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Onildo Alves da Silva e Filhos

Advogados Associados S/S


Reg. OAB/GO n.º 714
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EXCELENTÍSSIMO(a) SENHOR(a) DOUTOR(a) JUIZ(a) DE DIREITO


DA 1ª VARA DE SUCESSÕES DA COMARCA DE GOIÂNIA-GO.

Processo n.º.............5226941-69.2019.8.09.0051
Natureza...................AÇÃO DE EXIGIR CONTAS
Requerente...............Espólio de Zamir Alves Rodrigues
Requeridos...............ZLZ Assessoria e Participações S/S Ltda, Zenir Alves Rodrigues e Luiz Mauro Alves

ZLZ ASSESSORIA E PARTICIPAÇÕES S/S LTDA, ZENIR


ALVES RODRIGUES e LUIZ MAURO ALVES, todos já qualificados
nos autos da presente AÇÃO DE EXIGIR CONTAS contra si
proposta pelo ESPÓLIO DE ZAMIR ALVES RODRIGUES, vêm, por
seus advogados (m.j.), à presença de Vossa Excelência, com
fulcro nos artigos 335 e seguintes do Código de Processo Civil,
apresentar CONTESTAÇÃO aos termos da inicial, fazendo-o nos
termos que seguem:

DA TEMPESTIVIDADE

Dispõe o art. 335, III, do Código de Processo Civil, in


verbis:

“Art. 335. O réu poderá oferecer


contestação, por petição, no prazo de 15
(quinze) dias, cujo termo inicial será a
data:

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(...)

III - prevista no art. 231, de acordo com o


modo como foi feita a citação, nos demais
casos.” (grifo nosso)

O citado artigo 231 referido no inciso III do dispositivo


supra, por sua vez, preleciona:

“Art. 231. Salvo disposição em sentido


diverso, considera-se dia do começo do
prazo:

I - a data de juntada aos autos do aviso de


recebimento, quando a citação ou a
intimação for pelo correio;

II - a data de juntada aos autos do mandado


cumprido, quando a citação ou a intimação
for por oficial de justiça;

(...)

§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do


começo do prazo para contestar
corresponderá à última das datas a que se
referem os incisos I a VI do caput.” (g.n.)

Assim, considerando o teor dos artigos 219 e 224, do


CPC, o prazo para contestar, tendo como dies a quo a data da
juntada aos autos do AVISO DE RECEBIMENTO, que deu-se no
dia 31 de julho de 2021, terminará somente no dia 20 de agosto
de 2021 (sexta-feira).

Logo, a presente Contestação é tempestiva, uma vez


que apresentada no último dia do prazo.
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SÍNTESE DA DEMANDA

Cuida-se de AÇÃO DE EXIGIR CONTAS proposta pelo


ESPÓLIO DE ZAMIR ALVES RODRIGUES, representado por sua
inventariante, a Sr.ª LEIRAMAR DAS GRAÇAS TEIXEIRA, em
desfavor de ZLZ ASSESSORIA E PARTICIPAÇÃO S/S LTDA,
ZENIR ALVES RODRIGUES e LUIZ MAURO ALVES, ora
Requeridos.

Narra a parte Autora que os três irmãos, ZAMIR,


ZENIR e LUIZ MAURO eram sócios proprietários da empresa ZLZ
PARTICIPAÇÕES S/S LTDA. e, em 17 de fevereiro de 2017,
através da 8ª Alteração Contratual da referida empresa, o sócio
ZAMIR ALVES RODRIGUES (falecido em 05 de abril de 2019)
retirou-se daquela sociedade, cedendo e transferindo suas cotas
aos sócios remanescentes.

Aduz que o Sr. Zamir (sic) “não estava em posse de


suas faculdades mentais para reger qualquer ato da vida cível,
desde o ano de 2014”, motivo pelo qual a inventariante acredita
que a sua retirada da sociedade se deu à revelia do falecido.

Prossegue dizendo, de forma absurdamente leviana,


que (sic) “no mesmo dia em que o Sr. Zamir, foi levado ao Cartório
do 4º Registro Civil e Tabelionato de Notas, em cadeira de rodas e
completamente sem discernimento mental, físico e psicológico
para realizar qualquer ato da vida cível, seus irmãos, ora sócios da

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empresa ZLZ ASSESSORIA E PARTICIPAÇÕES S/S LTDA,


aproveitaram a oportunidade para colherem assinatura do falecido
em documentos da empresa”.

Por fim alega que (sic) “maliciosamente os irmãos do


“de cujus” o fizeram assinar documento se retirando da sociedade
empresarial e dando plena quitação.”

Em razão disso, a parte Autora pugna para que, em


sede de liminar, sejam bloqueadas as movimentações de contas e
bens da empresa ZLZ Assessoria e Participações S/S, bem como
de seus sócios (imóveis e semoventes) e para que, ao final, sejam
os Requeridos compelidos a apresentarem a prestação de contas
da relação patrimonial da empresa Requerida (sic) “até a data do
falecimento do Sr. ZAMIR ALVES RODRIGUES”.

No entanto, como se verá a seguir, as razões aduzidas


pela representante legal do espólio no intuito de obter o
deferimento de seus pedidos não merecem prosperar.

PRELIMINARMENTE

DA INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA

A norma processual é clara no sentido de que “a toda


causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo
econômico imediatamente aferível” (CPC, art. 291).

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No caso vertente, a parte Autora sugere que teria sido


prejudicada com a alienação de bens pertencentes ao seu falecido
companheiro sem a prévia aquiescência deste e que existiriam
bens da empresa Requerida que não foram devidamente levados
à divisão quando da retirada do Sr. Zamir (de cujus), tais como a
Fazenda Bacuri, à qual a própria inventariante informou que foi
vendida ao INCRA - em 2015, pelo valor de R$ 10.968.110,37
(dez milhões, novecentos e sessenta e oito mil, cento e dez reais
e trinta e sete centavos).

Em razão disto, busca, através da presente demanda,


a respectiva prestação de contas de tais transações.

Assim, tendo por base apenas este imóvel ao qual a


parte Autora atribuiu um valor, sem considerar ainda os demais
bens apontados como devidos, a exemplo dos semoventes, tem-
se que o valor da causa deveria corresponder, QUANDO MENOS,
à monta de R$ 3.656.036,79 (três milhões seiscentos e
cinquenta e seis mil trinta e seis reais e setenta e nove
centavos)1, eis que seria este o estimado proveito econômico
obtido pela representante legal do espólio com a eventual
procedência desta ação.

Pois bem. Admitir a fixação de valor de causa por


estimativa não significa que a parte ficará livre, a ponto de indicar

1
Explico: Considerando que a sociedade era constituída por três sócios, o valor indicado pela Autora (R$
10.968.110,37) deverá ser dividido em três partes iguais, o que corresponde a exatamente R$
3.656.036,79 – que seria a cota parte supostamente devida ao falecido.

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qualquer valor que lhe for mais conveniente, com deturpação


interpretativa das disposições legais. Por óbvio, a estimativa do
valor da causa deve ser razoável e guardar pertinência lógica com
a causa de pedir.

A propósito:

“AÇÃO DE EXIGIR CONTAS. VALOR DA CAUSA


FIXADO POR ESTIMATIVA. AUTORA, TODAVIA, QUE
ATRIBUIU VALOR DISSOCIADO DA RELAÇÃO
CONTRATUAL. QUANTIA INDICADA PELO DOUTO
JUÍZO QUE DEVE SER MANTIDA. O
posicionamento jurisprudencial prevalente é
no sentido de que, em sede de primeira fase
da ação de exigir contas, se não é possível
aferir, desde o início, o eventual saldo
devedor ou proveito econômico, o valor da
causa deve ser fixado por estimativa.
Ocorre que o valor atribuído à causa pela
autora é dissociado da relação contratual e
da causa de pedir, comportando a
readequação determinada pelo douto juízo "a
quo". Assim, fica mantido o valor estimado
na decisão. Agravo não provido.”
(TJSP; Agravo de Instrumento 2265448-
38.2019.8.26.0000; Relator (a): Sandra
Galhardo Esteves; Órgão Julgador: 12ª
Câmara de Direito Privado; Foro de Campinas
- 10ª Vara Cível; Data do Julgamento:
18/03/2020; Data de Registro: 18/03/2020).
(g/n)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA.


