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Suspensão e interrupção do contrato de

trabalho e ausências legais


Ausências legais
As ausências legais são as faltas do colaborador ao trabalho permitidas pela legislação ou
por convenção coletiva, que não causam prejuízo ao salário.

Você sabe o que é convenção coletiva de trabalho?


A convenção coletiva de trabalho é um acordo entre empregadores e sindicatos de uma classe
sindicalizada. Ela garante a manutenção das condições de trabalho e deve ser realizada uma
vez por ano, não podendo ultrapassar o período de dois anos.
Durante a negociação são discutidos temas como piso salarial, jornadas de trabalho e normas
de trabalho. Para que uma decisão tomada seja válida, é necessário que ela seja aprovada
pelos trabalhadores por meio de seu sistema de representatividade, ou seja, pelos trabalhadores
que fazem parte do sindicado e foram designados para participar da negociação.
Mas, cuidado, não confunda convenção coletiva com acordo coletivo.
O acordo coletivo tem uma abrangência menor, e não envolve toda uma categoria de
trabalhadores, uma vez que ele ocorre entre um único sindicato e uma ou mais empresas. O
acordo coletivo é direcionado para um contexto de trabalho específico, não atingindo todos os
trabalhadores de uma categoria.

Quando ocorre uma ausência legal, o empregado deve receber normalmente pelos dias em
que não compareceu. Existem algumas ausências legais previstas pela CLT que veremos a
seguir.

Interrupção do contrato de trabalho


A interrupção do contrato de trabalho ocorre quando o trabalhador pode faltar ao serviço
sem que isso afete sua remuneração. Nestes casos, há um respaldo legal para a falta. Veja
a seguir os motivos que caracterizam interrupção do contrato de trabalho.
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Falecimento
O trabalhador terá direito a até dois dias consecutivos de ausência em caso de falecimento do
cônjuge, pais, filhos, irmãos ou pessoa que viva sob sua dependência econômica, desde que
isso esteja declarado em sua carteira de trabalho e previdência social.

Casamento
O trabalhador terá direito a até três dias consecutivos de ausência em caso de casamento,
sendo dias úteis ou não. A certidão de casamento deve ser apresentada ao empregador para
comprovar o ato. A legislação não estabelece uma obrigatoriedade de aviso, ou seja, o
empregado não é obrigado a avisar ao empregador que ira casar e irá permanecer três dias
ausente, porém, é importante que o bom senso prevaleça. Avisar ao empregador sobre a futura
ausência é importante para a manutenção de uma boa relação de trabalho.

Licença-paternidade
O trabalhador poderá ausentar-se por até cinco dias em caso de nascimento de filho.
A lei não deixa claro se tratam-se de cinco dias corridos ou não, por isso, se o filho do
empregado nascer em um sábado e seu expediente acontece de segunda a sexta-feira, a
licença paternidade dele começará a contar a partir da segunda-feira. Já se o filho do
trabalhador nascer em uma quinta-feira, em um horário que ele normalmente estaria
trabalhando, a folga ocorrerá no dia do nascimento e o sábado e domingo farão parte da conta
para somar os cinco dias de ausência.
O nascimento deverá ser comprovado por meio da apresentação da certidão de nascimento da
criança até 15 dias após o nascimento

Doação de sangue
O trabalhador pode ausentar-se por um dia a cada 12 meses de trabalho em caso de doação
voluntária de sangue, desde que devidamente comprovada. Neste caso, é importante deixar o
empregador avisado de que o colaborador irá doar sangue e que por isso estará ausente do
trabalho. Lembre-se de que é fundamental prezar por um bom relacionamento no ambiente de
trabalho, porém, caso não seja avisado com antecedência, a empresa não pode recusar o
comprovante de doação.

Alistamento de eleitor
O trabalhador poderá ausentar-se por até dois dias, consecutivos ou não, para o fim de se
alistar eleitor, ou seja, de fazer seu primeiro título de eleitor, ou solicitar transferência de
domicílio eleitoral. O empregado deverá avisar o empregador sobre sua ausência com 48 horas
de antecedência.
O eleitor que for convocado para mesário também terá direito a afastar-se do trabalho pelo
dobro de dias trabalhados para a Justiça Eleitoral.
Curiosidade: você sabia que a atuação como mesário pode servir como critério de desempate
em concursos públicos?

