Você está na página 1de 10

00 DO DE JANEIRO

CMCRJ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
EMPRESARIAL
PROVA OE 2' CHAMADADE DIREITO
aucsTC)ES DISCURSIVAS
cmv ABC 2 2022
PROVA: 1711012022

1' QUESTÃO: (Valor - 3,5 pontos)


ajUlZOU açào de rescisão de contrato particular de compra e
Cleoberto Cordeiro
pedido de restituição de quantias pagas em face de Lifee
venda de Imóvel cic ter firmado com a ré contrato
de compra
EmpreendimentosImobiliáriosLtda., alegandopara pagamento em parcelas mensais. No
venda de imóvel com alienação fiduciária, excessivas, em razão de reajustes
entanto,as prestações se tornaramonerosamente
razão pela qual pleiteia a rescisão
do contrato,
Indevidosprewstosem cláusulas abusivas, dos valores pagos.
com a restituiçãode 80% (oitentapor cento)demandada defende que o instrumento particular
Em sua contestação, a sociedade pública, por
compra e venda com alienação fiduciária em garantia tem força de escritura tem-se por
de na data da sua assinatura,
força do art. 38 da Lei no 9.514/97e, portanto, garantia da alienação fiduciária, com a
celebrada a compra e venda e constituída a sendo impossível o arrependimento de
transferência da propriedade resolúvel ao autor,
qualquer das partes. que o registro da alienação
Durante a instrução probatória,restou demonstradodeu após o ajuizamento da
se
fiduciária no Cartório de Registro de Imóveis somente
demanda previsão de cláusula de
Diante do caso concreto apresentado, indaga-se: acompra e venda de imóvel,
de
alienação fiduciáriaem garantia, em instrumentoparticularindependentemente
por iniciativa do adquirente, da ausência
impede a resolução do ajuste a questão, de forma
Imóveis? Responda
de registrodo contratono competenteRegistro de
fundamentada.

2a QUESTÃO: (Valor - 3,5 pontos)


Rosemary Salen propôs açáo de indenização por danos morais e materiais contra
no qual
Banco Master S.A., afirmandoque mantinhahá mais de 30 anos cofre particular
depositavasuas joias.
Relata a demandanteque foi informadapela ré do roubo ocorrido nos cofres da
agência bancária situada na Avenida Rio Branco, Centro, no dia 28/08/2021. Assim,
pretendeo pagamento da indenização por danos morais e materiais.
Em sua contestação, a instituição financeira defende a validade da cláusula
expressa de limitaçãode armazenagemdos bens e que os valores que excedessem ao
limiteestipulado deveriam ser informados, e deveria ser contratado seguro em separado.
Sustenta a inexistência de danos morais a serem reparados.
Pergunta-se: é abusiva a cláusula meramentelimitativado uso do cofre locado, ou
seja, aquela que apenas delimitaquais são os objetos passíveis de serem depositados e os
limites da indenizaçáo?

A TENÇÃO: Responda uma única questão em cada folha.

- EMERJ -
"_QUE$TAQ - TEMA 04

e cc de pagas em face de Life


Ltda aboçando "rmado com a ré contratode compra
e para pagamento em parcelas mengas No
onerosamenteexces;rvas em razão de reaJustes
em cláusulas abugtvag razâo pela qual plertetaa resctsáo do
com a 80ao (ottentapor cento) dos valores pagos
Em sua contesta*o a sociedade demandada defende que o Instrumento
Se comcga e venda com alienaçâo fiduciána em garantia tem força de escritura
çwbi•c-a força do art 38 da Let no 9 514/97e. portanto.na data da sua assinatura
tem-se por ceiebrada a compra e venda e constituídaa garantia da alienação fiduciárta
com a transferénoa da propriedade resoluvel ao autor, sendo Impossível o
a rrependimento de qualquer das partes
Durante a tns•ruçâoprobatóna, restou demonstrado que o registro da
a"enaç.ào fiduciána no Car,óno de Registro de Imóveis somente se deu após o
aluzamento da demanda
Dante do caso concreto apresentado, indaga-se: a previsão de cláusula
de alenaç¿o fiduciána em garantia, em instrumentoparticularde compra e venda de
tmOvelLmpede a resolução do ajuste por iniciativado adquirente,independentemente
da ausencia de registro do contrato no competenteRegistro de Imóveis? Responda a
questão, de forna fundamentada