VALOR DA CAUSA. VANTAGEM PATRIMONIAL QUE SE
BUSCA COM A DEMANDA. I. Quando não se
tratar das hipóteses em que a lei
estabelece os critérios para fixação
(incisos I a VII dos artigos 259 e 260 do
revogado Código de Processo Civil), o valor

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da causa deve corresponder à vantagem


patrimonial que se busca com a demanda,
ainda que não tenha conteúdo econômico
imediato, podendo ser calculado de forma
estimativa, sendo necessária sua indicação
na petição inicial. II. (...) Assim, deve o
valor da causa aproximar o máximo possível
do proveito econômico a ser obtido, qual
seja, o citado quinhão. AGRAVO DE
INSTRUMENTO CONHECIDO E DESPROVIDO.” (TJGO,
AGRAVO DE INSTRUMENTO 87784-
33.2016.8.09.0000, Rel. DES. FAUSTO MOREIRA
DINIZ, 6A CAMARA CIVEL, julgado em
12/07/2016, DJe 2072 de 20/07/2016). (g/n)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DE EXIGIR


CONTAS – LEGITIMIDADE DOS HERDEIROS PARA
EXIGIR CONTAS – LEGITIMIDADE PASSIVA DO
MANDATÁRIO – PERÍODO DA PRESTAÇÃO DE CONTAS
– MANUTENÇÃO – VALOR DA CAUSA – CONTEÚDO
OBTIDO NA DEMANDA – RECURSO DESPROVIDO.
(...) O valor da causa deve equivaler, em
princípio, ao conteúdo econômico a ser
obtido na demanda, ainda que o provimento
jurisdicional buscado tenha conteúdo
meramente declaratório.” (TJMS, Agravo de
Instrumento n. 1414252-52.2019.8.12.0000,
São Gabriel do Oeste, 1ª Câmara Cível,
Relator (a): Des. Marcelo Câmara Rasslan,
j: 11/02/2020, p: 13/02/2020) (g/n)

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, por


sua vez, pacificou-se no sentido de que o valor da causa, em
regra, corresponde ao proveito econômico a ser obtido pelo
demandante através da tutela jurisdicional, mesmo em sede de
ações declaratórias. Confira-se:

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“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO


REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
IMPOSIÇÃO DE MULTA DE 10% SOBRE O VALOR DA
CAUSA COM BASE NO PARÁGRAFO 2º DO ART. 557
DO CPC. OMISSÃO, NA PETIÇÃO INICIAL, DO
VALOR ATRIBUÍDO À CAUSA. AÇÃO DECLARATÓRIA
DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL.
IMPOSSIBILIDADE DE AFERIÇÃO DO PROVEITO
ECONÔMICO. VALOR NÃO ESTIMÁVEL. OBSERVÂNCIA
DO VALOR DE ALÇADA PREVISTO NO REGIMENTO DE
CUSTAS DO TRIBUNAL DE ORIGEM. 1. (...) 2. A
jurisprudência desta Corte Superior é
uníssona no sentido de que o valor da
causa, nas ações declaratórias, deve
corresponder ao proveito econômico almejado
pela parte. 3. (...).” (STJ. EDcl no AgRg no
AREsp 260.027/PB, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
22/09/2015, DJe 25/09/2015). (grifei)

Nesse cenário, a par de acolher a presente preliminar,


deverá Vossa Excelência, com fulcro no art. 293 do Código de
Processo Civil2, determinar que o espólio, através de sua
representante legal, emende a inicial para adequar o valor da
causa em razão do proveito econômico pretendido, recolhendo-se,
em seguida, as respectivas custas complementares.

DO PEDIDO GENÉRICO

Conforme já resumido em linhas pretéritas, o Autor


busca, através da presente demanda judicial, compelir os
Requeridos a prestarem contas da relação patrimonial da empresa

2
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob
pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas.

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ZLZ ASSESSORIA E PARTICIPAÇÕES S/S LTDA (sic) “até a


data do falecimento do Sr. ZAMIR ALVES RODRIGUES”.

Ocorre que o Autor se limitou em formular um pedido


manifestamente genérico, no qual sequer delimitou quais bens, de
fato, deveriam ser levados à apresentação de contas e, tampouco,
a exata delimitação temporal do objeto de sua pretensão ou
sequer as razões que a motivaram a tanto.

No entanto, é cediço que para a propositura de uma


ação de exigir contas, é imprescindível que a parte Autora
aponte, concreta e fundamentadamente, quais seriam as
irregularidades detectadas, não bastando a mera referência
genérica a respeito, como a verificada no presente caso.

O Colendo SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA já se


posicionou a respeito do assunto:

“AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS.
PEDIDO GENÉRICO. PRIMEIRA FASE. AUSÊNCIA DE
INTERESSE DE AGIR. EXTINÇÃO DO FEITO, SEM
RESOLUÇÃO DO MÉRITO. PRECEDENTES. AGRAVO
INTERNO DESPROVIDO. 1. Nos termos da
jurisprudência desta Corte, a petição
inicial de ação de prestação de contas deve
demonstrar o vínculo jurídico entre autor e
réu, delimitar o período objeto da
pretensão e expor os suficientes motivos
pelos quais se busca a prestação de contas,
para que esteja demonstrado o interesse de
agir do autor da ação. 1.1. Na hipótese,
não tendo a parte autora indicado
pertinente delimitação temporal, bem como

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apresentado específicos motivos aptos a


demonstrar o interesse de agir, configurado
o pedido genérico. 2. Agravo interno
desprovido. (STJ. AgInt no AREsp
1435247/GO, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO
BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em
20/05/2019, DJe 24/05/2019). (g/n)

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO


EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE
CONTAS. CONTRATO DE CONTA-CORRENTE. PEDIDO
GENÉRICO. NÃO OCORRÊNCIA. PEDIDO CUMULATIVO
NÃO CONFIGURADO. ACÓRDÃO RECORRIDO EM
CONSONÂNCIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA
CORTE. SÚMULA N. 83 DO STJ. DECISÃO
MANTIDA. 1. "A Quarta Turma, no julgamento
do AgRg no REsp 1.203.021/PR, sob a
relatoria da eminente Ministra MARIA ISABEL
GALLOTTI, assentou entendimento quanto às
especificidades que compõem o pedido em
ação de prestação de contas, dispondo
acerca da necessidade de que se demonstre o
vínculo jurídico entre autor e réu, a
delimitação temporal do objeto da pretensão
e os suficientes motivos pelos quais se
busca a prestação de contas, para que
esteja demonstrado o interesse de agir do
autor da ação" (AgInt nos EDcl no REsp n.
1.613.576/RJ, Relator Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 2/2/2017, DJe
10/2/2017). 2. (...) 5. Agravo interno a
que se nega provimento. (STJ. AgInt no
AREsp 1168263/SC, Rel. Ministro ANTONIO
CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em
02/09/2019, DJe 05/09/2019). (grifei)

“CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO


NO RECURSO ESPECIAL. RECURSO MANEJADO SOB A
ÉGIDE DO NCPC. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS.
PRIMEIRA FASE. PEDIDO GENÉRICO.
IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. DECISÃO
MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.
RECURSO MANIFESTAMENTE INADMISSÍVEL.

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INCIDÊNCIA DA MULTA DO ART. 1.021, § 4º, DO


NCPC. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1. (...)
2. De acordo com a jurisprudência desta
Corte, o correntista possui interesse
processual para exigir a prestação de
contas, sendo imprescindível que aponte
concreta e fundamentadamente as
irregularidades detectadas, não bastando a
mera referência genérica a respeito. 3. O
pedido formulado na ação de prestação de
contas se revelou manifestamente genérico,
pois não há indicação de período
determinado e dos encargos controvertidos.
4. (...) 6. Agravo interno não provido, com
imposição de multa. (STJ. AgInt no REsp
1680049/SP, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO,
TERCEIRA TURMA, julgado em 06/03/2018, DJe
12/03/2018). (grifei)

Denota-se, in casu, a existência de pressupostos


suficientes para se aferir a ausência do interesse processual da
parte Autora, tendo em vista que esta se olvidou de expor motivos
plausíveis que pudessem justificar a medida pretendida.

DA AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL

Denota-se do direito invocado pela representante legal


do espólio, que esta pauta suas pretensões no artigo 668, do
Código Civil, que diz:

“Art. 668. O mandatário é obrigado a dar


contas de sua gerência ao mandante,
transferindo-lhe as vantagens provenientes
do mandato, por qualquer título que seja.”

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Ou seja, o espólio, através da Sra. Leiramar das


Graças Teixeira, fundamenta a pretensa prestação de contas no
fato de o Sr. Zamir Alves Rodrigues, em 20 de fevereiro de 2017,
haver outorgado uma procuração em seu favor (de Leiramar) e em
favor do Sr. Zenir Alves Rodrigues (segundo Requerido).