Alistamento de eleitor
O trabalhador poderá ausentar-se por até dois dias, consecutivos ou não, para o fim de se
alistar eleitor, ou seja, de fazer seu primeiro título de eleitor, ou solicitar transferência de
domicílio eleitoral. O empregado deverá avisar o empregador sobre sua ausência com 48 horas
de antecedência.
O eleitor que for convocado para mesário também terá direito a afastar-se do trabalho pelo
dobro de dias trabalhados para a Justiça Eleitoral.
Curiosidade: você sabia que a atuação como mesário pode servir como critério de desempate
em concursos públicos?

Alistamento de eleitor
O trabalhador poderá ausentar-se por até dois dias, consecutivos ou não, para o fim de se
alistar eleitor, ou seja, de fazer seu primeiro título de eleitor, ou solicitar transferência de
domicílio eleitoral. O empregado deverá avisar o empregador sobre sua ausência com 48 horas
de antecedência.
O eleitor que for convocado para mesário também terá direito a afastar-se do trabalho pelo
dobro de dias trabalhados para a Justiça Eleitoral.
Curiosidade: você sabia que a atuação como mesário pode servir como critério de desempate
em concursos públicos?
Comparecimento a juízo
O trabalhador poderá ausentar-se durante o tempo que for necessário quando tiver que
comparecer a juízo (audiências). O tempo utilizado para deslocamento até a audiência, para
orientação do advogado ao empregado e também o tempo de atrasos, caso eles aconteçam,
devem ser contabilizados no tempo de ausência do colaborador na empresa.
É indispensável que o trabalhador solicite um comprovante de comparecimento junto à Vara em
que ocorreu a audiência, pois ele deverá ser apresentado ao empregador com a finalidade de
comprovar o comparecimento do empregado na audiência.

Comparecimento a juízo
O trabalhador poderá ausentar-se durante o tempo que for necessário quando tiver que
comparecer a juízo (audiências). O tempo utilizado para deslocamento até a audiência, para
orientação do advogado ao empregado e também o tempo de atrasos, caso eles aconteçam,
devem ser contabilizados no tempo de ausência do colaborador na empresa.
É indispensável que o trabalhador solicite um comprovante de comparecimento junto à Vara em
que ocorreu a audiência, pois ele deverá ser apresentado ao empregador com a finalidade de
comprovar o comparecimento do empregado na audiência.

Representante de entidade sindical


O trabalhador poderá ausentar-se pelo tempo que for necessário quando, na qualidade de
representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo
internacional do qual o Brasil seja membro. É necessário que o empregador seja comunicado
com antecedência sobre a ausência do empregado para que seja possível que o empregador
tome as devidas providências necessárias ao bom andamento do departamento em que o
empregado atua.

Licença-maternidade
A trabalhadora poderá ausentar-se do trabalho por um período de 120 dias. Esse período pode
iniciar 28 dias antes do parto ou até 92 dias depois do parto. Esse período pode ser prorrogado
por até dois meses se a empresa aderir ao programa do governo federal chamado Empresa
Cidadã.
Em caso de adesão ao programa, a prorrogação da licença-maternidade deve ser solicitada até
o final do primeiro mês após o parto e deve ser concedida na sequência dos 120 dias de
afastamento obrigatórios. Essa prorrogação gera deduções fiscais à empresa.
Durante o período de afastamento, fica garantido à empregada receber a remuneração mensal
integral, como recebia antes do afastamento. O pagamento é realizado pela empresa, que é
compensada posteriormente pela Previdência Social.
Durante sua ausência, a trabalhadora não tem direito a receber vale transporte.
Por ocasião do pagamento do 13º salário, o período correspondente ao da licença-maternidade
será ressarcido para a empresa pela Previdência Social.
A trabalhadora adquire direito à estabilidade, inclusive quando ela estiver em contrato de
experiência. Esta estabilidade é adquirida desde o momento da confirmação da gravidez até
cinco meses após o parto. Em caso da existência de uma norma coletiva, esse prazo pode ser
superior a cinco meses.
Demitir uma trabalhadora por motivo de gravidez caracteriza-se como discriminação grave e é
considerado um ato criminoso previsto em lei.
Acidente de trabalho
O trabalhador pode ausentar-se da empresa quando sofrer acidente que ocorre nas
dependências da organização ou durante o deslocamento residência-trabalho-residência, ou
seja, acidente de percurso.
Também podem ser consideradas acidente de trabalho as doenças adquiridas em consequência
do trabalho que o colaborador exerce. Um exemplo desse tipo de doença é a tendinite, que é
causada pela repetição constante dos mesmos movimentos.
O colaborador que permanecer afastado por mais de 15 dias adquire estabilidade pelo prazo
mínimo de 12 meses contados a partir de seu retorno ao trabalho.
É necessário que a empresa comunique o acidente de trabalho à Previdência Social até o
primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. Em caso de morte, o fato deve ser comunicado
imediatamente após o ocorrido. Durante o período que o trabalhador estiver afastado, a
empresa deve continuar fazendo os depósitos de FGTS no percentual de 8% sobre a
remuneração que o empregado estaria recebendo se estivesse trabalhando.

