJ).
Para compensar, o débito e o crédito não precisam ser de tributo idêntico, de natureza
idêntica. Basta haver identidade entre credor e devedor.
LEGITIMIDADE ATIVA:
Tributos diretos- o legitimado será a pessoa que seria o sujeito passivo, caso a cobrança se desse de
forma correta. Não é necessariamente quem efetivamente pagou. Ex: IPTU pago pelo locatário. O
legitimado continua sendo o proprietário do imóvel (art. 123 do CTN e Súmula 614 do STJ).
CTN, Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo
encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso
de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.
Hugo de Brito Machado entende que o art. 166 do CTN é inconstitucional, porque facilita o
enriquecimento ilícito do Estado. Todavia, Ricardo Lobo Torres diz que é preferível o Estado
se locupletar do que o contribuinte de direito mal intencionado, que cobra tributo a mais do
contribuinte de fato, propositalmente, para depois pleitear a devolução.
OBS: Caso do ICMS sobre energia elétrica → O STJ (REsp 1299303), excepcionando a regra do art.
166 do CTN, reconheceu a legitimidade do consumidor final para repetição de indébito de ICMS
sobre demanda contratada e não utilizada. Nessa relação, a concessionária do serviço público é o
contribuinte de direito e o consumidor final é o contribuinte de fato. O STJ assim decidiu devido à
peculiaridade da relação entre a concessionária e o Poder Público concedente, que acaba por
desestimular a concessionária, que não teve efetivo prejuízo nenhum, a postular a repetição de
indébito do ICMS.
Súmula 391 do STJ- O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à
demanda de potência efetivamente utilizada.
PRAZO: 5 anos.
CTN, Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos,
contados:
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I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; (Vide art 3 da
LCp nº 118, de 2005)
II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão
administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou
rescindido a decisão condenatória.
CONCEITO: Pagar o tributo é um dever do contribuinte, assim como livrar-se desse dever é seu
direito. Portanto, se a Fazenda Pública se recusa a receber o pagamento ou cria obstáculo para tal, o
contribuinte pode lançar mão da ação de consignação em pagamento, depositando o valor em juízo,
liberando-se da obrigação. Por isso, trata-se de ação de natureza declaratória, pois o juiz apenas
declara se o depósito é suficiente ou não para extinguir o crédito tributário.
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A ação consignatória, que é de natureza meramente declaratória, tem por objetivo apenas liberar o
devedor de sua obrigação com a quitação de seu débito, por meio de depósito judicial, quando o
credor injustificadamente se recusa a fazê-lo.
Se a ação consignatória for julgada improcedente, o juiz pode, na própria sentença, condenar o autor
a complementar o valor consignado a menor (art. 164, §2º, do CTN). Por isso, a ação consignatória
pode ter natureza de ação dúplice. Ação dúplice é aquela em que o juiz ao julgar o pedido do autor
pode não só julgá-lo improcedente, como pode condenar o autor a mais alguma coisa,
independentemente de reconvenção.
CABIMENTO:
Exigibilidade indireta (I e II)- Ocorre toda vez que a Fazenda Pública vincula o pagamento de um
tributo ao pagamento de outro tributo ou ao cumprimento de uma obrigação acessória ou ao
pagamento de uma multa. O sujeito passivo pode ajuizar ação de consignação em pagamento,
pedindo a autorização para realizar o depósito do tributo individualizado que se pretende pagar.
Feito o depósito, a Fazenda Pública será citada para levantá-lo ou oferecer resposta.
Bitributação (III)- Ocorre toda vez que mais de um ente cobra tributos (idênticos ou não) sobre o
mesmo fato gerador. Ex: Pela propriedade de um mesmo imóvel, o sujeito passivo é cobrado do IPTU
e do ITR. Na ação de consignação em pagamento, o sujeito passivo deve depositar o maior valor
exigido, pois só assim a exigibilidade ambos os tributos estará suspensa (Súmula 112 do STJ) e ele
evitar ter que complementar o valor com incidência de juros, correção e multa, além dos ônus de
sucumbência. O juiz citará os entes, litisconsortes necessários.
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Segundo alguns autores, só cabe ação consignatória quando a dúvida instaurada é entre dois
entes de mesma natureza. Contudo, o STJ reconhece a possibilidade de ajuizamento da
consignatória mesmo quando cobrados tributos por entes de natureza diversa sobre o
mesmo fato gerador. Ex: ICMS x ISS e ITR x IPTU.
OBS1: STJ - Recolher parceladamente o valor do débito fiscal na seara da ação consignatória é
desviar-se da finalidade por ela pretendida. Desse modo, a referida ação não pode servir à obtenção
de parcelamento do débito tributário, sob pena de fazer da legislação, que prevê o benefício, letra
morta. O contribuinte não pode ir consignando mês a mês parcelas do crédito tributário.