Ocorre, no entanto, que apesar da retirada do Sr. Zamir


Alves Rodrigues do quadro societário da empresa Requerida (ZLZ
Assessoria e Participações S/S LTDA) não ter se dado através de
procuração, vez que o documento foi por ele próprio assinado (na
presença da Sra. Leiramar, aliás), a representante legal do espólio
se vale desta malfadada ação, pugnando, surpreendentemente,
para que os Requeridos prestem contas de atos que foram
praticados, em vida, pelo falecido.

Registre-se, aliás, que a pretensão do espólio de obter


a prestação de contas em razão do uso da referida procuração
pelo segundo Requerido, já está sendo discutida na AÇÃO DE
EXIGIR CONTAS nº 5227084.58.2019.8.09.0051, em trâmite
perante a 22ª Vara Cível desta Comarca, o qual, inclusive, foi
proposta exclusivamente em desfavor do mandatário, o Sr. Zenir
Alves Rodrigues – a quem, de fato, compete a prestação de
contas, contas essas que, vale ressalvar também, já foram
prestadas diretamente ao próprio mandante.

Sendo assim, não é difícil concluir pela ausência de


interesse processual do espólio para acionar o Judiciário no

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intuito de exigir contas em face daqueles que jamais figuraram


como mandatários do falecido Zamir, ou seja, ZLZ Assessoria e
Participações e Luiz Mauro Alves.

Acresça-se a isto o fato de que, conforme mencionado


acima, a pretensão do espólio, além de não encontrar respaldo
legal, se presta a exigir condutas que já foram devidamente
providenciadas pelo segundo Requerido (Sr. Zenir) enquanto o Sr.
ZAMIR ALVES RODRIGUES ainda era vivo, tendo em vista que
todos os atos praticados entre estes eram de conhecimento
inequívoco do de cujus.

Prova disto é que os valores negociados entre os


Requeridos e o irmão falecido, para a retirada deste último do
quadro societário da empresa ZLZ Assessoria e Participações, já
foram objeto das DECLARAÇÕES DE IMPOSTO DE RENDA
apresentadas pelo falecido Zamir – circunstância esta que, por
óbvio, confirma seu inequívoco conhecimento acerca das
operações financeiras realizadas pela empresa da qual era sócio
proprietário. (doc. j.)

Ainda, em que pese decorrer do exercício da garantia


constitucional do direito de ação, a presente ação de exigir contas
mostra-se medida judicial totalmente desnecessária, eis que as
contas solicitadas poderiam perfeitamente, tal como sempre
foram, serem prestadas pela via extrajudicial.

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Chama a atenção, a propósito, o fato de a


representante legal do espólio sequer haver comprovado ter sido
negada a prestação de contas, na via administrativa, em momento
antecedente ao ajuizamento da presente ação.

Neste cenário, é de sabença prosaica que (sic) “o


interesse de agir é a necessidade que a parte tem de usar o
processo para sanar o prejuízo já ocorrido ou para afastar o perigo
da ameaça de lesão.3

Constata-se, assim, que por qualquer ângulo que se


analise, a presente ação perdeu a razão de ser, já que a genérica
pretensão buscada pela Autora, ainda que realizada
extrajudicialmente, foi dada por satisfatória a quem, de fato,
competia a apreciação das contas apresentadas, ou seja, ao
próprio de cujus Zamir, que era vivo quando todas as transações
ocorreram.

Assim, é flagrante concluir que NÃO HÁ interesse


processual de agir, devendo, portanto, ser declarada a extinção da
ação, conforme dispõe o artigo 485, VI, CPC, verbis:

“Art. 485. O juiz não resolverá o mérito


quando:

(...)

3 Código de Processo Civil anotado/Humberto Theodoro Júnior: colaboradores, Humberto Theodoro Neto,
Adriana Mandim Theodoro de Mello, Ana Vitoria Mandim Theodoro. – 21. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro:
Forense, 2018.

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VI - verificar ausência de legitimidade ou


de interesse processual.”

Tal pretensão, a propósito, é amparada pelos Tribunais


pátrios. Senão, vejamos:

“REMESSA NECESSÁRIA E DUPLO APELO.


CONSTRUÇÃO DE PEQUENA CENTRAL HIDRELÉTRICA
EM SANTA ROSA II. PERDA SUPERVENIENTE DO
OBJETO, EM VIRTUDE DA ANÁLISE TÉCNICA DO
EIA/RIMA PELA SECRETARIA ESTADUAL DE MEIO
AMBIENTE, DECLARANDO QUE O PROCESSO
ENCONTRA-SE APTO PARA A REALIZAÇÃO DA
AUDIÊNCIA PÚBLICA. 1. Impõe-se o
reconhecimento da perda superveniente do
objeto da ação, ante a insubsistência do
binômio interesse + necessidade, em face da
reconhecida, tida e havida perda do
interesse de agir = interesse processual, a
demonstrar que o presente feito já não é
mais útil nem necessário. 2. Extinção do
processo, sem resolução do mérito, nos
termos do artigo 485, inciso VI, do Código
de Processo Civil. 3. REMESSA E APELOS
PREJUDICADOS. EXTINÇÃO DO FEITO EX OFFICIO.”
(TJGO, Apelação / Reexame Necessário
0346511-43.2016.8.09.0180, Rel. GERSON
SANTANA CINTRA, 3ª Câmara Cível, julgado em
23/10/2019, DJe de 23/10/2019). (g/n)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXIGIR


CONTAS. PEDIDO GENÉRICO. AUSÊNCIA DO
INTERESSE DE AGIR. EFEITO TRANSLATIVO DO
AGRAVO. EXTINÇÃO DO FEITO NA ORIGEM. I
(...) II - Do modo como formatada a peça
vestibular, demonstra a formulação de
pedido genérico a ensejar a ausência de
interesse de agir da autora agravada no
manejo da demanda, com a consequente
extinção do processo na origem. III -

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Agravo provido, extinto o feito na origem.


Sucumbência pela autora agravada.” (TJGO,
Agravo de Instrumento (CPC) 5126988-
62.2017.8.09.0000, Rel. BEATRIZ FIGUEIREDO
FRANCO, 3ª Câmara Cível, julgado em
08/08/2017, DJe de 08/08/2017). (g/n)

“EXIGIR CONTAS. PRIMEIRA FASE. SENTENÇA


PELA EXTINÇÃO DA AÇÃO, ANTE A INÉPCIA DA
PETIÇÃO INICIAL. INCONFORMISMO MANIFESTADO.
DESCABIMENTO. PRETENSÃO AUTORAL CABÍVEL
APENAS QUANDO FUNDADA EM JUSTO E REAL
MOTIVO. AÇÃO DE EXIGIR CONTAS QUE, NA
HIPÓTESE, MOSTRA-SE DESNECESSÁRIA.
VERIFICADA AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.
CAUSA DE PEDIR QUE VEIO DESAMPARADA DE
QUALQUER RESPALDO PROBATÓRIO. PETIÇÃO
INICIAL, ADEMAIS, CONFUSA E PRATICAMENTE
ININTELIGÍVEL. SENTENÇA EXTINTIVA MANTIDA.
RECURSO IMPROVIDO.” (TJSP; Apelação Cível
1000896-21.2018.8.26.0414; Relator (a) Vito
Guglielmi; Órgão Julgador: 6ª Câmara de
Direito Privado; Foro de Palmeira D'Oeste -
Vara Única; Data do Julgamento:
14/03/2019; Data 14/03/2019). (g/n)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE PRESTAÇÃO


DE CONTAS. PRIMEIRA FASE. DECISÃO.
PROCEDÊNCIA. RECURSO DO BANCO. ACOLHIMENTO.
FORMULAÇÃO DE PEDIDO GENÉRICO. AUSÊNCIA DE
INDICAÇÃO ESPECÍFICA DAS OCORRÊNCIAS
DUVIDOSAS E DO RESPECTIVO PERÍODO. EXTINÇÃO
DO PROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, POR
FALTA DE INTERESSE DE AGIR (CPC, ART. 485,
VI). PRECEDENTES. ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA
INVERTIDOS E ATRIBUÍDOS AO AUTOR, COM
RESSALVA DA CONDIÇÃO SUSPENSIVA DE
EXIGIBILIDADE (CPC. ART. 98, § 3º). DECISÃO
REFORMADA. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO
E PROVIDO.” (TJPR - 14ª C. Cível - 0027711-
61.2020.8.16.0000 - Marmeleiro - Rel.:

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DESEMBARGADOR JOÃO ANTÔNIO DE MARCHI - J.