Atestados médicos

O empregado que se atrasa para o trabalho ou sai no meio da jornada para consulta ou
tratamento médico deve levar um comprovante para a empresa. Além dos atestados médicos
também podem ser apresentados comprovantes de consultas médicas ou de acompanhamento
em consultas.

Você sabe qual é a diferença entre atestado médico e comprovante?

O atestado médico sintetiza a conclusão que o médico chegou após examinar o paciente e tem
como finalidade licença, dispensa ou justificativa de faltas ao trabalho. Deve constar no atestado
data e hora da consulta e os dias de afastamento.

Já o comprovante justifica somente as horas não trabalhadas em decorrência de um


atendimento ou exame. O comprovante não implica afastamento do trabalho, ele apenas
justifica uma ausência no momento da realização de uma consulta ou de um exame.

No caso do acompanhamento em consulta, a lei prevê que empregados que tem filhos de até
seis anos tem direito a acompanhá-los em consultas médicas um dia por ano. Já os
trabalhadores que tem esposa ou companheira podem acompanhá-la em consultas médicas ou
exames por até dois dias durante o período da gestação.

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Férias anuais remuneradas


O empregado tem direito a tirar férias após trabalhar pelo período de um ano. O período de
férias deve ocorrer durante os próximos 12 meses subsequentes após o funcionário completar
um ano trabalhado. Durante o período de férias, o salário do funcionário não pode ser
prejudicado, devendo ser recebido, pelo menos, 1/3 a mais do que o salário normal.
O empregado tem direito a 30 dias de férias corridos quando não houver faltado ao serviço por
mais de cinco dias. Quando o trabalhador tiver de seis a 14 faltas, terá direito a 24 dias corridos
de férias. Já quando o trabalhador tiver tido de 15 a 23 faltas terá direito a 18 dias corridos de
férias. Quando o trabalhador tiver tido de 24 a 32 dias de falta terá direito a 12 dias corridos de
férias.
Para que o empregado possa tirar férias, é necessário que tenha sido feita uma comunicação
por escrito com 30 dias de antecedência.

Repouso semanal remunerado


É assegurado ao trabalhador o direito a um repouso semanal de 24 horas consecutivas. Esse
descanso deve ser remunerado e pelo menos uma vez por mês deve ocorrer aos domingos. Os
trabalhadores contratados por mês ou quinzena terão incluso no valor total pago o descanso
semanal. Já os que forem contratados por semana, dia ou hora, o descanso semanal é
equivalente a um dia normal de trabalho.
O empregado que faltar ao trabalho por um dia ou mais sem justificativa perderá o direito ao
repouso semanal remunerado.
Quando o empregado trabalhar em dia de repouso, o pagamento será realizado em dobro, a
menos que seja estipulado outro dia para a folga
Fique atento!
Em alguns acordos coletivos de trabalho os prazos para ausências são maiores.
Para complementar seus estudos sobre os motivos pelos quais o colaborador poderá faltar ao
trabalho sem prejuízo de seu salário, faça uma pesquisa na internet e procure o texto
“Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – Planalto”.