OBS2: STJ- A ação consignatória não é via processual adequada para obter compensação tributária
com precatórios.
CONCEITO: Remédio constitucional utilizado para afastar do mundo jurídico uma aberração. Afinal,
aplica-se à Administração Pública o princípio da legalidade, com base no art. 37 da CRFB/88. Toda vez
que a autoridade pública age ao arrepio da lei, é uma aberração.
CRFB /88, Art. 5o (...)
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
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L12016, Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder,
qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. (Vide ADIN 4296)
A concessão de liminar em MS jamais deve ser condicionada ao depósito pelo juízo. Isso porque o
depósito é direito subjetivo da parte. Ademais, tanto a liminar quanto o depósito são causas de
suspensão de exigibilidade do crédito tributário, de modo que feito o depósito, a liminar se torna
desnecessária. Na verdade, decisão no referido sentido é um verdadeiro indeferimento da liminar.
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Cabe a cobrança pela mora entre a concessão da liminar e a denegação da segurança? Sim.
Súmula 405 do STF- Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento do agravo
dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária.
Quanto aos débitos federais, existe disciplina própria, trazida pela Lei nº 9.430/96, que estabelece a
interrupção da mora até 30 dias após a decisão que julgar devido o tributo.
L9430, Art. 63.
§ 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da
multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da
decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição.
Súmula 212 do STJ- A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou
por medida liminar cautelar ou antecipatória.
Súmula 213 do STJ- O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à
compensação tributária.
Súmula 460 do STJ- É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária
realizada pelo contribuinte.
LEGITIMIDADE PASSIVA: Autoridade coatora (quem praticou ou ordenou a prática do ato) + o ente
público (pessoa jurídica) que ela integra.
Imposição tributária ilegal -> chefe do serviço que arrecada o tributo e impõe as sanções fiscais
respectivas (Hely Lopes Meirelles). Ex: Coordenador Municipal do ISS.
L12016, Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual,
será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na
segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha
vinculada ou da qual exerce atribuições. (...)
§ 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual
emane a ordem para a sua prática.
Súmula 114 do TJRJ- Legitimado passivo do mandado de segurança é o ente público a que está
vinculada a autoridade coatora.
Teoria da encampação- Quando for indicada autoridade superior àquela que tinha legitimidade para
responder pelo MS, entende-se como convalidada a irregularidade se a autoridade superior tiver
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encampado o ato atribuído a seu subordinado. Encampar o ato significa defender o ato impugnado
do subalterno.
MS 17.435 STJ- Requisitos para aplicação da encampação: discussão do mérito nas
informações, subordinação hierárquica entre a autoridade efetivamente coatora e a
apontada na inicial e ausência de modificação de competência.
RECURSOS:
Decisão denegatória ou concessiva de 1ª instância → apelação ao TJ ou ao TRF → REsp ao STJ ou RE
ao STF
Decisão denegatória TJ ou TRF → recurso ordinário
Decisão concessiva TJ ou TRF → REsp ou RE (Fazenda Pública)
DEPÓSITO: Segundo o art. 39 da Lei nº 6.830/80, a ação anulatória deveria ser precedida do depósito
do montante integral, criando uma condição de procedibilidade para essa ação. Todavia, conforme
reiterada jurisprudência, o depósito é direito subjetivo da parte, não devendo ser imposto ao sujeito
passivo. Além de que a exigência do depósito fere a isonomia, o devido processo legal, a ampla
defesa, o acesso à justiça e a inafastabilidade da jurisdição (art. 5o, XXXV, da CRFB/88).
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Caso a anulatória seja proposta acompanhada do depósito, por opção do contribuinte, fica suspensa
a exigibilidade do crédito (art. 151, II, do CTN). Assim, torna-se inviável o ajuizamento de execução
fiscal pela Fazenda Pública (só se houver depósito ou tutela provisória).
E se a ação anulatória for ajuizada com depósito ou for concedida tutela provisória quando a
execução fiscal já está em curso? A execução fiscal deverá ser suspensa.
O depósito feito na anulatória aproveita aos embargos à execução como garantia do juízo. REsp
885246 STJ.
CONEXÃO: Execução fiscal e ação anulatória concomitantemente em curso - Antes, o STJ entendia
que deveria haver a reunião dos processos no juízo prevento. Todavia, os códigos de organizações
judiciárias estaduais passaram a criar varas com competência exclusiva para o julgamento da
execução fiscal. Nesse caso, deve ser prestigiada a legalidade ou a segurança jurídica (evitar decisões
judiciais conflitantes)? Decisões recentes do STJ vem entendendo não ser caso de reunião dos
processos.