07.12.2020) (g/n)

“INTERESSE DE AGIR Prestação de contas –


Primeira fase – Conta corrente – Pretensão
que abrange toda a relação contratual –
Pedido genérico – Ausência de indicação de
eventuais irregularidades ou dúvidas –
Falta de interesse de agir: – Embora
admitida a possibilidade de o correntista
requerer a prestação de contas dos valores
administrados pela instituição financeira,
o pedido deve ser específico, indicando
precisamente os encargos que entende
irregulares e em quais períodos teriam
incidido, a fim de restar configurado seu
interesse de agir. RECURSO NÃO
PROVIDO.” (TJSP; Apelação Cível 1016821-
35.2018.8.26.0001; Relator (a): Nelson
Jorge Júnior; Órgão Julgador: 13ª Câmara de
Direito Privado; Foro Regional I - Santana
- 4ª Vara Cível; Data do Julgamento:
12/02/2020; Data 13/02/2020). (grifei)

À vista disso, diante da inadequação dos pedidos


formulados pela representante legal do espólio, falece-lhe
interesse processual, ensejando, por consequência, a EXTINÇÃO
da presente ação SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, nos termos do
art. 485, VI do Código de Processo Civil.

DO MÉRITO

Mas, independentemente do acolhimento das teses


preliminares acima arguidas, o Requerido passa a tecer, nos
tópicos abaixo, suas considerações acerca do mérito da ação em

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testilha, em respeito às regras de preclusão e, sobretudo, ao


princípio da eventualidade que particulariza a peça contestatória
(CPC, art. 3364).

DA INCONTROVERSA CAPACIDADE CIVIL


DE ZAMIR ALVES RODRIGUES

A representante legal do espólio alega que (sic) “o Sr.


ZAMIR ALVES RODRIGUES, não estava em posse de suas
faculdades mentais para reger qualquer ato da vida cível, desde o
ano de 2014, com progressão da doença ao longo dos anos, até
seu falecimento em 05/04/2019”.

Verdadeiro absurdo!

Primeiro, porque tal alegação representa verdadeiro


contrassenso com as condutas da própria Sra. Leiramar, eis que
conforme se depreende da documentação acostada à inicial
(arquivo nº 02, evento nº 01), ela e o falecido, em 28 de julho de
2015, lavraram uma ESCRITURA PÚBLICA DE DECLARAÇÃO
DE UNIÃO ESTÁVEL, onde declararam que mantiveram relação
duradoura, como se fossem casados, por 32 (trinta e dois) anos.

Tal fato, por si só considerado, comprova que a Autora


busca, a todo custo, obter algum tipo de vantagem para si, nem

4
Art. 336, CPC. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de
fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.

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que, para isso, tenha que movimentar, indevidamente, todo o


aparato judiciário com acusações levianas.

Segundo, porque, para fundamentar suas investidas, a


representante legal do espólio se vale de um relatório médico
extremamente temerário, no qual o profissional, de forma
imprudente, atesta o seguinte:
“(...) relato que acompanhei o caso do
paciente ZAMIR ALVES RODRIGUES, desde
21/09/2017, com quadro Demencial
progressivo, com relato de comprometimento
cognitivo e comportamental desde 3 anos
antes da primeira consulta (...).”

Ora, Excelência. É evidente a leviandade com a qual o


espólio tenta incutir a fórceps essa suposta incapacidade civil do
Sr. Zamir, fazendo constar no malfadado relatório acima transcrito
que o falecido teria comprometimento cognitivo e comportamental
“desde 3 (três) anos antes da primeira consulta.”

É óbvio que o profissional subscritor do r. relatório não


poderia afirmar essa condição com a precisão com a qual foi
relatada, tendo em vista que não acompanhava o paciente
antes de 21 de setembro de 2017, estando claro, portanto, que
tal conclusão médica NÃO PODERÁ SER ADMITIDA.

Com efeito. É do conhecimento dos familiares do


falecido que, de fato, este possuía quadro compatível com
alcoolismo, circunstância essa que, no entanto, não o impedia de

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reger a sua pessoa e, juntamente de seus irmãos (ZENIR e LUIZ


MAURO), bem como de sua esposa (LEIRAMAR), administrar
seus bens.

Claro, pois a doença que acometia o falecido se


manifestava de forma episódica, não comprometia seu juízo crítico
e, tampouco, sua capacidade civil, motivo pelo qual jamais
houve a necessidade de promover sua INTERDIÇÃO.

Terceiro, porque para que um ato jurídico seja


declarado nulo, não bastam alegações frágeis e, tampouco,
especulações vagas acerca de eventual incapacidade civil do
indivíduo, especialmente quando o ato foi devidamente
formalizado, presencialmente, por todos os envolvidos, nas
dependências de um TABELIONATO DE NOTAS.

Aliás, é certo que caso o escrevente ou o tabelião


verificassem qualquer vestígio de que o Sr. Zamir não estivesse
em seu juízo perfeito, estes, certamente, se recusariam a lavrar a
procuração, bem como de reconhecer, por verdadeira, a
assinatura do falecido na 8ª Alteração Contratual da empresa
Requerida.

A propósito, ao se insurgir contra a validade dos


referidos atos, a Autora afronta a prerrogativa de FÉ PÚBLICA a
qual detêm os Cartórios Extrajudiciais, os quais sob a
responsabilidade de tabeliães e registradores concursados têm

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como objetivo precípuo dar publicidade, autenticidade e


segurança aos atos jurídicos ali realizados.

Nesse sentido já se posicionaram os tribunais pátrios,


inclusive o nosso eg. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
GOIÁS. Senão, vejamos:
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE
NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO CUMULADA COM
PEDIDO DE CANCELAMENTO DE REGISTRO
IMOBILIÁRIO - ESCRITURA PÚBLICA DE
PROCURAÇÃO - FÉ PÚBLICA - PRESUNÇÃO DE
VERACIDADE - INCAPACIDADE CIVIL DA
OUTORGANTE NÃO DEMONSTRADA - ENFERMIDADE
MENTAL NO MOMENTO DA REALIZAÇÃO DO ATO NÃO
COMPROVADA - DOLO DOS REQUERIDOS NÃO
CONFIGURADO - AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO
ROBUSTA DOS FATOS ALEGADOS PELA REQUERENTE
- SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA.1.
"Inexistindo prova robusta capaz de
desconstituir a fé pública conferida ao
instrumento público de procuração, impõe-se
a improcedência do pedido de sua anulação,
pois somente o vício cabalmente comprovado
pode servir de fundamento para a anulação
do ato jurídico.” (TJPR - 11ª C.Cível - AC
- 1527669-4 - Goioerê - Rel.: Dalla Vecchia
- Unânime - - J. 10.08.2016). (grifei)

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO DE


APELAÇÃO. ANULATÓRIA DE ATO JURÍDICO.
INCAPACIDADE PARA A PRÁTICA DE ATOS DA VIDA
CIVIL NÃO DEMONSTRADA. RECONHECIMENTO DE
FIRMA. AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DE
IRREGULARIDADE. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
INOCORRÊNCIA. - Embora o Acidente Vascular
Cerebral possa deixar sequelas, inexiste
demonstração de que o evento tenha
comprometido a inequívoca manifestação para

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a prática de atos da vida civil pelo


falecido, sendo que os documentos médicos
juntados aos autos, não fazem qualquer
declaração nesse sentido, pelo que não há
como reconhecer sua incapacidade. - Nos
termos do art. artigo 429, I, do CPC/2015
(CPC/1973, art. 389, I), caberia ao Autor
produzir a prova para comprovar que o
reconhecimento da firma não foi realizado
conforme os ditames legais, não logrando
êxito em demonstrar que a assinatura no
referido documento não fosse autêntica, ou
que o reconhecimento da firma houvesse sido
fraudulento. - A simples alegação da
ocorrência de fatos hipotéticos não é o
suficiente. É necessária a comprovação da
veracidade dos fatos alegados, o que só se
torna possível através de provas robustas.
- Não se reputa litigante de má-fé aquele
que se utiliza de recurso previsto em lei,
visando a reforma de sentença que lhe fora
desfavorável. - Recurso de apelação
conhecido, mas desprovido. (TJAM. -
Apelação Cível 0021724-07.2002.8.04.0001 -
Relator (a): Anselmo Chíxaro; Comarca:
Manaus/AM; Órgão julgador: Primeira Câmara
Cível; Data do julgamento: 21/10/2019; Data
de registro: 22/10/2019). (g/n)