RESPOSTA:
CIVIL RECURSO ESPECIAL. AÇÃo DE RESCISÃO DE CONTRATOPARTICULAR
DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DAS QUANTIAS
PAGAS. CLÁUSULA DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA. AUSÊNCIA DE
REGISTRO NO COMPETENTE REGISTRO DE IMÓVEIS. GARANTIA NÃO
CONSTITUÍDA ART. 23 DA LEI NO9.514/1997.PROCEDIMENTO PREVISTO NO
ARTS. 26 E 27 DA LEI NO9.514/1997.NÃO APLICAÇÃO. RESCISÃO DO CONTRATO
PELO ADQUIRENTE COM RESTITUIÇÃO DE PARTE DO VALOR PAGO.
POSSIBILIDADE DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. SIMILITUDEFÁTICA. AUSÊNCIA
1 Açâo ajuizada em 21/10/2020,da qual foi extraído o presente recurso especial,
interposto em 01/09/2021 e concluso ao gabinete em 28/03/2022.
2. O propósito recursal é decidir se a previsão de cláusu a de alienacão fiduciária em
garantia, em instrumentoparticularde compra e venda de imóvel, impede a resolucão
40 auste por iniciativa do adquirente, independentementàda ausência de reqistro do
contrato no competente Reqistro de Imóveis.
3. No ordenamento jurídico brasileiro, coexiste um duplo reqime iurídico da propriedade
fiduciária a) o regime jurídico geral do Código Civil, que disciplina a propriedade
ô' 'a solv e corsas move s t"'utsafveqs,sendo o credor
mato'a' ou e t:) o reg me luridco especial, formado por um comunto de norrna9
e 't•as aaa"tes, Oe'Mreas Auaps a Lei n" 9 514/1997mque trata da propriedade fiduciária
solve be ms

a Ne regime especial da Lei no 9.514/97,o registro do contratono competente


Imóveis tem natureza constitutiva, sem o qual a propriedade fiduciária
de coisa imóvel e a garantta dela decorrente não se perfazem.
Na ausência do regrstroque prevê o art 234a Lei no 9 q 14/1997. não há constituição
f!duc'ána de co'sa móvel. tampouco haverá consolidacâo da
propr•edade em nome do credor na hvótese de Inadimplênc.'a,razão pela qual não
os a rts 26 e 27 da Lei no 9 514/1997. podendo o adquirente pleitear a rescisão
auste, com a rest'twçâo dos valores pagos. sem precisar se submeter ao
p-ocedtmentoprevsto nestes dispositivos.
Htpôtese em que. embora o contrato tenha Sido celebrado em 20/11/2017 na data do
a:uzamento da acâo pelo adquirentedo móvel (21/10/2020).pleiteandoa rescisão do
contrato. não hava o reqtstro deste no competente Reqistro de Imóveis, razão pela qual
a ga rantia fiduciána não tinha se constituídoe o adquirente- recorrido- tinha o direito
de rescindir o ajuste, com a restitutcãode parte do valor paqo. sem a necessidade de
se submeter ao procedimento previsto no art. 27 da Lei no 9.514/1997.
7 Recurso especial conhecidoe não provido.
(REsp n 1 987089/SP, relatora MinistraNancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em
30/8/2022,DJe de 1/9/2022

Trechos do Acórdão:

Em linhas gerais, o negócios fiduciárioé aquele mediante o qual um sujeito


(fiduciante), a fim de garantir uma obrigação, transmitea propriedadede uma coisa ou
a titularidadede um direito a outro (fiduciário)que, se cumprido o encargo, devolve o
bem ou o direito ao transmitente. Considera-se fiduciária, assim, a propriedade resolúvel
de coisa ou direito que o devedor fiduciante, com escopo de garantia, transfere ao credor
fiduciário.
No ordenamentojurídico brasileiro, a matéria é disciplinada pelo Código Civil e
por uma extensa legislação extravagante.
Por isso, aponta a doutrina a coexistência de um duplo regime jurídico da
propriedade fiduciária.
a) o regime jurídico geral do Código Civil, que disciplina a propriedadefiduciária sobre
coisas móveis infunqíveis, sendo o credor fiduciário qualquer pessoa natural ou jurídica;
b) o regime jurídico especial, formado por um conjunto de normas extravagantes,
basicamente divididas em dcis diplomas:
(bl) o Decreto-Lei no 911/1969, acrescido do art. 66-B da Lei no 4.728/65 (Lei do
Mercado de Capitais), atualzados pela redaçáo da Lei no 10.931/2004, tratando de
propriedadefiduciária sobre coisas móveis fungíveis e infungíveis, além da cessão
ou créditon restrito O credor

R 0 também modificada no IO 931/2004 que trata da


gela o credor Instituiçâofinanceiraou nâo (FARIAS
C Chaves de ROSE NVALD. Nelson Curso do direito direitosreais 14 ed
Juó'od.vm 2018 0 557)

No entanto. quanto à propriedadefiduciária de bem Imóvel, regida pela Let no


514 '97 venfpca-seque a garantia somente se constituicom o reqstro do contratoque
lhe serve de titulo no registro Imobiliáriodo local onde o bem se Situa
Trata-se de regra expressamente prevista no art 23 da Lei no 9 514/97, segundo
o gual 'constitui-se a propnedade fiduciária de coisa Imóvel mediante registro, no
competente Regtstro de Imóveis, do contratoque lhe serve de título"
Com efeito, tal prewsào não podia ser diferente, tendo em Vista que no sistema
juridtco brastletro, segundo a tradição romana, a propriedade de bem Imóvel, seja
resoluvel ou não, apenas é adquirida, a título derivado e inter vivos, com o registro do
contrato do Cartóno de Imóveis
O reqstro, de fato, tem natureza constitutiva da propriedade fiduciária de coisa
Imovel. asstm como ocorrer em relação aos demais direitos reais sobre imóveis.
Consoante explica Melhim Namem Chalhub, "a propriedade fiduciária é direito
própno do credor, um direito real em coisa própria, com função de garantia. Assim com
o reqstro do contrato da alienacâo fiduciária. o credor torna-se titular do domínio até
aue o devedor pague a dívida O beml assimi é excluído do patrimóniodo devedor. só
retornando a ele após o cumprimentoda obriqacão qarantida"(Alienação fiduciária
negócio fiduciário. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p 239).
No mesmo sentido, leciona Leandro Marmo que "celebrado o contrato de
constituição da alienação fiduciária, somente após realizado o seu registro no cartório
de regstro de imóveis, é transferidaa propriedadedo imóvel ao credor fiduciário,
registrando-se em seu nome, sendo constituída a propriedade fiduciária, momento em
que efetivamenteé gerada a garantia real, até que ocorra a satisfação integral do
crédito. Momentoesse em que passam a existir fiduciantee fiduciário. Destacando-se
que, enquanto ainda não reqistrada, qera efeitos obriqacionais apenas entre os
contratantes, após surqe tarnbémdireito real de qarantia, com eficácia erqa omnes"
(Alienação fiduciária de bens imóveis: nulidades e aspectos polêmicos. 1. ed. São Paulo.
Thomson Reuters Brasil, 2022, p. RB-2.5)
Não se pode confundiras formalidadesexigidas para a celebração do contrato
com as necessárias para a constituiçãoda propriedadefiduciária
A teor do art. 38 da Lei no 9.514/97, o contrato poce ser celebrado por escritura
pública ou instrumentoparticular, de modo que é desnecessário o seu registro no
Cartório de Títulos e Documentos para gerar efeitos obrigacionais entre as partes.
Por sua vez, nos termos do art. 23 da Lei no 9.514!97, como visto, é necessário
o registro do respectivo contrato no competente Registro de Imóveis para a constituição
da propriedadefiduciária e a consequente consolidação da propriedadeem nome do
Ctedot na h'Póte•e de inadtmplênc•a.
na forma dos artigos 26 e 27 do referido diploma