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Todas as ações são, em certa medida, declaratórias. Algumas, porém, além de declarar, possuem
outros efeitos, como é o caso das constitutivas e das condenatórias. A ação anulatória é uma ação
declaratória com efeitos constitutivos negativos. Por esse motivo, muitos operadores do direito a
chamam dessa forma. Contudo, a ação que vamos estudar agora é a ação declaratória pura, isto é, só
com efeitos declaratórios.
A ação declaratória pura tem por objetivo declarar a inexistência da relação jurídica tributária e
está fundamentada no art. 19 do CPC. Não tem prazo prescricional. Não se discute lesão a direito,
mas situação de risco de lesão. Ex: Lei Municipal que prevê pagamento de IPTU por entidades
religiosas no ano seguinte. Como tais entidades têm imunidade constitucional, a lei é flagrantemente
viciada e elas não precisam esperar o lançamento para agir.
Logo, é adequado que seja ajuizada antes do lançamento, para evitá-lo, com o pedido de que, na
hipótese de lançamento, seja convertida em anulatória. Isso porque o mero ajuizamento da
demanda não impede a realização do lançamento pela Fazenda Pública e, uma vez este realizado,
ainda que o contribuinte saia vencedor de uma ação declaratória pura, a sentença não terá eficácia
para desconstituir o crédito tributário.
EXECUÇÃO FISCAL I
INTRODUÇÃO:
Os créditos tributários inscritos em Dívida Ativa são líquidos e certos e, por isso, exigíveis (art. 204 do
CTN). Além da exigibilidade do crédito, a inscrição em DA provoca a inversão do ônus da prova, de
modo que a Fazenda não precisa mais provar que tem crédito a receber, o devedor é quem tem que
provar que não possui nada a pagar.
Certidão de Dívida Ativa (art. 202 do CTN)- documento que materializa as informações constantes da
base de dados da Dívida Ativa. Como goza de presunção de veracidade e de legalidade, possui
natureza jurídica de título executivo extrajudicial, na forma do art. 784, IX, do CPC.
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De posse da CDA, a Fazenda pode ajuizar a execução fiscal. Inclusive, a CDA serve como petição
inicial da execução fiscal (art. 6o, § 2º, da Lei nº 6830/80).
LEGITIMIDADE:
Ativa- Sujeito ativo (art. 119 do CTN) - quem tem competência tributária ou capacidade tributária
ativa - entes federados e pessoas delegadas (autarquias, fundações públicas e estatais prestadoras
de serviços públicos*).
Lembrar que a competência tributária inclui as funções de instituir, regular, fiscalizar e
arrecadar o tributo. As duas primeiras são do Poder Legislativo e as duas últimas do Poder
Executivo. As funções do Executivo, isto é, a fiscalização e a arrecadação podem ser
delegadas a terceiros, com base no art. 7º do CTN. Essas pessoas terão capacidade tributária
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Atenção!
Súmula 430 do STJ- O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a
responsabilidade solidária do sócio-gerente.
Todavia, se o inadimplemento é conjugado com a dissolução irregular da pessoa jurídica (sem
liquidação/extinção de fato), a responsabilidade pelo crédito tributário é do administrador.
Nesse sentido, a mudança de endereço sem a comunicação aos órgãos competentes (alteração do
contrato social) equipara-se à dissolução irregular.
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Súmula 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu
domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da
execução fiscal para o sócio-gerente.
Na hipótese de alteração do administrador, de modo que quando a pessoa jurídica praticou o fato
gerador era um e quando houve a dissolução irregular era outro, a execução deve ser
redirecionada para quem? De acordo com o STJ, deve ser redirecionada para o administrador da
época da dissolução irregular, ou seja, o segundo.
GARANTIA: O executado é citado para, dentro de 5 dias, pagar, extinguindo o processo, ou garantir o
juízo. A garantia do juízo pode ser um depósito, uma fiança bancária ou seguro garantia ou penhora,
à escolha do executado. Garantido um juízo, abre-se o prazo de 30 dias úteis (CPC) para oposição de
embargos à execução. Se o executado se mantiver inerte, o juiz determinará a penhora constritiva.
Isso não impede que o executado oponha embargos à execução, porém a garantia será os bens
penhorados. Ele perde a prerrogativa da escolha da opção mais confortável para ele.
Tema 1026 do STJ (RESP 1809010/RJ): "O art. 782, §3º do CPC é aplicável às execuções fiscais,
devendo o magistrado deferir o requerimento de inclusão do nome do executado em cadastros de
inadimplentes, preferencialmente pelo sistema SERASAJUD, independentemente do esgotamento
prévio de outras medidas executivas, salvo se vislumbrar alguma dúvida razoável à existência do
direito ao crédito previsto na Certidão de Dívida Ativa - CDA."
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