APELAÇÃO CÍVEL. SUCESSÕES. AÇÃO


DECLARATÓRIA DE INVALIDADE DE NEGÓCIOS
JURÍDICOS. CESSÃO E TRANSFERÊNCIA DE
DIREITOS HEREDITÁRIOS. INCAPACIDADE DO
CEDENTE NÃO DEMONSTRADA. SENTENÇA DE
IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. Não demonstrada a
incapacidade do cedente, inviável a
anulação dos negócios jurídicos relativos à
transferência e cessão de direitos
hereditários firmados no ano de 2009,
porquanto o fato de ser usuário de drogas,
por si só, não tem esse condão. Outrossim,
a presunção de capacidade para os atos da
vida civil é a regra. A incapacidade, para

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ser reconhecida e, em especial, autorizar a


declaração de nulidade de um negócio
jurídico, é excepcional, exigindo prova
cabal, ônus do qual a sucessão do cedente
não se desincumbiu, a teor do art. 373, I,
do CPC. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação
Cível, Nº 70082249392, Sétima Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sandra
Brisolara Medeiros, Julgado em: 30-10-2019.
(grifei)

DOIS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO DE


INSTRUMENTO. TUTELA CAUTELAR. POSSE DO BEM.
DEPÓSITO DAS PARCELAS DEVIDAS NA FORMA
CONTRATADA. 1. Os atos praticados pelos
notários, registradores e titulares de
serviços extrajudiciais, possuem o atributo
da fé pública, cuja veracidade somente pode
ser desconstituída mediante prova robusta
de incorreção, o que não ficou demonstrado
in casu. 2. A manutenção da agravada na
posse do bem está condicionada ao depósito
das parcelas devidas na forma contratada,
devendo ser reformada a decisão recorrida
que concedeu tutela antecipada para
determinar a manutenção do autor na posse
do bem até o julgamento final da ação.
SEGUNDO EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS.
PRIMEIRO ACOLHIDO.
(TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC )
5028175-92.2020.8.09.0000, Rel. Des(a).
FAUSTO MOREIRA DINIZ, 6ª Câmara Cível,
julgado em 01/02/2021, DJe de 01/02/2021)

“Apelação cível. Ação de reintegração de


posse c/c rescisão contratual. (...) Os
atos praticados pelos notários,
registradores e titulares de serviços
extrajudiciais, possuem o atributo da fé
pública, cuja veracidade somente pode ser

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desconstituída mediante prova robusta de


incorreção, o que não restou demonstrado
pelos recorrentes. IV. (...). IV. (...).
Apelação Cível, parcialmente, conhecida e,
nesta extensão, desprovida.” (TJGO, Apelação
(CPC) 0178410-82.2017.8.09.0091, Rel.
Des(a). CARLOS ALBERTO FRANÇA, 2ª Câmara
Cível, julgado em 31/08/2020, DJe de
31/08/2020) (g.n.)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE IMISSÃO NA


POSSE. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA NA
ORIGEM. IMÓVEL ADQUIRIDO POR ESCRITURA
PÚBLICA E REGISTRADO À MARGEM DA MATRÍCULA.
DEFEITO DO NEGÓCIO JURÍDICO. VÍCIO DE
VONTADE. NÃO DEMONSTRAÇÃO. NECESSIDADE DE
DILAÇÃO PROBATÓRIA. AGRAVO INTERNO
PREJUDICADO. 1. Estando o agravo de
instrumento apto a obter julgamento de
mérito, fica prejudicado o Agravo Interno
interposto em face da decisão liminar ad
quem que indeferiu o pedido de antecipação
da tutela recursal. 2. A concessão de
tutela provisória encontra-se subordinada
ao preenchimento dos requisitos fumus boni
iuris e periculum in mora. Inteligência do
art. 300 do CPC. 3. Nos termos do art. 215
do Código Civil, bem como do art. 3° da Lei
federal n° 8.935/1994, a escritura pública
lavrada em notas de tabelião e os atos
praticados por notário, tabelião e oficial
de registro ou registrador são dotados de
fé pública, fazendo prova plena e possuindo
presunção de veracidade quanto ao seu
conteúdo. 4. A declaração da nulidade de
escritura pública e da averbação efetivada
em matrícula de imóvel junto a registro
público, depende de prova robusta e
conclusiva acerca do vício na elaboração
dos documentos públicos. Precedentes deste
egrégio Sodalício. 5. A simples propositura
de demanda anulatória, com vistas a
desconstituir escritura pública de compra e

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venda imobiliária, não tem o condão de


impedir o deferimento da liminar de imissão
na posse em favor da atual proprietária do
imóvel, mormente o eventual defeito do
negócio jurídico necessitar de dilação
probatória na origem. 6. A probabilidade do
direito da agravada, a princípio, resta
evidenciada, vez que figura como atual
proprietária do imóvel em litígio. De igual
modo, vislumbra-se configurado o perigo da
demora, ante os prejuízos patrimoniais
experimentados pela compradora, que está
sem usufruir o imóvel por ela adquirido. 7.
AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO, MAS
DESPROVIDO. AGRAVO INTERNO PREJUDICADO.”
(TJGO, Agravo de Instrumento 5115222-
07.2020.8.09.0000, Rel. Des(a). ELIZABETH
MARIA DA SILVA, Assessoria para Assunto de
Recursos Constitucionais, julgado em
29/06/2020, DJe de 29/06/2020) (g.n.)

E não é só!

No intuito de justificar suas pretensões, o espólio,


através de sua representante legal, se vale de argumentos ainda
mais lastimáveis e inoportunos, ao afirmar a este MM. Juízo que o
falecido (sic) não “conseguia mais assinar seu próprio nome” à
época em que este lançou sua assinatura na 8ª Alteração
Contratual da ZLZ Assessoria e Participações.

Para tanto, se vale de um sórdido comparativo entre


dois documentos, sendo um datado de 02 de maio de 2013, ao
passo em que o outro (que é a Alteração Contratual) remonta ao
dia 20 de fevereiro de 2017.

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Senão, vejamos:

(assinatura lançada por Zamir Alves Rodrigues em 02/05/2013)

(assinatura lançada por Zamir Alves Rodrigues em 17/02/2017)

No entanto, antes que se possa cogitar algum indício


de “alteração cognitiva” do falecido em virtude da diferença das
assinaturas por ele apostas nesse período de 04 (quatro) anos,
vale mostrar que esta última, de 2017, é praticamente idêntica à
assinatura lançada pelo falecido na 5ª Alteração Contratual da
empresa Requerida, a qual foi aposta 16 (dezesseis) anos antes,
em novembro de 2001.

Confira-se:

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_____________________________________________________________________________

(doc. j.)

E para não deixar dúvidas acerca da idoneidade do


documento, bem como da inequívoca ciência e participação do Sr.
Zamir Alves Rodrigues na transação celebrada em fevereiro de
2017, registre-se que sua assinatura foi devidamente reconhecida
por verdadeira pela escrevente do Cartório do 4º Registro Civil e
Tabelionato de Notas de Goiânia, a qual consignou, inclusive, que
a assinatura foi aposta presencialmente:

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Por tudo isto, os Requeridos refutam, cabalmente, a


absurda tese intentada pela parte Autora de que o falecido Sr.
ZAMIR ALVES RODRIGUES não detinha plena capacidade civil
para outorgar a referida procuração no início do ano de 2017, bem
como para anuir com a sua retirada do quadro societário da
empresa ZLZ Assessoria e Participações SS LTDA.

Pois bem. Havendo pontual discordância acerca da


falaciosa incapacidade civil do falecido à época em que este se
retirou da sociedade da empresa ZLZ ASSESSORIA E
PARTICIPAÇÃO S/S LTDA (dia 20 de fevereiro de 2017), torna-se
imperioso o enfrentamento dessa circunstância antes que se
prossiga para a próxima fase desta malfadada Ação de Prestação
de Contas.

Claro, pois uma vez apurada a plena higidez mental do


falecido - o que se poderá constatar através da oitiva de
testemunhas e/ou por um estudo pericial (indireto) a recair sobre
laudos e exames médicos -, não se poderá se transferir ao seu
espólio eventual legitimidade para exigir prestação de contas, na
medida em que todos os atos foram impreterivelmente realizados
antes do passamento do Sr. Zamir, o qual, repisa-se, deu plena e
irrestrita quitação, inclusive lançando tais informações em sua
última Declaração de Imposto de Renda.