Suspensão do contrato de trabalho


Na suspensão do contrato de trabalho o pagamento de salário não é realizado pela
empresa, assim como não se deve computar o tempo de afastamento como tempo de
serviço. A suspensão do contrato paralisa temporariamente a prestação de serviços e as
obrigações do empregador cessam durante este período.
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Suspensão disciplinar

Uma empresa tem um conjunto de normas que regem as ações executadas dentro da
instituição. O empregado não seguir esta norma pode ser punido por isso. Existem três
modalidades de punição previstas em lei: advertência verbal, advertência escrita e suspensão.
Antes de chegar à suspensão disciplinar, o empregado é advertido sobre suas atitudes
inapropriadas.

A advertência verbal consiste em uma conversa entre empregado e empregador na qual o


empregado é informado sobre uma falta cometida. Nesse caso, é solicitado que o colaborador
melhore seu comportamento.
A advertência escrita é formalizada por um documento escrito entregue ao empregado. A falta
grave deve ser detalhada neste documento, e a advertência deve ser assinada pelo empregado
e pelo empregador. Em caso de repetições da falta, o empregado poderá ser punido de forma
mais grave.

A suspensão ocorre quando o empregador afasta o empregado do trabalho por um período que
não pode ultrapassar 30 dias. A suspensão deve ser formalizada em um documento escrito em
que consta o fato ocorrido, que deve ser assinado pelo empregado e pelo empregador.
Enquanto estiver suspenso, o empregado não recebe remuneração.

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Aposentadoria por invalidez


A aposentadoria por invalidez é concedida ao trabalhador que não tem mais condições de
exercer suas atividades laborativas de forma permanente e que também não possa ser
reabilitado para exercer um outro tipo de atividade. Esse benefício é concedido ao trabalhador
mediante perícia médica do INSS. O indivíduo ao qual foi concedido este benefício deverá
passar por perícia médica a cada dois anos para que seja comprovada a permanência de sua
invalidez. Neste caso, a empresa não tem mais a obrigação de pagar a remuneração do
trabalhador, que passa a ser paga pela Previdência Social.

Auxílio-doença
O trabalhador terá direito a receber o auxílio-doença quando ficar afastado da empresa por um
período superior a 15 dias para tratamento de doença não relacionada ao trabalho. Durante o
período de afastamento a empresa não tem obrigação de realizar o pagamento dos salários do
funcionário. Quem deve fazê-lo é a Previdência Social.
Se não houver a previsão de estabilidade em convenção coletiva, a empresa pode demitir o
empregado quando ele retornar do afastamento por auxílio doença.
Tem direito ao auxílio-doença quem contribuiu com o INSS nos últimos 12 meses anteriores. Em
caso de doenças como câncer, tuberculose ou hanseníase, não é necessário cumprir o requisito
das 12 contribuições anteriores.

Greve
A greve consiste na suspensão total ou parcial, coletiva e pacífica dos serviços prestados ao
empregador. Para que ocorra uma greve é necessário que exista um fato grave que justifique a
parada na prestação de serviços.
A greve é um instrumento de pressão social por parte do empregado para o empregador, que
tem o objetivo de atingir o resultado esperado por meio do convencimento do empregador. A
empresa deve ser avisada com 48 horas de antecedência sobre a realização da greve.

Prisão provisória
Quando é decretada a prisão provisória do empregado, seu contrato de trabalho é suspenso.
Somente depois da condenação criminal definitiva é que a empresa pode dispensar o
colaborador por justa causa.
Qualificação profissional do empregado
O contrato de trabalho pode ser suspenso por um período de dois a cinco meses para a
participação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo
empregador. Durante este período, o empregador não é obrigado a pagar o salário do
empregado. O empregador poderá conceder uma ajuda mensal, porém sem a caracterização de
salário. Caso o empregador dispense o empregado durante a suspensão do contrato ou no
período de até três meses depois de seu retorno ao trabalho, a empresa terá que pagar uma
multa além de parcelas indenizatórias ao empregado.

É fundamental o conhecimento sobre as ausências legais e as formas de


interrupção e suspensão do contrato de trabalho. Somente assim o setor de
recursos humanos poderá exercer as funções atribuídas, entre elas, orientar os
colaboradores da empresa sobre seus direitos e deveres com relação a estes
assuntos.

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