Densa manetra. sem o regtstrodo contratono competenteRegistro de Imóveis,


há simples créd'to, situado no âmbito obrigacional, sem qualquer garantia real nem
Propnedade resoluvel transfenda ao credor
- CHAMADA-v Ito
AOC

AÇAode Indentzaçâopor danos morais e materiais


Vpgtet S A afirmando que mantinha há matg de 30 anos cofre particular

Relata demandante que '0' Informada pela ré do roubo ocorrido nos cofres da
aoémclabancana Q'tuadana Avenida RIO Branco, Centro. no dia 28/08/2021 Assim,
c-v-ete'ü'eo oagamento da indentzaçâo por danos morats e materiais
Em sua contestação a Instituiçãofinanceira defende a validade da cláusula
exp-essa de lmrtaçao de armazenagem dos bens e que os valores que excedessem ao
Imrte estipulado devenam ser Informados. e deveria ser contratado seguro em
separado Sustenta a Inextstênctade danos morais a serem reparados.
Pergunta-se é abuswa a cláusula meramentelimitativado uso do cofre locado,
ou seja. aquela que apenas delimitaquais são os objetos passíveis de serem
deposrtadose os Imites da Indenizaçâo?

RESPOSTA:
RECURSO ESPECIAL NO1724764- SP (2017/0327682-0)
EMENTA. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RECURSO
INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DO NCPC AÇÃo DE INDENIZAÇÃOPOR DANO
MATERIAL E MORAL. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE COFRE. CLÁUSULA
LIMITATIVADE USO ABUSIVIDADE INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES. ROUBO NA
AGÊNCIA BANCÁRIA ARROMBAMENTOE ESVAZIAMENTO DO COFRE. FALHA NA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. JOIAS DE FAMÍLIA.VALOR SENTIMENTAL.DANOS
MORAIS. CONFIGURAÇÃO. REEXAME DO VALOR FIXADO PELO TRIBUNAL
ESTADUAL. IMPOSSIBILDIADE. SÚMULA N 7 DO STJ. APELAÇÃO DO BANCO COM
ALEGAÇÃO DE PAGAMENTO DA QUANTIAPREVISTA NO CONTRATO. VOCAÇÃO
ÍNSITA DO RECURSO ESPECIAL QUE NÃO PERMITE A ANÁLISE DO CONJUNTO
FÁTICO PROBATÓRIO DOS AUTOS. RETORNO PARA NOVO JULGAMENTO DO
RECURSO DE APELAÇÃO RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTEPROVIDO
DECISÃO: EMÍLIA SALEN ATALLAH e outros(ESPÓLIO DE EMÍLIA e outros)
ajuizaram ação de indenizaçãopor danos materiaise morais contra ITAU UNIBANCO
S A (BANCO) afirmandoque mantinhamhá mais de 30 anos cofre particularno qual
depositavam suas jóias. Que foram informados do roubo nos cofres da agência bancária
da Avenida Paulista aos 28/8/2001.Pretenderamo pagamento da indenizaçâo por
danos materiaise morais.
Em primeirograu, a ação foi julgada parcialmenteprocedente para condenar o
BANCO ao pagamento da quantia prevista no contrato de locação e improcedenteo
pedido de danos morais.
As
RICARDO NEGRÃO e o em acórdào de relatonado Oosembarqador
e deu
Outros em Acórdho ao recursode do ESPÓLIO OE