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DA RETIRADA DO FALECIDO DA EMPRESA. DA


DESNECESSIDADE DE SE PRESTAR CONTAS DE ATOS JÁ
APRECIADOS E JULGADOS COMO SATISFATÓRIOS PELO
FALECIDO E SUA COMPANHEIRA

Os Requeridos, juntamente com seu irmão Zamir Alves


Rodrigues (falecido em 05 de abril de 2019), eram sócios-
proprietários da empresa ZLZ Assessoria e Participações S/S
LTDA (primeira Requerida).

Por razões particulares, no final de 2016, o Sr. Zamir


informou aos irmãos que não possuía mais interesse em continuar
na sociedade daquela empresa, motivo pelo qual, em 20/01/2017,
fizeram uma reunião, com vistas a apurar os haveres decorrentes
de sua retirada como sócio-proprietário da ZLZ Assessoria e
Participações S/S LTDA.

Naquela oportunidade, restou consignado através da


ATA DE REUNIÃO PARA DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS (doc. j.)
que caberia ao sócio retirante (o Sr. ZAMIR ALVES
RODRIGUES), a título de distribuição de lucros, o valor
correspondente a R$ 3.822.000,00 (três milhões oitocentos e
vinte e dois mil reais).

Tal quantia foi considerada satisfatória tanto pelo de


cujus quanto pela própria Sra. Leiramar das Graças Teixeira (que
aqui figura na condição de inventariante do espólio de Zamir),

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essa última que, inclusive, assinou a referida ata de reunião


no lugar de seu companheiro.

Confira-se:

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(doc. j.)

Tal documento, a propósito, escancara a má-fé com


que age a representante legal do espólio, a qual, levianamente,
afirmou na exordial que somente teve conhecimento da
retirada do companheiro, da sociedade, após o seu
falecimento, sugerindo, com isso, que todas as transações
teriam ocorrido à sua revelia. Vejamos:

(fl. 04 da petição inicial)

Além disso, a representante legal do espólio ainda


narra, na exordial, que a formalização da 8ª Alteração Contratual
da empresa ZLZ Assessoria e Participações S/S LTDA (primeira
Requerida) teria ocorrido (sic) “no mesmo dia em que o Sr. Zamir,
foi levado ao Cartório do 4º Registro Civil e Tabelionato de Notas.”

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A Sr.ª Leiramar se refere à data de 20 de fevereiro de


2017, dia em que o falecido foi levado por ela mesma àquele
Cartório para a lavratura de um Instrumento Público de
Procuração, no qual o Sr. Zamir outorgou amplos e gerais poderes
para que seu irmão (o segundo Requerido Zenir), ou sua
companheira (Leiramar), pudessem gerir seus bens.

O fato é que a própria representante legal do espólio


acaba se perdendo em seus argumentos. Prova disto é que ela
mesma confessa que, juntamente com o segundo Requerido (o
Sr. Zenir), teria levado o Sr. Zamir ao Tabelionato de Notas no dia
em que o falecido assinou a sua retirada da ZLZ Assessoria e
Participações S/S LTDA. Confira-se:

(fl. 04 da exordial)

Naquela ocasião, valendo-se da presença de todos os


interessados - incluindo a própria Sr.ª Leiramar -, e mediante o
respaldo do tabelião que presenciou tais atos, as partes colheram
a assinatura do Sr. Zamir Alves Rodrigues no documento por ele
solicitado para se retirar da empresa.

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Registre-se, nesse ponto, que a Autora não só estava


ciente do que ali estava sendo realizado, como também figurou
como uma das mandatárias no INSTRUMENTO PÚBLICO DE
PROCURAÇÃO lavrado, naquele dia, em seu favor e do segundo
Requerido (Zenir Alves Rodrigues). Senão, vejamos:

(doc. j.)

Ainda que se trate de questão não afeta ao presente


feito, calha mencionar que a Sra. Leiramar das Graças Teixeira,
munida da referida procuração, por diversas vezes praticou atos
de compra e venda de bens em nome do falecido, demonstrando,
de forma inequívoca, que esta detinha, sim, pleno conhecimento
dos atos que foram praticados entre o falecido e os Requeridos.

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Vale também registrar que os Requeridos e o falecido,


além de serem irmãos, possuíam uma relação de extrema
confiança e parceria, motivo pelo qual o Sr. ZAMIR, em pleno
gozo de suas faculdades mentais, optou por lavrar a referida
procuração, conferindo amplos poderes para que o irmão pudesse
gerir seus bens, especialmente aqueles que compusessem o
patrimônio da sociedade empresária que haviam constituído (ZLZ
ASSESSORIA E PARTICIPAÇÕES SS LTDA).

É claro que se não houvesse um relacionamento de


lealdade e confiança entre os irmãos, não haveria motivos para
que o falecido estendesse ao segundo Requerido (Sr. Zenir) os
poderes que também foram outorgados à sua companheira.

Aliás, em que pese a fragilidade dos argumentos


suscitados pela parte Autora, bem como o descabimento de seu
pedido, o segundo Requerido (Sr. Zenir) entende ser oportuno
esclarecer a este DD. Juízo que jamais se furtou de realizar a
devida prestação de contas ao mandante (Sr. Zamir), conforme
disciplina o artigo 668, do Código Civil.

Ora, Excelência. É oportuno lembrar que não há


previsão legal que confira ao mandatário o dever de exibir contas
aos herdeiros do mandante falecido nos casos em que as
referidas contas já tenham sido oportuna e devidamente
prestadas ao próprio mandante e por ele tidas como justas e
adequadas.

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Demais disso, vale repisar que não houve qualquer ato


de disposição patrimonial, ou, quiçá, qualquer ato que tenha sido
praticado, pelos Requeridos, relacionado à gestão dos bens do
falecido após a data de seu óbito.

A propósito, vejamos os seguintes julgados:

“APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE


CONTAS - INTERESSE DE AGIR - CONFIGURAÇÃO -
DEVER DO MANDATÁRIO DE PRESTAR CONTAS AO
MANDANTE OU A SEUS HERDEIROS. O mandatário
tem o dever de prestar contas da
administração dos bens do mandante a ele ou
a seus herdeiros. Constatados os requisitos
autorizadores do pleito de prestação de
contas pretendida na inicial, em se
tratando de ação de prestação de contas,
aquele a quem incumbe a obrigação de
administrar bens alheios tem legitimidade
para figurar no polo passivo da ação de
prestação de contas. (...) No entanto, não
tem direito de exigir a prestação de contas
da referida, que somente administrou o
patrimônio da falecida, enquanto esta ainda
viva estava. O que se deve conferir é a
validade e a profundidade da divisão do
patrimônio ocorrida quando ainda em vida a
falecida, através de ação de cognição
profunda, para que se investigue se, o que
se deu. A despeito da ré ter sido
mandatária de terceiro, os atos por esta
praticados foram realizados quando ainda em
vida a mandante, pelo que a esta incumbia
exigir a prestação de contas. Falecida a
mandante, sem que, após o referido
falecimento, tenha havido prática de atos
pelo mandatário, os herdeiros daquele não
tem o direito de exigir as contas deste,
pelo período do mandato, lhe incumbindo,

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apenas, pelos meios ordinários, a busca de


sua pretensão de anular os atos tidos por
indevidamente praticados.” (TJMG - Apelação
Cível 1.0000.16.036260-4/002, Relator(a):
Des.(a) Valéria Rodrigues Queiroz, 15ª
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 04/07/0019,
publicação da súmula em 12/07/2019).
(grifei)

“RECURSO DE APELAÇÃO. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE


CONTAS. BENS DEIXADOS POR FALECIMENTO.
INVENTÁRIO NÃO ABERTO. AUSÊNCIA DE PROVAS
DA EXISTÊNCIA DOS BENS E DE SUA EXPLORAÇÃO
PELOS RÉUS. CARÊNCIA DE AÇÃO. O direito de
haver a prestação de contas e o correlato
dever de prestá-las, pressupõe uma relação
de administração ou guarda de bens ou
interesses alheios. Indemonstradas tanto a
existência dos bens como a relação de
guarda ou administração deles pelos réus,
não há vínculo obrigacional entre as
partes, o que implica a carência da ação,
por ausência de interesse processual, haja
vista que é manifesta a inaptidão do feito
para gerar algum resultado útil. RECURSO DE
APELAÇÃO CONHECIDO E IMPROVIDO.” (TJGO,
APELACAO CIVEL 147773-87.2010.8.09.0029,
Rel. DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA, 2.ª
CAMARA CIVEL, julgado em 08/02/2011, DJe
771 de 02/03/2011). (g/n)

Com efeito. Nenhuma conduta foi tomada contra a


vontade do falecido, que por sua vez participou de todas as
tratativas para sua retirada, tendo toda esta negociação sido
convalidada através da 8ª Alteração Contratual da empresa, na
qual constou, além da retirada do sócio-proprietário Zamir Alves
Rodrigues, a cessão e transferência de suas cotas aos sócios
remanescentes (seus irmãos Zenir e Luiz Mauro).