ementado
INDt NIRACRO
Roubo na mateoal e mora' Contrato Locaçâo de cofre de banco -
RS Autores que aloaam o depósito de jotas no valor de
Contrato que "m'tou o valor (Ioq beng a serem depositados em
R$ 15 00000
por"m nula - Ofensa a principtosdo CDC -
do dever de zelar pela segurança e inviolabilidadedos bens de
chentes - Culpa grave decorrente
õarte de do deguqamentodo Bisternade alarmes por
do banco - Risco de sua attvtdadeque, no caso concreto,nao
"ca lmttada aos valores prevstos
no Instrumento-Ciano moralconfigurado-Decisao
reformada - Recurso dos autores provido. Improvidoo recurso da Instituição
financetra(e-STJ, 0 474)
Os embargos tnfnngentesopostos pelo BANCO foram rejeitados(e-STJ, fls.
701/718)
Os embargos de dec aração opostos pelo BANCO foramrejeitados(e-STJ, fls.
751/755)
Irrestgnado, o BANCO manejou recurso especial com fulcro no art. 105, III, a e
c. da CF sustentando a violação dos arts. (1) 25, 51, l, S 10,IV, 54, S 40,todos do CDC
e 422 do CC e da validade das cláusulas limitativasdo uso do produtoposto à disposição
ilícitovisto que os danos
do consumidor; (2) 884 e 944 do CC e do enriquecimento
moras foram estabelecidos em descompasso com os princípios da razoabilidadee
proporcionalidade; e (3) 60, VIII, do CDC e da impossibilidadede inversão do ónus da
prova usto que havia no contrato cláusula expressa de limitaçãode armazenagem dos
bens e que os valores superiores deveriamser contratados.
Apresentou dissídio jurisprudencial sobre a validade da cláusula de limitação da
cobertura (e-STJ, fls. 758/783).
Foram apresentadas as contrarrazóes(e-STJ, fls. 826/859).
É o relatório.
DECIDO.
O recurso merece parcial provimento.
se refereaos
De plano vale pontuarque as disposições do NCPC, no que concreto ante os
ao caso
requisitos de admissibilidadedos recursos, são aplicáveis
pelo Plenário do STJ na sessão de
termos do Enunciado Administrativo no 3, aprovado
9/3/2016.
CPC/2015 (relativosa decisões
Aos recursos interpostoscom fundamentono
2016) serão exigidos os requisitos de
publicadas a partir de 18 de março de
CPC.
admissibilidade recursal na forma do novo
cláusula de limitaçãoda coberturaNas razões
(1) e (3) Dos danos materiais e da 54, S 40,
a violação dos arts. 25, 51, l, S 10, IV,
do presente recurso, BANCO sustentou das cláusulas limitativasdo uso do produto
validade
todos do CDC e 422 do CC e da VIII, do CDC
disposição do consurnidor. Aduziu a negativa de vigência do art. 60,
posto à
de inversão do ónus da prova visto que havia no contratocláusula
e da impossibilidade dos bens e que os valores superiores
deveriam
expressa de limitação de armazenagem
ser contratados.
("egid'0 rungvudenctal sobre a validade da cláusula de Itrrmtaçâoda

Sobre o tema o TJSP não se


coaduna com a natureza do que a Itmrtaçaoda cobertura contratual do
contratoera abusiva e que constatada a culpa grave
BANCO sendo devdo o resgarcmento confira-se
do valor comprovadopelos autores.
O contratofirmadocom os autores é de prestação de serviços e, assim, a
responsabd'dade decorre dessa má prestação de serviços
Mesmo que se entendesse existir culpa do cliente diante da limitação de
responsab•t'dadeaos termos do contrato.há de se sopesar a culpa grave com que agiu
a tnstrtuç-âofinancetra, conforme amplamente demonstrado no caso em exame.
Por outra ótica, o banco não pode transferirao cliente a obrigação de contratar
seguro Essa responsabilidadeé do banco e decorre da natureza do contrato firmado
com seus clientes
Há prova da existêncja das peças relacionadas na inicial e a estimativa do valor
não foi especificamente contestada pela instituição financeira.
Os fundamentos da r. sentença pautam-se no exame do contrato,
especificamente de sua cláusula n. 7 (fl. 226), concluindo que não "haveria abusividade
de cláusula limitativa "POIS a vontade enunciada não trata da exclusão da
responsabilidadedo banco réu, mas apenas determinao .valor dos bens que podem
ser guardados no cofre sem necessidade de contratação de seguro pelo valor
excedente" (fl. 227).
Observa-se no caso concretoque o contratofoi celebrado há muitas anos (em
1998, fl. 106) e previa a limitaçãoa R$ 15.000,00, naquela oportunidade.Em junho de
2011, pouco antes do evento criminoso, teria remetido correspondência a seus clientes
(fl.108) informandoque esse mesmo o valor se mantinha, na renovação automática dos
contratos.
Não apenas por esse fato - redução evidente da responsabilidade contratual ao
longo de mais de uma década - mas, ainda, porque tal limitação de valor não se coaduna
com a natureza do contratofirmado com clientes com elevado padrão patrimonial e
porque demonstrada culpa grave por parte do banco, em grau muito superior ao
eventual e desrespeito contratualpor parte de seus clientes (ao depositarem no cofre
peças de valores superiores ao limitadona cláusula contratual) .l (e-STJ, fls.
477/478).
Contudo, esta Corte Superior possui jurisprudência consolidada de que não se
revela abusiva a cláusula meramentelimitativado uso do cofre locado, ou seja, aquela
que apenas delimitaquais são os objetos passíveis de serem depositados e os limites
da indenização.
Confiram-se os seguintes precedentes:
AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL. DIREITO DO CONSUMIDOR. CONTRATO DE LOCAÇÃO
DE COFRE. CLÁSULA LIMITATIVADE USO. ABUSIVIDADE. INEXISTÊNCIA.
ASSALTO. AGÊNCIA BANCÁRIA. ARROMBAMENTO E ESVAZIAMENTO DO
COFRE. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. LIMITAÇÃO DO DEVER DE
INDENIZAR. DANO MATERIAL. CONTEÚDO LICITAMENTE ARMAZENADO.
JOIAS DE FAMILIA VALOR SENTIMENTAL. DANOS MORAIS. CONFIGURAÇÃO.
de contra
na do COd,qo de
0 contrato a
bancamo de locaçao
caracteristcas tanto de c
de um contrato de deposito quanto de um contratode
qual'"c.aodcysevainda pela
segurança e guard verdadetra prestaçâo dos servas de
oferecidos pela
responsável pela guarda e instittyçâo financeira locadora. ficando o banco
Sua nteqndade e vigilância do recipiente locado. respondendo por
mvnlab'hdade
3 A prât•ca de comes
por terceiros que importem no arrombamentodo cofre locado
(roubMurto) constitui hipótese
de fortuito Interno, revelando grave defeito na
prestaçao do servço bancáno
O dever de Indentzar seus contratado, provocando para a Institutçaofinancetra
consumidores pelos prejuízos eventualmentesuportados.
4 NSO se revela abusiva a cláusula meramentelimitativado uso do cofre locado,
ou sela. aquela que apenas delimitaquais são os objetospassiveis de serem
depositados em seu Intertorpelo locatário e que, consequentemente,estanam
resguardados pelas obngaçóes (indiretas) de guarda e proteçao atribuídas ao banco
locador
5 A não observância, pelo consumidor, de regra contratual limitativa que o impedia
de, sem prévia comunicação e contrataçãode seguro específico, depositarno
Interior do cofre bens de valor superior ao expressamente fixado no contrato exime
o banco locador do dever de reparação por prejuízos materiaisdiretos relativosà
perda dos bens excedentes ali indevidamentearmazenados. Precedente.
6. Agravo internonão provido.
(Agint nos EDcl no AREsp 1.206017/SP, Rel. MinistroRICARDO VILLAS BOAS
CUEVA, Terceira Turma, j. 25/11/2019,DJe 27/11/2019- sem destaque no original)
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇAo DE
INDENIZAÇÃO PCR DANO MATERIAL E MORAL.CONTRATO DE ALUGUEL DE
COFRE. ROUBO.
CLÁUSULA LIMITATIVA DE USO. VALIDADE. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO
INTERNO NÃO PROVIDO.
1. O STJ possui entendimentono sentido de que a cláusula limitativade uso não
ofende o Código de Defesa do Consumidor, pois pode restringiro objetodo contrato
e, com isso, delimitar a extensão da obrigação, mas não é excludente de
responsabilidade do banco.
2. Agravo interno não provido.
Quarta
(Agint no AREsp no 1.268.514/SP, Rel. MinistroLUIS FELIPE SALOMÃO,
adotados
Turma, j. 21/8/2018,DJe de 24/8/2018) Assim, porqueos fundamentos
entendimentofirmadonesta
pelo acórdão recoiTidoestão em dissonância com o
cláusula limitativaseja
Corte, deve ser ele reformadopara determinarque a
respeitada nos termos do contrato firmado entre as partes.
o BANCO pretendia o
Contudo, no recurso de apelação interposto
no ccntrato, por meio do depósito
reconhecimento do pagamento da quantia prevista
judicial.
moldurafática presente no acórdão recorrido,
O TJSP não analisou o pedido e a pagamento
concretos para saber se houve ou não o
como se vê, não fornece elementos
da quantia prevista no contrato.
o ta novo de aoelaçâo
da
Corte
do STJ O BANCO a negativade
e rio CC e do enrnuecmento 'to wqto os danos morats
em ('eecomraggo com og da razoabilidade e