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No mesmo instrumento, o sócio retirante declarou ter


recebido a totalidade de seus haveres, tanto dos sócios
remanescentes quanto da sociedade, incluindo, obviamente, os
valores pertinentes aos imóveis e semoventes que integralizavam
o capital social, dando-lhes plena quitação (Cláusula Primeira).

Confira-se:

(fl. 02 da 8ª Alteração Contratual – anexado à exordial)

Refutando o argumento da Autora de que seria (sic)


“impossível o de cujus dar total quitação de sua saída da
sociedade, sendo que nada lhe havia sido pago ou repassado até
aquele momento”, vale esclarecer, desde logo, que os
pagamentos lhe foram repassados através de CHEQUES, os
quais foram devidamente compensados juntamente com outros
repasses, conforme reconhece a própria Sra. Leiramar, à fl. 06 da
exordial:

Tudo isto também constou da DECLARAÇÃO DE


IMPOSTO DE RENDA do falecido referente ao Ano-Calendário
2017. Senão, vejamos: (doc. j.)

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Assim, ao contrário do que a representante legal do


espólio insiste em afirmar, todos os haveres devidos ao sócio
retirante foram devidamente apurados e por ele aprovados, tal
como consta de sua Declaração de Imposto de Renda.

O que se vê, em verdade, é que o comportamento da


Sra. Leiramar das Graças Teixeira, além de evidenciar sua
flagrante má-fé, vai em contradição com suas próprias atitudes,
evidenciando clara violação ao dever de boa-fé objetiva (venire
contra factum proprium), que se dá quando uma parte adota um
comportamento diverso daquele adotado anteriormente,
demonstrando incoerência em suas condutas.

Nesse sentido, vale colacionar os ensinamentos de


ALDEMIRO REZENDE DANTAS JÚNIOR:

“A expressão venire contra factum proprium


poderia ser vertida para o vernáculo em
tradução que se apresentaria em algo do
tipo "vir contra seus próprios atos" ou
"comportar-se contra seus próprios atos",
pode ser apontada, em uma primeira

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aproximação, como sendo abrangente das


hipóteses nas quais uma mesma pessoa, em
momentos distintos, adota dois
comportamentos, sendo que o segundo deles
surpreende o outro sujeito, por ser
completamente diferente daquilo que se
poderia razoavelmente esperar, em virtude
do primeiro.” (in Aldemiro Rezende Dantas
Júnior apud PRETEL, Mariana Pretel e. O
princípio constitucional da vedação do
comportamento contraditório. Revista Jus
Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano
14, n. 2140, 11 maio 2009) (g.n.)

De fato. “Havendo real contradição entre dois


comportamentos, significando o segundo quebra injustificada da
confiança gerada pela prática do primeiro, em prejuízo da
contraparte, não é admissível dar eficácia à conduta posterior”
(STJ - REsp n. 95539-SP), onde restou consignado pelo então
relator, Min. RUY ROSADO que, o sistema jurídico nacional “deve
ser interpretado e aplicado da tal forma que através dele possa ser
preservado o princípio da boa-fé, para permitir o reconhecimento
da eficácia e validade de relações assumidas e lisamente
cumpridas (...).” 5

A propósito, o nosso ordenamento jurídico repreende,


veementemente, a prática de tal conduta, confira-se:

5
Comentando o instituto, o doutrinador Fernando Noronha, em sua obra „O direito dos contratos e seus
princípios fundamentais‟, anota que "nesta categoria, cabem diversos casos em que o titular de um
direito adota atitudes digamos deslealmente contraditórias, criando primeiro na contraparte uma
confiança justificada em que não exercerá o seu direito e depois fazendo valer este. (...) O dever de não
agir contraditoriamente, de atuar de acordo com os padrões exigíveis de correção e lealdade, é
infringido sempre que o desrespeito pela confiança legítima da contraparte possa ser imputado ao titular
do direito (...)." (São Paulo: Saraiva, 1994. p. 183 e 185).

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“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL.


AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. OMISSÃO.
VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM. O DIREITO
NÃO SOCORRE AOS QUE DORMEM. DESCONFORMIDADE
COM A VIA ELEITA. 1. (...) 3. Tal ato, se
concatena, manifestamente, comportamento
contraditório, afamado como venire contra
factum proprium, que se dá quando uma parte
adota um comportamento diverso daquele
adotado anteriormente, demonstrando
incoerência em suas condutas, não podendo
se beneficiar de sua própria torpeza,
quando se manteve silente nos momentos
apropriados, para pronunciamento, causando
a expectativa de assentimento, perante o
veredito. 4. A alegação do Embargante, não
lhe dá o direito de ver caracterizada a
omissão, ao pé que o processo se encontra,
pois que extemporânea a ponderação, por ter
ficado inerte, em momentos precedentes,
devendo arcar com o ônus da própria
desídia, porque, conforme expresso no
brocardo jurídico, o direito não socorre
aos que dormem, mormente diante do
comportamento contraditório demonstrado.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E
REJEITADOS.” (TJGO, APELACAO 0036383-
70.2014.8.09.0127, Rel. FRANCISCO VILDON
JOSE VALENTE, 5ª Câmara Cível, julgado em
24/09/2019, DJe de 24/09/2019). (grifei)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. (...) CONDUTA


CONTRADITÓRIA DA PARTE. INADMISSIBILIDADE.
DEVER DE LEALDADE PROCESSUAL E BOA-FÉ
OBJETIVA. NÃO INCIDÊNCIA DE MULTA. DECISÃO
EM PARTE REFORMADA. I- (...) V - O
ordenamento jurídico pátrio não tolera o
venire contra factum proprium, vedando a
adoção de comportamentos contraditórios,
que atentem contra a boa-fé objetiva e
impliquem ofensa ao princípio da confiança.
Entretanto, a incoerência do comportamento
da agravante na relação processual,

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suficientemente demonstrada nos autos,


violadora do princípio da boa-fé objetiva,
sob o prisma que proíbe o venire contra
factum proprium, não enseja a incidência de
multa, razão pela qual se afasta a multa
que lhe foi impingida na decisão recorrida.
RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESTA
PARTE, PROVIDO PARCIALMENTE.” (TJGO, Agravo
de Instrumento (CPC) 5061492-
18.2019.8.09.0000, Rel. NELMA BRANCO
FERREIRA PERILO, 4ª Câmara Cível, julgado
em 27/11/2019, DJe de 27/11/2019). (g/n)

Forçoso concluir, portanto, que o comportamento


anterior da representante legal do espólio gerou expectativas nos
irmãos do falecido que, agora, são indevidamente frustradas com
o ingresso da presente ação, conduta esta que antagoniza seu
anterior posicionamento.

Claro, pois além de ter PARTICIPADO e


CONCORDADO com o momento em que o falecido deu plena
quitação pela sua retirada da sociedade, a Sra. Leiramar das
Graças Teixeira também se valeu, em BENEFÍCIO PRÓPRIO, da
procuração que foi outorgada pelo falecido companheiro em seu
favor (Leiramar) e em favor do segundo Requerido.

Tal informação foi confessada pela própria Sra.


Leiramar nos autos da AÇÃO DE EXIGIR CONTAS nº
5227084.58.2019.8.09.0051, movida em desfavor do aqui
segundo Requerido (Sr. Zenir Alves Rodrigues), ocasião em que a
representante legal do espólio assim afirmou:

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(doc. j.)

Deixando-se de lado a atecnia da redação - porquanto


os atos foram praticados ainda quando o Sr. Zamir era vivo, e, por
isso, a Sra. Leiramar não detinha, ainda, a autoridade de
inventariante -, não restam dúvidas de que a representante legal
do espólio tinha convicção absoluta da capacidade civil do seu
companheiro e da plena validade dos negócios por ele realizados.

Tal circunstância, a despeito da DENUNCIAÇÃO


CALUNIOSA cometida pela Autora, representa manifesto
empecilho ao exercício posterior do direito que ora se pleiteia em
nome do espólio, devendo a pretensão da representante legal do
espólio ser julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE.

DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ DA REPRESENTANTE LEGAL DA


PARTE AUTORA

A evidência de que a inventariante possuía ciência


inequívoca das transações pelas quais, agora, busca prestação de
contas, reflete seu comportamento contraditório e mentiroso,
porquanto alegou, nos autos, que não tinha conhecimento da
retirada de seu companheiro da sociedade da empresa Requerida,

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e que este não teria recebido os valores referentes à cessão de


suas quotas.