o temaO T JSP conspgnou que houve desgastes psicológicos. abalo


e e gue a
Se casa um 00s de 161asda familtaenvolva sentimentosíntimose memónas
momentos
õapamento Sos danos morasem que se celebroua Vida. condenandoo BANCO ao
no valor de R$ 80 000 00 (ottentamil reais) de acordo
o vabcgmommaldas )óaastndcado na Inicial
A yunsprodénoa desta Corte Já consolidou o
Se imtaç.ào da obngaçao de entendimentoque a possibilidade
reparação do dano não é excludente de responsabilidade
Nesse senfrdo. confira-se o segutnte precedente
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇAo DE
INDENIZAÇAO PCR DANO MATERIAL E MORAL CONTRATO DE ALUGUEL DE
COFRE ROUBO
CLÁUSULA LIMITATIVADE USO VALIDADE. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO
INTERNO NAO PROVIDO
1 0 STJ possui entendimentono sentido de que a cláusula limitativade uso não
ofende o Código de Defesa do Consumidor, pois pode restringir o objeto do contrato
e, com ISSO, del:mttara extensão da obrigação, mas não é excludente de
responsabilidade do banco.
Precedentes
2. Agravo interno não provido.
(Agint no AREsp 1.240.542/SP,Rel. MinistroLUIS FELIPE SALOMÃO, Quarta
Turma, j. 17/5/2018,DJe 22/5/2018)RECURSO ESPECIAL. DIREITO DO
CONSUMIDOR. DIREITO PROCESSUAL CIVIL.
ART. 535 DO CPC/1973.VIOLAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. JULGAMENTO
EXTRA
PETITA. INEXISTÊNCIA. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE COFRE. CLÁSULA
LIMITATIVA DE USO ABUSIVIDADE. INEXISTÊNCIA ASSALTO. AGÊNCIA
BANCÁRIA. ARROMBAMENTO E ESVAZIAMENTO DO COFRE. FALHA NA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. LIMITAÇÃO DO DEVER DE INDENIZAR. DANO
MATERIAL. CONTEÚDO LICITAMENTE ARMAZENADO. JOIAS DE FAMÍLIA.
VALOR SENTIMENTAL. DANOS MORAIS. CONFIGURAÇÃO
1. Açao indenizatória promovida por consumidora para fins de reparação
de danos
decorrentes da perda da totalidade de joias de família armazenadas no interior
de
cofre locado em instituição financeira que foram subtraídas em assalto.
2. Acórdão recorrido que, reconhecendo a abusividade de cláusula contratual
limitativa de uso (que vedava o depósito no interior do cofre locado de bens
que em
seu conjuntosuperassem o valor de R$ 15.000,00 - quinze mil reais), condenou
o
banco locador do cofre a indenizar a autora pela totalidade dos prejuízos
materiais

Você também pode gostar