Tal conduta a faz recair, quando menos, em 03 (três)


das 07 (sete) condutas previstas no art. 80 do Código de Processo
Civil. Senão, vejamos:

“Art. 80. Considera-se litigante de má-fé


aquele que:

I - deduzir pretensão ou defesa contra


texto expresso de lei ou fato
incontroverso;

II - alterar a verdade dos fatos;

III - usar do processo para conseguir


objetivo ilegal;

IV - opuser resistência injustificada ao


andamento do processo;

V - proceder de modo temerário em qualquer


incidente ou ato do processo;

VI - provocar incidente manifestamente


infundado;

VII - interpuser recurso com intuito


manifestamente protelatório.” (g/n)

Nesse sentido, pedimos licença para transcrever os


seguintes julgados deste eg. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO DE GOIÁS:

“AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO


DECLARATÓRIA DE NULIDADE C/C REPETIÇÃO DE
INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.

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EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. FRAUDE CONTRATUAL.


NÃO CONTRATAÇÃO AFASTADA PELAS PROVAS
PRODUZIDAS PELA INSTITUIÇÃO BANCÁRIA.
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ CONFIGURADA.
INTELIGÊNCIA DO ART. 80, INCISO II, DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 1. É dever das
partes e de todos aqueles que participam do
processo expor os fatos em juízo conforme a
verdade e proceder com lealdade e boa-fé,
não formulando pretensões quando cientes de
que são destituídas de fundamento. 2. Na
espécie, a conduta da autora/apelante
ocorreu mediante a intenção de alterar a
verdade dos fatos e de dificultar a busca
da verdade real, com vistas a se eximir da
obrigação contratual por ela assumida, bem
como obter vantagens indevidas. Logo, em
nítido descumprimento do princípio da boa-
fé processual, a caracterizar, portanto, a
sua litigância de má-fé. 3. Conforme dicção
do caput do art. 81 do Código de Processo
Civil, pode o magistrado, mesmo de ofício,
condenar a parte em litigância de má-fé,
cuja multa aplicada não merece reparos, na
hipótese, uma vez que foi arbitrada em
quantum razoável e proporcional frente ao
caso apresentado. 4. (...) 5. AGRAVO
INTERNO CONHECIDO, MAS DESPROVIDO .” (TJGO,
Apelação Cível 5606656-93.2019.8.09.0146,
Rel. Des(a). ELIZABETH MARIA DA SILVA, 4ª
Câmara Cível, julgado em 10/05/2021, DJe de
10/05/2021) – grifei

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE


NULIDADE C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E DANOS
MORAIS. CONTRATO DE EMPRÉSTIMO CONSIGNADO.
ALEGAÇÃO DE FRAUDE NA CONTRATAÇÃO. NÃO
COMPROVAÇÃO. CONTRATO DEVIDAMENTE ASSINADO.
ÔNUS DA PROVA. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
CONFIGURADA. HONORÁRIOS RECURSAIS. (…) 5 -
A caracterização da litigância de má-fé,
prevista no art. 80 do CPC, pressupõe a

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comprovação do dolo da parte, manifestado


por conduta intencionalmente maliciosa e
temerária, o que restou cabalmente provado,
no caso. (…).” (TJGO, 1ª Câmara Cível,
Apelação Cível nº 5535703-07.2019, Rel.
Des. Carlos Roberto Favaro, DJe de
25/01/2021) – grifei

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DECLARATÓRIA DE


NULIDADE C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INOCORRÊNCIA.
EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. NULIDADE NÃO
COMPROVADA. VALIDADE DO PACTO. MULTA POR
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. CONFIGURADA.
MANUTENÇÃO (…) III. Ainda que o simples
exercício do direito de ação não
caracterize, por si só, a litigância de má-
fé, já que sua caracterização pressupõe o
dolo específico da parte, manifestado por
conduta intencionalmente maliciosa e
temerária, impera in casu a manutenção da
sentença vergastada, uma vez restou
comprovado que o autor/apelante
deliberadamente alterou a verdade dos fatos
na petição inicial para induzir o juiz a
erro ao alegar a inexistência do contrato e
a ocorrência de fraude na espécie quando
ele próprio assinou fisicamente o contrato
de empréstimo e autorizou a liberação do
valor em sua conta poupança e a
renegociação de contrato anterior. (…).”
(TJGO, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível nº
5132342-12.2019, Rel. Des. Roberto Horácio
de Rezende, DJe de 09/02/2021) – grifei

No caso, restou evidente que a representante legal do


espólio alterou a verdade dos fatos para obtenção de vantagem
indevida, dificultando, com isto, a busca da verdade real,
circunstância esta que, necessariamente, implica na quebra do

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dever processual das partes de proceder com lealdade e boa-fé,


previsto no art. 80, incisos II e III do CPC, motivo pelo qual deverá
sofrer a imposição do pagamento de multa não inferior a 10 (dez)
vezes o salário mínimo, com fulcro no art. 81, §2º, do Código de
Processo Civil6.

CONCLUSÃO

Ante o exposto, ponderada a argumentação suscitada


e analisada a fragilidade da documentação acostada pela Autora,
requer que se digne Vossa Excelência a:

a) Intimar a representante legal do espólio para que,


com fulcro no art. 293 do Código de Processo Civil, emende a
inicial a fim de ADEQUAR O VALOR DA CAUSA para o que se
sugere a quantia de R$ 3.656.036,79 (três milhões seiscentos e
cinquenta e seis mil trinta e seis reais e setenta e nove centavos),
em razão do proveito econômico pretendido;

b) Preliminarmente, reconhecer a AUSÊNCIA DE


INTERESSE PROCESSUAL (CPC, art. 485, VI, in fine) no que se
refere à pretensa prestação de contas, tendo em vista o genérico
6
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser
superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte
contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas
que efetuou.

(...)

§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes
o valor do salário-mínimo.

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pedido formulado pela Autora, a qual não cuidou de especificar


quais bens deveriam ser levados à apresentação de contas e,
tampouco, delimitou, de forma detalhada, a razão ou qual seria o
período referente ao objeto de sua pretensão;

c) Que seja ainda reconhecida a AUSÊNCIA DE


INTERESSE PROCESSUAL (CPC, art. 485, VI, in fine), uma vez
que a representante legal do espólio invoca o direito insculpido no
artigo 668, do CPC, para requerer a prestação de contas pela
retirada do Sr. Zamir Alves Rodrigues do quadro societário da
empresa ZLZ Assessoria e Participações S/S LTDA, quando tal
ato foi realizado, em vida, pelo sócio retirante, não tendo os
Requeridos, em nenhum momento, se valido de instrumento de
procuração para convalidar aquela transação;

d) No mérito, julgar TOTALMENTE IMPROCEDENTE a


ação proposta, visto que a inventariante não logrou comprovar,
ainda que minimamente, que quaisquer dos atos praticados pelos
Requeridos para a retirada do Sr. Zamir Alves Rodrigues do
quadro societário da empresa Requerida estariam maculados por
algum vício apto a justificar a prestação de contas pretendida;

e) Ainda no mérito, sejam os demais pedidos


formulados pela Autora também julgados TOTALMENTE
IMPROCEDENTES, eis que, além de genéricos, não guardam
qualquer pertinência com a retirada do Sr. Zamir Alves Rodrigues
do quadro societário da empresa Requerida;

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f) Por fim, roga para que a representante legal do


espólio seja exemplarmente punida como litigante de má-fé nos
termos do artigo 81, do Código de Processo Civil, uma vez que
alterou a realidade dos fatos ao alegar que não tinha
conhecimento da retirada de seu companheiro da sociedade da
empresa Requerida, e que este não teria recebido os valores
referentes à cessão de suas quotas, na medida em que ela própria
(Leiramar) assina a ATA DA REUNIÃO para a distribuição dos
lucros da sociedade.

Oportunamente, caso seja dado continuidade aos


autos, protesta-se pela produção de todas as provas admissíveis
em direito, máxime a testemunhal, a documental, pericial, a
expedição de ofícios e a juntada posterior de novos documentos
que possam corroborar o acima alegado.

Goiânia/GO, 20 de agosto de 2021.

Onildo Alves da Silva Emílio Pereira S. Macedo


Advogado - OAB/GO 2.278 Advogado - OAB/GO 19.456

Alessandro P. de Lima e Silva


Advogado - OAB/GO 13.943

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